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Radiologia Completa

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Prévia do material em texto

RADIOLOGIA 
 
 
VETERINÁRIA 
Prof. Adj. Luiz Paiva Carapeto 
MSc. Sanidade Animal 
2003 
 
 
Dra. Luana Rodrigues Borboleta – Especialização 2006 
2 
 
 
COMUNICADO 
 
 
 
1 - Este trabalho tem como objetivo subsidiar, teoricamente, a Disciplina de RADIOLOGIA 
ministrada no 5º semestre curricular do Curso de Medicina Veterinária da Faculdade de Veterinária 
da Universidade Federal de Pelotas, bem como, suprir, em parte, a pouca literatura brasileira na área 
da Radiologia Veterinária. 
 
2 – Este trabalho faz parte, como texto inicial, da obra “RADIOLOGIA VETERINÁRIA”, que o 
autor está publicando através da Editora da Universidade Católica de Pelotas – EDUCAT, cujo o 1º 
volume “CONCEITOS BÁSICOS EM RADIOLOGIA” foi publicado em 1997. 
 
3 – Como se trata de um trabalho inicial e também como se trata de um texto para uso unicamente 
didático, estão sendo usadas algumas ilustrações de livros e textos de diversos autores. Tais 
ilustrações estão referenciadas na Bibliografia e não farão parte da publicação final. 
 
4 - NÃO É PERMITIDO A REPRODUÇÃO DESTE TEXTO, SOB QUALQUER MEIO, 
SEM A AUTORIZAÇÃO EXPRESSA DO AUTOR. 
 
 
 
Prof. Adj. Luiz Paiva Carapeto 
CRMV RS - 1702 
 Faculdade de Veterinária – UFPel 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dra. Luana Rodrigues Borboleta – Especialização 2006 
3 
APRESENTAÇÃO 
 
 
É impossível, nos dias de hoje, pensar-se na prática clínico-cirúrgica em Medicina Veterinária 
sem a utilização de Meios Auxiliares de Diagnóstico e, em particular, daqueles que se utilizam de 
imagens, os denominados Meios Auxiliares de Diagnóstico por Imagem (Radiologia, Ultra 
Sonografia, Tomografia Computadorizada, Ressonância Magnética, etc.). Entre estes, é nossa 
opinião que a contribuição dada pela Radiologia é, ainda, a que apresenta a melhor relação custo-
benefício para os médicos veterinários, reconhecendo que ela apresenta deficiências/restrições em 
relação à alguns sistemas orgânicos. 
A Radiologia pode ser usada para desempenhar diversas funções em várias áreas da 
sociedade. Na área de segurança nos aeroportos, no controle de qualidade de indústrias e na área 
Médica, na qual é utilizada como um meio auxiliar de diagnóstico, o radiodiagnóstico, e, também, 
como um meio terapêutico. Neste trabalho nos restringiremos a discorrer somente a respeito do 
radiodiagnóstico. 
Este texto se caracteriza por ser um material didático e nele são utilizadas ilustrações obtidas 
em livros e “papers” de diversos autores que estão referenciados bibliograficamente, e, também, se 
constitui no texto inicial da obra Radiologia Veterinária que está sendo publicada pelo autor. Ele 
foi, e está sendo elaborado buscando atender três objetivos básicos: 
1º - subsidiar teoricamente os alunos da disciplina de Radiologia do Curso de Medicina 
Veterinária da Faculdade de Veterinária da UFPel; 
2º - diferenciar o uso prioritário da Radiologia em relação aos demais MADIs e, 
3º - suprir, em parte, a carência de bibliografia especializada em Radiologia Veterinária em 
língua portuguesa. 
Ao apresentar este trabalho quero deixar consignado meus agradecimentos a todos que ao 
longo do tempo incentivaram, colaboraram e auxiliaram na realização desse trabalho. Em especial 
ao Prof. Dr. Roberto Mário Scarsi e Carmen Luz Scarsi, ao Médico Veterinário José Eurico Vieira 
Nunes, ao colega Prof. João Manoel Chapon Cordeiro, aos Médicos Radiologistas Dr. Heron 
Cristovão do Amaral, Dra. Norma Xavier Souto e ao Técnico em Radiologia Sr. Milton Xavier da 
Silva. 
Finalizando, deixo expresso que não está permitida a reprodução, por qualquer meio, do todo, 
ou parte, sem a minha expressa autorização. 
 
 
Prof. Adj. Luiz Paiva Carapeto 
Disc. de Radiologia Fac. de Veterinária - UFPel 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dra. Luana Rodrigues Borboleta – Especialização 2006 
4 
CONCEITOS BÁSICOS EM RADIOLOGIA 
 
 
 
1 - HISTÓRICO 
 
No dia 8 de novembro de 1895, no Instituto de Física da Universidade de Würzburg, na 
Baviera, WILHELM CONRAD ROENTGEN (1845-1923) descobriu um novo tipo de radiação e 
a ela denominou de Radiação X ou Raio X. 
Roentgen estudava o comportamento dos raios catódicos trabalhando com uma ampola 
desenvolvida por William Crookes. Nessa ampola, a qual era de vidro e continha, no seu interior, 
gás, ao se gerar uma diferença de potencial elétrico ocorria uma movimentação de elétrons, carga 
elétrica negativa, que se encontravam no Cátodo, ou Catódio, em direção ao Ânodo, ou Anódio, 
carga elétrica positiva. Nesse deslocamento dos elétrons, Roentgen observou que alguns se 
chocavam contra as paredes da ampola e que desse choque havia a produção de um tipo de radiação 
que tornava fluorescente um cartão pintado com platinocianeto de bário usado nas pesquisas dos 
raios catódicos mesmo quando a ampola estivesse envolta por um grosso papel negro. No 
laboratório haviam filmes fotográficos e, sobre um deles, sua esposa, inadvertidamente, colocou sua 
mão. O filme ao ser revelado mostrou nitidamente as estruturas internas (ossos) da mão da esposa 
de Roentgen. 
 
 
Fig. 1 - Representação esquemática de uma 
ampola de Crookes. 
 
Em 28 de dezembro de 1895 Roentgen submeteu sua descoberta à Sociedade de Física e 
Ciências Médicas da Universidade de Würzburg através de um “paper” (10 páginas) intitulado 
“Üeber eine Neue Art von Strahlen ” (Uma nova forma de radiação), tendo o mesmo sido aprovado 
e passado a fazer parte dos Anais da Sociedade ainda no ano de 1895. 
Em 1901, a Fundação Nobel reconhecendo a importância dessa descoberta para o avanço e 
desenvolvimento das ciências médicas criou o Prêmio Nobel de Física e Roentgen foi o primeiro 
físico a recebê-lo nesse mesmo ano. 
A primeira radiografia de um animal foi realizada em 1896 por Josef Eder, em Viena. 
Richard Eberlein, médico veterinário inglês, publicou, em 1897, o primeiro Atlas Radiográfico 
canino. 
 
2 - O QUE É RADIOLOGIA 
 
Radiologia é o ramo das ciências médicas que se utiliza das radiações descobertas por 
Roentgen para auxiliar no diagnóstico e tratar diversas enfermidades. Quando se restringe ao campo 
do diagnóstico ela, juntamente com outras especializações médicas (Ultrassonografia, Tomografia 
Computadorizada, Ressonância Magnética, Medicina Nuclear) forma o que se convencionou 
denominar de Meios Auxiliares de Diagnóstico por Imagem. 
É importante enfatizar que a Radiologia é um Meio Auxiliar de Diagnóstico e desta maneira 
suas informações devem ser examinadas de forma conjunta com a história clínica do paciente, com 
os sinais clínicos, com o exame físico, com os exames laboratoriais e com outros exames possíveis 
 
 
Dra. Luana Rodrigues Borboleta – Especialização 2006 
5 
de serem realizados. Por si só a Radiologia apenas contribui, muitas vezes de maneira decisiva, para 
o diagnóstico. Não é sua função elaborar o diagnóstico e sim auxiliar no elaboração dele. 
 
3 - OS RAIOS X 
 
Os Raios são radiações eletromagnéticas, as que não possuem massa, e deste espectro também 
fazem parte as ondas do rádio, microondas, raios infravermelhos, luz visível, raios ultravioletas, 
raios gamas, entre outras. Elas Tais radiações diferem entre si pelo comprimento de onda 
(distância entre uma partícula numa determinada onda e a sua correspondente na onda seguinte, é 
representada pela letra grega lambda - ), pela freqüência (número de ciclos por segundo de uma 
radiação eletromagnética) e pela energia (capacidade da radiação de produzir trabalho). 
O comprimento de onda das Radiações X varia entre 100 e 0,01 Å, sendo que para o 
radiodiagnóstico a variação está na faixa entre 0,5 - 0,4 Å dependendo da quilovoltagem (Kv) a ser 
empregada. 
 
4 - A PRODUÇÃO DAS RADIAÇÕES X 
 
Inicialmente, Roentgen produzia as Radiações X em ampolas criadaspor W. Crookes porém 
esse tipo de equipamento não permitia que houvesse um controle efetivo sobre a quantidade e a 
intensidade das radiações emitidas. 
Em 1913, William Coolidge, físico inglês, criou um novo tipo de ampola que permitia 
controlar a quantidade e a qualidade dos Raios X e essa ampola, com poucas alterações, ainda é o 
principal equipamento usado nos aparelhos de Raios X. 
A ampola de Coolidge, que apresenta vácuo total no seu interior, é de vidro e está envolvida 
por uma carapaça de metal, geralmente o chumbo, que possui uma abertura por onde emana o feixe 
útil de radiações X. 
 
 
Fig. 2 - Representação esquemática de uma 
ampola de Coolidge. 
 
Para a produção das radiações X são necessários três elementos básicos: uma fonte de 
elétrons, um local de impacto e uma diferença de potencial elétrico entre eles. 
Em uma das extremidades da ampola localiza-se um filamento de tungstênio em espiral que, 
quando aquecido através de uma corrente elétrica de baixa voltagem, medida em miliamperes (mA), 
produz uma determinada quantidade de elétrons (carga elétrica negativa) que darão origem as 
Radiações X. Esta extremidade, que possui carga elétrica negativa, é denominada de CATÓDIO ou 
CÁTODO. 
Na extremidade oposta encontramos um bloco, geralmente de tungstênio, denominada de 
ANÓDIO ou ÂNODO, que pode ser fixo ou giratório, e possui carga elétrica positiva. No ponto 
central deste banco encontramos uma área bastante resistente denominada de Ponto Focal ou Alvo. 
Ao se aplicar uma diferença de potencial elétrico entre as duas extremidades, através de em 
circuito de alta voltagem, medido em quilovoltagem (Kv), faz-se com que os elétrons se desloquem 
em alta velocidade desde o catódio em direção ao anódio, se chocando violentamente contra o 
Ponto Focal. O impacto faz com que a energia dos elétrons se transforme em Raios X (± 2%), calor 
(± 95%) e em outras formas de energia. 
 
