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ÉTICA PROFISSIONAL Professor: Wanderlei Gonçalves ( material disponibilizado para #passeidireto) RESUMO O intuito deste artigo sobre ética profissional tem por ambição apresentar conceitos sobre a mesma e as suas aplicações na área profissional, mas especificamente na área do comércio, na prestação serviços e no serviço social. Foi utilizado para realização do trabalho metodologia bibliográfica e documental. Palavras-chave: Ética. Comércio. Prestação Serviço. Serviço Social. 1. INTRODUÇÃO Para Vázquez (2008), “ética é a teoria ou ciência do comportamento moral dos homens em sociedade. Ou seja, é ciência de uma forma específica de comportamento humano”. No momento de conquistas tecnológicas atuais, a ética está mais do que nunca presente nos debates a respeito do comportamento humano e o seu estudo é sempre necessário em decorrência da necessidade das pessoas orientarem seu comportamento de acordo com a nova realidade na vida social. Assim, a ética é conjunto de normas morais pelo qual o indivíduo deve orientar seu comportamento na profissão que exerce e é de fundamental importância em todas as profissões. (PADILHA, 2009). O objetivo deste trabalho científico, é analisar as relações éticas e profissionais nos vários modelos de disposição social, explanando a ética profissional no comércio, na prestação de serviços e nas ações de âmbito social. Este trabalho será apresentado de uma maneira clara e de fácil compreensão, dando luz ao conceito de ética profissional e sua relação e utilização em algumas áreas profissionais e de cunho social. A metodologia utilizada foi pesquisa bibliográfica e documental. 2. CONCEITO DE ÉTICA PROFISSIONAL 2.1. ÉTICA A palavra Ética é derivada do grego e apresenta uma transliteração de duas grafias distintas, êthos que significa “hábito”, “costumes” e ethos que significa “morada”, “abrigo protetor”. Em uma visão mais abrangente e contemporânea, pode-se definir ética como um conjunto de valores e princípios que orientam o comportamento de um indivíduo dentro da sociedade. A ética está relacionada ao caráter, uma conduta genuinamente humana e enraizada, que vêm de dentro para fora (Cabral, 2005). Para Padilha (2009), alguns conceitos são fundamentais para constituir o comportamento ético. São eles: – Altruísmo: a preocupação com os interesses do outro de uma forma espontânea e positivista. – Moralidade: conjunto de valores que conduzem o comportamento, as escolhas, decisões e ações. – Virtude: essa característica pode ser definida como a “excelência humana” ou aquilo que nos faz plenos e autênticos. – Solidariedade: princípios que são aplicados as relações sociais e que orientam a vivência e convívio em harmonia com os demais. – Consciência: capacidade ou percepção em distinguir o que é certo ou errado de acordo com as virtudes ou moralidade. – Responsabilidade ética: consenso entre responsabilidade (assumir consequência dos atos praticados) pessoal e coletiva. 2.2. ÉTICA PROFISSIONAL Ética profissional é um conjunto de normas éticas que formam a consciência do profissional e representam imperativos de sua conduta. Ser ético é agir dentro dos padrões convencionais, é proceder bem, é não prejudicar o próximo. Ser ético é cumprir os valores estabelecidos pela sociedade em que vive (CABRAL, 2013). O indivíduo que tem ética profissional cumpre com todas as atividades de sua profissão, seguindo os princípios determinados pela sociedade e pelo grupo de trabalho. Cada profissão tem seu próprio código de ética, que pode variar dependendo da área de atuação. No entanto, há elementos da ética profissional que são universais e por isso aplicável a qualquer atividade profissional, como honestidade, responsabilidade e competência (CABRAL, 2013). Para Jacomino (2000), “hoje mais do que nunca, a atitude dos profissionais em relação às questões éticas pode ser a diferença entre seu sucesso e o seu fracasso. Basta um deslize, uma 3 escorregada, e pronto. A imagem do profissional ganha no mercado, a mancha vermelha da desconfiança”. 