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12 SERVIÇOS PÚBLICOS 27

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DIREITO ADMINISTRATIVO
SERVIÇOS PÚBLICOS
SUMÁRIO
1. Serviços Públicos	3
1.1	Conceito:	3
1.2	Princípios:	3
1.4	Classificação dos Serviços Públicos	6
a) quanto à essencialidade:	6
b) quanto aos destinatários:	6
1.5	Delegação do Serviço Público	6
a) Concessão de serviço público:	7
b) Permissão de serviço público:	7
c) Autorização de serviço público	8
1.6	Concessão Especial – Parceria Público Privada	8
1.6.1 Modalidades:	8
1.6.2 Características:	8
1.6.3 Controle da Parceria Público Privada	8
1.7	Permissão de Serviço Público	9
1.7 Autorização de Serviço Público	9
2. Parceria Público-Privada (PPP) -Lei 11.079/04	10
Modalidades:	10
Características:	10
Vedações:	10
3. Permissão de Serviço Público Privado	11
4. Autorização de serviço público	11
5. ENCERRAMENTO DO CONTRATO DE CONCESSÃO	12
DISPOSITIVOS PARA CICLOS LEGISLAÇÃO	24
ATUALIZADO EM 05/08/2020[footnoteRef:1] [1: As FUCS são constantemente atualizadas e aperfeiçoadas pela nossa equipe. Por isso, mantemos um canal aberto de diálogo (setordematerialciclos@gmail.com) com os alunos da #famíliaciclos, onde críticas, sugestões e equívocos, porventura identificados no material, são muito bem-vindos. Obs1. Solicitamos que o e-mail enviado contenha o título do material e o número da página para melhor identificação do assunto tratado. Obs2. O canal não se destina a tirar dúvidas jurídicas acerca do conteúdo abordado nos materiais, mas tão somente para que o aluno reporte à equipe quaisquer dos eventos anteriormente citados.] 
SERVIÇOS PÚBLICOS
1. Serviços Públicos
1.1 Conceito: 
Trata-se de atividade administrativa pela qual o Poder Público objetiva, direta ou indiretamente, satisfazer necessidades coletivas ou individuais dos administrados, sob a incidência total ou parcial de um regime de direito público.
1.2 Princípios:
Art. 6°, Lei n. 8.987/95 – serviço adequado. 
a) princípio da continuidade: o Estado tem obrigação de promover o serviço público de forma ininterrupta, contínua.[footnoteRef:2] [2: Caiu na segunda fase da DPE Alagoas (2017) #CESPE.] 
Obs.: 
→ Direito de greve (vide ponto de princípios).
→ Exceções à continuidade (art. 6°, §3°, da Lei n° 8987/95): 
i) emergência (sem aviso prévio). 
ii) desrespeito às normas técnicas ou inadimplemento do usuário (com aviso prévio).
#UMPOUCODOUTRINA - “mesmo no caso de serviço essencial, a interrupção por inadimplemento pode acontecer, sobretudo em atenção ao princípio da isonomia, supremacia do interesse público e continuidade para o usuário pagador (a empresa quebraria caso fornecesse serviço a quem não paga)”.
#DEOLHONAJURIS
PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE DOS SERVIÇOS PÚBLICOS - Não é legítimo o corte no fornecimento de serviços públicos essenciais quando a inadimplência do consumidor decorrer de débitos pretéritos, o débito originar-se de suposta fraude no medidor de consumo de energia apurada unilateralmente pela concessionária e inexistir aviso prévio ao consumidor inadimplente. STJ. 2ª Turma. AgRg no AREsp 211.514-SP, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 18/10/2012 (Info 508).
Em regra, o serviço público deverá ser prestado de forma contínua, ou seja, sem interrupções (princípio da continuidade do serviço público). Excepcionalmente, será possível a interrupção do serviço público nas seguintes hipóteses previstas no art. 6º, § 3º da Lei n.º 8.987/95: a) Em caso de emergência (mesmo sem aviso prévio); b) Por razões de ordem técnica ou de segurança das instalações, desde que o usuário seja previamente avisado; c) Por causa de inadimplemento do usuário, desde que ele seja previamente avisado. Se a concessionária de energia elétrica divulga, por meio de aviso nas emissoras de rádio do Município, que haverá, daqui a alguns dias, a interrupção do fornecimento de energia elétrica por algumas horas em virtude de razões de ordem técnica, este aviso atende a exigência da Lei nº 8.987/95? SIM. A divulgação da suspensão no fornecimento de serviço de energia elétrica por meio de emissoras de rádio, dias antes da interrupção, satisfaz a exigência de aviso prévio, prevista no art. 6º, § 3º, da Lei nº 8.987/95. STJ. 1ª Turma. REsp 1.270.339-SC, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 15/12/2016 (Info 598). 
*(Atualizado em 17.06.2020): #NOVIDADELEGISLATIVA: Lei nº 14.015, de 15.6.2020 - Altera as Leis nos 13.460, de 26 de junho de 2017, e 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, para dispor sobre a interrupção e a religação ou o restabelecimento de serviços públicos.
#DIZERODIREITO:
O que fez a Lei nº 14.015/2020?[footnoteRef:3] [3: Para mais informações, vide: https://www.dizerodireito.com.br/2020/06/lei-140152020-dispoe-sobre-interrupcao.html?utm_source=feedburner&utm_medium=email&utm_campaign=Feed:+com/rviB+(Dizer+o+Direito)] 
• Em caso de inadimplemento, é possível a suspensão da prestação do serviço público, mesmo que se trate de serviço público essencial (ex: energia elétrica, água etc.);
• Essa suspensão/interrupção não viola o princípio da continuidade dos serviços públicos;
• Para que essa suspensão seja válida, contudo, é indispensável que o usuário seja previamente comunicado de que o serviço será desligado, devendo ser informado também do dia exato em que haverá o desligamento;
• O desligamento do serviço deverá ocorrer em dia útil, durante o horário comercial;
• É vedado que o desligamento ocorra em dia de feriado, véspera de feriado, sexta-feira, sábado ou domingo.
• Caso o consumidor queira regularizar a situação e pagar as contas em atraso, a concessionária poderá cobrar uma taxa de religação do serviço. Essa taxa de religação, contudo, não será devida se a concessionária cortou o serviço sem prévia notificação.
• Assim, se a concessionária não comunicou previamente o consumidor do corte ela estará sujeita a duas consequências:
a) terá que pagar multa;
b) não poderá cobrar taxa de religação na hipótese do cliente regularizar o débito.
Vigência:
A Lei nº 14.015/2020 entrou em vigor na data de sua publicação (16/06/2020).
b) princípio da segurança: o serviço não pode por em risco a vida, saúde e integridade das pessoas. 
c) princípio da generalidade: o serviço deve ser prestado à coletividade em geral (“erga omnes”).
