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Análise e Controle de Custos e Orçamentos

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1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MBA EM CUSTOS 
E ORÇAMENTO 
DE ENGENHARIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 
 
ANÁLISE E CONTROLE DE CUSTOS E 
ORÇAMENTO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
NOÇÕES GERAIS SOBRE ORÇAMENTOS ....................................................................................4 
O QUE SÃO ORÇAMENTOS ..............................................................................................................5 
COMO SE ORGANIZAM OS ORÇAMENTOS .................................................................................8 
CONCEITOS FUNDAMENTAIS ...................................................................................................... 13 
PREÇO DE VENDA (UNITÁRIO) DE SERVIÇOS ........................................................................ 20 
CÁLCULO DO PREÇO DE VENDA – SEQUÊNCIA DE OPERAÇÕES ................................... 43 
RENDIMANTOS: MÃO DE OBRA, MATERIAIS E EQUIPAMENTOS ...................................... 65 
FICHAS DE CUSTOS ........................................................................................................................ 79 
CÁLCULO DE CUSTOS EM CANTEIROS DE OBRAS .............................................................. 80 
MONTAGEM DOS CANTEIROS DE OBRAS ............................................................................... 80 
ALUGUEL DE EQUIPAMENTOS .................................................................................................... 86 
DESPESAS GERAIS ......................................................................................................................... 88 
DESMONTAGEM DOS CANTEIROS DE OBRAS ....................................................................... 90 
MEDIÇÕES PARA ORÇAMENTO .................................................................................................. 91 
PRINCÍPIOS BASE ............................................................................................................................ 91 
REGRAS BÁSICAS DE MEDIÇÃO ................................................................................................. 94 
DESENVOLVIMENTO DE CHECK-LIST ..................................................................................... 100 
MAPA DE TRABALHOS E QUANTIDADES ................................................................................ 101 
MEMÓRIA DESCRITIVA ................................................................................................................. 103 
REFERÊNCIAS ................................................................................................................................ 106 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
 
NOÇÕES GERAIS SOBRE ORÇAMENTOS 
 
A importância da realização de um orçamento preciso corresponde à 
possibilidade direta de uma empresa obter lucro ou prejuízo em uma obra, 
principalmente quando faltam critérios técnicos e econômicos mínimos para a sua 
elaboração. Por ter papel de responsabilidade direta pelo sucesso ou fracasso, 
no orçamento devem estar contidas todas as condicionantes de trabalho, desde 
a análise dos insumos utilizados, até a previsão de alguns gastos fixos mensais, tais 
como aluguéis de equipamentos e mão de obra envolvida na organização dos 
trabalhos (mestres, técnicos, engenheiros ou arquitetos responsáveis pela 
execução). 
Em uma visão tradicional, um orçamento é uma previsão ou estimative do 
custo de uma obra. O custo total da obra é o valor que corresponde à soma de todos 
os gastos necessários para a sua execução. 
Um orçamento corresponde a uma avaliação, previsão ou estimativa do custo 
de obra ou de serviço a ser executado por meio de quantificação de insumos, 
mão de obra ou equipamentos, o tempo de duração do empreendimento. 
Assim, será possível obter o preço total da obra (GONZÁLEZ, 2007). 
Na participação de uma concorrência, o preço proposto pelo constructor não 
deve ser nem tão baixo a ponto de não permitir lucro, nem tão alto a ponto de não 
ser competitivo na disputa com os demais proponentes. 
Há sempre a possibilidade de duas ou mais empresas chegarem a 
orçamentos distintos, porque distintos são os processos teóricos utilizados, a 
metodologia de execução proposta para a obra, as produtividades adotadas paraas 
equipes de campo e os preços coletados, dentre outros fatores. 
O que é importante destacar é que o orçamento deve refletir as 
premissas da construtora, constituindo-se numa meta a ser alcançada pela 
empresa. 
Os documentos integrantes do estudo do orçamento servem como 
importante fonte de informação para a preparação, organização e execução dos 
trabalhos. Muitas vezes, o volume de informações para um determinado caso pode 
ser bastante complexo, exigindo o registro de uma série de informações interligadas, 
que fazem parte de todo o processo de execução até a entrega do trabalho. 
 
5 
 
 
 
O QUE SÃO ORÇAMENTOS 
 
Os orçamentos são as formas de saber quanto custa uma obra ou projeto. 
Tem o mesmo sentido de previsão, sendo o ato de estimar uma situação 
futura, com base em uma análise presente, com o objetivo de alcançar uma nova 
situação projetada. 
No caso da Construção Civil, uma obra é uma atividade econômica, na qual 
o aspecto custo possui especial importância. O orçamento possui uma proposta do 
custo de uma obra, apresentada por uma empresa para a prestação de um serviço 
solicitado. 
Para entendimento geral de todos os passos que se deve percorrer 
para o desenvolvime um orçamento, deve-se ter em conta uma série de aspectos, 
conforme o fluxograma apresentado a seguir. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: MATTOS, 2006. 
 
Definição sintética de orçamento: 
É a completa discriminação dos custos e serviços para a realização de uma 
obra de Construção Civil. 
Segundo Tisaka (2006), os principais elementos de um orçamento são: 
6 
 
 
 
 Projeto; 
 Caderno de encargos; 
 Medição; 
 Quantificação; 
 Memória descritiva; 
 Serviço simples; 
 Serviço composto; 
 Mapa de Trabalhos; 
 Mão de obra; 
 Materiais (insumos); 
 Composição de custos; 
 Composição de preços; 
 Preço de venda. 
 
Projeto 
Definição do plano geral para edificar, incluindo a informação específica 
para a concretização. 
 
Caderno de Encargos 
Documento de um projeto no qual se enumera as obrigações das partes 
e condições técnicas para a execução da obra. 
 
Medição 
Determinar quantidades de material, mão de obra e máquinas a aplicar em 
uma determinada obra. A medição gera documento em que constam os materiais 
e serviços necessários para um trabalho e que servem para fazer o estudo do 
orçamento. 
 
Quantificação 
É a etapa em orçamentação na qual são levantadas as quantidades de 
serviços de obra a executar por meio do registro da medição. 
 
 
7 
 
 
 
Memória Descritiva 
Documento que contém todas as explicações detalhadas, apresentando as 
justificações e soluções para a execução de uma determinada construção. 
 
 
Serviço Simples 
É o serviço realizado apenas a partir de insumos e ferramentas básicas, com o 
emprego de mão de obra auxiliar. 
 
Serviço Composto 
É o serviço realizado a partir de insumos diversos, com o emprego de técnica 
e equipamentos especiais. 
 
Mapa de Trabalhos 
É a peça gráfica em que o orçamento é apresentado. É construído pela relação 
dos serviços da obra com as respectivas quantidades, custos unitários e totalizações 
por grupos de serviços afins ou correlatos. 
 
Mão de obra 
É o trabalho humano que é empregado na construção. 
 
Materiais (insumos) 
São os componentes utilizados na realização física dos diversos serviços. 
 
Composição de custos 
É a discriminação das quantidades de insumos e respectivos preços 
necessários à realização de um serviço (a soma define um custo para o serviço). 
 
Preçode venda 
É a composição de custos acrescida da taxa de BDI (Benefícios e 
Despesas Indiretas) que contempla os serviços realizados pelo construtor que não 
fazem parte da obra em si, o emprego do capital, os riscos e o lucro. 
8 
 
 
 
Para a realização de um orçamento de Construção Civil é necessário 
compreender inicialmente os seguintes pontos: 
- Identificação da obra; 
- Descrição; 
- Quantificação; 
- Análise e valorização dos serviços apresentados. 
 
Como o orçamento é preparado antes da realização do trabalho, deve ser 
realizado um estudo abrangente para que não existam lacunas na composição 
dos custos e considerações aleatórias. 
Um dos requisitos básicos para um bom orçamentista é o conhecimento 
detalhado de cada serviço. Quanto maior a capacidade de interpretar desenhos, 
planos e especificações da obra, melhor será o estabelecimento de ações para cada 
fase do trabalho a realizar, sendo possível identificar a dificuldade de cada serviço e 
consequentemente custos de execução. 
Existem alguns parâmetros que não podem ser determinados com 
exatidão, como é o caso das condições climáticas, condições do solo quando não 
ocorreram estudos prévios, disponibilidade de materiais, principalmente em períodos 
de férias coletivas dos fornecedores, além da influente flutuação da produtividade 
dos operários e diversas paralisações por acidentes, feriados ou outros fatores 
interligados. 
 
COMO SE ORGANIZAM OS ORÇAMENTOS 
 
A organização dos elementos que fazem parte de um orçamento não pode 
ser analisada apenas como uma listagem de números que foram retirados de um livro 
ou de um manual. 
Os orçamentos devem ser um documento regido por conceitos 
fundamentais de orçamentação, como ser capaz de retratar a realidade do projeto, 
por se tratar de um estudo, há sempre a possibilidade de uma margem de incerteza 
incorporada à análise, muitas são as premissas de cálculo adotadas e a defasagem de 
tempo entre o momento da orçamentação e o da realização do serviço. 
Os principais atributos de um orçamento são (MATTOS, 2006): 
9 
 
 
 
 Estimativa; 
 Especificação; 
 Temporalidade. 
 
Estimativa 
 
O orçamento é baseado em previsões, obtendo levantamentos 
aproximados. Por mais que todas as variáveis sejam ponderadas, há sempre uma 
aproximação associada. O orçamento não tem que ser obrigatoriamente exato, 
porém deve ser o mais preciso possível. Quanto mais criteriosa for a análise dos 
elementos necessários para o estudo do orçamento, menor será a sua margem de 
erro. 
Por exemplo, em um orçamento de R$ 752.350,45, o valor apresentado com o 
rigor dos centavos não representa necessariamente uma “precisão” de duas casas 
decimais. Esse preço de venda é decorrente de uma série de contas definidas a partir 
de premissas de cálculo. 
 
A estimativa de um orçamento está embutida em diversos itens: 
 
Mão de obra 
Produtividade das equipes 
Quando, por exemplo, se admite que um pedreiro gasta 1,0 h para fazer 1,0 m2 
de alvenaria de bloco cerâmico, será por meio dessa premissa que o total de mão de 
obra de alvenaria será calculado. A produtividade afeta diretamente a composição de 
custo. 
 
