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EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR BELO HORIZONTE / MG EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR 2 Sumário Objetivo Geral .....................................................................................................................................3 HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR.................................................................................. 3 A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR....................................................................... 7 VANTAGENS E BENEFÍCIOS DE UMA BOA AULA DE EDUCAÇÃO FÍSICA NA .............................10 ESCOLA ...........................................................................................................................................10 O Desenvolvimento Motor ................................................................................................................. 10 Educação Física Escolar – Expectativas e Importância ..................................................................... 10 Promovendo Saúde Através da Educação Física .............................................................................. 11 A Importância da Educação Física na Socialização ........................................................................... 11 Os Melhores Exercícios Para Educação Física Escolar ..................................................................... 11 Ensino Fundamental I .......................................................................................................................12 Ensino Fundamental II ......................................................................................................................12 Exercícios e brincadeiras para o Ensino Médio .................................................................................13 Cuidados Especiais com o seu aluno atleta durante os Treinos de Preparação Física ....................... 16 Expectativas da Educação Física na visão da comunidade escolar ................................................... 16 INCLUSÃO NA EDUCAÇÃO FÍSICA .................................................................................................17 Educação inclusiva ........................................................................................................................... 17 Educação Física Inclusiva ................................................................................................................. 17 Educação Física: Adaptada ou Inclusiva ........................................................................................... 19 Melhores Atividades Físicas Para Inclusão........................................................................................ 19 As Dificuldades da Educação Física Adaptada .................................................................................. 19 Modalidades Esportivas Adaptadas ao DEFICIENTE Físico ..............................................................20 O Papel do Educador Físico.............................................................................................................. 21 Como Planejar Uma Aula Adaptada .................................................................................................. 22 DESVALORIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR .................................................................23 REFERÊNCIAS.....................................................................................................................................26 EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR 3 O QUE É A EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR? A Educação Física é uma disciplina muito significativa, porém, por diversas vezes, pouco valorizada na grade curricular. Ela insere, adapta e incorpora o aluno no saber corporal de movimento, sua função é formar o cidadão que segundo Betti (1992) irá produzi-la, reproduzi-la e transformá-la, qualificando-o para desfrutar os jogos, os esportes, as danças, as lutas, as ginásticas e práticas de aptidão física, em proveito do exercício crítico dos direitos e deveres do cidadão para a benfeitoria da qualidade de vida humana. A educação física veio para somar e contribuir com a educação intelectual e moral nas escolas, uma das responsabilidades dessa disciplina é de instruir e instigar o aluno a opinar e se posicionar criticamente em relação às atuais linhas de cultura corporal de movimento. Fonte: blogeducacaofisica.com.br Objetivo Geral A Educação Física tem como objetivo geral despertar nos alunos o interesse em envolver-se com as atividades e exercícios corporais criando convivências harmoniosas e construtivas com outros cidadãos, sendo capazes de reconhecer e respeitar as características físicas e desempenho de si próprio e de outros indivíduos, não segregando e nem depreciando outras pessoas por qualidades e peculiaridades como aspectos físicos, sexuais e ou sociais. Nos momentos de recreação e jogos esportivos estimular o aluno a ter atitudes de respeito mútuo, dignidade e solidariedade para com o próximo, valorizando, conhecendo e aceitando a exposição da cultura corporal dos diferentes grupos, transfazendo em meios para o 1 Texto extraído de: www.blogeducacaofisica.com.br convívio entre pessoas de diferentes círculos sociais1. De acordo com a Lei 9.394/96, parágrafo 3º, a educação física escolar está integrada à proposta pedagógica, sendo componente curricular obrigatório da educação básica. Sua prática é facultativa ao aluno que cumpra jornada de trabalho igual ou superior a seis horas; maior de trinta anos de idade; que estiver prestando serviço militar inicial ou que, em situação similar, estiver obrigado à prática da educação física; e que tenha prole2. Um ponto essencial é a inclusão de pessoas com deficiência. A educação é um direito de todos e, independentemente das limitações, a escola tem a função de promover a participação de cada estudante. Afinal, conviver com a diversidade ajuda a formar cidadãos melhores. HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR Segundo o estudo de Arantes (2008), o Brasil foi descoberto por Portugal em 1500, e a primeira modalidade de educação que existiu no Brasil foi a jesuíta, a qual não previa nada relacionado à Educação Física, exceto por atividades físicas desenvolvidas em horas livres como forma de recreação, tais quais: o arco e flecha e a peteca. “O arco e flecha, natação, luta, caça, pesca, montaria, canoagem e corridas faziam parte do seu dia a dia. Tudo leva a crer que a primeira prática esportiva introduzida no Brasil foi o remo (1566) ” (OLIVEIRA, 2004, p. 23). Conclui-se que, neste período colonial, as únicas atividades desenvolvidas que faziam menção à Educação Física eram de cunho recreativos ou como forma de sobrevivência natural do homem. Fonte de: travinha.com.br Em 1824, com a Constituição do Império, é possível verificar alguns avanços na área da 2 Texto extraído de: www.educamaisbrasil.com.br EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR 4 educação, porém pouco relacionado com a prática da Educação Física como disciplina e pouco preocupada com a formação de seus docentes. Ainda segundo relatos de Arantes (2008), em 1841, a Educação Física Escolar começa a ser praticada com exercícios voltados para o âmbito militar, com o nome de Gymnastica e ministrada por “professores” com patente militar. Dez anos depois, em 1851, são consideradas obrigatórias as práticas das atividades de Gymnastica nas primeiras escolas primárias do Rio de Janeiro. O Capitão Ataliba Fernandes, mestre de Gymnastica foi um dos principais idealizadores sobre a inclusão e o desenvolvimento da Gymnastica nas escolas da época. Sobre a Metodologia desta nova disciplina: a Gymnastica é possível afirmar de que a ideia era construir um equipamento multifuncional,uma espécie de estação, na qual poderiam ser desenvolvidos diferentes exercícios simultaneamente por vários indivíduos No que tange ao "método" e aos conteúdos de ensino a discussão se desenrola de forma diversa. O proponente informa que o ensino da ginástica se daria através de exercícios de corpo livre e de exercícios dependentes do aparelho e acessórios. Em ambos, seriam aplicáveis exercícios de flexibilidade, equilíbrios, lutas, forças, saltos e, ainda, exercícios pírricas, de natação, de volteios e militares. Para tanto, precisaria de um aparelho específico, um pórtico, no qual se poderia adaptar barras fixa, argolas, trapézio, escada de cordas, paus e cabos volantes, barras paralelas, escadas de madeiras, graduador de saltos, além de pesos, cordas, cabos tamboretes e um último acessório que não foi possível identificar. O Cap. Ataliba se oferecia para confeccionar e restaurar aparelhos existentes em alguns colégios particulares (PAIVA, 2001, p. 122). Esta metodologia não foi aceita pelos diretores da época por acreditarem que os espaços físicos não suportariam um aparelho tão grande. A época então é marcada pela divergência entre ideias mais agressivas e preconceituosas do Capitão Ataliba e a proposta de mudanças sobre o ensino da disciplina, proposta pelos diretores. Talvez a ideia mais relevante do capitão Ataliba tenha sido sobre a formação docente, ao afirmar que seja qual foi o método para incluir a disciplina dentro do ambiente escolar, a mesma não pode ser ministrada por qualquer pessoa, sendo de fundamental importância a colocação de um profissional habilitado para tal prática. “Apesar