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UNIDADE 4 CONTABILIDADE APLICADA Análise e demonstrações de resultados Prof. Alfredo Gualberto Senger Nascimento OBJETIVOS DA UNIDADE • Verificar e demonstrar as principais obtenções de resultados contábeis das empresas, sua elaboração, análise e utilização; • Analisar os principais aspectos de observação do limite do saldo das reservas de lucros, bem como do limite de constituição de reservas e retenção de lucros nas empresas; • Verificar as formas de utilização das reservas de capital quanto às alternativas e necessárias análises para orientá-las; • Constatar a importância dos dividendos, sua distribuição e utilidade para motivar os investimentos e relação dos acionistas com a empresa e seus negócios; • Verificar a obtenção de resultados das empresas e a elaboração de seus demonstrativos e análises; • Elaborar análise horizontal e vertical de diferentes demonstrativos de resultados das empresas, verificando formas de sua utilização; • Constatar as formas de adicionar valor às movimentações e resultados das empresas, bem como a elaboração e análise de demonstrativos do valor adicionado e suas utilizações; • Observar as principais mutações do Patrimônio Líquido das empresas, bem como a elaboração e análise de demonstrativos dessas mutações. TÓPICOS DE ESTUDO Clique nos botões para saber mais Reservas de lucros – // Limites do saldo das reservas de lucros // Utilização // Exemplos de contabilização Reservas de capital – // Utilização // Exemplos de contabilização Dividendos – // Utilização // Exemplos de contabilização Elaboração e análise da demonstração de resultados – // Elaboração de demonstrativo // Análise da demonstração Análise horizontal e vertical – // Elaboração de análise horizontal // Elaboração de análise vertical Elaboração e análise da demonstração do valor adicionado – // Elaboração de demonstrativo // Análise da demonstração Análise da demonstração das mutações do patrimônio líquido – // Mutações do patrimônio líquido // Elaboração de demonstrativo // Análise da demonstração Elaboração da demonstração do fluxo de caixa: noções introdutórias do método direto – // Noções introdutórias // Elaboração de demonstrativo Reservas de lucros As contas de reservas de lucro fazem parte do Patrimônio Líquido, para uso como garantia perante riscos prováveis ou destinações de diferentes tipos. As reservas de lucro que mais se destacam são a reserva legal, as reservas estatutárias, as reservas para contingências, as reservas de lucros a realizar, as reservas para planos de investimentos e a reserva especial de lucros para dividendos obrigatórios não distribuídos. LIMITES DO SALDO DAS RESERVAS DE LUCROS Alguns tipos de reservas de lucro apresentam limites de saldos relativos aos lucros obtidos. Esses limites se preocupam em não onerar exageradamente a parcela do lucro, não se esquecendo de que há uma parcela destinada ao pagamento de dividendos aos acionistas, e também uma reserva legal com limites obrigatórios. Em alguns deles, também há a preocupação de permitir atendimento tanto da legislação quanto do estatuto da companhia no caso de sociedade anônima, ou ao contrato social no caso de empresa por quotas de responsabilidade limitada. No caso dos limites, o saldo de reservas de lucros também deve atender às decisões da proposta de destinação do lucro na Assembleia Geral dos Acionistas. No caso da reserva legal, esse limite é a obrigatoriedade de destinar no mínimo 5% do lucro líquido que a empresa teve no exercício social, até que forme um valor relativo a 20% do capital da companhia. CITANDO “A companhia poderá deixar de constituir a Reserva Legal no exercício em que o saldo dessa reserva, acrescido do montante das Reservas de Capital (...), exceder 30% do Capital Social. A Reserva Legal tem por fim assegurar a integridade do Capital Social e somente poderá ser utilizada para compensar prejuízos ou aumentar o capital” (IUDICIBUS, 2017, p. 204). UTILIZAÇÃO A utilização do saldo das reservas de lucros tem, portanto, uma destinação prevista na legislação, no caso da reserva legal e também no caso de pagamento de dividendos, conforme o lucro apresentado pela empresa. A utilização não condicionada ao previsto na legislação precisa estar definido em estatuto no caso das empresas sociedade anônima ou no contrato social no caso das empresas por quotas de responsabilidade limitada. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 31 jan. 2019. EXEMPLO DE CONTABILIZAÇÃO A contabilização de saldo das reservas de lucros pode ser entendida através dos seguintes exemplos de exercícios de movimentação e lançamento: Exemplo 1 Uma companhia com Capital Social de R$ 400.000 apresentou os seguintes resultados no término do exercício social: saldo de reserva legal de exercícios anteriores de R$ 40.000, saldo de outras contas de reservas de lucros de R$ 100.000, totalizando um saldo de R$ 140.000 de reservas de lucros. Nesse último exercício, o lucro obtido pela empresa foi de R$ 20.000. Qual o valor que a empresa deve destinar para compor a reserva legal correspondente ao lucro desse último exercício? Resposta: como a empresa já tem um total de saldo de reservas de lucros superando 30% do valor do Capital Social, não é mais obrigada a destinar