Encargos sociais e trabalhistas 
O percentual de encargos que incidem sobre a mão de obra leva em conta 
premissas tais como incidência de acidentes do trabalho, rotatividade para cálculo de 
aviso prévio, faltas justificadas e outros elementos arbitrados a partir de parâmetros 
estatísticos e históricos. 
 
 
10 
 
 
 
Material 
Preço dos materiais 
Não é possível afirmar com certeza que os preços cotados durante a 
orçamentação serão os praticados durante a obra. 
 
Impostos 
Os impostos embutidos no preço de aquisição dos insumos podem variar 
durante a obra. Além disso, a base de cálculo de impostos como o ISS é 
estimada para fins de orçamento. 
 
Perda 
O percentual de perda e desperdício é arbitrado para cada material que entra 
no orçamento. Assim, por exemplo, admitir que há uma perda de 3% no bloco 
cerâmico é uma consideração que pode se mostrar arrojada, realista ou 
conservadora dependendo do serviço. 
 
Reaproveitamento 
O reaproveitamento consiste na quantidade de vezes que um material pode 
ser reutilizado (Exemplo: chapa de madeira compensada para forma de estruturas 
de concreto). 
 
Equipamento 
Custo horário 
O custo horário depende de parâmetros de cálculo como vida útil, custo de 
manutenção e operação. 
 
Produtividade 
 
Quando se assume, por exemplo, que uma escavadeira, escava 30 m3 de solo 
por hora, há uma margem de incerteza incluída, pois a produtividade é função da 
disponibilidade mecânica (percentual de tempo em que o equipamento está em 
condições mecânicas de ser utilizado) e do coeficiente de utilização (percentual do 
tempo disponível em que o equipamento efetivamente trabalha), além do 
11 
 
 
 
empolamento do material escavado (aumento de volume entre os estados natural 
e solto). 
 
Custos indiretos 
Pessoal 
Os salários e encargos sociais das equipes técnica, administrativa e de apoio. 
 
Despesas gerais 
As contas de água, luz, telefone, aluguel de equipamentos gerais (grua, 
andaimes), seguros, fretes, etc. 
 
Imprevistos 
Os orçamentistas precisam incluir no orçamento alguma verba para os custos 
que não podem ser orçados com certeza ou explicitamente: retrabalho em razão de 
chuvas, por má qualidade, danos causados por fenômenos naturais ou por terceiros, 
danos causados pela construtora a terceiros, etc. 
 
Especificação 
O orçamento para a construção de uma obra em um determinado local dentro 
da área geográfica da sede da empresa é diferente do orçamento de uma obra com 
as mesmas características a ser realizado em outra região distante, que necessite 
de mobilização da estrutura da empresa ao local. Não é correto designar um 
orçamento como padrão ou generalizado para um tipo de serviço. 
Por mais que um orçamentista se baseie em algum trabalho anterior, é sempre 
necessário adaptá-lo à obra em questão. 
 
Todo orçamento está intrinsecamente ligado a: 
Empresa 
O orçamento traz implícita a política da empresa, na quantidade de cargos 
de supervisão previstos (engenheiros, mestres, encarregados), no padrão do 
canteiro de obras, na quantidade de veículos disponibilizados para a equipe, grau de 
terceirização de serviços, na taxa de administração central cobrada da obra para 
12 
 
 
 
cobrir parte dos custos do escritório central da empresa, na necessidade de 
empréstimos para fazer a obra, etc. 
 
Condições locais 
O clima, relevo, vegetação, profundidade do lençol freático, tipo de solo, 
condições das estradas locais, facilidade de acesso às fontes de matérias- primas, 
qualidade da mão de obra, oferta de equipamento, qualidade dos subempreiteiros 
da região, diferentes alíquotas de impostos, entre outros fatores. 
 
Temporalidade 
Um orçamento realizado há algum tempo já não é válido atualmente. Se, por 
exemplo, a aprovação para iniciar um trabalho acontecer após longo tempo (fora da 
previsão definida em orçamento), será necessário estabelecer alguns ajustes. Isso 
se deve a: 
 Flutuação no custo dos materiais ao longo do tempo; 
 Alteração de impostos e encargos sociais e trabalhistas; 
 Evolução dos métodos construtivos. 
 Surgimento de técnicas, materiais e equipamentos mais adequados 
à realização do respectivo serviço; 
 Diferentes cenários financeiros e gerenciais. Os diferentes cenários podem 
justificar a terceirização, delegação de tarefas, condições de capital de giro, 
necessidade de empréstimo, etc. 
 
A organização de orçamentos para obras de Construção Civil pode ter 
enfoques distintos, quando analisado sob o prisma do cliente e proprietário da obra 
ou pelo construtor (MATTOS, 2006). 
Do ponto de vista do cliente e proprietário da obra, o orçamento é a 
descrição de todos os serviços, devidamente quantificados e multiplicados pêlos 
respectivos preços unitários,cuja somatória define o preço total, ou seja, seu 
desembolso. 
Alguns pontos apresentados em um orçamento não são uma 
preocupação imediata do proprietário, como a cotação de materiais, percentual de 
perdas e produtividade de equipes. De uma maneira geral estará mais 
13 
 
 
 
preocupado com o montante do empreendimento e como esse montante será 
desembolsado ao longo do tempo. 
Do ponto de vista do construtor, o orçamento é a descrição de todos os 
materiais, devidamente quantificados e multiplicados pelos respectivos custos 
unitários, acrescidos das despesas indiretas, cuja somatória define o custo total, ou 
seja, o desembolso do construtor, mais o lucro e os impostos, gerando então o preço 
total, que é quanto irá receber (TISAKA, 2006). 
Para o construtor, o orçamento encerra em seu contexto todas as 
premissas que passam a ser metas de desempenho durante a obra. O preço de venda 
dos serviços é fixo, o custo é variável e precisa ser monitorado em função dessas 
metas. 
 
CONCEITOS FUNDAMENTAIS 
Para a estruturação de um orçamento destinado a obras de Construção Civil é 
necessário considerar alguns conceitos fundamentais que compõem o mesmo. 
O orçamento engloba três grandes etapas de trabalho: 
 Estudo das condicionantes de um trabalho; 
 Composição de custos; 
 Determinação do preço. 
 
Inicialmente estudam-se os documentos disponíveis em uma obra, realiza-
se a visita ao local de trabalho, e fazem-se consultas ao cliente. Em seguida, 
prepara-se o custo, que é proveniente das definições técnicas, do plano de obra, dos 
quantitativos dos serviços, das produtividades e da cotação de preços de insumos. 
Por fim, soma-se o custo indireto, aplicam-se os impostos e aplica-se a 
margem de lucro desejada, obtendo-se assim o preço de venda da obra. 
Estudo das condicionantes de um trabalho 
Quando existem elementos técnicos disponíveis pelo cliente para a 
realização de um orçamento, normalmente por meio de um projeto, seja ele básico 
ou técnico/executivo, a partir do projeto ou especificações técnicas por meio de um 
caderno de encargos, são identificados os serviços constantes da obra com suas 
respectivas quantidades, o grau de interferência entre eles, a dificuldade relativa de 
realização das tarefas, etc. 
14 
 
 
 
A fase de estudo das condicionantes de um trabalho faz com que sejam 
conhecidas as condições da obra, englobando os seguintes passos: 
Leitura e interpretação do projeto e especificações técnicas 
A depender da complexidade da obra, as plantas baixas, cortes, vistas, 
perspectivas, notas, detalhes, diagramas, tabelas e quadros, que em essência 
definem o produto final a ser construído, demandam maior ou menor análise. 
O entendimento do projeto depende muito da experiência do 
orçamentista e de sua familiaridade com o tipo de obra. 
As especificações técnicas são documentos que trazem informações de 
natureza mais qualitativa do que quantitativa. Elas contêm, entre outras coisas: 
 Descrição qualitativa dos materiais a serem empregados; 
 Padrões de acabamento; 
 Tolerâncias dimensionais dos elementos estruturais; 
 Critério de aceitação de materiais; 
 Tipo e quantidade de ensaios a serem realizados; 
 Resistência do concreto. 
 
Leitura e interpretação do edital 
O edital é o documento que rege a licitação, no caso de a obra ser objeto de uma 
concorrência. Ele traz as "regras" do projeto. É o principal documento da fase de 
licitação. 
Algumas das informações contidas no edital e que são indispensáveis para a 
elaboração do orçamento: 
 Prazo da obra; 
 Datas contratuais; 
 Penalidade por atraso no cumprimento do prazo ou bônus por 
 antecipação; 
 Critérios de medição, pagamento e reajustamento; 
 Regime de preços (unitário, global, por administração); 
 Limitação de horários de trabalho; 
 Critérios de participação na licitação (capital social da empresa, etc.); 
 Habilitação técnica requerida com relação à empresa e responsável 
 técnico; 
15 
 
 
 
 Documentação requerida; 
 Seguros exigidos; 
 Facilidades disponibilizadas pelo contratante (instalações de água, 
energia, etc.). 
 
Visita técnica 
A visita ao local da obra serve para tirar dúvidas, levantar dados e 
características importantes para um orçamento, tirar fotos, avaliar o estado das vias 
de acesso e verificar a disponibilidade de materiais, equipamento e mão de obra na 
região. Em muitos casos, quando não existe projeto ou caderno de encargos, a 
visita técnica torna-se a única fonte de levantamento de informações para realizar o 
orçamento. 
 
Composição de custos 
Identificação dos serviços 
O custo total de uma obra é fruto do custo orçado para cada um dos serviços 
integrantes da obra. A origem da quantificação está na identificação dos serviços. 
 
Levantamento de quantitativos 
 
Cada serviço identificado deve ser quantificado. O levantamento de 
quantitativos é um dos principais trabalhos do orçamentista. O levantamento de 
quantitativos inclui cálculos baseados em dimensões precisas fornecidas no projeto 
(volume de concreto armado, área de telhado, área de pintura, etc.) ou em alguma 
estimativa (volume de escavação em solo, quando são dados perfis de sondagem, 
por exemplo). 
 
