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Neurologia - Anatomia Veterinária I -Instagram @apostilasvet_danny_elis

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL 
 
 
 
 
 
ANATOMIA ANIMAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NEUROLOGIA 
Notas de aula 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Dr. RUI CAMPOS 
2013 
 
 
 
 2 
Neurologia 
 
 
Introdução - Conceito - Divisão 
 
Neurônio 
 
 É a unidade básica do sistema nervoso. É responsável pela produção e 
transmissão dos estímulos elétricos. Um neurônio unipolar apresenta dendritos 
que chegam ao corpo celular, onde se encontra o núcleo celular, trazendo os 
impulsos, esses são transmitidos ao axônio que por sinapses passam a 
informação ao próximo neurônio ou a um órgão efetor (músculo). 
 
 Os neurônios podem ser unipolares, pseudobipolares, bipolares ou 
multipolares. Quanto ao tamanho de seus axônios eles podem variar de 
micrômetros a metros. Os neurônios de associação da medula espinhal são muito 
pequenos, porém a fibra de um motoneurônio cujo corpo está no corno ventral da 
medula espinhal lombar e vai alcançar a ponta do dedo de uma girafa tem metros. 
 
 Quanto à representação diagramática de um neurônio, os corpos podem 
ser representados por estrelas ou por uma bolinha, enquanto as fibras serão um 
traço e a sinapse um “V” no final do traço. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 No sistema nervoso central (SNC) os axônios ou fibras nervosas 
organizam-se em tratos ou vias interligados pela neuroglia, que faz a vez de 
tecido conjuntivo no SNC. 
 
 Os axônios dos nervos em geral apresentam-se envoltos em uma bainha 
de mielina, formada pelas células de schwann. A gordura destas células faz o 
isolamento das fibras. 
 
 3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
dendritos 
neurônio 
Cel. De schwann 
Fibra mielínica (nervos) 
 
Axônio (fibra nervosa) 
Corte transversal da medula espinhal torácica 
Corno dorsal 
 
 
Corno lateral 
 
 
Corno ventral 
Cadeia latero-vertebral simpática 
Encéfalo sistema nervoso – plano geral 
Medula espinhal 
Cadeia latero-vertebral simpática 
 4 
Conceito 
 
 É um mecanismo complexo mediante o qual o organismo põe-se em 
relação funcional com o mundo exterior, coordenando as funções das diversas 
partes. 
 
Característica: excitabilidade. 
 
Divisão: 
 
 Anatômica. 
 
 
 
 Encéfalo ... 
 Central 
Sistema (SNC) Medula espinhal 
Nervoso 
 (SN) Periférico Nervos cranianos 
 (SNP) Nervos espinhais com seus gânglios raquidianos 
 Sistema nervoso simpático (autônomo) 
- simpático p/p dito 
- parassimpático 
 
 
 
 
 
 
Quanto à função: 
 
 
 Movimento consciente puro – faz isso (córtex motor) 
 De Relação Movimento semiconsciente – gestos (tronco encefálico) 
 Movimento automático – andar na rua ( “ “ ) 
Sistema 
Nervoso 
 Movimento inconsciente total 
 Vegetativo ou (corno lateral da medula espinhal) 
 Visceral Ex. peristaltismo, suor, eriçar de pelos, etc. 
 
 
 
A base do sistema nervoso é dada pelo neurônio. 
 
 5 
O sistema nervoso apresenta duas colorações que determinam as substâncias 
branca e cinzenta. 
A substância branca é formada predominantemente por axônios (fibras 
nervosas) que se agrupam em tratos compactos e são sustentadas ou interligadas 
pela neuroglia. 
 
A substância cinzenta é formada principalmente por corpos de neurônios. 
 
Obs. No encéfalo a substância cinzenta coloca-se predominantemente por fora e 
a substância branca por dentro. Na medula espinhal a substância cinzenta é 
interna enquanto a substância branca é externa. A inversão ocorre no tronco 
encefálico, onde a coluna cinzenta da medula fragmenta-se em núcleos que se 
misturam às vias brancas. 
 
 
Gânglios nervosos: 
 
 
 
São aglomerados de corpos de neurônios colocados fora do SNC. 
 
 
 
Encontramos os seguintes gânglios nervosos: 
 
- das raízes dorsais (sensitivas) dos 
nervos espinhais. (gânglios 
raquidianos). 
- da cadeia latero-vertebral simpática. 
- dos nervos cranianos. (parassimpático). 
 
 
 
 
Nervos: 
 
São troncos de condução compostos de feixes de fibras nervosas (axônios) 
paralelos. 
 
Classificam-se em: 
 
- Cranianos ou cerebrais. 
- Espinhais ou raquidianos. 
- Simpáticos. 
 
 
 6 
Ramo anastomótico. 
 
É o ramo formado pela troca de fibras entre dois troncos nervosos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Plexo nervoso. 
 
É quando há troca de fibras nervosas em grande escala, entre vários nervos. 
 Ex. Plexo braquial 
 Plexo lombossacral. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ramos terminais nervosos. 
 
As terminações nervosas para músculos são ramos motores. 
 
As terminações cutâneas (pele) e articulares são ramos sensitivos. 
 
 
Classificação dos nervos quanto à função: 
 
1o. Quanto ao sentido do impulso. 
 
 Fibras eferentes, motoras ou centrífugas. 
 Conduzem impulsos do SNC para músculos e órgãos. 
 
 Fibras aferentes, sensoriais ou centrípetas. 
 Conduzem impulsos da periferia para o SNC. 
 
 
 
 7 
2o. Quanto ao tipo de funcionamento do impulso. 
 
Parte somática. 
 Parte autônoma (vegetativa ou visceral). 
 
 Parte somática. 
 
 Soma é corpo. Os movimentos dependem de nossa vontade, são 
voluntários, da vida de relação, e esses movimentos são rápidos e bruscos. 
 Suas fibras inervam fibras musculares estriadas (esqueléticas) com 
exceção do coração. 
 
 Parte autônoma (visceral). 
 
 Os movimentos independem de nossa vontade, são involuntários, da 
vida vegetativa, e esses são lentos e envolvem nervos cranianos ou espinhais. 
 Suas fibras inervam fibras musculares lisas, coração e glândulas. 
 
 Ex. Secreção da bile, secreção salivar, movimentos 
peristálticos,eriçar de pelos, etc. 
 
 
Nervo espinhal – sensibilidade geral. 
 
 Suas fibras conduzem impulsos: 
 
 Aferentes somáticos 
 Aferentes viscerais 
 Eferentes somáticos 
 Eferentes viscerais. 
 
 
 Fibras gerais aferentes somáticas. 
 
 Recebem e transmitem ao SNC informações do mundo exterior. 
 
 Teremos sensações ou impulsos do tipo: 
 
 Exteroceptivos. (exterocepção). 
 
 Dor, 
 Temperatura, 
 Pressão e 
 Tato protopático (grosseiro) e epicrítico (fino). 
 
 
 8Proprioceptivos. (propriocepção). 
 
 Sensações dadas por movimentos musculares, 
junturas, tendões, coordenação muscular e sensibilidade profunda. 
 
 Ex. minha barriga da perna está intumescida, ou 
a dor corpórea que se tem, um ou dois dias depois de se fazer muito exercício. 
 
 
 Fibras gerais aferentes viscerais. 
 
 Transportam impulsos das vísceras, glândulas, vasos sangüíneos e 
membranas mucosas para o SNC. 
 
 Captam sensações 
 
 Interoceptivas. (interocepção). 
 Ex. dor de cólica. 
 
 
 Fibras gerais eferentes somáticas. 
 
 Levam impulsos motores para os músculos esqueléticos. O corpo do 
neurônio motor (motoneurônio) está localizado no corno ventral da medula 
espinhal. 
 
 Fibras gerais eferentes viscerais. 
 
 Levam impulsos para o sistema nervoso autônomo, músculos lisos, 
glândulas. Os corpos de neurônio estão situados no corno lateral da medula 
espinhal torácica e lombar. 
 
 
Nervos cranianos – sensibilidade especial. 
 
 
 
 Fibras especiais eferentes viscerais. 
 
 Inervam músculos estriados com atividade visceral no sistema 
digestivo e respiratório. 
 
 Músculos da mastigação – nervo trigêmeo, V par craniano (ramo 
mandibular). 
 
 Músculos cuticulares ou mímicos – nervo facial, VII par craniano. 
 9 
 
 Músculos da laringe e faringe – nervos: Glossofaríngeo, IX par, 
 Vago, X par e 
 Espinal acessório, XI par. 
 