2.3. ÉTICA PROFISSIONAL NO COMÉRCIO Entende-se por ética, a moralidade inserida no cotidiano das pessoas, moralidade esta, que define o que é certo ou errado, o que é correto ou incorreto, o que é aceitável e inaceitável. Essa concepção inclina-se mais intimamente ao ser humano quando se fala em responsabilidade, respeito e honestidade. A ética pode ser entendida então, como algo que corrige as mazelas humanas, já que a mesma delimita atitudes arbitrárias e é condutora para ações harmônicas, entre sociedade e ser humano. Da mesma forma, a ética profissional, mais especificamente a comercial e a social, deve também compactuar destas virtudes, uma vez que a sociedade necessita ser fortalecida de uma forma contundente, não apenas no que se refere aos relacionamentos interpessoais, mas também aos comerciais e humanos. Neste sentido, se faz necessária uma cooperação mútua, seja ela entre os funcionários e patrões, seja ela entre Estado comunidade e instituições sociais. No processo de evolução social tem-se estabelecido como diretriz consensual, não só o instinto para cuidar de nós mesmos como também para cuidarmos dos outros. Contudo, muitas vezes a necessidade de auto proteção ou o próprio egoísmo, entra em conflito com a necessidade de sobrevivência mútua, de sustentabilidade social. Nestas situações, as normas éticas são necessárias para orientar o nosso comportamento. Ou seja, a ética representa a intenção de resolver o conflito entre o egoísmo e o altruísmo, entre as necessidades materiais e a consciência (DEMPSEY, 1999). No comércio, por exemplo, o instinto de auto sobrevivência imposto por um mundo globalizado e uma sociedade desconfiada, torna o uso da ética quase que inprescindível. Como agir com ética, em meio a concorrência desenfreada, a busca incessante por diminuição nos custos, a busca inescrupulosa por novos clientes? A resposta poderia ser qualidade, bom atendimento, respeito ao cliente e a seus gostos. Mas o que fazer quando só isso não basta? Que tipo de valor a ética pode oferecer? Segundo Kotler (2000), “o produto ou oferta alcançará êxito se proporcionar valor e satisfação ao comprador-alvo. O comprador escolhe entre diferentes ofertas com base naquilo que parece proporcionar o maior valor”. 4 Pensando desta forma, pode-se entender então, que agregando ética ao bom atendimento, preço e qualidade, agrega-se também um valor maior ao produto, e, portanto, torna-o apto a ser escolhido. Buscar qualidade é buscar a maximização do sucesso do cliente. Identificarmos requisitos dos clientes torna-se, portanto, um grande desafio para a obtenção da qualidade. Há necessidades “racionais” que são clara e objetivamente descritas pelo cliente e entendidas pelo fornecedor e as necessidades “afetivas” definidas com muito mais dificuldade (flexibilidade, bom atendimento, simpatia, etc.) qualidade apenas estará garantida se ambas as necessidades forem satisfeitas. (SHIOZAWA, 1993, p.62) No comércio hoteleiro e alimentício, por exemplo, pode-se destacar como necessária, e até mesmo imprescindível, a ética profissional, principalmente se levado em conta as características dos produtos oferecidos, ligados à saúde alimentar e bem-estar físico e mental. Para que isto aconteça, é de suma importância à capacitação dos funcionários e acima de tudo o interesse do gestor, já que a ética envolve respeito e valorização de todos, inclusive de subordinados. Uma das tarefas da gestão é gerir os impactos da responsabilidade social das empresas. Para exercer a sua atividade, produzindo bens e serviços, as empresastêm de ter influência e imagem nos consumidores, nos trabalhadores e na comunidade em geral (DRUCKER, 2003). A atividade realizada dentro de um padrão ético criaria de certa forma uma imagem influente, não só junto aos funcionários, mas também junto à sociedade, mas especificamente, na sua comunidade, que de certa forma é o seu cliente em potencial. Dentro do comércio hoteleiro e similar, a ética pode ser demonstrada nas atividades diárias, como recebimento