Custos Diretos 
Os custos diretos são aqueles diretamente associados aos serviços dos 
trabalhos em obra. Representam o custo orçado dos serviços levantados. 
A unidade básica é a composição de custos, os quais podem ser unitários, 
ou seja, identificados a uma unidade de serviço (quando ele é mensurável, por 
exemplo: kg de armação, m3 de concreto) ou dado como verba (quando o serviço 
16 
 
 
 
não pode ser traduzido em uma unidade fisicamente mensurável, por exemplo: 
paisagismo, sinalização). 
Cada composição de custos unitários contém os insumos do serviço com seus 
respectivos índices (quantidade de cada insumo requerida para a realização 
de uma unidade do serviço) e valor (provenientes da cotação de preços e da 
aplicação dos encargos sobre a hora-base do trabalhador). 
A empresa pode usar composições de custos próprias obtidas pela 
experiência e levantamento por meio de obras de igual dimensão já 
anteriormente realizadas ou obtê-las em publicações especializadas, como a TCPO 
(Tabelas de Composições de Preços para Orçamentos), da Editora PINI (TCPO, 
2011), sendo atualmente uma das publicações mais completas e difundidas no 
mercado da Construção Civil. 
 
Custos Indiretos 
Os custos indiretos são aqueles que não estão diretamente associados aos 
trabalhos de obra em si, mas que são necessários para que tais serviços possam 
ser realizados. Nestes custos são dimensionadas as equipes técnicas (engenheiros, 
mestres, encarregados), de apoio (almoxarife, apontador) e de suporte (secretária, 
vigia), e identificadas às despesas gerais da obra (contas, materiais de escritório e 
limpeza, etc.), mobilização e desmobilização do canteiro de obras, taxas e 
emolumentos, entre outras despesas. 
 
Cotação de preços 
A cotação de preços consiste na coleta de preços dos fornecedores do 
mercado para os diversos materiais da obra, tanto os que aparecem no custo direto, 
quanto no custo indireto. É importante que esta etapa seja feita em seguida à 
seleção das composições de custos, para que o orçamentista possa ter uma relação 
completa de todos os materiais do orçamento. 
 
Definição de encargos sociais e trabalhistas 
Análise dos encargos sociais e trabalhistas, a serem aplicados à mão de obra a 
ser utilizada na obra analisada. Envolvem os diversos impostos que incidem sobre 
17 
 
 
 
a hora trabalhada e os benefícios a que têm direito os trabalhadores e que 
são pagos pelo empregador. 
 
Determinação do preço 
Definição da margem de lucro 
Basea-se nas condições intrínsecas e extrínsecas da obra, o constructor define 
a margem de lucro que deseja obter na obra em questão. Ele deve levar em conta 
fatores como: concorrência, riscodo empreendimento, necessidade de conquistar a 
obra para imagem da empresa, etc. Aplicação do BDI (Benefícios e Despesas 
Indiretas) sobre o preço do trabalho como taxa de majoração importante ao 
custo do orçamento. 
Ao analisar os conceitos fundamentais aqui apresentados, é importante 
identificar que o propósito do orçamento não se resume à definição do custo da obra. 
Ele tem uma abrangência maior, servindo de subsídio para outras aplicações, 
tais como (MATTOS, 2006): 
 
Levantamento dos materiais e serviços 
A descrição e a quantificação dos materiais e serviços ajudam o 
construtor a planejar as compras, identificar fornecedores, estudar formas de 
pagamento e analisar metodologias executivas. 
 
Obtenção de índices para acompanhamento 
Com base nos índices de utilização de cada insumo (mão de obra, 
equipamento, material), o construtor poderá realizar uma comparação entre o que 
orçou e o que está efetivamente acontecendo na obra. Os índices servem também 
como metas de desempenho para as equipes de campo. 
 
Dimensionamento de equipes 
A quantidade de homem-hora requerida para cada serviço serve para a 
determinação da equipe. A partir do índice, determina-se o número de 
trabalhadores para uma dada duração do serviço. 
 
 
18 
 
 
 
Capacidade de revisão de valores e índices 
O orçamento pode ser facilmente recalculado a partir de novos preços de 
insumos e índices de produção. Para isso, basta que os campos de valores sejam 
alterados, pois todo o restante é produto de operações aritméticas simples. 
 
Realização de simulações 
Cenários alternativos de orçamento com diferentes metodologias 
construtivas, produtividades, jornadas de trabalho, lucratividade, etc. 
 
Geração de cronogramas físico e financeiro 
O cronograma físico retrata a evolução dos serviços ao longo do tempo. 
O cronograma financeiro quantifica mensalmente os custos e receitas desses 
mesmos serviços – é a distribuição temporal dos valores. 
 
Análise da viabilidade econômico-financeira 
O balanço entre os custos e as receitas mensais fornece uma previsão da 
situação financeira da obra ao longo dos meses. 
 
MAPA DE TRABALHOS E QUANTIDADES 
O Mapa de Trabalhos e Quantidades deve relacionar todos os serviços a 
serem realizados. Em seguida, calcular as quantidades a serem executadas e seus 
custos unitários (custo para executar uma unidade de cada serviço em questão). 
Os produtos de quantidades por custos unitários fornecem os custos totais 
parciais. A soma destes é o custo total do orçamento. Acrescendo-se o BDI, 
obtemos o preço total do orçamento (o preço a ser apresentado ao cliente). 
Assim, para o exemplo apresentado a seguir (CARDOSO, 2006): 
 
1) Medição de quantidades 
escavação = 1,2 x 1,2 x 1,2 = 1,728 m3 
remoção de solo = 1,2 m3 
compactação do fundo = 1x1 = 1 m2 
fundo em concreto = 1 x 1 x 0,05 = 0,05 m3 
alvenaria = (1 + 1 + 0,8 + 0,8) x 1,15 = 4,14 m2 
19 
 
 
 
reboco interno = 0,8 x 4 x 1,15 = 3,68 m2 
grade = 1 m2 
reaterro = 0,528 m3 
 
2) Planilha de orçamento discriminado 
Orçamento para execução de caixa de drenagem em alvenaria, 
dimensões externas 1 x 1 x 1,2 m, rebocada internamente com grelha de aço d= ¾”. 
 
 
Os Mapas de Trabalhos e Quantidades devem ser apresentados: 
 Dividindo os trabalhos (ou projeto) em capítulos; 
 Para cada capítulo é necessário individualizar as tarefas; 
 Conferir as tarefas. Verificar se estão todas consideradas (um 
orçamento antigo semelhante pode ajudar); 
 Medir quantidades sobre peças desenhadas definindo previamente a 
unidade de medição. 
20 
 
 
 
 
PREÇO DE VENDA (UNITÁRIO) DE SERVIÇOS 
 
O preço de venda de um serviço é o preço calculado por uma empresa para 
venda do trabalho em questão. 
No estudo do preço de venda devem ser considerados os custos da 
empresa para a execução do trabalho. Estes custos são definidos por meio de 
composições unitárias de custos de serviços. 
Para o cálculo de preços de venda deve- se criar a decomposição em 
capítulos de um mapa de trabalhos, conforme o exemplo a seguir um edifício 
corrente: 
 
Capítulo 1 - Demolições 
Capítulo 2 - Terraplanagem 
Capítulo 3 - Fundações e estruturas 
Capítulo 4 - Construção civil 
4.1 - Alvenarias 
4.2 - Revestimento exterior - fachadas 
4.3 - Revestimento interior - tetos 
4.4 - Revestimento interior - paredes 
4.5 - Revestimento interior - pavimentos 
4.6 - Coberturas e impermeabilizações 
4.7 - Carpintaria 
4.8 - Serralharia 
4.9 - Pinturas 
4.10 - Vidros 
4.11 - Diversos 
Capítulo 5 - Instalações Hidráulicas 
Capítulo 6 - Instalações Elétricas 
Capítulo 7 - Instalações de Ar-condicionado 
Capítulo 8 - Instalações de Gás 
Capítulo 9 - Elevadores 
 
21 
 
 
 
Composições unitárias de custos de serviços 
 
As composições unitárias de custos são as "fórmulas" de cálculo dos custos 
unitários nos orçamentos discriminados. Cada composição consiste das quantidades 
individuais do grupo de insumos (material, mão de obra e equipamentos) 
necessários para a execução de uma unidade de um serviço. 
Exemplos: 
(1) Para a execução de escavação de solo para vigas de fundação, o único 
insumo é a mão de obra (servente), sendo estimado um consumo de quatro horas 
para cada m3 escavado. 
Escavação de solo normal, até 3,0 m de profundidade – m2 
 
 
 
O custo unitário do serviço é obtido multiplicando-se a quantidade 
empregada do insumo por seu custo respectivo. No caso apresentado, o valor da 
hora é de R$ 2,00. 
Acrescendo-se os percentuais de Leis Sociais, considerados como 180%, 
o preço do insumo "Servente" é de R$ 5,60/h e o preço do serviço "Escavação" 
é de R$ 22,40/m3. 
(2) A execução da armadura de uma viga, em aço CA-50 de 12,5mm, envolve 
os seguintes insumos, já incluídas as perdas nas quantidades unitárias: 
 
 
22 
 
 
 
 
Da mesma forma, os percentuais de Leis Sociais estão embutidos nos custos 
de mão de obra. Não é necessário que seja assim, podendo-se calculare em 
separado, acrescendo-se como um subtotal. 
O valor adotado depende de vários fatores, principalmente da legislação vigente 
na data e nas condições particulares da empresa (rotatividade, horas extras, índice 
de ações trabalhistas, etc.). 
Para estes dois exemplos, o valor calculado é o custo, válido 
genericamente, para obras comuns. Contudo, em cada caso, devem ser 
verificados aspectos singulares, tais como: local da obra (transporte), horário e 
condições de trabalho (horas extras, periculosidade, insalubridade). Além disso, 
devem ser acrescidos os custos não discriminados e o lucro desejado (BDI) 
(SILVA, 2006). 
 