dos esforços para a implantação da Educação Física nas escolas, o período imperial não proporcionou estímulos pedagógicos significativos para o exercício físico” (OLIVEIRA, 2004, p. 24). Este período foi importante para a Educação Física Escolar Brasileira, pois foi o passo inicial para o pensamento da Educação Física como algo importante a ser inserido no cotidiano humano. Capitão Ataliba possui o seu papel fundamental neste contexto, por ser um dos precursores deste processo, mesmo que suas ideias fossem, talvez, militares ou preconceituosas demais, foram essenciais para que algum pensamento fosse desenvolvido a esse respeito. Rui Barbosa é considerado um dos principais pensadores e contribuidores para a Educação brasileira e foi um dos pioneiros ao pensar na Educação Física como algo essencial à criança e ao seu corpo. “Embora não julgasse merecer um lugar de destaque no setor educacional, a intelectualidade brasileira já demonstrava preocupação com a Educação Física. A maior dessas manifestações aconteceu por intermédio de Rui Barbosa” (OLIVEIRA, 2004, p. 25). A introdução da educação física foi apresentada como uma inovação relevante. A satisfação da vida física era a primeira necessidade da infância, justificando, assim, a importância fundamental da ginástica num plano de estudos que postulava a inseparabilidade do espírito e do corpo (SOUZA, 2000, p. 16). Souza (2000) embasa seu estudo em Rui Barbosa, o paladino da Educação, e disserta sobre a função da Educação Física ao ser introduzida nos programas de educação de diferentes países. De acordo com Rui, a educação física havia sido introduzida nos programas de ensino de vários países tendo em vista sua função moralizadora, higiênica e patriótica. O substitutivo destaca as finalidades morais e sociais da ginástica: agente de prevenção dos EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR 5 hábitos perigosos da infância, meio de constituição de corpos saudáveis, fortes e vigorosos, instrumento contra a degeneração da raça, ação disciplinar moralizadora dos hábitos e costumes responsável pelo cultivo dos valores cívicos e patrióticos imprescindíveis à defesa da pátria (SOUZA, 2000, p. 16). Oliveira (2004) revela que as recomendações de Rui Barbosa para as aulas de Educação Física pareciam fantasiosas demais para época, uma verdadeira utopia, pois os professores da disciplina usavam trajes sociais e ministravam suas aulas dentro das salas de aulas. Ideias condizentes com o perfil de Rui Barbosa, por ser um visionário para época. Tais ideias eram difíceis de ser entendidas e faziam menções quanto à obrigatoriedade da disciplina de Educação Física no Jardim de Infância e escolas primárias e secundárias em horários de aulas regulares com, no mínimo, 30 minutos de duração e com frequência de quatro dias semanais e ministradas por professores com reconhecimento europeu e reconhecidos dentro da instituição como os demais docentes, embasadas na distinção de gêneros, sendo a calistenia3 ofertada para as meninas e a ginástica sueca para os meninos. Rui Barbosa também defendia a ideia de que as escolas possuíssem uma espécie de central de emergência a fim de capacitar professores regulares para o ensino da ginástica. Fonte: caetanistas78.blogspot.com Rui Barbosa foi sim um personagem fundamental para a evolução nos processos educacionais no Brasil e, por consequência, é um dos protagonistas na história da Educação Física Escolar no país. Suas ideias, apesar de revolucionárias para a época, representaram a 3 Calistenia (ou "ginástica calistênica" e até "street workout") é uma forma de treinamento físico em que base do pensamento para a atual forma de educação. A transição de século representou a transição do pensamento também, pois primeiramente, acreditava-se em uma Educação Física com propósitos limitados e a partir dessa mudança, foi possível verificar uma preocupação maior com o desenvolvimento da disciplina. Após a Abolição e a Proclamação da República, as expectativas da vida na sociedade brasileira estavam alteradas: a afluência de jovens aos grandes centros, a iminência de sedentarização provocada pela revolução nos meios de transporte e a influência da imigração fomentada após a Abolição precipitaram impulsos decisivos em relação a uma preocupação mais sistemática com a Educação Física (OLIVEIRA, 2004, p. 25) Os esportes começaram a chegar com intensidade no país e a serem praticados pela população nacional. Em 1921, a ginástica alemã foi abolida e foi adotado, então, o “Regulamento de Instrução Física Militar”, o qual fazia referência a ginástica natural francesa e foi considerado o manual a ser seguido por todos. O novo método foi trazido por militares franceses é estendido à área escola. Foi difundido e começaram a ser criados os primeiros centros de Educação Física do país, com o intuito de formar professores, sendo permitida, em um primeiro momento, apenas militares e, posteriormente, a matrícula de civis. No final dos anos trinta, surge a Escola Nacional de Educação Física e Desportos, integrada à Universidade do Brasil (atual UFRJ). Entre os diversos cursos de formação de professores que surgiram nessa época foi, inegavelmente, o mais importante (OLIVEIRA, 2004, p. 26). O método francês manteve-se incontestável até a década de 50, quando pensadores vindos de fora do país começaram um movimento de reflexão para a Educação Física brasileira. se utiliza o peso corporal para movimentos acrobáticos e de força. EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR 6 Somente em 1961 foi criada a primeira Lei de Diretrizes Básicas (LDB), a qual divida o sistema educacional em primário ginásio, colegial e ensino técnico. Referente à Educação Física primária, a nova lei tratava a recreação como objetivo primordial para obtenção de melhorias no corpo e desenvolvimento global dos alunos. A Educação Física para a juventude ensinava a ginástica formativa e fundamentos dos jogos coletivos. Após dez anosda publicação da primeira LDB, foi criada a segunda LDB, a qual separava o sistema de outra forma, isto é, em graus, sendo o primeiro grau composto por oito séries, antigo primário e ginásio, cumprindo um núcleo comum e uma parte diversificada. A Educação Física, juntamente com Educação Artística e Inglês, passou a ser considerada atividade e não disciplina, com possibilidade de reprova do aluno apenas por faltas excessivas. O programa para Educação Física foi composto por atividades que pretendiam promover um desenvolvimento harmonioso do corpo e do espírito. Segundo Arantes (2008), foi apenas doze anos depois que foram oferecidos aos profissionais de Educação Física, os subsídios necessários para a criação da Proposta Curricular de Educação Física para a pré-escola, com conteúdo condizente com as faixas etárias e fundamentais para o desenvolvimento motor das crianças. Este processo de intensa discussão acerca dos conteúdos escolares terminou em 1992 com a publicação do modelo final das Propostas Curriculares para o 1º e 2º. Graus para todas as Disciplinas e Atividades coordenadas pela CENP. Quanto ao Curso de Habilitação Específica para o Magistério HEM. (Antigo Curso Normal), além das disciplinas já implementadas, haviam as denominadas Instrumentais; as de Metodologias das diferentes Disciplinas ou Atividades a serem ensinadas aos alunos da escolarização até 4ª. série do 1º. Grau. As aulas de Metodologia da Educação Física estavam previstas no documento demonstrando que seu conteúdo merecia ser estudado (ARANTES, 2008, p. 1). O currículo vigente até hoje é baseado na terceira LDB e encontra-se completo, desde o Ensino Infantil até o Ensino Superior, devendo suprir as necessidades dos alunos, independentemente da sua faixa etária ou das condições em que se encontram, promovendo o desenvolvimento global dos mesmos. É componente curricular da educação básica e deve estar integrado na proposta pedagógica da escola. A realidade é que a Educação Física evoluiu muito durante todos estes anos e conseguiu conquistar o seu espaço dentro da escola e perante à sociedade, cabendo aos profissionais da área, um desenvolvimento maior ainda a fim de obter o avanço da disciplina. Antigamente, as ideias começaram a ser formuladas com conceitos fracos, devido à falta de recursos que os profissionais possuíam e ao próprio contexto histórico ao qual estavam inseridos, porém hoje em dia tudo pode ser diferente, o mundo evoluiu e as informações estão disponíveis a todos para serem utilizadas da melhor maneira possível, necessitando apenas um pouco de esforço e boa vontade. Hoje, possuímos muitas linhas ou abordagens filosóficas; cinesiológica, motricidade humana, cultura corporal do movimento, aptidão física, tradicional, desenvolvimentista, sócio construtivista, sócio interacionista e a ligada ao meio ambiente. Demos um passo gigantesco se comparamos ao Capitão Ataliba e aos idos séculos XIX (ARANTES, 2008, p. 1). É notório o avanço da disciplina e o respeito adquirido dentro das instituições de ensino, a Educação Física é tratada como uma disciplina com autonomia, semelhante as demais, de fundamental importância para o desenvolvimento do aluno, no que diz respeito ao aspecto físico, social e cognitivo. EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR 7 Fonte:praticasdesucessoemeducacaofisica.blog spot.com A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR A Educação Física está se tornando algo indispensável na vida das pessoas, por diferentes aspectos, fato este que contribui para o avanço e a maior importância dada à disciplina