Obs.: alguns autores tratam como princípio da universalidade.
d) princípio da atualidade: o serviço deve ser prestado de acordo com as técnicas mais modernas. 
e) princípio da transparência: o serviço deve ser prestado de forma transparente.
f) princípio da modicidade: o serviço deve ser prestado com tarifas módicas (mais baratas possíveis).
#OUSESABER #JURIS - A interferência judicial para invalidar a estipulação das tarifas de transporte público urbano viola a ordem pública, mormente nos casos em que houver, por parte da Fazenda estadual, esclarecimento de que a metodologia adotada para fixação dos preços era técnica. Segundo a “doutrina Chenery”, o Poder Judiciário não pode anular um ato político adotado pela Administração Pública sob o argumento de que ele não se valeu de metodologia técnica. Isso porque, em temas envolvendo questões técnicas e complexas, os Tribunais não gozam de expertise para concluir se os critérios adotados pela Administração são corretos ou não. Assim, as escolhas políticas dos órgãos governamentais, desde que não sejam revestidas de reconhecida ilegalidade, não podem ser invalidadas pelo Poder Judiciário. STJ. Corte Especial.AgInt no AgInt na SLS 2.240-SP, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 7/6/2017 (Info 605).
g) princípio da cortesia: o serviço deve ser prestado com urbanidade, presteza, etc. 
#OUSESABER: O que se entende por princípio da mutabilidade? O Princípio da Mutabilidade do Regime Jurídico é um dos princípios que norteiam os serviços públicos, autorizando mudanças no regime de execução do serviço para adaptá-lo ao interesse público, que pode variar com o passar do tempo. Desta forma, o art. 35, II c/c art. 37 da Lei n.º 8.987/95 afirmam que: “Art. 35. Extingue-se a concessão por: I - encampação; Art. 37. Considera-se encampação a retomada do serviço pelo poder concedente durante o prazo da concessão, por motivo de interessepúblico, mediante lei autorizativa específica e após prévio pagamento da indenização, na forma do artigo anterior”. Assim, a encampação constitui a retomada do serviço pelo poder concedente, antes do término do prazo da concessão, por razões de interesse público, sem que haja qualquer irregularidade na concessão ou na prestação do serviço público pela concessionária. Obedecidos aos requisitos legais, pode o poder concedente, motivado pelo interesse público, mudar o regime de execução de determinado serviço público, através da encampação, sem que isso constitua ilegalidade.
1.3 Competência constitucional para prestação de serviços públicos 
	Arts. 21, 23, 25 e 30 – cf. 
	Se o serviço não estiver elencado nos dispositivos acima, a competência será aferida de acordo com a relação de interesse: (i) interesse nacional: união; (ii) interesse regional: estado; (iii) interesse local: município. Ex.: serviço funerário - interesse local. 
→ Hipóteses de serviço público:
a) Serviço de prestação obrigatória pelo Estado com exclusividade:
Ex.: art. 21, X, Cf. – serviço postal. 
ADPF 46 – exclusividade para serviço público, monopólio para atividade econômica.
ECT – tratamento de fazenda pública.
b) Serviço de prestação obrigatória pelo Estado, mas com obrigação de transferência do serviço. 
Ex.: Rádio e TV – não podem ficar exclusivamente na órbita do poder público. 
c) Serviço de prestação obrigatória pelo Estado sem exclusividade.
Ex.: saúde, ensino, previdência social e assistencial social – Estado e particulares são titulares do serviço por determinação constitucional. Obs.: não perdem a condição de serviço público nestas hipóteses, sendo possível o cabimento de mandado de segurança, pois os particulares são considerados agentes públicos para tais fins. 
d) Serviço de prestação não obrigatória pelo Estado, com obrigação de promover a prestação e faculdade de transferência. O estado tem a obrigação de promover esses serviços, podendo ou não transferir. É uma faculdade exercida por contrato administrativo. Ex.: telefonia, transporte público, etc.
*(Atualizado em 05/08/2020) #DEOLHONAJURIS: Salvo situações excepcionais, devidamente comprovadas, o implemento de transporte público coletivo pressupõe prévia licitação. STF. Plenário. RE 1001104, Rel. Marco Aurélio, julgado em 15/05/2020 (Repercussão Geral – Tema 854) (Info 982 – clipping).
1.4 Classificação dos Serviços Públicos
a) quanto à essencialidade: 
	→ Serviços próprios ou propriamente ditos –
 * São os serviços essenciais. Ex.: segurança pública. 
 * Não admitem delegação.
	→ Serviços impróprios ou de utilidade pública 
		 * São os serviços não essenciais. Ex.: transporte coletivo e telefonia. 
		 * Admitem delegação.
Obs.1: a classificação de Hely Lopes está superada, mas ainda cai em prova. Percebe-se que sua definição foi dada antes das privatizações, e, portanto, muitos serviços essenciais foram posteriormente privatizados. 
Obs.2: Di Pietro utiliza de forma diferente os termos acima. Trata como serviços próprios como os propriamente ditos, enquanto os impróprios são os serviços empresariais.
b) quanto aos destinatários: 
	→ Gerais: prestados à coletividade em geral, sem usuário determinado. Indivisíveis. 
		São mantidos pela receita geral – impostos. Ex.: segurança pública
	→ Específicos: possuem usuários determinados. Divisíveis. 
- Compulsórios: não podem ser recusados. São mantidos pelo pagamento de taxa (tributo vinculado). 
Obs.1: iluminação pública – COSIP: criada por emenda constitucional. Súmula 670, STF. 
Obs.2: serviço de bombeiros é cobrado por taxa juntamente com a cobrança do IPTU. Devia ser mantido pela receita geral, já que não pode ser dividido. É inconstitucional. 
		- Facultativos: podem ser recusados. São mantidos pelo pagamento de tarifa (preço público não é tributo).
1.5 Delegação do Serviço Público 
Há transferência somente da execução do serviço por meio de contrato ou ato administrativo. Art. 22, XXVII, CF: “Compete privativamente à União legislar sobre normas gerais de licitação”.
#NÃOCONFUNDIR:
	OUTORGA 
(descentralização por serviço)
	COLABORAÇÃO/DELEGAÇÃO
(descentralização por delegação)
	Transferência de titularidade e da execução do serviço público
	Transferência da execução do serviço público
	Mediante lei – pessoas jurídicas de direito público da Administração Indireta.
	Mediante Lei – pessoas jurídicas de direito público da Administração Indireta;
Mediante contrato – particulares prestadores de serviços públicos
#OLHAOGANCHO: A situação peculiar dos serviços notariais e de registro.
 A doutrina afirma que "trata-se de competências públicas que são exercidas por particulares, mediante delegação, obtida com a aprovação em concurso público de provas e títulos. A atividade dos serviços notariais e de registro não se enquadra como serviço público em sentido estrito (atividade material), mas sim como ”atividade jurídica” estatal. Afinal, embora sua atuação não implique coerção direta (uso de força), os serviços notariais e de registro praticam atos indiscutivelmente fundados no poder de império do Estado – os quais, por essa razão, gozam de presunção de legitimidade própria de atos administrativos.”[footnoteRef:4] [4: ALEXANDRINO, Marcelo. Direito Administrativo Descomplicado, 2017.] 