Obtenção das composições 
As composições de custos podem ser obtidas de várias fontes. A melhor forma 
é o levantamento direto nas próprias obras, verificando-se o consumo de acordo com 
a produtividade da mão de obra local e nas condições técnicas em que se produz. 
Porém, pela quantidade de trabalho envolvido, geralmente no início das 
composições são obtidas por meio de referências em publicações. 
A utilização indiscriminada, porém, é perigosa, pois os coeficientes foram 
determinados em locais distintos, e não há garantias de que sejam adequados 
para as condições das nossas obras. Por exemplo, uma publicação editada em São 
Paulo, há trinta anos, evidentemente deve refletir condições muito diferentes das 
encontradas nos dias de hoje. Outra forma de obtenção de composições é o cálculo 
direto, para o qual se apresentam dois casos: 
(1) Argamassa para alvenaria (1:2:9) - m3: 
a) Materiais - traço em volume, considerando os pesos específicos: o volume 
para cada parcela do traço é: 1 m3 / (1+2+9) = 0,083333 m3 
a1) cimento (1600 kg/m3): 0,83333 x 1600 = 133,3333 kg 
a2) cal hidratada (1030 kg/m3): 0,83333 x 2 x 1030 = 171,6666 kg 
a3) areia: 0,83333 x 9 = 0,75 m3 
a4) perdas: assume-se perda média de 10% nos materiais 
23 
 
 
 
b) Mão de obra: estimada (ou medida na obra) em 10h/m3. 
c) Betoneira: tempoocupado estimado (ou medido na obra) em 4 h. 
 
 
 
(2) Alvenaria de tijolos furados (6 furos, 10x15x20), 10 cm de largura –m2, 
para revestir: 
a) Quantidade de tijolos 
a1) tijolos em um metro quadrado: 1/0,16 x 1/0,21 = 29,76 un 
a2) àrea ocupada pelos tijolos: 29,76 x 0,15 x 0,20 = 0,89 m2 
a3) volume de argamassa: (1-0,89) x 0,10 = 0,0107 m3 
a4) perdas: assume-se perda média de 10% nos materiais. 
b) Mão de obra: estimada 1m 1,6h de pedreiro e 0,8h de servente (estes valores 
são tradicionalmente empregados) 
 
 
É importante entender que a montagem da composição deve ser coerente 
com o critério adotado para a medição de serviços, para que se saiba o que está 
incluído e o que não está nos valores resultantes da composição de custos. 
Embora os preços possam ser obtidos de listas, do tipo publicado 
periodicamente em revistas ou fornecido por contrato (mediante assinatura), para 
a execução da obra é necessário obter-se as composições de custos, 
propriamente ditas, para que seja possível realizar a aquisição de materiais, 
contratação da mão de obra ou de serviços subempreitados e o controle geral da 
obra. 
 
24 
 
 
 
REALIZAÇÃO DE ORÇAMENTOS 
Para a realização de orçamentos é necessário organizar os elementos 
identificados no estudo, geralmente compostos pelas seguintes etapas: 
 Recebimento do conjunto de documentos e informações 
complementares (prazo, condições de execução, entre outros); 
 Análise preliminar dos documentos e busca de esclarecimentos ou detalhes 
para elementos sobre os quais há dúvidas; 
 Identificação dos itens e discriminação orçamentária preliminar dos serviços; 
 Quantificação (medição em obra ou por meio de projetos); 
 Lançamento em sistema informatizado e/ou busca das composições; 
 Listagem e cotação de materiais, mão de obra e serviços 
 subempreitados; 
 Lançamento dos custos, análise de BDI, análises de prazos e 
 viabilidade; ajustes finais; 
 Fechamento do orçamento, redação das condições da proposta ou 
minuta do contrato. 
Regras gerais para execução de orçamentos: 
 Definir claramente as necessidades; 
 Saber o que se compra, para que fim e onde comprar; 
 Planejar as despesas; 
 Organizar os documentos de despesa de forma funcional; 
 Evitar desperdícios. 
Um orçamento deve conter: 
 Apresentação da empresa; 
 Quadro técnico; 
 Memória descritiva; 
 Relatório fotográfico; 
 Mapa de Trabalhos e Quantidades; 
 Descrição dos serviços oferecidos; 
 Planilha de custos; 
 Cronograma de execução; 
 Prazo de entrega; 
25 
 
 
 
 Validade da proposta; 
 Fichas técnicas dos produtos mais relevantes. 
 
Nos casos em que o orçamento não seja gratuito, o profissional deve informar 
sempre ao consumidor previamente do valor do seu custo, a não informação 
condiciona a não obrigatoriedade de recebimento por este serviço. 
Normalmente não é prática usual na construção civil o pagamento pela 
realização de um orçamento, mesmo que seja preciso realizar um estudo técnico que 
pode corresponder a muitas horas de trabalho. 
Esta prática caracteriza o risco que existe por parte das empresas de 
construção civil, que muitas vezes dedicam parte de seu tempo na criação de um 
orçamento técnico, que mostra o perfil técnico e profissional da empresa, sem a 
certeza de que terá sucesso. 
 
CÁLCULO DE PREÇOS DE VENDA 
 
O objetivo é a compreensão do cálculo do preço de venda para trabalhos em 
obras de Construção Civil, por meio de uma análise de todos os custos diretos e 
indiretos de uma obra. 
 
ESTRUTURAS DE CUSTOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL 
 
A definição para a estrutura de custos na Construção Civil em um 
orçamento é a organização dos custos das empresas de construção para que os 
orçamentos possam refletir os custos com maior rigor. 
A estrutura habitualmente utilizada é a seguinte: 
 
 
Custos diretos – Tudo o que é diretamente imputável às obras e em 
particular às respectivas tarefas (tijolos, pedreiro, carpinteiro, equipamentos, etc.). 
26 
 
 
 
Custos indiretos – Custos associados à vida da empresa e que não são 
diretamente imputáveis às obras (salários de pessoal do escritório, 
administração, custos com a sede, estrutura da empresa, etc.). 
Custos de canteiro de obras – Custos imputáveis a uma dada obra 
particular, mas que não podem ser imputadas às tarefas do orçamento 
(eletricidade, água, salários de pessoal de chefia, vedações, vias provisórias de 
comunicação, equipamentos não imputados aos custos diretos, etc.). 
 
Parâmetros de referência 
A utilização da experiência anterior é fundamental para que o 
orçamentista possa se referenciar. Alguns projetos concluídos com sucesso devem 
ser alvo de estudos, gerando parâmetros para estruturar novos estudos. 
Por exemplo, para uma estrutura de concreto convencional, as 
dimensões esperadas são as seguintes (tabela abaixo), considerando cada 
medida em relação à área total construída. Esses elementos representam médias 
de projetos considerados de boa qualidade pela experiência da empresa, mas deve-se 
ressaltar que estas medidas foram tomadas com base em projetos estruturais que 
seguiam certo padrão. 
 
No caso da falta de projetos no momento do orçamento ou para permitir a 
comparação de alternativas, é possível considerar estas medidas como 
estimativas, indicando este fato explicitamente no orçamento. Havendo 
dimensões para a estrutura, estas devem ser seguidas, estimando-se de forma 
aproximada apenas a armadura. 
Outra forma de auxílio para um orçamento aproximado consiste na 
consideração da participação percentual média dos grandes itens no custo total, 
preferencialmente obtida em obras similares anteriores. Os percentuais de 
referência podem servir para estimar custos para algumas etapas de projeto ainda 
não desenvolvidas ou para verificar outras etapas, identificando certos erros ou 
inconsistências destes projetos. Uma distribuição razoável é a seguinte (tabela 
27 
 
 
 
abaixo), adequada para prédios de apartamentos residenciais de padrão normal, com 
oito a 12 pavimentos. 
 
28 
 
 
 
Uma referência da utilização dos percentuais, caso não existam ainda s 
projetos de instalações elétricas ou hidráulicas, pode-se determiner 
aproximadamente os valores correspondentes utilizando os dados da tabela 
anterior. 
 
Exemplo: 
Se o valor orçado (com base nos outros projetos disponíveis) foi de R$ 
850.000,00, e as instalações elétricas e telefônicas e as hidrossanitárias são 
previstas como normais, pode-se complementar o orçamento da seguinte forma: 
a) Define-se a participação: Instalações elétricas e telefônicas=5,20% e 
Instalações hidrossanitárias= 9,80%, somando o equivalente a 15% do edifício; 
b) O orçamento básico representa (100% - 15%)= 85%, portanto; 
c) As instalações podem ser estimadas em R$ 52.000,00 e R$ 
98.000,00, respectivamente; 
d) Conclui-se que o orçamento total será de R$ 1.000.000,00 
 
Custos Diretos e Custos Indiretos 
Em obras de Construção Civil, é possível perceber com alguma 
facilidade que há um elevado número de despesas que não pertencem a um serviço 
específico. São custos que ocorrem independentemente das quantidades 
produzidas pela obra e que não foram incluídos nas composições de custos unitários 
dos serviços. Eles são de ocorrência inevitável e por isso precisam ser computados 
no orçamento. 
A esse novo tipo de custo denomina-se custo indireto, já que o fato gerador 
do custo não está diretamente associado às atividades de produção do campo custo 
direto. 
Do ponto de vista da classificação, um custo é tido como indireto se não tiver 
sido considerado como custo direto. Assim é que a betoneira, se não tiver sido 
incluída como insumo no serviço de reboco (que seria um custo direto), terá que ser 
tratada como custo indireto. 
As despesas indiretas associam-se normalmente com manutenção do 
canteiro de obras, salários, despesas administrativas, taxas, emolumentos,29 
 
 
 
seguros, viagens, consultaria, fatores imprevistos e todos os demais aspectos não 
orçados nos itens de produção. 
Enquanto o custo direto é função direta da quantidade produzida, o mesmo 
não se pode dizer do custo indireto. 
O salário do mestre, a alimentação da equipe e o custo de vigilância do canteiro 
serão os mesmos, quer a obra produza 200 m3 de concreto em um mês, quer produza 
30 m3. 
Por exemplo, o salário do engenheiro e a conta de telefone da obra não 
integram as composições de custos dos serviços, mas devem ser levados em conta 
no orçamento. A lista das despesas indiretas é extensa, variando com o porte da 
obra, sua duração, localização e particularidades. 
O custo indireto é todo custo que não apareceu como mão de obra, material 
ou equipamento nas composições de custos unitários do orçamento. 
Em outras palavras, é todo custo que não entrou no custo direto da obra, 
não integrando os serviços de campo orçados (escavação, aterro, concreto, 
revestimento, etc.). 
 
Fatores que podem influenciar os custos indiretos 
O custo indireto geralmente fica na faixa de 5 a 30% do custo total da 
construção. O percentual pode oscilar em função dos seguintes aspectos: 
 
 
FONTE: MATTOS, 2006. 
 