dentro do ambiente escolar. São inúmeros os fatores já comprovados de benefício proporcionado pela Educação Física e, por isso mesmo, fica difícil colocálos em uma escala de importância, mas serão elencados aqui algumas vertentes imprescindíveis quando tratamos do assunto e relacioná-los com os ambientes escolares. Promoção de saúde, desenvolvimento de capacidades físicas, motoras, afetivas e cognitivas e inserção social são os aspectos que buscaram descrever a proporção da importância da Educação Física Escolar. Talvez o ponto fundamental quando tratamos sobre a Educação Física esteja voltado para a área da saúde, pois a disciplina ajuda tanto na prevenção de muitos casos, quanto no combate de outros vários diagnósticos. Haja vista a frequência com que as pessoas buscam médicos especialistas e recebem como forma de medicação apenas a instrução para criar o hábito de realizar atividades físicas. “A prática de atividade física pode prevenir o surgimento precoce, atuar no tratamento de diversas doenças metabólicas e interferir positivamente na capacidade funcional de adultos e idosos” (COELHO; BURINI, 2009, p. 945). Partindo do princípio de que é durante a infância que o indivíduo começa a criar hábitos para o resto da vida e sabendo de que, muitas das doenças presentes, seriam inexistentes ou de menor poder de impacto caso o estilo de vida da pessoa tivesse sido melhor no começo da vida, é possível afirmar que a Educação Física deve ocupar um papel relevante durante esta fase do indivíduo. Faixa etária esta que está inserida no período escolar, ou seja, a Educação Física Escolar é de extrema importância para o indivíduo. O objetivo principal da prescrição de atividade física na criança e no adolescente é criar o hábito e o interesse pela atividade física, e não treinar visando desempenho. Dessa forma, deve-se priorizar a inclusão da atividade física no cotidiano e valorizar a educação física escolar que estimule a prática de atividade física para toda a vida, de forma agradável e prazerosa, integrando as crianças e não discriminando os menos aptos (LAZOLLI et al, 1998, p. 108). É importante salientar que a Educação Física escolar deve possuir o fator da inclusão como uma de suas vertentes primordiais, pois o objetivo inicial é criar uma rotina de exercícios, isto é, fazer com que a criança comece a gostar de praticar atividades físicas, portanto qualquer fator de exclusão tornará esse objetivo cada vez mais inalcançável. Nesse contexto, as atividades devem visar a participação de todos e o desenvolvimento do maior número de capacidades possíveis: físicas, motoras ou sociais. Esportes competitivos, brincadeiras de exclusão de participantes ou atividades que privilegiem apenas os melhores devem ser utilizados com cautela ou, muitas das vezes, deixadas de lado, para que todos sintam o bem- estar em participar das aulas. Fonte: blogeducacaofisica.com.br O modelo de vida mudou drasticamente, se comparado com o modelo vigente há algumas décadas atrás. A tecnologia avança a passos largos, a cada minuto que se passa, atraindo cada vez mais jovens. Os parques ou espaços destinados a diversão das crianças encontram-se em péssimo estado de conservação ou sendo EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR 8 substituídos por empreendimentos imobiliários. Está cada vez mais complicado as famílias destinarem um tempo próprio para estarem juntos, brincarem com seus filhos, darem a atenção necessária. Pode-se concluir que, diante de tantas dificuldades, muitas das vezes, o único ambiente que o indivíduo possui para desenvolver atividades físicas seja o ambiente escolar, durante as aulas de Educação Física. Compete, portanto, ao profissional de Educação Física Escolar a tarefa de desenvolver neste indivíduo o gosto pela prática de atividades físicas. A sociedade impõe um modelo de beleza conforme os conceitos e pensamentos da época em que estão inseridas, ou seja, para cada período histórico encontramos um padrão de beleza diferente a ser buscado pelos indivíduos. Esse padrão de beleza desenvolvenas pessoas um desejo incessante de buscar alcançálo, mesmo que isso, muitas vezes, não represente um corpo saudável. Historicamente, as culturas tendem a estigmatizar traços ou comportamentos que sejam considerados negativos ou desviantes. Sob esta perspectiva, a percepção do tamanho corporal vem sendo associada a fortes valores culturais. Os corpos grandes e arredondados em dados períodos foram considerados sinais de opulência e poder, tendo, assim, uma valorização positiva, em contraste com a desvalorização e cobrança que marcaram as últimas décadas, tendentes a valorizar corpos esbeltos e esguios (ALMEIDA et al, 2005, p. 28). Nos tempos atuais, podemos afirmar que o padrão de beleza vigente é aquele corpo esbelto, musculoso, forte, visto em todos os meios de comunicação, através de garotos e garotas propaganda, geralmente seminus. A busca por este chamado corpo perfeito leva as pessoas diretamente na direção da prática de atividades físicas, ou seja, para ser possível alcançar o padrão de beleza vigente, o indivíduo deve manter uma rotina de exercícios frequente. Transportando o assunto para o ambiente escolar, é possível constatar que esta realidade acerca do padrão de beleza é existente também entre crianças e jovens, pois os mesmos possuem, cada vez, acesso aos meios tecnológicos. Portanto, muitos alunos buscam a prática de atividades físicas com o objetivo de buscar atingir o padrão de beleza da sociedade em que ele está inserido. O único cuidado que deve existir, e para que esta busca incessante pelo corpo perfeito não se torna algo maléfico à saúde da criança, ou seja, a rotina de exercícios deve ser prescrita com cuidado para que não ocorra nem a falta e nem o excesso de exigência ao corpo ainda em desenvolvimento. Mais uma exigência feita ao profissional da Educação Física Escolar, o qual deve atentar-se para desenvolver atividades físicas compatíveis com a faixa etária e ainda aconselhar, aos seus alunos, a importância de um corpo saudável, nem com déficit e nem com excesso de peso. A Educação Física Escolar, nesse contexto, tem o papel de auxiliar em doenças muito presentes na sociedade atual, tais quais: obesidade, sedentarismo, anorexia e bulimia. “A representação feminina na mídia é a referência de beleza e atitude não só de adultos, mas também de crianças, que mais tarde repetirão o que viram e acharam agradável” (VIANNA, 2005, p. 9). Fonte: estudokids.com.br Na maioria das vezes, a mídia apresenta- se como uma ferramenta que possui o único objetivo de atender ao interesse de alguns e não da sociedade como um todo. O fato de mulheres mesmo com peso adequado para a estatura desejarem pesos ainda menores é preocupante. Certamente essa distorção da imagem corporal encontra raízes nos meios de comunicação de massa que privilegiam modelos de beleza que possuem pesos para a estatura próximos ou mesmo semelhantes a portadores de distúrbios alimentares como anorexia nervosa e bulimia. Esses modelos de beleza divulgados pela mídia exercem efeitos sobre o comportamento e o EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR 9 estabelecimento de hábitos alimentares entre adolescentes do sexo feminino (KAKESHITA; ALMEIDA, 2006, p. 503). Outro fator essencial para afirmar a Educação Física Escolar como uma disciplina essencial na vida dos estudantes é o desenvolvimento do corpo como um todo, isto é, o desenvolvimento das muitas capacidades possíveis do corpo humano. Durante a vida toda, exige-se do nosso corpo, o uso de inúmeras valências constantemente, pois o simples ato de permanecer parado, andar, pular um obstáculo, desviar de algo ou qualquer outra circunstância parecida já está diretamente relacionado com as capacidades do corpo humano. Estas capacidades são denominadas físicas e motoras. Dentre as capacidades, pode-se destacar a força, velocidade, resistência, flexibilidade e o equilíbrio como as principais por serem consideradas essenciais para o desenvolvimento do indivíduo. Todo o movimento humano exige o uso de diferentes capacidades. Estas capacidades possuem um caráter hereditário, ou seja, são transmitidas de pais para filhos, porém possuem o caráter treinável, isto é, um indivíduo é capaz de melhorar uma capacidade caso desenvolva atividades para isto, no caso as atividades físicas possuem este papel. A Educação Física Escolar é responsável por desenvolver estas atividades com o objetivo de melhorar as capacidades físicas e motoras dos estudantes, possibilitando aos mesmos, uma maior facilidade no desenvolvimento das tarefas ao longo de suas vidas. Nos dias atuais é possível verificar a dificuldade no processo de socialização das pessoas, pois alguns aspectos o dificultam, dentre eles, a criação de grupos mais fechados de amizades, o uso abusivo de novas tecnologias, o pouco tempo que as pessoas possuem para atividades físicas em grupos ou como forma de lazer e recreação. O fato é que está cada vez mais difícil os indivíduos conseguirem interagir de maneira pessoal, física, presente. As aulas de Educação Física podem e devem suprir está carência, pois se trata de uma disciplina sem exigências estruturais como as demais, ou seja, não é necessário que cada aluno permaneça atrás de sua carteira, sentado, distante um do outro. Esta disciplina possui o poder de interação entre os alunos, os quais estarão distantes dos paradigmas educacionais. O profissional responsável pela Educação Física Escolar deve ser capaz de desenvolver atividades possíveis de todos, independentemente