valor sobre o lucro obtido no exercício social, para compor reserva legal. Exemplo 2 Uma companhia criada em 1º de janeiro de 2017, com Capital Social de R$ 200.000, apresentou os seguintes resultados no término do exercício social de 2018: saldo de reserva legal de exercício anterior de R$ 10.000, saldo de outras contas de reservas de lucros de R$ 20.000, totalizando um saldo de R$ 30.000 de reservas de lucros. Nesse último exercício, o lucro líquido obtido pela empresa foi de R$ 30.000. Os lançamentos contábeis correspondentes à reserva legal são os seguintes: Valor correspondente a 5% sobre o lucro líquido do exercício social: R$ 1.500 D – Lucros e Perdas (Custos e Despesas – Apuração de Resultados) R$ 1.500; C – Reserva Legal (Patrimônio Líquido – Reservas de Lucros) R$ 1.500. Exemplo 3 Outro exemplo: no caso de uma companhia que tenha definido em seu estatuto e confirmado dessa forma na proposta em sua Assembleia Geral de Acionistas, destinar uma parcela do lucro líquido anual para compor saldo de reservas de lucros de reservas de contingência, o lançamento básico contábil é o seguinte: D – Lucros e Perdas (Custos e Despesas – Apuração de Resultados); C – Reservas de Contingências (Patrimônio Líquido – Reservas de Lucros). Reservas de capital As empresas têm nas contas de seu Patrimônio Líquido a origem principal, pelo menos inicialmente, para compor e destinar recursos para suas atividades. A definição de como serão utilizadas essas contas do Patrimônio Líquido é uma das principais políticas e estratégias objetos da atenção da direção da companhia. UTILIZAÇÃO A utilização das reservas de capital é o procedimento de proposta definida pela companhia de como serão compostas e empregadas as reservas de capital, ou seja, as contas de ágio na emissão de ações, de alienação de partes beneficiárias e bônus de subscrição. Por ocasião das movimentações de encerramento do exercício social, e com a apuração dos resultados, teremos saldos monetários que não podem ser distribuídos aos investidores, como são os saldos das contas de lucros e dividendos. Temos, então, as contas de reservas de capital, com a finalidade de virem a ser incorporadas ao Capital Social da companhia ou então de virem a ser compensados como lucro acumulado no caso de não haver mais saldo na conta de reserva de lucro disponível. No caso da conta de reserva de capital – ágio na emissão de ações –, temos a finalidade de registrar a parcela do valor nominal da ação, cobrado em aumento de capital. No caso da conta de reserva de capital – alienaçãode partes beneficiárias e bônus de subscrição –, temos a finalidade de registrar o valor cobrado por partes beneficiárias por ocasião da emissão de bônus de subscrição vendidos. EXEMPLOS DE CONTABILIZAÇÃO A contabilização das reservas de capital pode ser entendida através dos seguintes exemplos de exercícios de movimentação e lançamento: Exemplo 1 No caso de ágio na emissão de ações, pelo valor do ágio recebido: D – Bancos Conta Movimento (Ativo – Disponível); C – Ágio na Emissão de Ações (Patrimônio Líquido – Reservas de Capital). Posteriormente, por ocasião da incorporação do valor do ágio recebido, ao Capital Social: D – Ágio na Emissão de Ações (Patrimônio Líquido – Reservas de Capital); C – Capital Subscrito - País (Patrimônio Líquido – Capital Social). Exemplo 2 No caso de alienação de partes beneficiárias e bônus de subscrição, pelas vendas realizadas nessa alienação: D – Bancos Conta Movimento (Ativo – Disponível); C – Alienação de Partes Beneficiárias e Bônus de Subscrição (Patrimônio Líquido – Reservas de Capital). Posteriormente, por ocasião da incorporação do valor dessa venda ao Capital Social: D – Alienação de Partes Beneficiárias e Bônus de Subscrição (Patrimônio Líquido – Reservas de Capital); C – Capital Subscrito – País (Patrimônio Líquido – Capital Social). Dividendos As companhias precisam estimular e compensar os seus acionistas em seu relacionamento com os mesmos, motivando novos investimentos e justificando sua presença no mercado como empresa que apresenta resultados e atrai participação de investidores – um dos requisitos para sua manutenção e crescimento. Dividendo é o provento constituído por parcela, parte do lucro líquido obtido pela companhia sociedade anônima de capital aberto destinado a remunerar os seus acionistas, investidores, proprietários. Além dos dividendos, também há outros tipos de proventos que podem ser pagos pela companhia aos seus acionistas, investidores: juros sobre o capital próprio, bonificação, direitos de subscrição (de novas ações que venham a ser emitidas) etc. Os dividendos são também denominados como distribuição de lucros. As companhias devem pagar dividendos, calculados sobre os lucros resultantes das operações da empresa, geralmente pagos no final do exercício social, como remuneração pelos investimentos feitos pelos acionistas na empresa. Os dividendos podem ser distribuídos tanto com pagamento em dinheiro, depósitos em conta de acionistas e investidores, também em forma de novas ações emitidas, e, eventualmente, até em bens, conforme seja previsto em estatuto, definido na Assembleia Geral dos Acionistas. UTILIZAÇÃO A principal utilidade dos dividendos é compensar seus acionistas, investidores e proprietários, pela