*#DEOLHONAJURIS#DIZERODIREITO#STF: RCNP pode realizar outros serviços remunerados fora aqueles já previstos na Lei de Registros Públicos, desde que estejam relacionados com as atividades registrais e o convênio que autoriza essa prática deve ser fiscalizado pelos órgãos correicionais do Poder Judiciário A Lei nº 13.484/2017 inseriu os §§ 3º e 4º ao art. 29 da Lei dos Registros Públicos prevendo o seguinte: § 3º Os ofícios do registro civil das pessoas naturais são considerados ofícios da cidadania e estão autorizados a prestar outros serviços remunerados, na forma prevista em convênio, em credenciamento ou em matrícula com órgãos públicos e entidades interessadas. § 4º O convênio referido no § 3º deste artigo independe de homologação e será firmado pela entidade de classe dos registradores civis de pessoas naturais de mesma abrangência territorial do órgão ou da entidade interessada. Ao julgar uma ADI proposta contra esses dois dispositivos, o STF decidiu: 
• conceder interpretação conforme a Constituição Federal ao § 3º do art. 29 para dizer que os “outros serviços remunerados” devem, obrigatoriamente, ter alguma relação com o exercício das atividades registrais do RCNP. Vale ressaltar, portanto, que a ampliação das competências do RCPN foi uma inovação constitucional. No entanto, esses novos serviços devem ter relação com as atividades do RCPN previstas na Lei de Registros Públicos; 
• declarar a nulidade parcial, com redução de texto, da expressão “independe de homologação” constante do § 4º do mesmo art. 29. A fiscalização prévia e posterior dos convênios pelo Poder Judiciário é uma exigência constitucional e não pode ser suprimida pela lei. STF. Plenário. ADI 5855 MC-REF/DF, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 10/4/2019 (Info 937).
a) Concessão de serviço público:
*#NOVIDADELEGISLATIVA: A Lei nº 13.673/2018 alterou a Lei nº 8.987 para tornar obrigatória a divulgação de tabela com evolução do valor da tarifa e do preço praticados pelas concessionárias e prestadoras de serviço público.
Art. 3º. O art. 3º da Lei nº 9.472, de 16 de julho de 1997, passa a vigorar acrescido do seguinte parágrafo único:
Parágrafo único. Para o cumprimento do disposto no inciso IV do caput deste artigo, a prestadora de serviço deverá divulgar em seu sítio eletrônico, de forma clara e de fácil compreensão pelos usuários, tabela com o valor das tarifas e preços praticados e a evolução dos reajustes realizados nos últimos cinco anos.” 
a.1) concessão comum de serviço público – Lei n° 8.987/95.
	É a delegação de serviço público (apenas da execução) feita pelo poder concedente (pessoa da administração direta que tem competência sobre o serviço) à pessoa jurídica ou consórcio de empresa.
Deve ser formalizada por meio decontrato administrativo precedido de licitação na modalidade obrigatória concorrência (regra). Essa concorrência tem regras próprias na Lei 8.987, tais como o critério de julgamento, a inversão do procedimento e a possibilidade de lances verbais[footnoteRef:5]. [5: A banca CESPE, na prova do TJDFT/2016, considerou correta a seguinte alternativa: “A concessão de serviço público será realizada mediante contrato administrativo, submetido à licitação pública, na modalidade de concorrência, devendo essa ser precedida de audiência pública, dependendo do valor do certame.”] 
Obs.: se o serviço estiver previsto na Política Nacional de Desestatização, a modalidade será leilão. Ex.: telefonia, aeroportos.
· A formalização requer também autorização legislativa. 
· Prazo determinado – depende de cada lei de serviço a disciplina desse prazo. 
· A remuneração pode ser feita: i) tarifa de usuário – a política tarifária é definida na licitação. 
	
a.2) concessão especial de serviço público – Parceria Público Privado. 
b) Permissão de serviço público:
Lei n° 8.987/95 (art. 2°, IV e 40).
	
c) Autorização de serviço público
	Segue no que couber a Lei n° 8.987/95.
1.6 Concessão Especial – Parceria Público Privada
	É a concessão comum com algumas peculiaridades. A ideia é buscar na iniciativa privada o recurso para investimento, devolvendo em suaves prestações e com bastante juros.
Objetivos:
- buscar investimento na iniciativa privada
- buscar a eficiência do setor privado
	1.6.1 Modalidades:
a) Concessão patrocinada: é uma concessão comum onde além da tarifa do usuário, obrigatoriamente estará presente o recurso público. Na concessão comum, a participação do Estado é facultativa. Exemplo de concessão patrocinada é o metrô, as rodovias.
b) Concessão administrativa: a administração é a usuária do serviço, podendo o ser de forma direta ou indireta (ex.: o preso é o usuário direto do presídio, o Estado é indireto). Muitos doutrinadores dizem que essa concessão não tem nada de parceria, mas se confunde com um contrato comum.
	1.6.2 Características:
- financiamento pelo setor privado
- compartilhamento dos riscos
- pluralidade compensatória: o Estado pode pagar de várias formas, a exemplo de ordem bancária, cessão de créditos não tributários, utilização especial de bem público, outorga de direitos.
Obs.: 
a) o valor não pode ser inferior a R$ 10.000.000,00
b) o prazo não pode ser inferior a 05 anos e superior a 35 anos
c) objeto: não pode ser simples nem único. Deve misturar pelo menos 02 elementos entre serviço, obra e fornecimento.
*#DEOLHONAJURIS #STJ #DIZERODIREITO: A concessionária de fornecimento de energia elétrica não pode exigir de órgão público, usuário do serviço, multa por inadimplemento no pagamento de fatura, fundamentada no parágrafo único do art. 4º do Decreto-Lei nº 2.432/88. A multa prevista no parágrafo único do art. 4º do DL 2.432/88 refere-se aos contratos de compra e venda de energia elétrica entre concessionárias de serviço público de energia elétrica, não sendo aplicada para as relações entre a concessionária e os usuários do seu serviço, ou seja, não é uma multa a ser cobrada dos clientes (usuários finais). STJ. 1ª Turma. REsp 1.396.808-AM, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 14/08/2018 (Info 632). #IMPORTANTE
1.6.3 Controle da Parceria Público Privada
	Sociedade de Propósitos Específicos – vai gerir e implementar a PPP. 
	Pessoa jurídica que não se confunde com os personagens da parceria – tem natureza jurídica privada. 
1.7 Permissão de Serviço Público
	É a delegação de serviço feita pelo poder concedente a pessoa física ou jurídica. 
	É formalizada por meio de contrato administrativo (art. 40, da Lei n. 8.987).