 
 Fibras especiais aferentes viscerais. 
 
 Captam o gosto – Nervo facial, VII par, 
 Nervo glossofaríngeo, IX par e 
 Nervo vago, X par craniano. 
 
 Capta o olfato – Nervo olfatório, I par craniano. 
 
 
 Fibras especiais aferentes somáticas. 
 
 Visão captada pelo nervo óptico, II par craniano. 
 
 Audição e equilíbrio – Captada pelo nervo vestíbulococlear (estato 
acústico), VIII par craniano. 
 
 Relacionam-se com informações somáticas para o corpo, determinando a 
localização, a postura e o equilíbrio do corpo em relação ao meio. 
 
 
 Fibras eferentes somáticas. 
 
 
 Inervam músculos estriados do globo ocular. 
 
 Nervo oculomotor (III par) inerva os músculos: 
 
 Elevador da pálpebra, 
 Reto superior (dorsal) 
 Reto medial 
 Reto inferior (ventral) 
 Oblíquo inferior (ventral). 
 
 
 
 Nervo troclear (IV par) inerva o músculo – Oblíquo superior (dorsal). 
 
 Nervo abducente (VI par) inerva o músculo – Reto lateral. 
 
Obs. As fibras destes nervos, apesar de serem cranianos, não são consideradas 
pela maior parte dos autores como especiais. 
 10 
 
Neuroembriologia 
 
 
 
 
 
 A partir da fecundação,quando um ovo ou zigoto 
espermatozóide funde-se a um óvulo, 
forma-se um ovo ou zigoto. 
 
 
 Durante a primeira semana ocorre mórula 
uma intensa multiplicação celular rápida, 
formando-se uma estrutura que tem o 
aspecto de uma amora sendo denominada 
mórula. Blástula – embrião bidérmico 
 
 
 Durante a segunda semana, esta 
proliferação celular continua, originando 
um disco com duas camadas celulares, 
formando um embrião bidermico ou 
blástula. 
 
 
 Durante a terceira semana, esta 
estrutura continua a multiplicar-se e 
sofre torções e invaginações originando 
a gástrula ou o embrião tridérmico. Ele 
apresenta três folhetos, o ectoderma, o gástrula – embrião tridérmico 
mesoderma e o endoderma e tem um 
aspecto discoidal. O folheto externo e 
o interno, ou seja, o ecto e o endoderma 
são muito bem organizados, enquanto o 
mesoderma é muito desorganizado. 
 
 
 O ectoderma irá formar o sistema 
nervoso, além da pele com todos os seus 
anexos (pelos, unhas, cascos,cornos e 
glândulas). 
 
 
 O endoderma irá formar da boca 
ao ânus todo o trato digestivo e por 
 11 
brotamento o sistema respiratório e as 
glândulas anexas (fígado, pâncreas). ecto 
 
 meso 
 O mesoderma irá originar o 
recheio do ser, ou seja, todo o tecido endo 
conjuntivo, ossos, cartilagens, ligamentos, 
músculos e todo o sistema cardio- 
vascular com artérias, veias e o sistema 
linfático. 
 
 placa neural 
 
 O sistema urogenital é formado 
de maneira mais complexa e mista. Ecto meso 
 endo 
 
 
 A partir da terceira semana, à parte crista 
dorsal do ectoderma sofre um espessamento neural 
formando a placa neural. Ecto 
 
 placa neural 
 Esta começa a invaginar longitudinal- 
mente, formando em seus bordos a crista 
neural. O sulco aprofunda do centro para 
as extremidades e enquanto mergulha no endoderma 
mesoderma vai se soltando do ectoderma. 
As cristas neurais se individualizam e o 
tubo neural se fecha enquanto o ectoderma Ectoderma 
volta a se fechar externamente. O tubo 
neural fica aberto nas extremidades pelosCrista neural 
neuroporos ou neuropilos cranial e caudal. 
 
 Logo que o tubo neural se fecha tubo neural 
as cristas neurais fundem-se dorsal a 
este e voltam a se dividir, só que de forma endo 
fragmentada,pois a maior parte de suas 
células migram formando estruturas pelo 
corpo. 
 Ecto 
 Crista neural 
 
 
 
 Tubo neural 
 
 
 
 endo 
 
 12 
 
A crista neural origina: 
 
 Gânglios sensitivos raquidianos 
 Gânglios viscerais (autônomo) ecto 
 Células de schwann (mielina) 
 Células C da tireóide 
 Anficitos – Cels. Gliais dos gânglios medula espinhal 
 Viscerais 
 Paraganglios 
 Medular da supra-renal 
 Melanócitos (cor da pele). endoderma 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O tubo neural origina o SNC. 
 
O tubo neural fecha-se do centro para as extremidades e vai formando dilatações 
craniais que são as vesículas que darão origem as partes do encéfalo. 
 
Vesículas: 
 
 Prosencefálica (3a.) 
 Mesencefálica (2a.) 
 Rombencefálica. (1a.) 
 
 
 
Telencéfalo (1) 
(ventrículo lateral) 
 Prosencéfalo 
Diencéfalo (2) 
(III ventrículo) 
 
Mesencéfalo (3) 
(aqueduto cerebral) 
 
Metencéfalo (4) 
 Rombencéfalo 
 13 
Mielencéfalo (5) (IV ventrículo) 
 
Desenvolvimento da medula espinhal 
 
 
 Células cilíndricas (substância cinzenta – corpos de 
 neurônios) . 
 
 Epêndima. 
 
 Expansões neurais (substância branca – axônios). 
 
 
No início do desenvolvimento as células cilíndricas situam-se em torno do canal 
ependimário com suas caudas para fora, estas células ainda são indiferenciadas 
funcionalmente. A seguir elas começam a se organizarem originando as placas 
alar e basal, cada uma delas já com especificação funcional,ou seja, a placa alar 
desenvolverá neurônios sensoriais do tipo somático e visceral enquanto a 
placa basal é potencialmente motora, parte somática e parte visceral. Com o final 
do desenvolvimento da medula teremos os cornos dorsais sensitivos (somático e 
visceral) o corno lateral motor visceral e o corno ventral motor somático. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Na medula oblonga, no rombencéfalo, a 1a. vesícula vai abrir dorsalmente na 
linha mediana separando as placas alares que se projetam para os lados. Esta 
abertura origina a cavidade do IV ventrículo e seu assoalho será formado pelas 
colunas das placas alares e basais que originarão colunas de núcleos 
funcionalmente, da linha mediana para a lateral: motores somáticos, motores 
viscerais, sensoriais viscerais e sensoriais somáticos. 
 
 14 
Parte das placas tanto alar como basal migra mais ventralmente formando núcleos 
sensitivos e motores. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
No metencéfalo, as placas alares vão formar um brotamento, chamado lábio 
rômbico, que irão originar o cerebelo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O restante do encéfalo é formado de forma mais complexa, já que a partir do 
diencéfalo as placas basais desaparecem e as placas alares formarão todo o 
resto, porém as especificações funcionais perdem as características de serem 
apenas sensoriais, desenvolvendo funções específicas novas. 
 
 
 
 
 
 
 
 15 
 
Meninges 
 
 
 São membranas que envolvem todo o SNC (encéfalo e medula 
espinhal),formando um estojo de proteção traumática para o frágil tecido nervoso 
central. 
 Existem três meninges, as quais denominamos da mais externa para a 
mais interna de Dura-máter, Aracnóide e Pia-máter. 
 
 Dura-máter 
 
 É uma membrana espessa e resistente constituída de tecido conjuntivo 
fibroso. 
 Apresenta ao natural cor branca azulada (madrepérola). 
 Encontra-se dividida no forame magno em dura-máter cerebral e 
espinhal,onde a primeira envolve o encéfalo e a segunda a medula espinhal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Dura-máter cerebral 
 
 É formada por uma dupla lâmina de tecido conjuntivo fibroso. O folheto 
externo adere-se aos ossos cranianos comportando-se como periósteo destes 
ossos, porém sem capacidade osteogenica, o que não permite a regeneração de 
partes ósseas retiradas, entretanto, não permite a formação de calo ósseo, o que 
acarretaria compressão do tecido nervoso. 
 
 A superfície externa da lâmina externa apresenta pontos de inserção com a 
parede craniana óssea, em certos locais, feitos por projeções em forma de 
 16 
cordões fibrosos finos, lançados da superfície externa. Esses pontos apresentam 
aspecto rugoso. 
 A dura-máter cerebral insere-se firmemente as cristas (petrosas, galli e 
parietal interna), e ainda na protuberância occipital interna e na base do forame 
magno. 
 A dura-máter adere-se fracamente as laterais da parede interna da 
abóbada óssea. 
 
