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ESTUDO DE CASO – AV2 Aluno: Erwin Schrodinger Cabral da Silva. Mat:. 201701131986 Prof: Matheus Levy – Direito Processual Civil III Turma: 3001 / Turno: Noite No dia 02 de outubro de 2019, o STJ, julgou a favor da necessidade de comprovação de feriado local na interposição de recurso, por meio do Resp 1.813.684 – SP, no qual, discutia da validade de um Agravo Interno julgado inadmissível diante a ausência do recorrente em demonstrar feriado local e, por consequência, ter tido seu recurso caracterizado como intempestivo – interposto fora do prazo. Diante de tal fato, levantou-se acalorada discussão entre os entusiastas do mundo jurídico acerca do debate na egrégia corte, em especial, pelo fato da maioria ter levado em consideração a literalidade estrita da norma prevista no parágrafo 6°, do artigo 1.003 do NCPC. No referido julgamento, a tese dominante da parte vencedora, pautava-se na questão do dia em que foi interposto ao termo do prazo do Agravo, que entre esse prazo houve feriado local não comprovado – numa segunda-feira de carnaval -, e que este dia não seria considerado um feriado nacional por não ter previsão do festejo em força de lei (em norma federal), logo, a segunda-feira de carnaval seria de índole regionalmente cultural, portanto, não teria como o tribunal ter conhecimento do feriado local, portanto, o recorrente deveria na interposição do recurso ter provado tal feriado. Já, em relação aos votos vencidos do Resp 1.813.684 – SP, fundamentou-se paradoxalmente ao desenhado pela maioria dos votos, trazendo à discussão que a segunda-feira de carnaval, seria um fato público e notório e, portanto, não haveria a necessidade de tal comprovação no momento da interposição, levando em consideração o mandamento processual previsto no artigo 374, inciso I do NCPC, que alude a desnecessidade de provar fatos notórios. No mesclado de opiniões jurídicas obtidas acerca da discussão, operadores do direito pátrio se deleitaram sobre as teses elencadas pelo STJ, em especial com o intento de embasar a tese dos votos vencidos, portanto, e com razão, além da discussão de fato que o feriado carnavalesco é de conhecimento geral e festejado há décadas e com o início nas segundas-feiras, sendo por consequência, inoportuna a aplicação literal do disposto no parágrafo 6°, do artigo 1.003 do CPC; existe o lema constitucional de acesso à justiça previsto na Carta Magna brasileira, em seu artigo 5°, inciso XXXV que dá fundamento ao artigo 4° em concurso com o artigo 139, inciso IX, ambos do CPC/2015, tratando do poder-dever do Estado Jurisdicional em julgar integralmente o mérito da causa em prazo razoável e o dever do juiz em abrir prazo para que a parte possa sanar vícios processuais. Em especial ao que alude o artigo 4° do CPC, este nos traz à luz do princípio da primazia do julgamento do mérito, importando para o legislador a atenção aos jurisdicionados de ter suas lides integralmente resolvidas, e não haver suas ações ou recursos - como no caso supracitado -, serem inadmitidas por pressupostos processuais que possam trazer enorme prejuízo àquele que busca tutela jurisdicional, para isso, trouxe o legislador infraconstitucional a presença do disposto no parágrafo único, do artigo 932 do CPC/2015, levando à possibilidade do tutelado na fase de admissibilidade recursal, ter prazo de 5 dias para sanar vício ou complementar a documentação necessária, no qual, o recorrente do Agravo interposto o fez em dia posterior, mas que foi inadmitido pelo relator diante a intempestividade que foi caracterizado no caso. Portanto, em decorrência dos aparatos processuais acima, buscou o legislador dar mais efetividade ao processo, dar ampla tutela jurisdicional e combater ao que chamou o Ministro Raul Araújo a Jurisprudência Defensiva, que é praxe forense de que têm os tribunais em eleger empecilhos processuais em decorrência da hermenêutica literal e restrita do processo, barrando interposições recursais em prol de um excesso de formalismo e tentando desafogar o excesso de trabalho nos tribunais. Por fim, cabe ressaltar que a decisão majoritária obtida no Resp 1.813.684 – SP, pendeu para o formalismo processual em detrimento ao princípio da primazia recursal, que é o contrário do que vinha caminhando a jurisprudência nacional e em confronto com a ampla defesa do jurisdicionado, que por um mero formalismo que não prejudicaria o devido andamento e a legalidade processo não pôde ter o mérito da causa julgado, também, deveria valer o entendimento dos votos vencidos de que a existência de normas excepcionais no NCPC, como o parágrafo único do artigo 932 são armas a combater o formalismo e a jurisprudência defensiva, desta forma, fortalecendo dispositivos principiológicos e constitucionais com ênfase de satisfazer a necessidade humana. São Luís – MA.
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