Obs.: a permissão foi criada como ato unilateral para prestação de serviço público ou uso de bem público. Porém, com a Lei n. 8.987/95, foi positivado que a permissão de serviço público seria formalizada por meio de contrato administrativo, permanecendo, por outro lado, a permissão de uso de bem público como ato unilateral. 
	O STF já decidiu que tanto a concessão de serviço público quanto a permissão de serviço público têm identidade natureza jurídica – contratual. 
	Tratando-se de contrato administrativo, faz-se necessária a realização de licitação em qualquer modalidade, que será definida pelo valor do contrato.
*#OUSESABER: A permissão de serviço público só passou a ter natureza jurídica de contrato administrativo após a CF/88. Certo ou errado?
CERTO. Antes do advento da Constituição de 1988, a permissão de serviço público era trata¬da como um ato administrativo unilateral, não resguardando os interesses do particular permissionário. A partir da Constituição de 1988, a permissão de serviço público passou a ser conceituada como contrato administrativo. O artigo 175, parágrafo único, inciso I da Constituição deixa claro que não apenas a concessão de serviços públicos, mas também a permissão possui caráter contratual. Da natureza contratual da permissão de serviço público decorre uma série de proteção aos interesses do permissionário, a exemplo da aplicação do princípio do equilíbrio econômico-financeiro dos contratos administrativos.
#OUSESABER - Vale destacar que a Lei 9.074/95 tornou obrigatória a edição de lei autorizativa para a execução indireta de serviços públicos, mediante concessão e permissão, ficando dispensados os casos de saneamento básico e limpeza urbana. Art. 2º É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios executarem obras e serviços públicos por meio de concessão e permissão de serviço público, sem lei que lhes autorize e fixe os termos, dispensada a lei autorizativa nos casos de saneamento básico e limpeza urbana e nos já referidos na Constituição Federal, nas Constituições Estaduais e nas Leis Orgânicas do Distrito Federal e Municípios, observado, em qualquer caso, os termos da Lei no 8.987, de 1995.
*#OUSESABER: Admite-se a prestação do serviço público de saneamento básico por meio de convênio?
Em regra a prestação do serviço público de saneamento básico não pode ser disciplinada por instrumentos precários, tais como convênios, termos de parcerias ou outros congêneres, vejamos o que dispõe a Lei nº 11.445/07: Art. 10. A prestação de serviços públicos de saneamento básico por entidade que não integre a administração do titular depende da celebração de contrato, sendo vedada a sua disciplina mediante convênios, termos de parceria ou outros instrumentos de natureza precária.  Porém, em algumas situações esta exigência legal poderia inviabilizar ou dificultar o fornecimento de um serviço tão importante e essencial. Buscando evitar este entrave, a lei trouxe as seguintes exceções: I - os serviços públicos de saneamento básico cuja prestação o poder público, nos termos de lei, autorizar para usuários organizados em cooperativas ou associações, desde que se limitem a: a) determinado condomínio; b) localidade de pequeno porte, predominantemente ocupada por população de baixa renda, onde outras formas de prestação apresentem custos de operação e manutenção incompatíveis com a capacidade de pagamento dos usuários; II - os convênios e outros atos de delegação celebrados até o dia 6 de abril de 2005.
#OLHAOGANCHO - Obs.: precariedade. 
	Ato precário é aquele em que o Estado pode retomar a qualquer tempo sem dever de indenização. 
	A permissão de serviço público é contrato administrativo, ou seja, tem prazo determinado. Sendo precária, a permissão pode ser retomada a qualquer tempo, gerando, porém, indenização - precariedade mitigada.
	
* #COMPARAÇÃO Apesar de terem a mesma natureza jurídica - contratual, os institutos possuem diferenças:
	Concessão de Serviço Público
	Permissão de Serviço Público
	Pessoa Jurídica ou Consórcio
	Pessoa Física ou Jurídica
	Licitação – Sempre Concorrência
	Licitação – qualquer modalidade
	Solene
	Precária
1.7 Autorização de Serviço Público
	Apesar da divergência, a maioria dos autores entende que a autorização de serviço público é possível em caráter excepcional, no caso de pequenos serviçosou situações urgentes. Ex.: táxi e despachante. Não está prevista em lei. Assim, aplica-se no que couber a Lei n. 8.987/95. São características da autorização:
	→ Ato unilateral 
	→ Ato discricionário
	→ Ato precário – retomada a qualquer tempo, sem gerar indenização. 
2. Parceria Público-Privada (PPP) -Lei 11.079/04
Modalidades:
a) Concessão especial patrocinada = concessão comum + recursos públicos (tarifa do usuário + recurso público).
b) Concessão administrativa: a Administração Pública é usuária direta e indireta do serviço, ainda que envolva execução de obra ou fornecimento e instalação de bens.
*#OUSESABER: Em que consiste o Project Finance? Conforme ensina Ricardo Trevisan (https://ricardotrevisan.com/2016/09/21/o-que-e-project-finance/): Project Finance é uma modalidade de estruturação financeira para a realização de projetos de grande porte, onde a principal fonte de receita para o pagamento do serviço da dívida de seu financiamento e do produto ou serviço resultante vem do fluxo de caixa gerado pela sua própria operação. Quando 100% dos recursos para o pagamento da dívida vem do fluxo do projeto, é chamado project finance non recourse, ou project finance puro. Esta característica de autofinanciamento permite a realização de projetos cujo porte seja superior ao de seu patrocinador. ⠀
No Brasil, importantes projetos foram realizados com este tipo de financiamento, como usinas hidrelétricas, ampliação e operação de aeroportos, grandes obras de saneamento básico, linhas de transmissão, ampliação e manutenção de rodovias, entre outras, muitas vezes aliando o capital público ao privado. Sempre que existe, nestes casos, algum arranjo de concessão pública à iniciativa privada, o projeto é classificado como PPP. ⠀ 
Características:
a) financiamento pelo setor privado
b) compartilhamento dos riscos
c) pluralidade compensatória: ordem bancária, cessão de créditos não tributários, outorga de direitos, utilização especial de bem público e outros.
Vedações:
a) Prazo: não pode ser menor que cinco anos e maior que 35 anos, incluindo eventual prorrogação.;
b) Valor: não pode ser usada para contratos cujo valor seja inferior a 10 milhoes;
c) Objeto: não pode ter como objeto único o fornecimento de mão-de-obra, o fornecimento e instalação de equipamentos ou a execução de obra pública;
d) Contrato: deve observar as cláusulas essenciais previstas no art. 23 da lei 8987/95 e as cláusulas adicionais contidas no art. 5º da lei 11.079. Já as cláusulas facultativas encontram-se previstas no art. 5º, §2º da lei 11.079;
e) Garantia: estão previstas no art. 8º da lei 11.079;
f) Licitação: a contratação de parceria público-privada será precedida de licitação na modalidade de concorrência, cujo procedimento é invertido, com lances verbais (vide art. 10 da respectiva lei);
g) Controle: antes da celebração do contrato, deverá ser constituída sociedade de propósito específico, incumbida de implantar e gerir o objeto da parceria (art. 9).