Há empresas que estimam o custo indireto como um percentual do custo direto. 
Embora esse método expedito possa ser aplicado para produzir números 
aproximados, é sempre aconselhável analisar em detalhe os diversos aspectos que 
compõem o custo indireto para que grandes omissões ou excessos sejam evitados. 
30 
 
 
 
Do ponto de vista temporal, por envolver despesas provenientes de várias 
origens (administrativas, legais, comerciais e técnicas), o custo indireto de uma obra 
pode ter ocorrência: 
 
FONTE: MATTOS, 2006. 
 
Para a análise dos custos indiretos de uma obra, é apresentada uma relação 
com os principais custos encontrados na Construção Civil. O peso de cada um deles 
 
31 
 
 
 
variável de obra para obra e nem todos os itens são aplicáveis a todas as obras:
 
32 
 
 
 
 
33 
 
 
 
 
34 
 
 
 
 
35 
 
 
 
 
Fonte: TISAKA,2006 
 
Custos Acessórios 
Além dos custos diretos há outras fontes de despesa que são geralmente 
incluídas nos orçamentos. Tais custos são acessórios porque complementam o 
orçamento da obra, aparecendo perifericamente. 
Os custos acessórios são: 
 Administração Central; 
 Imprevistos e Contingências; 
 Custo Financeiro. 
 
36 
 
 
 
A administração central é a estrutura necessária para a execução das 
atividades de direção geral da empresa, incluindo as áreas administrativa, 
financeira, contábil, técnica, de suprimento, etc. 
O escritório central é apenas um gerador de despesas, sem ser 
propriamente um gerador de receitas, são as obras que suportam as despesas da 
estrutura de uma empresa e precisam embutir nos seus custos uma provisão de 
recursos para o custeio deste. 
As obras rateiam os custos da matriz e remetem mensalmente uma cota 
proporcional ao porte de cada contrato. O percentual do custo que as obras rateiam 
entre si recebe o nome de taxa da administração central. Geralmente, a taxa de 
administração central fica entre 2% e 5% do custo. 
Um orçamento, por mais detalhado e criterioso que seja, é sempre 
aproximado, pois é impossível preverem-se todas as casualidades de uma obra. 
Na construção civil, onde os cenários, os objetos de trabalho e as 
particularidades de metodologia variam de obra para obra, os fatores imprevistos têm 
maior importância. Podem acarretar atrasos de cronograma, acréscimo de custos 
diretos e indiretos, além de colocar em risco a sanidade financeira da construção. 
Em obras por preço global, os imprevistos e contingências devem ser mais 
elevados do que em obras por preço unitário. Se a construtora for utilizar 
seguro de obra (responsabilidade civil, risco de engenharia), o patamar de 
imprevistos é menor. Normalmente, o percentual a ser incluído no orçamento fica na 
faixa de 1 a 3% dos custos (diretos mais indiretos). 
 
TABELA 
 
FONTE: SILVA, 2006. 
37 
 
 
 
Na maior parte dos contratos de construção, o construtor realiza os serviços 
com seus próprios recursos, fecha a medição ao final do mês e só depois de 
alguns dias é que recebe o pagamento. 
A empresa que faz a obra gasta do seu bolso com material, mão de obra e 
equipamento, e só recebe pelo serviço algum tempo depois (que pode variar de dias 
até meses). Em última análise, é como se a empresa contratada funcionasse 
como um banco, financiando a construção. 
No caso de obras públicas, esta é a regra. Pelo fato de haver uma 
defasagem entre o momento do desembolso e o momento do recebimento da 
medição, existe inevitavelmente uma perda monetária. É o que se chama de custo 
financeiro. Se o dinheiro empregado pelo construtor no financiamento da obra 
tivesse sido aplicado no mercado financeiro (poupança, fundos de aplicação, 
ações, etc.), ele estaria rendendo e representaria um ganho real. Essa "perda", ou 
melhor, esse ganho que o construtor deixa de auferir precisa então ser contabilizado 
no custo indireto. 
Ao incluir no orçamento o custo financeiro, não se está dando um benefício 
ou regalia ou lucro ao construtor, senão apenas recompondo o poder de compra do 
dinheiro com o qual ele financia a execução da obra. A única situação em que não 
há a alocação de recursos próprios do construtor na obra é aquela em que a 
contratante paga um sinal ou adiantamento. Neste caso, o construtor tem capital de 
giro para tocar a obra e o custo financeiro é nulo. Não é prática das mais correntes, 
pelo menos no setor público. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
38 
 
 
 
 
COMO CALCULAR PREÇOS DE VENDA 
 
Após a realização do levantamento de todos os custos da obra, definindo o 
percentual de lucro almejado e identificando todos os impostos com suas 
respectivas alíquotas, o orçamentista está em condições de calcular o preço de venda 
da obra. O preço de venda é o valor total ofertado pelo contrato, valor que engloba 
todos os custos, o lucro e os impostos. É o valor final do orçamento. É com ele que a 
construtora irá propor negócio à entidade contratante ou participar da licitação. A 
passagem de custo para preço exige cuidados. Esta etapa esta certamente entre as 
maiores fontes de erro dos orçamentos. 
O custo inclui: 
o Custos diretos; 
o Custos indiretos; 
o Custos acessórios - administração central, custo financeiro, 
imprevistos e contingências. 
 
O PREÇO DE VENDA EM FUNÇÃO DO CUSTO DIRETO 
 
Para melhor entendimento, suponha que uma obra hipotética foi 
orçamentada em R$ 100,00. A diretoria da empresa determinou que a margem de 
lucro almejada é de 12% do preço de venda e o orçamentista verificou que os 
impostos na localidade atingem o patamar de 8%. Um orçamentista incauto aplicaria 
as duas taxas percentuais sobre os R$ 100, chegando a um preço de R$ 120. Isso 
está errado, pois imposto e lucro foram calculados sobre o custo, quando deveriam 
ser aplicados sobre a venda! 
Ao aplicar a margem de lucro e os impostos sobre o custo, o 
orçamentista distorceu o sentido dessas duas taxas, que devem incidir sobre o preço 
de venda, que é o faturamento da empresa. É só fazer a verificação para constatar o 
erro do orçamento: 
 
Preço de venda (PV) = R$ 120,00 
Impostos = 8% x R$ 120,00 = R$ 9,60 
39 
 
 
 
Lucro = 12% x R$ 120,00 = R$ 14,40 
Sobram apenas R$ 96,00 para a realização da obra, porém o custo 
orçado tinha sido de R$ 100,00. 
 
O orçamento está errado! 
 
Para obter o preço de venda correto, deve-se fazer a conta de trás para frente, 
descontar os 12% da margem de lucro e 8% dos impostos, o valor que sobra é 
exatamente o custo de R$ 100,00. 
 
PV – (12% + 8%)PV = R$ 100,00 
PV (1 – 0,12 – 0,08) = R$ 100,00 
PV = 100 / (0,80) = R$ 125,00 (correto!) 
 
Por meio dos cálculos, o preço de venda é suficiente: 
 
Custo = R$ 100,00 
Impostos = 8% x R$ 125,00 =R$ 10,00 
Lucro = 12% x R$ 125,00 = R$ 15,00 
Soma = R$ 125,00 = PV (correto!) 
 
Um erro comum, que muitos orçamentistas cometem, é aplicar primeiro a 
lucratividade e depois os impostos (ou vice-versa): 
 
R$ 100,00 / (1 – 8%) = R$ 108,70 
R$ 108,70 / 1 – 12%) = R$ 123,52 (errado!) 
 
A explicação para esta questão, é que ao aplicar desta forma, os impostos 
acabam por diminuir parte da margem de lucro prevista. 
De forma a realizar um raciocínio lógico e cauteloso, leva-se à seguinte 
equação em notação paramétrica (MATTOS, 2006). 
40 
 
 
 
 
 
Onde, 
PV = preço de venda (R$); 
CUSTO = custo total (direto, indireto, 
administração central, custo 
financeiro, imprevistos e contingências) (R$); 
i% = somatória de todas as incidências sobre o preço de venda (%). 
Não é correto aplicar os percentuais de lucratividade e impostos 
diretamente sobre o custo, pois eles incidem sobre o preço de venda. 
 
O correto é somar todos os custos e dividi-los por (1 - i%), sendo i% a 
somatória de tudo que incide sobre o preço de venda. 
Aplicar lucro e impostos separadamente, também altera o resultado, é preciso 
somar ambos para compor a incidência total, ou seja, conforme a formula apresentada, 
tudo que for custo deve ficar no numerador e tudo que incide sobre o preço 
(faturamento) do contrato fica no denominador (MATTOS, 2006). 
Exemplo: 
Uma obra foi orçamentada em R$ 250.000,00 (custo total). Na localidade da 
obra, os impostos atingem 7% e a margem de lucro desejada pelo constructor é de 
8%. Calcular o preço de venda. 
 
CUSTO = R$ 250.000,00 
Impostos = 7% 
Lucro = 8% 
Incidência sobre o preço de venda = 15% 
 
 
 
 
Verificação: 
Custo = R$ 250.000,00 
Impostos = 7% x 294.117,65 = R$ 20.588,24 
41 
 
 
 
Lucro = 8% x 294.117,65 = R$ 23.529,41 
Soma = R$ 294.117,65 = PV 
 
Exemplo de aplicação do BDI. 
 
Em uma obra composta pelo mapa de trabalhos abaixo: 
 
TABELA - CUSTO DIRETO 
 
 
A soma de R$ 5.000,00 corresponde ao total de custo direto para esta obra. 
Falta acrescer o custo indireto, os custos acessórios (administração contratual, 
custo financeiro, imprevistos e contingências), o lucro e os impostos. 
Para efeito de exemplo de cálculo supondo que estes outros itens tenham 
os seguintes valores: 
 
Custo indireto = R$ 500,00 
Administração central = R$ 50,00 
Imprevistos e contingências = R$ 50,00 
Lucro = 10% sobre o faturamento 
Impostos = 10% sobre o faturamento. 
Com essas premissas de cálculo, o preço de venda será: 
 
 
 
 
42 
 
 
 
Para explicar este valor no Mapa de trabalhos da obra, deve-se de maneira 
lógica dividir o preço de venda pelo custo direto e multiplicar este valor a todos os 
serviços, gerando um multiplicador: 
 
TABELA - PREÇO DE VENDA 
 
FONTE: SILVA, 2006. 
 