sem distinção de classe ou preconceituosa dos clientes, limpeza e higiene adequada e eficaz nas instalações, preparação dos alimentos de forma adequada e segura e principalmente nas ações de descarte de dejetos, o que os liga, de certa forma, às causas ambientais. Segundo Flores (2002), o hotel não deve somente se preocupar com a hospedagem, mas com ambientes que proporcionem aos seus clientes momentos de entretenimento, relaxamento, cuidados com a saúde, bem como gastronomia de qualidade. Para isso, é necessário que esses serviços sejam de qualidade. De nada adiantará uma boa estrutura sem treinamentos específicos aos funcionários, para que venham a prestar tais serviços de forma adequada e eficaz aos hóspedes. 5 Já Petrocchi (2002), cita que a qualidade possui cinco dimensões: “a intrínseca, o custo, o atendimento, a moral e a segurança”. A qualidade intrínseca se refere aquilo que o hotel pode oferecer, no caso, os seus serviços. O custo deve refletir o valor do produto oferecido. O atendimento reflete a própria imagem do hotel, nele os funcionários, se treinados e num ambiente harmonioso, dão total atenção aos hóspedes, sempre com agilidade nos serviços solicitados, educação, simpatia e competência. A moral reflete os conceitos éticos, demonstrado num ambiente de respeito e aceitação mútua. Finalmente a segurança, que deixa claro a necessidade do hotel de resguardar a integridade física de clientes e funcionários. Outra importante reflexão que deve ser feita no ramo hoteleiro e similar, e que está ligada a ética, visto que a mesma trata de respeito e moral, é a adequação à cultura de proteção ambiental e resguardo dos meios de vida naturais, pois além de demonstrar respeito à natureza, incita boas ações por parte de seus colaboradores, induz uma adequação por parte de seus fornecedores e ainda produz diminuição de custos efetivos, o que em tese reforça a sua competitividade, e ao mesmo tempo, gera um aumento de receita. Segundo Caprom Quairella (2007), algumas empresas percebem que uma exploração menos intensiva dos recursos naturais é passível de originar um aumento dos lucros e reforçar a sua competitividade no setor em que atuam. Observa-se então que a ética, quando observada, é encontrada em diversos ambientes do comércio hoteleiro e similar, e que a mesma quando praticada pelo gestor, pode levar a transformações no modo de funcionamento do estabelecimento, na forma como o cliente é atendido, e por que não, nos lucros obtidos, visto que um cliente satisfeito é um cliente fiel. 2.4. ÉTICA PROFISSIONAL NA PRESTAÇÃO SERVIÇO Um código de ética não é uma simples junção de direitos e deveres. Deve gerenciar toda a conduta do que vem legislado por ele (SILVA, 2005). Na prestação de serviço na área da contabilidade, uma conduta que não seja ética, pode gerar em primeiro plano, uma satisfação para quem se beneficia com a conduta. Mas, com o tempo, essa atitude apenas vai servir para desabonar não somente quem cometeu a falta ética, mas também à coletividade da área contábil (SILVA, 2005). 6 Vive-se em um momento bem crítico, onde a corrupção anda livremente por aí, tanto no país quanto no meio empresarial, e diante disso, o contabilista deve estar preparado eticamente para atuar diante dessa situação. Pois onde se corrompe facilmente, onde as pessoas não medem esforços para ganhar dinheiro e obter sucesso, o profissional da contabilidade deve ser ético dentro de sua profissão para que não se deixe subornar pelas entidades. E isso só acontece se a pessoa for ética tanto no profissional quanto no pessoal (DE SOUZA, 2014). Segundo o Código de Ética Profissional do Contador – CEPC (2000), “Art. 1º Este Código de Ética Profissional tem por objetivo fixar a forma pela qual se devem conduzir os Profissionais da Contabilidade, quando no exercício profissional e nos assuntos relacionados à profissão e à classe”. Este Código é relativamente pequeno, contando apenas com quatorze artigos divididos em cinco capítulos. Mas isto não quer dizer que não seja eficiente, pois por ser