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Comentário: Toda poesia (Paulo Leminski)

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Toda poesia de Paulo Leminski
A obra
	Paulo Leminski conseguiu transitar, na década de 1970, década em que estreia na poesia, entre o Concretismo e a Poesia Marginal. Conseguiu conciliar experimentalismo estéticos com irreverentes coloquialismos. Flertava com o que melhor se produzia em poesia, tanto no Ocidente quanto no Oriente, ao mesmo tempo em que passeava com os improvisos da contemporaneidade. Um poeta de artimanhas lúcidas que ocupou uma zona limítrofe entre o formal e o coloquial, entre o erudito e o pop. 
	Toda poesia reúne a trajetória completa deste curitibano mestre do verso. Obras como Distraídos venceremos, La vie em close, Quarenta clics em Curitiba, encontram-se compendiados aqui neste volume, além de haicais, poemas concretos e poemas-piada de influência oswaldiana, apresentando e brindando os amantes da obra deste poeta-samurai com uma cuidadosa seleção e apurada edição. 
	A apresentação fica por conta da poeta, e sua companheira por duas décadas, Alice Ruiz, o posfácio é assinado pelo crítico e compositor José Miguel Wisnik, a edição ainda conta com um apêndice em que é possível encontrartextos de Caetano Veloso, Haroldo de Campos e Leyla Perrone-Moisés.
	Abaixo, para ilustrar, alguns dos poemas que compõem esta obra:
O tempo fica 
cada vez mais lento 
e eu 
lendo 
lendo 
lendo 
vou acabar 
virando lenda
 ***
quem é vivo 
aparece sempre 
no momento errado 
para dizer presente 
onde não foi chamado
 ***
Quem me dera 
um mapa de tesouro 
que me leve a um velho baú 
cheio de mapas do tesouro
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