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FICHAMENTO - Leviathan Thomas Hobbes (3)

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LeviathanortheMatter, Forme, & Power of a Common-wealthEcclesiasticallandCivill. By Thomas Hobbes ofMalmesbury
INTRODUÇÃO
1. A arte do homem é capaz de reproduzir, ou imitar, o que deus criou – a natureza - até o ponto de criar um animar artificial (Hobbes estaria falando de um mecanismo)
2. O governo, por sua vez (ou Leviatã) seria a arte humana criando um homem artificial: a soberania seria a alma; os magistrados, articulações; punição e julgamento, os nervos; a prosperidade e riqueza, a força; o segurança da população, seu trabalho; os conselheiros são a memória; igualdade e leis, a razão e a vontade; a concordância é a saúde; a sedição é a doença; e a guerra civil é a morte.
3. Deve-se ler a si mesmo antes de tentar ler aos outros
4. O homem que ser puser a governar deve ler, não apenas um ou outro homem, mas a humanidade, algo extremamente difícil de se fazer
PARTE 1 
CAP. 1: da sensação
1. Os pensamentos do homem, individualmente, são mera representação de objetos ou fenômenos externos ao homem, captados pelos seus sentidos. São basicamente ilusões que nos dão ideia da fonte daquela sensação
2. O objeto é uma coisa, a imagem que ele nos causa é outra
3. Nas Universidades, tem-se ensinado a versão de Aristóteles, que diz o contrário. Hobbes discorda de Aristóteles
CAP 2: da imaginação
1. Quando uma coisa está imóvel, permanecerá imóvel para sempre, a menos que algo a agite; quando uma coisa está em movimento, permanecerá eternamente em movimento, a menos que algo a pare 
2. A imaginação é o resquício de uma imagem ou sensação mesmo após findada essa experiência
3. A imaginação de algo se perde em detalhes ao longo do tempo, pela sucessão de novas informações que vão tomando seu lugar em nossa mente
4. Quando queremos exprimir a imagem original, apesar de sua defasagem com o tempo, chamamo-la de imaginação; quando querermos exprimir a imagem de acordo com as deturpações que sofreu, a chamamos de memória.
5. A memória de muitas coisas chama-se experiência
6. Ver um cavalo e depois lembrar-se dele chama-se imaginação simples. 
7. Ver um homem e depois um cavalo e seguidamente imaginar um centauro chama-se imaginação composta.
8. A imaginação enquanto se dorme se chama sonho
9. O sonho tem ligação com o que se sente enquanto se dorme. Logo, algumas reações como ter sonhos de terror quando se sente frio, ou sonhos de cólera quando se sente calor são observadas
10. Sonhos são comumente confundidos por visões ou aparições por pessoas supersticiosas
11. As religiões míticas podem ter surgido pelo mesmo caminho
12. Homens religiosos mal-intencionados usaram dessas fantasias alheias para justificar o uso de exorcismos, águas-bentas, etc. (apesar de que Hobbes assume que deus pode, de fato provocar eventos sobrenaturais)
13. Cabe ao homem sensato só acreditar naquilo que a justa razão lhe apontar como crível
14. Se os homens fossem instruídos dessa forma, estariam muito mais aptos à obediência civil, mas as escolas da época ensinavam coisas como "os bons pensamentos são insuflados (inspirados) no homem por Deus, e os maus pensamentos pelo Diabo"
15. A imaginação produzida pelas palavras ou outros sinais voluntários é chamada de entendimento (o que alguns animais também têm)
16. O entendimento único ao homem é o entendimento de suas concepções e pensamentos
CAP. 3: da consequência ou cadeia de imaginações
1. Cadeia de pensamento, ou discurso mental, é a sucessão de um pensamento a outro
2. Uma imaginação se segue à anterior na medida em que a sensação que a gerou sucedeu a sensação que gerou a imaginação anterior
3. Há duas formas de discurso mental:
a. Livre, sem desígnio e aparentemente aleatório. Ocorre em pessoas despreocupadas
b. Regulada por um desejo ou desígnio. Pode ser de duas formas:
i. A que procura as causas de um efeito (comum a homens e animais)
ii. Imaginar o que se pode fazer com algo
4. O tipo de cadeia de pensamentos que tenta prever que causa terá um efeito, analisando ocorrências anteriores de um efeito similar se chama previsão, e prudência, ou providência
5. Isso pode chamar-se também de sabedoria, pois quanto mais experiência tem um homem, maiores as chances de acerto de suas previsões
6. A prudência também ocorre em animais
7. Pode-se também conjecturar, da mesma forma que se faz para fazer uma previsão, para supor uma cadeia de eventos passada
8. Não há qualquer outro ato do espírito humano que exija alguma coisa mais além do fato de ter nascido homem e de ter vivido com o uso de seus cinco sentidos.
9. Nenhum homem pode ter em seu espírito uma imagem de magnitude infinita, nem conceber uma velocidade infinita, um tempo infinito, ou uma força infinita, ou um poder infinito
10. O homem não pode ter um pensamento representando alguma coisa que não esteja sujeita à sensação
11. Que alguma coisa está toda neste lugar, e toda em outro lugar ao mesmo tempo (ou absurdos semelhantes) jamais ocorreu ou pode ocorrer na sensação; mas são discursos absurdos, aceitos pela autoridade de filósofos iludidos, e de escolásticos iludidos, ou iludidores.
CAP. 4: da linguagem
1. A imprensa foi uma invenção legal, a escrita foi muito mais legal, mas o mais legal de todos foi a invenção da linguagem simplesmente
2. O uso geral da linguagem consiste em passar nosso discurso mental para um discurso verbal, ou a cadeia de nossos pensamentos para uma cadeia de palavras. E isto com duas utilidades:
a. O registro a fim de preservar informação além da capacidade da memória
b. Dar significado às coisas
3. Hobbes cita alguns "abusos da linguagem", como o registro equivocado de ideias, o uso de metáforas, a mentira e o insulto
4. Alguns nomes são próprios, como João e Maria; e outros são universais, como Homem ou gato (contém vários nomes próprios)
5. Usar a palavra para registrar uma regra, ou um padrão (no sentido matemático, ou científico) nos poupa de ter que refazer os cálculos ou as conjecturas necessários para concebê-lo. EX: a soma dos ângulos de um triângulo é 180°
6. É necessária a linguagem para contar, somar, subtrair
7. A verdade e a falsidade só existem na linguagem. Sem linguagem pode-se entender que algo está errado, mas não há como acusar alguém de não dizer a verdade
8. À medida que se constrói conhecimento, portanto, deve-se questionar o conhecimento prévio, usado no raciocínio, para evitar que as inverdades que possam haver neles se acumulem em cada trabalho que se siga
9. Aquele que tira sua instrução da autoridade dos livros, e não de sua própria meditação, é inferior ao ignorante
10. Palavras são as calculadoras dos sábios e as moedas dos loucos
11. Ao ato de raciocinar chamaram silogismo, o que significa somar as consequências de uma proposição a outra.
12. 4 tipos das diversidades de nomes
a. Nomes da matéria: quente, frio, vivo, racional. Parado
b. Nomes abstratos: calor, movimento, comprimento
c. Nomes da fantasia: nomes dados após concebermos algo por nossos sentidos (?)
d. Nomes do discurso: interrogarão, ordem, narração, silogismo, sermão, oração
13. Nomes que são apenas sons insignificantes são, ou aqueles que ainda não têm significado ou explicação; ou quando dois nomes usados para descrever a mesma coisa se contradizem ("corpo incorpóreo")
14. Quando concebemos as mesmas coisas de forma diferente, dificilmente podemos evitar denominá-las de forma diferente também
15. As palavras, que, além da significação daquilo que imaginamos de sua natureza, também possuem uma significação da natureza, disposição, e interesse do locutor.
CAP. 5: Da razão e da ciência
1. Todo exercício de razão nada mais é do que um conjunto de somas e subtrações, seja na lógica, na geometria, na aritmética, nas ciências políticas, ou na retórica
2. “O uso e finalidade da razão não é descobrir a soma, e a verdade de uma, ou várias consequências, mas começar por estas e seguir de uma consequência para outra.”
3. Apesar de a lógica em sim, como a aritmética, ser infalível, homens podem chegar a conclusões erradas usando-a
4. Deve-se sempre amparar pela razão de outros para diminuir a chance de ocorrer umerro de raciocínio
5. Quando homens se julgam mais sábios que outros, muitas vezes tentam impor um monopólio da razão, dizendo que só a sua está correta
6. Quando raciocinamos sem palavras e nos equivocamos, erramos; quando raciocinamos com palavras e chegamos a uma conclusão incoerente, não erramos, cometemos um absurdo
7. Outra superioridade do homem ante os outros animais: a capacidade de exprimir regras gerais ou teoremas de fenômenos através da razão
8. Atribuo a primeira causa das conclusões absurdas à falta de método
9. Sempre em um raciocínio é preciso começar com as definições, os conceitos
10. A SEGUNDA CAUSA DE ABSURDOS é quando se atribui nomes de acidentes (características, fenômenos) a corpos e vice-versa
11. A TERCEIRA CAUSA DE ABSURDOS seria atribuir acidentes de coisas exteriores ao corpo a nós e vice-versa
12. A QUARTA CAUSA DE ABSURDOS seria dar nomes de corpos a nomes ou discursos 
13. QUINTA CAUSA: dar nomes de acidentes a nomes e discursos
14. SEXTA CAUSA: uso d metáforas e outras figuras de linguagem (os exemplos que Hobbes cita têm mais a ver com prosopopeia)
15. SÉTIMA CAUSA: uso de palavras que nada significam (coisa de escolásticos), como transubstanciar e hipostático 
16. A razão está disponível a qualquer um que domine o uso da linguagem e se esforce para usá-la
17. Nomes + nomes = asserções; asserções + asserções = silogismos; esse processo todo = conhecimento de um assunto, ou ciência
18. A maioria dos homens não depende do seu uso da razão, mas apenas da sua memória, prudência, etc.
19. Assim como a muita experiência é prudência, também a muita ciência é sapiência
CAP. 6: Da origem interna dos movimentos voluntários vulgarmente chamadospaixões: e da linguagem que os exprime
1. Há dois movimentos dos animais: os vitais (dos órgãos, respiração, etc.), os animais, ou voluntários (andar, falar, etc.)
