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CONTABILIDADE GERAL – PARTE 3 Prof. Fernando Aprato POLÍCIA FEDERAL 3concurseiro.vip Contabilidade Geral CONTROLE DE ESTOQUES – SISTEMAS DE INVENTÁRIOS 1. Introdução O controle dos estoques pode ser feito através de INVENTÁRIO PERIÓDICO ou INVENTÁRIO- PERMANENTE. 2. InventárioPeriódico Nesse sistema, é realizada um contagem física, apuração extra contábil, para determinação do estoque no encerramento do exercício social. Portanto, não há controle das mercadorias a cada venda. No sistema de inventário periódico, para registrar as operações de entradas e saídas de merca- dorias utilizamos dois tipos de contas: → Conta Mercadorias Mista; e → Conta Mercadorias Desdobrada Cabe observar que, no uso da sistemática do inventário periódico, no momento da contagem física do estoque, deve ser atribuído a este, como valor unitário das mercadorias existentes, o custo das últimas entradas, ensejando, portanto, a aplicação de critério semelhante aoPEPS (primeiro que entra, primeiro que sai). Portanto, não há controle do custo das mercadorias a cadavenda. Este tipo de inventário é mais utilizado pelas empresas de pequeno porte, devido à dificuldade das mesmas manterem o inventário permanente. Neste tipo de inventário o C.M.V só é calculado ao final do período, quando, então, é realizado o inventário (contagem física) das mercadorias em estoque, ou seja, os lançamentos são efetu- ados somente no final do período, por ocasião do inventário físico, para fins de apuração de re- sultado, não se fazendo lançamentos na conta mercadorias-estoque por ocasião das aquisições ou saídas de mercadorias durante o intervalo entre um inventário e outro, ou seja, esta conta é movimentada para se registrar o estoque final, que se constitui no estoque inicial do período seguinte. http://concurseiro.vip http://concurseiro.vip 4 concurseiro.vip Fórmulas utilizadas por empresas comerciais Apuração do Custo de Mercadoria Vendida CMV=EI + CO (líquidas) –EF Cálculo do Estoque Inicial E.I = E.F + CM.V – CO (líquidas) Cálculo do Estoque Final E.F = E.I + CO (líquidas) – C.M.V Cálculo das Compras Brutas CB = Valor da Compra + IPI – Tributos Recuperáveis Cálculo das Compras Líquidas CL = CB + Fretes + Seguros + (Des) Carga– Deduções de Compras Cálculo das Compras CO = E.F + C.M.V – E.I DEDUÇÕES DAS COMPRAS TRIBUTOS RECUPERÁVEIS Devoluções de compras Abatimentos sobre compras Descontos Incondicionais obtidos ICMS PIS/PASEP não cumulativo COFINS não cumulativo 2.1 Conta MercadoriaMista Consiste na adoção de uma só conta, a de mercadorias, que registra todas as operações rela- cionadas com a apuração do Resultado com Mercadorias (RCM), como a venda de mercado- rias, devolução de vendas, compras de mercadorias, devolução de compras, estoques e CMV. Tem função de conta patrimonial e de conta de resultado, por isso,mista. Nessa conta, lançamos o estoque inicial e as compras a débito; e lançamos as vendas a crédito. No final do período, ao apurar o estoque final, podemos calcular o Resultado comMercadorias. Agindo, desta forma, teremos, na coluna dos débitos (E.I + CO), o total das mercadorias a dispo- sição para venda. Na coluna dos créditos, são lançadas as vendas brutas. Se houver devolução de compras ou vendas, estão terão o funcionamento inverso, pois retificam aquelas. Portanto, o saldo da conta mista não representa o resultado com mercadorias (R.C.M), pois o estoque final de mercadorias, elemento indispensável à apuração do resultado, não é parte in- tegrante dessa sistemática de contabilização. Assim, se a conta mercadorias apresentar saldo devedor, não se pode afirmar que o R.C.M seja negativo. Por outro lado, quando o saldo dessa conta for credor, pode-se afirmar com certeza, que o R.C.M é positivo, porém, não necessariamente, na exata extensão do saldo da conta. Como se pode observar no razonete , esta conta pode apresentar saldo devedor ou credor. http://concurseiro.vip http://concurseiro.vip Polícia Federal VIP (Escrivão e Agente de Polícia) – Contabilidade Geral – Prof. Fernando Aprato 5concurseiro.vip Conta Mercadorias Mista E.I COMPRAS VENDAS SALDO DEVEDOR SALDO CREDOR R.C.M = E.F + SALDO CREDOR R.C.M = E.F – SALDO DEVEDOR Quando o saldo for credor, basta adicionar a este valor do estoque final e teremos o resultado com mercadorias positivo. Quando o saldo for devedor, o resultado só será positivo se o valor do estoque final for maior do que o valor deste saldo da contamista. 2.2 Conta MercadoriaDesdobrada Esse método consiste em registrar as operações em três contas básicas: 1. Estoque de Mercadorias: para registrar os estoques inicial e final. Não há lançamentos de compras ou vendas namesma; 2. Compras de Mercadorias: para registrar as compras;e 3. Vendas de Mercadorias: para registrar asvendas. Quando falamos em registrar as “compras” e as “vendas”, devemos também lançar todos os fatos que afetam o valor das compras e das vendas, como devoluções, abatimentos, fretes, seguros, etc. Podem, ainda, ser utilizadas as contas devoluções de compras, devoluções de vendas, CMV eRCM. No final do ano, após o inventário, devemos apurar primeiro o CMV, registrando todas as com- pras, o estoque inicial e final e os fatos que alteram as compras. Depois, apuramos o resultado com mercadorias, de forma semelhante ao cálculo da contaúnica. Fórmulas utilizadas por empresas comerciais Apuração do Custo de Mercadoria Vendida CMV=EI + CO (líquidas) –EF Cálculo do Estoque Inicial E.I = E.F + CM.V – CO (líquidas) Cálculo do Estoque Final E.F = E.I + CO (líquidas) – C.M.V Cálculo das Compras Brutas CB = Valor da Compra + IPI – Tributos Recuperáveis Cálculo das Compras Líquidas CL = CB + Fretes + Seguros + (Des) Carga– Deduções de Compras Cálculo das Compras CO = E.F + C.M.V – E.I http://concurseiro.vip 6 concurseiro.vip 3. Sistema de InventárioPermanente Nesse sistema, a empresa controla as mercadorias de modo permanente, dando baixa no esto- que em cada operação de venda. Assim, a cada operação, é possível saber o valor das compras, estoque final e CMV. É utilizado nas grandes empresas devido ao alto volume de estoques. No sistema de inventário permanente, é necessário que a empresa contabilize, de forma imediata, todas as compras, e baixe do estoque de mercadorias todas as vendas, pelo seu custo, ou seja, há o registro das aquisições e das saídas de forma imediata ou concomitante, com a ocorrência física desses fatos. Assim, tem-se a qualquer momento o valor de todas as compras do período, o valor de todas as saídas do período (o custo das mercadorias vendidas), bem como o valor do estoque inicial e do estoquefinal. Este sistema pressupõe a existência de 03 (três) contas básicas: 1. MERCADORIAS-ESTOQUE OU ESTOQUES OU MERCADORIAS: É conta patrimonial, repre- sentativa dos estoques, é debitada nas aquisições e credita nas saídas (vendas) dasmesmas. 2. C.M.V (CUSTO DAS MERCADORIAS VENDIDAS): É conta de resultado (despesa/custo), debi- tada pelo valor do custo de cadavenda. 3. VENDAS: É conta de resultado (receita), é creditada pelo valor vendido (valorbruto). O saldo das contas (Vendas e C.M.V), no final do período, serão transferidos para a conta resul- tado com mercadorias (R.C.M), e o saldo desta última espelhará o resultado bruto da empresa. C.M.V. = E.I + CO – E.F R.C.M= V –C.M.V Percebemos que o estoque final é redutor do C.M.V, portanto, quando maior for o E.F maior será oR.C.M. Ao utilizarmos o inventário permanente necessitamos de um controle, pela Contabilidade, de qualquer movimentação ocorrida nos estoques, pois estes são contabilizados sempre que hou- ver uma entrada ou saída ao mesmo tempo. Os estoques podem ser avaliados, segundo os seguintes métodos: 1. PEPS (FIFO); 2. UEPS (LIFO); 3 Média ponderada móvel (custo médio ponderado); 4. Média ponderada fixa; 5. Preço Específico. http://concurseiro.vip http://concurseiro.vip Polícia Federal VIP (Escrivão e Agente de Polícia) – Contabilidade Geral – Prof. Fernando Aprato7concurseiro.vip 3.1 Método PEPS ou FIFO – Primeiro que entra, primeiro que sai Consiste em avaliar os estoques pelo custo das últimas aquisições, ficando o custo das merca- dorias vendidas onerado pelas primeiras compras, daí o nome PEPS, primeiro que entra primei- ro que sai, sendo