iniciativa de investimento e relacionamento patrimonial com a empresa. Essa compensação também visa não apenas a cumprir a legislação e as exigências do estatuto da empresa, mas também as decisões das propostas definidas na Assembleia Geral dos Acionistas. O pagamento de dividendos independe de que o acionista, investidor ou proprietário trabalhe na companhia, sendo calculado proporcionalmente à quantidade de ações que possua da companhia. As ações mais valorizadas no mercado de títulos são aquelas das empresas que tenham maior perspectivas de crescimento e valorização de suas ações, e também reforçadas pelo valor do lucro obtido e dos dividendos que geram, que são distribuídos, pagos. Essas são as ações mais procuradas por parte dos investidores no mercado de títulos, nas Bolsas de Valores. Os dividendos são uma forma de rendimento de um fator ou recurso de produção: o capital ou recurso financeiro possuído por uma pessoa física ou jurídica e que compõe o seu próprio patrimônio. EXEMPLOS DE CONTABILIZAÇÃO A contabilização dos dividendos pode ser entendida através dos seguintes exemplos de exercícios de movimentação e lançamento (a nomenclatura das contas, com o mesmo significado, pode ter pequena variação conforme o que seja utilizado no plano de contas da empresa): Exemplo 1 No caso de lucro a ser ainda distribuído aos sócios, na Companhia X: D – Lucros Não Distribuídos (Patrimônio Líquido – Reservas de Lucros); C – Lucros Distribuídos – Dividendos a Pagar (Passivo – Circulante – Outras Contas a Pagar). Exemplo 2 A Companha Y observou que teve um lucro líquido de R$ 800.000 na data do balanço patrimonial do exercício social, e presumiu que na Assembleia Geral dos Acionistas seria decidido distribuir metade do lucro líquido obtido aos acionistas através de distribuição de dividendos. Lançamentos dessa decisão da Companhia Y: D – Lucros Acumulados (Patrimônio Líquido) ....... R$ 400.000; C – Dividendos Propostos (Passivo Circulante) ................................. R$ 400.000; Por ocasião da Assembleia Geral dos Acionistas, foi efetivamente decidido distribuir em dividendos metade do lucro obtido. Lançamento por ocasião da transferência dos dividendos propostos, para a conta de dividendos a pagar: D – Dividendos Propostos (Passivo Circulante) .............. R$ 400.000; C – Dividendos a Pagar (Passivo Circulante) .................................. R$ 400.000; E por ocasião do pagamento dos dividendos aos acionistas: D – Dividendos a Pagar (Passivo Circulante) ................. R$ 400.000; C – Bancos Conta Movimento (Ativo Circulante – Disponível) ........ R$ 400.000; Elaboração e análise da demonstração de resultados As empresas precisam continuamente fazer análises de suas atividades, expressas nas informações contábeis, suas movimentações, registros, demonstrativos. Com base nessas análises, uma boa parte das decisões terá uma orientação e base mais segura, garantindo maior eficiência na gestão dos negócios e atividades da empresa. A demonstração de resultados é uma das formas mais claras possíveis para expressar uma boa e mais rápida visualização e entendimento dos resultados obtidos em dado período pela empresa em alguns tipos de contas, atividades, períodos, em uma data. Temos vários tipos de demonstrações de resultados, sendo uma das mais importantes o próprio Demonstrativo de Resultados (DR), ou Demonstrativo de Resultados do Exercício (DRE). Também temos outros tipos, como os demonstrativos específicos, demonstrativos patrimoniais diversos e os demonstrativos de resultados da empresa. O principal demonstrativo de uma empresa é o Balanço Patrimonial de um dado exercício, no qual são encerradas as contas de resultado e obtida informação do resultado (lucro ou prejuízo) da empresa no exercício social. ELABORAÇÃO DA DEMONSTRAÇÃO A elaboração do Demonstrativo de Resultados, ou Demonstração de Resultados do Exercício (DRE) fornece informações precisas e em detalhes adequados de como foi obtido o resultado líquido de um exercício social. Analisando essas informações, podemos comparar as contas de resultados entre si, ou seja, as contas de custos e despesas com as contas de receitas. As informações contábeis, como em seus demonstrativos, utilizam o regime de competência, ou seja, as informações das movimentações consideram o período em que ocorre seu comprometimento, previsão, provisão, contratação até sua efetivação. O regime de competência não é, portanto, o mesmo que o regime de caixa, no qual a informação é mais restrita, só considerando o momento em que ocorrem entradas e saídas de recursos na empresa (fluxo de caixa). No Demonstrativo de Resultados, as informações de custos, despesas e de receitas consideram a operação do resultado do período em que elas se dão. Na elaboração de um DR, temos que considerar um resumo financeiro dos resultados operacionais e não operacionais de uma empresa, ou seja, os resultados de um período financeiro. O período normalmente considerado é o do exercício social normal, ouseja, anual, dos doze meses do ano. Entretanto, considerando a necessidade de atualização das informações para fins gerenciais, patrimoniais, financeiros e fiscais, muitas vezes é elaborado pelo menos trimestralmente com essas finalidades. As informações básicas para um Demonstrativo