pequeno, é prático e de fácil entendimento, não precisando incluir regras morais. E como fazer para que se aplique corretamente a ética na contabilidade? Essa resposta é fácil, pois inicia-se nos bancos escolares. Desde sempre se deve incutir nos estudantes de Ciências Contábeis a importância e a necessidade de se conscientizar sobre a ética da profissão e sua importância na sociedade, pois é através disso que dependerá sua sobrevivência profissional (SILVA, 2005). Segundo De Souza (2014), a falta de ética pode gerar complicações para o profissional tanto na sociedade quanto na sua relação com os clientes, pois os mesmos começarão a ficar desconfiados e temerão que poderão ser os próximos. No artigo Princípios e Valores Éticos no Exercício da Profissão Contábil, figura o alto padrão de conduta ética, que é o sigilo profissional. – Guardar segredo de toda informação confidencial da empresa; – Informar os subordinados, bem como monitorá-los, de forma a manter o sigilo das informações; – Abster-se de usar informações confidenciais (insider information) em proveito próprio ou para pessoas relacionadas. O contador tem um papel, que além de ser indispensável, é necessário para o desenvolvimento da economia da sociedade, pois mantém informações que apenas este setor pode oferecer. O próprio código afirma o dever de “exercer a profissão com zelo, diligência e 7 honestidade, observada a legislação vigente e resguardados os interesses de seus clientes e/ou empregadores, sem prejuízo da dignidade e independência profissionais” (CFC, 2010). Existem também comportamentos fundamentados na ética geral da sociedade, os quais se aplicam em todas as áreas de trabalho. De acordo com Silva (2005), podem-se destacar os mais importantes, sendo: A Honestidade: agir sempre de acordo com a verdade; o sigilo: manter segredo de uma informação, cuja divulgação seja fechada e direta a um cliente, organização ou grupo, sobre o qual o profissional tem inteira responsabilidade; a competência: possuir as habilidades e os conhecimentos necessários para a realização das tarefas que lhe são encarregadas; prudência: ter cautela e sabedoria, para ser justo e agir da forma mais correta possível; humildade: saber ouvir, perguntar, reconhecer e aprender com os erros, manter-se no nível dos outros, sabendo que ninguém é melhor ou pior; e a imparcialidade: tratar a todos igualmente, independente de cargos profissionais ou classes sociais. O profissional deve saber separar a relação profissional da pessoal. Segundo o Conselho Federal de Contabilidade (2010), a responsabilidade do contador se divide em três partes. São elas: – Responsabilidade ética: É expressa no CEPC e define o comportamento ético e moral a ser aplicado no exercício da profissão; – Responsabilidade civil: É descrita no Código Civil e trata sobre o direito nas relações da vida privada; – Responsabilidade penal: É descrita no Código Penal, que define os crimes e penas, de acordo com as leis existentes. Em cada uma das responsabilidades, são definidas as infrações envolvidas na execuçãodos serviços e penalidades aplicáveis. Outro ponto importante é o trabalho contábil realizado por auxiliares, que mesmo sem formação, devem respeitar as regras. Cabe ao contador supervisionar a execução dos trabalhos, pois será sua assinatura que confirmará o resultado obtido. Após esse relato sobre ética, não se pode negar sua importância nos trabalhos realizados pelos contabilistas, com ou sem registro na área. Não há como negar, também, que existem os conflitos, e é nestes casos que o CEPC (Código de Ética Profissional do Contador) entra para dirimir e auxiliar nas decisões do profissional. Vive-se em um mundo competitivo, onde nenhuma empresa correrá o risco de dispor de suas informações a um profissional éticamente duvidoso. 