se possui alunos brancos, negros, gordos, magros, deficientes, altos, baixos, fator que torna a disciplina, talvez, como sendo a mais heterogenia dentro do ambiente escolar. A busca nas aulas é pessoal, isto é, cada aluno irá se desenvolver de uma maneira, encarar a atividade de uma forma, encontrar uma resposta diferente para solucionar o problema proposto, aprendendo a trabalhar a sua individualidade e o seu coletivismo simultaneamente. Com conteúdo diversificado, possíveis para todos, fatalmente o interesse pela prática de atividades físicas será desenvolvido nas crianças, a qual não precisarão se preocupar no que são melhores que os demais. O uso de temas transversais é de fundamental importância nas aulas de Educação Física Escolar, pois pode-se trabalhar a obesidade, o bulling, a violência na sua forma prática, no decorrer das atividades, sem ofender ou magoar ninguém. Fonte: estudokids.com.br Aulas que beneficiam a prevenção e a cura de doenças desenvolvem capacidades físicas, motoras, cognitivas e afetivas dos indivíduos, promovem bemestar, sensação de igualdade, inserção social caracterizam evidente a afirmação do quanto é importante a Educação Física dentro do ambiente escolar. Porém, cabe ressaltar, que a Educação Física só será realmente valorizada caso o trabalho do profissional que está desempenhando-a seja satisfatório. Professores que apenas jogam uma bola para os meninos e uma corda para as meninas não reconhecem a importância da disciplina na vida de cada criança e, por EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR 10 consequência, desvalorizam a Educação Física perante as demais disciplinas4. VANTAGENS E BENEFÍCIOS DE UMA BOA AULA DE EDUCAÇÃO FÍSICA NA ESCOLA A educação física escolar promove muitos benefícios, começando pelo incentivo da pratica de esportes e atividades físicas, como por exemplo: • Favorece o desenvolvimento motor; • Contribui para a integração social da criança e do adolescente; • Colabora para que os alunos adquiram autoconfiança; • Melhora a autoestima; • Contribui para que o aluno se expresse melhor; • Favorece as questões e vivencias sobre o mundo que convivem;• Ajuda o aluno a conhecer e a compreender as mudanças e o limite do próprio corpo; • Reduz o estresse e as pressões do dia a dia; • Coopera para um estilo de vida melhor; Ao praticar atividades físicas os alunos têm a vantagem de melhorar a saúde e diminuir riscos de doenças como a obesidade, hipertensão arterial, colesterol alto e doenças respiratórias. Além disso, contribui para desenvolver habilidades nos esportes. É na escola que os alunos aprendem a importância de ter um estilo de vida mais saudável e equilibrado. O professor representa um papel importante para promover uma vida saudável e ativa aos seus alunos. O Desenvolvimento Motor 4 Texto extraído de: www.fatece.edu.br O ideal é estimular a criança para fase de desenvolvimento em que ela se encontra, por exemplo, a fase do engatinhar, muitos pais acham benéfico o pular a fase do engatinhar e é justamente ao contrário, deve-se estimular o bebê a engatinhar, se arrastar, tentar levantar. Quanto maior os estímulos de movimentos, melhor o desenvolvimento do repertório motor. Colocar a criança desde cedo num esporte para que ela vire atleta não é errado desde que se não restrinja às possibilidades motoras. É importante praticar esportes para desenvolver todo potencial, pois estiver melhor preparado, terá oportunidades mais apropriadas para confrontar os desafios que a vida oferece durante toda a sua existência. Fonte: es.123rf.com Educação Física Escolar – Expectativas e Importância Expectativas: As expectativas determinam o conhecimento construído pelo estudante durante o período letivo. Isto é, ao determinar as expectativas de aprendizagem, estabelecem também o que é preciso ensinar para os alunos. As expectativas neste ponto buscam assegurar que os aprendizados sejam igualitários para todos, mesmo que cada aluno aprenda no seu tempo. A expectativa é um parâmetro formador da aprendizagem pretendida para os alunos, auxiliando na melhor forma de avaliação da criança. A avaliação para ser competente naquilo que ela se propõe deve levar em consideração questões como: EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR 11 • A participação; • O interesse; • O compromisso; • A responsabilidade; • A afetividade • As habilidades • As competências; • A atitude. Na educação física escolar, o professor é o mediador entre o aluno e o processo de aprendizagem. Importância: As aulas de educação física são importantes em todos os seguimentos, pois ela promove o desenvolvimento integral do aluno, a vida saudável, a socialização, o espírito de equipe e a prática do desporto. Os alunos participam das mais variadas experiências corporais para as quais são desafiados. Acreditar que a atividade física passa a fazer parte do comportamento pessoal durante toda a vida, significa entender que isso só é possível mediante experiências satisfatórias com os exercícios físicos e os jogos. Os alunos devem ser desafiados e exercitados a entenderem que somente podem vencer quando estiverem se divertindo. A vitória não pode ser a condição para o divertimento. Caso o for, as atividades não são lúdicas. O divertimento deve estar presente no jogo e não no seu final (FALKENBACH, 2002). A Educação Física escolar evidencia a liberdade cognitiva e emocional dos estudantes para a aprendizagem. Isso é um fator importante para que haja um ambiente de convívio onde o respeito e tolerância devem ser trabalhados. Saber como relacionar-se em grupo pressupõe um controle evolutivo de comportamentos, valores, normas e atitudes. Promovendo Saúde Através da Educação Física O professor tem a função de ensinar o que é certo e o que é errado. Isso faz com que sua função seja importante na formação do aluno para a sociedade, ainda que não seja valorizado. Por isso, é, é muito importante despertar no aluno a consciência de cuidar da saúde, e ter hábitos saudáveis. Assim o mesmo pode transmitir esses conhecimentos para a família e para a sociedade em geral. Portanto, é importante o docente e a escola usarem ferramentas que possam impactar de maneira positiva a vida do aluno. Essas ferramentas são entre outras a informação: • Palestras, debates, mesa redonda, peças teatrais, jogos sobre a atividade física, a alimentação saudável, uso de drogas, sexualidade, saúde etc; • Despertar no aluno o interesse pela prática de exercícios físicos; • Elaborar junto com os alunos projetos para a escola e para a comunidade sobre vida saudável e desportos; A Importância da Educação Física na Socialização Na escola, a criança tem a chance de se socializar com outras crianças através da recreação, jogos e brincadeiras dirigidas. Por isso a educação física tem a conjuntura de contribuir para que a criança ou adolescente desenvolva a autoconfiança interagindo com o grupo e também desenvolver habilidades motoras. Fonte: escolaespacoeducar.com.br A educação física é uma porta para a formação social e de princípios do educando. É preciso que o professor tenha autonomia para administrar e despertar esses valores no aluno, transformando o meio em que vive. É nas aulas de educação física que muitas vezes lidamos com o diferente, com as limitações físicas e psíquicas nossa e dos outros. Por isso, a importância do docente despertar essa percepção no aluno, para que ele leve para a vida o saber conviver e o saber respeitar a diversidade que faz parte da sociedade. Os Melhores Exercícios Para Educação Física Escolar Os melhores exercícios nas aulas são sempre aqueles que envolvem descontração, EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR 12 dinâmica e um ar de brincadeira, no entanto são diferentes dependendo da faixa etária ou ciclo que o aluno está. Segue alguns exemplos de exercícios e brincadeiras dirigidas e jogos para cada ciclo: Fonte de: www.blogeducacaofisica.com.br Ensino Fundamental I • Amarelinha: todas as crianças podem participar. Com giz desenhe sete casas numeradas no chão, que terminam com um círculo escrito céu. A brincadeira consiste em jogar a pedra nas casas em ordem numérica e ir pulando com um pé só, evitando pisar na casa onde caiu a pedra, pegando-a na volta. Ganha quem chegar ao céu primeiro sem pisar nas linhas ou com os dois pés. • Coelhinho sai da toca: dividir as crianças em grupos de três, sendo que duas ficam de mãos dadas simulando uma toca e a terceira criança seria o coelho fica ao meio. Duas ou mais crianças devem ficar sem toca, no centro da brincadeira. Quando a professora fala: coelhinho sai da toca! Todas as crianças têm que mudar de toca. As crianças que estão no centro têm que tentar ocupar as tocas que ficam vazias, e as outras crianças que estão na toca deve trocar de toca, quem ficar sobrando vai para o centro e a brincadeira recomeça. • Dança das cadeiras: faça uma roda de cadeiras e outra roda de crianças em volta das cadeiras, sendo que deve ter uma cadeira a menos que o número de crianças que vão brincar. Começa a tocar a música e as crianças andam em volta das cadeiras com as mãos para trás. Quando a música parar todas as crianças devem sentar-se. Saí da brincadeira quem não conseguiu sentar-se, tira-se uma cadeira e a brincadeira recomeça. Ganha quem sentar na última cadeira. • Dança das cadeiras alternativas: várias cadeiras com bexiga serão espalhadas na sala. Os participantes serão vendados e começa a tocar a música. Quando parar a música, todos devem sentar e estourar as bexigas, será eliminado aquele que não conseguir uma