vendidas, então as mercadorias mais antigas, permanecendo nos estoques as mercadorias maisrecentes. → O estoque final é avaliado pelo custo de aquisição das mercadorias mais recentes (últimas mercadorias adquiridas); → O CMV é avaliado pelo custo de aquisição das mercadorias mais antigas (primeiras merca- dorias adquiridas); Este método de avaliação dos estoques, quando comparado aos demais métodos, ocasiona as seguintes situações, conforme estejamos em economia com preços crescentes, estáveis ou decrescentes: →numa economia inflacionária, isto é, com preços crescentes, produz estoque final maior do que os outros métodos, ocasionando C.M.V menor e resultado com mercadorias de maior va- lor; → numa economia de preços constantes (inflação zero), os métodos comportam-se, teorica- mente, de forma semelhante; → numa economia deflacionária, isto é, com preços decrescentes, produz estoque final menor do que os outros métodos, ocasionando C.M.V maior e resultado com mercadorias de menor valor; http://concurseiro.vip 8 concurseiro.vip Resumo do método PEPS em comparação com os demais métodos. ECONOMIA ESTOQUE FINAL C.M.V R.C.M Inflacionária Maior Menor Maior Estável - - - Deflacionária Menor Maior Menor 3.2 UEPS ou LIFO – Último que entra, primeiro quesai O método UEPS funciona de modo inverso ao PEPS, isto é, o estoque é avaliado pelos preços de aquisição mais antigos e o custo das mercadorias vendidas é onerado pelas últimas compras. Daí o nome UEPS, primeiroque entra primeiroque sai. Numa economia inflacionária, este método, em comparação com os demais, ocasionará no primeiro ano um custo das mercadorias vendidas maior e, em consequência, um lucromenor. O Fisco não aceita que as empresas adotem o método UEPS, porque leva a um menor Lucro Bruto, diminuindo, em consequência, a base de cálculo do IR e da CSLL, resultando em menor arrecadação para o Fisco. Nesse método, as vendas dão baixa nos estoques a partir das últimas compras.Assim: → O estoque final é avaliado pelo custo de aquisição das mercadorias mais antigas (primeiras mercadoriasadquiridas); → O CMV é avaliado pelo custo de aquisição das mercadorias mais recentes (últimas mercadorias adquiridas); 3.3 MPM – Média PonderadaMóvel Este método permite a avaliação dos estoques pelo preço médio ponderado. Ele é chamado de média ponderada porque, a cada unidade comprada com preço diferente do constante no estoque, o custo médio sofre alteração em seu valor, evitando os extremos que ocorrem ao se avaliar pelo PEPS ou pelo UEPS. Por esse critério, os estoques são avaliados pelo custo de aquisição, apurado a cada entrada de mercadorias, ponderado pelasquantidades adquiridas e pelas anteriormente indicadas. Todos os ingressos ocorridos afetam o valor do estoque e, como consequência, o valor médio de cada unidade. A cada operação de venda, o custo será atribuído de acordo com o custo médio naquela data. http://concurseiro.vip http://concurseiro.vip Polícia Federal VIP (Escrivão e Agente de Polícia) – Contabilidade Geral – Prof. Fernando Aprato 9concurseiro.vip 3.4 Média PonderadaFixa Consiste em efetuar-se a média do custo pelo somatório de todasas aquisições do período e di- vidi-lo pela quantidade das aquisições realizadas durante tal período, obtendo-se, desta forma, o custo unitário médio do período, como se fosse efetuada somente uma vendano período pelo custo médio. Assim, o método apura o valor médio das compras por períodos de um mês, independente da data de aquisição, isto é, verifica-se o custo total das compras, mais o estoque inicial do mês, divide-se a soma obtida pelas unidades existentes no final doperíodo. Ao final do período, mês, toma-se o total das quantidadesvendidas, independente da data de saída, e multiplica-se pelo valor médio encontrado na coluna das entradas, obtendo-se, desta forma, o custo da mercadoria vendida (C.M.V). 3.5 Preço Específico Este critério de avaliação relaciona cada venda a seu custo respectivo. É utilizado quando for possível identificar claramente a mercadoria e seu custo, sendo muito comum seu uso em concessionárias e revendedoras de automóveis. Portanto, para aplicação deste método, é necessário que se conheça qual o custo de cada item que está sendo vendido. 3.6 Método doVarejo Esse procedimento está previsto no Pronunciamento CPC 16 – Estoques, Em seu item 22: O método de varejo é muitas vezes usado no setor de varejo para mensurar estoques de grande quantidade de itens que mudam rapidamente, itens que têm margens semelhantes e para os quais não é praticável usar outros métodos de custeio. O custo do estoque deve ser determinado pela redução do seu preço de venda na percentagem apropriada da margembruta. A percentagem usada deve levar em consideração o estoque que tenha tido seu preço de venda reduzido abaixo do preço de venda original. É usada muitas vezesuma percentagem média para cada departamento devarejo. Usado em empresas que trabalham com muitos itens e apresentam uma grande rotatividade de estoque, como os supermercados. Se a empresa costuma usar uma margem fixa sobre o custo para formar o preço de venda, ela pode valorizar o seu estoque final a partir do preço de venda e calcular o custo usando a fórmula: CMV = estoque inicial + compras – estoque final. Vamos supor que determinado atacadista forme o seu preço de venda multiplicando o custo por 2,0. Para calcular oestoque final, basta pegar o preço de venda dos itens em estoque e dividir por 2,0. http://concurseiro.vip 10 concurseiro.vip 4. CPC16 O Pronunciamento Técnico CPC 16 – Estoques – admite, apenas, o uso dos métodos PEPS e Custo Médio Ponderado para as companhias. Esta posição está em sintonia com as Normas In- ternacionais de Contabilidades, que não admitem o método UEPS como válido para a apuração dos estoques. Isto ocorre porque o método UEPS tende a aumentar o custo das mercadorias vendidas (numa economia inflacionária em que os preços aumentam com o tempo). Se o UEPS aumenta o CMV, o resultado é que os lucros irão diminuir, diminuindo, também, os impostos a serem pagos e, principalmente, os dividendos a serem distribuídos aos acionistas. O Método PEPS, por outro lado, por levar em conta, nas saídas dos estoques, os preços dos produtos mais antigos, tende a apresentar um CMV menor numa economia em que os preços aumentam ao longo do tempo em razão da inflação. 5. Exemplo de Ficha de Controle deEstoque Mercadoria: Método: Data Histórico Entrada Saída Saldo Qtd. PU Total Qtd. PU Total Qtd. PU Total http://concurseiro.vip http://concurseiro.vip 11concurseiro.vip Questões 1. (MPU – Analista de Finanças e Controle – CESPE – 2015) Julgue o item quesesegue,relativosàcontabilizaçãodositensdoativoedopassivo. O valor de custo do estoque deve incluir todos os custos de aquisição e de transformação bem como outros custos incorridos para trazer os estoques à sua condição e à sua localizaçãoatuais. ( ) Certo ( ) Errado 2. (TC-DF – Auditor – CESPE – 2014) Com relação às contas, aos métodos eàsoperaçõescontábeis,julgueositensseguintes. O saldo do estoque de mercadoria apurado pelo método da média ponderada móvel deve ser inferior ao apurado pelo método primeiro a entrar, primeiro a sair (PEPS) e superior ao apurado pelo método último a entrar, primeiro a sair (UEPS). ( ) Certo ( ) Errado 3. (CADE – Contador – CESPE – 2014) Uma empresa comercial não conseguiu suprir sua necessidade de estoque com mercadoria nacional e adquiriu, no mês de janeiro/2014, mercadorias de fornecedor que pratica vendas in- dexadas ao dólar norte-americano (USD). Como política interna, a empresa realiza as compras à vista e as vendas, com prazo de trinta dias. Por meiode inventário permanente, a empresa utiliza o PEPS (primeiro a entrar, primeiro a sair) como forma de controle e avaliação do seu es- toque. As tabelas abaixo mostram a movimentação dos estoques em janeiro/2014 e a cotação da moeda norte-americana em alguns dias dessemês. Considerando as informações acima e o fato de que não há incidência tributária em nenhuma operação realizada pela empresa, julgue o item a seguir. O valor total das compras líquidas no mês de janeiro/2014 foi de R$ 646,40 ( ) Certo ( ) Errado http://concurseiro.vip http://concurseiro.vip 12 concurseiro.vip 4. (CADE – Contador – CESPE – 2014) Uma empresa comercial