2. A imaginação é a primeira origem interna dos movimentos voluntários
3. Os primeiros movimentos internos ao homem que produzirão o andar, falar, etc. são chamados de esforço
4. Esforços que vão em direção ao que os causa são chamados de apetites ou desejo; os esforços que querem evitar aquilo que os causam chamam-se aversão
5. Ódio e amor são manifestações do desejo e da aversão
6. “Das coisas que não desejamos nem odiamos se diz que as desprezamos”
7. Dado que estamos sempre mudando, é impossível que sintamos os mesmos apetites e aversões sempre
8. Coisas de que sentimos desejo chamamos de boas, coisas que odiamos de más, coisas que desprezamos chamamos de indignas
9. “Não há qualquer regra comum do bem e domal, que possa ser extraída da natureza dos próprios objetos. Ela só pode sertirada da pessoa de cada um (quando não há Estado) ou então (num Estado) dapessoa que representa cada um”
10. “Assim, há três espécies de bem; o bem na promessa, que é pulchrum; obem no efeito, como fim desejado, que se chama jucundum, delicioso; e o bemcomo meio, que se chama utile, ou proveitoso”, e seus equivalentes para o mal
11. O deleite ou a perturbação de espírito estão para o apetite e aversão como a imaginação está para a sensação 
12. Prazeres oriundos da sensação chama-se deleite e da expectativa chamam-se alegria; desprazeres oriundos da sensação chama-se dor e oriundos da expectativa chama-se tristeza 
13. Esperança: apetite ligado à crença de conseguir 
14. Desespero: o contrário do anterior
15. Medo: opinião ligada à crença do dano proveniente do objeto
16. Cólera: coragem súbita
17. Confiança em si mesmo: esperança constante
18. Desconfiança em si mesmo: desespero constante
19. Indignação: cólera perante um grande dano feito a outrem
20. Benevolência, boa vontade, caridade: desejo do bem dos outros (se for do bem do homem em geral, chama-se bondade natural)
21. Cobiça: desejo de riquezas 
22. Ambição: desejo de cargos ou proeminência
23. Pusilanimidade: desejo de coisas que só contribuem um pouco para nossos fins, e o medo dascoisas que constituem apenas um pequeno impedimento
24. Magnanimidade: desprezo pelas pequenas ajudas e impedimentos
25. Coragem ou valentia: magnanimidade, em perigo de morte ou ele ferimentos
26. Liberalidade: magnanimidade no uso das riquezas
27. mesquinhez e tacanhez: pusilanimidade quanto ao mesmo
28. paixão do amor: amor por uma só pessoa, junto ao desejo de ser amado com exclusividade
29. curiosidade: desejo de saber o porquê e o como
30. Religião: medo dos poderes invisíveis, inventados feito espírito ou imaginados a partir derelatos publicamente permitidos
31. Quando o poder imaginado é realmente comoo imaginamos, chama-se verdadeira religião
32. O entusiasmo súbito é a paixão que provoca aqueles trejeitos a que se chama riso
33. Muitos riem por causa dos defeitos dos outros, mas isso é um sinal de pusilanimidade e de consciência de menores capacidades de si mesmo
34. O desalento súbito é a paixão que provoca o choro
35. “em todos os casos, tanto o riso como o choro são movimentos repentinos, e o hábito a ambos fazdesaparecer. Pois ninguém ri de piadas velhas, nem chora por causa de umavelha calamidade”
36. Deliberação é qualquer paixão que se desenvolve entre um acontecimento e o seu desfecho 
37. Vontade é o último apetite da deliberação
38. As paixões podem todas ser expressas pelo Indicativo, as deliberações pelo subjuntivo, o desejo e aversão pelo Imperativo, o desejo de conhecer pelo Interrogativo
39. A prosperidade constante, a obtenção sucessiva daquilo que se deseja chama-se felicidade
CAP. 7: Dos fins ou resoluções do discurso
1. Em qualquer momento que um raciocínio se interromper, as alegações que se seguirão serão opinião
2. “A última opinião na busca da verdade sobre o passado e o futuro se chama juízo”
3. Nenhum discurso pode terminar no conhecimento da verdade absoluta dos fatos, pois, sendo apenas um encadeamento de ideias, pode gerar perspectivas coerentes ou absurdas, apenas
4. Discursos que não se iniciam nas definições de conceitos, nunca se desvencilhará do patamar de opinião
5. Quando um discurso se inicia com a confiança nos conceitos propostos por outrem, esse discurso terá mais a ver com a pessoa em quem se baseia do que no objeto de análise. Discurso baseado em fé e crença comum entre os eclesiásticos
6. Crer em alguém não significa confiança, e sim uma aceitação da doutrina
7. Na fé religiosa, quando se acredita nas escrituras, segundo propostas pela igreja, ou por um profeta, crê-se, não em Deus, mas nos homens e instituições que tratam dele. O mesmo vale para a História, que é professada pelos historiadores.
CAP. 10: Do poder, valor, dignidade, honra e merecimento
1. O poder é a capacidade de um homem de obter um bem futuro 
2. Pode ser poder original ou instrumental
3. Quanto mais poder se tem, mais poder se ganha
4. O maior dos poderes dos homens é o do Estado ou de facções (poderes de vários homens unidos)
Qualquer qualidade que torna um homem amado ou temido por muitos é poder
5. Um homem não define seu próprio valor, os outros que o fazem 
6. Elogiar um outro, por qualquer tipo de ajuda, é honrar
7. O soberano de um Estado define por que ritual ou condecoração honrará seus súditos (ou cidadãos?) – honra civil
8. Honra é qualquer sinal de possuir poder
9. Nas religiões pagãs, os deuses são louvados elogiando-se seus atos vis, porque naqueles contextos não-cristãos, aqueles atos eram louváveis
10. Hobbes atribui aos germanos a criação de brasões de famílias (honra hereditária) e os elogia por isso
11. Merecimento – ter as qualidades que fazem ser merecedor de algo (adequação)
12. Valor – se alguém valoroso, apesar de não necessariamente ter qualidades notáveis
13. Mérito – ter direito a algo
CAP. 11: Das diferenças de costumes
1. Costumes, para ele, são as qualidades que produzem uma vida comum harmoniosa 
2. Os homens têm um perpétuo desejo de poder que só se cessa com a morte
3. “não se poder garantir o poder e os meios paraviver bem que atualmente se possuem sem adquirir mais ainda”
4. Os reis buscam manter seu poder internamente através das leis e externamente através das guerras 
5. A competição levaà luta, inimizade e guerra
6. O desejo de conforto leva à obediência do poder
7. “os benefícios obrigam, e a obrigação é servidão”
8. Obter benefícios de um igual nos leva a odiá-lo secretamente, por medo da obrigação de retribuir
9. Obter benefícios de alguém superior leva ao amor
10. Ter feito a alguém um mal faz odiar aquele que o sofreu, pois, esse só pode retribuir com perdão ou vingança, ambos odiáveis
11. Homens vaidosos tendem a preferir salvar sua honra que sua vida
12. Diferença entre uma ação de muitos homens e muitas ações de uma multidão
CAP. 12: Da religião
1. Apesar de que a semente da religião possa existir em outros animais também, só o homem tem a curiosidade, a angústia do não-saber, o medo do desconhecido, e outros atributos de intelecto necessários para criar uma religião
2. Um Deus único, onipotente e todo poderoso é a única causa plausível para explicar o começo de tudo
3. Os homens criam fantasmas para justificar a ação de forças que não vêem, não compreendem
4. Os homens que não conseguem entender o “causar” (a grande maioria), acham que o que aconteceu antes deve ser repetir, se fizerem o que fizeram antes (origem das superstições) 
5. Há homens que criaram religiões segundo sua própria invenção, e os que o fizeram por mando de Deus, mas em ambos os casos, seguiram os procedimentos acima descritos 
6. Toda religião tem a função e a causa de gerar uma sociedade civil
7. Os gentios cometem o erro de atribuir cada aspecto da natureza e da vida humana a um deus, ao invés de entender a realidade do Deus único
8. As mandingas, feitiçarias, oráculos, videntes etc. surgem iludindo as pessoas
9. Os homens que fundavam religiões, ou que as usavam com fim político, atribuíam aos deuses ou criaturas mitológicas a origem de práticas que eles mesmos queriam fundar, para iludir os crentes
10. Fizeram acreditar que aos deuses desagradavam as mesmas coisas que eram proibidas pelas leis e fundaram cultos e seitas e com liturgias, sacrifícios, festivais 
11. Quando Deus se revelou, ensinou ao povo suas leis
12. “Deus é rei de toda a Terra por seu poder, mas de seupovo escolhido é rei em virtude de um pacto”
13. Os homens usam a legitimidade divina para governar, mas quando seu governo e sua sabedoria são questionadas, logo também é questionada sua religião
14. Eles têm que fazer milagres para provar sua relação com o divino e não deixar transparecer que a religião serve apenas para que seu domínio se expanda e seus prazeres sejam satisfeitos, enquanto seus súditos penam
15. A falta de credibilidade de sacerdotes por esse motivos pode justificar porque a religião cristã foi tão bem difundida quando defendida pelos apóstolos e porque boa parte da Europa se desapegou do catolicismo
16. “De modo que posso atribuir todas asmudanças de religião do mundo a uma e à mesma causa, isto é, sacerdotesdesprezíveis”