de Resultados (DR) são as seguintes, e na mesma sequência e formato, em valores: RECEIT A BRUT A (-) Deduções e Abatimentos (=) Receita Líquida (Sub-total) (-) CMV (Custo de Mercadorias Vendidas) (=) Lucro Bruto (Sub-total) (-) Despesas com Vendas (-) Despesas Administrativas (-) Despesas Financeiras (=) Resultado Antes do IRPJ e CSLL (Imposto de Renda de Pessoa Jurídica, e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido) (Sub-total) (-) Provisões de IRPJ e CSLL (=) Resultado Líquido (Total obtido) Muitas empresas, conforme sua complexidade, ainda elaboram um Demonstrativo de Resultados mais analítico, com mais detalhes ou subcontas. Na Tabela 1, temos um exemplo da elaboração e composição de um Demonstrativo de Resultado. ANÁLISE DA DEMONSTRAÇÃO A análise da demonstração de resultados permite conhecer a situação financeira e econômica da empresa com base em relatórios e demonstrativos contábeis e também em outras informações. Essa análise é destinada aos gestores da empresa, mas aquelas que não reportam nenhuma informação vital de estratégias de negócios geralmente são utilizadas nas discussões e projetos junto a bancos, fornecedores, grandes clientes, investidores em geral, atendimento de relações com entidades públicas, exigências legais e fiscais etc. As demonstrações de resultados são elaboradas principalmente apoiadas em relatórios feitos pela contabilidade, utilizando também índices gerados pela contabilidade etc. Os demonstrativos contábeis têm um formato estruturado, quadro visual, planilha, onde são indicados valores e evolução de contas que permitem acompanhar a evolução e a situação atual das atividades e negócios da empresa, condições financeiras e econômicas da mesma. A análise desses demonstrativos permite conclusões para tomada de decisões, como, por exemplo, se as disponibilidades da empresa aumentaram ou diminuíram, se os resultados melhoraram, entre muitas outras coisas. A análise de demonstrativos, como o DR e o Balanço Patrimonial, por exemplo, constitui uma área da própria contabilidade, dada sua importância e utilidade, abrindo um leque para análises ainda mais amplas. Análise de evolução: a análise de evolução toma como partida a situação que se apresentava em determinada conta ou item em períodos anteriores e como evoluiu para a situação atual, aumentando ou diminuindo seu valor. Clique nos botões para saber mais Análise de estrutura – Já a análise de estrutura compara várias composições de cada item: situação, contas, como haver mais valores disponíveis em caixa do que em bancos, por exemplo. Análise por diferenças – A análise de diferenças aponta distorções ou excessos de recursos em um item ou conta comparado com outros, e assim por diante. Análise por quocientes ou percentuais etc. – A análise por quocientes ou percentuais indica o maior ou menor percentual existente em um item em relação a outro, ou até ao mesmo, em períodos distintos etc. Quanto melhor expressar sua situação em relatórios e demonstrativos contábeis, melhor será o atendimento da empresa das necessidades de informação e das recomendações do fisco, administração, contabilidade, economia. E o principal: melhor será sua imagem quanto ao atendimento de necessidade de informações da empresa pelo mercado, bancos, instituições, investidores, acionistas, sócios, gestores e participantes. Uma empresa que não tenha boa expressão em relatórios e demonstrativos está ocultando de si própria, dos participantes e da própria gestão contábil a possibilidade de evitar riscos desnecessários, fraudes, de possibilitar melhores resultados e segurança. Análise horizontal e vertical As empresas efetuam uma série de análises para conhecer sua situação a fim de orientar com mais segurança suas atividades e decisões, adaptações à realidade e condições do mercado, às exigências tanto do mercado quanto da legislação fiscal e outras, necessidades e procedimentos gerenciais e estratégicos, prazos para providências etc. A análise horizontal e a análise vertical são dois dos principais tipos de verificação de relatórios e de demonstrativos, como na análise de balanços e de demonstrativos. Outros tipos de análise também são a de indicadores ou índices econômicos, financeiros, comerciais, de produtividade ou eficiência, de qualidade ou eficácia, de desempenho empresarial como um todo, entre outros. Uma boa análise geralmente recorre a vários tipos de instrumentos analíticos, combinando suas conclusões. A análise horizontal recebe esse nome porque foca a comparação entre itens de um relatório ou demonstrativo de mesmo item em datas ou períodos diferentes, por exemplo, dispostos cada um em uma coluna diferente, no sentido horizontal, cada uma geralmente indicando um período ou data. Por exemplo, comparar o valor de disponibilidades existentes na conta bancos, do Disponível, em uma coluna indicando o mês de novembro de um ano, com o de outra coluna seguinte indicando o valor de disponibilidades nessa mesma conta bancos, no mês seguinte do mesmo ano. Ou, ainda, a comparando com o valor expresso na coluna correspondente a disponibilidades em banco na última coluna correspondendo ao mês e ano atual, e assim por diante. A análise horizontal compara percentuais ou valores existentes em um grupo de conta ou item em um