 
 
Dra. Luana Rodrigues Borboleta – Especialização 2006 
6 
5 - MILIAMPERAGEM 
 
O filamento de tungstênio que se encontra no catódio ao ser esquentado cria ao seu redor uma 
quantidade de elétrons que ao serem deslocados pela diferença de potencial irão produzir uma 
quantidade proporcional de radiações X. Essa quantidade de elétrons criadas ao redor do catódio 
corresponde medida elétrica denominada de MILIAMPERAGEM (mA). 
A produção dessas radiações X além de estar relacionada com o número de elétrons 
emitidos está, também, diretamente relacionada com o tempo que estará ocorrendo a diferença de 
potencial. Esse tempo, geralmente, é um segundo. 
Dessa forma, a quantidade de raios X requerida para a obtenção de uma radiografia é 
indicada pelo produto da miliamperagem pelo tempo de exposição e é expressa em 
miliamperes/segundo (mAs) 
Assim sendo, a miliamperagem corresponde a quantidade de radiações X obtidas num 
determinado espaço de tempo. 
 
6 - QUILOVOLTAGEM 
 
A intensidade da diferença de potencial aplicada no interior da ampola vai interferir 
diretamente na velocidade de deslocamento dos elétrons desde os catódio até o anódio e, portanto, 
na intensidade do choque e na energia liberada por ele. Assim sendo, os raios X que se formarão 
terão comprimento de onda variável de acordo com a intensidade do impacto dos elétrons contra o 
alvo. A diferença de potencial é produzida por um circuito elétrico de alta voltagem elétrica e é 
expressa em QUILOVOLTS ou QUILOVOLTAGEM (kv), que também é conhecida como a 
“força de penetração” dos raios X. 
Como visto, a intensidade da diferença de potencial interfere no comprimento de onda das 
radiações X que se formarão. Quanto maior a diferença de potencial aplicada menor será o 
comprimento de onda e maior será o poder de penetração. 
O poder de patogenicidade das radiações X também está diretamente relacionado com o seu 
comprimento de onda. Quanto maior o comprimento de onda menor será o seu poder de 
penetração nos tecidos orgânicos e, portanto, maior o seu grau de patogenicidade. 
Os raios X usados para fins de radiodiagnóstico comumente possuem um comprimento de 
onda que varia entre 80 a 100 kv ( = 0,4 Å) que é um comprimento de onda curto e não apresenta 
alto grau de patogenicidade. Estas radiações são chamadas de RADIAÇÕES DURAS. 
As radiações com comprimento de onda que variam entre 40 a 60 kv ( = 0,5 Å) possuem 
um comprimento de onda longo, são altamente patogênicas e são chamadas de RADIAÇÕES 
MOLES. 
Comprimentos de onda que variam entre 60 a 80 kv ( = 0,45 Å) dão origem as chamadas 
RADIAÇÕES INTERMEDIÁRIAS que também apresentam um grau de patogenicidade menor 
que o das radiações moles e não devem ser usadas na prática diária. Acima de 100 kv temos as 
denominadas RADIAÇÕES ULTRA DURAS que são geralmente usadas na indústria. 
 
 
7 – PROPRIEDADES DOS RAIOS X 
 
Os raios X possuem inúmeras propriedades, porém para fins de radiodiagnóstico são 
importantes as seguintes: 
 
 Propagam-se com a mesma velocidade da luz e sempre em linha reta; 
 Por não possuírem carga elétrica não são desviados nem por campos elétricos nem por 
campos magnéticos; 
 Produzem ionização (formação de íons) por onde passam; 
 
 
Dra. Luana Rodrigues Borboleta – Especialização 2006 
7 
 Por não possuírem massa, são capazes de atravessar corpos espessos; 
 Ao incidirem sobre substancias como platino cianeto de bário, sulfato de zinco, tungstato 
de cádmio, tornam-nas fluorescentes; 
 São capazes de sensibilizar os filmes fotográficos e os radiográficos. 
 
Uma das propriedades mais importante das radiações X e que deve sempre estar presente no 
cotidiano dos profissionais veterinários é a de que os raios são capazes causar modificações nas 
células vivas produzindo alterações somáticas (interferindo no equilíbrio químico celular) e/ou 
genéticas (interferindo diretamente na cadeia do DNA, rompendo-a). 
 
8 – O FEIXE DE RAIOS X 
 
Ao se chocarem contra o anódio, os elétrons, além de produzirem calor, dão origem a 
infinidade de raios X que emergem da ampola sob a forma de um feixe, cônico, denominado de 
FEIXE PRIMÁRIO. Os raios que compõe este Feixe possuem comprimento de onda variável e se 
difundem de forma divergente, sendo então necessário limitar o seu campo de ação através de cones 
e/ou diafragmas. A este Feixe Primário, para fins de proteção contra as radiações, somente deve 
ficar exposto o paciente e o pessoal técnico que esteja com equipamentos de proteção (luvas, 
avental, etc.). O ponto exato onde ocorre o choque dos elétrons contra o anódio denomina-se de 
Ponto Focal. 
Compondo o Feixe Primário existe um único raio X que ocupa exatamente a posição central e 
que incide sobre a película radiográfica formando com ela um ângulo de 90º. A essa radiação se dá 
a denominação de RAIO CENTRAL. 
 
 
Fig. 3 – Representação do Feixe Primário de radiações X 
e do Raio Central (indicado pela seta). 
 
O Raio Central é entre todos os raios X do Feixe Primário o único que não causa distorção na 
imagem registrada radiologicamente. Por esta razão o Raio Central deve sempre incidir exatamente 
sobre a área ou órgão de interesse clínico. Exemplificando: em casos suspeitos de luxação de patela 
o Raio Central deve incidir exatamente sobre essa estrutura óssea e não sobre a região epifisiária 
distal do fêmur ou sobre a região epifisiária proximal da tíbia. 
Algumas radiações X do Feixe Primário quando interagem com objeto sujeito ao exame 
radiográfico transferem ao átomo do objeto toda a sua energia e ocorre a produção de novas 
radiações X. Essas novas radiações X são denominadas de RADIAÇÕES SECUNDÁRIAS ou 
DIFUSAS, que se difundem em todas as direções e possuem comprimento de onda maior que as 
originais, portanto, com menor poder de penetração. Em razão de seu comprimento de onda, as 
Radiações Secundárias são altamente patogênicas e contra elas devemos nos precaver. 
 
 
 
Dra. Luana Rodrigues Borboleta – Especialização 20068 
 
Fig. 4 – Representação esquemática das Radiações Secundárias 
(linhas pontilhadas). 
 
Outras radiações X do Feixe Primário ao incidirem na estrutura sujeita ao exame apenas 
desviam de sua trajetória mantendo o seu comprimento de onda original. São as denominadas 
RADIAÇÕES DISPERSAS. 
Alguns raios do Feixe Primário ao incidirem sobre o objeto cedem apenas uma parte de sua 
energia aos átomos do objeto e continuam sua trajetória com um comprimento de onda maior. Esse 
fenômeno é denominado de EFEITO COMPTON. 
O poder de definição das radiações do feixe primário é desigual quando emergem da ampola e 
essa variação é definida pela angulação do alvo no anódio. O Raio Central possui um poder de 
resolução de 100%. À medida que os raios se afastam do Raio Central em direção ao anódio o 
poder de resolução decresce imediatamente. O inverso se dá nos raios que estão para o lado do 
catódio, inicialmente há um acréscimo para depois haver a redução do poder de resolução. 
O fenômeno acima descrito é denominado de EFEITO ANÓDICO e a partir de sua 
utilização podemos ter radiografias mais uniformes, ao colocarmos a região de maior espessura 
sempre para o lado do catódio. 
 
 
Fig. 5 – Representação esquemática do Efeito Anódico. 
 
 
 
9 – A IMAGEM RADIOGRÁFICA 
 
As chapas radiográficas nada mais são que negativos fotográficos de estruturas orgânicas 
internas e, portanto, um dos principais objetivos dos exames radiológicos é a obtenção de imagens 
fieis da estrutura radiografada, permitindo, assim, uma avaliação criteriosa e consistente do objeto 
sujeito ao exame radiológico. 
 
 
 
 
 
 
Dra. Luana Rodrigues Borboleta – Especialização 2006 
9 
9.1 – A FORMAÇÃO DA IMAGEM RADIOGRÁFICA 
 
A imagem radiográfica, o objetivo primordial da Radiologia, é conseguida através de, pelo 
menos, duas reações: uma física e outra química. 
A reação física determina a formação da imagem pela sensibilização dos cristais halóides dos 
sais de prata, dissolvidos na gelatina que recobre ambas faces dos filme radiográficos, pelas 
Radiações X. Esta sensibilização transforma estes cristais halógenos em prata metálica a imagem 
formada, invisível a olho nu, é denominada de Imagem Latente. 
Ao se iniciar o processo da revelação do filme radiográfico iniciam-se diversas reações 
químicas que culminam na transformação dos grãos de sais de prata sensibilizados em prata 
metálica negra, que ao final do processo, formará a denominada Imagem Visível que será avaliada 
para fins de radiodiagnóstico. 
 
 
9.2 – ALGUNS FATORES QUE INTERFEREM NA FORMAÇÃO DA IMAGEM 
 
Diversos são os fatores que podem interferir na formação de uma imagem radiográfica de 
qualidade. Neste trabalho, que não se dedica à formação de técnicos em radiologia e, sim, à 
capacitação para avaliação radiológica, daremos ênfase a alguns destes fatores que se não lhes for 
dada toda a atenção corremos o risco de termos exames radiológicos sem nenhuma validade a para 
interpretação das possíveis alterações orgânicas. 
 
9.2.1 - DISTÂNCIA ENTRE O OBJETO E O FILME RADIOGRÁFICO 
 
Para que tenhamos uma imagem que reproduza com exatidão a estrutura radiografada é 
necessário que esta esteja em íntimo contato como o filme radiográfico. 
Em muitas ocasiões fazer-se com que a estrutura radiografada fique junta ao filme 
radiográfico é uma tarefa impossível devido as três dimensões dos objetos de estudo em Medicina 
Veterinária. Assim sendo, para que a imagem formada tenha dimensões o mais próximo possível da 
estrutura radiografada torna-se obrigatório posicionar-se o animal de maneira que a estrutura a ser 
radiografada esteja próxima ao chassi radiográfico. Exemplificando, caso se deseja radiografar o 
rim direito de um paciente este deverá ser colocado em dois posicionamentos para que se atinja o 
objetivo desejado: a) decúbito lateral direito e b) decúbito dorsal. 
 
 
Fig. 6 - Representação esquemática da distância objeto – filme. 
A’ e B’ representam as imagens dos objetos A e B. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dra. Luana Rodrigues Borboleta – Especialização 2006 
10 
9.2.2 – DISTÂNCIA ENTRE O PONTO FOCAL E O FILME (DFF) 
 
A distância entre o Ponto Focal, localizado no interior da ampola geradora de radiações X, e o 
Filme radiográfico é outro fator que se não observado com rigor acarretará uma imagem não 
condizente com a realidade. A distância recomendada para a grande maioria das estruturas 
orgânicas é de 100 cm exceção feita às radiografias cardíacas que, em razão do posicionamento 
oblíquo do órgão no interior da cavidade torácica, é de 120-150 cm dependendo do tipo de tórax do 
paciente. 
 