17. Hobbes critica os dogmas da Igreja Católica, que têm mais a ver com a submissão ao papa, que à espiritualidade
CAP. 13: Da condição natural da humanidade relativamenteà sua felicidade e miséria
1. Apesar de que um homem seja frequentemente mais forte que outro, eles são todos iguais o suficiente para que nenhum tenha capacidade de conseguir nada mais do que outro
2. Isso vale também para as faculdades do espírito (prudência, inteligência, sabedoria)
3. Todos os homens se acham mais sábios que os outros
4. Por conta dessa igualdade, cada homem pode temer o próximo e se rivalizar dele tanto quanto de qualquer um outro, de forma que todos devem se precaver constantemente
5. “os homens não tiram prazer algum da companhia uns dos outrosquando não existe um poder capazde manter a todos em respeito”
6. Três causas principais de discórdia: competição, desconfiança, glória
7. Enquanto não há um poder maior que os mantenha coesos, portanto, há o estado de guerra de todos os homens para com todos os homens
8. Nesse estado, não há espaço para o desenvolvimento da indústria
9. Hobbes não acredita que esse estado tivesse existido no mundo todo em algum momento, mas para ele algumas tribos da América vivem assim hoje
10. Nesse estado de guerra, nada pode ser injusto, faz-se o que é necessário para sobreviver; não existe propriedade privada ou leis
11. Para Hobbes, a justiça não é uma faculdade nata, não existe em um homem sozinho, só quando em sociedade
12. A capacidade de escapar desse estado de guerra incessante vem das paixões e da razão. As paixões para darem ao homem vontade de mudar, e a razão para mostrar-lhe o caminho
CAP. 14: Da primeira e segunda leis naturais, e dos contratos
1. “O direito de natureza a é aliberdade que cada homem possui de usar seu próprio poder, da maneira quequiser, para a preservação de sua própria natureza”
2. Enquanto perdurar o direito de cada homem a todas as coisas (estado de guerra de todos contra todos), ninguém poderá viver tanto quanto poderia naturalmente ou com segurança
3. “Que todo homem deve esforçar-se pela paz, na medida em quetenha esperança de consegui-la, e caso não a consiga pode procurar e usar todasas ajudas e vantagens da guerra”
4. “Que um homem concorde, quando outros também o façam, e na medida em que tal considere necessário para a paz e para a defesa de si mesmo, em renunciar a seu direito a todas as coisas, contentando-se, em relação aos outros homens, com a mesma liberdade que aos outros homens permite em relação a si mesmo”
5. Nenhum homem transfere ou abre mão de um direito à toa, há sempre a busca de um ganho
6. Há direitos de que ninguém há de abdicar, como o de se proteger de um ataque o ameace a vida
7. A transferência mútua de direitos é aquilo a que se chama contrato.
8. Quando há a transferência de direitos por parte de um, sem o ganho imediato, que deverá ser dado posteriormente, esse contrato se chama pacto ou convenção
9. Quando a transferência não é mútua e um dá de bons grados seu direito a outro, isso se chama, não contrato, mas doação, dádiva ou grafia
10. Os sinais de contrato podem ser expressos ou por inferência
11. Sem um poder superior que cobre o cumprimento de um contrato por ambas as partes, caso o contrato na seja cumprido, é nulo
12. Sem esse poder superior, o primeiro a cumprir sua parte do contrato está em desvantagem, pois não pode saber se o outro também o cumprirá
13. Os homens ficam liberados de seus pactos de duas maneiras: ou cumprindo ou sendo perdoados
14. Um pacto anterior anula outro posterior
15. Um pacto em que eu me comprometa a não me defender da força pela força ésempre nulo
16. Nenhum testemunho extraída por tortura deve ser aceito como verdade, pois qualquer um diria qualquer coisa pra livrar-se do castigo
17. Duas coisas podem ser usadas como garantias de um contrato: o medo das conseqüências do descumprimento e o orgulho de quem assina (menos confiável)
18. Dois tipos de medo podem validar um contrato: o medo de entidades invisíveis (religião) e o medo do poder dos homens. O poder do primeiro é maior, mas o medo do segundo é maior. O primeiro surgiu antes da sociedade civil e o segundo, depois
19. Contratos feitos mediante o medo da religião são meros juramentos e um juramento só é válido se for feito em nome de Deus, nunca de outro homem.
CAP. 15: De outras leis de natureza
1. Terceira lei da natureza: “Que os homens cumpram os pactos que celebrarem. Sem esta leios pactos seriam vãos, e não passariam de palavras vazias; como o direito detodos os homens a todas as coisas continuaria em vigor, permaneceríamos nacondição de guerra”
2. Sem essa lei não existe justiça. O que é justo só é definido a partir do que é acordado em um pacto
3. Só existe justiça, mediante a existência de um Estado. Sem o poder dele, nada obriga a ninguém a cumprir os pactos
4. Agir injustamente é contra a razão, pois seria agir contra sua autopreservação, dado que numa sociedade edificada, depende-se dos outros e descumprir uma promessa pode fazer com que essa sociedade se volte contra ele, ou que ele seja expulso dessa sociedade
5. “a justiça, isto é, o cumprimento dos pactos, é uma regra darazão”
6. Tentar usurparum trono, da mesma forma, também não é algo racional, pois assim se ensina aos demais que podem fazer o mesmo quando o pretendente tiver conseguido
7. “um homem justo éaquele que toma o maior cuidado possível para que todas as suas ações sejamjustas, e um homem injusto é o que despreza esse cuidado”
8. Portanto umhomem honrado não perde o direito a esse título por causa de uma ou algumaspoucas ações injustas, derivadas de paixões repentinas ou de erros sobre coisasou pessoas
9. Não se trata só de fazer ações justas, mas de estar sempre interessado a fazê-las
10. Entretanto, o julgamento e a punição não são feitos considerando a justeza de um homem, mas a qualidade de uma ação em específico
11. “os homens podem perdoar uns aos outros suasdívidas, mas não os roubos ou outras violências que lhes causem dano. Porquenão pagar uma dívida é uma injúria feita a eles mesmos, ao passo que o roubo eviolência são injúrias feitas à pessoa do Estado”
12. ”a justiça comutativa é a justiça de um contratante,ou seja, o cumprimento dos pactos”
13. “A justiça distributiva é a justiça de um árbitro, isto é, o ato de definir o que éjusto.”
14. Quarta lei da natureza: “Que quem recebeubeneficio de outro homem, por simples graça, se esforce para que o doador nãovenha a ter motivo razoável para arrepender-se de sua boa vontade”
15. O desrespeito a esta lei chama-se ingratidão
16. Quinta lei da natureza (complacência): “Que cada um se esforce por acomodar-se com os outros” 
a. Deve-se dar espaço para que os demais consigam o que é necessário à sua conservação
b. Aos que respeitam esta lei pode chamar-se sociáveise aos que não o fazem obstinados, insociáveis, refratários ouintratáveis.
17. Sexta lei da natureza: “Que, como garantia do tempo futuro, se perdoem asofensas passadas, àqueles que se arrependam e o desejem”
18. Sétima lei da natureza: “Que na vingança (isto é, a retribuiçãodo mal com o mal) os homens não olhem àimportância do mal passado, mas só à importância do bem futuro”
c. A função dos castigos deve ser corrigir o agressor ou gerar um exemplo
19. Oitava lei da natureza: “Que ninguém por atos,palavras, atitude ou gesto declare ódio ou desprezo pelo outro”
20. “A questão de decidir quem é o melhor homem não tem lugar na condição desimples natureza, na qual (conforme acima se mostrou) todos os homens sãoiguais.A desigualdade atualmente existente foi introduzida pelas leis civis.” – Hobbes absolutista? Nanananão
21. Hobbes questiona Aristóteles, que dizia que alguns homens nascem para mandar e outros para obedecer 
22. Nona lei da natureza: “Que cada homem reconheça os outros como seus iguaispor natureza”
a. A falta desse preceito se chama orgulho
23. Décima lei da natureza: “Que, ao iniciarem-se as condições de paz,ninguémpretenda reservar para si qualquer direito que não aceite seja também reservadopara qualquer dos outros”
a. O Juiz deve considerar ambos os homens iguais
24. Décima primeira lei da natureza: “Que as coisas que não podem ser divididas sejamgozadas em comum, se assim puder ser; e, se a quantidade da coisa o permitir,sem limite; caso contrário, proporcionalmente ao número daqueles que a ela têmdireito.”
a. O que, de fato não pode ser distribuído, deve ser dado em sorteio (o arbitrário, ou o da primogenitura)
25. Décima segunda lei da natureza: “Que a todos aquelesque servem de mediadores para a paz seja concedido salvo-conduto”
26. Décima terceira lei da natureza: “Que aqueles entreos quais hácontrovérsia submetam seu direito ao julgamento de um árbitro”
27. Resumo das leis da natureza: “Faz aos outros o quegostarias que te fizessem a ti.”
28. As leis da natureza obrigam in foro interno, quer dizer, impõem o desejo de que sejamcumpridas
29. As leis de natureza são imutáveis e eternas
30. Portanto enquanto os homens se encontramna condição de simples natureza (que é uma condição de guerra) o apetitepessoal é a medida do bem e do mal.