*#NOVIDADEDELEGISLATIVA: Lei nº 13.529/2017[footnoteRef:6] [6: Fonte: Dizer o Direito] 
	A Lei 13.529/2017 alterou a Lei 11.079/2004 (Lei das Parcerias Público-Privadas)
	Antes
	Agora
	Era vedada a celebração de contrato de parceria público-privada se o valor do contrato fosse inferior a 20 milhões de reais.
	É vedada a celebração de contrato de parceria público-privada se o valor do contrato for inferior a 10 milhões de reais.
#OUSESABER: Certo ou Errado? É vedada a celebração de parceria público privada cujo valor do contrato seja inferior a 20 milhões de reais.
RESPOSTA: ERRADO. A parceria público privada(PPP), regida pela Lei nº 11.079/04, é uma concessão especial de serviços públicos fundada, principalmente, no compartilhamento dos riscos entre o parceiro público e o parceiro privado, bem como pelo estabelecimento de um valor mínimo do contrato a ser celebrado.
Quanto a este último ponto, dispositivo legal recorrente em provas é o art.2º,§4º da Lei nº 11.079/04, recentemente alterado pela Lei nº 13.259/2017, que hoje estabelece que o valor mínimo do contrato de uma PPP é de 10 milhões de reais, não mais 20 milhões, o que torna a alternativa errada.
3. Permissão de Serviço Público Privado
Somente dois dispositivos falam de permissão: lei 8987/95 art. 2º, IV e art. 40.
É a delegação de serviço público feita pelo poder concedente a uma pessoa física ou jurídica, diferentemente da concessão de que somente pode ser feita a pessoa jurídica ou consórcio de empresas, obrigatoriamente. 
Formaliza-se através de contrato administrativo, que é chamado de contrato de adesão. Todo contrato administrativo é de adesão.
Há a permissão de serviço público e permissão de uso especial de bem público. Elas nasceram como atos unilaterais. No entanto, a leu 8987 trouxe expressamente no art. 40 que a permissão de serviço é contrato administrativo. Hoje há duas situações: permissão de serviço de natureza contratual e permissão de uso de bem de natureza unilateral.
É ato precário e pode ser desfeito a qualquer tempo sem indenização. 
OBS.: Hoje a nossa doutrina diz que a precariedade ficou reduzida, pois se é contrato tem prazo determinado, dando ensejo à indenização. Isso porque ele era considerado ato unilateral antigamente.
*#ATENÇÃO[footnoteRef:7]: A Lei nº 8.987/1995 nada dispôs sobre a necessidade de autorização legislativa para deflagrar o procedimento licitatório ou celebração do contrato administrativo respectivo. Entretanto, Celso Antônio Bandeira de Mello (2000, p. 635) anota que a “[...] Lei 8.987, de 13.2.95, não menciona a necessidade de lei autorizativa; nem por isso poder-se-ia prescindir de tal exigência”. Vale dizer que a Lei nº 9.074/1995, em seu art. 2º, explicitou a necessidade de lei autorizativa para a instituição de novas concessões ou permissões, ressalvando, contudo, três situações em que a aludida autorização seria desnecessária: a) nos casos de saneamento básico e limpeza urbana; b) nos casos já referidos na Constituição Federal, nas Constituições Estaduais e nas Leis Orgânicas do Distrito Federal e Municípios e, por fim, c) nos processos iniciados com base na Lei nº 8.987/1995, entra a data de sua publicação e a publicação da presente lei (nº 9.074/1995). [7: https://aplicacao.mpmg.mp.br/xmlui/bitstream/handle/123456789/154/Necessidade%20aoutoriza%C3%A7ao%20legislativa_Almeida.pdf?sequence=1] 
4. Autorização de serviço público
A orientação que prevalece, apesar de todas as críticas é pela sua possibilidade, mas ela deve ser usada para pequenos serviços ou situações urgentes. Ex. taxi/despachante.
É formalizada por ato unilateral. É ato discricionário. É ato precário (pode desfazer a qualquer tempo sem indenização). Diferentemente da permissão de serviços, por ser contrato.
#NÃOERREMAIS #OLHAOGANCHO:
A AUTORIZAÇÃO DE SERVIÇO PÚBLICO não se confunde com a permissão ou a concessão do serviço. Isso porque aquele é ato unilateral, discricionário e precário da Administração.
Características: 1) trata-se de pequenos serviços. Ex.: serviço de táxi e serviço de despachante; 2) pode ser concedido numa situação de urgência. 
- O uso de bem de bem público (como uma praça) por uma associação de moradores para realizar um evento depende de autorização da autoridade competente.
#CUIDADO: não confunda com o direito à reunião pacífica, esta sim independe de autorização, bastando notificação prévia.
- Na autorização de uso do bem público o interesse é do particular (ex.: casamento na praia), já na permissão o interesse é do particular, mas também é público (ex.: instalação de quiosque na praia).
#CESPE #COMOFOICOBRADO:
- (MEC-2014)Serviço público pode ser delegado por meio da concessão de autorização, desde que o contrato de autorização seja precedido da realização de licitação (ERRADO!). AUTORIZAÇÃO NÃO PRECISA DE LICITAÇÃO.
- (TRF3- Juiz Federal- 2011) A concessão de serviço público é contrato administrativo por meio do qual a administração transfere a pessoa jurídica ou a consórcio de empresas a execução de certa atividade de interesse coletivo, de forma remunerada(CERTO!).
- (TRF3- Juiz Federal- 2011) A autorização de serviço público constitui ato vinculado, por meio do qual o poder público delega a execução de serviço de sua titularidade para que o particular o execute predominantemente em seu próprio benefício, mas sempre sob a fiscalização do Estado (ERRADO!). AUTORIZAÃO É ATO DISCRICIONÁRIO!
- (TRF3- Juiz Federal- 2011) A permissão de serviço público tem natureza de contrato bilateral, comutativo e intuitu personae, o qual somente pode ser celebrado com pessoa física que demonstre capacidade para desempenhá-lo por sua conta e risco, não podendo ser firmado com pessoa jurídica (ERRADO!). PERMISSÃO = PESSOA FÍSICA OU JURÍDICA.
5. ENCERRAMENTO DO CONTRATO DE CONCESSÃO
	No que tange ao encerramento do contrato de concessão, podemos vislumbrar algumas hipóteses:
· Advento do termo contratual;
· Encampação: ocorre todas as vezes em que não há mais interesse público na manutenção do contrato, configurando cláusula exorbitante dos contratos administrativos. Essa cláusula permite ao ente estatal extinguir a avença, sem a necessidade de concordância do particular;
· Caducidade: trata-se de rescisão unilateral do contrato justificada por motivo de inadimplemento do particular contratado;
É INCONSTITUCIONAL norma da Constituição Estadual que preveja que o Estado (poder concedente) terá até 25 anos para pagar a indenização decorrente da encampação do serviço público que era prestado pela empresa concessionária. STF. Plenário. ADI 1746/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 18/9/2014 (Info 759).