 
Fig. 7 – Representação esquemática do efeito da distância 
do Ponto Focal – Filme. Observe o aumento da imagem 
do objeto quando de uma DFF igual a 30 cm. 
 
9.2.3 – PARALELISMO ENTRE O OBJETO E O FILME RADIOGRÁFICO 
 
Para que tenhamos imagens o mais próximo possível da realidade, no que diz respeito a 
reprodução das dimensões do objeto, é necessário que ele seja posicionado de forma paralela com o 
filme radiográfico. Em algumas ocasiões isto não será possível devido a diversos fatores 
(posicionamento do órgão no interior das cavidades, manipulação do paciente, graus de lesão do 
paciente, etc.) e providências no posicionamento, na distância entre o Ponto Focal e o Filme, entre 
outras, deverão ser tomadas. 
 
 
 
 
Fig. 8 – Esquema representativo do efeito da falta de paralelismo entre o objeto e o filme radiográfico. 
Observe a diminuição da imagem na representação B. 
 
 
 
 
 
 
 
Dra. Luana Rodrigues Borboleta – Especialização 2006 
11 
 
9.2.4 – IMOBILIDADE DO OBJETO SUJEITO AO EXAME RADIOLÓGICO 
 
A imobilidade do objeto sujeito ao exame radiográfico é um dos principais fatores que 
interferem na qualidade das chapas radiográficas, pois a movimentação durante a tomada 
radiográfica fará que tenhamos uma imagem com um detalhamento comprometido. 
Na prática veterinária tendo em vista que trabalhamos com seres irracionais somos obrigados 
a lançar mão da contenção do paciente, que poderá ser medicamentosa (sedativos/ tranqüilizantes/ 
anestésicos) ou manual. 
A contenção medicamentosa tem como vantagens, permitir a manipulação do paciente de 
maneira mais fácil, rápida e prevenir contra agressões, porém aumenta os custos do exame e pode 
causar transtornos indesejáveis (choque anestésico). Tendo em vista a segurança que os agentes 
medicamentosos atualmente apresentam, a contenção medicamentosa é amplamente preferível em 
relação a manual. Esta por sua vez é mais difícil, mais demorada e não restringe totalmente os 
movimentos dos pacientes. 
Os movimentos involuntários (cardio-respiratórios) são fatores que interferem na obtenção 
das radiografias e em Veterinária ainda não dispomos de meios seguros para anulá-los. Para 
minimizá-los, devemos sempre usar o menor tempo de exposição que nos permita nossa 
aparelhagem. 
 
 
10 – CARACTERÍSTICAS RADIOLÓGICAS DOS TECIDOS ORGÂNICOS 
 
Para que seja possível concretizar um radiodiagnóstico é necessário que a imagem seja uma 
reprodução fiel do objeto radiografado, isto é possua um excelente detalhamento, reproduza as 
densidades encontradas no objeto e possua uma escala apropriada de contraste radiológico. 
 
10.1 – DETALHE RADIOGRÁFICO 
 
Detalhe radiográfico é o grau de definição com que as linhas estruturais e de contorno do 
objeto se apresentam na imagem radiográfica. Este detalhamento é de vital importância na 
interpretação dos exames radiográficos, pois diversas enfermidades apresentam como uma de suas 
características a perda das linhas de contorno ou estruturais das estruturas orgânicas. Entre os 
fatores que interferem na obtenção de imagens com um detalhamento desejado podemos citar: a 
imobilidade do paciente, a distância entre o objeto e o filme, a utilização de ecrans e grades 
antidifusoras, correção dos fatores de exposição radiológica e o processode revelação das películas 
radiográficas. 
 
10.2 – DENSIDADES RADIOLÓGICAS ou RADIODENSIDADES 
 
Densidades radiológicas ou Radiodensidades dizem respeito a tonalidade com que as 
estruturas orgânicas se apresentam nas radiografias. Está determinada pela quantidade de radiações 
que o objeto impede de progredir em direção ao filme radiográfico e, por conseqüência, com a 
intensidade com que os grão de prata são sensibilizados pelas as radiações X. A densidade 
radiológica varia de acordo com o tempo de exposição, a miliamperagem, a quilovoltagem, a 
espessura do objeto radiografado, entre outros fatores. 
A tonalidade das estruturas radiografadas pode variar desde o branco (transparente) até o 
negro, existindo neste intervalo diversas tonalidades de cinza. Esta variação está ligada diretamente 
ao peso atômico das dos elementos que constituem os objetos radiografados. Os objetos formados 
com elementos de alto peso atômico, como, por exemplo, o chumbo cujo número atômico é 82 e é 
usado como um meio de proteção contra as radiações, dificultam a passagem dos Raios X 
(absorvem as radiações), não permitindo a sensibilização da prata e, logo, se apresentam com as 
 
 
Dra. Luana Rodrigues Borboleta – Especialização 2006 
12 
tonalidades mais claras nas radiografias. No outro extremo em relação ao chumbo está o ar 
ambiente que não oferece nenhuma restrição a passagem das radiações, permitindo a sensibilização 
dos sais de prata com toda a intensidade. Radiologicamente se apresentam com as tonalidades 
escuras das chapas radiográficas. 
 
 
 
 
NÚMERO ATÔMICO DE ELEMENTOS DE INTERESSE RADIOLÓGICO 
 
ESTRUTURA ELEMENTO Nº ATÔMICO 
TECIDOS MOLES Hidrogênio 01 
 Gás Carbônico 06 
 Nitrogênio 07 
 Oxigênio 08 
 Média Tecido Mole 06 
 
TECIDO ÓSSEO Cálcio 20 
 Fósforo 15 
 Média Tecido Ósseo 14 
 
Emulsão Fotográfica Bromo 35 
 Prata 47 
 
Meios de Contraste Iodo 53 
 Bário 56 
 
Alvo da Ampola Tungstênio 74 
 
Meios de Proteção Chumbo 82 
 
As densidades radiológicas básicas são: metálica, óssea, de tecido mole ou de líquidos, de 
gordura e gasosa. 
 
 
Metálica 
 
Óssea 
 
Tecido mole 
 
Gordura 
 
Gasosa 
Fig. 9 – Esquema representativo das densidades radiológicas. 
 
As estruturas orgânicas quando radiografadas em razão de suas densidades teciduais podem 
adquirir diversas tonalidades radiográficas e podem ser divididas em estruturas Radiopacas e 
estruturas Radiolucentes. Estes conceitos de Radiopacidade e Radiolucência sempre devem ser 
relacionados entre si e entre as imagens que se apresentam adjacentes entre si, porém os OSSOS são 
as estruturas orgânicas RADIOPACAS por excelência e os PULMÕES, por conterem ar, são as 
estruturas orgânicas RADIOLUCENTES por excelência. 
A disposição dos órgãos no interior das cavidades corporais faz com que a tonalidades 
radiográficas se alterem pela sobreposição dos mesmos. Quando temos a sobreposição de dois 
elementos da mesma densidade tecidual (ex.: dois ossos sobrepostos) a alteração da tonalidade se dá 
pelo chamado Efeito de Adição, acarretando aumento na densidade e no contraste radiológico e 
diminuição do detalhe. Quando a sobreposição ocorre entre duas estruturas de densidades teciduais 
(ex.: sobreposição pulmonar com as costelas) diferentes a alteração se dá pelo Efeito de Subtração, 
ocorrendo diminuição do contraste e do detalhe e aumento da densidade radiológico. 
 
 
Dra. Luana Rodrigues Borboleta – Especialização 2006 
13 
10.3 – CONTRASTE RADIOLÓGICO 
 
Contraste radiológico é definido como a diferença numérica entre a relação logarítmica de 
duas densidades adjacentes. Em termos práticos, é a diferença entre as densidades radiológicas das 
partes ou das estruturas radiografadas. Pode-se afirmar que o Contraste é a diferença entre o preto, 
as diversas tonalidades de cinza e o branco. 
Entre os fatores que interferem no Contraste a quilovoltagem (Kv) é o mais significante, 
variando de maneira inversamente proporcional a esta. As radiações secundárias e o processo de 
revelação também influem no Contrate radiológico. 
 
11 – TECNICA RADIOGRÁFICA 
 
 A obtenção de boas radiografias pressupõe o uso de regimes radiológicos apropriados, com a 
adequada penetração das radiações, para a sensibilização dos filmes radiográficos. 
Dois fatores são fundamentais para a definição do regime radiológico: a região a ser 
radiografada e a sua espessura. A partir desses dois elementos, podemos definir os fatores de 
exposição [quilovoltagem (Kv), miliamperagem (mA) e o tempo de exposição(s)] a partir da 
seguinte fórmula matemática: 
 
Kv = E x 2 + cf 
 
onde: 
 
Kv = quilovoltagem; 
E = espessura da região, 
cf = constante do filme (sempre igual a 20). 
 
Uma vez conhecida a Kv, podemos chegar a mA, pois: 
 
para OSSOS a mA será igual a Kv; 
para VIAS AÉREAS a mA será 1/10 da Kv, e 
para ÓRGÃOS ABDOMINAIS e CORAÇÃO a mA será o dobro da Kv. 
 
O tempo de exposição para essa fórmula será sempre de 1 SEGUNDO. 
 
Através dessa fórmula conhecemos o regime radiológico a ser usado, porém o regime 
indicado poderá não ser o correto sob o ponto de vista de proteção tanto do operador como do 
paciente, pois poderemos obter radiações moles (40 a 60 Kv) ou intermediárias (60 – 80 Kv). 
Quando isso ocorrer será necessário uma adaptação do regime para que se use as radiações duras 
(80 – 100 Kv). A adaptação será conseguida através do seguinte artifício: somando-se 10 a Kv e se 
dividindo a mA pela metade, mantendo-se o tempo de 1 segundo. 
 
Exemplificando: 
Necessita-se radiografar um canino que sofreu atropelamento e há suspeita de fratura do 
fêmur direito. Medindo-se a espessura da região encontrou-se, em razão do edema, a região mede 
10 cm. 
 
 Estrutura a ser radiografada: fêmur de um canino 
 Espessura da região: 10 cm. 
 
 
Ao aplicarmos a fórmula, teremos: 
 
 
Dra. Luana Rodrigues Borboleta – Especialização 2006 
14 
 
Kv = E x 2 + cf 
 
Kv = 10 x 2 + 20 
 
Kv = 40 
 
FÊMUR  osso longo, portanto: mA = Kv e o tempo de exposição igual a 1 segundo. 
Assim teremos: 
 
Kv = 40 
mA = 40 
Tempo de exposição = 1 segundo. 
 