CAP. 16: Das pessoas, autores e coisas personificadas
1. “Uma pessoa é aquele cujas palavras ou ações são consideradas quer como suaspróprias quer como representando as palavras ou ações de outro homem, ou dequalquer outra coisa a que sejam atribuídas, seja com verdade ou por ficção.”
2. Quando elas são consideradas como suas próprias ele se chama uma pessoanatural. Quando são consideradas como representando as palavras e ações de outro, chama-se-lhe uma pessoa fictícia ou artificial.
3. A pessoa é a mesma coisa de um ator
4. As leis acima descritas também valem para um homem enquanto representante de outro
5. Coisas inanimadas, como uma igreja, um hospital, uma ponte, podem ser personificadaspor um reitor, um diretor ou um supervisor, mas as coisas inanimadas não podem ser autores nem, portanto, conferir autoridade a seus atores
6. De maneira semelhante, as crianças, os imbecis e os loucos, que não têm o usoda razão, podem ser personificados por guardiães ou curadores, mas não podemser autores
7. Deuses falsos podem ser representados, mas não podem ser autores (porque não existem) e nem, portanto, serem personificados. O Deus verdadeiro pode serpersonificado (Moisés, Jesus).
8. Uma multidão não é um autor só, são muitos. Qualquer ação de seu representante fizer deve ser entendida como de autoria de muitos, não de só um
9. Quando há muitos representantes, a voz do maior número será considerada como a voz de todo o povo
SEGUNDA PARTE: DO ESTADO
CAP. 17: Das causas, geração e definição de um
1. Na falta de um poder superior, tendemos a desrespeitar essas leis naturais
2. Em lugares onde homens viviam em pequenas famílias, o que perdurava era a lei da honra. Poder-se-ia roubar (quanto maior o roubo, maior a honra), mas abrir mão de “crueldade”: não tirar vida ou deixar seus instrumentos de trabalho – assim ainda são, em maior escala, as guerras entre reinos
3. A quantidade de gente unida que é necessária para formar o poder que trará a segurança não é exata, só deve ser maior ou equiparável a de outro grupo ameaçante 
4. Esse grupo não será naturalmente coeso e pacífico internamente
5. Porque os homens não são coesos em grupos naturalmente, enquanto outros animais políticos (abelhas) são?
a. Os homens são guiados pela competição por honra e dignidade[abelhas não têm paixões]
b. Nas abelhas não há diferença entre bem comum e bem individual
c. Por não serem racionais, s animais não vêem defeitos na administração de sua existência comum
d. Porque não falam para espalhar más ideias
e. Não conhecem a injúria e o dano; estão sempre satisfeitas com suas semelhantes
f. A união delas é natural, a nossa parte de um pacto
6. “designar um homem ou uma assembleia de homens como representante de suaspessoas, considerando-se e reconhecendo-se cada um como autor de todos osatos que aquele que representa sua pessoa praticar ou levar a praticar, em tudo oque disser respeito àpaz e segurança comuns; todos submetendo assim suas vontades à vontade dorepresentante, e suas decisões a sua decisão. Isto é mais do que consentimento,ou concórdia, é uma verdadeira unidade de todos eles, numa só e mesma pessoa” (pg 116)
7. Assim, amultidão unida a uma só pessoa se chama Estado; é o Leviatã, ou, o Deus Mortal, sob o Deus Imortal
8. Estado por aquisição: quando um homem submete outros por um dom natural – o pai aos seus filhos, ou um exército vencedor ao derrotado – medo de ser destruído 
9. Estado Político, ou um Estado por instituição: quando os homens voluntariamente se submetem a um soberano
CAP. 18: Dos direitos dos soberanos por instituição
1. Diz-se que o pacto que forma o Estado, advém de eleição,por maioria ou unanimidade, de um representante ou uma assembleia de representantes
2. Quem já fez esse pacto, não pode fazer outro (constituir um novo estado já sendo filiado a um)
3. Os homens são obrigados a “reconhecer e a ser considerados autores detudo quanto aquele que já é seu soberano fizer e considerar bom fazer” (PG 118)
4. Qualquer atentado contra o Estado formado é injusto e qualquer perda oriunda dessa tentativa é justa
5. Tudo que o soberano fizer todos os pactuantes fizeram
6. Osoberano também não pode se desfazer do pacto, pois ele não parte dele e os pactos que tiver, enquanto pessoa, com outros indivíduos, no momento do novo pacto, se desfazem
7. Quando se trata de um assembleia, não há esse pacto (o povo de Roma não pode ter feito um pacto com os romanos) (como não?)
8. Como cada súdito é autor de cada ação do soberano, não existe injúria de um soberano para com seu súdito
9. Nenhum súdito, ou união deles pode punir ou matar seu soberano
10. O soberano decide o que é contrário à paz e o que a propicia
11. O soberano que garante a propriedade de cada súdito. Antes do pacto, não havia propriedade
12. O soberano faz as leis
13. O soberano detém o poder de julgar (judiciário)
14. Pertence à soberania o direito de fazer a guerra e a paz com outras nações
15. Compete à soberania a escolha de todos os conselheiros,ministros, magistrados e funcionários, tanto na paz como na guerra
16. O soberano que escolhe quem, e porquê, é punido ou recompensado. Distribui honrarias e punições de acordo com o que vai fornecer estabilidade ao Estado
17. Ao soberano compete conceder títulos de honra
18. O direito de emitir honras e controlar a milícia são direitos que o soberano não pode delegar, porque o exército é a ferramenta para a manutenção da paz e isso só cabe ao soberano; e porque o que produz as honras é o poder e as honras (títulos) saírem de outrem significa que esse outrem é o detentor do poder
19. Foi por repartir esses poderes intransferíveis entre os órgãos do Estado, que o Estado Inglês ruiu em guerra civil
20. Está errado quem afirma que o rei tem maior poder que qualquer um de seus súditos, mas menos poder que todos seus súditos juntos 
CAP. 19: Das diversas espécies de governos por instituição, e da sucessão do poder soberano
1. A diferença entre os governos consiste na diferença do soberano, oupessoa representante de todos os membros da multidão
2. A soberania oureside em um homem ou em uma assembléia de mais de um (que pode ser de todos ou de uma parte)
a. Assembléia de todos – democracia
b. Assembléia de poucos – aristocracia 
c. Um homem governa – monarquia
3. Não pode haver outras espécies degoverno, porque o poder soberano inteiro (indivisível) tem quepertencer a um ou mais homens, ou a todos.
4. outros nomes de espécies de governo, como tirania e oligarquia: as mesmas formas quando são detestadas
5. É contra tanto assembléias quanto monarcas convocarem deputados do povo – seria dividir a soberania indivisível
6. Peculiaridades de monarquia (Hobbes provando que a monarquia, apesar de alguns defeitos, é bacana e melhor que a assembléia):
a. O rei é portador da sua pessoa e da pessoa do povo ao mesmo tempo – provavelmente defenderá mais a sua pessoa que a do povo caso o interesse das duas entre em conflito
b. Um monarca recebe conselhos de quem lhe apraz, e quando eonde lhe apraz
c. O único riso de inconstância é do monarca mudar de idéia. Nas assembléias, há o risco de algo ser decidido por uns e mudado por outros em seguida
d. É impossível um monarca discordar de si mesmo
e. Um inconveniente: os monarcas tem favoritos e aduladores que serão privilegiados (mas a assembléia também tem)
f. há na monarquia o inconveniente de ser possível a soberania ser herdada poruma criança, ou por alguém incapaz de distinguir entre o bem e o mal.
7. Na história, essas 3 formas de governo se confundem e se misturam, mas sem invalidar essa divisão
8. O rei cujo poder é limitado não é superior àquele ouàqueles que têm o direito de limitá-lo. – torna-se uma democracia ou arist.
9. “quando o povo é governadopor uma assembléia que não éde sua própria escolha o governo é uma monarquia; não de um homem sobreoutro homem, mas de um povo sobre outro povo.”
10. Tendo em vista que todos morrem, monarcas ou membros de assembléias, deve-se criar medidas para determinar a sucessão 
11. O direito de definir a sucessão está no soberano – a assembleia para democracias e aristocracias e no monarca para monarquias
12. O monarca deve apontar seu sucessor por palavra falada ou por escrito, mas na ausência desse testamento, os costumes da sociedade que valem
13. Na falta de testamento e costumes nítidos, a descendência a um parente mais próximo é mais ou menos universal
14. “porque os homens são naturalmente mais capazes do que as mulheres para as ações que implicam esforço e perigo”
15. Essa lei pode resultar na entronização de um estrangeiro, o que pode ser ruim, mas é legítimo mesmo assim
16. Hobbes baba ovo doreiJaime, que tentou, mas não conseguiu aderir territórios assimilando a cultura deles (Escócia) 
CAP. 20: Do domínio paterno e despótico
1. Um Estado por aquisição é aquele onde o poder soberano foi adquirido pelaforça (quando os homens individualmente, ou em grande número e por pluralidade de votos, por medo da morte ou do cativeiro, autorizam todas as ações daquele homem ou assembléia que tem em seu poder suas vidas e sua liberdade.)
