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1 1º MÓDULO - AS BOAS PRÁTICAS EM ALIMENTAÇÃO DE BOVINOS A eficiência brasileira na produção de bovinos é tão notável que o país se mantém, há anos, como o maior exportador e o segundo maior produtor de carne de gado. O grau de excelência dos nossos produtos é resultado da boa execução do manejo animal somado ao controle sanitário e à nutrição de qualidade. Entre esses fatores, a alimentação de bovinos tem um papel crucial para que o desempenho do rebanho seja expresso à altura do seu potencial genético. Com o desenvolvimento de linhagens adaptadas aos sistemas de criação modernos e a evolução das raças, as exigências nutricionais dos animais aumentaram, visto que eles precisam de uma suplementação para produzir carne e leite de acordo com as demandas do mercado. A complementação é necessária, pois as pastagens são deficientes em alguns elementos, dependendo da região e da época do ano. Mas por que a nutrição é tão importante para a pecuária? Quais são as práticas de alimentação de bovinos que devem ser implementadas para atingir as metas de produtividade do negócio? Quais são as boas práticas de alimentação de bovinos? As melhores práticas de alimentação de bovinos começam com um bom planejamento. É preciso estabelecer as metas do negócio e quais características se deseja encontrar no produto final (teor de gordura no leite, maciez da carne, por 2 exemplo). Feito isso, é preciso fazer uma seleção criteriosa dos alimentos, avaliando os atributos e a qualidade da matéria-prima, e garantir sua correta armazenagem. Os insumos passam, então, pelo processamento, que precisa ser adequado à categoria e à produção do animal. O alimento deve ser fornecido respeitando a área de comedouro, para que todos os animais tenham acesso a ele e à água de qualidade. Por fim, é feita uma avaliação pós-alimentação, para verificar se a produção condiz com o esperado. Como deve ser a alimentação de bovinos? Os investimentos na atividade pecuária são altos e os custos com nutrição giram de 40% a 60% do total aplicado. Isso porque, para que o potencial genético dos animais seja aproveitado, eles precisam receber todas as proteínas, vitaminas e minerais necessários para que se desenvolvam com vigor e produzam de acordo com as metas estabelecidas. Dessa forma, o produtor atende aos requisitos do mercado (segurança e qualidade) e garante a sua lucratividade. Mesmo quando bem manejadas, as pastagens brasileiras não são suficientes para suprir a demanda nutricional dos bovinos, por serem carentes em determinados elementos. As características da forrageira variam conforme a espécie, a região do país e a época do ano (durante as chuvas, o pasto pode ter bom aporte de proteína e energia, por exemplo, mas ser deficitário em minerais). Por isso, a suplementação é extremamente necessária, independentemente do sistema de criação (a pasto ou confinamento) e do produto final. Entretanto, o primeiro passo para a boa alimentação de bovinos é definir os objetivos da produção e a que se destina o produto (na pecuária de corte, o rendimento de carcaça, cobertura de gordura, qualidade de carne, etc.; na pecuária leiteira, produção de leite, composição, etc.). A dieta dos animais deve ser elaborada a partir disso e levando em consideração, também, a idade, o sexo, o estágio produtivo e a condição de saúde em que eles se encontram. Com todos esses dados em mãos, lançam-se as estratégias nutricionais. Cabe ressaltar que não existe receita fixa para a dieta. Existem alguns ingredientes de qualidade elevada, como milho, sorgo e farelo de soja, mas as quantidades de cada elemento e a fórmula final são estipuladas a partir das necessidades de cada produção. 3 Porém, é fundamental que os insumos tenham boa procedência, evitando produtos com contaminações de micotoxinas e metais pesados e assegurando a correta composição nutricional. Uma alimentação de qualidade garante a saúde do trato digestivo do bovino de maneira geral. Com isso, a absorção da dieta é melhor e, consequentemente, a produtividade será mais alta, bem como a economia do produtor — que terá a certeza que seu investimento será bem aproveitado e trará retornos. Quais são as particularidades e os desafios na alimentação de bovinos? A sazonalidade é o principal motivo da baixa produtividade do gado no Brasil, pois provoca a variação quantitativa e qualitativa das pastagens, acarretando em ganho de peso na estação chuvosa e perda durante a estiagem. A melhor maneira de contornar esse problema e manter os animais em produção constante é elaborando estratégias nutricionais com suplementação ao pasto. Todavia, os desafios que o pecuarista enfrenta são facilmente superados com bom planejamento. É preciso conhecer as características do clima e do solo da região (manejo das pastagens), bem como saber das particularidades do seu rebanho, visto que cada raça tem exigências nutricionais diferentes. 