2.5. ÉTICA PROFISSIONAL NO SERVIÇO SOCIAL 8 O Serviço Social assim como outras profissões liberais, pela própria natureza de sua atividade, ou seja, o lidar com vidas, necessita de uma espécie de autorregulação. Esta tem como sentido determinar direitos e deveres profissionais, competências e atribuições privativas, dispor sobre as relações éticas dos profissionais com os usuários e outros profissionais, bem como determinar aquilo que compete ao órgão fiscalizador da referida categoria. Mas para, além disso, o outro sentido da ética na profissão é o do compromisso assumido e defendido pelos profissionais quanto ao seu trabalho, quanto aos seus usuários e à perspectiva de sociedade a ser defendida e/ou construída, conformando assim uma ação política e não apenas orientadora de valores (BARROCO, 2009). Nesse sentido, a ética profissional permite uma reflexão a respeito do significado de uma profissão na realidade em que se insere sobre esta própria realidade, sobre os sujeitos e sobre as construções sociais, quer dizer, assim como a ética propriamente dita, a ética profissional, cuja peculiaridade é o vínculo a um determinado grupo que nutre e compartilha os mesmos valores, possibilita aos sujeitos profissionais uma compreensão do todo social (BARROCO, 2001). A partir da compreensão e do compromisso de cada profissional com esses ideais do projeto ético-político, é possível sim em articulação com outras categorias profissionais, cujo compromisso também seja com a emancipação dos sujeitos e com a construção de outra ordem societária, porque não cabe apenas ao Serviço Social essa iniciativa, trilhar os caminhos que deem materialidade àqueles valores (SALES, 2011). Simões (2011), afirma que “por meio da ética, os assistentes sociais têm a oportunidade de adquirir sua identidade espiritual profissional e de apreender o que é sua unidade enquanto grupo particular, relativamente à sociedade”. Quer dizer, por meio da ética os assistentes sociais se auto constroem enquanto grupo profissional e ainda tem a possibilidade de compreender o que significam enquanto grupo perante a sociedade, quais contribuições podem oferecer a esta. Nesse sentido é necessário esclarecer a reflexão ética, como toda operação teórica, não é neutra ou isenta; na medida em que tematiza o dever ser, a ética é sempre empenhada, comprometida, compromissada com valores que dizem respeito a determinadas projeções sociais (TEIXEIRA, 2009). 9 Segundo Paiva (2011), coerência entre a dimensão profissional e a vida social no seu significado mais amplo é, pois, fundamental para que os valores contenham maiores possibilidades de realização. É nesta direção que o Código de ética assume importância fundamental, pois ele pode ser um instrumento legítimo para o estabelecimento de normas que buscam garantir um respaldo à prática. Quanto ao profissional de Serviço Social, que geralmente trabalha em equipe e por vezes dispõe de relativa autonomia em seu exercício de trabalho a depender do espaço em que este se realiza e do público atendido, em sua grande maioria a classe trabalhadora, os destituídos de participação, seja no âmbito público, seja no usufruto dos produtos do trabalho coletivo, tal postura ética e, por sua vez, o respaldo dos frutos do seu trabalho dependem grandemente do compromisso de cada um com os valores contidos no projeto ético-político da categoria, os quais devem observar por convicção íntima e voluntária e não apenas porque expressos no código de ética (SALES, 2011). Para Silva (2011), tal desafio precisa ser enfrentado todos os dias por cada Assistente Social brasileiro, através do respeito às particularidades dos usuários dos seus serviços, abstendo-se de toda forma de preconceito, alargando o diálogo e a articulação com outros profissionais. 3. MATERIAIS E MÉTODOS Na realização desse trabalho foi utilizada a metodologia pesquisa bibliográfica e documental. O tema escolhido foi Ética Profissional, sendo que o trabalho apresenta um conceito sobre ética e também sobre ética profissional. Após apresentação dos conceitos, aborda-se sobre como a ética profissional está envolvida em diferentes áreas, como ética profissional na área do comércio, ética profissional na área dos serviços, mais precisamente nos serviços contábeis e ética profissional na área do serviço social. 