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resenha Che Guevara e os movimentos revolucionários latino-americanos. História da América Latina

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 
FACULDADE DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES 
Disciplina: História da América III 
Alunos: Adna Gomes 
Resenha: 
PRADO, Maria Ligia e PELLEGRINI, Gabriela. “Che Guevara e os movimentos 
revolucionários latino-americanos”. In: História da América Latina. São Paulo. 
Contexto, 2014. P. 151-166 
Maria Ligia Prado, Historiadora, doutora em História Social pela USP. Professora 
titular de História da América Independente do Departamento de História da USP. É 
especialista em História da América Latina, trabalhando na interseção dos campos da 
História Política, História da Cultura e História das Ideias. Autora, entre outras obras, de 
América Latina no século XIX: telas, tramas e textos (também traduzido para o 
espanhol); O populismo na América Latina. 
Gabriela Pellegrino também é Professora de História da América Independente da USP 
e vice-coordenado da Pós-Graduação em História Social da mesma universidade. 
Especialista em temas de História política e cultural da América Latina dos séculos XIX 
e XX. Essa gama de especialidades dessas autoras está refletida neste texto no qual 
aborda de forma breve o desenrolar dos movimentos revolucionários no contexto do 
período inicial do século XX. Mediante a proposta das suas pesquisas nessa área, 
puderam realizar esse trabalho. 
A América Latina nas primeiras décadas do século XX esteve envolvida na luta contra o 
imperialismo estrangeiro e ficou marcada pelos movimentos revolucionários. E assim 
Ligia Prado traz nesse texto de maneira sintética o desenrolar desses movimentos 
destacando os principais atores dos movimentos, e a chegada ao poder, abordando 
apenas os países de Cuba, Chile e Nicarágua. 
Sobre Cuba ela se preocupa em destacar a vida de Ernesto Che Guevara falando 
brevemente sua biografia e como se deu o início de seu envolvimento com a luta 
revolucionária e consequentemente com a política. A autora traz de forma bem sucinta 
sem aprofundar em muitos detalhes, os atores e co-autores que fizeram a história da 
Revolução Cubana, a chegada desses lideres ao poder e suas formas de agir. Ela mostra 
como o movimento se tornou num governo ditador; que antes defendia a divisão da 
terra, o equacionamento das assimetrias sociais e depois passou a censurar inclusive 
aqueles que os apoiavam, o alinhamento à política estrangeira soviética passando de 
livre democrático ao comunismo ditatorial. 
O encontro de Che Guevara com Fidel Castro resultou num grupo revolucionário que 
juntos organizaram-se como guerrilheiros para ataques e conquistas militares, 
conseguiram o apoio das cidades, e recebeu apoio do Partido Comunista Cubano. Os 
rebeldes consolidaram o triunfo da Revolução convocando uma greve geral. Inicia-se o 
governo revolucionário com o abandono de Fulgêncio Batista e seus Ministros, os 
revolucionários assumem o governo, fazendo jus às promessas; promulgou a Lei da 
Reforma Agrária, expropriou terras que pertenciam a empresas norte-americanas e 
outras dominadas por latifundiários. Desses feitos também nacionalizou as empresas e 
bancos norte-americanos. Pg. 154. 
Entretanto devido os conflitos internos e as retaliações dos Estados Unidos que causou a 
vulnerabilidade da Revolução, Fidel Castro se alinhou ao regime socialista o que 
implicaria nos sonhos revolucionários mais livres. Cuba aceitou ajuda soviética se 
alinhando a ela. Dentre os acordos feitos estava a instalação de mísseis em território 
cubano apontados para os Estados Unidos, os soviéticos ordenaram a retirada dos 
mísseis sem consultar ou informar o governo cubano quando souberam que os norte-
americanos descobriram sua façanha. Pg. 156. Che Guevara, quando decepcionado com os 
russos, parte para a África em missão guerrilheira inicialmente e depois para a América 
do Sul e na Bolívia é assassinado por soldados. 
Luis Fernando Ayerbe em seu texto sobre a Revolução Cubana traz a vida política de 
Che, seu cargo no Ministério da Indústria, seu papel na direção da economia e sua 
política de negociação internacional, sua perspectiva estava ligada com o estímulo ao 
espírito coletivo do povo. 
Sobre o Chile a autora ressalta a questão da via chilena ao socialismo, que tinha como 
perspectiva a transição ao socialismo nos marcos da legalidade democrática. Entretanto 
da forma “pacifica e democrática” não foi capaz de definir as chaves teóricas e políticas 
para a construção desse novo caminho. Alberto Aggio. Pg. 161. Podemos observar que a 
autora fala do movimento iniciado entre os partidos. O Partido da Democracia Cristã 
(DC) elegeu Eduardo Frei em 1964 a presidência, reformista, mas teve apoio dos 
conservadores contra o rival Salvador Allende, pois temiam revoluções como a cubana. 
Alberto Aggio em seu texto “A experiência chilena” apresenta os fatores que 
impossibilitaram a transição proposta por Allende. O autor aponta que as diferenças de 
estratégias e condutas no interior da esquerda afetavam o ambiente político, que cada 
vez mais se polarizava com a radicalização de ações da direita em oposição ao governo 
Allende. A falta de consenso dentro da esquerda fez com que a “via chilena ao 
socialismo” permanecesse apenas como um slogan, o que bloqueou a sua real 
transformação numa “via democrática ao socialismo”, inédita na história. Era notório 