não conseguiu suprir sua necessidade de estoque com mercadoria nacional e adquiriu, no mês de janeiro/2014, mercadorias de fornecedor que pratica vendas in- dexadas ao dólar norte-americano (USD). Como política interna, a empresa realiza as compras à vista e as vendas, com prazo de trinta dias. Por meio de inventário permanente, a empresa utiliza o PEPS (primeiro a entrar, primeiro a sair) como forma de controle e avaliação do seu es- toque. As tabelas abaixo mostram a movimentação dos estoques em janeiro/2014 e a cotação da moeda norte-americana em alguns dias dessemês. Considerando as informações acima e o fato de que não há incidência tributária em nenhuma operação realizada pela empresa, julgue o item a seguir. O lucro bruto auferido com as vendas do dia 16/1 foi de R$ 141,00. ( ) Certo ( ) Errado – 5. (Inmetro – Técnico de Contabilidade – CESPE – 2010) A tabela a seguir apresenta dados relativos à movimentação de estoques de um produto em uma empresa comercial. Com base nas informações anteriormente apresentadas, assinale a opção que apresenta os valores corretos referentes, respectivamente, ao estoque final de mercadorias e ao custo das mercadorias vendidas caso fosse utilizado o método o primeiro que entra é o primeiro que sai (PEPS). a) R$ 1.300,00 e R$1.750,00. b) R$ 1.750,00 e R$ 2.050,00. c) R$ 2.050,00 e R$ 1.300,00. d) R$ 2.050,00 e R$ 1.750,00. e) R$ 2.050,00 e R$ 2.050,00. http://concurseiro.vip http://concurseiro.vip 13 Polícia Federal VIP (Escrivão e Agente de Polícia) – Contabilidade Geral – Prof Fernando Aprato concurseiro.vip 6. (Inmetro – Técnico de Contabilidade – CESPE – 2010) A tabela a seguir apresenta dados relativos à movimentação de estoques de um produto em uma empresa comercial. Caso fosse utilizado o método da média ponderada móvel, os valores do estoque final de mer- cadorias e do custo das mercadorias vendidas seriam, respectiva e aproximadamente, de a) R$ 1.300,00 e R$1.750,00 b) R$ 1.750,00 e R$2.050,00. c) R$ 1.773,00 e R$ 2.027,00. d) R$ 2.027,00 e R$ 1.773,00. e) R$ 2.050,00 e R$ 1.750,00. 7. (Inmetro – Técnico de Contabilidade – CESPE – 2010) Tanto nas empresas comerciais quanto nas industriais, obtém-se o valor do estoque final de mercadorias e materiais utilizando-se os dados constantes em inventários periódicos e(ou) em inventários permanentes —, procedimento que é conhecido como regime de inventários.Acerc adascaracterísticasdesseregime,assinaleaopçãocorreta. a) As fichas de controle de estoque são instrumentos essenciais do inventário periódico. b) No regime de inventário permanente, são totalmente dispensáveis os inventários físicos de final deperíodo. c) Utilizando-se o regime de inventário permanente, o custo do produto vendido deve ser cal- culado com base na equação CMV = EI + C –EF. d) O inventário periódico dificulta a identificação de saídas que não foram motivadas porven- das. e) Os dois regimes de inventário diferem apenas na periodicidade do levantamento físico dos estoques que é realizado mediante processo decontagem. 8. (TCE – AC – ACE – Contábeis – CESPE – 2009) Com referência à avaliação de estoques de modo geral, assinale a opção correta. a) A provisão para ajuste ao valor de mercado é dedutível paraefeitos tributários. b) A regra custo ou mercado, dos dois o menor visa eliminar dosestoques a parcela dos cus- tosrecuperável. c) O imposto de importação e o IOF não devem integrar o custo dos insumosimportados. d) Com a estabilização dos preços, o fisco passou a aceitar a adoção do método UEPS ouLIFO. e) Com a utilização do método do preço específico, o fluxo contábil dos bens coincide com o fluxofísico. http://concurseiro.vip http://concurseiro.vip 14 concurseiro.vip O resultado bruto apurado ao se utilizar o PEPS e o sistema de controle permanente é igual a a) R$ 798,50. b) R$ 761,50. c) R$ 722,50. d) R$ 712,50. 9. (SEGESP-AL – Perito Criminal – Contábeis – CESPE – 2013) Com relação a custo e controle dos estoques de mercadorias e impostos relacionados, julgue o item seguinte. O método da média ponderada móvel é o mais adequado para se empregar em empresas que trabalham com o sistema de inventário periódico. ( ) Certo ( ) Errado 10. (SEGESP-AL – Perito Criminal – Contábeis – CESPE – 2013) Com relação a custo e controle dos estoques de mercadorias e impostos relacionados, julgue o item seguinte. Em uma economia deflacionária, o método de controle de estoques primeiro que entra primei- ro que sai (PEPS) tende a apresentar custo do produto vendido mais elevado que o método da média ponderada móvel. ( ) Certo ( ) Errado 11. (MPU – Analista – Contabilidade – CESPE – 2013) Com referência aos métodos de avaliação de estoques, julgue os itensque se seguem. Considere que uma empresa que adote a sistemática de inventário permanente tenha adquiri- do matérias-primas de seu fornecedor e as tenha devolvido por não atenderem aos requisitos de qualidade da empresa. Nesse caso, o lançamento a crédito realizado pela empresa, quando da devolução, deverá ser realizado na conta de estoques. ( ) Certo ( ) Errado 12. (MPU – Analista – Contabilidade – CESPE – 2013) Com referência aos métodos de avaliação de estoques, julgue os itensque se seguem. Se uma empresa que opera em ambiente inflacionário adotasse o critério PEPS para controlar seus estoques, a avaliação dos estoques geraria um estoque final menor que o criado com a adoção de outros critérios. ( ) Certo ( ) Errado http://concurseiro.vip http://concurseiro.vip 15 Polícia Federal VIP (Escrivão e Agente de Polícia) – Contabilidade Geral – Prof Fernando Aprato concurseiro.vip 13. (MPU – Analista – Contabilidade – CESPE – 2013) Com referência aos métodos de avaliação de estoques, julgue os itens que se seguem. Caso uma empresa compre para revender mercadorias cujos preços apresentem, continua- mente, redução em seus valores de aquisição (deflação), o estoque desses itens pelo critério UEPS tenderá a apresentar saldos finais maiores. ( ) Certo ( ) Errado 14. (CPRM – Analista em Geociências – Contábeis – CESPE - 2013) Uma empresa comercial, durante o mês de março de 2013, realizou as seguintes transações, referentes à mesma mercadoria. C 1/3 – compra de 10 unidades da mercadoria por R$ 20,00 cada C 5/3 – compra de 15 unidades da mercadoria por R$ 25,00 cada C 15/3 – venda de 16 unidades da mercadoria por R$ 40,00 cada A partir dessas informações, julgue o itemabaixo. Considerando-se uma incidência de 10% de ICMS sobre as transações realizadas, infere-se que o imposto é recuperável e não integrará o custo da mercadoria. ( ) Certo ( ) Errado 15. (CPRM – Analista em Geociências – Contábeis – CESPE – 2013) Uma empresa comercial, durante o mês de março de 2013, realizou as seguintes transações, re- ferentes à mesma mercadoria. C 1/3 – compra de 10 unidades da mercadoria por R$ 20,00 cada C 5/3 – compra de 15 unidades da mercadoria por R$ 25,00 cada C 15/3 – venda de 16 unida- des da mercadoria por R$ 40,00 cada A partir dessas informações, julgue o item queabaixo. O valor do estoque final, com base no método UEPS, é de R$ 207,00, o que corresponde a nove unidades da mercadoria. ( ) Certo ( ) Errado 16. (CPRM – Analista em Geociências – Contábeis – CESPE – 2013) Uma empresa comercial, durante o mês de março de 2013, realizou as seguintestransações, referentes à mesma mercadoria. C 1/3 – compra de 10 unidades da mercadoria por R$ 20,00 cada C 5/3 – compra de 15 unidades da mercadoria por R$ 25,00 cada C 15/3 – venda de 16 unidades da mercadoria por R$ 40,00 cada A partir dessas informações, julgue o itemabaixo. O custo verificado pelo critério da média ponderada móvel é maior que o calculado pelo méto- do PEPS, já que a empresa encontra-se em um contexto deflacionário. ( ) Certo ( ) Errado Gabarito: 1. C 2. E 3. E 4. C 5. D 6. D 7. D 8. E 9. E 10. C 11. C 12. E 13. C 14. C 15. E 16. E http://concurseiro.vip http://concurseiro.vip 16 concurseiro.vip DEPRECIAÇÃO Art. 183. No balanço, os elementos do ativo serão avaliados segundo os seguintes critérios: [...] V – os direitos classificados no imobilizado, PELO CUSTO DE AQUISIÇÃO, deduzido do saldo da respectiva conta de depreciação, amortização ou exaustão; [...] § 2º A diminuição do valor dos elementos dos ativos imobilizado e intangível será registrada periodicamente nas contas