período ou data, em relação ao de outro período ou data diferente. Dessa forma, pode-se também comparar a informação de cada período ou data com a da data ou período atual. Já a análise vertical recebe esse nome porque foca a comparação entre itens de um relatório ou demonstrativo de itens diferentes, dispostos cada um em uma linha diferente, no sentido vertical. EXEMPLIFICANDO Comparar o percentual de disponibilidades existentes na conta caixa, do Disponível, indicada em uma linha, com o percentual de disponibilidades na conta bancos, indicada na linha seguinte, ou em relação ao total de valores expressos no total de ativos em outra linha, e assim por diante. A análise vertical compara percentuais ou valores existentes em um grupo de conta ou item em relação ao de outro grupo diferente. Dessa forma, pode-se também comparar a informação de cada item ou conta ou grupo de conta com o de outro item ou itens, grupo ou grupos. ELABORAÇÃO DA ANÁLISE HORIZONTAL Na elaboração de uma análise horizontal, fazemos uma relação e disposição de várias informações de itens distintos, em uma estrutura que permita fazer esse tipo de análise, com foco em sua estrutura horizontal. Podemos entender uma análise horizontal através do exemplo mostrado na Tabela 2: Nesse exemplo, temos a indicação em vermelho, na horizontal, dos anos nos quais os custos superaram o valor das vendas. ELABORAÇÃO DE ANÁLISE VERTICAL À semelhança da elaboração da análise horizontal, no caso da análise vertical também fazemos uma relação e disposição de várias informações de itens distintos, com uma estrutura que permita fazer esse tipo de análise, com foco em sua disposição vertical. Podemos entender uma análise vertical através do exemplificado na tabela 3: Nesse exemplo, temos a indicação em vermelho, na vertical, das diminuições gradativas de ano a ano do valor das despesas de capital, em relação ao total das despesas, sendo de 65% em 20x2 (R$ 1.500/R$ 2.300), de 64% em 20x3 (R$ 1.800/R$ 2.800), e de 63% em 20x4 (R$ 2.250/R$ 3.550), anos nos quais os custos superaram o valor das vendas. Elaboração e análise da demonstração do valor adicionado De um modo geral, as empresas se preocupam em verificar o que mudou, o que aumentou – principalmente quanto a valores– em suas atividades e movimentações. Como tudo atualmente se dá em focar em o que aumentou, em que somou, o que cresceu, o que foi adicionado ou agregado, essa abordagem também ocupa as maiores atenções que são dadas nas análises de desempenho empresarial. A contabilidade, adequada e atualizada, é fundamental para possibilitar essa análise. A mensuração, medida do valor gerado por uma entidade econômica, é o objeto da técnica e análise de valor adicionado, ou seja, de valor agregado. O valor adicionado, além de valor agregado, também pode ser denominado de valor econômico adicionado (VEA, ou EVA, de sua abreviação em inglês: economic value added). O valor adicionado é o valor que os bens e serviços obtêm ou adicionam ao seu valor anterior ou original ao passarem por transformações no processo de produção, de modificação ou beneficiamento pelo qual passam ao longo de um dado tempo. EXEMPLIFICANDO Um conjunto de peças ou bens ao ser incorporado a outro em uma montagem de um dado produto, por exemplo, adiciona mais valor a esse dado produto. O mesmo ocorre também com os serviços: à medida que recebem acréscimo ou complemento de outros serviços ou beneficiamentos e correções, processos técnicos de aumento de qualidade, por exemplo. ELABORAÇÃO DE DEMONSTRATIVO O valor adicionado possui um demonstrativo contábil dos mais importantes e cada dia mais utilizado pelas empresas, atendendo a necessidades de acompanhamento e aperfeiçoamento de seus produtos e serviços. O Demonstrativo de Valor Adicionado (DVA) visa compor informações que permitam verificar o benefício e valor financeiro que aumentaram na elaboração de produtos e serviços pela empresa. Esse demonstrativo acompanha esse processo de valorização ao longo de um dado período, bem como a participação de setores ou entidades nesse processo de valorização e como se deu essa participação. Como exemplos de itens que podem ser necessariamente agregados a um produto ou serviço – ou ambos – em seu processo de elaboração, construção e criação, podemos mencionar alguns dos mais comuns: análise e planejamento, insumos de um modo geral, recursos financeiros, mão de obra, tecnologia, suporte tecnológico, know-how, treinamento do pessoal envolvido, pesquisas, ensaios laboratoriais, auditorias de qualidade etc. Quando temos um custo de capital aplicado maior do que o lucro gerado em um produto ou serviço, temos um valor adicionado negativo desse produto ou serviço. Quando temos um custo de capital aplicado menor, temos um valor adicionado positivo desse produto ou serviço. Para elaborarmos um Demonstrativo de Valor Adicionado, temos que fazer uma relação e disposição de várias informações de itens distintos. Essas informações devem compor uma estrutura que permita fazer esse tipo de visualização e análise, com foco em itens e sua incorporação em diferentes etapas, além do valor, que vai sendo adicionado em seu processo de produção ou criação. Em um Demonstrativo de Valor Adicionado (DVA), podemos ter informações significativas do que