Em resumo, todos os custos não diretos foram diluídos sobre os custos diretos. 
Todos os custos indiretos, acessórios, imprevistos, lucros e impostos foram 
linearmente distribuídos sobre o custo direto dos serviços. Este multiplicador 
que no caso do exemplo representou uma majoração de 40%, 
chama-se BDI (SILVA, 2006). 
BDI (Benefícios e Despesas Indiretas) é o fator a ser aplicado ao custo 
direto para a obtenção do preço de venda, portanto: 
 
PV = CD x (1 + BDI) 
 
ou de forma inversa, 
 
 
 
PV = preço de venda 
CD = custo direto 
O BDI inclui: 
 Despesas indiretas de funcionamento da obra; 
 Custo da administração central (matriz); 
43 
 
 
 
 Custos financeiros; 
 Custos imprevistos; 
 Impostos; 
 Lucro. 
Em termos práticos, o BDI é o percentual que deve ser aplicado sobre o custo 
direto dos itens do mapa de trabalhos da obra para se chegar ao preço de venda. 
Por exemplo, se o custo direto de uma determinada obra foi orçado em R$ 
100,00, o custo indireto em R$ 20,00 e o lucro em R$ 10,00, o BDI é igual ao quociente 
(20,00 + 10,00) / 100,00 = 30%. o preço final (preço de venda) será 100,00 x 1,30 = 
R$ 130,00, portanto o BDI é a majoração percentual que o preço de venda representa 
sobre o custo direto. 
 
CÁLCULO DO PREÇO DE VENDA – SEQUÊNCIA DE OPERAÇÕES 
Para o cálculo de preço de venda e BDI, pode-se utilizar a seguinte 
sequência de operações (MATTOS, 2006): 
PV = preço de venda (R$); 
CUSTO = custo total (direto, indireto, administração central, custo 
financeiro, imprevistos e contingências) (R$); 
i% = somatória de todas as incidências sobre o preço de venda (%). 
 
 
 
 
BDI = Benefícios e Despesas Indiretas (%) 
PV = preço de venda 
CD = custo direto 
Outra forma de calcular o BDI é transformar os custos em percentuais, 
tendo a fórmula: 
 
 
44 
 
 
 
Onde, 
CI = Custo indireto (%) (sobre custo direto). 
AC = Administração central (%) (sobre custos diretos e indiretos). 
CF = Custos financeiros (%) (sobre custos diretos e indiretos). 
IC = Imprevistos e contingências (%) (sobre custos diretos e indiretos). 
LO = Lucro operacional (%) (sobre o preço de venda). 
IMP = Impostos (%) (sobre o preço de venda). 
Considerações sobre BDI 
Várias são as conclusões a que se chega sobre BDI (SILVA, 2006): 
Nem toda obra tem o mesmo BDI. 
Por depender diretamente da composição dos custos indiretos, 
administração central, custo financeiro, imprevistos e contingências, lucro 
e impostos, cada obra terá o seu próprio BDI. Não se pode querer que todas as 
obras de uma mesma empresa apresentem o mesmo percentual. 
Mudando as condições, muda o BDI. Por isso, recrimina-se a prática que 
algumas construtoras têm de utilizar um "BDI padrão" da empresa para qualquer 
orçamento. Esta simplificação na prática só teria algum cabimento se a 
construtora só fizesse o mesmo tipo de obra e sob as mesmas circunstâncias, o que 
nem sempre é possível. Para cada obra, o orçamentista tem que calcular o seu 
respectivo BDI. 
No cálculo do BDI só entram os impostos que incidem sobre ofaturamento 
(preço de venda). 
Na construção há uma grande quantidade de impostos, mas só integram o 
cálculo do BDI aqueles que incidem sobre a fatura ou preço de venda: COFINS, PIS, 
CPMF, ISSQN e, no caso de regime de tributação por Lucro Presumido, o IRPJ e a 
CSLL. Outros impostos e encargos, tais como IPI, ICMS, FGTS e INSS não deixam de 
ser computados. O que acontece é que eles são computados em outro lugar: uns são 
integrantes do custo de material, outros compõem a extensa massa de encargos 
sociais e trabalhistas. 
O BDI não tem limite superior. 
O BDI pode assumir qualquer valor positivo, inclusive acima de 100%. 
Sendo o BDI um quociente entre as parcelas que precisam ser diluídas e o custo 
direto, nada impede que o BDI atinja valores muito altos. Supondo uma obra em que 
45 
 
 
 
uma empresa precise construir uma casa popular a milhares de quilômetros de sua 
sede. 
O custo indireto será tão alto em comparação com o custo direto - 
certamente maior, que a razão indireto/direto será superior a 1, gerando um BDI maior 
do que 100%. 
Em uma concorrência, duas empresas proponentes 
nãonecessariamente chegam ao mesmo BDI. 
 
Considerando que cada empresa tem suas peculiaridades de arranjo e 
sofisticação de canteiro, formação de equipe, política salarial, margem de lucroe 
estipulação de riscos e imprevistos, é virtualmente improvável que duas 
construtoras cheguem a um mesmo BDI para uma mesma obra. Aliás, é 
basicamente pelo BDI que as propostas se diferenciam entre si. 
 
CÁLCULO DE CUSTOS DIRETOS DE TAREFAS 
O objetivo consiste na análise e caracterização em detalhes, de todos os 
elementos que compõem os custos compostos de uma construção: mão de obra, 
materiais e equipamentos. 
 
FÓRMULA DOS CUSTOS COMPOSTOS 
 
A formação dos custos compostos do orçamento é realizada por meio do 
estabelecimento dos custos necessários para a execução de um determinado serviço 
ou atividade de acordo com certos requisitos. 
As categorias de custos compostos envolvidas em um serviço são 
(MATTOS, 2006): 
 
Custos de mão de obraA mão de obra é um dos principais custos compostos de uma obra porque 
é o elemento racional de uma obra e de suas ações e decisões depende em grande 
parte o sucesso do empreendimento. Este custo tem influência em todas as partes 
de um projeto de construção civil e é o responsável por dar forma aos serviços. É o 
trabalho humano que, em última análise, gera o produto final. 
46 
 
 
 
A importância da estimativa correta deste custo para uma obra pode representar 
em algumas ocasiões até 60% de seu custo global. 
 
Custos de materiais 
 
Os materiais entram na maioria absoluta das atividades de uma obra, 
representando, muitas vezes, mais da metade do custo unitário de cada serviço. 
A cotação de preço dos materiais é uma tarefa que requer cuidado, porque tem 
algumas particularidades que o orçamentista deve levar em consideração. São 
variadas as formas nas quais os fornecedores dão seus preços, assim como nem 
sempre as cotações obtidas, referem-se ao mesmo escopo de aplicação. 
 
Custos de equipamentos 
De acordo com o porte da obra, os equipamentos podem representar grande 
parcela do custo de um serviço. Os equipamentos geram diversos custos de: 
aquisição, operação, manutenção, seguros, taxas, etc. 
 
CUSTOS DE MÃO DE OBRA, MATERIAIS E EQUIPAMENTOS 
Mão de Obra 
. Encargos sociais e trabalhistas 
O custo de um operário para o empregador não se confunde com seu salário-
base. Isso porque não é só o salário que constitui o ônus do empregador 
- este arca com diversos encargos sociais e trabalhistas impostos pela legislação 
e pelas convenções do trabalho, que se somam ao salário-base ao qual o 
funcionário faz jus. Para compreensão mais clara deste assunto, os encargos sociais 
e trabalhistas são observados sob duas óticas (MATTOS, 2006). 
 
Encargos em sentido estrito 
 
São os encargos sociais, trabalhistas e indenizatórios previstos em lei e aos 
quais o empregador está obrigado. É esta modalidade a mais usada entre os 
orçamentistas. 
47 
 
 
 
Encargos em sentido amplo - aos encargos sociais, trabalhistas e 
indenizatórios somam-se outras despesas que podem ser referenciadas ao 
homem-hora, tais como alimentação, transporte, EPI, seguro em grupo e até horas 
extras habituais. A rigor, esta ampliação do conceito de encargo existe por 
conveniência do orçamentista. 
 
Encargos em sentido estrito 
São os encargos sociais, trabalhistas e indenizatórios previstos em lei e aos 
quais o empregador está obrigado. Estes elementos são apresentados de forma a 
dar uma referência ao orçamentista, na busca dos elementos que devem constar em 
seus estudos: 
 
 
48 
 
 
 
 
FONTE: Sinduscon SP – Novembro/2012. 
 
Na análise dos encargos sociais e trabalhistas, relativos à mão de obra, existem 
alguns encargos fixos e outros variáveis. 
Os fixos são aqueles em que qualquer empresa está condicionada a 
legislação vigente, sendo que independem de considerações como tamanho da 
empresa ou capacidade gerencial. 
Os encargos variáveis dependem das premissas de cálculo adotadas por 
cada empresa. Neste tipo de encargo, uma empresa pode se tornar mais 
competitiva em razão de suas estratégias próprias. Com a finalidade de reduzir o 
percentual de encargos, toda empresa procura se empenhar em reduzir as parcelas 
variáveis, que são basicamente: aviso-prévio, faltas, acidentes de trabalho, auxílio-
enfermidade. 
O aviso-prévio, por ser o item variável mais representativo, deve ser 
permanentemente monitorado pela empresa. Ele pode ser mantido em níveis baixos 
se a rotatividade de trabalhadores for pequena. 
 
Encargos em sentido amplo 
Os encargos em sentido amplo representam uma extensão do conceito 
tradicional dos encargos sociais e trabalhistas. A ampliação consiste em incluir no rol 
49 
 
 
 
dos encargos, todos os demais que possam ser referenciados à hora de cada 
trabalhador, tais como: 
 
Encargos intersindicais 
São aqueles provenientes de acordos coletivos entre sindicatos patronais 
e de trabalhadores da construção civil. Compreendem: 
 Almoço; 
 Café da manhã (refeição mínima); 
 Vale-transporte; 
 Cesta básica; 
 
Seguro de vida e acidentes em grupo. 
Equipamentos de proteção individual (EPI): São os instrumentos de uso 
pessoal para prevenir acidentes e proteger o trabalhador contra possíveis danos à 
saúde causados pelas condições de trabalho. 
Ferramentas. 
Seguro coletivo. 
Horas extras habituais. 
 