de: a) depreciação, quando corresponder à perda do valor dos direitos que têm por objeto bens físicos sujeitos a desgaste ou perda de utilidade por uso, ação da natureza ou obsolescência; b) amortização, quando corresponder à perda do valor do capital aplicado na aquisição de di- reitos da propriedade industrial ou comercial e quaisquer outros com existência ou exercício de duração limitada, ou cujo objeto sejam bens de utilização por prazo legal ou contratualmente limitado; c) exaustão, quando corresponder à perda do valor, decorrente da sua exploração, de direitos cujo objeto sejam recursos minerais ou florestais, ou bens aplicados nessa exploração http://concurseiro.vip http://concurseiro.vip Polícia Federal VIP (Escrivão e Agente de Polícia) – Contabilidade Geral – Prof. Fernando Aprato 17concurseiro.vip 1. Depreciação O imobilizado deve ser registrado inicialmente pelo seu custo de aquisição. Uma vez registrado, o ativo imobilizado que estiver disponível para uso, ou seja, em condição de funcionamento na forma pretendida pela administração, deverá ser depreciado. A conta de Depreciação Acumulada registra o total das despesas de depreciação incorridas ao longo da vida útil do bem, sendo conta retificadora de ativo. A depreciação representa a diminuição do valor dos bens corpóreos (tangíveis ou materiais) que integram o ativo imobilizado, em decorrência de desgaste ou perda de utilidade pelo uso, ação da natureza ou obsolescência. O Ativo Imobilizado é formado pelo conjunto de bens e direitos necessários a manutenção à atividade da empresa. São considerados bens de consumo durável, pois não são utilizados uma única vez. Depreciar significa “perder ou reduzir valor”. A depreciação é o procedimento que consiste em considerar despesa ou custo do período uma parte do valor do bem registrado pela empresa. Ela também pode ser considerada como uma parcela que se retira do lucro com o fim específico de formar uma provisão que permita substi- tuir o bem depreciado sem a necessidade de recorrer a capitais de terceiros. 1.1. Valor de Aquisição ou Produção (Valor Original) O valor de aquisição, ou produção, do bem do ativo não- circulante é o valor por ele pago (como decorrência da aplicação do princípio de contabilidade do Registro pelo Valor Original). Assim, integram esse valor todos os gastos realizados, necessários para que os bens possam ser utiliza- dos nas atividades a que se destinam e ocorridos até esse momento. !! ATENÇÃO !! Parte do valor pago pode ser objeto de devolução e, assim, não consiste em um efetivo gasto – necessário – para que o referido bem possa ser utilizado. Ora, se alguém devolve o valor pago, não há falar em efetivo gasto. Esse é o caso dos tributos recuperáveis na aquisição do bem: ICMS, PIS/Pasep e Cofins. Esses tributos compõem o valor pago pelo bem adquirido, ou seja, estão embutidos no valor do pre- ço pago, mas são recuperáveis e, assim, não compõem o valor original. Em suma, o valor de aquisição é o valor a ser pago, deduzido dos tributos recuperáveis. De acordo com o item 16 do CPC 27 o custo de um item do ativo imobilizado compreende: a) seu preço de aquisição, acrescido de impostos de importação e impostos não recuperáveis sobre a compra, depois de deduzidos os descontos comerciais e abatimentos; b) quaisquer custos diretamente atribuíveis para colocar o ativo no local e condição necessá- rias para o mesmo ser capaz de funcionar da forma pretendida pela administração; http://concurseiro.vip 18 concurseiro.vip c) a estimativa inicial dos custos de desmontagem e remoção do item e de restauração do local (sítio) no qual este está localizado. Tais custos representam a obrigação em que a enti- dade incorre quando o item é adquirido ou como consequência de usá-lo durante determi- nado período para finalidades diferentes da produção de estoque durante esse período. De acordo com o item 17 do CPC 27 são exemplos de custos diretamente atribuíveis: a) custos de benefícios aos empregados (tal como definidos no Pronunciamento Técnico CPC 33 – Benefícios a Empregados) decorrentes diretamente da construção ou aquisição de item do ativo imobilizado; b) custos de preparação do local; c) custos de frete e de manuseio (para recebimento e instalação); d) custos de instalação e montagem; e) custos com testes para verificar se o ativo está funcionando corretamente, após dedução das receitas líquidas provenientes da venda de qualquer item produzido enquanto se coloca o ativo nesse local e condição (tais como amostras produzidas quando se testa o equipamento); e f) honorários profissionais. 1.2. Vida Útil 1.2.1. Regra Geral O conceito de vida útil é facilmente apresentável como a quantidade de períodos prevista para utilização de determinado bem do ativo não-circulante. Frise-se que é a quantidade de perí- odos prevista para utilização do bem, mas não é a quantidade permitida de períodos para sua utilização. Assim, podem existir bens sendo utilizados após o final de sua vida útil. Saliente-se que a Lei das S/A não determina o critério da determinação dessa vida útil e, assim, busca-se – subsidiariamente – na legislação tributária esse critério (que será aplicável desde que em linha com a lei das S/A, formando um sistema harmônico). Pois bem, a regra proposta pela legislação tributária está contida no art. 310 do Decreto 3.000, de 1999, a seguir: Art. 310. A taxa anual de depreciação será fixada em função do prazo durante o qual se possa esperar utilização econômica do bem pelo contribuinte, na produção de seus rendimentos (Lei nº 4.506, de 1964, artigo 57, § 2º). § 1º A Secretaria da Receita Federal publicará periodicamente o prazo de vida útil admissível, em con- dições normais ou médias, para cada espécie de bem, ficando assegurado ao contribuinte o direito de computar a quota efetivamente adequada às condições de depreciação de seus bens, desde que faça a prova dessa adequação, quando adotar taxa diferente (Lei nº 4.506, de 1964, artigo 57, § 3º). § 2º No caso de dúvida, o contribuinte ou a autoridade lançadora do imposto poderá pedir pe- rícia do Instituto Nacional de Tecnologia, ou de outra entidade oficial de pesquisa científica ou tecnológica, prevalecendo os prazos de vida útil recomendados por essas instituições, enquanto os mesmos não forem alterados por decisão administrativa superior ou por sentença judicial, baseadas, igualmente, em laudo técnico idôneo (Lei nº 4.506, de 1964, artigo 57, § 4º). http://concurseiro.vip http://concurseiro.vip Polícia Federal VIP (Escrivão e Agente de Polícia) – Contabilidade Geral – Prof. Fernando Aprato 19concurseiro.vip § 3º Quando o registro do imobilizado for feito por conjunto de instalação ou equipamentos, sem especificação suficiente para permitir aplicar as diferentes taxas de depreciação de acordo com a natureza do bem, e o contribuinte não tiver elementos para justificar as taxas médias adotadas para o conjunto, será obrigado a utilizaras taxas aplicáveis aos bens de maior vida útil que integrem o conjunto (Lei nº 4.506, de 1964, artigo 57, § 12). O tempo de vida útil para itens do Ativo Imobilizado são definidos pela Secretaria da Receita Federal por meio das IN/SRF 1.700/2017. Entretanto, a Secretaria da Receita Federal do Brasil fixou apenas o prazo de alguns ativos, dei- xando que a jurisprudência administrativa definisse as demais situações. Exemplos mais utilizados de taxas anuais de depreciação e correspondente vida útil de bens: Taxa Bem Vida Útil 4% edifícios e benfeitorias 25 anos 10% móveis e utensílios 10 anos 10% máquinas e equipamentos 10 anos 20% veículos de passageiro e carga 5 anos 20% computadores e periféricos 5 anos 25% motociclos, tratores e caminhões fora de estrada 4 anos !! ATENÇÃO !! No ano em que os bens forem postos em operação, deve-se ajustar a taxa anual proporcional- mente ao número de meses de efetiva utilização desses bens (independente da quantidade de dias no mês). 