#RESUMEAÊ
	
	ENCAMPAÇÃO
	CADUCIDADE
	FUNDAMENTO
	Interesse Público
	Inadimplemento da concessionária
	FORMALIZAÇÃO
	Lei autorizativa e decreto
	Processo administrativo e decreto
	INDENIZAÇÃO
	Indenização prévia do concessionário
	Indenização eventual e posterior do concessionário
#CAIUEMPROVA #QUESTÃOQUENTINHA #SAINDODOFORNO #CESPE: Na prova da DPE Alagoas (2017), foi cobrada a seguinte questão: [footnoteRef:8] [8: GABARITO: A.] 
Determinado município notificou uma concessionária de transporte público municipal por inadequação do serviço prestado e por paralisação do serviço sem justa causa, dando prazo para que as irregularidades fossem sanadas. Diante da inércia da concessionária, foi instaurado procedimento administrativo, com direito a ampla defesa, para a extinção do contrato administrativo de concessão. Nessa situação hipotética, o contrato de concessão deverá ser 
A) extinto por caducidade, e o ente municipal deverá indenizar o concessionário proporcionalmente aos bens usados na prestação de serviço, descontados multa e eventuais danos causados. 
B) rescindido, de forma unilateral, pelo ente municipal, não sendo cabível indenização para o concessionário. 
C) extinto por encampação, e o ente municipal deverá indenizar o concessionário proporcionalmente aos bens usados na prestação de serviço, descontados multa e eventuais danos causados. 
D) extinto por caducidade, não cabendo indenização a ser paga ao concessionário. 
E) extinto por encampação, em razão do inadimplemento do concessionário.
· Rescisão: pode se dar por duas situações distintas:
· Consensual ou bilateral;
· Judicial: requerida pela concessionária, diante do inadimplemento contratual do poder público. Tal situação decorre do fato de que a entidade privada não tem poder de rescindir o contrato unilateralmente (não se aplica a cláusula exorbitante), devendo recorrer ao Judiciário.
· Anulação: é a extinção do contrato administrativo em virtude de ilegalidade originária. Nestes casos, a medida pode ser definida pela própria Administração Pública, no exercício de seu poder de autotutela ou por decisão judicial.
· Falência ou extinção da empresa concessionária e falecimento ou incapacidade do titular, no caso de empresa individual: é a extinção do contrato em razão do desaparecimento da concessionária. Isso decorre do fato de que os contratos administrativos, em geral, são celebrados intuito personae.
#OLHAOGANCHO: O QUE É INTERVENÇÃO NO SERVIÇO PÚBLICO?
	Diga-se, em primeiro lugar, que não é forma de extinção do contrato de concessão. É que quando verificadas irregularidades, por parte da concessionária, na execução do contrato de concessão, surge a possibilidade de o poder concedente intervir no serviço. 
Nestes casos, o poder concedente nomeia um agente público que atuará como interventor e este se responsabilizará pela gestão da empresa, enquanto se inicia processo administrativo para apuração das supostas irregularidades. A nomeação do interventor deve-se dar por meio de decreto, expedido pelo chefe do poder executivo.
	Nomeado o interventor, a Administração Pública deverá, no prazo máximo de 30 (trinta) dias, instaurar o processo administrativo para apurar irregularidades, sendo que este procedimento deverá ser concluído em no máximo 180 (cento e oitenta) dias. 
INSTAURAR PROC. ADMINISTRATIVO = 30 DIAS.
CONCLUIR PROC. ADMINISTRATIVO =180 DIAS.
	Cessada a intervenção, se não for verificada nenhuma irregularidade na empresa concessionária, a administração do serviço deverá ser devolvida a ela, precedida de prestação de contas pelo interventor, o qual se responsabiliza pelos atos praticados durante a sua gestão. Noutro tom, sendo descoberto o cometimento de irregularidades que ensejem inadimplemento contratual, será decretada a caducidade do contrato.
CADUCIDADE + INADIMPLEMENTO = indenizar o concessionário proporcionalmente aos bens usados na prestação de serviço, descontados multa e eventuais danos causados
#AJUDAMARCINHO: Lei 13.460/2017: trata sobre os direitos dos usuários dos serviços prestados pela administração pública[footnoteRef:9] [9: http://www.dizerodireito.com.br/2017/06/lei-134602017-trata-sobre-os-direitos.html] 
I – NOÇÕES GERAIS
Sobre o que trata a Lei?
A Lei nº 13.460/2017 estabelece normas básicas para participação, proteção e defesa dos direitos do usuário dos serviços públicos prestados direta ou indiretamente pela administração pública.
Fundamento constitucional
A CF/88 prevê, em seu art. 37, § 3º, I, que os usuários dos serviços públicos devem ter meios de “participação” na Administração Pública. Uma das formas de participação é a possibilidade de fazer reclamações a respeito da qualidade dos serviços públicos.
A Lei nº 13.460/2017 tem por objetivo, dentre outros, o de regulamentar esse dispositivo constitucional:
Art. 37 (...) § 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na administração pública direta e indireta, regulando especialmente: I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos em geral, asseguradas a manutenção de serviços de atendimento ao usuário e a avaliação periódica, externa e interna, da qualidade dos serviços;
A quem se aplica a Lei?
Aplica-se à administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
Lei nº 13.460/2017 não exclui direitos estabelecidos em outros diplomas
A aplicação da Lei nº 13.460/2017 não afasta a necessidade de que a Administração Pública continue tendo que cumprir outros deveres previstos:
I - em normas regulamentadoras específicas, quando se tratar de serviço ou atividade sujeitos a regulação ou supervisão; e
II - no Código de Defesa do Consumidor, quando caracterizada relação de consumo.
Ex1: além das regras previstas na Lei nº 13.460/2017, as universidades públicas terão que continuar cumprindo as normas regulamentadoras do MEC.
Ex2: uma autarquia que preste o serviço de abastecimento de água para a população, além de ter que cumprir as regras da Lei nº 13.460/2017, continua tendo que respeitar as normas previstas no Código de Defesa do Consumidor.
Serviços públicos prestados por particular
A Lei nº 13.460/2017 é aplicada, subsidiariamente, aos serviços públicos prestados por particular. Ex: um hospital particular.
Definições
A Lei nº 13.460/2017 traz alguns conceitos relacionados com o tema:
USUÁRIO
É a pessoa (física ou jurídica) que se beneficia ou utiliza, efetiva ou potencialmente, do serviço público.
Repare que, mesmo em casode utilização potencial do serviço público, o indivíduo já é considerado usuário.
Por essa definição, todos nós somos, por exemplo, usuários do SUS, ainda que não estejamos efetivamente utilizando tal serviço.