 A superfície interna é lisa e brilhante, pois é revestida por endotélio e 
umedecida por um fluido semelhante à linfa. 
 Forma o limite externo do espaço subdural. 
 
 A lâmina interna da dura-máter projeta-se no interior das fissuras 
longitudinal e transversa do cérebro formando na primeira a foice do cérebro e na 
segunda a tenda (tentório) do cerebelo. 
 
 Foice do cérebro 
 
 É o tabique mediano em forma de foice que adentra a fissura longitudinal 
separando os hemisférios cerebrais, em toda extensão longitudinal. 
 Seu bordo ventral é livre não chegando a entrar em contato com o corpo 
caloso, estando fixada dorsalmente na crista parietal interna, rostralmente na 
crista galli e caudalmente na protuberância occipital interna. 
 
 Tenda do cerebelo 
 
 É uma prega transversal em forma de meia lua que ocupa o interior da 
fissura transversa, entre o cerebelo e os hemisférios cerebrais. 
 Está inserida dorsalmente a protuberância occipital interna e nas laterais, 
as cristas petrosas temporais. 
 
 Seios da dura-máter 
 
 São espaços existentes entre as duas lâminas da dura-máter, que são 
revestidos de endotélio e recebem a drenagem venosa do encéfalo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 17 
 
 
 Seio longitudinal 
 
 Corre dorsalmente a fissura longitudinal e a foice do cérebro, indo 
desembocar nos seios transversos, que correm latero-ventralmente a tenda do 
cerebelo, no interior dos sulcos transversos, indo atingir em cada antímero o seio 
cavernoso da dura-máter, desaguandona veia jugular interna. 
 
 Dura-máter espinhal 
 
Forma uma cápsula tubular em torno da medula espinhal, que inicia no forame 
magno indo até o 2o. ou 3o. segmento sacral. 
 
 Está separada do periósteo do canal medular por um espaço epidural 
considerável, que se encontra preenchido por tecido conjuntivo frouxo (gordura). 
 
 Este tubo forma projeções que envolvem as raízes dorsais e ventrais dos 
nervos espinhais e que a partir daí emitem ligamentos, os quais fixam a dura-
máter aos arcos ósseos das vértebras, sustentando-a. 
 
 Espaço subdural 
 
 É um espaço existente entre a dura-máter e a aracnóide, sendo um espaço 
capilar (virtual), apresentando líquido suficiente apenas para lubrificação de suas 
paredes, é considerado como sendo linfa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Aracnóide 
 
 18 
 É uma membrana muito delicada e transparente, situada entre a dura e a 
pia-máter. 
 Sua superfície externa encontra-se revestida de endotélio e forma a parede 
interna do espaço subdural. 
 
 A aracnóide projeta de sua face interna finas trabéculas, que atravessando 
o espaço subaracnóideo vão fixar-se à pia-máter. Essas trabéculas são muito 
numerosas. 
 
 
 Aracnóide cerebral 
 
 Acompanha as reentrâncias da dura-máter nas fissuras longitudinal e 
transversa, porém, não penetrando como a pia-máter nos sulcos dos giros 
cerebrais. 
 
 Aracnóide espinhal 
 
 Forma um tubo largo em volta da medula espinhal a partir do forame 
magno, sendo obviamente envolvida pela dura-máter e formando com a pia-máter, 
um grande espaço subaracnóideo, que se encontra repleto de líquido 
cefalorraquidiano. 
 
 A aracnóide envia trabéculas para a pia-máter, só que em menor número 
que a aracnóide cerebral. 
 
 Granulações aracnoideas 
 
 Em alguns pontos a aracnóide cerebral forma pequenos tufos 
(evaginações) que penetram no interior dos seios da dura-máter, principalmente 
no seio longitudinal. 
 
 Nestes divertículos a aracnóide é extremamente fina e o líquor separa-se 
do sangue apenas pela fina aracnóide e pelo endotélio. Nestas granulações o 
líquor é eliminado pra a corrente sangüínea. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 19 
 
 
 Pia-máter 
 
 É uma membrana muito delicada que se adere a toda superfície do 
encéfalo e medula, emitindo projeções para o interior de suas massas. 
 
 Pia-máter cerebral 
 
 Adapta-se minuciosamente a todas as desigualdades da superfície do 
encéfalo, penetrando em todos os sulcos e cisuras tanto cerebrais como 
cerebelares. 
 Sua superfície externa é forrada por endotélio e forma a parede interna do 
espaço subaracnóideo. 
 
 Projeções internas importantes 
 
 Penetra na fissura transversa entre o cerebelo e aos hemisférios cerebrais 
indo formar a tela e o plexo corióideo do III ventrículo, ou seja, o teto do terceiro 
ventrículo. 
 
 Projeta-se daí para o interior dos ventrículos laterais, através dos forames 
interventriculares, formando o plexo corióide dos ventrículos laterais. 
 
 Projeta-se na cisura entre o cerebelo e a medula oblonga formando a tela e 
o plexo corióideos do IV ventrículo. 
 
 A tela corióidea forma repregas envolvendo tufos de capilares vascular 
formando os plexos corióideos, que tem a função de produzir o liquido 
cefalorraquidiano. 
 
 Pia-máter espinhal 
 
 É mais grossa que a encefálica, pois apresenta uma capa externa de tecido 
conjuntivo fibroso. A capa interna é vascular e adere-se a medula, enviando 
projeções ao interior da mesma. Lateralmente a capa externa emite uma projeção 
que atravessando a aracnóide fixa-se a dura-máter, formando o ligamento 
denticulado ou denteado. Este ligamento aparece no intervalo entre as raízes 
dos nervos espinhais. 
 
 
 
 
 
 
 
 20 
Medula espinhal 
 
 
 É à parte do SNC situada dentro do canal vertebral, desde o forame magno 
até o 2o. ou 3o. segmento sacral. 
 
Corte transversal da medula espinhal (cervical) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1- fascículo grácil 
2- fascículo cuneato substância branca 
3- funículo dorsal da 
4- funículo lateral medula espinhal 
5- funículo ventral 
6- comissura branca 
7- corno (coluna ou haste) cinzenta dorsal substância cinzenta 
8- corno (coluna ou haste) cinzenta ventral da 
9- comissura cinzenta medula espinhal 
10- formações reticulares 
11- tabique mediano dorsal 
12- sulco mediano dorsal 
13- sulco intermédio dorsal 
14- sulco dorso-lateral 
15- fissura mediana ventral 
16- canal central da medula 
17- raiz nervosa dorsal (sensitiva) 
18- gânglio nervoso espinhal (raquidiano) 
19- raiz nervosa ventral (motora) 
20- substância gelatinosa 
21- nervo espinhal 
22- ramo dorsal do nervo espinhal 
23- ramo ventral do nervo espinhal 
 21 
 A medula espinhal é cilíndrica e achatada dorso-ventralmente. 
 Continua-se do encéfalo, a partir da medula oblonga sem demarcação 
notória visual, por este motivo dizemos que ela inicia, a partir do forame magno, 
estendendo-se até o 2o. ou 3o. segmento sacral, onde ela afila rapidamente 
formando o cone medular. 
 
 Do cone medular ela continua-se por um breve espaço num único fino 
nervo que se dirige à região caudal sendo chamado filo terminale ou filamento 
terminal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Lateralmente , a medula recebe ou emite pares de nervos que 
correspondem aos espaços intervertebrais, com exceção da região cervical que 
apresenta 8 pares de nervos, já que o primeiro sai pelo forame vertebral lateral, 
junto ao forame alar do Atlas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 22 
 No embrião as regiões da medula e os espaços intervertebrais apresentam-
se paralelos, porém com o crescimento desuniforme da coluna vertebral (raque), a 
medula permanece mais curta em relação ao crescimento vertebral, obrigando 
assim os nervos espinhais descerem caudalmente percorrendo uma distância 
interna ao canal vertebral para poderem emergir em seu espaço intervertebral 
correspondente. 
 
 Os nervos sacrais e caudais percorrem lateralmente o cone medular e o 
filamento terminal, e só então emergem do canal, formando o que chamamos 
comparativamente a cola de cavalo de cauda eqüina. 
 
 Dizemos que a medula é formada por tantos segmentos quantos pares de 
nervos apresenta, pois o espaço compreendido entre duas origens nervosas e a 
seguinte é um segmento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Os segmentos que originam os nervos para os membros torácicos e 
pélvicos apresentam uma dilatação chamada intumescência cervical e lombar. 
 