1.2.1. Vida Útil de Bens Usados A depreciação de bens adquiridos usados deverá ser realizada considerando a vida útil rema- nescente aplicável ao bem. Ocorre que há uma presunção de vida útil de bens adquiridos usa- dos, que consiste no maior dos prazos a seguir: a) metade da vida útil que seria admitida para aquele bem, se adquirido novo; b) o restante da vida útil daquele bem, considerado o tempo decorrido desde o início de sua utilização, pelo primeiro proprietário. Essa regra não é derivada do texto da Lei das S/A, mas decorre de disposição expressa do De- creto 3.000, de 1999 (Regulamento do Imposto de Renda), em seu art. 311, a seguir: Art. 311. A taxa anual de depreciação de bens adquiridos usados será fixada tendo em vista o maior dos seguintes prazos: I – metade da vida útil admissível para o bem adquirido novo; II – restante da vida útil, considerada esta em relação à primeira instalação para utilização do bem. http://concurseiro.vip 20 concurseiro.vip Seja um equipamento cuja vida útil normal é de 10 anos. Considere a compra desse equipamento usado, após seu uso por quatro anos (pelo primeiro proprietário – vendedor do equipamento). Nesse caso, a depreciação será realizada considerando- se, como vida útil, o valor a seguir apurado: Vida útil inicialmente prevista para o bem 10 anos Tempo de utilização desde a sua instalação inicial 4 anos Metade da vida útil que seria admitida para aquele bem, se adquirido novo 5 anos O restante da vida útil daquele bem, considerado o tempo decorrido desde o inicio de sua utilização, pelo primeiro proprietário 6 anos Vida útil do bem usado 6 anos 1.3. Valor Residual O valor residual é um conceito teórico – quase sempre exigido em concurso – mas que na prá- tica quase nunca é utilizado. Ocorre que, mesmo pouco utilizado, esse conceito deve ser cuida- dosamente estudado. O valor residual de um bem é o valor que o bem terá após o fim da vida útil para a empresa. De acordo com o item 6 do CPC 27 “o valor residual é o valor estimado que a entidade obteria com a venda do ativo, após deduzir as despesas estimadas de venda, caso o ativo já tivesse a idade e a condição esperadas para o fim de sua vida útil”. Do ponto de vista puramente patrimonial, o valor residual é um conceito teórico perfeitamente lógico: trata-se do valor patrimonial remanescente do bem, deduzida toda a depreciação rea- lizada durante sua vida útil. Em outras palavras, é o valor que sobra após toda a perda por uso, desgaste ou obsolescência. 1.4. Valor Depreciável (Base de Cálculo da Depreciação) O valor depreciável, sobre o qual incidem os encargos de depreciação, é resultante da diferença entre o valor de aquisição e o valor residual. Cumpre referir que o valor depreciável será idênti- co ao valor de aquisição sempre que o valor residual for zero. De acordo com o item 6 do CPC 27 “Valor depreciável é o custo de um ativo ou outro valor que substitua o custo, menos o seu valor residual”. Valor depreciável = valor de aquisição – valor residual http://concurseiro.vip http://concurseiro.vip Polícia Federal VIP (Escrivão e Agente de Polícia) – Contabilidade Geral – Prof. Fernando Aprato 21concurseiro.vip 1.5. Taxa de Depreciação A taxa de depreciação é um percentual, que deverá ser aplicado sobre o valor depreciável a cada período, para fins de apuração do valor do encargo de depreciação do referido período. De uma maneira simplista, poder-se-ia pensar que a taxa de depreciação seria sempre calcu- lável pela divisão: [1 (/) número de períodos da vida útil do bem]. Exemplificando, se um bem tem vida útil de 5 (cinco) anos, sua taxa de depreciação seria de [1 (/) 5] (=) 20% ao ano. Efetivamente, esse é o método geralmente utilizado, mas trata-se de uma simplificação da re- alidade, na qual se parte do pressuposto de que os bens envelhecem (perdem valor por uso, desgaste ou obsolescência) de forma linear no tempo. Isso não corresponde à realidade; pois os bens (assim como nós) envelhecem de forma irregular no tempo (geralmente perdem muito de seu valor no início de sua vida útil e pouco no final). Assim, veremos que há várias formas de calcular a taxa de depreciação, entretanto, a mais uti- lizada é a depreciação linear. !! ATENÇÃO !! Como o total da depreciação não pode ultrapassar o valor patrimonial – depreciável – do bem, temos (por decorrência) que o somatório das taxas de depreciação de todos os períodos da vida útil do bem deve ser SEMPRE 100%. 1.6. Encargo de Depreciação do Período O encargo de depreciação de período é o resultado da multiplicação do valor depreciável pela taxa de depreciação do respectivo período. Em um exemplo ilustrativo, o valor do encargo de depreciação de cada período seria calculado da seguinte forma: Valor depreciável R$ 1.200.000,00 (*)Taxa de depreciação 10% (=) encargo de depreciação do período R$ 120.00,00 Contabilização D – Depreciação (Despesa) C – Depreciação Acumulada (AÑC – Imobilizado) 1.7. Depreciação Acumulada A depreciação acumulada (registrada em conta retificadora do ativo) é o somatório dos encar- gos de depreciação dos vários períodos em que o bem foi utilizado. http://concurseiro.vip 22 concurseiro.vip 1.8. Valor Contábil O valor contábil é calculado pela diferença entre o valor de aquisição e da depreciação acumu- lada Valor contábil = valor de aquisição – depreciação acumulada. Repare que, ao final da vida útil do bem, o valor contábil (valor de aquisição, deduzida a depre- ciação acumulada) é idêntico ao valor residual. 1.9. O Encargo de Depreciação – Despesa x Custo O encargo de depreciação (que, via de regra, é considerado despesa) poderá ser computado como custo ou despesa operacional, conforme o caso. 1.10. Quem Registra o Encargo de Depreciação A depreciação será deduzida pela entidade que suporta o encargo econômico do desgaste ou obsolescência, e essa será – via de regra – a proprietária do bem a ser depreciado. Assim, caso uma empresa – LOCADORA – seja proprietária de uma edificação que está sendo utilizada por outra – LOCATÁRIA – (por conta de um contrato de locação), quem registrará encargos de de- preciação será a LOCADORA e não a LOCATÁRIA. A locatária deverá registrar, mensalmente, despesas com aluguéis. Entretanto, pode ocorrer um caso especial em que a perda do valor do bem (por uso desgas- te ou obsolescência) é suportada pela empresa que apenas usa o bem, sem ser proprietária. Essa é a situação que ocorre, por exemplo, quando o locatário se encontra contratualmente obrigado a devolver um bem novo idêntico ao final da locação. Outro exemplo é o do leasing financeiro. Saliente-se que esses exemplos são decorrentes da aplicação da nova redação dada ao inciso IV do art. 179 da Lei das S/A: Art. 179. As contas serão classificadas do seguinte modo: [...] IV – no ativo imobilizado: os direitos que tenham por objeto bens corpóreos destinados à manu- tenção das atividades da companhia ou da empresa ou exercidos com essa finalidade, inclusive os decorrentesde operações que transfiram à companhia os benefícios, riscos e controle des- ses bens; http://concurseiro.vip http://concurseiro.vip Polícia Federal VIP (Escrivão e Agente de Polícia) – Contabilidade Geral – Prof. Fernando Aprato 23concurseiro.vip 1.11. Início e Fim do Cômputo do Encargo de Depreciação De acordo com o item 55 do CPC 27, A depreciação do ativo se inicia quando este está disponí- vel para uso, ou seja, quando está no local e em condição de funcionamento na forma preten- dida pela administração. O encargo de depreciação somente é computável no resultado do exercício a partir da época em que o bem é instalado, posto em serviço ou em condições de produzir. Em outras palavras, não importa a data de aquisição do bem, mas a data de colocação do bem em funcionamento. A explicação para essa condição, do ponto de vista patrimonial, é que: (1) se o bem não está sendo utilizado, não há esforço patrimonial no afã de auferir lucros; (2) portanto, não cabe re- gistrar despesas com depreciação. Cabe, entretanto, o registro de eventual perda – no caso desse bem se tornar impróprio para o uso e for descontinuado pela empresa. Cumpre referir que não é prevista a constituição de provisão para ajuste a valor de mercado de bens do imobilizado (porque o objetivo é que esse tipo de bem seja usado e não vendido), mas sim de ajuste ao valor recuperável (impairment). A legislação do Imposto de Renda (Decreto 3.000, de 1999) tem disposição específica nesse mesmo sentido, em seu art. 309, a seguir: Art. 309. A quota de depreciação registrável na escrituração como custo ou despesa operacio- nal será determinada mediante a aplicação da taxa anual de depreciação sobre o custo de aqui- sição dos bens depreciáveis (Lei nº 4.506, de 1964, artigo 57, § 1º). § 1º A quota anual de depreciação será ajustada proporcionalmente no caso de período de apuração com prazo de duração inferior a doze meses, e de bem acrescido ao ativo, ou dele baixado, no curso do período de apuração. § 2º A depreciação poderá ser apropriada em quotas mensais, dispensado o ajuste da taxa para os bens postos em funcionamento ou baixados no curso do mês. De acordo com o item 55 do CPC 27, a depreciação de um ativo deve cessar na data em que o ativo é classificado como mantido para venda (ou incluído em um grupo de ativos classificado como mantido para venda de acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 31 – Ativo-Não Circulante Mantido para Venda e Operação Descontinuada) ou, ainda, na data em que o ativo é baixado, o que ocorrer primeiro. Portanto, a depreciação não cessa quando o ativo se torna ocioso ou é retirado do uso normal, a não ser que o ativo esteja totalmente depreciado. No entanto, de acordo com os métodos de depreciação pelo uso, a despesa de depreciação pode ser zero enquanto não houver produção. 