O valor encontrado para a Kv corresponde a faixa de radiações moles (patogênicas). Portanto 
deve-se buscar as radiações duras. Como fazer? Aplicando o artifício da soma e divisão. 
 
Kv mA Tempo de Exposição 
40 (radiação mole) 40 1 segundo 
50 (radiação mole) 20 1 segundo 
60 (radiação intermediária) 10 1 segundo 
70 (radiação intermediária) 5 1 segundo 
80 (radiação dura) 2,5 1 segundo 
90 (radiação dura) 1,25 1 segundo 
 
Pelos cálculos acima, o exame radiológico poderia usar os regimes apresentados em negrito. 
A qualidade radiográfica de qualquer um dos regimes obtidos será a mesma, o que está preservado é 
proteção contra as radiações do pessoal envolvido e do paciente. 
Porém o tempo de exposição é um tempo extremamente longo sob o ponto de vista 
radiológico em Med. Veterinária, pois o paciente neste espaço de tempo pode movimentar-se e 
inutilizar o exame radiográfico. Assim sendo, seremos, novamente, fazer uma adaptação do tempo 
para décimos ou centésimos de segundos. 
Em alguns aparelhos geradores de radiações X, mais sofisticados e permitem que se reduza o 
tempo de exposição e se utilize miliamperagem e quilovoltagem compatíveis com a redução, porém 
esses aparelhos são caros e não muito utilizados pela maioria dos Médicos Veterinários que 
utilizam, geralmente, os chamados aparelhos portáteis. Nestes aparelhos a Kv e mA são acopladas e 
há variação do tempo de exposição. 
Com a finalidade didática, exemplificaremos tomando por base o aparelho FNX 85.Este 
aparelho apresenta-se com os seguintes regimes: 
 
Tempo de Exposição (em segundos): 
0,1 – 0,15 – 0,25, - 0,4 – 0,6 – 0,8 – 1,0 – 1,5 – 2,0 – 3, 0 - 4,0 – 6,0 
 
Com 25 mA temos acopladas as seguintes Kv, no tempo de 1 segundo: 
40 - 50 - 55 
 
Com 20 mA temos acopladasas seguintes Kv, no tempo de 1 segundo: 
60 - 65 - 70 
 
Com 15 mA temos acopladas as seguintes KV, no tempo de 1 segundo: 
75 - 80 - 85 
 
 
Dra. Luana Rodrigues Borboleta – Especialização 2006 
15 
 
Para o exemplo dado anteriormente, radiografia do cão com suspeita de fratura do fêmur, os 
regime encontrado foi: 80 Kv, 2,5 mA com tempo de exposição de 1 segundo. 
Caso estivéssemos trabalhando com um aparelho FNX 85 teríamos que 80 Kv está acoplado 
com 15 mA em 1 segundo. No caso o regime estipulado pelo aparelho ultrapassa a necessidade para 
uma radiografia de qualidade. O regime necessário é alcançado pela aplicação de uma regra de tr6es 
simples. 
 
15 mA – 1 seg 
2,5 mA – x segundos 
Logo 
x = 2,5 x 1 
 15 
 
x = 0,16 segundos 
 
Então, no FNX 85, seria usado o seguinte regime: 
Kv = 80 
mA = 15 
Tempo de exposição: 0,16 segundos 
 
 
12 – PROJEÇÕES RADIOLÓGICAS 
 
O registro radiológico, a imagem, é a representação bidimensional (comprimento e largura) de 
uma estrutura tridimensional (comprimento, largura e profundidade) e, em assim sendo, ele não 
condiz inteiramente com a realidade. Para superar essa deficiência e para que se tenha um exame 
radiológico seguro é obrigatório a realização de, pelo menos, duas projeções radiológicas e que elas 
sejam perpendiculares entre si. A não observância desse princípio ocasiona graves erros de 
interpretação e, portanto, laudos radiológicos totalmente errôneos. 
 
 
 
Fig. 10 – Esquema representativo da importância da realização dos 
estudos radiográficos com, no mínimo, duas projeções radiológicas 
perpendiculares entre si. 
 
 
 
 
Dra. Luana Rodrigues Borboleta – Especialização 2006 
16 
 
 
Fig. 11 - Radiografia Lateral da região torácica de um canino. 
 
 
 
Fig. 12 – Radiografia ventrodorsal (VD) 
da região torácica de um canino. 
 
Como regra geral, devemos posicionar os pacientes de forma mais anatômica possível e 
quando a espessura não é muito significativa, como, por exemplo, nos exames patelares de caninos, 
podemos usar a projeção que dê mais conforto para o paciente. 
São usados dois termos sendo que o primeiro indica qual a face pela qual o feixe dos raios X 
penetra no corpo do paciente e o segundo aquela pelo qual ele emerge, onde está colocado o filme 
radiológico. 
Apresentaremos inicialmente as projeções radiológicas para pequenos animais e, 
posteriormente, as utilizadas em eqüinos uma vez que nesta espécie somos obrigados a realizar uma 
série de projeções para uma completa exploração radiológicas das articulações dos membros, 
dividindo-as em BÁSICAS e ACESSÓRIAS. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dra. Luana Rodrigues Borboleta – Especialização 2006 
17 
PEQUENOS ANIMAIS - BÀSICAS 
 
 VENTRODORSAL (VD) – os raios X penetram pelo ventre e emergem pelo dorso do 
paciente. O paciente, na maioria das ocasiões, está em decúbito dorsal. 
 
 DORSOVENTRAL (DV) – os raios X penetram pelo dorso e saem pelo ventre do 
paciente. O decúbito do paciente é o ventral. 
 
 LATERAL DIREITA (Lat. D) – as radiações X incidem pela parede lateral direita e 
emergem pela parede lateral esquerda. O decúbito é o lateral esquerdo. 
 
 LATERAL ESQUERDA (Lat. E) - as radiações X incidem pela parede lateral esquerda 
e emergem pela parede lateral direita. O decúbito é o lateral direito. 
 
Alguns autores utilizam a nomenclatura para as projeções Laterais a terminação Látero 
Lateral, especificando se é Direita ou Esquerda. Tal fato deve-se em razão de que podemos realizar 
projeções Laterais com obliqüidade com o objetivo de tornar mais pronunciado uma determinada 
região de um órgão ou um acidente anatômico ósseo. A obliqüidade pode se dar no sentido cranial 
ou no sentido caudal. Para que não haja confusão é aconselhável que as projeções Laterais Oblíquas 
sejam consideradas projeções diferenciadas das Laterais, com abreviações próprias, e que sejam 
usadas como projeções acessórias. Assim teremos: Lateral Oblíqua Direita Anterior ou Cranial 
(Lat. ODA ou LODCr) as radiações X penetram pela parede lateral direita com obliqüidade no 
sentido crâneo-caudal, Lateral Oblíqua Direita Posterior ou Caudal (Lat. ODP ou LODCa) as 
radiações X penetram pela parede lateral direita com obliqüidade no sentido caudo-cranial, Lateral 
Oblíqua Esquerda Anterior ou Cranial (Lat. OEA ou LOECr) as radiações X penetram pela 
parede lateral esquerda com obliqüidade no sentido crâneo-caudal e Lateral Oblíqua Esquerda 
Posterior ou Caudal (Lat. OEP ou LOECa) as radiações X penetram pela parede lateral esquerda 
com obliqüidade no sentido caudo-cranial. 
 
 ANTERO-POSTERIOR (AP) – usada para designar as projeções radiológicas utilizadas 
para os estudos dos membros dos animais. As radiações penetram pela face anterior e 
emergem pela face posterior dos membros. Alguns autores utilizam esta nomenclatura 
para os exames que se realizam da porção proximal até o carpo ou tarso, utilizando a 
designação DORSO-PALMAR/PLANTAR (D-P) para os exames radiológicos das 
porções distais dos membros dos animais. 
 
 PÓSTERO-ANTERIOR (PA) - usada para designar as projeções radiológicas utilizadas 
para os estudos dos membros dos animais. As radiações penetram pela face posterior e 
emergem pela face anterior dos membros. Alguns autores utilizam esta nomenclatura para 
os exames que se realizam da porção proximal até o carpo ou tarso, utilizando a 
designação PALMO/PLANTAR-DORSAL (P-D) para os exames radiológicos das 
porções distais dos membros dos animais. 
 
 LÁTERO-MEDIAL (LM) – usada para designar os estudos radiográficos realizados nos 
membros dos animais nos quais as radiações penetram pela face lateral (externa) e 
emergem na face medial (interna) dos membros. 
 
 MÉDIO-LATERAL (ML) - usada para designar os estudos radiográficos realizados nos 
membros dos animais nos quais as radiações penetram pela face medial (interna) e 
emergem na face lateral (externa) dos membros. 
 
 
 
Dra. Luana Rodrigues Borboleta – Especialização 2006 
18 
PEQUENOS ANIMAIS - ACESSÓRIAS 
 
Em alguns exames radiológicos somos obrigados a posicionar o paciente de maneira especial, 
pois estas projeções ajudarão a interpretação radiológica. Tais projeções são chamadas de 
ACESSÓRIAS e o seu uso não dispensa a utilização das projeções básicas. As projeções oblíquas, 
vistas anteriormente, são algumas das projeções radiológicas acessórias. As outras, de maior 
importância são: 
 
 LATERAL ou MEDIAL FLEXIONADA – projeção própria para o estudo radiológico 
das articulações localizadas nos membros dos pacientes. A flexão da articulação deve 
obedecer os seus limites fisiológicos, não podendo ocorrer uma hiper-flexão articular. 
 
 RADIOGRAFIA de STRESS – são aquelas em que a articulação que está sendo 
estudada está no máximo de um de seus movimentos articulares. São cinco (5) as 
manobras básicas para se provocar o stress articular: tração, rotação, forças em sentido 
contrário, com o auxílio de um bastão e hiperflexão/hiperextensão. Essas manobras 
devem ser realizadas com o máximo cuidado para não agravar a lesão existente. Para estes 
exames é recomendado que se realize a(s) manobra(s) de stress a ser usada antes da 
tomada radiográfica com a finalidade de se verificar o grau de resistência do paciente em 
relação aos deslocamentos articulares. Quando o animal acusa resistência a aplicação 
mínima das forças, não se recomenda-se o uso destes exames radiológicos. Quando o 
animal permite a aplicação das forças deve-se usar sedativos/tranqüilizantes/anestésicos 
tendo em vista que se trata de técnica muito dolorosa. 
 
 
Fig. 13 – Forças para causar as manobras de stress articular, onde: 
1 – Tração 2 – Rotação 3 – Forças em sentido contrário 
4 – Com auxílio de um bastão 5 – Hiperflexão/Hiperextensão 
 
 FROG LEG – trata-se de um posicionamento acessório que permite o estudo da 
articulação coxo-femoraldos animais de pequeno porte. Através dessa projeção não é 
aconselhável o exame radiológico da articulação com a finalidade de interpretação para 
Displasia Coxo-femoral. Seu principal uso é para as avaliações de pequenos 
deslocamentos da articulação. Para a sua realização posiciona-se o paciente, anestesiado, 
em decúbito dorsal, portanto uma projeção VD, incidindo o Raio Central exatamente num 
ponto intermediário de uma linha imaginária que liga as duas cabeças femorais deixando-
se que os membros, num movimento de abdução, se aproximem do filme radiográfico por 
ação da força da gravidade. 
 