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO Dempsey (1999), dentro da concepção do que a ética representa a intenção de resolver o conflito entre egoísmo e altruísmo, observou que: 10 Para exercer a sua atividade, na produção de bens e serviços, as empresas têm de ter influência e imagem nos consumidores, nos trabalhadores e na comunidade em geral (DRUCKER, 2003). Algumas empresas percebem que uma exploração menos intensiva dos recursos naturais é passível de originar um aumento dos lucros e reforçar a sua competitividade no setor em que atuam, e que uma junção de ideias e observações, dentro de um conjunto ético de realizações, não só cria uma boa imagem, mas também, potencializa ações responsáveis e geram dividendos (CAPRON, 2002). Outra observação obtida é a de que quem obtém um produto procura melhor oferta, que gere mais valor, ou que lhe pareça proporcionar maior valor (KOTLER, 2000). Este valor é agregado quando da utilização de uma ética comercial, ou no caso “moral”, já que a mesma reflete os conceitos éticos, demonstrado num ambiente de respeito e aceitação mútua (PETROCCHI, 2002). Na prestação de serviços contábeis, uma conduta que não seja ética pode denegrir quem cometeu a falta e a coletividade da área contábil. O profissional da área contábil deve ser ético tanto na sua vida profissional quanto pessoal. E para saber o que é ético tem-se o CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DO CONTADOR – CEPC, de 20 de novembro de 1996, para nos basear, onde já no seu artigo 1º nos traz o objetivo do mesmo. Para que se aplique corretamente a ética na contabilidade, sempre devemos induzir estudantes de Ciências Contábeis a se conscientizar sobre a importância e a necessidade da ética na profissão. O contador tem uma função necessária para o desenvolvimento da economia da sociedade, pois tem informações que só este setor pode oferecer. Na ética geral da sociedade existem comportamentos fundamentais, como a honestidade, sigilo, competência, prudência, humildade, entre outros. Pode-se dividir a responsabilidade do contador em três partes: Responsabilidade ética, responsabilidade civil e responsabilidade penal. Outro ponto que, deve-se destacar, é o trabalho 11 contábil exercido por auxiliares, que mesmo sem formação devem respeitar as regras, cabendo ao contador supervisionar a execução desses trabalhos. Não há como negar, também, que existem os conflitos nessa área, e é nestes casos que o CEPC (Código deÉtica Profissional do Contador) entra para dirimir e auxiliar nas decisões do profissional. Pois, vive-se em um mundo competitivo, onde nenhuma empresa correrá o risco de dispor de suas informações a um profissional eticamente duvidoso. No Serviço Social como em outros trabalhos específicos, tende-se a seguir uma ética entre profissionais e usuários. Neste sentido, todo profissional que segue a ética tem a possibilidade de se entender como profissional e de aprender em grupo. O profissional do serviço social no Brasil depende e dependerá do trabalho em grupo, não tendo preconceito a outros profissionais e sim sempre dialogando e articulando com as outras áreas de trabalho dentro da ética pré-estabelecida nas normas do serviço social. 5. CONCLUSÕES O trabalho apresentou conceito sobre o que é ética e ética voltada para área profissional. O estudo desenvolvido pode demonstrar como ética profissional está presente na área do comércio, na área de serviços com destaque para serviços contábeis e na área do serviço social. O propósito do trabalho foi poder demonstrar de uma maneira fácil, observações sobre a ética profissional e de como é aplicada em diferentes áreas profissionais. Verificou-se durante as pesquisas realizadas, que a ética, mais que um simples modelo de conduta, pode ser considerada elemento necessário para evolução profissional, social e moral. As incursões mostraram, através de análises profundas, que muitas instituições já usam de códigos de conduta éticos no intuito de apresentar um melhor serviço, seja social ou comercial. As próprias faculdades colaboram nesse intuito, no momento em que disponibilizam trabalhos acadêmicos que incluem tal assunto em sua grade curricular. Outro aspecto observado está ligado ao modo como não somente instituições públicas, mas também as privadas despertam cada vez mais, em seus colaboradores, a necessidade de conduta ética e moral. 