 A intumescência cervical inicia levemente na quinta vértebra cervical (C5) 
e termina na segunda vértebra torácica (T2). 
 
 A intumescência lombar corresponde a quarta e quinta vértebras 
lombares (L4 e L5), sendo menor que a cervical. 
 
 Após a intumescência lombar a medula afila-se rapidamente formando o 
cone medular; este continua pelo filamento terminal que se apresenta fibroso e 
envolvido pela pia-máter e aracnóide. 
 
 23 
 A medula é dividida em duas metades similares ou antímeros, dorsalmente 
pelo sulco mediano dorsal com o tabique mediano dorsal e ventralmente pela 
fissura mediana ventral. 
 
 Lateralmente ao sulco mediano dorsal temos o sulco dorso-lateral onde se 
originam as radículas das raízes dorsais dos nervos espinhais. 
 
 Na região cervical e metade cranial da região torácica existe entre estes 
dois últimos sulcos, um sulco intermédio dorsal que divide o funículo dorsal em 
doisfascículos o grácil, mais medial e o cuneato, mais lateral. 
 
 Na origem das radículas das raízes ventrais dos nervos espinhais não 
encontramos nenhum sulco, a emergência é feita da superfície convexa. 
 
 O tabique mediano dorsal é formado por neuroglia condensada. 
 
 Os dois antímeros da medula interligam-se dorsalmente pela comissura de 
substância cinzenta e ventralmente pela comissura de substância branca; esta 
última forma a via de ligação cruzada entre os dois antímeros da medula espinhal. 
 
 Canal central 
 
 É o vestígio espinhal do canal ependimário do tubo neural do embrião. É 
um tubo delgado que se projeta no interior da comissura cinzenta, expandindo-se 
cranialmente no encéfalo no IV ventrículo. Caudalmente projeta-se até a altura do 
cone medular onde sofre uma dilatação chamada ventrículo terminal; todo o 
canal é forrado de endotélio. 
 
 Substância cinzenta 
 
 Vista em secção transversal apresenta a forma de “H”, sendo a barra 
transversa formada pela comissura cinzenta. As barras laterais são formadas por 
duas colunas cinzentas. 
 
 Coluna ou corno cinzento dorsal 
 
 É delgada e se estende até quase a altura do sulco dorso-lateral, em sua 
extremidade apresenta uma coloração cinza claro devido à mescla de corpos de 
neurônios e a chegada dos axônios sensitivos provenientes dos gânglios 
raquidianos, a este ponto de transição denominamos substância gelatinosa. 
 
 Coluna ou corno cinzento ventral 
 
 É mais grossa curta e arredondada, encontrando-se separada da superfície 
ventral por uma grossa massa de substância branca por onde passam os axônios 
que originam as raízes espinhais ventrais. 
 24 
 
 As duas colunas cinzentas emitem projeções laterais no interior do funículo 
lateral, formando a chamada formação reticular. 
 
 Obs. Nas regiões torácica e lombar, neste local existe um corno ou coluna 
lateral, formada pelos corpos de neurônios motores viscerais que originam a parte 
simpática do sistema nervoso (SN) autônomo. 
 
 Tipos neuronais da substância cinzenta 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. Coluna (Corno ou haste) dorsal 
 
 É formada por neurônios de associação para os tratos espinotalâmico 
lateral. Captam e transmitem ao SNC informações exteroceptivas do tipo térmica 
e dolorosa. Apresentam ainda fascículos próprios que fazem sinapse com 
segmentos próximos, transmitindo essas informações. 
 
2. Coluna lateral 
 
 É formada por neurônios motores viscerais, que pertencem ao SN 
simpático. 
 
3. Coluna ventral 
 
 É formada por neurônios motores somáticos (motoneuronios). 
 
4. Substância cinzenta intermédia 
 
 É formada por neurônios de associação intra-segmentar, que ligam os 
neurônios sensitivos com os neurônios motores; são curtos. 
 25 
 
5. Substância cinzenta central 
 
 É formada por neurônios comissurais, que ligam os dois antímeros da 
medula com seus axônios. 
 
6. Coluna torácica 
 
 É formada por neurônios de associação do tipo proprioceptivos 
(propriocepção), para o trato espinocerebelar. 
 
 Substância branca 
 
 Esta dividida em três pares de funículos sendo: 
 
 O funículo dorsal situado entre o tabique mediano dorsal e o sulco 
dorso-lateral. 
 O funículo ventral estende-se desde a fissura mediana ventral até a 
coluna cinzenta ventral. 
 O funículo lateral estende-se lateralmente às colunas cinzentas da 
medula, limitado pelas origens das raízes dorsais e ventrais dos nervos espinhais. 
 
 Substância branca e suas vias 
 
A. Funículo dorsal 
 
1- Fascículo grácil 
 Captam e transmitem ao SNC 
 2- Fascículo cuneato propriocepção consciente. 
 
 Ex. meu braço está em tal posição. 
 Essas informações chegam ao córtex somestésico. 
 
B. Funículo lateral 
 
 3- Trato espinocerebelar dorsal 
 Captam e transmitem ao SNC 
 4- Trato espinocerebelar ventral propriocepção inconsciente. 
 
 Informações de postura e movimento que só chegam ao 
cerebelo. 
 
 5- Trato espinotalâmico lateral 
 Captam e transmitem ao SNC 
 6- Trato dorso-lateral exterocepção do tipo dor e 
 26 
 temperatura (termoalgésica). 
 
 Obs. Toda sensibilidade faz estágio obrigatório nos tálamos 
exceção feita ao olfato. 
 
 7- Trato corticoespinal lateral ou piramidal cruzado. 
 
 Forma a via motora somática voluntária. O corpo de neurônio 
está localizado no córtex motor, no giro pré-central do hemisfério cerebral, seu 
axônio desce pela cápsula interna, pedúnculo cerebral e aflora na face ventral da 
medula oblonga formando as pirâmides, onde cruza para o antímero oposto e vai 
se incorporar no funículo lateral. Este axônio faz sinapse com um neurônio motor 
(motoneurônio) do corno ventral da medula espinhal, que levará a ordem a um 
músculo estriado, saindo pela raiz ventral. 
 
 É dito piramidal cruzado porque suas fibras cruzam nas 
pirâmides. 
 
 8- Trato rubroespinal 
 Formam a via motora somática 
 9- Trato tectoespinal automática, extrapiramidal. 
 
 10- Trato retículoespinal 
 
 Ex. caminhar na rua, distraidamente. 
 
 As informações ou ordens motoras são originadas nos 
núcleos motores do tronco encefálico. Quanto mais baixo for o núcleo, mais 
automático será o movimento. 
 
C. Funículo ventral 
 
 11- Trato espinotalâmico ventral 
 
 Captam e transmitem ao SNC exterocepção do tipo tato e 
pressão. 
 
 12- Trato corticoespinal ventral ou piramidal direto 
 
 Forma a via motora somática voluntária. Como o número 7 a 
única diferença é que as fibras só cruzam no segmento específico da medula em 
que ela for fazer sinapse com o motoneuronio do antímero oposto. 
 
 É dito piramidal direto, porque não cruza nas pirâmides. 
 
 
 27 
 13- Trato vestíbulo espinal 
 
 Transmitem ordens motoras formando a via motora 
somática automática, extrapiramidal. Idem ao 8, 9 e 10. Ou seja, os núcleos de 
origem estão localizados no tronco encefálico. 
 
 
 
 
 Arco reflexo diastáltico 
 
 É uma cadeia neuronal reflexa, envolvendo um neurônio sensorial somático 
que leva informação sensorial da pele ou de um tendão, diretamente a um 
neurônio motor do corno ventral, através de um ou mais neurônios de associação. 
Esta informação sai direto pela raiz ventral provocando um movimento reflexo em 
um músculo estriado. Só alguns segundos depois esta informação chega ao 
cérebro e se toma consciência do que aconteceu. 
 
 Ex. Reflexo patelar. 
 Ser queimado por um cigarro e pular fora. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 28 
Encéfalo ou cérebro 
 
 É à parte do SNC situado dentro da cavidade craniana, sua forma e 
tamanho adaptam-se perfeitamente ao interior da cavidade.Divisão anatômica 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Vista lateral esquerda do encéfalo, imaginária. 
 