1.12. Limite do Valor da Depreciação O valor do bem, deduzido da respectiva depreciação acumulada nunca poderá resultar em um número negativo. Isso é uma decorrência do próprio conceito de depreciação (perda do valor de um bem, por uso, desgaste ou obsolescência); ora, um bem nunca pode perder mais do que a totalidade de seu valor patrimonial. http://concurseiro.vip 24 concurseiro.vip 1.13. Depreciação de Bens na Fase Pré-Operacional Os encargos de depreciação dos bens do ativo imobilizado que tenham ocorrido durante a fase pré-operacional eram escriturados no ativo diferido para posterior amortização. Com a extinção do grupo ativo diferido, decorrente da edição da Medida Provisória nº 449, de 2008, que alterou a Lei das S/A: 1. a ocorrência dessa depreciação durante a fase pré-operacional passou a ser reconhecida diretamente como despesa; 2. os valores até então registrados no ativo diferido podem ser mantidos no ativo até sua final amortização. 1.14. Bens não Sujeitos a Depreciação Há, também, bens corpóreos de longo prazo, ou seja, de natureza não circulante, mas que não estão sujeitos à depreciação e, em relação aos quais, não é admitido registro de quota de de- preciação, são eles: a) terrenos; b) edificações não utilizadas nem alugadas; c) bens que aumentam de valor no tempo (como joias e obras de arte); e d) bens sujeitos à exaustão. Terrenos Terrenos, não estão sujeitos à depreciação, salvo em relação aos melhora- mentos e construções. Isso decorre do fato de que a terra nua não perde seu valor porque é usada. No caso de um terreno que não estiver contabilmente segregado do valor da edificação que, eventualmente, possa sobre ele existir; deverá ser feita a separação dos dois valores (relativo ao terreno e à edifica- ção), a fim de que se possa computar quota de depreciação somente sobre as edificações (construções e benfeitorias). Essa segregação contábil deverá ser baseada em laudo de avaliação do bem. Prédios e construções não alugados nem utilizados Prédios e construções não alugados nem utilizados por seus proprietários na produção de seus rendimentos, ou imóveis destinados à venda, também não estão sujeitos à depreciação. Isso decorre do conceito de que os bens somente são depreciados a partir do momento em que são postos em fun- cionamento. Bens que aumentam de valor com o tempo Bens que normalmente aumentam de valor com o tempo, como obras de arte ou antiguidades também não devem ser objeto de depreciação. Essa é uma decorrência, do próprio conceito de depreciação, pois, não há perda de valor do bem com o passar do tempo (ainda que eles sejam usados). Bens objeto de exaustão Por exclusão, bens em relação aos quais seja registrada quota de exaustão, conforme será estudado adiante, também não serão depreciados. http://concurseiro.vip http://concurseiro.vip Polícia Federal VIP (Escrivão e Agente de Polícia) – Contabilidade Geral – Prof. Fernando Aprato 25concurseiro.vip 1.15. Benfeitorias em Propriedades de Terceiros As benfeitorias em propriedades de terceiros podem – ou não – ser objeto de registro no ativo imobilizado. Pode ocorrer que uma empresa locatária realize construção em terreno locado, ou seja, terre- no de propriedade alheia. De pronto, cabe diferenciar o caso em que essa construção é restituível do caso em que não haja previsão (legal ou contratual) de restituição. Caso os gastos com as benfeitorias sejam passíveis de restituição, não entra no patrimônio da empresa locatária qualquer bem ou direito de natureza permanente (a ser registrado no imo- bilizado). Contabilização da benfeitoria em imóvel de terceiro com cláusula de restituição Empresa locatária constrói um galpão em um terreno alugado de outra pessoa jurídica locadora, tendo gasto um valor de R$ 80.000,00. Pelo contrato ficou acertado que a empresa locadora indenizaria integralmente a empresa locatária, mediante dedução de R$ 4.000,00 no valor do aluguel mensal que equivale a R$ 5.000,00, em 20 parcelas. Pelo registro dos gastos na construção: D – Valores a Receber (AC) R$ 48.000,00 D – Valores a Receber (AÑC – Realizável a Longo Prazo) R$ 32.000,00 C – Bancos (AC – Disponibilidades) R$ 80.000,00 12 parcelas x R$ 4.000,00 = 48.000,00 no circulante e o restante no realizável a longo prazo. Pelo registro das parcelas de indenização e do valor do aluguel pago: D – Despesas de Aluguéis (Despesa – Resultado do Exercício) R$ 5.000,00 C – Valores a Receber (AC ) R$ 4.000,00 C – Bancos (AC – Disponibilidades) R$ 1.000,00 Por outro lado, caso os gastos com as benfeitorias não sejam passíveis de restituição, com o valor gasto, a empresa locatária adquire um direito: o direito de se utilizar da benfeitoria (1) pelo prazo do contrato de locação ou (2) pelo tempo previsto de duração da benfeitoria realiza- da – sua vida útil. Trata-se de um direito de longo prazo a ser reconhecido no imobilizado. Ora, no caso de um contrato de locação por prazo indeterminado, a benfeitoria será utilizada pela empresa locatária enquanto a referida benfeitoriativer serventia (enquanto não envelhe- cer). Nesse caso, cabe a depreciação dessa benfeitoria. !! ATENÇÃO !! Se o contrato de locação for por prazo determinado, cabe amortização (conforme será visto adiante). http://concurseiro.vip 26 concurseiro.vip Contabilização da benfeitoria em imóvel de terceiro sem cláusula de restituição Uma empresa realizou benfeitorias em um terreno alugado a outra empresa, no valor de R$ 150.000,00. O contrato, após a execução das benfeitorias, tem vigência fixada por mais 50 meses e estabelece que as benfeitorias não serão indenizadas. Pelo registro dos gastos incorridos durante a construção: D – Benfeitorias em Andamento (AÑC – Imobilizado) R$ 150.000,00 C – Bancos (AC – Disponibilidades) R$ 150.000,00 Pelo registro da conclusão da obra: D – Benfeitorias em Propriedades de Terceiros (AÑC – Imobilizado) R$ 150.000,00 C – Benfeitorias em Andamento (AÑC – Imobilizado) R$ 150.000,00 Pelo registro da quota mensal de amortização que será apropriada durante a vigência do contrato: D – Amortizações (Custo ou Despesa – Conta de Resultado) R$ 3.000,00 C – Amortizações Acumuladas (AÑC – Imobilizado) R$ 3.000,00 Cálculo da apropriação da quota mensal: R$ 150.000,00 / 50 meses = R$ 3.000,00 http://concurseiro.vip http://concurseiro.vip Polícia Federal VIP (Escrivão e Agente de Polícia) – Contabilidade Geral – Prof. Fernando Aprato 27concurseiro.vip 16. Métodos do Cálculo da Taxa de Depreciação 1.16.1. Linear ou Método da Linha ou das Quotas Constantes É o método mais recorrente em provas e o mais utilizado pela ESAF. Se a questão não mencio- nar o método de depreciação, você irá utilizar o linear. O método linear é o método padrão, portanto, já foi visto e apresentado nos exemplos até aqui propostos. Ele parte do pressuposto de que a depreciação ocorre de maneira constante no tempo e portanto: a) a taxa de depreciação é igual ao percentual calculado através da divisão [1 (/) vida útil]; b) o encargo de depreciação do período = valor depreciável (*) taxa. Resumidamente: encargo de depreciação do período (=) (custo do bem – valor residual estima- do) / (período de vida útil em anos). Exemplo: • custo (valor de aquisição) do bem R$ 500.000,00; • valor residual do bem R$ 100.000,00; • vida útil do bem 5 anos. Depreciação anual: (R$ 500.000,00 – R$ 100.000,00) / 5 = R$ 80.000,00. 