gerou valor agregado, como nas seguintes movimentações: RECEIT AS // Receitas decorrentes de vendas de mercadorias, tanto de produtos quanto de serviços; // Receitas financeiras e outras; // Provisão para créditos de liquidação duvidosa; // Resultados não operacionais. INSUMOS OBTIDOS // Custos das mercadorias e dos produtos vendidos; // Matérias-primas utilizadas; // Serviços de terceiros utilizados; // Energia utilizada etc; // Retenções quanto a depreciação, amortização e exaustão; // Perda ou recuperação de ativos; // Valor adicionado bruto e outros tipos. Podemos entender a elaboração de um Demonstrativo de Valor Adicionado através do exemplo da Tabela 4. ANÁLISE DA DEMONSTRAÇÃO Com os dados apresentados na Tabela 4, temos indicações de vários informes para analisar valores adicionados, ou seja, analisar a Demonstração do Valor Adicionado. Vemos que o maior percentual de valor adicionado corresponde ao que o item “empregados” adiciona com seu trabalho: nada menos do que 54% do valor adicionado total. Em seguida, verificamos que o segundo item que mais valor adiciona é o de juros, aproximadamente 15% do valor adicionado total. É importante lembrar que no valor adicionado final temos a soma de todos os valores adicionados ao longo do processo de produção e serviços dessa empresa. O Demonstrativo de Valor Adicionado desse exemplo permite obter alguns indicadores, como, por exemplo, o Índice de Potencial do Ativo em Gerar Riqueza, que pode ser calculado dividindo o Valor Adicionado obtido pelo valor do ativo: (R$ 245.000/R$2.000.000) = 0,1225 ou 12,25% Outro indicador que o Demonstrativo de Valor Adicionado desse exemplo nos fornece é o Índice de Valor Adicionado Per Capita, ou seja, pelo número médio de empregados. Vamos considerar o número médio de empregados como sendo de 40 (dado não informado no demonstrativo). Esse Índice de Valor Adicionado Per Capita é obtido quando dividimos o Valor Adicionado obtido pelo número médio de empregados da empresa: (R$ 245.00/40) = 6.125, que corresponderia ao valor de R$ 6.125 gerado de valor adicionado por parte de cada empregado da empresa, em média. Análise da demonstração das mutações do Patrimônio Líquido A dinâmica das empresas e suas movimentações, atividades, negócios e resultados implicam em constantes alterações, inclusive no Patrimônio Líquido e no patrimônio como um todo. Essas constantes mudanças e alterações levam a resultados também dentro de um parâmetro de situações e condições em grande parte variáveis e até quase imprevistas. MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO No caso de uma empresa, as principais mutações implicam em alterações em seu patrimônio, alterações de condições e situações importantes. As mutações mais significativas que ocorrem nas empresas são as que mudam características, situações e valores em seu Patrimônio Líquido. EXEMPLIFICANDO Temos vários exemplos de mutações no Patrimônio Líquido de uma empresa, como no tipo de lucro obtido, período e condições de alterações no Patrimônio Líquido, na lucratividade e em oportunidades que levaram a bons resultados, riscos que levaram a maus resultados etc. Observando as contas próprias de um Patrimônio Líquido, temos também uma ideia de mudanças que podem ocorrer, pois em todas geralmente haverá algumas mutações. Há mutações no capital subscrito, no ágio na emissão de ações, na alienação de partes beneficiárias e bônus subscritos, na reserva legal, nas reservas como um todo como nas de capital e nas de lucros, na reavaliação do ativo próprio, de afiliadas ou coligadas etc. ELABORAÇÃO DE DEMONSTRATIVO O Patrimônio Líquido expressa as condições que a empresa apresenta quanto a recursos essenciais, iniciais ou de partida para a sua existência, constituição e atividades, tendo como origem os recursos que os seus sócios e investidores aplicaram na empresa. O Patrimônio Líquido para ser analisado e acompanhado em suas alterações conta com o auxílio de um demonstrativo contábil dos mais importantes, o Demonstrativo de Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL). Este demonstrativo é facultativo, ou seja, a companhia não é obrigada, até o momento, a elaborá-lo. Dada sua importância, é bem provável que logo passe a ser obrigatório. A legislação das empresas sociedades anônimas referenciam que, caso seja elaborado, também poderá ser incluído na Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA). Essa inclusão recomendada é muito frequente. O Demonstrativo de Movimentações do Patrimônio Líquido (DMPL) é bem abrangente, demonstrando as movimentações de todas as contas do Patrimônio Líquido no exercício social de uma companhia. A movimentação das contas de reservas não decorrentes do lucro, no Patrimônio Líquido, tanto na sua formação quanto em seu emprego, também são indicadasgeralmente nesse demonstrativo. De qualquer forma, é muito recomendável às empresas elaborar este demonstrativo, uma vez que suas informações e visualização auxiliam em muito a compreensão das situações e possibilidades da empresa. A observação deste demonstrativo permite verificar as principais alterações nas contas do patrimônio líquido em um dado exercício social, por exemplo. Sua análise dará uma ideia de como foram compostos e utilizados os recursos elencados no patrimônio