 Mielencéfalo – medula oblonga ou cranial (1) 
 
+ primitivo Rombencéfalo Cerebelo (2) 
 IV ventrículo Metencéfalo 
 Ponte (3) 
 rostral 
 Tecto mesencefálico - colículos (4) 
Encéfalo Mesencéfalo caudal 
 Ou Aqueduto 
Cérebro cerebral Pedúnculos cerebrais (5) 
 Tálamo óptico (talamencéfalo) (6) 
 Diencéfalo Tegmento hipotalâmico 
 III ventr. hipotálamo (7) com hipófise (8) 
 Prosencéfalo Corpo pineal 
+ evoluído 
 Telencéfalo Hemisférios cerebrais (#) 
 Ventr. lateral 
 Formações Corpo caloso 
 inter hemisferiais 
 Fórnix 
 29 
 Arquipálio (10) 
 Rinencéfalo (9) 
 Páleo-pálio (11) 
(#) - 
 Isocórtex ou neopálio (12) (pálio, córtex ou manto) 
 
 Núcleos da base (13) – ilhas de corpos de neurônios 
 
 
Configuração externa do encéfalo sem meninges nem vasos. 
Face ventral 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
!- medula oblonga 11- trato (estria) olfatório medial 
2- ponte 12- trato (estria) olfatório lateral 
3- pedúnculos cerebrais 13- trígono olfatório 
4- hipófise 14- fossa lateral do cérebro 
5- túber cinéreo 15- lobo piriforme 
6- trato óptico 16- pirâmide 
7- quiasma óptico 17- corpo trapezóide 
8- fissura longitudinal do cérebro 
9- bulbo olfatório 
10- pedúnculo (trato) olfatório 
 30 
Origem aparente ou emergência dos nervos cranianos 
 
I – Olfatório 
II – Óptico 
III – Oculomotor 
IV – Troclear 
V – Trigêmeo 
VI – Abducente (motor ocular externo) 
VII – Facial 
VIII – Vestíbulo-coclear (estato-acústico) 
IX – Glossofaríngeo 
X – Vago 
XI – Espinal acessório 
XII - Hipoglosso 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Face dorsal 
 
1- fissura longitudinal do c. 5- sulcos (cisuras) 9- medula oblonga 
2- fissura transversa do c. 6- cerebelo 10- bulbo olfatório 
3- hemisférios cerebrais 7- vermis (lobo médio) 11- pólo rostral (frontal) 
4- giros cerebrais 8- hemisférios cerebelares laterais 12- pólo occipital (caudal) 
 
 
 31 
Rombencéfalo 
 
Mielencéfalo – medula oblonga 
 
 Ponte 
Metencéfalo 
 Cerebelo 
 
Mielencéfalo 
 
Medula oblonga (bulbo). 
 
 É a parte do encéfalo que se continua da medula espinhal no interior da 
cavidade craniana. 
 
 Está situada sobre o processo basilar do occipital, tendo a forma 
quadrilátera mais dilatada rostralmente e sendo achatada dorsoventralmente. 
 
 Face ventral 
 
 É convexa transversalmente estando dividida pela fissura mediana ventral. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1- fissura mediana ventral 5- plexo corióide do IV 
2- pirâmide (via motora somática voluntária) ventrículo 
3- sulco intermédio ventral 6- sulco pontino rostral 
4- corpo trapezóide (via acústica) 7- sulco pontino caudal 
 8- ponte 
 9- pedúnculo cerebral 
 32 
 As pirâmides integram a via motora, cordões estes que se exteriorizam 
a partir da ponte, dirigindo-se caudalmente, onde pouco antes de alcançarem a 
medula espinhal, mergulham na fissura mediana ventral, desaparecendo. 
 
 As fibras (90%) cruzam de antímero indo se incorporar ao funículo 
lateral, descendo por este até alcançar o segmento da medula espinhal 
específico em que irão fazer sinapse com o motoneurônio do corno ventral. 
Estas formam a via piramidal cruzada. 
 
 O restante das fibras (10%) que 
não cruzam na decussação das pirâmides, 
formam a via piramidal direta, 
incorporando-se ao funículo ventral, 90% 
descendo a medula espinhal, indo 10% 
 decussar apenas no segmento 
específico da medula, em que irão 
fazer sinapse com os neurônios secção transversal do 
 motores do corno ventral do córtex motor 
antímero oposto. 
 
 A via piramidal tanto direta como 
cruzada, tem seus corpos de neurônios pirâmide 
localizados no córtex motor dos hemisférios 
cerebrais. Suas fibras descem pela substância 
branca (corpo medular), cápsula interna, 
pedúnculo cerebral e ao ultrapassarem a ponte 
afloram como pirâmides na face ventral da medula oblonga 
medula oblonga. 
 
 Os nervos cranianos do VI ao XII tem suas 
origens aparentes nas faces ventral e lateral da 
medula oblonga. 
 
 
Via piramidal cruzada = Trato corticoespinal lateral 
 
 Via piramidal direta = Trato corticoespinal ventral 
 
 Via piramidal direta via piramidal 
 cruzada 
 
 
 
 Secção transversal 
 da medula espinhal 
 
 motoneurônio 
 
 
 33 
Face dorsal 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1- fissura mediana dorsal 
2- corpo restiforme (pedúnculo cerebelar caudal) 
3- tubérculo cinéreo 
4- sulco dorso-lateral 
5- IV ventrículo (assoalho) 
6- canal central da medula 
7- braço da ponte (pedúnculo cerebelar médio) 
8-braço conjuntivo (pedúnculo cerebelar rostral) 
9- colículos caudais 
 
Face dorsal 
 
 Está em grande parte encoberta pelo cerebelo e forma a parte mais caudal 
do assoalho do IV ventrículo. 
 
 Os corpos restiformes são duas vias que interligam a medula oblonga ao 
cerebelo e ao afastarem-se da linha mediana formam a parte caudal da parede 
lateral do IV ventrículo. 
 
 O canal central da medula abre-se no IV ventrículo caudalmente, junto ao 
óbex; dizemos que a medula oblonga apresenta uma porção fechada onde passa 
o canal central e uma porção aberta no IV ventrículo. 
 
 34 
 O espaço lateral existente entre o cerebelo, a medula oblonga e o IV 
ventrículo é ocupado pelo plexo corióide do IV ventrículo; as partes laterais do 
plexo unem-se no interior do nicho dorsal do mesmo. 
 
 Plexo corióide é formado por repregas de pia-máter envolvendo tufos de 
capilares sangüíneos, este plexo está separado da cavidade pela tela corióidea, 
que também é uma dobra de pia-máter. 
 
 A medula oblonga apresenta inúmeros núcleos bulbares onde estão os 
núcleos reais de origem dos nervos cranianos, além de núcleos que dão início a 
formação reticular. 
 Ex. centro da respiração. 
 
Corte transversal da medula oblonga. 
 
 
 
 IV ventrículo 
 
 
 
 2 
 
 3 
 
 4 
 
 
 1 
 
 
1- pirâmide 
2- núcleo olivar acessório dorsal Olivas bulbares ou 
3- núcleo olivar acessório medial olivas da medula oblonga 
4- núcleo olivar inferior (ventral). 
 
 
O complexo olivar é o responsável pela aprendizagem motora, ou seja, 
movimentos repetitivos tornam-se cada vez mais precisos e rápidos quanto maior 
for a repetição. O complexo olivar está interligado ao cerebelo por fibras 
olivocerebelares que chegam ao cerebelo através do pedúnculo cerebelar 
caudal.O núcleo rubro e o córtex interagem diretamente com as olivas que 
recebem informações provenientes da medula espinhal. 
 
 35 
Esquema diagramático das interações entre o complexo olivar, o cerebelo, o 
córtex motor, o núcleo rubro e as informações sensoriais provenientes do corpo 
através da medula espinhal, no aprendizado motor. 
 
 
 
 
 
 
 
 Secção transversal do córtex motor 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Secção transversal do mesencéfalo 
 
 colículos rostral 
 
 
 
 
 
 Núcleo rubro cerebelo 
 
 
 
 
 
 Secção transversal da medula oblonga 
 
 Complexo olivar 
 Fibras olivocerebelares 
 
 
 
 
 
 Secção transversal da 
 medula espinhal 
 
 
 
 
 
 
 36 
 
Metencéfalo 
 
 Ponte 
 Cerebelo 
 
Ponte 
 
 É a parte do encéfalo situada entre a medula oblonga e os pedúnculos 
cerebrais, estando separada destes pelos sulcos pontino rostral e caudal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Vista lateral 
 
1- ponte 
2- trigêmeo (V par craniano) 
3- sulco pontino rostral 
4- sulco pontino caudal 
5- pedúnculos cerebrais 
6- medula oblonga 
7- plexo corióide do IV ventrículo 
8- braço da ponte 
9- cerebelo 
10- fissura transversa do cérebro 
11- hemisfério cerebral 
 
 
A ponte vista ventralmente é larga transversalmente e convexa nas duas 
direções. Lateralmente apresenta uma projeção dorsal que se liga ao cerebelo 
chamado pedúnculo cerebelar médio (braço da ponte). Em suas faces laterais 
ventrais originam-se os nervos trigêmeos (V par craniano). 
 