 
 
 
Dra. Luana Rodrigues Borboleta – Especialização 2006 
19 
 RADIOGRAFIAS POSTURAIS – são projeções Laterais, VD e DV nas quais o paciente 
está colocado em estação, no caso das Laterais, ou, então, ereto pelos membros, no caso 
da VD e da DV. São utilizadas para otimizar a interface entre líquidos/gases, podendo 
estes estarem livres em alguma cavidade corpórea (ex.: hidrotórax, pneumotórax, ascite) 
ou confinados em algum órgão oco (ex. dilatação gástrica aguda). Estes estudos 
radiográficos também apresentam grande utilidade para a interpretação exata das 
deformações dos membros, pois os mesmos estarão suportando o peso do paciente. Nestes 
casos as projeções deverão ser AP, PA, Lat. e Medial. 
 
 
 
 
Fig. 14 – Representação da projeção postural lateral em estação. 
 
 
 
 
Fig. 15 – Representação da projeção postural, 
VD com o paciente ereto pelos membros torácicos. 
 
 
 
 
 
 
Dra. Luana Rodrigues Borboleta – Especialização 2006 
20 
EQÜINOS 
 
A maioria dos exames radiológicos em eqüinos são realizados para estudos de alterações 
ósseas que se localizam nos membros e no segmento cervical da coluna vertebral. As demais 
regiões devido a espessura exigem aparelhos potentes e de alto custo financeiro, o que inviabiliza a 
utilização deste meio auxiliar de diagnóstico na rotina veterinária. 
O estudo radiológico dos membros dos eqüinos exige a realização de diversas projeções 
radiográficas, porém o princípio fundamental de se realizar duas projeções perpendiculares entre si 
está mantido. Uma vez realizadas e avaliadas estas duas incidências é se que parte para a realização 
das demais projeções, muitas delas obedecendo angulações específicas para a incidência do Raio 
Central. A realização de 5,6 ou mias projeções são freqüentes nos exames radiográficos de eqüinos. 
A terminologia das projeções radiológicas é variável, mudando de acordo com o autor, de 
acordo com o país do autor e, muitas vezes, dentro de um mesmo país podemos encontrar 
denominações diferenciadas. 
Para esta espécie não dividiremos as projeções em básicas e acessórias e, sim , indicaremos as 
projeções necessárias para o estudo dos diversos ossos e articulações dos membros torácicos e 
pélvicos. 
A Figura 13 mostra um eqüino com os diversos termos utilizados para denominar as projeções 
radiográficas. 
 
 
Fig. 16 – Esquema representativo dos diversos termos utilizados nas projeções radiológicas, onde: 
 
1 – Dorsal 
2 – Ventral 
3 – Rostral 
4 – Cranial/Anterior: Desde a articulação escápulo-umeral (encontro) até a articulação carpiana (joelho). 
5 – Caudal/Posterior: Desde o codilho (axila) até a articulação carpiana (joelho) 
6 – Dorsal/Anterior: Desde a articulação carpiana (joelho) até sola do pé. 
7 – Palmar/Posterior: Desde a articulação carpiana (joelho) até a 3ª falange. 
8 – Cranial/Anterior: Desde a articulação fêmuro-tibio-patelar (joelho anatômico) até a articulação tarsiana (jarrete) 
9 – Caudal/Posterior: Na face posterior do membro na altura da articulação do joelho anatômico 
até o jarrete. 
10 – Dorsal/Anterior: Desde o jarrete até a sola do pé, pela face anterior do membro. 
11 – Plantar/Posterior: Desde o jarrete até a sola do pé, pela face posterior do membro. 
12 – Proximal: Desde a articulação carpiana (joelho) e da tarsiana (jarrete) em direção ao dorso do animal. Usada para 
definir os ângulos a serem usados. 
13 – Distal: Desde a articulação carpiana (joelho) e da tarsiana (jarrete) em direção ao chão.Usada para definir os 
ângulos a serem usados. 
 
 
Dra. Luana Rodrigues Borboleta – Especialização 2006 
21 
As diversas projeções radiográficas usadas para os exames de membros de eqüinos se 
encontram bem descritas na literatura, porém, para os interessados nesta área, recomendamos o 
livro A GUIDE TO EQUINE FIELD RADIOGRAPHY escrito por Barbara J. Watrous e publicado 
pela Veterinary Learning Systems Co., Inc., Trenton, NJ, EUA, por sua abrangência, profundidade 
e simplicidade. 
 
 
 
12 – REQUISIÇÃO DE EXAMES RADIOLÓGICOS 
 
É bastante comum na prática veterinária a requisição de exames radiológicos, pois nem todos 
profissionais decidem-se em investir na aparelhagem radiográfica e optam em terceirizar o serviço. 
As requisições devem ser concisas e claras, pois caso contrário podemos ter exames radiográficos 
de qualidade técnica e sem nenhum valor interpretativo para o caso clínico em estudo. 
Exemplificando: solicitar exame radiológico da cavidade abdominal sem especificar a suspeita 
clínica é uma conduta extremamente errônea, além de demonstrar pouco conhecimento por parte de 
quem solicita o exame, uma vez que nesta cavidade estão localizados diversos órgãos com 
densidades diferenciadas que necessitam de regimes radiológicos diferentes para fornecerem boas 
imagens radiológicas. É desnecessário indicar as projeções radiológicas, pois esta é uma tarefa do 
Médico Veterinário que, seguido o princípio geral, opta pelo melhor posicionamento radiológico. 
Numa requisição radiológica deve, necessariamente, constar: 
 
 Identificação do paciente (espécie, raça, nome, idade, sexo, pelagem). 
 Identificação do proprietário. 
 Relato sucinto da história clínica. 
 Tratamento(s) já efetuado(s). 
 Suspeita clínica principal e, se houver, secundária(s). 
 Especificação do(s) órgão(s) a ser(em) estudado(s). 
 
13 - IDENTIFICAÇÃO DAS RADIOGRAFIAS 
 
As radiografias são registros fotográficos de uma determinada estrutura, num determinado 
momento e com determinadas condições intrínsecas e extrínsecas. Desta maneira é importante que 
todo o exame radiográfico seja perfeitamente identificado para que não as informações obtidas não 
venham a ser perdidas em razão da falta de dados. 
Existe uma convenção internacional de que a identificação radiográfica deve indicar o lado 
direito do paciente nas projeções VD/DV e AP/PA. Para as projeções laterais não existe nenhuma 
convenção. 
Uma das maneiras de se identificar o exame radiológico é imprimir no filme radiográfico, 
através de tipos (letras e números) de chumbo que são afixados no chassi radiográfico quando da 
realização da radiografia, os dados que identificarão o paciente. Existe uma técnica de identificar o 
filme radiográfico antes do processo de revelação, no interior da câmara escura. 
Na identificação radiográfica deverão constar, obrigatoriamente, os seguintes dados: 
 número do protocolo (ficha) de atendimento e 
 data do exame. 
Ainda pode constar na identificação o nome do paciente, espécie, idade, nome do 
estabelecimento clínico, a identificação dos membros e a projeção radiológica. 
 
 
 
 
 
 
Dra. Luana Rodrigues Borboleta – Especialização 2006 
22 
14 – MATERIAIS E EQUIPAMENTOS RADIOGRÁFICOS 
14.1 – FILME ou PELÍCULA RADIOGRÁFICA 
O filme ou película radiográfica, semelhante ao filme fotográfico, é composto de uma lâmina 
de poliester recoberta em ambas as faces por uma emulsão gelatinosa impregnada por cristais de 
prata finamente dispersos. Esses cristais quando sensibilizados por uma energia radiante tornam-se 
susceptíveis às transformações químicas que irão ocorrer durante o processo de revelação. 
As dimensões das películas radiográficas mais usadas em Medicina veterinária são 13 x18 
cm, 18 x 24 cm, 24 x 30 cm, 30 x 40 cm e 40 x 15 cm. 
 
 
 
 
 
 
Fig. 17 – Corte transversalde um filme radiográfico. 
 
14.2 – CHASSI ou CASSETE 
Chassi, ou cassete, é uma caixa de metal totalmente vedada e que em uma de suas faces é de 
alumínio (baixo número atômico) o que permite a passagem dos raios X. É usada para abrigar no 
seu interior o filme radiográfico e os écrans. 
 
14.3 – ÉCRANS ou TELAS INTENSIFICADORAS 
A impregnação dos cristais de prata pelas radiações X requer um tempo relativamente longo e 
isso é inconveniente, pois permite a movimentação do paciente, inviabilizando a imagem 
radiográfica. Para diminuir o tempo de exposição e tornar a imagem qualitativamente melhor é 
aconselhado o uso de Écrans ou Telas Intensificadoras. 
Os écrans consistem de uma base de plástico impregnada por cristais de tungstato de cálcio 
que são colocados dentro do chassi, ficando em íntimo contato com o filme radiográfico em seus 
dois lados. 
 
14.4 - GRADE ANTIDIFUSORA 
Os raios X ao interagirem com a estrutura radiografada emitem novas radiações X, 
denominadas de radiações secundárias, que diminuem o Detalhe radiográfico. Para superar essa 
deficiência são usadas as chamadas grades antidifusoras. 
As grades antidifusoras são finas placas (2-4 mm) constituídas de finas lâminas de chumbo 
intercaladas por um material radiolucente (plástico) que atuam como um filtro absorvendo as 
radiações secundárias. São colocadas entre o objeto a ser radiografado e o filme radiográfico 
(dentro ou fora do chassi). Algumas são estacionárias e outras, por fazerem parte da mesa 
radiográfica, nesse caso podem ser denominadas de bucky ou potter bucky, podem apresentar 
movimentos. 
 
Emulsão gelatinosa com cristais de prata dispersos 
Base de poliester 
Emulsão gelatinosa com cristais de prata dispersos 
 
 
Dra. Luana Rodrigues Borboleta – Especialização 2006 
23 
 
Fig. 18 – Esquema representativo da função das grades antidifusoras. 
 
 
14.5 - NEGATOSCÓPIO 
É o equipamento radiológico usado para a avaliação das chapas radiográficas. Constitui-se de 
uma caixa de metal com um visor de acrílico translúcido e com iluminação fria em seu interior. 
 
 
14.6 - CALHAS 
Posicionar perfeitamente um paciente para o exame radiográfico é uma das tarefas difícil, por 
isso é que se aconselha a utilização de calhas. Nos exames radiográficos para o estudo de Displasia 
Coxofemoral o uso desse equipamento é praticamente indispensável. 
As calhas podem ser de madeira, de plástico e, a melhor, de acrílico. 
 