cadeira. O jogo recomeça com uma cadeira a menos, ganha quem sentar na última cadeira. • Morto-Vivo (vivo-morto): uma criança é escolhida para ser ochefe, ou seja, é quem vai dá ordem e as outras crianças deverão obedecer. O chefe dirá morto ou vivo. Se o chefe diz morto às crianças devem abaixar. E se o chefe disser vivo, as crianças devem ficar de pé. O objetivo do chefe é fazer os participantes ficarem confusos com sua comanda que deve ser cada vez mais rápida. Quem errar sai do jogo, a criança que sobrar é a vencedora. • Pular Corda: existem várias brincadeiras com a corda, porém algumas bem conhecidas das crianças são aquelas que duas crianças batem a corda e cantam uma música, e a criança que está pulando deve fazer exatamente aquilo que é descrito na música, por exemplo: O Homem O homem bateu em minha porta e eu abri Senhoras e Senhores ponham a mão no chão (a criança que está pulando deve colocar a mão no chão); Senhoras e Senhores pulem num pé só (deve pular a corda com um pé só) Senhoras e Senhores deem uma rodadinha (roda enquanto pula); E vá para olho da rua (a criança deve sair sem a corda parar); Ensino Fundamental II • Stop: essa brincadeira o aluno vai usar caneta e papel, ele vai fazer um quadro com dez colunas e cada uma delas coloca- se alguns itens como: nome, lugar, animal, EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR 13 cor, carro, objeto, artista, fruta, filme, etc. Então se sorteia uma letra e todos deverão preencher cada coluna que começa com essa letra. Por exemplo: a letra C foi sorteada, então deverá preencher todas as colunas do jogo com palavras que começam com a letra C: carro, cor, nome…. Quem preencher tudo primeiro grita Stop! Fim da primeira rodada. Faz-se então a contagem dos itens preenchidos por cada participante. Cada item preenchido vale 10 pontos. Se mais de um participante tiver colocado a mesma palavra para um determinado item, em vez de 10 só terá 5 pontos cada um. Ganha o jogo quem obtiver maior número de pontos; Para um determinado item, em vez de 10 só terá 5 pontos cada um. Ganha o jogo quem obtiver maior número de pontos; Fonte: elo7.com.br • Pinga-bola: é praticamente igual ao time de vôlei, os alunos são divididos em dois grupos numa quadra, ao meio fica a rede de vôlei. Um estudante de posse da bola a lança para o lado adversário com o braço acima da cabeça, imitando o saque por cima. Ao ultrapassar a rede, a recepção deve ser feita somente de manchete, após a bola pingar uma vez no solo. Devem-se dar três passes de manchetes pingadas antes de passar a bola para o outro lado, que realizará o mesmo procedimento. O grupo que errar possibilita um ponto e a posse da bola para o outro grupo sacar. Exercícios e brincadeiras para o Ensino Médio Travessia • Atividade estimula o grupo e pensar em estratégias para vencer desafios. • Inicie o jogo dividindo a sala em 3 partes (margem 1, rio e margem 2), com 2 pedaços de barbante. • Peça para que a turma fique atrás de uma das margens. • Coloque as cartolinas no chão, formando uma ponte inacabada (é importante que ela não chegue a outra margem), deixando um espaço para ser colocadas 2 cartolinas. • Pede-se para que todo o grupo imagine que um vulcão está em erupção e que, em pouco tempo, as lavas chegarão até eles. Ressalte que eles não podem pisar na água porque o rio está cheio de piranhas. O grupo todo deve atravessar a ponte, ao mesmo tempo. • Reserve alguns minutos para o grupo conversar e combinar uma estratégia para atravessar a ponte de uma só vez. • Quando o grupo se mostrar pronto, peça para que atravessem a ponte porque a lava se aproxima. • Acompanhe a travessia, garantindo que eles não pisem no rio e que cada subgrupo de 4 pessoas fique em apenas um pedaço de cartolina. • Quando todos estiverem na ponte peça para que o último passe a cartolina que sobrou no chão para o primeiro da fila, passando pelas pessoas que estão na ponte. • Aguarde “a pedra” ser colocada e, se necessário, a utilização da segunda pedra. • Com a ponte conectada à outra margem, permita que todos passem para o outro lado do rio. • Deixe a turma se recompor, peça para que façam um círculo de cadeiras (dependendo do grupo, pode ser uma roda de pessoas sentadas no chão) para discutirem como se sentiram no jogo. Ajude-os a perceber que foi necessário diálogo e organização para poderem atingir o objetivo. Futebol EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR 14 Fonte: blogdobenelima.blogspot.com O futebol é o esporte mais praticado no Brasil e um dos mais queridos entre os alunos, principalmente os meninos. Esse tipo de ensino conhecido como pedagogia do dominante, no qual, Paulo Freire explica que quem predomina é somente o discurso e a prática do professor. Ou seja, o docente seria o sujeito da educação, e os alunos apenas receptores de informações prontas sem ao menos opinarem. Infelizmente muito educadores físicos insistem em apenas mostrar o conteúdo e o conhecimento prontos aos estudantes, impossibilitando-os de fazer parte do conhecimento, de poder construí-lo através das suas vivências e experiências. O futebol não pode ser ensinado somente como um simples jogo de regras e conceitos técnicos. É preciso valorizar o conhecimento histórico social do mesmo, seus impactos na sociedade e como está inserido em nossa cultura. Além disso, é preciso ensinar o que o esporte pode nos proporcionar de melhor, o coletivo acima do individual, a solidariedade, o respeito para com o próximo e a diversidade social. Vôlei O que o futebol é para os meninos, o vôlei é para as meninas, pelo menos em grande parte das escolas, sem dúvida é um esporte que chama bastante atenção dos alunos. Muitas crianças só têm acesso a esse esporte nas aulas de educação física, portanto é um esporte que deve ser muito explorado nas instituições de ensino, assim como o futebol. Os alunos também devem ter conhecimento sobre a história da modalidade, sua transição, e a relação do esporte com o Brasil. Além é claro, que o jogo é uma oportunidade de ensinar conteúdos às crianças, estimulando-as, e principalmente, que se entenda que o aluno se encontra como sujeito e não como objeto no espaço educativo. O vôlei deve ser ensinado de forma lúdica, contribuindo para que a criança tenha prazer em jogá-lo e se envolva com essa modalidade a ponto de querer conhecer mais sobre o esporte e desenvolver suas habilidades em relação ao desporto. Basquete O basquete é um esporte em equipe que contribui para o desenvolvimento emocional, psicológico e físico do aluno, desde que o professor o ensine de forma educativa e não mecanizada, ou seja, quando o professor passa apenas as regras e conceitos técnicos sem se comprometer com a importância do conhecimento histórico social do esporte. Esse esporte colabora para prevenção de doenças que estão cada vez mais impactando crianças e jovens da atual geração, como: obesidade, diabetes, estresse, ansiedade, depressão e claro o sedentarismo. De acordo com Balbino e Paes (2005), o educador deve compreender que o basquete promove o movimento humano, as inteligências múltiplas, os aspectos psicológicos, os princípios filosóficos e a aprendizagem social do aluno. O importante é também tornar a aula divertida, ensinar basquete para crianças, por exemplo, deve ser de forma descontraída, sem utilizar técnicas muito elaboradas, mantendo o aluno sempre comprometido com o aprendizado. Esportes em Grupo As aulas de esporte em grupo ensinam: • Trabalho em equipe; • Inclusão social; • Comparticipar; • Partilhar; • Técnicas de modalidades diversas. EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR 15 Fonte: novohamburgo.rs.gov.br Os estudantes aprendem também a solucionar situações problemas. O bom dos esportes em grupo é que podem ser praticadospor todos os alunos, desde os pequenos até os adolescentes, e também os alunos com necessidades especiais. Para tanto é importante fazer adaptações com relação ao jogo, como: • Tamanho e peso da bola; • Tamanho da quadra; • Altura das redes de vôlei e cestas de basquete de acordo com a faixa etária da criança. É importante criar campeonatos na escola, pois contribuem para os alunos aprenderam análise tática, trabalho em equipe e respeito ao adversário, porém todos devem participar. Destacamos também a importância da formação das equipes que devem ser diversificadas tanto em gêneros, portes físicos e também os mais e os menos habilidosos. Já o professor deve sempre manter os alunos motivados, ditar e explicar com clareza as regras do jogo, e intermediar conflitos entre os alunos. Além de incitar os estudantes a identificar as próprias capacidades físicas, como ritmo, velocidade, força e resistência para que consigam se sair cada vez melhores. Educação Física e Saúde dos Alunos É importante o professor ter consciência do estado de saúde de seus alunos. Assim, ele poderá desenvolver aulas com mais qualidade, segurança e poderá também orientá-los de forma correta. Para isso seria interessante o professor juntamente com a escola realizar a avaliação antropométrica em seus alunos, além de aplicar o questionário IPAQ (Internacional Physical Activity Questionnaire). Este questionário tem o objetivo de avaliar o nível de aptidão física pertinente à atividade física, a coordenação motora e a saúde do aluno. Então, a partir dos resultados planejarem as aulas de educação física. Essas avaliações são importantes pois o professor passa a conhecer um pouco melhor seu aluno, está fundamentada no que diz os Parâmetros Curriculares Nacionais (1998), em seus objetivos para o Ensino