 
 37 
 Sua face dorsal abraça os braços conjuntivos que interligam o cerebelo ao 
mesencéfalo e em sua porção central, forma a parte rostral do assoalho do IV 
ventrículo. 
 
 Os braços conjuntivos formam a parte mais rostral das paredes laterais do 
IV ventrículo. 
 
 Obs. A ponte faz com suas fibras a ligação entre os dois hemisférios 
cerebelares laterais. Apresenta núcleos pontinos de pares cranianos e a parte 
pontina da formação reticular. 
 Obs. A ponte assim como os hemisférios cerebelares laterais só surgem 
nos mamíferos. 
 
Cerebelo 
 
Vista dorsal 
 
 Hemisfério cerebral 
 
 
Fissura transversa do cérebro 
 
 Hemisfério 
 cerebelar lateral 
 
 
 Fissura paramediana Vermis cerebelar 
 
 
 Medula oblonga 
 
 
 Situa-se na fossa caudal do crânio estando separado dos hemisférios 
cerebrais pela fissura transversa do cérebro que contém a tenda do cerebelo e 
no centro a protuberância occipital interna. 
 
 Cobre dorsalmente a ponte e a maior parte rostral da medula oblonga, 
das quais se separa pelo IV ventrículo. 
 
 
Face rostral – esta dirigida dorsal e rostralmente estando encoberta pela 
tenda do cerebelo. 
 
Face caudal – é quase vertical. 
 
 38 
Face ventral ou base – forma o teto do IV ventrículo e conecta-se com a 
medula oblonga, ponte e mesencéfalo por três pares de pedúnculos 
cerebelares. 
 
 
Divide-se em: 1 vermis (lobo médio). 
 2 hemisférios cerebelares laterais,os quais são separados por 
duas profundas cisuras paramedianas. 
 
 
Vermis (lobo médio) 
 
 Forma uma circunferência quase completa, estando separado apenas 
pelo nicho dorsal do IV ventrículo, divide-se em 9 lóbulos. Neste nicho 
atravessa o plexo corióide que aparece nas laterais. 
 
Secção mediana do vermis 
 
 
 B 
 
 
 
 
 A 
 
 
 
 
 Véu medular rostral véu medular caudal 
 Nicho dorsal do IV ventrículo 
Lóbulos 
 
1- língula 2- lóbulo central 3- lóbulo ascendente 
4- lóbulo culminal 5- lobus clivi 6- túber vermis 
7- pirâmide 8- úvula 9- nódulo. 
 
 
Pedúnculos cerebelares 
 
 São três pares de vias (substância branca) que fixam o cerebelo através de 
sua grande massa basal a medula oblonga, ponte e colículos (mesencéfalo). 
 
Pedúnculo cerebelar caudal 
 
 É formado pelos corpos restiformes da medula oblonga ao penetrar no 
cerebelo. 
 39 
Pedúnculo cerebelar médio 
 
 É formado pelobraço da ponte. 
 
Pedúnculo cerebelar rostral 
 
 É formado pelo braço conjuntivo que liga o cerebelo ao mesencéfalo, nos 
colículos. 
 
 Numa secção do cerebelo percebe-se uma capa de substância cortical 
cinzenta externa e uma medular de substância branca. 
 
 Da grande massa basal branca irradiam-se ao interior dos lóbulos lâminas 
primárias que se dividem em lâminas secundárias e terciárias, originando uma 
aparência arboriforme, sendo por isto chamado o cerebelo, de arvore da vida. 
 
 Na base da substância medular, em suas laterais encontramos os núcleos 
cerebelares. 
 Um núcleo medial chamado do tecto, do fastígio ou fastigial. (1) 
 Um núcleo lateral chamado de denteado. (2) 
 Um núcleo intermédio chamado interpósito (3) 
 
 
 3 1 1 
 3 
 2 2 
 
 
 Nas aves assim como nos antropóides (macacos em geral) e no homem o 
núcleo intermédio divide-se em dois, apresentando então 4 pares de núcleos 
cerebelares. 
 Isto ocorreu devido o desenvolvimento do vôo e pelo aumento do uso dos 
membros, maior precisão motora. 
 Todos os animais inferiores a partir dos peixes têm dois pares de núcleos, 
inclusive os mamíferos monotremados (ecdina e ornitorrinco) e os marsupiais 
(gambá, canguru). Dos edentados em diante, insetívoros, roedores,carnívoros 
etc. inclusive todos os animais domésticos, todos apresentam como o cavalo três 
pares de núcleos cerebelares. 
 
 
Função do cerebelo. 
 
 O cerebelo supervisiona e regula todos os movimentos voluntários; 
determinando a extensão dos movimentos pela coordenação dos músculos 
envolvidos nestes movimentos. 
 40 
 Supervisiona e influencia os movimentos involuntários que são necessários 
para restabelecer e manter o equilíbrio. 
 Ainda mantém o tônus muscular normal. 
 
IV ventrículo 
 
 É a cavidade do rombencéfalo. 
 
 Comunica-se caudalmente com o canal central da medula espinhal e 
rostralmente com o aqueduto cerebral (mesencefálico) e através deste com o III 
ventrículo. 
 
 Seu contorno é algo romboidal e contém pequena quantidade de líquido 
cefalorraquidiano. 
 
 O assoalho é formado: 
 rostralmente pelo dorso da ponte 
 caudalmente pela medula oblonga. 
 
 As paredes laterais são compostas: 
 rostralmente pelo braço conjuntivo 
 caudalmente pelos corpos restiformes. 
 
 O teto é formado: 
 porção mediana pelo vermis. 
 porção rostral pelo véu medular rostral 
 porção caudal pelo véu medular caudal mais o plexo corióide do IV 
ventrículo. 
 
 Tudo é forrado ou revestido pela tela corióidea, que nada mais é que uma 
prega de pia-máter. 
 Os véus medulares são vias nervosas compostas de axônios com o 
formato de uma fina lâmina branca. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 41 
Mesencéfalo ou encéfalo médio 
 
 
 Conecta o rombencéfalo com o cérebro anterior. 
 Está recoberto dorsalmente pelos hemisférios cerebrais. 
 
 Divide-se em: 
 
 Tecto mesencefálico (corpos ou lâminas quadrigeminas) 
 colículos rostrais 
 colículos caudais 
 é a parte mais dorsal. 
 
 Pedúnculos cerebrais 
 são visíveis na base do encéfalo, é a parte mais 
ventral e mais volumosa. 
 
 O mesencéfalo é atravessado longitudinalmente por um estreito canal, o 
aqueduto cerebral (mesencefálico) que interliga o IV com o III ventrículo. 
 
 
Tecto mesencefálico 
 
 São quatro eminências arredondadas, situadas abaixo da porção caudal 
dos hemisférios cerebrais. 
 
Face dorsal 
 
Para visualizar é necessário retirar o 
cerebelo e os hemisférios cerebrais: 
 
1 – colículos rostrais 
2 – colículos caudais 
3 – pedúnculo posterior (caudal) 
4 – corpo geniculado medial 
5 – corpo geniculado lateral 
6 – corpo pineal (epífise cerebral) 
7 – III ventrículo 
8 - nervo troclear (IV par) 
9 – tálamo. 
 
 
 
 
 
 42 
 Os colículos rostrais nos eqüinos são mais volumosos e proeminentes que 
os caudais, são quase hemisféricos. 
 
 Limitam-se rostralmente dos tálamos ópticos por um sulco. 
 
 Os colículos caudais são menores, apresentando-se separados por uma 
grande depressão mediana. 
 
 Limitam-se caudalmente por um sulco transversal onde se origina o IV par 
de nervos cranianos (troclear). 
 
 Nos cães os colículos caudais são mais desenvolvidos que os rostrais e em 
outros animais o tamanho é proporcional entre eles. Assim o tamanho dos 
colículos nas espécies depende do desenvolvimento ou da atrofia funcional. Na 
toupeira que vive em túneis escuros e não utiliza muito a visão os colículos 
rostrais são atrofiados ou pequenos e os caudais são normais. No cão em que a 
audição é muito desenvolvida os colículos caudais são muito desenvolvidos 
enquanto os rostrais são normais. 
 