SERVIÇO PÚBLICO
É a atividade administrativa ou de prestação direta ou indireta de bens ou serviços à população, exercida por órgão ou entidade da administração pública.
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Essa expressão abrange qualquer órgão ou entidade da administração pública de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, a Advocacia Pública e a Defensoria Pública.
AGENTE PÚBLICO
Quem exerce cargo, emprego ou função pública, de natureza civil ou militar, ainda que transitoriamente ou sem remuneração.
Repare que, no conceito de agente público, está incluída a pessoa que exerce uma função temporária e sem remuneração. Ex: mesário no dia das eleições.
MANIFESTAÇÕES
Quando a lei fala em “manifestações”, isso significa reclamações, denúncias, sugestões, elogios e demais pronunciamentos feitos pelos usuários que tenham como assunto a prestação de serviços públicos e a conduta de agentes públicos na prestação e fiscalização de tais serviços.
Acesso do usuário a informações
O usuário possui direito de acesso às informações sobre os serviços públicos, na forma do que dispõe a Lei nº 12.527/2011 (Lei de Acesso à Informação).
Quadro geral dos serviços públicos
Todos os anos, cada Poder e esfera de Governo deverá publicar um quadro geral contendo todos os serviços públicos que são prestados, devendo ser especificados os órgãos ou entidades responsáveis por sua realização e a autoridade administrativa a quem estão subordinados ou vinculados.
Importante: Princípios para a prestação dos serviços públicos e atendimento dos usuários
Os serviços públicos e o atendimento do usuário serão realizados de forma adequada, observados os seguintes princípios:
• Regularidade
• Continuidade
• Efetividade
• Segurança
• Atualidade
• Generalidade
• Transparência e
• Cortesia.
II – DIREITOS E DEVERES DOS USUÁRIOS
O usuário de serviço público tem direito à adequada prestação dos serviços, devendo os agentes públicos e prestadores de serviços públicos observar as seguintes diretrizes:
I - urbanidade, respeito, acessibilidade e cortesia no atendimento aos usuários;
II - presunção de boa-fé do usuário;
III - atendimento por ordem de chegada, ressalvados casos de urgência e aqueles em que houver possibilidade de agendamento, asseguradas as prioridades legais às pessoas com deficiência, aos idosos, às gestantes, às lactantes e às pessoas acompanhadas por crianças de colo;
IV - adequação entre meios e fins, vedada a imposição de exigências, obrigações, restrições e sanções não previstas na legislação;
V - igualdade no tratamento aos usuários, vedado qualquer tipo de discriminação;
VI - cumprimento de prazos e normas procedimentais;
VII - definição, publicidade e observância de horários e normas compatíveis com o bom atendimento ao usuário;
VIII - adoção de medidas visando a proteção à saúde e a segurança dos usuários;
IX - autenticação de documentos pelo próprio agente público, à vista dos originais apresentados pelo usuário, vedada a exigência de reconhecimento de firma, salvo em caso de dúvida de autenticidade;
X - manutenção de instalações salubres, seguras, sinalizadas, acessíveis e adequadas ao serviço e ao atendimento;
XI - eliminação de formalidades e de exigências cujo custo econômico ou social seja superior ao risco envolvido;
XII - observância dos códigos de ética ou de conduta aplicáveis às várias categorias de agentes públicos;
XIII - aplicação de soluções tecnológicas que visem a simplificar processos e procedimentos de atendimento ao usuário e a propiciar melhores condições para o compartilhamento das informações;
XIV - utilização de linguagem simples e compreensível, evitando o uso de siglas, jargões e estrangeirismos; e
XV - vedação da exigência de nova prova sobre fato já comprovado em documentação válida apresentada.
Direitos básicos do usuário
O usuário dos serviços públicos possui os seguintes direitos, sem prejuízo de outros:
I - participação no acompanhamento da prestação e na avaliação dos serviços;
II - obtenção e utilização dos serviços com liberdade de escolha entre os meios oferecidos e sem discriminação;
III - acesso e obtenção de informações relativas à sua pessoa constantes de registros ou bancos de dados, observado o art. 5º, X, da CF/88 e a Lei de Acesso à Informação (Lei nº 12.527/2011);
IV - proteção de suas informações pessoais, nos termos da Lei de Acesso à Informação;
V - atuação integrada e sistêmica na expedição de atestados, certidões e documentos comprobatórios de regularidade; e
VI - obtenção de informações precisas e de fácil acesso nos locais de prestação do serviço, assim como sua disponibilização na internet, especialmente sobre:
a) horário de funcionamento das unidades administrativas;
b) serviços prestados pelo órgão ou entidade, sua localização exata e a indicação do setor responsável pelo atendimento ao público;
c) acesso ao agente público ou ao órgão encarregado de receber manifestações;
d) situação da tramitação dos processos administrativos em que figure como interessado; e
e) valor das taxas e tarifas cobradas pela prestação dos serviços, contendo informações para a compreensão exata da extensão do serviço prestado.
Carta de Serviços ao Usuário
Os órgãos e entidades deverão divulgar Carta de Serviços ao Usuário.
A Carta de Serviços ao Usuário tem por objetivo informar o usuário sobre os serviços prestados pelo órgão ou entidade, as formas de acesso a esses serviços e seus compromissos e padrões de qualidade de atendimento ao público.
A Carta de Serviços ao Usuário será objeto de atualização periódica e de permanente divulgação mediante publicação em sítio eletrônico do órgão ou entidade na internet.
Deveres dos usuários
I - utilizar adequadamente os serviços, procedendo com urbanidade e boa-fé;
II - prestar as informações pertinentes ao serviço prestado quando solicitadas;
III - colaborar para a adequada prestação do serviço; e
IV - preservar as condições dos bens públicos por meio dos quais lhe são prestados os serviços.
III - MANIFESTAÇÕES DOS USUÁRIOS DE SERVIÇOS PÚBLICOS
Direito de apresentar manifestações
Para garantir seus direitos, o usuário poderá apresentar manifestações perante a administração pública acerca da prestação de serviços públicos.
Endereçamento
A manifestação será dirigida à ouvidoria do órgão ou entidade responsável.
Caso não haja ouvidoria, o usuário poderá apresentar manifestações diretamente ao órgão ou entidade responsável pela execução do serviço e ao órgão ou entidade a que se subordinem ou se vinculem.
Identificação do usuário
A manifestação deverá conter a identificação do requerente. Assim, são vedadas manifestações anônimas (apócrifas).
A identificação do requerente não conterá exigências que inviabilizem sua manifestação. Ex: exigir uma série de documentos apenas para a apresentação de uma manifestação.
Vale ressaltar que a identificação do requerente deverá ser considerada “informação pessoal protegida”, com restrição de acesso, nos termos da Lei nº 12.527/2011.
Exigências quanto aos motivos da manifestação
São vedadas quaisquer exigências relativas aos motivos determinantes da apresentação de manifestações perante a ouvidoria.