líquido, bem como os resultados em cada um deles. Essa avaliação é das mais importantes para a tomada de decisões dentro dos parâmetros e recursos indicados pela composição das mudanças no patrimônio líquido e em seus valores. Conforme essa situação e decisões, com base nas mutações indicadas no Demonstrativo de Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL), uma empresa poderá ter visão da maior ou menor possibilidade de crescimento, investimento próprio, desenvolvimento de novos projetos e produtos etc. Por outro lado, quando tivermos um menor volume e intensidade de mutações no patrimônio líquido de uma empresa, geralmente temos um menor grau de mudanças como um todo, principalmente quanto às mais importantes e decisivas ou de suas possibilidades. Se observarmos uma mudança radical de aumento no lucro distribuído e não reinvestido, também temos quase sempre sinais de que as possibilidades da empresa diminuíram ou que não há intenção, possibilidade ou interesse por parte de seus acionistas e sócios em investirem ou continuarem a investir na empresa, no seu crescimento futuro. Algumas das principais mutações no Patrimônio Líquido que acontecem, e que o Demonstrativo de Mutações do Patrimônio Líquido – DMPL visa contemplar, são as seguintes: • Mutações que influenciam o total do patrimônio: // Aumento no lucro; // Diminuição no lucro; // Subscrição ou integralização de capital; // Pagamento de dividendos; // Aumento ou reavaliação de ativos quando o resultado for credor etc. • Mutações que não afetam o total do patrimônio: // Utilização de lucros e reservas para aumentar o Capital Social; // Utilização de parte do lucro líquido do exercício social diminuindo a conta de Lucros Acumulados para formação de reservas; • Compensação de prejuízos utilizando reservas; • Transferências de reservas para lucros ou prejuízos acumulados. Para elaborarmos um Demonstrativo de Mutações do Patrimônio Líquido, temos que fazer uma relação e disposição de várias informações. Essas informações devem compor uma estrutura que permita fazer esse tipo de visualização e análise, com foco em itens, sua composição e o valor que compõe cada um deles. Podemos entender a elaboração de um Demonstrativo de Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) através do exemplo demostrado na Tabela 5: – temos uma mutação. ANÁLISE DA DEMONSTRAÇÃO Com os dados da Tabela 5, temos os espaços para informar os valores de cada conta básica do Patrimônio Líquido para que seja movimentada no exercício social do ano, com informação do saldo total anterior e final das mesmas. Em cada coluna do Demonstrativo, temos as seguintes contas: // Capital Social; // Adiantamento para Futuro Aumento de Capital; // Reservas de Capital; // Ajustes de Avaliação Patrimonial; // Reservas de Lucros; // Demais Reservas; // Resultados Acumulados; // Ações/Cotas em Tesouraria; // Total das especificações nessas contas. Exemplo 1 Na primeira linha de especificação, temos espaço para informar os saldos iniciais, então teremos o total dos saldos iniciais de cada especificação em cada uma dessas contas. Outro exemplo: Saldo Inicial da Conta Capital Social (combinando a 1ª Coluna com a 1ª Linha), Saldo Inicial da Conta Adiantamento para Futuro Aumento de Capital, e assim por diante. Na última coluna da 1ª Linha, temos o Total do Saldo Inicial das Contas do Patrimônio Líquido no exercício social. Na linha seguinte, temos a especificação de ajustes de exercícios anteriores, em uma ou mais dessas contas, se for o caso, e assim por diante. Em seguida, em cada linha do Demonstrativo, temos as seguintes especificações de ocorrências ou movimentações: // Saldos Iniciais; // Ajustes de Exercícios Anteriores; // Aumento de Capital; // Resgate/Remissão de Ações e Cotas; // Juros sobre Capital Próprio; // Resultado do Exercício; // Ajustes de Avaliação Patrimonial; // Constituição / Reversão de Reservas; // Dividendos a Distribuir (R$ por ação); // Saldos Finais das especificações ou ocorrências nessas contas. Exemplo 2 Na última linha de especificação, temos espaço para informar os saldos finais, então teremos o saldo final de cada conta de cada coluna. Outro exemplo: Saldo Final da Conta Capital Social (combinando a 1ª Coluna com a última Linha), Saldo Final da Conta Adiantamento para Futuro Aumento de Capital, e assim por diante. Na última coluna da 1ª Linha, temos o Total dos Saldos Finais das Contas do Patrimônio Líquido no exercício social. Como vemos, com essas combinações entre cada conta de cada coluna e com cada especificação de ocorrência que houver em cada linha, temos as seguintes informações: Clique nas abas para saber mais VALORESS ALDO INICI AL E F INALSALDOS FINAIS Valores de cada especificação ou ocorrência que houver, em uma ou mais contas, durante o exercício social, cruzando uma coluna ou mais colunas conforme o caso, com cada linha da coluna. Dessa forma, temos como analisar o saldo inicial e final de cada conta, o valor de cada ocorrência durante o exercício social e assim por diante. Ou seja, temos como analisar as mutações de valores em cada ocorrência e em cada conta. Exemplo 3 Um Saldo Inicial (1ª. linha) de Capital Social (1ª coluna) de R$ 150.000 tem que informar R$ 150.000 no cruzamento da 1ª Linha com a 1ª Coluna. Se houver