 Os colículos são compostos de substância cinzenta e lançam latero-
rostralmente até os corpos geniculados uma cinta de substância branca 
denominada pedúnculo posterior (caudal). As fibras do nervo óptico alcançam o 
corpo geniculado lateral e algumas chegam ao colículo rostral através do 
pedúnculo posterior. 
 
 
Função dos colículos 
 
 Os colículos rostrais estão relacionados com a via óptica, integram uma 
via reflexa visual (somatovisual). 
 Ex. o salto de ataque de um felino a uma presa. 
 o salto do goleiro para pegar uma bola no ar (golpe de vista). 
 
 Os colículos caudais integram a via reflexa auditiva. 
 Ex. saltar instintivamente para longe de um estrondo. 
 saltar para trás quando ouve barulho de freada de carro. 
 
 
Obs. Os colículos rostrais são derivados dos lobos ópticos dos répteis e que são 
neles e nas aves até hoje o centro terminal da visão, pois aí chegam todas as 
fibras do nervo óptico. Com a aquisição pelos mamíferos do córtex cerebral, as 
fibras do nervo óptico passaram em sua maioria a chegar no corpo geniculado 
lateral do tálamo e daí sobem as informações para serem processadas no córtex 
visual do lobo occipital, que se tornou o centro terminal da visão. Com isso nos 
mamíferos os lobos ópticos transformaram-se em colículos rostrais ou seja um 
centro reflexo visual 
 43 
Pedúnculos cerebrais 
 
 
 Apresentam-se na base do encéfalo como dois troncos em forma de corda. 
 
 Emergem justapostos da ponte, e à medida que se tornam mais rostrais 
sofrem um afastamento notório da linha mediana originando a fossa 
interpeduncular, onde após mergulham nos tratos ópticos, continuando no 
diencéfalo. 
 
 A fossa interpeduncular é semiocultada pela hipófise, estrutura esta que 
juntamente com o túber cinéreo, infundíbulo, corpo mamilar e substância 
perfurada caudal pertencem ao diencéfalo e serão estudadas a posteriori. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Face ventral 
 
1- pedúnculos cerebrais 2- hipófise 
3- nervo oculomotor (III par) 4- substância perfurada caudal 
5- fossa interpeduncular 6- trato óptico 
7- túber cinéreo 8- corpo mamilar 
9- lobo piriforme 10- trato interpeduncular 
11-ponte 
 
 No terço médio da fossa interpeduncular existe um trato que interligaos 
dois pedúnculos e caudalmente a este encontramos a origem do nervo 
oculomotor, III par craniano. 
 44 
 
 A parte caudal da fossa é perfurada por inúmeros orifícios diminutos, onde 
penetram vasos sangüíneos, sendo por isto chamada substância perfurada 
caudal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Face lateral 
 
1- tegmento 2- base do pedúnculo 
3- substância negra 4- sulco lateral longitudinal 
5- lemnisco lateral 6- colículo caudal 
7- colículo rostral 8-ponte 
9- medula oblonga 10- lobo piriforme. 
 
 A face lateral está dividida por um sulco lateral longitudinal em duas 
porções: 
 a dorsal – tegmento 
 a ventral – base do pedúnculo. 
 
 O sulco caracteriza-se por apresentar corpos de neurônios com grande 
concentração de grânulos com melanina, originando o aspecto escuro, por isto 
sendo chamado de substância negra. 
 
 Obs. A substância negra é um núcleo que se projeta medialmente para o 
interior do pedúnculo cerebral. Seus neurônios interagem em feed back com o 
estriado através das fibras nigro estriatais, que são dopaminergicas. A falta de 
neuro transmissor causa perturbações motoras conhecida como síndrome de 
Parkinson. 
 
 O tegmento é a área dorsal, triangular e cinzenta, com estrias branca das 
fibras que formam a via chamada lemnisco lateral. Elas projetam-se dorso-
caudalmente até o pedúnculo cerebelar rostral (braço conjuntivo). 
 
 
 
 
 
 
 45 
Lemnisco lateral 
 
1 – lemnisco lateral 
2 – núcleo de recepção sensorial da 
medula oblonga 6 
3 – medula oblonga 
4 – colículo caudal 
5 – colículo rostral 7 
6 – tálamo 
7 – pedúnculos cerebrais. 
 5 
 1 
 4 
 
 
 
 
 2 2 
 
 3 
 
 
 
 
 
 
 O lemnisco lateral é um importante trato que põe em conexão os núcleos 
de recepção sensorial da medula oblonga com o tálamo e os colículos do antímero 
oposto. 
 
 
 
Aqueduto cerebral 
 
 É o canal que perfura o mesencéfalo interligando o IV ao III terceiro 
ventrículo. 
 
 Seu maior calibre corresponde à parte mais caudal dos colículos. 
 
 É circundado por uma capa de substância cinzenta, em cuja parte ventral 
encontramos os núcleos de origem das raízes dos nervos oculomotor (III par) e 
troclear (IV par) e lateralmente o núcleo da raiz mesencefálica do nervo trigêmeo 
(V par). 
 
 
 46 
Tronco encefálico 
 
 
 
Núcleos de origem dos pares de nervos cranianos 
 
III- 
IV- mesencéfalo 
V- 
VI- ponte 
VII- 
VIII- 
IX- medula oblonga 
X- 
XI- 
XII- 
 
 
 
 O tronco encefálico situa-se entre a medula espinhal e o diencéfalo e 
compõe com esta o sistema nervoso segmentar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Na parte mais caudal da medula oblonga mantém-se ainda a forma de H da 
substância cinzenta existente na medula espinhal, porém a seguir, começa uma 
fragmentação que consiste na formação dos núcleos dos pares cranianos do III ao 
XII. 
 
Formação reticular 
 
 É um entremeado simultâneo de substância branca e cinzenta com fibras 
em várias direções e pequenos núcleos cinzentos ocupando toda a extensão do 
tronco encefálico. 
 
 
 47 
Funções: 
 
1- ativadora do córtex cerebral. 
 
 Produzindo-se um encéfalo isolado, em que se secciona a medula 
espinhal separando-a do encéfalo, o eletroencefalograma (EEG) revela um 
traçado normal, alternando fases de sono e vigília.Isto significa que a formação 
reticular está atuante, ativando o córtex. 
 
 Produzindo-se um cérebro isolado ,em que se secciona o tronco 
encefálico separando-se do resto do encéfalo o EEG revela um traçado contínuo 
de sono. Isto prova que quem estava ativando o cérebro na vigília era a formação 
reticular. 
 
 
Encéfalo isolado- 
 
 
Cérebro isolado- 
 
 
 
2- regulação do sono. 
 
 Na ponte temos núcleos que promovem o sono quando estimulados. 
Lesões destes origina insônia permanente, irreversível. 
 
 Sono sincronizado (ss) - traçado normal 
 
 Sono paradoxal (sp) - traçado diferente (relato de sonho) 
 
 
 
 
 
 O sono paradoxal é importante por ser o momento do sonho; os núcleos da 
ponte lócus cerúleos quando lesados determinam não sonhar e em conseqüência 
o stress. 
 
3- regula a atividade dos neurônios motores somáticos, sendo importante 
na manutenção do tônus muscular, integrando o sistema nervoso 
extrapiramidal (motricidade somática automática). 
 
4- Sede do centro respiratório, vasomotor e do vômito, estando estes 
núcleos na formação reticular da medula oblonga. 
 
 48 
 Prosencéfalo 
 
Diencéfalo 
 
 Compreende o tálamo e um certo número de estruturas ou formações 
agrupadas ao redor do III ventrículo, que é a cavidade do diencéfalo. 
 
 Para se expor sua face dorsal é necessário retirar-se a maior parte dos 
hemisférios cerebrais, o corpo caloso, o fórnix e o hipocampo, além da tela 
corióidea do III ventrículo. 
 
 
Tálamo 
 
 É a principal formação do diencéfalo. 
 
 É uma grande massa ovóide cinzenta, formada por inúmeros núcleos, 
colocada obliquamente sobre a face dorsal de cada pedúnculo cerebral. 
 
 Seus eixos maiores se encontram rostralmente quase em ângulo reto, 
fusionando-se através dos tubérculos rostrais dos tálamos, na aderência 
intertalamica. 
 
 Em torno desta fusão forma-se um espaço estreito circular, como um anel, 
o terceiro ventrículo. 
 
face dorsal 
 
 É convexa e está separada do hipocampo por uma tela corióidea. 
 