1.16.2. Da Soma dos Dígitos ou de Cole O método da soma dos dígitos é um modelo em que a taxa de depreciação dos diversos perío- dos da vida útil de um bem varia. Trata-se de um modelo interessante, do ponto de vista patrimonial, pois, é normal que um bem venha a perder uma grande parte de seu valor no início de sua vida útil e apenas uma pequena parte no seu final (basta pensar em um veículo: no primeiro ano de vida ele sofre grande “des- valorização” e, no final de sua vida útil, a “desvalorização” pode ser desprezível). Por outro lado, pode ocorrer (ainda que de forma menos frequente) a situação inversa; na qual um bem venha a perder uma pequena parcela de seu valor no início de sua vida útil e uma maior parcela ao final. Isso ocorreria, por exemplo, quando um equipamento fosse utilizado na fabricação de um produto que estivesse sendo introduzido no mercado e que, no início de sua vida útil, é pouco utilizado (porque o produto ainda não estaria sendo produzido em larga escala) e, à medida que o mercado aceitasse o produto, a produção aumentaria (aumentando, consequentemente, a utilização do bem e também sua depreciação). O método da soma dos dígitos alcança as duas situações acima apresentadas e, como aquelas são situações inversas, esse método (da soma dos dígitos) se divide, em: a) Método da soma dos dígitos – DECRESCENTE; e b) Método da soma dos dígitos – CRESCENTE. http://concurseiro.vip 28 concurseiro.vip 1.16.2.1. Da Soma dos Dígitos Decrescente O método da soma dos dígitos – Decrescente – é utilizado para representar o comportamento de perda de valor patrimonial de bens (por uso, desgaste ou obsolescência – depreciação) no tempo, quando a perda é maior no início da vida útil do bem e menor a seu final. Portanto as taxas de depreciação (calculadas segundo esse método) são decrescentes. Para aplicação deste método, a taxa de depreciação de cada período é calculada na forma de uma fração è [Numerador (/) Denominador], cujos valores são apurados conforme a seguir: 1. O denominador é constante em todos os períodos da vida útil do bem e tem o valor da soma dos algarismos que compõem o número de períodos da vida útil desse bem; 2. O valor do numerador varia, conforme o período: 2.a) Para o primeiro período: o número de períodos de vida útil do bem, 2.b) Para o segundo período: o número de períodos de vida útil do bem menos 1, 2.c) Para o terceiro período: o número de períodos de vida útil do bem menos 2. E, assim por diante, até que o numerador relativo ao último período da vida útil do bem depre- ciado seja igual a 1 . Calculada a taxa, o valor do encargo de depreciação do respectivo período é o valor depreciável do bem, multiplicado pela fração obtida (com o numerador e denominador calculados confor- me acima). Para ilustrar o conceito, apresentamos o exemplo a seguir: Seja um bem que apresente: (1) valor depreciável (custo) de R$ 50.000,00; (2) vida útil de 5 (cinco) anos e (3) depreciação baseada no método da soma dos dígitos decrescente. A partir desses dados, calcularemos o encargo de depreciação (e a depreciação acumulada) em cada um dos anos da vida útil do bem. Denominador: 1+2+3+4+5 = 15 Numeradores: 5; 4; 3; 2 e 1 (para cada um dos cinco anos da vida útil do bem) Período Numerador Denominador Fração Custo do Bem Vlr da Depreciação Depreciação Acumulada 1 5 15 33,33% 50.000,00 16.666,67 16.666,67 2 4 15 26,67% 50.000,00 13.333,33 30.000,00 3 3 15 20,00% 50.000,00 10.000,00 40.000,00 4 2 15 13,33% 50.000,00 6.666,67 46.666,67 5 1 15 6,67% 50.000,00 3.333,33 50.000,00 Total 50.000,00 http://concurseiro.vip http://concurseiro.vip Polícia Federal VIP (Escrivão e Agente de Polícia) – Contabilidade Geral – Prof. Fernando Aprato 29concurseiro.vip 1.16.2.2. Da Soma dos Dígitos Crescente O método da soma dos dígitos – Crescente – é utilizado para representar o comportamento de perda de valor patrimonial de bens (por uso, desgaste ou obsolescência – depreciação) no tem- po, quando a perda é menor no início da vida útil do bem e maior a seu final. Portanto as taxas de depreciação (calculadas segundo esse método) são crescentes. Saliente-se que esse não é o caso comum (os bens, em geral, perdem mais valor patrimonial por uso no início de sua vida útil); entretanto, foi esse o método já pedido em provas da ESAF. Para aplicação deste método, a taxa de depreciação de cada período é calculada na forma de uma fração è [Numerador (/) Denominador], cujos valores são apurados conforme a seguir: 1. O denominador é constante em todos os períodos da vida útil do bem e tem o valor da soma dos algarismos que compõem o número de períodos da vida útil desse bem; 2. O valor do numerador varia, conforme o período: 2.a) Para o primeiro período: 1; 2.b) Para o segundo período: 2; (2.c) Para o terceiro período: 3. E, assim por diante, até que o numerador relativo ao último período da vida útil do bem depre- ciado seja igual à quantidade de períodos de sua vida útil. Calculada a taxa, o valor do encargo de depreciação do respectivo período é o valor depreciável do bem, multiplicado pela fração obtida (com o numerador e denominador calculados confor- me acima). Para ilustrar o conceito, apresentamos o exemplo a seguir: Seja um bem que apresente: (1) valor depreciável (custo) de R$ 50.000,00; (2) vida útil de 5 (cinco) anos e (3) depreciação baseada no método da soma dos dígitos crescente. A partir des- ses dados, calcularemos o encargo de depreciação (e a depreciação acumulada) em cada um dos anos da vida útil do bem. Denominador: 1+2+3+4+5= 15 Numeradores: 1; 2; 3; 4 e 5 (para cada um dos cinco anos da vida útil do bem) Período Numerador Denominador Fração Custo do Bem Vlr da Depreciação Depreciação Acumulada 1 1 15 6,67% 50.000,00 3.333,33 3.333,33 2 2 15 13,33% 50.000,00 6.666,67 10.000,00 3 3 15 20,00% 50.000,00 10.000,00 20.000,00 4 4 15 26,67% 50.000,00 13.333,33 33.333,33 5 5 15 33,33% 50.000,00 16.666,67 50.000,00 Total 50.000,00 http://concurseiro.vip 30 concurseiro.vip 1.16.2.3. Das Unidades Produzidas O método das unidades produzidas é utilizado para refletir o comportamento da depreciação de bens em que a utilização é variável ao longo de sua vida útil – e dependente da produção realizada a partir da utilização desse bem. Portanto, nesse método, de antemão, não se pode saber se o bem irá perder valor de forma constante, crescente ou decrescente. Com efeito, a perda de valor do bem se dará conforme o volume de produção do período (em relação à pro- dução total, prevista a partir da utilização desse bem). A taxa de depreciação de cada período é calculada através de uma fração (Numerador (/) Deno- minador), onde: 1. O numerador é igual ao número de unidades produzidas no período; e 2. O denominador é igual ao número estimado de unidades a serem produzidas durante toda a vida útil do bem. Calculada a taxa, o valor do encargo de depreciação do respectivo período é o valor depreciável do bem, multiplicado pela fração obtida (com o numerador e denominador calculados confor- me acima). 1.16.2.4. Das Horas Trabalhadas O método das horas de trabalho é utilizado para refletir o comportamento da depreciação de bens em que a utilização é variável ao longo de sua vida útil. Portanto, nesse método, de ante- mão, não se pode saber se o bem irá perder valor de forma constante, crescente ou decrescen- te. Com efeito, a perda de valor do bem se dará conforme a quantidade de horas de utilização do bem no período (em relação ao total de horas previstas de utilização desse bem, prevista). A taxa de depreciação de cada período é calculada através de uma fração (Numerador (/) Deno- minador), onde: 1) O numerador é igual ao número de horas de utilização do bem no período; e 2) O denominador é igual ao número estimado de horas de utilização do bem, durante toda sua vida útil. Calculada a taxa, o valor do encargo de depreciação do respectivo período é o valor depreciável do bem, multiplicado pela fração obtida (com o numerador e denominador calculados confor- me acima). 