14.7 - SACOS E BLOCOS DE POSICIONAMENTO 
Para auxiliar no posicionamento dos pacientes podemos usar sacos com areia no seu interior 
e, também, blocos de isopor cortados em diversas angulações. 
 
 
15 - PROCESSO DE REVELAÇÃO/FIXAÇÃO DOS FILMES RADIOGRÁFICOS 
O processo de revelação/fixação, um processo exclusivamente químico, das radiografias é a 
última etapa do exame radiológico antes da interpretação das imagens obtidas. Esse processo pode 
ser manual ou mecânico. Na prática veterinária é mais comum a revelação manual em razão do 
custo de uma reveladora automática bem como em razão do número de filmes que são revelados 
diariamente que não é muito grande que compense a relação custo-benefício. 
O processo de revelação, tanto manual como mecânico, é composto, seqüencialmente, por 
quatro estágios: a revelação, a lavagem, a fixação e a secagem. Quando manual os três primeiros 
estágios devem ser executados dentro da câmara escura que é um ambiente totalmente vedado. No 
interior da câmara escura também ocorre o carregamento e descarregamento dos chassis. 
Durante o estágio de revelação os cristais de prata sensibilizados pelos raios X se 
transformam em cristais de prata metálica negra, cuja a intensidade de coloração dependerá da 
intensidade com que as radiações X atingem o filme radiográfico. Durante o estágio de fixação as 
porções de prata não sensibilizada serão retiradas da emulsão gelatinosa e a sensibilizada será 
fixada nessa emulsão. 
 
16 - INTERPRETAÇÃO RADIOLÓGICA 
Uma vez que tenham sido seguidas corretamente todas as etapas para a obtenção das chapas 
radiográficas podemos passar a interpretar as imagem obtidas. 
Nesta etapa é importante que o profissional siga uma rotina bem definida e sem se preocupar 
em chegar ao radiodiagnóstico imediatamente. Este chegará quando todos os aspectos forem 
 
 
Dra. Luana Rodrigues Borboleta – Especialização 2006 
24 
visualizados, interpretados e diferenciados entre as diversas moléstias que podem apresentar 
imagens similares. O radiodiagnóstico é o somatório de todas as informações obtidas nas chapas 
radiográficas avaliados conjuntamente como os dados obtidos no exame clínico, na anamnese e nos 
resultados laboratoriais. 
 
Uma rotina de interpretação deve incluir: 
a - avaliação da qualidade da chapa radiográfica; 
b - buscar imperfeições na chapa radiográfica e o seu grau de envolvimento com a imagem; 
c - efetuar a interpretação de todas as imagens contidas na chapa radiográfica. Não devemos 
nos deter somente na estrutura sujeita ao exame e, sim, em todas as demais que integram a chapa 
radiográfica, pois nelas poderemos obter dados mais conclusivos que aqueles encontrados no órgão 
examinado; 
d - se necessário, comparar as imagens obtidas no exame com aquelas sabidamente normais, e 
f - sempre interpretar as radiografias no negatoscópio, na penumbra, e após estarem 
totalmente secas. 
 
Durante a interpretação devemos dar atenção aos seguintes aspectos: 
1 - Posicionamento anatômico das estruturas orgânicas. 
2 - Volume das estruturas radiografadas. 
3 - Linhas de contorno dos órgãos. 
4 - Forma dos órgãos. 
5 - Funcionabilidade orgânica. 
6 - Radiodensidade tecidual. 
7 - Linhas estruturais orgânicas. 
 
17 - LAUDO RADIOLÓGICO OU RADIODIAGNÓSTICO 
O Laudo Radiológico, ou Radiodiagnóstico, é o último passo do exame radiológico, se trata 
da descrição das alterações orgânicas encontradas na chapa radiográfica. 
A emissão de um Laudo não significa a definição de um diagnóstico e, sim, mais um auxílio 
na formação desse diagnóstico, juntamente com os outros dados de outros exames e informações 
colhidas durante a anamnese, possibilitarão se chegar a um diagnóstico e tratamento. 
Do Radiodiagnóstico consta a descrição das lesões encontradas, sua compatibilidade com as 
diversas enfermidades e aspectos diferenciais entre as moléstias e as imagens encontradas. Mesmo 
que o exame radiológico seja realizado internamente em uma Clínica ou num Hospital Veterinário é 
recomendado que se faça o Laudo Radiológico a fim de se ter um documento para posteriores 
consultas. 
A seguir apresenta-se, como sugestão, o Laudo Radiológico adotado no Setor de 
Radiodiagnóstico do Hospital de Clínicas Veterinária da faculdade de Veterinária da Universidade 
Federal de Pelotas. 
 
LAUDO RADIOLÓGICO 
 
1 - IDENTIFICAÇÃO do PACIENTE 
 Espécie: 
 Raça: 
 Sexo: 
 Idade: 
 Nome: 
 Nome do Proprietário: 
 Ficha n
o
: 
 Data: 
 Médico Veterinário requisitante: 
 
 
Dra. Luana Rodrigues Borboleta – Especialização 2006 
25 
2 - DESCRIÇÂO DOS ACHADOS RADIOLÓGICOS 
 
3 - RADIODIAGNÓSTICO 
 Os sinais radiológicos encontrados são compatíveis com: 
 
4 - OBSERVAÇÕES: 
 
 Médico Veterinário: 
 CRMV - RS n
o:
 
 
18 - PROTEÇÂO RADIOLÓGICA e DOSIMETRIA 
Os Raios X desde sua descoberta vêm sendo utilizados largamente na área médica e ao longo 
destes anos ficaram bem definidos os efeitos deletérios que eles podem causar as células de um 
organismo quando com elas interagem. Estes efeitos se manifestam pelo acúmulo de radiações 
retidas no organismo e, na maior parte das lesões, são irreversíveis. Tendo em vista tal situação é 
que existem leis que regem o uso dos Raios X e determinam uma série de medidas para a proteção 
tanto do pessoal operacional como dos pacientes. 
 
As radiações X podem causar três tipos de efeitos biológicos, a saber: 
 
a) EFEITO SOMÁTICO: leva a um processo inflamatório, retarda o crescimentocelular e causa lise tecidual. Geralmente é superficial e pode ser tratado 
adequadamente. 
b) EFEITO GENÉTICO: ao atuar diretamente na cadeia do DNA, rompendo-a, 
cria novos códigos genéticos e aumenta o índice de mutações genéticas, podendo 
produzir anormalidades em futuras gerações. 
c) EFEITO CARCINOGÊNICO: vem a ser uma conseqüência do efeito genético 
por exposições prolongadas temporalmente aos Raios X. 
 
Entre as alterações mais comuns causadas pelas radiações X, citamos 
 
a) LESÕES SUPERFICIAIS 
 Radiodermatite 
 Epilação 
 
b) LESÕES HEMATOPOIÉTICAS 
 Linfopenia 
 Leucopenia 
 Anemia 
 Leucemia 
 Redução na taxa de anticorpos 
 
c) LESÕES CARCINOGÊNCIAS 
 Carcinomas 
 Sarcomas 
 Osteossarcomas 
 
d) LESÕES GENÉTICAS 
 Mutações genéticas 
 Aberrações cromossômicas 
 
 
 
Dra. Luana Rodrigues Borboleta – Especialização 2006 
26 
e) OUTRAS LESÕES 
 Catarata 
 Esterilização, parcial ou total 
 
Em Medicina Veterinária é muito comum os profissionais negligenciarem o uso de 
equipamentos que permitem uma efetiva proteção contra as radiações X. Em recentes pesquisas 
realizadas na Inglaterra ficou constatado que os Veterinários possuem um potencial de exposição as 
radiações, portanto de absorção de Raios X, muito maior que Médicos e Dentistas em razão do tipo 
de paciente com que tratamos. Desta forma, é indispensável que tenhamos sempre presente a 
necessidade de utilizarmos todos os equipamentos e práticas de proteção contra as radiações X. 
 
18.1 – EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO 
Os equipamentos indispensáveis para qualquer serviço radiológicos são: aventais, luvas, 
biombos, vidros, colares protetores da tireóide que possuem uma camada pumblífera. Tais 
equipamentos são encontrados comercialmente. 
Nas salas onde se realizam os exames radiológicos as paredes devem ser recobertas até, pelo 
menos, 1 metro e meio com uma camada de chumbo com espessura mínima de 0,5 cm. 
 
 
18.2 – PRÁTICAS DE PROTEÇÃO CONTRA AS RADIAÇÕES 
Com o intuíto de minimizar ao máximo o risco de exposição aos Raios X, as seguintes 
precauções devem ser tomadas: 
 Avaliar se o exame radiológico é realmente necessário; 
 Decidir se a melhor contenção do paciente é a medicamentosa ou a manual. Neste 
particular não deve entrar em consideração os custos de uma contenção medicamentosa; 
 Colimar o feixe de raios X através de cones e/ou diafragmas; 
 Dirigir, sempre que possível, o feixe primário das radiações em direção ao chão; 
 Diminuir ao máximo o tempo de exposição; 
 Procurar usar a menor mA e a maior Kv possíveis; 
 Quando da contenção manual, solicitar aos proprietários que auxiliem; 
 Distanciar-se, no mínimo, 2 metros da fonte de radiação; 
 Os equipamentos de proteção não devem apresentar rachaduras por onde as radiações 
possam se infiltrar; 
 Nunca emitir radiações de forma desnecessária; 
 NÃO PERMITIR A PRESENÇA DE GESTANTES E CRIANÇAS NO LOCAL 
DURANTE A REALIZAÇÃO DOS EXAMES RADIOLÓGICOS; 
 NÃO RADIOGRAFAR GESTANTES QUE NÃO TENHAM ULTRAPASSADO O 
TERÇO INICIAL DO PERÍODO GESTACIONAL, e 
 Usar sempre o dosímetro. 
 
O controle do uso de radiações, no Brasil, está sob a responsabilidade da Comissão Nacional 
de Energia Nuclear (CNEN) e qualquer serviço de Radiologia deve estar registrado neste órgão. 
O controle da absorção das radiações X é feito através de um equipamento denominado de 
dosímetro e este equipamento deve ser enviado mensalmente para o CNEN para a aferição da 
quantidade de radiações absorvidas no período. 
A unidade usada para exprimir as doses biológicas resultantes da exposição às radiações 
ionizantes é denominada de rem (roentgen-equivalent-man) e existe uma Dose Máxima Permitida 
(DMP). Para o corpo, como um todo, a DMP é de 0,1 rem/semana ou 5 rem/ano. Quando há 
ultrapassagem da DMP o pessoal que trabalha com radiações X deve ser afastada imediatamente do 
serviço por um considerável período de tempo (geralmente não inferior a 6 meses). 
 