 Latero-rostralmente separa-se do núcleo caudato (caudado) por um sulco 
oblíquo onde corre a cinta de substância branca chamada estria terminal. 
 
 Medialmente delimita-se por uma estreita cinta branca a taenia talâmica, 
que nada mais é que o resto da estria medular. 
 
 As estrias medulares ligam o tálamo caudalmente a base do corpo pineal 
nas habênulas. 
 
 Caudolateralmente os tálamos formam duas cristas arredondadas, os 
corpos geniculados. 
 
 O corpo geniculado lateral recebe os tratos ópticos com as fibras 
provenientes dos nervos ópticos. 
 49 
 
 
Face dorsal 
 
 
1 – estria terminal 
2 – tubérculo rostral do tálamo 
3 – III ventrículo 
4 – corpo pineal 
5 – estria medular 
6 – corpo geniculado lateral 
7 – corpo geniculado medial 
8 – colículos rostrais 
9 – colículos caudais 
10 – forame interventricular 
11 – plexo corióide do ventrículo lateral 
12 – restos do hipocampo 
13 – núcleo caudato 
14 – corpo caloso (restos). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 HC HC 
 
 fórnix 
 septo 
 pelúcido * * * 
 * * 
 corpo calosoaqueduto cerebelo 
 cerebral 
 
 HC 
 
 * 
 
 Túber cinéreo 
 
 Ponte 
 
 50 
 
 
Corte na linha mediana – vista medial 
 
1- corpo pineal 2- estrias medulares 
3- aderência intertalamica 4- talo 
5- comissura caudal do cérebro 6- III ventrículo 
7- nicho pineal 8- nicho infundibular 
9- nicho óptico 10- tecto mesencefálico (colículos) 
11- pedúnculos cerebrais 12- corpo mamilar 
13- hipófise 14- quiasma óptico 
15- lâmina terminal 16- comissura rostral do cérebro 
17- forame interventricular 18- habênula. 
 
 
Corpo pineal ou epífise cerebral 
 
 É uma pequena massa ovóide acinzentada, situada numa depressão 
central profunda existente entre os tálamos e os colículos rostrais. 
 
 Fusiona-se rostralmente através das estrias medulares aos tálamos. 
 
 Ventralmente sua base une-se por um talo a uma cinta curta transversal de 
substância branca, a comissura caudal (posterior) do cérebro. 
 
Habênula 
 
 É um núcleo colocado na curvatura medial da face dorsal da massa 
talâmica, na base da glândula pineal. As fibras da estria medular aí chegam 
provenientes de centros secundários da olfação , através da estria olfatória 
medial. É o centro terminal da olfação. 
 
Corpo mamilar 
 
 É uma elevação branca, arredondada e pequena, que se projeta 
ventralmente, na extremidade rostral do sulco mediano da fossa interpeduncular, 
caudalmente ao túber cinéreo. 
 
 Apresenta dois núcleos cinzentos, um ao centro de cada lado de seu 
antímero. 
 
Hipófise ou corpo pituitário 
 
 É a maior estrutura que sobressai ventralmente da fossa interpeduncular, 
ocultando-a em grande parte. Apresenta contorno ovalado, sendo achatada dorso-
ventralmente. 
 51 
 Fixa-se ao túber cinéreo através de um delicado talo tubular, o infundíbulo, 
situado entre o quiasma óptico e o corpo mamilar. 
 
 É envolta em uma grossa cápsula fibrosa derivada da dura-máter, a qual se 
adere intimamente a mesma e a sela túrcica (fossa hipofisária). 
 
 É dividida em duas porções que apresentam colorações diferentes. 
 
 
Adenohipófise (1) 
 
 Lóbulo ou porção glandular – 
 é cinza e forma a parte externa da hipófise, 
é uma glândula de secreção interna que 
 produz os hormônios hipofisários. 
 
 
Neurohipófise (2) 
 
 Lóbulo central ou porção nervosa – 
é de cor pálida e se liga ao infundíbulo, 
tendo a forma de uma redoma. 
 
 
Quiasma e tratos ópticos 
 
 Formam o limite rostral da fossa interpeduncular. 
 
 
 Globo ocular 
 
 retina 
 
 
 nervo óptico 
 
 
 quiasma óptico 
 
 
 
 trato óptico 
 
Via óptica 
 corpo geniculado lateral 
 
 
 
 52 
 Quiasma óptico 
 
 Está formado pela convergência dos nervos ópticos e o cruzamento da 
maior parte de suas fibras nervosas de um antímero para o outro. 
 
 Trato óptico 
 
 Encurva-se a partir do quiasma óptico obliquamente (caudolateralmente), 
ao redor dos pedúnculos cerebrais, no sentido dorsal, até a parte caudal do tálamo 
no corpo geniculado lateral, sendo que algumas fibras alcançam o colículo rostral, 
através do pedúnculo posterior. Após chegarem as informações visuais no tálamo, 
estas irão alcançar o córtex visual no lobo occipital através da radiação talâmica. 
O córtex visual decodifica a informação luminosa criando a imagem. 
 
 
III ventrículo 
 
 É um estreito espaço anular existente em torno da fusão dos tálamos. 
Comunica-se caudalmente através do aqueduto mesencefálico com o IV 
ventrículo. Comunica-se dorso-rostralmente por meio dos forames 
interventriculares com os ventrículos laterais. 
 
 Assoalho – é constituído pelas formações da fossa interpeduncular (corpo 
mamilar, hipófise, quiasma óptico) e pequena parte caudal pelo tegmento do 
pedúnculo cerebral. 
 
 Teto – é formado pela tela corióidea do III ventrículo (pia-máter) com um 
plexo corióide em cada lateral e mais dorsalmente as estrias medulares. 
 
 Parede rostral – é formada pela lamina terminal, uma delgada cinta de 
substância cinzenta situada dorsalmente entre o quiasma óptico e o corpo caloso; 
mais a comissura rostral (anterior) do cérebro, uma cinta arredondada e 
transversal de substância branca. 
 
 Parede caudal – é formada pela comissura caudal do cérebro, que cruza 
sobre a entrada do aqueduto cerebral, mais o talo da glândula pineal. 
 
 Forame interventricular – está situado de cada lado da parte rostral do 
teto do III ventrículo, penetrando dorso-lateralmente entre a coluna do fórnix e o 
tubérculo rostral do tálamo. 
 
 Nichos do III ventrículo 
 São 3 expansões da cavidade, sendo uma caudo-dorsal e duas 
ventrais. 
 
 Nicho óptico – penetra na convergência do quiasma óptico. 
 53 
 Nicho infundibular – expande-se no interior do túber cinéreo e infundíbulo 
até a hipófise. 
 
 Nicho pineal – situa-se entre o talo e o corpo pineal. 
 
 
Subdivisões morfofuncionais do diencéfalo 
 
 Tálamo 
 
 Função – é o centro integrador dos impulsos aferentes, principalmente os 
gerais ou seja a chegada obrigatória da sensibilidade. 
 
 Ex. dor, temperatura, tato e pressão, além dos impulsos acústicos e 
visuais, exceção feita ao olfato. 
 
 Após fazer sinapse nos núcleos talâmicos as informações ascendem ao 
córtex cerebral através da radiação talâmica. 
 
 Hipotálamo 
 
 Infundíbulo, túber cinéreo, neurohipófise e corpo mamilar. 
 
 Função – é o centro principal do comando visceral. 
 
 Ex. fome, sexo, sede, as funções ditas animais. 
 
 Epitálamo 
 
 Habênula e corpo pineal 
 
 Habênula – recebe informações olfatórias, é o centro terminal da olfação. 
 
 Corpo pineal – é uma glândula de secreção interna que têm a ver com o 
metabolismo das gônadas. Ela controla o cio (estro), o crescimento de pêlos e 
penas, a muda das mesmas, a postura dos ovos. Todas estas questões estão 
relacionadas com o ciclo de luz (luminosidade). Pesquisas recentes comprovaram 
a chegada de fibras ópticas até a glândula pineal. 
 Em animais inferiores é um órgão visual primitivo. Na rã e em alguns 
répteis é um olhinho com lente e retina situado por baixo da pele na testa, quase 
entre os olhos. Ele saí da cavidade craniana através de um forame no crânio. 
 
 
 
 
 
 54 
 Metatálamo 
 
 Corpo geniculado lateral e medial 
 
 Corpo geniculado lateral – recebe as fibras do trato óptico, interliga-se ao 
colículo rostral e forma parte da via óptica que ascende ao córtex visual no lobo 
occipital através

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