2. Os direitos e conseqüências da soberania são os mesmos em ambos os casos.
3. O domínio pode ser adquirido de duas maneiras: por geração (pai e filho) e por conquista (despótico)
4. “Porque nem sempre se verifica essa diferença de força e prudência entre o homem e a mulher de maneira a que o direito possa ser determinado sem conflito”
5. “Aquele que tem domínio sobre um filho tem também domínio sobre os filhos desse filho, e sobre os filhos de seus filhos. Porque aquele que tem domínio sobre a pessoa de alguém também tem domínio sobre tudo quanto lhe pertence” – para Hobbes, filhos são um bem, uma posse (?)
6. Domínio por conquista – após derrotado, o vencido se torna servo (não é a vitória que confere o direito de domínio sobre o vencido, mas o pacto celebrado por este)
7. A diferença entre servo e escravo é que servo tem liberdade corpóreas
8. “O senhor do servo é também senhor de tudo quanto este tem, e pode exigir seu uso”
9. Uma grande família, se não fizer parte de nenhum Estado, é em si mesma, quanto aos direitos de soberania, uma pequena monarquia (mas não um Estado)
10. Hobbes cita muitos trechos da Bíblia como justificativa e prova de seus argumentos sobre a servilidade
11. “O poder soberano, quer resida num homem, como numa monarquia, quer numa assembléia, como nos Estados populares e aristocráticos, é o maior que é possível imaginar que os homens possam criar. E, embora seja possível imaginar muitas más conseqüências de um poder tão ilimitado, apesar disso as conseqüências da falta dele, isto é, a guerra perpétua de todos os homens com seus vizinhos, são muito piores” – Hobbes sendo Hobbes 
CAP. 21: Da liberdade dos súditos
1. “Liberdade significa, em sentido próprio, a ausência de oposição”
2. Animais também estão sujeitos à disposição ou falta de liberdade
3. O medo e a liberdade são compatíveis: o que se faz a contragosto por medo de conseqüências é uma ação livre
4. Da mesma forma, a liberdade e a necessidade são compatíveis
5. Em nenhum Estado do mundo foram estabelecidas regras suficientes para regular todas as ações e palavras dos homens
6. “em todas as espécies de ações não previstas pelas leis os homens têm a liberdade de fazer o que a razão de cada um sugerir”
7. A liberdade dos súditos está apenas naquelas coisas que, ao regular suas ações, o soberano permitiu
8. A liberdade do Estado é a mesma que todo homem teria se não estivesse sujeito a um governo – fazer tudo que considerar útil aos seus interesses
9. Os Estados vivem numa condição de guerra perpétua
10. Os homens tomarem como liberdade poderem fazer aquilo que é de poder apenas do Estado é uma causa recorrente de sedições no mundo ocidental
11. “Todo súdito tem liberdade em todas aquelas coisas cujo direito não pode ser transferido por um pacto”
12. Ninguém fica obrigado pelas próprias palavras a matar-se a si mesmo ou a outrem
13. Ninguém tem a liberdade de resistir à espada do Estado, em defesa de outrem
14. O rei não pode outorgar a um súdito a liberdade de fazer aquilo que seria atribuição do Estado (garantir a segurança, por EX) – seria transferir a soberania
15. Se um súditofor prisioneiro de guerra e lhe for oferecida a oportunidade de se tornar súdito de seu vencedor para manter sua liberdade corpórea e sua integridade física, ele tem a liberdade de fazê-lo.
16. Se o soberano banir um súdito, durante o banimento ele não será súdito
17. No case de um rei renunciar ou de não haver herdeiros, os súditos voltam à liberdade de natureza
18. Se um monarca vencido na guerra se fizer súdito do vencedor, seus súditos ficam livres da obrigação anterior, e passam a ter obrigação para com o vencedor
CAP. 22: Dos sistemas sujeitos, políticos e privados
1. Sistema: qualquer número de homens unidos por um interesse ou um negócio
2. Sistemas regulares: aqueles onde um homem ou uma assembleia é instituído como representante de todo o conjunto. Todos os outros são irregulares
1. Sistemas regulares absolutos e independentes: não são sujeitos a nenhuma organização superior (só os Estados são assim)
2. Sistemas regulares dependentes, subordinados: subordinados a um poder soberano 
1. Sistemas dependentes políticos (corpos políticos, pessoa jurídica): os que são criados pelo poder soberano do Estado
2. Sistemas dependentes privados: são constituídos pelos próprios súditos entre si, ou pela autoridade de um estrangeiro
1. Sistemas dependentes legítimos: os que são permitidos pelo Estado, e todos os outros são ilegítimo
3. Os sistemas irregulares são aqueles que, não tendo representante, consistem apenas numa reunião de pessoas – podem ser legítimos ou não
4. Nos corpos políticos o poder do representante é sempre limitado, e quem estabelece seus limites é o poder soberano.
5. Se um corpo político não fosse limitado, fosse absoluto, ele se tornaria um novo soberano, um novo Estado – o que é péssimo e deve ser coibido
6. Os limites do poder que é concedido ao representante de um corpo político dependem de duas coisas: os escritos ou cartas que recebe do soberano e as leis
7. Por sem impossível um rei se adereçar a cada instituição por cartas, as leis devem conter o que é legítimo que as instituições façam
8. Qualquer coisa que o indivíduo que detém a soberania faça que não seja permitida pelas leis ou por cartas, é ato dele como indivíduo, não soberano
9. Quando uma assembléia representante faz algo que não é permitido nas cartas ou leis, ela deve ser julgada como um corpo político, não do soberano
10. Quando um rei, enquanto representante do povo, contrai uma dívida com uma pessoa ou instituição que não está sob a sua soberania, a dívida é do rei, não do Estado
11. Quando isso acontece em uma assembléia, a dívida é só dos que votaram a favor do empréstimo
12. “Nos corpos políticos subordinados e sujeitos ao poder soberano, por vezes se torna não apenas legítimo, mas também útil, que um indivíduo abertamente proteste contra os decretos da assembléia representativa, fazendo que sua discordância seja registrada ou testemunhada.” Mas numa assembléia soberana, essa liberdade desaparece
13. “quando num Estado há diversos países onde vigoram leis diferentes, ou que são separados por grandes distâncias, e quando a administração do governo é delegada a diversas pessoas, esses países onde o soberano não reside e governa por delegação são chamados províncias”
14. “De maneira geral, em todos os corpos políticos, se qualquer dos membros se considerar injustiçado pelo próprio corpo, o julgamento de sua causa compete ao soberano, e aos que o soberano tenha nomeado como juízes de tais causas, ou nomeie para julgar essa causa particular, e não ao próprio corpo político”
15. Para corpo político dentro de um Estado que representa a administração do tráfico exterior, a forma de representação mais conveniente é umaassembléia de todos os membros, quer dizer, uma assembléia tal que todos os que arriscaram seu dinheiro possam estar presentes
16. “Toda união das forças de indivíduos particulares é, se a intenção for malévola, injusta; e se a intenção for desconhecida é perigosa para o Estado, e injustamente oculta” – realmente muito medroso, contra a liberdade de livre associação
17. “sempre que um particular tiver mais servos do que os necessários para a administração de suas propriedades e o legítimo uso que deles possa fazer, trata-se de uma facção, e ilegítima”
CAP. 23: Dos ministros públicos do poder soberano
1. “Um ministro público é aquele que é encarregado pelo soberano (quer este sejaum monarca ou uma assembléia) de qualquer missão, com autoridade, nodesempenho dessa missão, para representar a pessoa do Estado”
2. “Só o monarca, ou a assembléiasoberana,possui abaixo de Deus autoridade para ensinar e instruir o povo, e nenhumhomem além do soberano recebe seu poder”- Educação é função do Estado e os que a exercem são chamados também de ministros
3. Basicamente, todos os representantes do soberano que não sejam o soberano são ministros (inclusive juízes)
4. “todas as controvérsias são de duas espécies, a saber, de fato e de direito, e assim são também os julgamentos, uns de fato e outros de direito”
CAP. 24: da nutrição e procriação de um Estado
1. Nutrição: abundancia e distribuição de materiais imprescindíveis à vida 
2. Essa abundancia é limitada e depende do favor de deus 
3. Nenhum estado produz tudo do que precisa – obtém do exterior por meio de trocas, guerra ou trabalho (manufatura)
4. A manutenção da propriedade é da competência do poder Soberano
5. A primeira lei da distribuição dos bens por parte do Estado é a divisão das terras (segundo o que o soberano achar justo)
6. A propriedade de um súdito sobre uma terra é o poder de excluir qualquer outro súdito do usufruto daquela terra, o que não inclui o monarca
7. O Estado não deve designar terras para si próprio –Hobbes como medo das paixões do representante 
8. O Estado deve delimitar com quem os súditos podem comercializar no exterior, pois os súditos agem segundo o seu próprio bem e não o do Estado
9. O Estado que deve determinar a natureza e a validade dos contratos de venda, troca, compra, arrendamento, etc. entre os súditos