Fundamental do terceiro e quarto ciclos: é importante despertar no aluno o conhecimento do seu próprio corpo e de ser orientado a cuidar do mesmo, valorizando e adotando hábitos saudáveis como um dos aspectos básicos da qualidade de vida, para que o aluno tenha responsabilidade em relação a sua saúde e a saúde coletiva. Importância do Aquecimento Antes da Atividade Física Escolar Os nossos músculos precisam de calor, principalmente quando está em repouso. Por isso precisamos fazer um aquecimento antes da atividade proposta. Quando o aluno vai para a aula de educação física é importante que o professor inicie com um pré-aquecimento. Esse aquecimento possibilita o aumento do fluxo de sangue para os músculos, aumentando a temperatura do corpo e diminuindo a probabilidade de lesões. Fonte: fortalimob.com.br EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR 16 O aquecimento é uma ferramenta que deve ser parte integrante do início de qualquer atividade recreativa, esportiva ou laboral. Logo após a atividade física, encerre a aula com um alongamento para relaxar toda a musculatura trabalhada. Cuidados Especiais com o seu aluno atleta durante os Treinos de Preparação Física Muitos alunos não têm costume de fazer qualquer tipo de exercícios físico. Por isso, o professor deve buscar saber mais sobre a vida e ficar atento a cada movimento que eles fizerem, pois, exercícios errados e com falta de postura pode ocasionar problemas ortopédicos e na coluna, além de lesão muscular, dores articulares e câimbras. É preciso buscar informações sobre a saúde do aluno, se há algum problema de saúde como diabetes, hipertensão arterial, problemas coronarianos e respiratórios, além de problemas na coluna como hérnia. Exercícios intensos sem saber algum tipo de informação em relação ao quadro clínico podem ser prejudiciais à saúde do estudante. Por isso, a importância de começar a praticar atividades físicas de forma gradual. Outro cuidado especial é alertar os alunos para a hidratação, sempre dar uma pausa na aula para todos beberem água. Em dias muito quentes utilizar espaços com mais sombras ou quadras cobertas, por exemplo. Orientar seu aluno a se alimentar melhor em dias que terão aulas de educação física é fundamental. Principalmente na parte da manhã em que muitos deles vão até em jejum para escola, o que é prejudicial. Expectativas da Educação Física na visão da comunidade escolar As expectativas são diferentes no olhar aluno versus professor. Muitos alunos e pais acreditam que as aulas são desenvolvidas corretamente. Porém, uma das grandes preocupações dos professores e das escolas, sobretudo as escolas públicas são a falta de materiais específicos e adequados para o ensino- aprendizagem. A grande maioria possui apenas materiais básicos para jogos coletivos. Há uma escassez de materiais para ginástica, aeróbica, dança e lutas. Aulas diversificadas contribuem para o desenvolvimento das potencialidades dos alunos, como: a socialização, o desenvolvimento motor e a autonomia. São importantes também as aulas teóricas, passar para os alunos o conhecimento histórico e cultural dos esportes. Por isso, é importante que o professor esteja se atualizando e muitos por ter uma carga-horária extensa são impedidos de preparar aulas com qualidades. Porém, como descreve Falkenbach (2002), é na escola o lugar de desenvolver a educação física que provoca as trocas e as aprendizagens entre as pessoas. Ela é responsável pelo aprendizado das relações entre as pessoas por via corporal. Portanto temos as expectativas que a educação física escolar exercerá o papel de fazer e compreender que a criança como sujeito dentro do espaço lúdico- educativo, irá aprender e se desenvolver ao se expressar. Fonte: blogeducacaofisica.com.br A educação contemporânea renovadora busca constantemente novas metodologias e ferramentas que diversifiquem o trabalho coletivo. Assim, o estudante é inserido como o sujeito principal desse trabalho, transformando a sua realidade. Mais do que estimular a prática de um esporte, a educação física tem a função de permitir que os alunos vivenciem outras culturas. É preciso entendê-la como uma manifestação de cultura, onde o estudante além de saber praticar os movimentos corporais corretamente deve também entender a importância da cultura notória. É essa educação contemporânea e renovadora que queremos ver nas aulas de educação física. Por isso, é necessário o educador, a escola e a comunidade estarem abertos aos avanços e transformações que faz parte da sociedade, onde a informação é a EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR 17 temática fundamental do corpo social estabelecida através da convivência das pessoas, das relações construídas e de uma qualidade de vida estável5. INCLUSÃO NA EDUCAÇÃO FÍSICA Educação inclusiva A educação inclusiva é descrita pelos autores como um processo que vem sofrendo inúmeras mudanças com o passar dos anos. De acordo com Sassaki, citado por Duarte e Aguiar (2005), esse processo vem acontecendo desde a década de 80. Para os autores é caracterizado como a prática de inclusão de todos, independentemente do seu talento, deficiência, etnia ou cultura. Fonte: blogeducacaofisica.com.br Ao analisar esse processo no viés histórico, os autores destacam que importantes mudanças já aconteceram. De acordo com Rechineli et al (2008), verdadeiros absurdos aconteciam com pessoas com deficiência. Pessoas assim eram totalmente menosprezadas, destruídas ou até eliminadas da sociedade. Ou eram mortas, ou simplesmente abandonadas à própria sorte ficando à mercê de todo tipo de discriminação. A própria Igreja associava a deficiência ao pecado nesse período. Essa visão holística e preconceituosa, de acordo com os mesmos autores, começou a mudar somente no final do século XX e início do século XXI, quandose viu a necessidade de a humanidade olhar a todas as pessoas com reconhecimento acreditando nas potencialidades e capacidades de cada um. Dentro dessa perspectiva, relatam como fator de destaque no 5 Texto extraído de: www.blogeducacaofisica.com.br período, o rompimento do até então paradigma excludente dando lugar à interação e valorização dos “corpos deficientes” da sociedade. Nesse sentido, é válido destacar que a educação inclusiva se tornou mais evidente a partir da Declaração de Salamanca que aponta importantes avanços no sentido de incluir alunos especiais em escolas regulares. Aliás, de acordo com Hegarty, citado por Rodrigues (2003), esse processo pode ser definido justamente como o desenvolvimento de uma educação apropriada e de alta qualidade para alunos com necessidades especiais na escola regular. Entretanto, apesar dos grandes avanços conquistados em prol da inclusão, esse tema têm sido alvo de muitos debates ainda nos dias atuais. A grande verdade nesse momento destacada pelos artigos analisados, é que a inclusão de alunos com necessidades especiais, na escola regular, é o grande desafio para o século XXI. A Educação Física, por sinal, como componente curricular representa parte significativa nesse processo. Educação Física Inclusiva Para Rodrigues (2003), a Educação Física não pode ficar indiferente ou neutra no processo de educação inclusiva. Ela pode se constituir como um adjuvante ou até mesmo um obstáculo adicional nesse contexto, dependendo acima de tudo da maneira como fora trabalhada. Mas antes de falar do momento presente, é preciso abordar um pouco dessa disciplina também no viés histórico. Rechinelli et al (2008), destacam as diferentes abordagens que caracterizaram a disciplina no decorrer do tempo, relacionando-as à questão da inclusão. Segundo os autores, durante a abordagem Militar e Higienista, a Educação Física favoreceu em muito à exclusão. Isso porque, todos aqueles que não se encaixassem nos padrões de normalidade, que tivessem com algum tipo de moléstia ou deficiência física eram simplesmente proibidos de participar das aulas. Durante a abordagem Tecnicista, a exclusão EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR 18 também se mostrou evidente nas aulas de Educação Física, visto que somente os mais habilidosos eram valorizados. É válido destacar assim, que é somente a partir da abordagem desenvolvimentista que surgem as primeiras propostas em favor da inclusão. Os referidos autores destacam ainda outras abordagens (construtivista, críticosuperadora e sistêmica), que embora de maneira restrita, já abordavam em suas teorias princípios de uma proposta voltada à educação inclusiva. Nesse sentido, a abordagem sistêmica aparece como a primeira a discutir questões relativas à inclusão ao abordar o princípio da diversidade e da participação de todos independentemente das diferenças. Fonte: curriculointerativo.sedu.es.gov.br Ao falar novamente da atualidade, Rechinelli et al (2008), destacam as mudanças ocorridas na LDB e nos PCN’s, que trazem importantes avanços no sentido de facilitar a inclusão. Para eles, os PCN’s aparecem como o primeiro documento oficial a propor de forma efetiva o desenvolvimento de práticas pedagógicas voltadas à diversidade propondo a inclusão através de uma Educação Física aberta a todos, independentemente de suas diferenças. Aliás, os objetivos dos PCN’s em sua maioria, trazem vários elementos que favorecem à inclusão, visto que, o respeito ao outro, a cooperação e a solidariedade são amplamente valorizadas em seu contexto. Entretanto, independentemente dos avanços conquistados na legislação no que se diz respeito à educação inclusiva, percebe-se uma grande diferença entre o discurso teórico e a realidade