 
 
Dra. Luana Rodrigues Borboleta – Especialização 2006 
27 
RADIOLOGIA ÓSSEA 
 
 
 
1 - INTRODUÇÃO 
 
A Radiologia é essencial para o estudo dos processos patológicos que envolvem os ossos. 
Suas informações capacitam ao profissional formar seu diagnóstico, tomar decisões terapêuticas e 
acompanhar a evolução do caso clínico. Em alguns casos, como nas fraturas, é o Meio mais preciso 
para estabelecer o diagnóstico e, por conseqüência, o melhor tratamento para restabelecer a 
normalidade. 
Entre as vantagens do uso da Radiologia no estudo dos processos patológicos ósseos está o 
fato de que ela não é um método invasivo, isso é, não há necessidade da manipulação direta dos 
tecidos atingidos. Dessa forma há redução do risco de complicações posteriores uma vez que 
diminuem consideravelmente a incidência de agressores externos sobre o tecido ósseo e sobre o 
organismo em geral. 
Apesar de suas reconhecidas vantagens no auxílio ao diagnóstico é importante que os 
profissionais veterinários tenham sempre presente que a Radiologia não auto suficiente e apresenta 
várias limitações. A conclusão final, o diagnóstico, sempre deverá ser feita a partir dos dados 
colhidos na anamnese, nos exames físicos, nos exames laboratoriais e, quando for o caso, nos 
exames histopatológicos. 
O tecido ósseo é susceptível a inúmeros agentes agressivos (traumáticos, infecciosos, 
neoplásicos, deficiências alimentares, metabólicos, entre outros) e a sua resposta à esses agentes é 
bastante limitada, geralmente produção óssea (atividade osteoblástica) ou lise óssea ( atividade 
osteoclástica ou osteólise). Essa característica faz com que, em muitas ocasiões, as imagens 
radiológicas de lesões etiologicamente distintas se apresentem bastante similares, dificultando a 
interpretação das radiografias e o radiodiagnóstico. 
As transformações ósseas em resposta as agressões sofridas necessitam de um razoável tempo 
para se manifestarem radiologicamente e é comum que pacientes apresentem sinais clínicos de 
enfermidades ósseas e os exames radiológicos não apresentem imagens alteradas uma vez que as 
reações osteoblásticas e osteoclásticas ainda não são suficientes para causarem diferenças na 
densidade radiográfica da estrutura óssea. 
 
 
 
PERÍODO DE LATÊNCIA PARA O APARECIMENTO DAS ALTERAÇÕES 
RADIOGRÁFICAS EM ALGUMAS PATOLOGIAS 
 
Necrose Asséptica da Cabeça Femoral - 1 mês a 2 anos 
Osteomielite - 10 a 14 dias 
Osteoartropatia - 1 - 6 meses 
Neoplasia - 1 - 6 meses 
Osteíte deformante - 6 meses a 2 anos 
Fratura de stress - 1 semana a 3 meses 
Osteoma - 6 meses a 2 anos 
Osteoporose - perda de 30-60% do Ca 
Destruição de corpo vertebral - tamanho mínimo de 15 mm 
 
Um dos principais requisitos para uma interpretação radiográfica consistente é a qualidade das 
radiografias e erros técnicos podem comprometê-la tanto quanto o conhecimento clínico do 
 
 
Dra. Luana Rodrigues Borboleta – Especialização 2006 
28 
profissional. São diversos os fatores que interferem na qualidade radiográfica óssea e esses fatores 
merecem especial atenção quando da realização das radiografias. 
O contraste, o detalhe e a densidade radiográfica estão entre os principais fatores a serem 
considerados na avaliação técnica de radiografias óssea. 
O contraste, estabelecido pelas diferentes densidades das estruturas radiografadas, é pré-
determinado uma vez que resulta na absorção das radiações X por parte dessas estruturas. Os ossos, 
por sua composição mineral, são, entre as estruturas orgânicas, os materiais radiopacos por 
excelência se traduzem radiologicamente pela sua tonalidade branca. 
O detalhe, grau de nitidez da estrutura radiografada, não esta pré-determinada e, portanto, 
sujeita à variações induzidas por diversos fatores como: tipo de filme, regimes radiográficos, 
processamento das películas e imobilidade do paciente. 
Os ossos, principalmente os longos, não são homogêneos na sua composição e são formados 
por regiõesque recebem as denominações de osso compacto (região cortical) e osso esponjoso 
(cavidade medular). Por causa dessa característica, eles normalmente se apresentam com diferentes 
densidades radiológicas e, maioria dos processos patológicos, elas se alteram. A densidade é dada 
pelo grau de absorção dos raios X. 
Assim sendo, a interpretação dos exames radiológicos ósseo é, ao mesmo tempo, fácil e 
difícil. Fácil porque o osso é facilmente reconhecido radiologicamente e difícil porque suas 
respostas são limitadas. Dessa forma, a interpretação deve ser cuidadosa e cautelosa sob pena de se 
incorrer em falsos radiodiagnósticos. 
 
2 - POSICIONAMENTO DO PACIENTE E PROJEÇÕES RADIOLÓGICAS 
 
O posicionamento correto do paciente é um dos principais fatores a ser observado quando da 
realização do exame radiológico e incorreções nele poderão acarretar a perda das radiografias pois 
comprometem a interpretação. Sempre que o estado físico do paciente permitir é recomendado o 
uso de sedativos/tranqüilizantes pois esses permitem uma manipulação eficiente do animal. 
O exame radiológico ósseo é sempre realizado a partir de, no mínimo, 2 projeções 
radiológicas perpendiculares entre si. Muitas vezes será necessário a realização de outras projeções 
a fim de complementar a interpretação inicial e, então, serão usadas as projeções oblíquas, 
flexionadas, sky line, frog leg e de stress. 
As projeções rotineiras para ossos que não pertencem aos membros são as VentroDorsal 
(VD), DorsoVentral (DV) e Laterais. Para os membros, as projeções de rotina são: AnteroPosterior 
(AP), PosteroAnterior (PA), Lateral e Medial. 
 
3 - AS ESTRUTURAS ÓSSEAS E SUAS CARACTERÍSTICAS RADIOLÓGICAS 
 
Os ossos são as estruturas orgânicas radiopacas por excelência, porém dentro dessa 
característica eles apresentam, fisiologicamente, zonas de maior ou menor densidade radiologia em 
razão da sua composição. Da região central para a periferia ósseas, nos ossos longos, encontramos 
as seguintes estruturas que possuem características radiológicas diferenciadas: 
 
CAVIDADE MEDULAR - região central que corresponde a parte esponjosa óssea e é onde 
está localizada a medula óssea. Nessa região se observam delicadas lâminas e espículas radiopacas, 
em variadas direções e se entre cruzando, no interior de uma região radiolucente. As lâminas e 
espículas formam o Padrão Trabecular Ósseo onde, na maioria das vezes, é a área inicial da 
manifestação das alterações radiológicas nos casos patológicos. São perceptíveis nas epífises e 
metáfises, tendendo ao desaparecimento nas diáfises ósseas. 
 
REGIÃO CORTICAL - região mais periférica e radiopaca. Nos ossos longos ela é espessa 
na e próximo da diáfise, adelgaçando-se para as extremidades, sendo especialmente lisa e densa nas 
superfícies articulares. 
 
 
Dra. Luana Rodrigues Borboleta – Especialização 2006 
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PERIÓSTEO - é uma lâmina de tecido conectivo fibroelástico reveste externamente a 
superfície óssea, exceto onde ele se encontra recoberto por cartilagem. Em estado normal é 
imperceptível radiologicamente porém quando agredido é capaz de proliferar formando um novo 
osso periosteal que se torna visível dentro de 7 a 10 dias após o traumatismo. 
 
 
 
4 - AS REGIÕES ÓSSEAS E SUAS CARACTERÍSTICAS RADIOLÓGICAS 
 
Os ossos longos, a partir das extremidades, apresentam 4 regiões anatômicas e que 
apresentam importância na interpretação dos exames radiológicos. 
 
EPÍFISE - está localizada nas extremidades ósseas e no momento do nascimento é 
cartilaginosa. Ao longo dos primeiros meses de vida ela sofre progressiva calcificação que pode ser 
acompanhada radiologicamente. Nos animais adultos, sua periferia é estreita e radiologicamente 
densa. Sua estrutura interna é formada por finas trabéculas, praticamente longitudinais. 
 
LINHA ou PLACA EPIFISIÁRIA - região localizada entre a Epífise e a Metáfise e é uma 
região importante quando da interpretação radiologia, pois caracteriza a maturidade do paciente. 
Nos animais jovens, em crescimento, essa região se apresenta como uma linha estreita e 
radiolucente que ocupa toda a largura óssea. Diz-se comumente que a Linha Epifisiária está aberta. 
Deve-se ter o cuidado de não confundí-la com linhas de fratura. Nos animais adultos, a placa 
epifisiária se apresenta consolidada, radiopaca, e diz-se que se apresenta fechada. 
A consolidação das Linhas Epifisiárias ocorre em tempos diferenciados nos diversos ossos. O 
profissional deve estar atento para tal fato pois ele determina, em muitas ocasiões, os procedimentos 
terapêuticos a serem tomados. Processos traumáticos que incidam sobre essa região em animais em 
crescimento podem determinar o seu fechamento precoce, acarretando alterações anatômicas 
ósseas. 
 
METÁFISE - corresponde a região onde acontecem as trocas ósseas que determinam o seu 
crescimento longitudinal. É formada por osso poroso a partir da Linha Epifisiária. 
 
DIÁFISE - constitui-se no corpo dos ossos. Nessa região está localizado o foramen 
nutricional que pode ser confundido com alteração patológica devido a sua radiolucência. 
 
O Padrão Trabecular Ósseo é mais proeminente na Metáfise e na Epífise e nos animais 
adultos não há uma divisão radiologicamente definida entre a Diáfise e a Metáfise. 
Fig. 1 - Representação das estruturas ósseas. 
 
 
Dra. Luana Rodrigues Borboleta – Especialização 2006 
30 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. 4 - Radiografias AnteroPosterior, demonstrando Linhas Epifisiárias. 
A - Linhas Epifisiárias distais do Rádio e Ulna, abertas. 
B - Linhas Epifisiárias distais do Rádio e Ulna, fechadas. 
 