10. Acondicionamento é a substituição de bens por ouro ou prata para serem usados e transportados mais facilmente e favorecerem a troca também incumbência do Estado
11. Canais pelos quais o dinheiro é transportado de e para os cofres públicos são os tesoureiros, cobradores de impostos, os encarregados de pagar os ministros e funcionários
12. A procriação é a formação de colônias, que são como filhos que podem ou não se emancipar
CAP. 25: Do conselho
1. Aponta a confusão comum entre conselhos e ordens
2. Define os dois:
1. Comando: quando alguém diz para fazer ou não algo sem que se espere motivo diferente da vontade de quem diz
2. Conselho: quando se diz para fazer ou não algo visando o benefício de quem é aconselhado 
3. Se você jurou seguir ordens de alguém, deve seguir seus comandos, mas não tem a obrigação de seguir conselhos (a menos que tenha jurado que o faria)
4. Ninguém pode querer o direito a dar conselhos a alguém. Se assim for, normalmente significa que essa pessoa quer tirar algum benefício próprio daí
5. Ninguém pode ser punido por dar um conselho que o soberano pediu, pois o soberano deu a permissão, seja qual for o conselho; mas se um súdito der a outro o conselho de transgredir a lei, ele pode ser punido
6. Exortação e dissuasão são conselhos que quem faz quer muito que sejam cumpridos. O primeiro é uma persuasão positiva, a fazer algo; e o segundo uma negativa, a não fazer. Nesses casos, quem dá o conselho visa um benefício próprio 
7. Esses dois só têm cabimento quando dirigidos a uma multidão, pois é mais difícil para várias pessoas perceberem a dissuasão ou exortação no discurso 
8. O conselheiro que dissuade é necessariamente um mau conselheiro, mas aquele que tem direito de mandar (pai de família, general) faz bom uso da dissuasão ou exortação quando os emprega no lugar de uma ordem 
9. Cita uns exemplos bíblicos sem graça de ordem e conselho 
10. “Experiência é meramente a memória das conseqüências de ações afins previamente observadas e conselho é o discurso pelo qual essa experiência é passadapara outrem” 
11. Primeira condição para a tarefa de um conselheiro: que seus objetivos não sejam inconsistentes com os de quem ele aconselha
12. Segunda condição: o conselheiro, quando tiver seus conselhos requisitados, deve exprimi-los da maneira mais clara, objetiva e lógica possível (não utilizar metáforas ou só se basear em exemplos, autoridade de livros ou opinião)
13. Terceira condição: como nenhum homem entende de tudo, um conselheiro deve ser encarregado de aconselhar apenas sobre assuntos que ele conheça e tenha meditado muito a respeito (faculdade necessária ao bom conselheiro: julgamento)
14. Quarta condição: quando se trata de conselhos sobre outro Estado, o conselheiro deve ter conhecimento dos tratados, cartas, etc. entre os dois Estados
15. Quinta condição: caso haja um número grande de conselheiros, o representante deve ouvi-los separados, e não juntos: o perigo da eloqüência; o medo que alguns terão de se manifestar por não quererem contrariar alguém que falou muito bem; alguns podem só concordar ou negar algo que outro disse, ao invés de dar sua opinião completa; numa conversa particular se pode interromper, questionar, sugerir com mais facilidade do que em uma assembléia; numa assembléia, os homens vão querer falar, não apenas pela pertinência de seus conselhos, mas também para se mostrarem inteligentes; em caso de deliberações que devem ser mantidas em segredo, é muito arriscado consultar muitas pessoas, sejam juntas ou separadas
CAP. 26: Das leis civis
1. Leis civis: leis que os homens têm que respeitar independente do Estado (em contraponto à lei particular, de cada Estado)
2. Vêm desde o império romano
3. “é evidenteque a lei, em geral, não é um conselho, mas uma ordem”
4. Definição de Hobbes: “A lei civil é, para todosúdito, constituída por aquelas regras que o Estado lhe impõe, oralmente ou porescrito, ou por outro sinal suficiente de sua vontade, para usar como critério dedistinção entre o bem e o mal; isto é, do que é contrário ou não écontrário à regra.
5. Não há nada considerado injusto que não seja contrário a alguma lei
6. Deduções sobre a lei civil
1. Em todos os Estados o legislador é unicamente o soberano
2. O soberano de um Estado não seencontra sujeito às leis civis.
3. Qualquer costume que, por ter sido respeitado por muito tempo, adquire caráter de lei, só é regra porque o soberano permite que continue sendo respeitada (pelo silêncio do soberano) e por ele pode ser proibido – diz isso com base no direito consuetudinário
4. A lei de natureza e a lei civil contêm-se uma à outra e são de idêntica extensão. A lei da natureza não é propriamente uma lei, é uma predisposição das pessoas a seguirem o que é justo e tomarem apenas o que é seu. A obediência à lei civil também faz parte da lei de natureza
5. “O legislador não é aquele por cuja autoridadeas leis pela primeira vez foram feitas, mas aquele por cuja autoridade elas continuam sendo leis” – se um país conquistado mantém suas leis após a conquista, elas passam a ser leis do Estado maior, e não leis do antigo Estado derrotado
6. O poder legislativo não deve estar na mão de “indivíduos particulares ou juízes subordinados” – o rei controla um possível parlamento
7. É a razão que produz as leis: “não é a letra(isto é, cada uma de suas frases)que é a lei, e sim aquilo que é conforme à intenção do legislador”
1. A lei não pode ser imanada de “uma perfeição artificial da razão, obtida através de muitoestudo, observação e experiência (...) porque é possível que muito estudo fortaleça e confirme sentenças errôneas” – Hobbes se contradizendo quanto aos primeiros capítulos sobre a razão?
2. A única razão que deve produzir leis é a razão do soberano 
8. “a ordem do Estado só é lei para aqueles que têm meios paradela se informarem” – crianças, loucos, animais não são obrigados a seguir as leis
1. “se for uma lei obrigatória para todos os súditos semexceção, e não estiver escrita ou de algum outro modo publicada em lugaresonde deles possam informar-se, trata-se de uma lei de natureza”
2. O mesmo vale para uma lei que é dada a uma pessoa só ou a um grupo de pessoas (delegação de funções do soberano aos ministros)
7. Não basta que a lei seja escrita e publicada, é preciso também que haja sinaismanifestos de que ela deriva da vontade do soberano – cabe ao juiz dizer aos homens o que é a lei
8. “quando alguém duvida se um ato que vai praticar é justo ouinjusto, e pode informar-se, se quiser, o ato é ilegítimo”
9. O que os filósofos dizem não é lei, ou pode servir para interpretar leis, a menos que isso seja explicitamente definido pelo soberano – “Tudo o que escrevi neste tratado sobre as virtudes morais, e sua necessidade paraa obtenção e preservação da paz, embora seja evidentemente verdadeiro nãopassa por isso a ser lei”
10. O juiz pode voltar atrás numa sentença que deu se perceber que ela não era tão alinhada com as leis
11. Outra maneira de dividir as leis: naturais e positivas
1. “As naturais são as que têm sido leis desde toda a eternidade, e não sãoapenas chamadas naturais, mas também leis morais”
2. As positivas são as eu foram tornadas leis pela vontade daqueles que tiveram o poder soberano sobre outros
1. As positivas são humanas ou divinas
1. As humanas são distributivas (determinam os direitos dos súditos) ou penais (declaram qual a penalidade que deve ser infligida àqueles que violam a lei)
2. As leis divinas são as que Deus dirigiu, por meio de seus autorizados, a um grupo específico de pessoas
a. Não se pode saber quem são esses autorizados a menos que se tenha uma revelação sobrenatural de que eles o são. Não basta que esses autorizados sejam muito justos ou tenham recebido uma revelação eles próprios; só se pode acreditar neles quando Deus se manifestar em seu nome para as outras pessoas sobre as quais ele pode legislar.
12. Outra distinção: leis fundamentais e não fundamentais
1. Lei fundamental é aquela que, se eliminada, o Estado é destruídoe irremediavelmente dissolvido – basicamente a obediência ao soberano
2. Lei não fundamental éaquela cuja revogação não acarreta a dissolução do Estado
13. Para Hobbes, lei civil e direito civil são respectivamente o que o súdito não pode e pode fazer (direito = liberdade; lei = proibição/obrigação)
14. As tão referidas cartas dos últimos capítulos não são leis, mas isenções da lei doadas pelo Soberano
CAP. 27: Dos crimes, desculpas e atenuantes
1. “Um pecado não é apenas uma transgressão da lei, é também qualquermanifestação de desprezo pelo legislador. Porque um tal desprezo é uma violação de todas as leis ao mesmo tempo.” (pg. 187)
2. Não é só infringir a lei que é crime, a intenção de transgredir também o é
3. “Um crime é um pecado que consiste em cometer (por feito ou por palavra) umato que a lei proíbe, ou em omitir um ato que ela ordena” (pg. 188)
4. A simples vontade de transgredir é pecado, mas não é crime; transgredir de fato é crime e pecado
5. “onde acaba a lei civil acaba também o crime” (pg. 188) – não é crime se nenhuma lei condena
6. A fonte de todo crime é algum defeito deentendimento, ou algum erro de raciocínio, ou alguma brusca força das paixões.