prática. Nesse sentido, os estudos analisados destacam as inúmeras e reais dificuldades encontradas pelos profissionais para colocar em prática de fato esse processo. Destacam também algumas vantagens. Inicialmente, portanto abordaremos alguns aspectos positivos. Uma das vantagens citadas por Rodrigues (2003), refere-se à flexibilidade inerente aos conteúdos trabalhados em Educação Física. Segundo o autor, o professor dessa disciplina possui uma maior liberdade em organizá-los facilitando a sua prática. Outra vantagem apontada pelo autor é de que os professores de Educação Física são vistos como profissionais que desenvolvem atitudes mais positivas perante os alunos que os demais professores, gerando assim atitudes mais favoráveis à inclusão. O terceiro aspecto destacado é que a Educação Física permite uma maior participação dos alunos nas atividades, inclusive daqueles que evidenciam dificuldades. Entretanto, o referido autor destaca ainda importantes constatações referentes aos problemas também encontrados pelos professores de Educação Física. Assim sendo, no que se diz respeito a atitudes positivas dos profissionais, diz que não há homogeneidade e que sofrem influência de diferentes fatores. Nesse sentido, por exemplo, mulheres, professores mais experientes e que tem conhecimento do tipo de deficiência apresentam atitudes mais positivas em relação aos demais. Outra problemática destacada ainda por esse autor, refere-se à formação dos professores, que raramente engloba aspectos referentes a Educação Inclusiva na sua formação acadêmica. Os conteúdos de informação sobre deficiência são frequentemente inexistentes ou então pouco direcionados para a resolução concreta de problemas a serem encontrados. O terceiro problema abordado refere-se a um número deficitário de professores de apoio que tenham formação em Educação Física. A maioria desses profissionais, são formados em outras áreas dificultando assim o auxílio aos professores de Educação Física quando assim se faz necessário. Finalizando, Rodrigues (2003) destaca que mesmo tentando incluir, as aulas de Educação Física acabam sendo por si só excludentes. Isso porque se desenvolve numa escola cuja cultura possibilita a exclusão daqueles que não se enquadram nos padrões esperados. Da mesma forma, a cultura competitiva também pode ser um fator de exclusão, à medida que somente os melhores EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR 19 são valorizados desprestigiando assim a participação de todos. Em estudo semelhante, contudo ainda mais detalhado, Aguiar e Duarte (2005), trazem importantes constatações referentes a maneira como professores de Educação Física agem e reagem perante a proposta de educação inclusiva6. Fonte: curriculointerativo.sedu.es.gov.br Educação Física: Adaptada ou Inclusiva Podemos dizer que se tem duas linhas na educação física quando se trabalha com portadores de necessidades especiais. São duas modalidades de atuação que dependem muito mais dos educadores que dos alunos propriamente. Uma das modalidades é a educação física adaptada, na qual os estudantes com deficiência praticam atividades físicas separados dos seus colegas. A outra é a educação física inclusiva, na qual todos participam das mesmas atividades propostas. A prática das duas modalidades requer um ambiente acessível, que oferece oportunidades iguais, com inclusão social e valorização das diferenças, estimule o desenvolvimento de habilidades e valorize as competências individuais. Para isso, cabe ao professor planejar as aulas de acordo com as especificidades dos alunos de cada turma. Sabe-se que essas duas modalidades se encontram designadas à sociedade em uma só que é a educação física adaptada. Mas deve ser de uma maneira diferente: a inclusão deve acontecer com a adaptação dos recursos, das regras, dos professores, dos alunos, dos pais e6 Texto extraído de: www.meuartigo.brasilescola.uol.com.br de todos os envolvidos no processo de ensino/aprendizagem de uma pessoa. A educação física contribui para o desenvolvimento físico, intelectual, social e psicológico através de jogos e brincadeiras. É nesse contexto que a inclusão deve ocorrer. Melhores Atividades Físicas Para Inclusão Qualquer atividade física é recomendada para portadores de necessidades especiais assim como para pessoas ditas “normais”, desde que se adapte o jogo ou a brincadeira para que elas possam ser incluídas e possam praticar junto ao grupo regular, sem necessidade de montar uma turma extra. Portanto, na escola, as atividades oferecidas como recreativas, tanto os jogos como as brincadeiras, devem ser pensadas de tal maneira que abranjam todos os praticantes com deficiência ou não. Através dessas atividades recreativas, jogos lúdicos e passa tempos todos os alunos podem se beneficiar no senso de realização, consciência corporal, desafios físicos e mentais, melhoria da autoestima, expressão criativa, chance de fazer amizades, oportunidade de competir e sistema de cooperação e tudo mais que explore a socialização. As Dificuldades da Educação Física Adaptada Sabemos que nem todas as escolas estão preparadas para receber o aluno portador de uma deficiência e por vários motivos, entre eles, porque os professores não se sentem preparados para atender adequadamente as necessidades daqueles alunos e porque as escolas que não têm deficiência não foram preparadas sobre como aceitar ou brincar com os colegas com deficiência. EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR 20 Fonte: fatoamazonico.com Talvez a grande dificuldade nas aulas de educação física está em atingir ao mesmo tempo todos os alunos e cada um deles. Isso porque não existem pessoas iguais, portanto a diversidade se torna um ponto de análise para não ocorrer fracasso na educação. Nesse caso, o professor é a ferramenta principal e isso implica dizer que ele influencia diretamente no desenvolvimento do aluno e muitas vezes interfere na gestão familiar e social do indivíduo. Portanto a maior dificuldade é o próprio professor saber se está preparado e tem condições favoráveis de receber os alunos com necessidades especiais junto a turma. A partir daí o professor no seu trabalho didático-pedagógico com base nos campos psicomotor, cognitivo e social deve se preparar e trabalhar gradualmente do grau menos complexo até o mais complexo, respeitando a heterogeneidade da turma e levando a independência do aluno com necessidade especial para sua evolução global. Nessa oportunidade de independência, o professor como promotor do convívio entre os alunos estimula no aluno com necessidade especial a autoestima, o autoconhecimento, o autodomínio, suas habilidades psicomotoras e sociais e estimula os outros alunos a entenderem, aceitarem as diferenças e apoiarem esse desenvolvimento fechando a ideia de inclusão. Modalidades Esportivas Adaptadas ao Deficiente Físico Só para elucidar, atualmente as pessoas com deficiência física praticam esportes como: atletismo, arco e flecha, basquetebol em cadeira de rodas, bocha ciclismo, esgrima em cadeira de rodas, futebol para amputados e paralisados cerebrais, halterofilismo, hipismo, iatismo, natação rúgbi, tênis em cadeira de rodas, tênis de mesa, voleibol sentado para amputados, etc. Essas práticas esportivas e que hoje estão dentre as modalidades das paraolimpíadas mostram o quanto à educação física evoluiu desde a segunda guerra. 1. Natação É um dos esportes mais apropriados para indivíduos com algum tipo de deficiência física, devido aos benefícios e facilidades proporcionados pela execução de movimentos com o corpo imerso na água. Tem valor terapêutico, recreativo e social. Reduz o grau de fraqueza e de complicações o que traz grandes contribuições nos processos de reabilitação. Além disso, desenvolve a coordenação, condicionamento aeróbico, reduz a espasticidade e resulta em menos fadiga que outras modalidades o que contribui muito para que a natação seja praticada por portadores de diversas deficiências físicas. Portanto, a natação pode ser apresentada de três formas para essa prática: natação terapêutica ou utilitária, natação recreativa ou esportiva formal e natação competitiva. 2. Corrida Praticada por pessoas deficientes físicos, visuais ou intelectuais. Os deficientes visuais são acompanhados por um guia, geralmente seus treinadores, ligados a eles por uma corda. Os deficientes físicos usam próteses ou cadeiras de rodas. E os intelectuais correm sozinhos conforme o grau de deficiência. Familiares e amigos que gostam e também praticam devem ser os principais incentivadores nesta inclusão, que nem sempre é fácil, mas é desafiadora. Se para uma pessoa sem deficiência participar de uma maratona ou provas menores já é emocionante e significa superação pessoal, imaginem para um deficiente. 3. Basquete EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR 21 Disputado por pessoas com alguma deficiência físico-motora, é o esporte mais divulgado e mais praticado por deficientes físicos. Geralmente as cadeiras são adaptadas e padronizadas. As dimensões da quadra, a pontuação e a altura da cesta são as mesmas do basquetebol convencional. Fonte: ochefaodanoticia.com.br Uma das adaptações durante o jogo é que no lugar dos dois passos, o jogador só pode dar dois toques na cadeira sem que continue quicando a bola, ou passe para outro jogador. Em se tratando de competições, o basquete foi a primeira modalidade paraolímpica a ser praticada no Brasil. 