12 No comércio hoteleiro, por exemplo, percebe-se a busca pelo uso adequado dos produtos, assim como o descarte consciente e eficaz dos mesmos, sempre levando em conta as leis ambientais e o respeito à comunidade e funcionários. Já no serviço contábil, a ética passa a ser tão imprescindível quanto a calculadora, já que sem uma não se faz o cálculo e sem a outra não se faz clientela. Da mesma forma, no Serviço Social, é fundamental e extremamente necessária uma conduta ética por parte dos profissionais, visto que os mesmos, quase que majoritariamente, prestam serviços à classe menos favorecida e, portanto a que mais necessita de um atendimento digno e sem preconceito. Conclui-se então, que a ética profissional deve ser par constante de todo profissional, levando-o à consciência moral e conduzindo-o a um efetivo respeito pelo profissional, e por que não, pelo social. REFERÊNCIAS BARROCO, Maria Lúcia Silva. Ética do serviço social. Brasília 2001. BARROCO, Maria Lúcia Silva. Fundamentos éticos do serviço social. Brasília 2009. CABRAL, Paulo. Ética, São Paulo, 2005. CABRAL, Paulo. Ética Profissional, São Paulo, 2013. CAPRON, M.; QUAIREL-LANOIZELÉE, F. La responsabilité sociale d’entreprise. Paris: Éditions la Découverte, 2002. Disponível em: <www.furb.br/universocontabil > Acesso em Março 2018. CEPC – Código de Ética Profissional do Contador. Resolução CFC Nº 803 de 20 de novembro de1996. Disponível em: <www.portaldecontabilidade.com.br> Acesso em 30 de março de 2018. CFC – Conselho Federal de Contabilidade. Resolução Nº 1.307, de 09 de dezembro de 2010. Altera dispositivo da Resolução CFC nº 803/96, que aprova o Código de Ética Profissional do Contabilista. DE SOUZA, A. C. Os princípios e valores éticos no exercício da profissão contábil. Disponível em:<http://contadores.cnt.br/noticias/artigos/2014/10/07/os-principios-e-valores-eticos-no exercicio-da-profissao-contabil-analise-dos-escritorios-de-contabilidade-de-um-municipio-no- interior-do-parana.html>. Acesso em 30 de março de 2018. 13 DEMPSEY, M. An agenda for window-dressing or for radical change? Working Paper, Nathan, Griffith University, 1999. Disponível em: <http://www.redalyc.org/html/1170/117021206009>; Acesso em 20 de março de 2018. DRUCKER, P. F. The essential of Drucker. New York, Harper Business, 2003. Disponível em: <http://www.redalyc.org/html/1170/117021206009/ > Acesso em 20 de março de 2018. FLORES, P. S. O. Treinamento em Qualidade: Fator de Sucesso para Desenvolvimento de Hotelaria e Turismo. Editora Rocas: São Paulo, 2002. JACOMINO, D. Você é um profissional ético. São Paulo 2000. KOTLER, P. Administração do marketing: análise, planejamento, implementação e controle. 5ed. Editora Atlas: São Paulo, 2000. PADILHA, Adriano. Ética Profissional. Rio de Janeiro, 2011. PAIVA, Beatriz Augusto de. Algumas considerações sobre ética e valor. São Paulo 2011. PETROCCHI, M. Hotelaria: planejamento e gestão. Editora Futura: São Paulo, 2002. SHIOSAWA, R.S.C. Qualidade no atendimento e tecnologia de informação. Editora Atlas: São Paulo, 1993. SALES, Mione Apolinario. Quem tem medo de ética. São Paulo, 2011. SILVA, Marlise Vinagre. Ética Profissional. São Paulo, 2011. SILVA, S. R. dos Santos. A ética na profissão contábil. Niterói, 2005. Disponível em: <http://www.avm.edu.br/monopdf/30/SIMONE%20RODRIGUES%20DOS%20SANTOS%20SI LVA.pdf>. Acesso em: 30 de março de 2018. SIMÕES, Carlos. A ética das profissões. São Paulo 2011. TEIXEIRA, Joaquina Barata. O projeto ético-político do serviço social. Brasília 2009. VÁZQUEZ. Adolfo Sanchez. Ética. Rio de Janeiro 2008. http://www.redalyc.org/html/1170/117021206009/
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