Os encargos em sentido amplo permitem tratar a hora do funcionário dentro 
do conceito de profissional remunerado, alimentado, transportado, fardado e 
equipado. De uma maneira geral as empresas preferem computar os custos com: 
alimentação, transporte, EPI e ferramentas nas despesas indiretas, porém a inclusão 
desses custos como mais um grupo de encargos é uma tendência moderna entre 
os orçamentistas. 
 
Encargos intersindicais 
Na dedução do percentual dos encargos intersindicais, será necessário 
calcular o salário médio dos trabalhadores, obtido por meio de tabelas fornecidas pelo 
Sinduscon – Sindicato da Indústria da Construção Civil, que disponibiliza estes 
elementos para cada estado respectivamente. 
 
 
50 
 
 
 
TABELA - HORA-BASE DAS PRINCIPAIS CATEGORIAS DA 
CONSTRUÇÃO CIVIL 
Função Salário/hora (R$) 
Servente 4,07 
Pedreiro 4,91 
Carpinteiro 4,90 
Armador 4,86 
Eletricista 5,17 
Encanador 5,05 
Pintor 5,08 
FONTE: Sinduscon SP – Novembro/2012. 
 
Adicionais legais 
A legislação trabalhista criou alguns adicionais ao salário, destinados a 
indenizar condições desfavoráveis da prestação do trabalho: 
o Trabalho noturno (majoração média de 20%); 
o Insalubridade ("atividades ou operações que, por sua natureza, 
condições ou método de trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos 
à saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da 
intensidade dos agentes e do tempo máximo de exposição aos seus efeitos” 
Consolidação das Leis do Trabalho, art. 189, Código do Trabalho). 
o Periculosidade. A Consolidação das Leis do Trabalho, art. 193, Código 
do Trabalho diz: “o adicional de periculosidade é devido quando ocorre exercício 
de trabalho em atividades ou operações perigosas que, por sua natureza ou 
métodos de trabalho, impliquem o contato permanente com inflamáveis ou 
explosivos em condições de risco acentuado” (SINDUSCON SP, 2012). 
Estes adicionais não têm a natureza de encargos. Se estiverem 
presentes em uma obra, não devem integrar a tabela dos encargos. Os 
adicionais são aplicados sobre o salário (ou sobre a hora-base) e em cima desse total 
é que se computam os encargos sociais e trabalhistas. 
 
 
 
51 
 
 
 
TABELA 
 
FONTE: SINDUSCON SP, 2012. 
 
Os adicionais de insalubridade e de periculosidade não se acumulam. Por 
norma deve ser aplicado o que for mais vantajoso para o trabalhador. 
 
Hora extra habitual 
O adicional por hora extraordinária (hora extra) destina-se a indenizar o 
trabalhador pelas horas suplementares à da jornada diária ou semanal. A hora extra 
pode surgir por extrapolação da carga de trabalho diária, (sendo o excess diário 
compensável não pode ser superior a quatro horas), ou semanal (quando exceder as 
44 horas da jornada legal). 
A Constituição Federal estabelece que o valor da hora extra deve ser no mínimo 
50% maior do que o valor da hora normal (SINDUSCON SP, 2012). De uma maneira 
geral não se leva em conta a hora extra nas composições de custos. Assume-se 
que todo o trabalho da obra se dará dentro da jornada diária e semanal 
regulamentar. Contudo, verifica-se que as construtoras não conseguem 
trabalhar sem recorrer a esse mal necessário e por isso é boa prática prever no 
orçamento um percentual de horas extras habituais. 
 
Materiais 
Cotação de insumos 
Após a identificação dos materiais a serem empregados na obra, realiza-se a 
coleta de preços junto aos fornecedores do mercado construtivo. No preço simples 
obtido devem-secontemplar os custos de frete, impostos de venda, tarifas de 
importação e qualquer outra taxa que venha a incidir algum custo adicional. 
No processo de compra, os principais aspectos que influenciam no preço de 
aquisição do insumo são: 
52 
 
 
 
 Especificações técnicas; 
 Unidade e embalagem; 
 Quantidade; 
 Prazo de entrega; 
 Condições de pagamento; 
 Validade da proposta; 
 Local e condições de entrega; 
 Despesas complementares: frete, impostos, etc. 
 Especificações técnicas (descrição qualitativa do material, 
com informações de dimensões, peso, resistência e 
quaisquer outros parâmetros que sirvam para caracterizar o 
produto); 
 Unidade e embalagem (registro do tipo de embalagem em 
que o material é acondicionado); 
 Quantidade (verificação da quantidade a ser utilizada 
para disponibilidade da quantidade solicitada); 
 Prazo de entrega; 
 Condições de pagamento; 
 Local e condições de entrega; 
 Despesas complementares. 
 
Nem sempre o menor preço é o melhor preço. Embora o menor preço exerça 
uma atração de preferência, cabe ao comprador avaliar a idoneidade do fornecedor, 
a qualidade do material, as condições de pagamento, se é conveniente 
diversificar demais o leque de fornecedores, etc. 
 
Equipamentos 
Custos de propriedade 
Quando o construtor utiliza um equipamento próprio para realizar um serviço 
qualquer em sua obra, o custo envolvido com aquele equipamento não é apenas o 
53 
 
 
 
de combustível, lubrificação e operador. Com o decorrer do tempo, o equipamento 
se desvaloriza, tem seu valor de mercado diminuído. Os custos de propriedade são 
inevitáveis, ocorrendo independentemente da atividade do equipamento. São custos 
provenientes da perda do valor do equipamento com o decorrer do tempo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: Equipamentos de Construção Civil. Disponível em: 
<http://sp.quebarato.com.br/carapicuiba/locacao-e-venda-de-equipamentos-para-
construcao-civil__69190C.html>. Acesso em:10/10/2012. 
 
Para recuperar o dinheiro investido - e poder repor o equipamento no futuro, 
uma parcela do valor de aquisição deve ser cobrada de cada serviço em que o referido 
equipamento for empregado. 
Procedendo dessa maneira, se a vida útil de uma máquina é estimada em 
10.000 horas, ao final dessa quantidade de horas o valor para reposição da máquina 
deverá ter sido recolhido à receita da empresa. 
À tarifa horária cobrada para reaver o valor investido dá-se o nome de 
depreciação horária. Além disso, se o dinheiro não tivesse sido investido na 
aquisição do equipamento, poderia estar tendo rentabilidade por meio de 
aplicação financeira em um banco. Esta segunda parcela, que também precisa ser 
computada, é a de juros horários. Os juros representam a remuneração do capital 
investido no equipamento. 
54 
 
 
 
O processo de determinação da depreciação horária pode ser feito de 
diferentes formas, a mais simples das quais é o método linear, onde o custo horário 
é simplesmente o quociente entre o total de aquisição e a vida útil estimada. 
Para efeito de estimativas e composição de custos para concorrências, 
este método se mostra o mais expedito e prático. Este método será apresentado 
posteriormente. 
 
Depreciação do equipamento 
Quando o construtor adquire um equipamento, ele não está gastando seu 
dinheiro, está investindo, está trocando uma quantia em dinheiro por um bem de valor 
equivalente. 
O valor do equipamento, contudo, começa a se desvalorizar a partir do instante 
em que é entregue, e a desvalorização prossegue em razão de inúmeros fatores, tais 
como idade, tempo de uso, desgaste e obsolescência. 
Esse declínio no valor do equipamento representa um dispêndio real e deve 
entrar na contabilidade da empresa. Pode-se definir depreciação como a diminuição 
do valor contábil do ativo (BALLOU, 2003). 
 
O custo de depreciação de um equipamento é comumente determinado com 
dois propósitos básicos: composição de custos e contabilidade. No primeiro caso, a 
depreciação serve para a determinação da tarifa horária a ser usada no orçamento de 
obras e concorrências. No segundo, a depreciação é exigida para controle fiscal. 
Para fins de orçamentação, como o que se busca é o custo horário do 
equipamento, faz-se necessário calcular o custo da depreciação por hora, que 
depende de três parâmetros: o valor de aquisição, a vida útil e o valor residual. 
Três métodos são os mais usados no cálculo da depreciação de 
equipamentos: método linear, método do saldo devedor (exponencial) e método da 
soma dos anos. Cabe ao construtor definir o que melhor lhe atende. Todos os três 
são explicados a seguir. 
O método linear é o mais comum entre os orçamentistas, sendo aplicado por 
sua grande simplicidade de manuseio. Os outros dois métodos são mais adotados 
na contabilidade da empresa. 
 
55 
 
 
 
Valor de Aquisição 
Valor de Aquisição é o valor pelo qual o equipamento foi adquirido 
(conforme registrado na nota fiscal ou no recibo de compra) acrescido dos 
impostos cabíveis, seguros e despesas com frete, armazenamento e 
desembaraço. No caso de compra a prazo é o valor presente do financiamento. 
 
Juros 
Quando o construtor investe na aquisição de um equipamento, ele esta 
dispondo de uma quantia de dinheiro que poderia estar aplicada no Mercado 
financeiro, rendendo juros. Por isso, o custo de propriedade de um equipamento deve 
levar em consideração também os juros correspondentes ao rendimento que o 
investimento auferiria ao longo de sua vida útil. 
 
Juros não se confunde com lucro 
Uma coisa nada tem a ver com a outra. Os juros não aumentam o 
patrimônio, apenas corrigem o poder de compra do dinheiro. O cálculo dos juros 
baseia-se no conceito de investimento médio ou valor médio do equipamento. 
Esse valor pode ser obtido a partir dos valores anuais de depreciação e saldo 
devedor, que vem a ser o valor do equipamento a cada ano (SILVA, 2006). 
O exemplo do quadro abaixo serve para ilustrar a metodologia. Suponha um 
equipamento de valor de aquisição R$ 200.000,00, com vida útil de cinco anos, 
depreciação linear e com valor residual nulo: 
 
 
 
56 
 
 
 
Em termos matemáticos e assumindo valor residual não bulo, 
demonstra-se que: 
 
 
 
 
onde: 
lm = investimento médio 
Vo = valor inicial 
Vf = valor residual 
n = vida útil (em anos) 
Os juros horários são então calculados da seguinte maneira: 
 
 
 
 
onde: 
Jh = juros horários 
lm = investimento médio 
i = taxa anual de juros 
a = horas de utilização por ano 
Custos de operação 
Embora o consumo dos elementos varie de acordo com o tipo e o estado da 
máquina, e com as condições de operação, algumas fórmulas podem ser utilizadas 
para o cálculo do custo horário de cada elemento. 
Os custos de operação de um equipamento de construção envolvem 
basicamente: 
 
Pneus 
Os pneus já vêm normalmente embutidos no preço de aquisição do 
equipamento. Como a vida útil dos pneus é diferente daquela do equipamento, deve-
se calcular o seu custo horário separadamente, em função da vida útil própria 
deles. 
57 
 
 
 
Em geral, admitem-se três faixas de vida útil para os pneus, de acordo com a 
agressividade do local de trabalho: 
 
 
FONTE: MATTOS, 2006. 
 