1. Crimes cometidos por defeito de entendimento ou de raciocínio não necessariamente retiram seu caráter criminoso, mas certamente o atenuam 
2. O defeito de entendimento é ignorância, e o de raciocínio é opinião errônea
1. A ignorância pode ser de três espécies:
1. Da lei: a ignorância de alguma lei da natureza não é desculpa para infringi-la, mas a ignorância de alguma lei civil (que não seja indissociável de alguma lei da natureza) é desculpa
2. Do soberano: não é desculpa para infringir a lei. Todo homem deve saber qual é o poder pelo qual lá tem sido protegido
3. Da pena: não é desculpa para cometer crime
2. Por defeito de raciocínio (opiniões errôneas) os homens são capazes de violar as leis de três maneiras:
1. “por presunção de falsos princípios”
2. “por falsos mestres”: que ensinam a lei errada
3. “por inferências erradas feitas a partir de princípiosverdadeiros”
3. Paixões que mais freqüentementese tornam causas do crime: vanglória (achar que é melhor que os outros, logo, a lei é diferente para você), paixões do ódio, da concupiscência, da ambição e da cobiça
7. “Nenhuma lei feita depois de praticado um ato pode transformar este num crime” (pg.190)
8. Seguir as paixões e pecar só pode ser evitado “por um extraordinário uso da razão ou poruma constante severidade em seu castigo” pg.192
9. Muitas paixões que levam o homem a cometer crimes estão continuamente presentes, ao passo de que a razão necessária para nos impedir de segui-las não é constante
10. “De todas as paixões, a que menos faz os homens tender a violar as leis é o medo.” (pg.192) – na verdade, é a única que força os homens a respeitá-las
11. Nem todos os crimes de mesmo tipo devem ser punidos com igual severidade (crítica aos estóicos, que falavam que matar uma galinha e matar o próprio pai mereciam a mesma pena)
12. “A falta de meios para conhecer a lei desculpa totalmente (...) Mas a falta dediligência para informar-se não pode ser considerada como falta de meios,” pg.193
13. Considera-se que todos entendem naturalmente as leis da natureza (que emanam da máxima “não faça aos outros aquilo que não quiser que seja feito a você”)
14. “Se alguém for obrigado, pelo terror de uma morte iminente, a praticar um atocontrário à lei, fica inteiramente desculpado” pg.194
15. Quando alguém se encontra privado de alimento e de outras coisas necessárias asua vidae só écapaz de preservar-se através de um ato contrário à lei, o crime é totalmente desculpado
16. Ao se atentar contra a lei por autoridade de outrem, tanto oautor como o ator são criminosos. A menos que seja o soberano que ordene que o crime seja cometido
17. Os graus do crime distribuem-se em várias escalas
18. Fatores que delimitam a gravidade de um crime:
1. Malignidade da fonte ou causa
2. Contágio do exemplo
3. Pelo prejuízo do efeito
4. Concorrência de tempos, lugares e pessoas
19. “O mesmo ato praticado contra a lei,se derivar da presunção de força, riqueza e amigos capazes de resistir aos quedevem executar a lei, é um crime maior do que se derivar da esperança de nãoser descoberto ou de poder escapar pela fuga” pg. 195
20. Um crime que tiver sido punido severamente muitas vezes antes é maior do que se houver inúmeros casos anteriores de impunidade
21. “Um crime provocado por uma paixão súbita não é tão grande como quando omesmo deriva de uma longa meditação” pg.196
22. Aquilo que é proibido por lei, mas o legislador tacitamente aprova é um crime menor
23. Crimes contra o Estado ou contra o soberano são maiores que os mesmos crimes cometidos contra particulares
24. “Um crime é chamado crime público, quando a acusação é feita em nome do Estado, e quando esta é feita em nome de um particular chama-se-lhe crime privado” pg. 198
CAP. 28: Das penas e das recompensas
1. “Uma pena é um dano infligido pela autoridade pública, a quem fez ou omitiu o que pela mesma autoridade é considerado transgressão da lei, a fim de que assim a vontade dos homens fique mais disposta à obediência” pg.199
2. “o direito de punir que pertence ao Estado (isto é, àquele ou àqueles que o representam) não tem seu fundamento em qualquer concessão ou dádiva dos súditos” pg.199 – é um absurdo, mesmo na hora do pacto, alguém dar a outrem o direito de puni-lo
3. Assim como no estado de natureza, no Estado existe o direito de ferir a outrem para se preservar; mas nesse último momento, esse direito é exercido apenas pelo soberano 
4. Sobre as penas:
1. nem as vinganças pessoais nem as injúrias de particulares podem propriamente ser classificadas como penas
2. não constitui pena o ser-se esquecido ou desfavorecido pela preferência pública
3. os danos causados pela autoridade pública, sem condenação pública anterior, não devem ser classificados como penas, mas como atos hostis
4. os danos infligidos pelo poder usurpado ou por juízes não autorizados pelo soberano não são penas, mas atos de hostilidade
5. se não tem a intenção de predispor o delinqüente, ou outros homens, através do exemplo, à obediência às leis, não é pena, mas ato de hostilidade
6. “penas divinas” não são consideradas penas válidas no Estado
7. se o dano infligido for menor do que o benefício ou satisfação naturalmente resultante do crime cometido, tal dano é mais preço ou redenção do que pena aplicada por um crime
8. se uma pena for determinada e prescrita pela própria lei, e se depois de cometido o crime for infligida uma pena mais pesada, o excesso não é pena, e sim ato de hostilidade.
9. os danos infligidos por um ato praticada antes de haver uma lei que o proibisse não são penas, mas atos de hostilidade
10. os danos infligidos ao representante do Estado não são penas,mas atos de hostilidade
11. os danos infligidos a quem é um inimigo declarado (inimigo do Estado) não podem ser classificados como penas. O súdito que negar a autoridade do soberano pode ser considerado automaticamente um desses inimigos 
5. “a finalidade das penas não é a vingança, mas o terror” pg.200
6. A primeira e mais geral distribuição das penas é em divinas e humanas (infringidas por ordem dos homens)
7. Tipos de penas humanas: corporais (dano físico), pecuniárias (privar de bens), a ignomínia (privar de honras), a prisão, o exílio (sozinho é uma pena ruim), ou uma mistura destas
8. A recompensa pode ser por dádiva (graça) ou por contrato (salário) 
9. “Os benefícios outorgados pelo soberano a um súdito, por medo de seu poder ou de sua capacidade para causar dano ao Estado, não são propriamente recompensas. (...) São mais sacrifícios” Pg.204
10. “das penas e das recompensas, as quais são como que os nervos e tendões que movem os membros e as juntas de um Estado” pg.205
11. Explica de onde tirou a comparação com o Leviatã (dois últimos versículos do capítulo 41 de Jó)
CAP. 29: Das coisas que enfraquecem ou levam à dissolução de um Estado
1. Se os homens usassem melhor a razão, poderiam impedir que o Estado ruísse por motivos internos
2. Quando isso acontece, a culpa é dos homens que nele residem enquanto seus obreiros e organizadores
3. Dentre as enfermidades do Estado, há aquelas oriundas de um estabelecimento defeituoso do mesmo nos seus primórdios; como quando um homem se faz rei contentando-se com menos poder do que deveria para a paz e defesa do Estado
4. “Todos os Estados que têm seu poder limitado, mesmo que seja pouco, estão sujeitos a tais inconvenientes ou estratagemas.” Pg.206
5. Segundo tipo de enfermidades: as que derivam do veneno das doutrinas sediciosas: como acreditar que cada um (e não a lei civil) deve ser o juiz de quais seriam as boas ou más ações num Estado; ou conceber que é pecado aquilo que o homem faz contra a sua consciência (consciência moral mesmo) – o Estado é a consciência civil; ou acreditar que a fé e a santidade não podem ser frutos da razão, e sim de inspiração divina
6. A fé e a santidade não são milagres, mas provocadas pela educação, pela disciplina, pela correção
7. Quarta opinião incompatível com a natureza do Estado: o detentor do poder soberano está sujeito às leis civis
8. Quinta doutrina perniciosa: o indivíduo teria propriedade absoluta sobre seus bens, acima do Estado
9. Sexta doutrina perniciosa: o poder soberano pode ser dividido (parece ser a que o Hobbes mais teme)
10. Outra recorrência tão perigosa quanto acreditar nessas doutrinas nocivas é ser seduzido por exemplos de governos vizinhos e promover agitações por causa disso
11. Outra ameaça, mais específica às monarquias, é a leitura de particulares não instruídos de livros de história ou filosofia clássica que exaltam a democracia antiga, muito sedutora mas com seus defeitos
12. Critica teses que defendem a divisão da soberania (como aqueles que acreditam que os homens podem ter mais de uma alma, outros defendem que o Estado também teria)
13. Supremacia temporal tem que estar subordinada à espiritual ou a espiritual têm que estar subordinada à temporal
14. Critica explicitamente a tripartição do governo (ele cita, entretanto, o poder de cobrar impostos, de comandare de legislar) - não pode haver consenso, divisão do governo em 3 facções
15. Outros males para o Estado, não tão severos, mas ainda dignos de nota
1. Dificuldade de conseguir dinheiro para os gastos necessários do estado
2. Monopólio de renda do Estado em uma ou poucas mãos particulares
3. A popularidade de um súdito poderoso (a menos que o Estado tenha muita certeza de sua fidelidade)
4. A grandeza Imoderada de uma cidade, principalmente quando essa tem recursos para conseguir um exército muito forte 
5. O apetite insaciável e desregrado de alargar os domínios do Estado
CAP. 30: Do cargo do soberano representante
1. O soberano não necessariamente deve preservar apenas a vida dos súditos, mas também garantir algumas outras “comodidades” – instrução pública, feitura e execução de boas leis
2. Os direitos do soberano são essenciais para a manutenção do Estado. É contra seu dever transferir para outro ou tirar de si qualquer deles - reconhece estar sujeito às leis civis, renunciar ao poder da judicatura suprema, ou ao poder de fazer a paz e a guerra, ou de levantar impostos e soldados, etc.