4 As diferenças na alimentação de bovinos também têm relação com o modo de criação (o sistema extensivo e de confinamento têm manejo distinto), com o estado de saúde do animal e com a categoria que ele está. Quais são as melhores práticas de alimentação de bovinos? Visto isso, podemos destacar as melhores práticas de nutrição para aplicar na produção: Defina o objetivo Sem planejamento não se sai do lugar. Tenha suas metas de produção bem estabelecidas para, então, buscar as melhores estratégias nutricionais e garantir a boa produtividade do seu rebanho. Faça o manejo das pastagens O pasto é o principal alimento dos bovinos e manejar adequadamente significa produzir esse alimento em grande quantidade ao mesmo tempo em que se procura extrair o máximo do potencial nutritivo da forrageira. O potencial da planta está diretamente relacionado à fertilidade do solo. Tenha um bom manejo animal É preciso garantir o bem-estar dos bovinos, uma vez que caso estejam fora da sua zona de conforto, a sua produtividade cai. Animal que está estressado ou com a saúde debilitada não se alimenta direito, o que compromete a sua produção. Invista em suplementação Dado que as pastagens deixam a desejar em nutrientes, invista na complementação alimentar. A fórmula deve ser balanceada de acordo com as particularidades do seu rebanho e deve ser de qualidade. Ao fornecer o alimento para os animais, é importante que ele esteja bem homogêneo, evitando que o gado escolha o grão. 5 Garanta água de qualidade A água deve ser cristalina e o bebedouro deve ser constantemente higienizado. Caso a água seja de má qualidade, o gado diminui o consumo e tem a digestibilidade do volumoso prejudicada. Forneça comedouro adequado O ideal é que o cocho atenda todos animais do lote, variando conforme o tipo de suplemento fornecido. Um cocho muito pequeno provoca competitividade e má distribuição do alimento. Conheça o fornecedor É fundamental que se conheça o fornecedor dos insumos, visto que a qualidade dos grãos está ligada às condições de plantio, colheita e armazenamento. Apenas minerais de excelente procedência são livres de contaminações e não prejudicam os animais. Verifique a procedência do fornecedor e, após, confie nas recomendações do especialista. Como você pode perceber, a nutrição do gado deve ser um dos grandes focos na cadeia produtiva. Após a execução das estratégias, é fundamental fazer o balanço da produção para, então, alterar as táticas ou prosseguir com elas. Assim, se garante uma produção de alimentos seguros e com as qualidades que atendam aos interesses do mercado. Este conteúdo foi elaborado com a colaboração de Amaury Valinote, Gerente de Negócios de Ruminantes da Vaccinar. Fonte: https://nutricaoesaudeanimal.com.br/alimentacao-de-bovinos-boas-praticas/ ALIMENTAÇÃO E SUPLEMENTAÇÃO DE BOVINOSOs bovinos são animais poligástricos, dotados de estômago dividido em quatro compartimentos, contendo em sua porção inicial o Rumen e Retículo que são 6 responsáveis pela digestão de alimentos fibrosos, transformando-os em nutrientes prontamente disponíveis para o desempenho produtivo. Com a evolução genética das raças, trouxe consigo um aumento das exigências nutricionais de nossos bovinos em produção, isto é proporcional a cada animal, o que torna sua alimentação dependente de suplementos capazes de suprir as deficiências das pastagens e outros alimentos volumosos. USO RACIONAL DAS PASTAGENS A pastagem constitui a principal fonte de alimento do rebanho bovino brasileiro, 95% dos animais abatidos, são criados, recriados e terminados exclusivamente no pasto. Mesmo os 5% de animais terminados em confinamentos passaram a maior parte de sua vida durante as fases de cria e recria, em pastagem. Mas a planta forrageira, raramente, atende à exigência total dos bovinos e nem sempre é manejada de forma adequada, muitas vezes devido à falta de conhecimento de suas condições fisiológicas de crescimento e composição nutricional. Manejar uma pastagem de forma adequada significa produzir alimentos em grandes quantidades além de procurar o máximo valor nutritivo possível do material. A produção de massa afeta de forma significativa a capacidade de suporte da pastagem (maior número de animais por área) e está influenciada pela fertilidade do solo, manejo e condições climáticas, enquanto que o valor nutritivo afeta a produção de leite individual do animal e depende principalmente da idade da planta. Para um bom desempenho produtivo, os ruminantes necessitam de água, proteína, energia, vitaminas e minerais. Todos estes nutrientes são de grande importância para alimentação dos animais, variando apenas quantativamente, no que diz respeito à categoria dos animais Durante o período chuvoso, as pastagens chegam a apresentar níveis satisfatórios de proteína, energia e vitaminas, enquanto que os minerais estão deficientes, impedindo o pecuarista de obter índices máximos de produtividade. No período de estiagem, todos nutrientes estão deficientes na pastagem, portanto nesta época a suplementação de apenas um nutriente não resulta em melhores rendimentos do rebanho. Qualidade da forragem: quando se pensa em qualidade, deve-se relacioná-la com maior desempenho animal. Ou seja, forragem de boa qualidade permite maior ganho de peso daqueles que a consomem. O maior ganho de peso relaciona-se com aumento de massa corporal e acúmulo de tecidos. O sódio é um elemento mineral presente em todos os tecidos. Quanto maior a massa corporal e o acúmulo de tecidos 7 (maior taxa de ganho de peso), maior será a demanda por sódio e consequentemente, o consumo do suplemento mineral. Disponibilidade de forragem: um bovino destina aproximadamente 8h a 10h por dia para realizar a atividade de pastejo e consumir a quantidade de forragem necessária para o preenchimento ruminal. Na transição da estação da seca para a das águas (primeira chuvas) ou até quando chove no meio da estação seca nestas ocasiões, como a altura do pasto é baixa porque toda a folha foi consumida durante a seca, a ocorrência de chuvas irá estimular a brotação da pastagem. O aparecimento de brotos apresenta aos animais um tipo de forragem pela qual eles têm preferência, mas não a têm disponível há meses. Assim os bovinos dedicam-se ao consumo destes brotos de forma intensa, deixando de visitar ou reduzindo o número de visitas ao cocho de sal mineral. Desta forma, o consumo médio do suplemento mineral pelos animais sofre redução por alguns dias. Esta situação é muito comum no final da seca, quando o consumo de proteinado sofre intensa redução. Enfim, o pasto deve ser tratado em todas as épocas do ano e fases de crescimento. O pecuarista deve estar atento, pois esta prática é responsável pelo aumento significativo dos lucros das fazendas, já que possibilita aos animais acesso a pastagens de melhor qualidade, o que resulta em maior ganho de peso de rebanhos em menor tempo. Em época de seca, principalmente nos meses de junho e julho, para continuar com a mesma quantidade de boi no pasto, o produtor deve suplementar a alimentação com concentrado no cocho, cana ou silagem. A diminuição de número de animais/ha na época de menor oferta de forragem também pode ser a solução para 8 adequar a capacidade de suporte para a área disponível e, desta forma, enfrentar a época da seca sem maiores preocupações. Por José Pereira da Silva Filho – Engenheiro Agrônomo e diretor técnico da Wolf Seeds Fonte:http://www.diadecampo.com.br/zpublisher/materias/Materia.asp?id=23635&secao=Sementes% 20e%20Mudas RAÇÃO PARA BOVINOS: COMO SELECIONAR OS SEUS INGREDIENTES Ração para bovinos é um assunto muito relevante, ainda mais que o Brasil possui uma vantagem no cultivo de volumosos e grãos, por se tratar de um país tropical. Aliás, os alimentos volumosos mais utilizados nos sistemas brasileiro, são as pastagens, a silagem de milho, sorgo ou capim e a cana-de-açúcar. Quando balanceada de maneira adequada, a ração é capaz de proporcionar diversos benefícios para o animal. Para isso, é preciso observar as exigências nutricionais e as características presentes em cada um dos alimentos. Além da definição sobre qual animal será alimentado é preciso estabelecer o nível de produção a ser alcançada. No caso do gado de corte criado em confinamento, o foco é o ganho e manutenção do peso vivo. Leia este artigo e entenda melhor sobre os componentes utilizados na formulação. Formulação de ração para bovinos Na formulação de ração para bovinos o uso de alimentos concentrados tem por objetivo suprir as deficiências nutricionais das forrageiras. Além disso, permitir produções elevadas das vacas leiteiras e até mesmo do gado de corte. Os concentrados são na grande maioria compostos por suplementos energéticos, suplementos proteicos e suplementos minerais e vitamínicos. Tanto os suplementos energéticos quanto os protéicos, contêm energia e proteína, com raras exceções. Os suplementos energéticos são assim chamados por conterem teores altos de energia e teores baixos de proteína. Por outro lado, os 9 suplementos protéicos contêm teores elevados de proteína, podendo também ser ricos em energia. Suplementos energéticos Composto por altas concentrações de carboidratos, os suplementos energéticos mais utilizados nos concentrados na ração para bovinos, são: Grãos de cereais; Raízes de tubérculos; Sementes de oleaginosas; Suplementos protéicos ricos em energia. Os cereais representam a maior proporção dos alimentos ricos em energia e dentro deste grupo, os mais utilizados na ração para bovinos são: Milho; Sorgo; Arroz; Trigo; Centeio e outros. Suplementos proteicos 10 Os suplementos proteicos são responsáveis pelo fornecimento de aminoácidos ou nitrogênio na ração para bovinos. Componentes importantes para a formação e crescimento dos animais. Considerado com a segunda maior exigência dos animais, os principais suplementos proteicos usados na formulação de rações para bovinos são a semente de soja e de algodão. O farelo de amendoim também é muito utilizado, possui proteína de quantidade e em grande quantidade. É fácil de ser digerida, porém, possui deficiência em lisina. Os subprodutos industriais de origem animal também são muito utilizados. Farinhas de carne e ossos são ricas em proteínas, de cálcio e fósforo. Com relação às pastagens, são elementos ricos em vitaminas A, D e E. Desta forma, não há necessidade de suplementar os animais. Porém, quando as forragens são conservadas na forma de silagem ou feno, perdem grande quantidade destas vitaminas. Desta forma, o recomendado é suprir essas vitaminas nos concentrados.Fonte: http://www.revistaagropecuaria.com.br/2019/10/16/racao-para-bovinos-como-selecionar-os- seus-ingredientes/
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