Forma
A manifestação poderá ser feita:
• por meio eletrônico
• por correspondência convencional; ou
• verbalmente, hipótese em que deverá ser reduzida a termo.
No caso de manifestação por meio eletrônico, respeitada a legislação específica de sigilo e proteção de dados, poderá a administração pública ou sua ouvidoria requerer meio de certificação da identidade do usuário.
Formulários para manifestações
Os órgãos e entidades deverão colocar à disposição do usuário formulários simplificados e de fácil compreensão para a apresentação de manifestações.
Impossibilidade de recusa no recebimento de manifestações
Em nenhuma hipótese será recusado o recebimento de manifestaçõesformuladas nos termos da Lei nº 13.460/2017, sob pena de responsabilidade do agente público.
Análise das manifestações: eficiência e da celeridade
A análise das manifestações deverá observar os princípios da eficiência e da celeridade, visando a sua efetiva resolução.
Etapas:
I - recepção da manifestação no canal de atendimento adequado;
II - emissão de comprovante de recebimento da manifestação;
III - análise e obtenção de informações, quando necessário;
IV - decisão administrativa final; e
V - ciência ao usuário.
IV - OUVIDORIAS
Atribuições
As ouvidorias terão como atribuições precípuas, sem prejuízo de outras estabelecidas em regulamento específico:
I - promover a participação do usuário na administração pública;
II - acompanhar a prestação dos serviços, visando a garantir a sua efetividade;
III - propor aperfeiçoamentos na prestação dos serviços;
IV - auxiliar na prevenção e correção de atos e procedimentos que estejam sendo praticados de forma contrária à Lei nº 13.460/2017;
V - propor a adoção de medidas para a defesa dos direitos do usuário;
VI - receber, analisar e encaminhar às autoridades competentes as manifestações, acompanhando o tratamento e a efetiva conclusão das manifestações de usuário perante órgão ou entidade a que se vincula; e
VII - promover a adoção de mediação e conciliação entre o usuário e o órgão ou a entidade pública. #IMPORTANTE
Relatório de gestão
As ouvidorias deverão elaborar, anualmente, relatório de gestão, que deverá consolidar as informações relacionadas com manifestações recebidas dos usuários e respectivas soluções que foram dadas.
Neste relatório, as ouvidorias deverão apontar falhas e sugerir melhorias na prestação dos serviços.
Conteúdo do relatório
O relatório de gestão deverá indicar:
I - o número de manifestações recebidas no ano anterior;
II - os motivos das manifestações;
III - a análise dos pontos recorrentes; e
IV - as providências adotadas pela administração pública nas soluções apresentadas.
O que é feito com esse relatório
O relatório de gestão será:
I - encaminhado à autoridade máxima do órgão a que pertence a unidade de ouvidoria; e
II - disponibilizado integralmente na internet.
Decisão sobre as reclamações feitas aos usuários
A ouvidoria encaminhará a decisão administrativa final ao usuário, observado o prazo de 30 dias, prorrogável de forma justificada uma única vez, por igual período.
Desde que respeitado esse prazo, a ouvidoria poderá solicitar informações e esclarecimentos diretamente a agentes públicos do órgão ou entidade a que se vincula.
As solicitações da ouvidoria deverão ser respondidas pelos agentes públicos provocados no prazo de 20 dias, prorrogável de forma justificada uma única vez, por igual período.
V – CONSELHOS DE USUÁRIOS
Conselhos de usuários
A participação dos usuários no acompanhamento da prestação e na avaliação dos serviços públicos será feita por meio de conselhos de usuários.
Atribuições
Os conselhos de usuários são órgãos consultivos dotados das seguintes atribuições:
I - acompanhar a prestação dos serviços;
II - participar na avaliação dos serviços;
III - propor melhorias na prestação dos serviços;
IV - contribuir na definição de diretrizes para o adequado atendimento ao usuário; e
V - acompanhar e avaliar a atuação do ouvidor.
Composição
A composição dos conselhos deve observar os critérios de representatividade e pluralidade das partes interessadas, com vistas ao equilíbrio em sua representação.
A escolha dos representantes será feita em processo aberto ao público e diferenciado por tipo de usuário a ser representado.
Poderá opinar na escolha do ouvidor
O conselho de usuários poderá ser consultado quanto à indicação do ouvidor.
Relevante serviço sem remuneração
A participação do usuário no conselho será considerada serviço relevante e sem remuneração.
VI - AVALIAÇÃO CONTINUADA DOS SERVIÇOS PÚBLICOS
Administração Pública deverá avaliar os serviços prestados
Os órgãos e entidades públicos deverão avaliar os serviços prestados, atentando para os seguintes aspectos:
I - satisfação do usuário com o serviço prestado;
II - qualidade do atendimento prestado ao usuário;
III - cumprimento dos compromissos e prazos definidos para a prestação dos serviços;
IV - quantidade de manifestações de usuários; e
V - medidas adotadas pela administração pública para melhoria e aperfeiçoamento da prestação do serviço.
Pesquisa de satisfação
Essa avaliação será realizada por pesquisa de satisfação feita, no mínimo, a cada um ano, ou por qualquer outro meio que garanta significância estatística aos resultados.
Publicado na internet
O resultado da avaliação deverá ser integralmente publicado no site do órgão ou entidade, incluindo o ranking das entidades com maior incidência de reclamação dos usuários e servirá de subsídio para reorientar e ajustar os serviços prestados, em especial quanto ao cumprimento dos compromissos e dos padrões de qualidade de atendimento divulgados na Carta de Serviços ao Usuário.
VII – VIGÊNCIA
A Lei nº 13.460/2017 entra em vigor, a contar da sua publicação, em:
I – 365 dias para a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios com mais de 500 mil habitantes;
II – 540 dias para os Municípios entre 100 mil e 500 mil habitantes; e
III – 720 dias para os Municípios com menos de 100 mil habitantes.
*#ATENÇÃO #NOVIDADELEGISLATIVA: Decreto nº 9.723, de 11.3.2019 - Altera o Decreto nº 9.094, de 17 de julho de 2017, o Decreto nº 8.936, de 19 de dezembro de 2016, e o Decreto nº 9.492, de 5 setembro de 2018, para instituir o Cadastro de Pessoas Físicas - CPF como instrumento suficiente e substitutivo da apresentação de outros documentos do cidadão no exercício de obrigações e direitos ou na obtenção de benefícios e regulamentar dispositivos da Lei nº 13.460, de 26 de junho de 2017. 
DISPOSITIVOS PARA CICLOS LEGISLAÇÃO
	DIPLOMA
	DISPOSITIVOS
	* Lei 8.987/95
	Integralmente
	Lei 11.079/2004
	Integralmente
	Lei 13.460/2017
	Integralmente
Extinção da concessão
Advento do termo contratual
Encampação
Caducidade
Rescisão
Consensual;
Judicial;
Anulação
Falência ou extinção

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