4. Ciclismo em Cadeira de Rodas Dentre os deficientes que praticam ciclismo e que competem segundo o comitê paraolímpico brasileiro estão os paralisados cerebrais, deficientes visuais, amputados e lesionados medulares (cadeirantes). Nesta modalidade também a adaptação do material conforme a deficiência, por exemplo, os cegos pedalam em uma bicicleta dupla, sendo guiados por outra pessoa que fica no banco da frente, a handbike é movida pelos braços e destinada aos cadeirantes. Já os paralisados cerebrais podem usar as bicicletas convencionais ou triciclos, conforme o grau de lesão do atleta. Quer entender o que se passa com um deficiente físico, quais suas dificuldades frente ao esporte e como é a sensação de superação? Tente, em cada uma das modalidades citadas neste artigo, experimentar a vivência dos deficientes. Por exemplo, na natação não use um ou ambos os braços, na corrida vende seus olhos e peça para alguém guiá-lo, no basquete convide amigos para jogarem sentados em cadeiras com rodinhas. É interessante mostrar aos alunos sem deficiência a gama de possibilidade que os esportes paraolímpicos oportunizam as pessoas com deficiência e que se eles são capazes, os seus colegas de aula também podem ter oportunidades de prática. O Papel do Educador Físico O professor de educação física tem que estar preparado para lidar com o processo de inclusão. Ele deve garantir além do direito de as pessoas com necessidades especiais frequentarem as aulas, deve também garantir as condições necessárias de aprendizagem. Fonte: blogeducacaofisica.com.br O professor de educação física consegue através de um processo de adaptação das aulas, desde que vá além de seus conhecimentos básicos, fazer com que exista coparticipação de alunos com e sem necessidades especiais no mesmo momento. Deve colocar seu aluno como prioridade e não o esporte ou a aula em si. No momento que pensa no aluno em primeiro lugar vai adaptar sua aula a heterogeneidade da turma respeitando cada aluno dentro de um grupo. Tendo a flexibilidade inerenteaos conteúdos conduz a uma maior facilidade de aprendizagem, estimula a criatividade, a resolução de problemas e a cooperação no desenvolvimento de tarefas pelos alunos. Assim, o professor pode ser visto como um símbolo de ações positivas levando os alunos a terem uma vivência prazerosa da educação física, com essas atitudes favoráveis a inclusão. Ele rompe paradigmas: da incapacidade para a capacidade, da baixa estima para autoestima e da exclusão para a inclusão. Portanto cabe ao professor a tarefa de saber, conhecer e identificar as diferenças, porém sempre no sentido de tentar incluir a aluna para uma prática comum e cada vez menos isolada do restante dos outros alunos da turma. Se o professor entender isso, acaba que não existe nenhum método, ideal ou perfeito da educação física que se aplique ao processo de inclusão, porque o professor sabe e pode combinar numerosos procedimentos para EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR 22 remover barreiras e promover a aprendizagem dos seus alunos. Como Planejar Uma Aula Adaptada O planejamento sistemático é necessário para que as atividades sejam mais eficientes. Primeiramente o professor deve estar a par da vivência do estudante. Depois fazer o seu plano, seguindo uma sequência de ação: conhecimento da realidade – reflexão – voltar ao plano que será executado. O professor deve ter um objetivo a ser alcançado e os métodos que utilizará para chegar a esse objetivo. A proposta é que o professor deve contemplar o maior número de práticas corporais e de conhecimentos a partir da prática de diversos conteúdos explorados em jogos, brincadeiras e porque não atividades competitivas que busquem um sistema de cooperação entre os alunos. A aula adaptada pode ocorrer havendo ou não alunos portadores de deficiência. Não existindo alunos deficientes, a aplicação de conteúdo de jogos adaptados serve para mostrar aos alunos como os deficientes se sentem e as dificuldades e desafios que encontram. Nesse sentido, quando houver a necessidade de integrar na turma um aluno com deficiência os outros alunos e até mesmo o professor já terão o entendimento e a aceitação com esse aluno. Fonte: facem.com.br Dicas • Fazer adaptações no programa escolar: avaliação, planejamento e execução das atividades; • A avaliação constante do programa de atividades possibilita as adequações necessárias, considerando as possibilidades e capacidades dos alunos, sempre em relação aos conteúdos e objetivos da educação física (adaptação de material e sua organização na aula, tempo disponível, espaço); • Aplicar uma metodologia adequada à compreensão dos alunos, usando estratégias e recursos que despertem neles o interesse e a motivação, através de exemplos concretos, incentivando a expressão e a criatividade; • Adaptar os objetivos e conteúdos quando forem necessários, em função das necessidades educativas, dar prioridade a conteúdos e objetivos próprios, definindo o mínimo possível e introduzindo novos quando for preciso; • Perceber os interesses e necessidades do aluno em relação as atividades propostas; • Analisar por quanto tempo o aluno consegue permanecer atento as tarefas solicitadas, para que se possa adequar as atividades às possibilidades do mesmo; • Analisar em que grupo de estudantes haverá maior facilidade para aprendizagem e o desenvolvimento de todos. • Uma das possibilidades de se trabalhar com os alunos a superação dos preconceitos, atrelados à falta de capacidade, é convidar uma pessoa com deficiência, que pratique o esporte com certo nível de eficácia sobre aquela prática corporal (um atleta possivelmente), para que realize uma demonstração na escola. Assim, os alunos podem perceber as capacidades que as pessoas com deficiência possuem e, assim, terem a chance de rever e ressignificar seus valores, crenças e conceitos em relação aos deficientes. Cuidados e Restrições • Respeitar o ritmo, pois, geralmente, são mais lentos naquilo que fazem como falar, andar, pegar as coisas, entender uma ordem, etc; EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR 23 • Ter paciência quando os ouvir, pois alguns têm dificuldade de fala; • Lembrar que eles não têm uma doença contagiosa, portanto o carinho, o abraçar e estar sempre perto faz bem; • Só tome uma atitude de ajudar em uma determinada atividade, quando for solicitado, pois muitas vezes a ajuda atrapalha que qualquer outra coisa; • É necessária uma desconstrução do esporte de rendimento, a fim de gerar um modelo de “esporte da escola; • O aluno enquanto sujeito do processo de ensino deve ser capacitado para sua participação na vida social, cultural e esportiva, o que significa não somente a aquisição de uma capacidade de ação funcional, mas a capacidade de conhecer, reconhecer e problematizar sentidos e significados nesta vida, através da reflexão crítica; • O esporte adaptado a escola, não deve ser no seu formato convencional, com regras e valores da esporte performance, consequentemente, excludente; • O professor deve procurar saber sobre a etiologia, tipologia e grau de deficiência do aluno que compõe sua turma. Para tanto, a relação com a família e a escola para obter informações sobre o tipo e o nível de deficiência e suas potencialidades é necessário. Fonte: blogeducacaofisica.com.br A inclusão de todos na escola independente do seu talento ou deficiência, reverte-se em benefícios para os alunos, para os professores e na sociedade em geral, pois sabemos que o contato das crianças entre si reforça atitudes positivas no processo da inclusão e da integração. 7 Texto extraído de: www.blogeducacaofisica.com.br Para que isso aconteça é preciso ainda repensar o papel do professor e sua prática pedagógica, quando o processo da inclusão educacional de alunos com necessidades especiais e de outros alunos com que a escola tem dificuldade de lidar tem muito a beneficiar com as propostas metodológicas dos professores de educação física que, com criatividade, podem usar o corpo, o movimento, o jogo, a expressão e o desporto como oportunidades de celebrar a diferença e proporcionar aos alunos experiências que realcem a cooperação e a solidariedade. Mas, sabemos antes de tudo, que o professor ainda está em fase de preparação para enfrentar esta realidade cada vez mais presente, na qual alunos com e sem deficiências estão inseridos no mesmo ambiente escolar e na mesma turma. E a educação física por trabalhar através do movimento todas as questões pessoais e interpessoais pode através de adaptações dos esportes com jogos sem regras pré- estabelecidas e brincadeiras estimular a coparticipação dos alunos no processo de ensino/aprendizagem. A educação física adaptada está hoje num patamar importante, pois não há essa necessidade de rigidez de conteúdo. Partindo de um planejamento pedagógico coerente, este passa a ser um instrumento de constante orientação e também de base para possíveis mudanças decorrentes do processo de ensino. Isso nos mostra que há necessidade de mudanças na visão e atitudes de professores e demais envolvidos no processo ensino/aprendizagem. Afinal, a presença do aluno com deficiência na escola deve ser vista como um elemento importante para se trabalhar conceitos de respeito perante as diferenças. Ao contrário da visão arcaica e ainda presente para alguns professores de que a presença de um aluno com deficiência na turma seria uma espécie de atraso pedagógico para os demais7. DESVALORIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR É visível na rotina escolar a desfeita e a irrelevância que ocorre com o componente curricular e os professores de Educação Física.
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