um Aumento de Capital (uma ocorrência, especificada em uma linha com esse nome) de R$ 100.000, teremos que assinalar esse valor na linha com esse nome (Aumento de Capital) na 1ª coluna (Capital Social). Teremos então um Capital Social no final do exercício de R$ 250.000 – que deve, então, ser informado na última linha, na especificação de ocorrência Saldos Finais, na 1ª Coluna (Capital Social). Se além dessa especificação de ocorrência tiver havido outra no exercício social, como, por exemplo, juros de R$ 10.000 sobre capital próprio, temos que informar esse valor na linha com esse nome (Juros sobre Capital Próprio). Nesse caso, o Saldo Final da conta Capital Social passará a ser R$ 260.000, não mais R$ 250.000. Vemos, assim, a importância do Demonstrativo das Mutações do Patrimônio Líquido, que permite analisar também a combinação ou relação entre várias mutações que tenham ocorrido durante um exercício social, de cada tipo de ocorrência e em cada conta, conforme o caso. Elaboração da demonstração do fluxo de caixa: noções introdutórias do método direto A contabilidade é orientada pelo regime de competência, ou seja, registra e trata cada informação assim que surge ou ocorre como bem, direito (ativos), comprometimento e obrigações (passivos), Patrimônio Líquido, contas de resultados (custos e despesas, receitas), assumidos ou contratados, efetivados ou não, previstos, e até quando há certa previsão, como reservas. Há outro regime: o de caixa (ou de entrada e saída de recursos, no momento em que ocorrem em seu fluxo). Apesar de a contabilidade focar as movimentações em sua comapetência, ela também registra cada fato de entrada e saída de recursos no momento em que se dão. d então, qaContabilização de todos os recursos ou fatores da produção da empresa e patrimônio em suas movimentações, seus registros e lançamentos, relatórios, demonstrativos, análises, fluxos, processos, estruturas são atividades patrimoniais ou contábeis. Todos eles têm atribuídos valores, mais diretamente ou indiretamente por parâmetros, e até presumidos. Um dos fatores deprodução econômica é o financeiros, que expressa mais diretamente o valor de capitais, um dos tipos de recursos patrimoniais. Como vemos, patrimônio é um conceito, realidade mais ampla ainda que os capitais e recursos econômicos e financeiros – e os abrange. O fluxo de caixa, com suas entradas e saídas, merece um tratamento tático e estratégico intenso e necessariamente mais rápido, praticamente diário, de curtíssimo prazo. O Demonstrativo de Fluxo de Caixa apresenta a característica de atrair preocupações e manuseios que concentram boa parte do acompanhamento e análise dos gestores das empresas, de tal forma que muitas vezes há críticas quanto a considerá-lo mais que os aspectos de médio e longo prazos, de competência e outros tipos. Pode-se dizer que as empresas têm resultados muito prejudicados e até deixam de existir quando menosprezam as atenções necessárias quanto ao médio e longo prazos. Mas, também, talvez nem cheguem ao médio e longo prazos caso não deem atenção redobrada quanto ao fluxo de caixa, ao que está ocorrendo hoje e na semana, ao que ocorre no curto prazo. NOÇÕES INTRODUTÓRIAS No método direto, temos a elaboração do Demonstrativo de Fluxo de Caixa (DFC), que considera as atividades operacionais através da informação dos principais tipos de pagamentos e de recebimentos efetivos no fluxo de caixa que não precisem receber nenhum tipo de ajuste. Eles são lançados diretamente da forma como “entram” e/ou “saem” no caixa, em um fluxo de entradas e saídas. ELABORAÇÃO DE DEMONSTRATIVO Na elaboração de um Demonstrativo de Mutações do Patrimônio Líquido pelo método direto, consideramos informações dos principais tipos de pagamentos e recebimentos no fluxo de caixa. Essas informações devem compor uma estrutura que permita fazer a visualização e análise das principais informações de entradas e de saídas, dos principais tipos de pagamentos e recebimentos, em suas respectivas datas, com saldo de valores nessas datas. Dessa forma, teremos a informação do valor de saldos em cada uma das contas informadas, em datas diferentes, indicando como o fluxo de caixa teve alteração de valores em cada uma das contas consideradas. Podemos entender a elaboração de um Demonstrativo de Fluxo de Caixa (DFC) pelo método direto através do exemplo apresentado na Tabela 6: Fonte: CRC-SP – Demonstração de Fluxo de Caixa (DFC), 2015, p. 9 e 22. (Adaptado). Vemos que esse Demonstrativo de Fluxo de Caixa (DFC) nos indica que houve aumento no saldo do ativo total no ano de 20YY em relação ao ano anterior de 20XX, e que houve variações também em algumas contas de um ano em relação ao outro, informando os saldos de cada uma delas. Não cuidar do fluxo de caixa significa incorrer em riscos de atrasos, multas, juros, perda de oportunidades e descontos, não cumprimento de acordos, prejuízos no relacionamento com clientes, acionistas, , participantes, fornecedores, entidades financeiras, entidades públicas, comunidade, mercado. Essa eventual falta de cuidado dificultaria a atuação de diversas áreas da empresa e comprometeria projetos. A longo prazo, geralmente quase tudo passa por uma mutação, mesmo que gradativamente.
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