 
Fig. 2 - Representação das regiões ósseas, onde: 
1 - Epífise 
2 - Linha Epifisiária 
3 - Metáfise 
4 - Diáfise 
Fig. 3 - Esquema representativo da 
Linha Epifisiária de uma animal 
jovem, onde: 
1 - Epífise 
2 - Linha epifisiária 
3 - Metáfise 
4 - Diáfise 
 
 
Dra. Luana Rodrigues Borboleta – Especialização 2006 
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4.1 - IDADE DE FECHAMENTO DE ALGUMAS LINHAS EPIFISIÁRIAS EM CANINOS 
 
LINHA EPIFISIÁRIA IDADE 
TUBEROSIDADE da ESCÁPULA 3 - 5 meses 
PROXIMAL do ÚMERO 10 meses 
DISTAL do ÚMERO 5 - 8 meses 
PROXIMAL do RÁDIO 5 - 8 meses 
DISTAL do RÁDIO 6 - 9 meses 
PROXIMAL da ULNA 5 meses 
DISTAL da ULNA 6 - 8 meses 
PROXIMAL do FÊMUR 6 - 9 meses 
DISTAL do FÊMUR 6 - 8 meses 
CRISTA da TÍBIA 6 - 11 meses 
DISTAL da TÍBIA 5 - 8 meses 
PROXIMAL da FÍBULA 6 - 10 meses 
DISTAL da FÍBULA 5 – 8 meses 
METATARSIANOS 5 - 7 meses 
 
 
5 - RESPOSTAS ÓSSEAS ÀS AGRESSÕES SOFRIDAS 
Os ossos, como referido anteriormente, sofrem inúmeras agressões e as respondem de forma 
limitada. De forma geral, as respostas são percebidas radiologicamente através dos seguintes sinais: 
 
5.1 - DIMINUIÇÃO DA DENSIDADE ÓSSEA 
É conseqüência de diversas patologias (traumáticas, metabólicas, infecciosas e neoplásicas) 
pode ocorrer a reabsorção óssea que, radiograficamente, se traduz pela diminuição da densidade 
radiologia. Os padrões trabeculares tornam-se indistintos ou, até mesmo, desaparecem. A 
diminuição da densidade pode se localizar apenas em uma região óssea, em toda sua estrutura ou 
ser generalizada por todo o esqueleto, na dependência da etiologia. 
 
5.2 - AUMENTO DA DENSIDADE ÓSSEA 
Está associada a processos onde ocorre aumento da mineralização óssea. O termo 
ESCLEROSE é a terminologia usada para caracterizar o aumento da densidade radiográfica óssea. 
Áreas de esclerose e de diminuição da densidade podem ser observadas concomitantemente em um 
mesmo osso. 
 
 
 
Fig. 5 - Encurvamento do Rádio 
decorrente de traumatismo na 
Linha Epifisiária que determinou 
seu fechamento precoce. 
 
 
Dra. Luana Rodrigues Borboleta – Especialização 2006 
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5.3 - REAÇÃO PERIOSTEAL 
O periósteo reage de diversas maneiras as agressões sofridas pelos ossos e a interpretação de 
sua integridade é fator essencial nasavaliações das patologias ósseas. Como essa reação está 
presente em inúmeras patologias ósseas a trataremos no desenvolvimento desse trabalho. 
 
5.4 - ALTERAÇÕES DE TAMANHO, FORMA e CONTORNO 
Os ossos geralmente apresentam-se alterados em seu tamanho e forma como decorrência de 
enfermidades acontecidas durante o seu período de crescimento e, também, como decorrência do 
processo de reparação óssea em casos de fratura. 
 
5.5 - ALTERAÇÕES NO PADRÃO TRABECULAR 
O padrão trabecular é claramente perceptível em ossos normais nas epífises e metáfises ósseas 
e tendem a desaparecer nas diáfises. Alterações no padrão trabecular, muitas vezes, será o primeiro 
sinal radiológico da presença de uma patologia. 
 
 
6 -AVALIAÇÃO RADIOLOGIA PARA CARACTERIZAR A AGRESSIVIDADE DAS 
PATOLOGIAS ÓSSEAS 
Raramente um radiodiagnóstico é feito somente com base nos sinais radiológicos 
apresentados pelo paciente e as fraturas são um raro exemplo disso. Porém, muitas vezes, esse 
radiodiagnóstico poderá estar incompleto uma vez que alterações advindas das próprias fraturas, da 
sua redução e da sua reparação necessariamente devem ser levadas em conta para uma conduta 
clínica correta. 
A maioria das enfermidades ósseas, devido a restrita resposta desse para as agressões que 
sofre, são similares nos seus aspectos radiológicos e, portanto, torna-se imprescindível a avaliação 
das leões ósseas no que diz respeito ao seu caráter de agressividade. 
Pela determinação da agressividade da patologia ósseas é possível elaborar-se uma lista de 
diferentes patologias ósseas que, em combinação com a história clínica, sintomatologia, exames 
físicos do paciente, dados de outros meios auxiliares de diagnóstico, permitirá ao profissional 
chegar ao seu diagnóstico final. 
Com a finalidade de determinar o caráter de agressividade das lesões ósseas é recomendado 
que avaliação radiologia seja orientada para a determinação de diversos sinais. 
 
6.1 - ENVOLVIMENTO ÓSSEO 
Uma lesão óssea pode ser generalizada (envolver todo o esqueleto de maneira similar), focal 
(envolver um só ossos e em uma área definida) e multifocal (envolvendo múltiplas áreas de um só 
osso ou diversos ossos). 
O envolvimento ósseo generalizado geralmente está associado a enfermidades de fundo 
metabólico ou nutricional. 
O envolvimento focal na maioria das vezes está relacionado a neoplasias ósseas primárias 
com lesões solitárias e a processos infecciosos decorrentes feridas contaminadas, infecções de 
tecidos moles e manipulação cirúrgica.. 
Neoplasias metastáticas e infecções determinadas por fungos geralmente determinam lesões 
ósseas multifocal. 
 
6.2 - ALTERAÇÕES NA APARÊNCIA RADIOGRÁFICA NAS LESÕES ÓSSEAS 
A avaliação das alterações na aparência no desenvolvimento das patologias ósseas é obtidas 
pelo de estudo radiográfico seqüencial. Lesões tipicamente agressivas (neoplasias malignas) 
apresentam grandes diferenças nas imagens da lesão nesse estudo, enquanto que nas lesões não 
agressivas (neoplasias benignas) as diferenças de imagem são diminutas ou muitas vezes não 
ocorrem. 
 
 
Dra. Luana Rodrigues Borboleta – Especialização 2006 
33 
O estudo seqüencial radiológico é importante para o acompanhamento da efetividade 
terapêutica. 
 
6.3 - PADRÕES DE DESTRUIÇÃO ÓSSEA 
A lise óssea se manifesta radiologicamente como uma diminuição da radiopacidade e, 
aproximadamente, 30-50% da estrutura óssea deve estar destruída para que haja uma manifestação 
radiologia. 
Radiologicamente existem três padrões de lise óssea. 
 
6.3.1 - PADRÃO GEOGRÁFICO 
Caracterizado por uma área única, grande e bem definida de lise ou, então, por poucas, 
grandes, bem definidas e confluentes áreas de destruição óssea. Não há comprometimento da área 
óssea adjacente e a divisão entre o osso normal e o anormal está claramente demarcado por uma 
zona esclerótica que sugere o confinamento da lesão e geralmente ocorre na região medular. Esta 
ligada às lesões ósseas benignas ou de baixa agressividade, como cistos e abcessos ósseos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
6.3.2 - PADRÃO TIPO COMIDA DE TRAÇA 
Se caracteriza por múltiplas áreas de lise de tamanho moderado e não uniformes. A lesão não 
está bem demarcada e a destruição cortical geralmente está presente. Está presente em neoplasias de 
agressividade moderada e em osteomielite aguda. Pode ocorrer fraturas patológicas no local. 
 
 
 
 
Fig. 6 - Radiografia demonstrando o padrão de destruição 
radiográfico geográfico decorrente de um abcesso ósseo. 
Fig. 7 - Radiografia demonstrando o padrão de destruição 
radiográfico tipo comida de traça decorrente de uma 
processo neoplásico ósseo. 
 
 
Dra. Luana Rodrigues Borboleta – Especialização 2006 
34 
6.3.3 - PADRÃO PERMEATIVO 
Se caracteriza múltiplos e uniformes pequenos pontos de lise óssea. Envolve a o periósteo, 
que se apresenta descontínuo, e as regiões cortical e medular. Está presente em lesões ósseas 
altamente agressivas, tanto neoplásicas como infecciosas. 
 
 
 
 
 
 
Outras características radiológicas determinadas pela agressividade das patologias ósseas, 
como o envolvimento do periósteo, será vistas quando de suas especificidades. 
 
7 - INTERPRETAÇÃO DAS RADIOGRAFIAS ÓSSEAS 
A interpretação das radiografias ósseas devem ser realizadas de forma metódica e seguindo 
uma rotina para que nenhum sinal passe desapercebido. A rotina a seguir descrita é recomendada 
para tal fim. 
 
DADOS DA ANAMNESE 
- Espécie 
- Raça 
- Idade 
- Sexo 
- Queixa principal 
- Quando surgiram os primeiros sinais ? 
- Queixa(s) secundária(s) 
- 1º episódio ou episódio recorrente ? 
- Mudança de hábitos e/ou ambiente ? 
- Outras informações pertinentes. 
 
CONDIÇÕES INTERMEDIÁRIAS 
- Prevalência da enfermidade sob suspeita na região 
- Curso da enfermidade 
- Informações clínicas 
- Informações laboratoriais 
- Complicações ocorridas 
- Tratamento ou medicação já efetuada 
 
ANÁLISE DA IMAGEM RADIOLOGIA 
- Localização da lesão 
- Posição da lesão (qual a parte do osso está afetada) 
- Local de origem 
- Simetria da lesão 
- Forma da lesão 
- Tamanho da lesão 
Fig. 8 - Radiografias demonstrando duas 
apresentações do padrão tipo permeativo. 
 
 
Dra. Luana Rodrigues Borboleta – Especialização 2006 
35 
- Bordos da lesão 
- Foco simples ou múltiplo? 
- Alteração em ossos tecidos adjacentes? 
- Alterações em tecidos adjacentes? 
- As alterações são compatíveis com o tempo decorrente? 
- Aspecto destrutivo / proliferativo? 
- Presença de reação periosteal? 
- Quais as condições da córtex e medula ? 
- Houve tratamento anterior? 
 
RADIODIAGNÓSTICO 
- Exame radiológico de outros órgãos (metástases) 
- Radiodiagnóstico diferencial 
- Radiodiagnóstico 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dra. Luana Rodrigues Borboleta – Especialização 2006 
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RADIOLOGIA DAS PATOLOGIAS ÓSSEAS DE 
ORIGEM TRAUMÁTICA 
 
 
FRATURAS 
 
1 - CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
 
Radiologicamente, Fratura é o rompimento da continuidade óssea e é caracterizada pela 
presença de uma ou mais linhas radiolucentes na estrutura óssea ou pela sobreposição dos 
fragmentos ósseos, formando uma zona de maior radiopacidade (efeito de adição). Alterações na 
forma, no tamanho e na posição óssea geralmente estão presentes. 
Para o estudo radiológico de casos suspeitos de fraturas é necessário pelo menos duas 
projeções radiológicas perpendiculares entre si, sendo que, algumas vezes, é imprescindível a 
realização de projeções complementares. Em todos os estudos em casos de fratura as articulações, 
proximal e distal, do osso comprometido deverão estar presentes nas radiografias para que seja 
possível avaliar-se o grau de rotação dos fragmentos. 
As fraturas podem ser determinadas pelas seguintes causas: violência diretamente aplicada ao 
ossos (atropelamentos, coices, quedas, Tc),

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