que o governo buscava realizar uma revolução feita por mecanismos legais do Estado, 
mas por meio dela pretendia implantar um socialismo equivalente ao que existia na 
União Soviética, na China ou em Cuba. A espiral crescente das contradições condenou a 
liderança de Allende como “disfuncional”, uma vez que o presidente nunca advogou a 
ruptura institucional, mas também não parecia ter completo controle do processo 
político. O resultado foi uma polarização catastrófica e o advento do golpe que colocou 
por terra o governo Allende. 
O Chile contava com sua estabilidade de inclusão política e social da população em 
relação aos de outros países da América Latina, estabilidade conquistada logo após sua 
emancipação da Espanha. Suas reformas políticas e sócias ajudaram consolidar as 
instituições públicas e seus partidos. Entretanto sua economia não contava da mesma 
forma, refletia as contradições da dependência econômica. E no governo de Salvador 
Allende apoiado pelo Partido da Unidade Popular (UP) o qual obteve sua eleição em 
1970, buscava priorizar esse aspecto. Allende tinha apoio inicialmente da Democracia 
Cristã e podia driblar as pressões que estava recebendo, este se voltaria para o Partido 
Nacional deixando a Unidade Popular fragilizada. Pressões essas que vinham dos 
setores afetados pelo programa de reforma. 
Houve uma forte mobilização popular e dos grupos mais radicais integrantes da 
Unidade Popular que queria o avanço das “reformas revolucionarias”, o governo perdeu 
o controle. Allende com intuito de conter a revolta ao reprimi-los despertou o 
descontentamento de muitos aliados. Não foi fácil conciliar o plano de governo. Enfim, 
o governo de Allende ficou marcado por aguda polarização, por todos os lados recebia 
pressões, a direita iniciou uma campanha violenta colocando a opinião publica contra o 
governo. Setores médios apoiaram a direita, e no âmbito institucional, Allende vetou o 
projeto de reforma constitucional da Democracia Cristão, as relações no Legislativo 
ficaram partidas. E em 1973 inaugurava a era Pinochet, comandante em chefe do 
exército, ordenou o bombardeio do Palácio La Moneda, findando com a morte de 
salvador Allende no dia 11 de setembro. 
Quanto à Nicarágua também teve seus momentos de revolução o qual teve a Revolução 
Sandinista como a mais importante e sua explosão teve como motivo principal as 
intervenções imperialistas norte-americanas. Quando o exército conduzido por augusto 
César Sandino recorreu à tática de guerrilha contra a invasão dos Estados Unidos que 
enviou seus fuzileiros navais ocuparem faixas do territóriona Nicarágua em 1920. 
Sandino morreu assassinado em 1934 e sua luta virou símbolo da resistência 
nicaragüense e referencia central para o movimento “sandinista” nascido em 1961, 
criada a Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN) no mesmo período por 
Carlos Fonseca. Organização político-militar que teve suas ações entre 1961-1979 sob 
forma de guerrilha, movimento que contava com varias lideranças e com posições 
políticas heterogêneas. 
A Revolução sandinista estabeleceu-se nas cidades e também nas montanhas da 
Nicarágua e como em Cuba percorreu tanto a via armada quanto a pacifica para chegar 
ao poder. Obteve apoio dos padres e freira que conciliaram a catequese com a luta 
política por justiça social, seu papel foi de aproximar a guerrilha com a população 
pobre, dessa base católica emergiu o poeta e frade nicaragüense, mais tarde desordenado 
pelo Vaticano, Ernesto Cardenal. 
O movimento sandinista conquistou o poder em 1979 contavam com o apoio da maior 
parte da população. Os sandinistas uniram três facções – o grupo da Guerra Popular 
Prolongada, a Tendência Proletária e a Tendência Insurrecional – na Junta de Governo 
de Reconstrução Nacional governou o país de julho de 1979 a 1985, quando Daniel 
Ortega assumiu pela Frente Sandinista a presidência ao vencer as eleições, mas o 
governo se deparou com inúmeros problemas como carência de recursos e 
economicamente dependente além de estar arrasado por longos anos de ditadura e 
guerra civil e ter sofrido ofensas de grupos contrarevolucionários, conhecido como “os 
contras” que recebiam financiamento do governo norte-americano para manter a 
Nicarágua em situação de guerra permanente, obrigando o governo sandinista 
concentrar esforços na resistência. Como no Chile de Allende as medidas de 
expropriação provocaram tensões. 
Em 1990 Daniel Ortega perde as eleições para a candidata apoiada pelos Estados 
Unidos e sua antiga aliada Violeta Chamorro, era da tradicional elite política, concedeu 
aliança ao FSLN durante suas ações revolucionarias. 
A marca mais importante do caminho revolucionário trilhado pelos sandinistas foi a 
participação popular. Promoveram ações que procuravam difundir crenças e 
sentimentos que alimentavam a resistência revolucionária. 
Ligia trouxe nesse texto os principais movimentos revolucionários na figura de seus 
representantes, baseando-se por fatos marcantes do contexto histórico ocorridos na 
America Latina. Abordou de forma sucinta e clara de maneira que alcance o 
entendimento do leitor acerca desses fatos. 
 
- AGGIO, Alberto. Democracia e socialismo: a experiência chilena. 2. Ed. São Paulo: 
Annablume, 2002, p. 67 – 170. 
- AYERBE, Luis Fernando. A revolução Cubana. São Paulo: UNESP, 2004, cap. 1 e 3, 
p. 21-39/59-92

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