3. É contra seu dever deixar o povo ser ignorante dos fundamentos daqueles seus direitos essenciais
4. Muitos argumentam que o povo vulgar não tem capacidade de entender os princípios do governo, mas o que falta é muito mais interesse do que capacidade 
5. Portanto é dever do soberano instruir o povo sobre os direitos essenciais (que são as leis naturais e fundamentais) da soberania – contra o perigo da rebelião
6. O povo deve ser ensinado também a não enamorar-se de nenhuma forma de governo que vê nas nações vizinhas
7. “a prosperidade de um povo governado por uma assembléia aristocrática ou democrática não vem nem da aristocracia nem da democracia, mas da obediência e concórdia dos súditos” pg.215
8. “Retirem seja de que Estado for a obediência (e consequentemente a concórdia do povo) e ele não só não florescerá, como a curto prazo será dissolvido.” Pg.216
9. O súdito também deve ser ensinado a não admirar demais um indivíduo ou assembléia que não sejam o soberano a ponto de prestar-lhe obediência
10. Também devem ser ensinados a não falar mal do soberano ou por em questão seu poder
11. Deve ser definido as ocasiões em que o encarregado instruirá o povo sobre as leis
12. Os homens devem ser ensinados a não usurpar bens dos outros, seja a vida, a integridade física, o cônjuge ou a fortuna
13. Deve ser ensinado que, não só cometer um ato criminoso, mas também intentar cometê-lo é errado
14. “É portanto manifesto que a instrução do povo depende totalmente de um adequado ensino da juventude nas Universidades” pg.218
15. Atesta o perigo das universidades contra o poder do estado
16. A justiça deve ser feita com equidade, tanto para ricos, quanto para pobres
17. Toda violação de lei é uma ofensa contra o Estado, mas há algumas que são também contra as pessoas privadas. Só as que dizem respeito apenas ao Estado podem ser perdoadas sem ressarcimento ou punição
18. “Da igualdade da justiça faz parte também a igual imposição de impostos” pg.219 – defende o imposto sobre consumo
19. O Estado deve amparar aquele súdito que não conseguir se sustentar eventualmente por seu próprio trabalho 
20. O Estado também deve garantir que todos tenham trabalho (incentivando diversos setores como navegação, comércio, agricultura), e obrigar os que tenham condições a trabalhar, obrigando-os a migrarem para regiões onde há emprego e “quando toda a terra estiver superpovoada, então o último remédio é a guerra” pg.220
21. O soberano deve fazer leis justas, mas a definição de lei justa é aquela que foi feita pelo soberano (?) pg.220
22. “Leis desnecessárias não são boas leis, mas sim armadilhas para dinheiro” pg.221
23. “conhecida a intenção do legislador, a lei é mais facilmente compreendida com poucas palavras do que com muitas” pg.221
24. Pertence também ao cargo do soberano estabelecer uma correta aplicação de castigos e recompensas. O soberano deve sujeitar às leis também, e especialmente, aqueles de quem é próximo, pois a impunidade desses seria perigosa por incitar a opinião pública contra o governo
25. PECOCHINHO
26. “Crimes que resultam de grande provocação, de grande temor, de grande necessidade, ou de ignorância dão ocasião muitas vezes à benevolência sem prejuízo do Estado” pg.222
27. Dar recompensas a quem tiver feito algo que beneficia o Estado é uma boa maneira de incentivar que outros façam o mesmo, mas deve ser feito com cautela para evitar a proliferação da maldade e da ambição
28. É tarefa também do Soberano, a composição do seu conselho. Isso só existe na monarquia, pois numa assembléia, o conselho se confunde com o beneficiário dele
29. O general do exército deve ser popular, ter reputação, pois tem que ser amado e temido por seus subordinados; ao passo em que devem ser, acima de tudo, súditos fiéis 
CAP. 31: Do reino de Deus por natureza
30. Para saber se deve-se seguir a lei civil ou a divina, ou se elas são, de fato congruentes, deve-se conhecer essas leis divinas
31. Todos são suditos de Deus, embira algumas nações e alguns ateus queiram negar esse fato
32. Deus declara suas leis de três maneiras:
1. Pelos ditames da razão natural - racional
2. Pela revelação - sensível
3. Pela voz de agum homem, ao qual, pela feitura de milagres, concede crédito junto dos outros - profética
33. Através da segunda voz de Deus nenhuma lei foi promulgada
34. Há, portanto, dois reInos possíveis de deus na terra: o reino natural (governado pelos ditames da natureza na razão dos homens) e o reino profético (quando elogia uma nação como sua escolhida e a governa através de seus profetas, como ocorreu com os judeus)
35. O homem que, no estado de natureza, tenha força suficiente para unir outros ao seu redor e governá-los, tem, assim, a bênção divina para fazê-lo
36. Leis divinas = ditames da razão natural
37. Falará agora das leis naturais que não comentou nos capítulos 14 e 15, referentes à honra e ao culto da divina majestade
38. A honra consiste na opinião de poder e bondade de outro e os sinais externos dessa opinião aparecem sob nome de culto
39. Da honra interna surgem três paixões: o amor - da bondade; e a esperança e o temor - do poder
40. Três partes do culto externo: louvor - referente à bondade; e glorificação, e bênção - referentes ao poder
41. O efeito desses últimos três é a bondade
42. Há marcas de honra naturais: os atributos bondade, justeza, ser tido como liberal; as ações orações, ações de graça, obediência - culto natural
43. Marcas de honra por instituição e costumes, que podem ter significados positivos, negativos ou indiferentes, dependendo do lugar: saudações - culto arbitrário 
44. O culto arbitrário pode ser livre ou obrigado
45. Há também o culto privado, que é feito por um particular, e o público, que quando feito pelo Estado é livre e quando feito por particulares não o é
46. “A finalidade do culto entre homens é o poder. Pois quando um homem vê outro ser cultuado considera-o poderoso e fica mais pronto a obedecer-lhe” pg.229
47. Atributos de Deus
1. A sua existência
2. Os que dizem que deus é o mundo, ou a alma do mundo, estao errados. Deus é a causa do mundo
3. Dizer que o mundo não foi criado, mas que é eterno, é negar a existência de Deus
4. Os que dizem que estão preservando deus tomando sua função de guiar os homens para si estão tirando a honra de deus
5. Dizer que deus é finito não é honrá-lo. Atribuir uma figura, ou partes, ou um lugar, ou movimento e repouso, ou a existência de um ou múltiplos deuses, ou paixões a ele não é honá-lo, pois todo isso indica finitude
48. Dessa forma, atribuir a Deus uma vontade deve ser feito de forma cuidadosa, pois não se trata de uma vontade à forma humana, mas um poder que afeta tudo
49. O mesmo se aplica a sentidos como visão
50. Quem for se referir a ele deve usar superlativos ou palavras como infinito e eterno, todas que não tentam defini-lo (logo, limitá-lo), mas mostrar apreciação a ele
51. Culto divino deve ser uma forma de louvar deus e pode ser das seguintesformas:
1. Orações - precedem o benefício
2. Dar graças - se sucede ao benefício
3. Presentes (sacrifícios)
4. Não jurar por ninguém alémde deus
5. Falar consideradamente de Deus e apenas para elogiá-lo
6. Seja uma prece, um agredecimento, ou o que seja, se for direciinado a deus, tem que ser feito da maneira mais bela e bem comoosta possível
7. Deus deve ser venerado em particular e, especialmente, em público
8. Obediência às leis de Deus (as leis da natureza), que é a maior forma de culto possível
52. O culto no Estado deve ser um só, visto que o Estado é uma pessoa só. Isso é o culto público. Um Estado que permite qualquer religião a seus súditos é um Estado sem religião
53. O que é dito na bíblia “é elhor obedecer Deus que homens” se aplica ao reino de Deus por pacto, não por natureza
54. As coisas que naturalmente acontecem de ruim na vida são as punições de Deus aos seus súditos no seu reino por natureza
ANOTAÇÕES DA DISCUSSÃO
· Hobbes se coloca entre a ideologia da excessiva liberdade e da excessiva autoridade
· Estava na época em que Cromwell toma o poder
· Opções: o povo pode julgar o rei, que está a serviço do povo; ou, o rei é escolhido por deus, logo, destituir um rei é fundar um governo ilegítimo
· Segundo Hobbes: a partir de quando se toma o poder, o novo rei é legítimo
· Para ele, diferentemente do que muitos iluministas poderiam pensar, Deus fez a natureza e governa o mundo segundo a natureza
· Contrapõe e difere a criação do homem da natureza
· Eu não posso definir pelo que o homem se apaixona, mas é certo que ele se apaixona
· Percebemos as coisas involuntariamente, o objeto que causa a sensação
· O Estado só existe a partir do artifício humano. Não tem como explicar o estado só a partir da natureza
· Quando ele fala de deliberação, é mais fácil entender como ANTECIPAÇÃO
· Dessa forma, a vontade, em Hobbes, seria proveniente do DESEJO e não da RAZÃO
· Para ele, argumento de opinião não é válido
· Pra ele, o que é mais importante não é definir o que está certo ou errado, mas ter paz (no que tange a política)
· Justiça, para ele, é aquilo a que estamos acostumados; não algo nado vindo de deus
· Diferentemente dos iluministas, Hobbes vai colocar a religião como parte fundante e necessária à política
· Para Hobbes a propriedade é instituída pelo Estado. Para Locke, é um direito natural
· As leis naturais são estabelecidas pela razão, ou descobertas por ela? A certeza é que elas são racionais 
· O homem do estado de natureza de Hobbes é bem mais “esperto” que o de Rousseau, por exemplo. O de Hobbes é um homem ganancioso e cobiçoso que, inclusive, usa da agressão para se defender; enquanto o do Rousseau sequer detém o uso da linguagem
· Não existe soberania que deus deu, ou que foi como herança
· Diferentemente de para o Locke, para Hobbes, a propriedade não é um direito natural, é instituída pelo Estado segundo oque o soberano achar justo (o soberano, não os súditos)

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