Presume-se que ao final da vida útil do pneu, todo o jogo de pneus será 
substituído. No caso de um caminhão de seis rodas, por exemplo, o custo de pneus 
será de um jogo de seis pneus a cada 2.500 horas, supondo-se condições medianas 
de agressividade do local de trabalho. 
 
O custo horário de pneus é dado por: 
 
 
Onde, 
Ph = custo horário de pneus 
p = número de pneus do equipamento 
Cp = custo unitário do pneu 
VUp= vida útil do pneu 
 
Combustível 
Trabalhando em condições ideais, um motor de combustão interna a gasolina 
consome em média 0,23 litros por horsepower-hora (HP x h) desenvolvido. 
Para um motor a diesel, o consumo é aproximadamente 0,15 litros por 
horsepower-horadesenvolvido. 
Todo equipamento tem uma utilização descontínua. Daí a necessidade de se 
aplicar um fator de potência (f) sobre a potência nominal do equipamento. 
Para situações de uso baixo, médio ou intenso, pode-se adotar fator de potência 
de 40%, 55% e 75%. 
58 
 
 
 
 
Motor a gasolina: consumo (I/h) = 0,23 x f x HP 
Motor a diesel: consumo (I/h) = 0,15 x f x HP 
 
FONTE: SOUSA, 2000. 
 
Uma fonte preciosa de dados de consumo são os manuais dos veículos. 
Alguns equipamentos apresentam os seguintes consumos médios: 
 
TABELA - CONSUMO MÉDIO DE COMBUSTÍVEL 
 
FONTE: MATTOS, 2006. 
Lubrificantes 
Os lubrificantes de um equipamento podem abranger óleo do cárter, da 
transmissão e do sistema hidráulico. 
Como exemplo de referência, a fórmula abaixo permite calcular o consumo 
de óleo do cárter em função de três elementos: potência do motor, capacidade do 
cárter e intervalo entre trocas de óleo: 
 
FIGURA 
 
 
 
 
FONTE: PEURIFOY, 1989. 
 
 
 
59 
 
 
 
Onde: 
Q = consumo (lI h) 
HP = potência do motor (HP) 
c = capacidade do cárter (1) 
t = intervalo de trocas (h) 
Para os demais lubrificantes - transmissão, comando final e sistema 
hidráulico, a regra recomendada é adicionar 50% ao custo obtido. Além do 
combustível, há que se computar o custo de graxa e filtros. 
Outra forma de calcular o consumo de materiais é por meio de uma fórmula 
única que engloba combustível, óleos lubrificantes, filtro e graxa: 
FIGURA 
Motor a gasolina: custo horário de materiais = 0,245 x HP x litro da gasolina 
(R$) 
Motor a diesel: custo horário de materiais = 0,18 x HP x litro do diesel (R$) 
FONTE: SOUSA, 2000. 
 
É recomendável à empresa apropriar dados reais de campo. Nada é mais 
preciso do que usar dados retirados da efetiva observação dos equipamentos 
em operação. 
O setor de gestão da obra de uma construtora deve ser capaz de registrar 
o consumo dos materiais e equipamentos envolvidos, no caso de lubrificantes 
por máquina e disponibilizar os dados para o setor de orçamento. 
 
O preço da gasolina é 20% maior do que o do óleo diesel O preço do óleo 
lubrificante é aproximadamente seis vezes o preço do óleo diesel O preço do quilo de 
graxa é o dobro do preço do óleo lubrificante 
FONTE: SOUSA, 2000. 
 
Energia elétrica 
Os equipamentos movidos a eletricidade têm seu consumo de energia 
expresso em função de sua potência, que é dada em HP ou kW. A equivalência é 1HP 
= 0,75 kW. 
60 
 
 
 
São equipamentos elétricos: vibrador de imersão, régua vibratória, 
betoneira, bomba de concreto, bomba de sucção, motosserra, britadeira, martelo 
pneumático, usina de concreto e usina de asfalto. 
O custo horário de energia elétrica é dado por: 
 
 
FONTE: SOUSA, 2000. 
 
Mão de obra de operação 
O custo da mão de obra de operação corresponde ao custo do homem-hora 
de operador. A hora do operador deverá ser calculada com todos os encargos 
sociais e trabalhistas vistos anteriormente. 
 
Custos de manutenção 
Equipamentos exigem manutenção. As despesas são com a aquisição de 
peças de reposição e a mão de obra envolvida na troca das peças, ajustes, etc. 
Os custos variam consideravelmente com o tipo de equipamento e o serviço 
que executam, assim como dependem da política da empresa. 
Em termos gerais, os custos de manutenção compreendem a 
manutenção propriamente, os reparos e as despesas fixas. A rigor é dificil 
estabelecer uma distinção clara entre manutenção e reparo. 
Geralmente denomina-se manutenção o conjunto de atividades de limpeza, 
lavagem, inspeção, ajuste, calibração, regulagem, retoque, reaperto e troca rotineira 
de peças (filtros, mangueiras, cabos, câmaras, etc.). 
Em algumas obras, a manutenção dos equipamentos é feita na própria frente 
de serviço, sem necessidade de levar a oficina mecânica; em outros casos, é 
necessário montar uma oficina. 
Um reparo consiste no conserto ou substituição de peças e partes 
danificadas, defeituosas ou quebradas. Um reparo, portanto, é uma atividade mais 
esporádica, podendo ser minimizada com a maximização da manutenção. 
São serviços de reparo: retífica, serviços de chaparia, usinagem de peças, troca 
de sapatas e esteiras, etc. Uma inspeção mais pormenorizada poderá ser 
61 
 
 
 
encaixada na categoria de reparos se envolver o desmonte completo de uma 
estrutura do equipamento (MATTOS, 2006). 
Os reparos em geral são feitos nas oficinas das obras ou por terceiros, em 
casas especializadas. Se, por exemplo, a transmissão de um trator apresenta uma 
engrenagem quebrada, a substituição pura e simples pode ser considerada 
manutenção, mas se o serviço englobar a desmontagem da caixa de marchas para 
limpeza e inspeção dos componentes, tem-se então um reparo. 
As despesas fixas de manutenção são os gastos de oficina, mão de obra de 
mecânicos e ajudantes, ferramentas, seguros dos equipamentos, impostos (IPVA), 
etc. Elas ocorrem independentemente da demanda por consertos e reparos, não 
sendo necessariamente proporcionais às horas trabalhadas. 
Dados de custos de manutenção e reparo de um equipamento não podem 
estar dissociados de informações sobre as condições de trabalho sob as quais ele 
opera. Uma escavadeira trabalhando em solo arenoso terá menores custos de 
manutenção e reparo do que se ela for empregada para escavar rocha ou argila dura. 
Também exercem influência no custo: a qualidade dos operadores, o grau de 
manutenção, a temperatura ambiente e a idade da máquina. É fácil perceber 
que um equipamento novo tem um custo de manutenção inferior a um 
equipamento de idade avançada, já próxima do término de sua vida útil (SOUSA, 
2000). 
Empresas com longa história de trabalho têm em seus registros de obras 
realizadas uma proveitosa fonte de informação para os custos de manutenção. 
Quanto mais detalhado e completo o banco de dados de que dispõe o 
construtor, mais confiável poderá ser sua estimativa para obras futuras. 
Na composição de custos de um equipamento, é importante avaliar as 
características do serviço a ser executado, para que a estimativa de custos de 
manutenção e reparo não venha frustrar o orçamento. 
 
Método do coeficiente único 
Por se tratar de uma categoria muito vasta, os custos de manutenção são 
geralmente calculados por meio de um coeficiente multiplicador sobre a 
depreciação horária calculada com valor residual nulo, ou seja: 
 
62 
 
 
 
 
 
 
 
Onde, 
Mh = manutenção horária (R$/h) 
Vo = valor de aquisição (R$) 
n = vida útil em anos 
a = números de horas utilizadas por ano 
Se a depreciação horária for calculada com valor residual nulo, pode-se escrever 
(SOUSA, 2000): 
 
 
 
 
Alguns valores de k (fornecido por fabricantes de equipamentos): 
 
TABELA - CUSTO DE MANUTENÇÃO – COEFICIENTE ÚNICO 
 
 FONTE: TCPO 2011. 
63 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte:<http://maceio.tudotemos.com/market/vimalug_LocacaodeMaquinaspar
aConstrucaoCivil_Construcao_9681>. Acesso em: dia mês ano.10/10/2012. 
 
 
 
Método dos coeficientes múltiplos 
Outro processo de estimativa de custos de manutenção baseia-se no quadro 
abaixo. O orçamentista deve enquadrar cada equipamento nos dez campos 
apresentados, multiplicar os coeficientes correspondentes e em seguida multiplicar o 
produto por 1/10.000 do valor de aquisição do equipamento (SOUSA, 2000). 
 
Equipamento alugado 
Em uma obra nem sempre o construtor utiliza apenas equipamento próprio. 
Por conveniência utiliza-se equipamento alugado de terceiros. 
Alugar um equipamento nem sempre é um mau negócio. Em vários casos 
é conveniente ao construtor alugar em vez de comprar.Para tomar a decisão sobre a 
locação de equipamentos deve-se analisar as seguintes situações: 
64 
 
 
 
 O equipamento é extremamente caro e a obra precisa dele por pouco 
tempo; 
 O equipamento é muito específico e a empresa não terá onde utilizá-lo 
depois; 
 O construtor

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