1.17. Depreciação Acelerada A depreciação acelerada consiste em atribuir coeficientes multiplicadores em função do número de horas diárias de operação do bem sujeito ao desgaste pelo uso. Somente é adotada no caso de bens móveis. Coeficientes adotados: I – Coeficiente 1,0 para um turno de oito horas de operação; http://concurseiro.vip http://concurseiro.vip Polícia Federal VIP (Escrivão e Agente de Polícia) – Contabilidade Geral – Prof. Fernando Aprato 31concurseiro.vip II – Coeficiente 1,5 para 2 turnos de oito horas de operação (16 horas); III – Coeficiente 2,0 para 3 turnos de oito horas de operação (24 horas); 1.18. Mudança de Estimativa de Vida Útil CPC 27 – Ativo Imobilizado 50. O valor depreciável de um ativo deve ser apropriado de forma sistemática ao longo da sua vida útil estimada 51. O valor residual e a vida útil de um ativo são revisados pelo menos ao final de cada exercício e, se as expectativas diferirem das estimativas anteriores, a mudança deve ser contabilizada como mudan- ça de estimativa contábil, segundo o Pronunciamento Técnico CPC 23 – Políticas Contábeis, Mudança de Estimativa e Retificação de Erro. Antes da edição do CPC 27, o valor residual e a vida útil eram definidos (geralmente, as empre- sas usavam o critério fiscal) e não mais se alteravam, durante a vida útil do ativo. Todavia, com as mudanças, o valor residual e a vida útil de um ativo devem ser revisados pelo menos ao final de cada ano. Se houver diferença, deve ser realizada e tratada como mudança de estimativa contábil, como reza o artigo 51 do CPC 27. A mudança na depreciação deve ser considerada mudança de estimativa contábil, isto implica produzir efeitos prospectivos – no ano corrente e nos anos futuros. Não deve ser feita nenhu- ma alteração nos valores já contabilizados como depreciação. De acordo com o CPC 23 – Políticas Contábeis, Mudança de Estimativa e Retificação de Erro, a mudança na estimativa contábil decorre de uma nova informação ou inovações que resultar em ajustes nos saldos contábeis de ativo ou de passivo, ou nos montantes relativos ao consu- mo periódico de ativo, avaliados com base em informações disponíveis e confiáveis a época da mensuração. Ao longo da utilização de seus ativos, a companhia pode perceber que a vida útil estimada para alguns de seus bens precisa ser revista. Este fato afetará o cálculo da depreciação, da amortiza- ção ou da exaustão. A mudança na vida útil ou no padrão esperado de consumo de um ativo não trará qualquer im- pacto sobre o valor original do bem. Do mesmo modo, a depreciação acumulada até o período de revisão da estimativa de vida útil será mantida. A diferença fica por conta da vida útil restante e da base de cálculo das despesas de deprecia- ção. http://concurseiro.vip 33concurseiro.vip Questões 1. (TRT 7 – Analista – Contábeis – CESPE – 2017) Uma indústria adquiriu um equipamento produtivo por R$ 320 mil, o qual foi registra- do contabilmente e colocado em operação em 13/8/2013. O fabricante estimava a vida útil do equipamento em dez anos. O equi- pamento será utilizado em dois turnos de oito horas, razão por que será aplicada a de- preciação acelerada calculada pelo método da linha reta. A empresa considera um valor residual de 10% para todos os seus equipa- mentos industriais. Nessa situação hipotética, considerando-se que a indústria encerra seu exercício social no dia trinta de setembro de cada ano, é correto afirmar que o valor contábil líquido do equipamento apurado para o balanço de 2017 é igual a a) R$ 80 mil. b) R$ 108 mil. c) R$ 140 mil. d) R$ 200 mil. 2. (TRE – BA – Técnico – Contabilidade – CESPE – 2017) Em relação à depreciação de bens e aos respectivos métodos e cálculo de quotas, assinale a opção correta. a) A quota de depreciação é o valor resul- tante da aplicação da taxa sobre o valor correspondente ao custo de aquisição do bem. b) A aplicação do método de depreciação denominado soma dos algarismos dos anos resulta em quotas crescentes ou decrescentes de depreciação. c) O método de depreciação escolhido deve ser utilizado durante toda a vida útil do ativo, a fim de que sejam manti- das a uniformidade e comparabilidade das informações. d) O cálculo das quotas de depreciação e a respectiva contabilização devem ter como referência o mês em que o bem tenha sido incorporado ao ativo da enti- dade. e) Se a depreciação acumulada alcançar 100% do valor depreciável, as quotas deverão continuar a ser calculadas, des- de que o bem ainda esteja em uso na entidade. 3. (TRE – BA – Técnico – Contabilidade – CES- PE – 2017) No que se refere à contabilização da baixa de bens do ativo não circulante, o lança- mento contábil composto por um débito na conta a) depreciação e por um crédito na conta depreciação acumulada é representa- tivo da apuração do valor contábil por ocasião da venda de bens do ativo não circulante. b) depreciação acumulada e por um crédi- to na conta veículos é representativo da efetiva baixa do referido bem, por oca- sião de sua venda. c) caixa/bancos e por um crédito na conta depreciação acumulada é representati- vo da apuração do ganho ou da perda na venda de bens do ativo não circulan- te. d) ganho ou perdas de capital e por um crédito na conta caixa/bancos é repre- sentativo da apuração do ganho ou per- da na venda de bens do ativo não circu- lante. e) depreciação acumulada e por um crédi- to na conta veículos é representativo da apuração do valor contábil do referido bem, porocasião de sua venda http://concurseiro.vip http://concurseiro.vip 34 concurseiro.vip 4. (TRE – BA – Técnico – Contabilidade – CESPE – 2017) O método contábil que consiste em reduzir o valor aplicado na aquisição de direitos de propriedade, inclusive de ativos intangíveis, cuja existência ou prazo legal ou contratual sejam limitados, é denominado a) exaustão. b) amortização. c) redução ao valor recuperável. d) depreciação. e) provisão. 5. (TRE – PE – Analista – Contabilidade – CES- PE – 2017) Com base na NBC TG 27 (ativo imobilizado), assinale a opção correta, em relação à de- preciação, ao valor depreciável e ao período de depreciação. a) Os normativos contábeis não permitem que o valor residual de um ativo imobi- lizado seja aumentado depois de esta- belecido. b) A obsolescência técnica proveniente de mudanças ou as melhorias na produção não são consideradas na determinação de vida útil de um ativo. c) O valor depreciável de um ativo imo- bilizado deve ser apropriado de forma eventual ao longo de sua vida útil. d) A depreciação de um ativo imobilizado deve ser interrompida caso ele seja clas- sificado como ativo mantido para venda. e) O valor depreciável dos ativos imobi- lizados é determinado pelo seu valor histórico, antes da dedução de seu valor residual. 6. (TRE – PE – Analista – Contabilidade – CES- PE – 2017) A depreciação de elementos do ativo imobi- lizado com vida útil econômica limitada a) é influenciada pela existência ou pelo exercício de duração ilimitada. b) deve ser determinada pela diferença entre o valor líquido da alienação, se houver, e o valor contábil do item. c) é realizada para elementos patrimo- niais de direitos de propriedades e bens intangíveis. d) é realizada para elementos de recursos naturais esgotáveis, e a principal causa da redução do seu valor é a exploração. e) é feita para elementos patrimoniais tangíveis e pode dar-se devido a múlti- plas causas. 7. (FUB – Contador – CESPE – 2015) Cada um do próximo item apresenta uma si- tuação hipotética seguida de uma assertiva a ser julgada em relação ao reconhecimento e à mensuração contábil, de acordo com os pronunciamentos contábeis emitidos pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis. Determinado bem imobilizado foi adquirido ao custo de R$ 100.000, sendo sua vida útil estimada em dez anos, sem valor residual. Em 2014, após oito anos de uso, foram re- alizados gastos de R$ 1.000 para manuten- ção e reparos nesse imobilizado. Nessa situ- ação, o valor líquido desse imobilizado, no final de 2014, é igual a R$ 20.000. ( ) Certo ( ) Errado 8. (MPOG -Contador – CESPE – 2015) O conceito de depreciação implica o reco- nhecimento de perda de valor nos ativos fixos tangíveis, em decorrência do uso, da desatualização, ou da obsolescência, e se constitui em despesa para recuperar, de for- ma gradual, o dispêndio inicial, ainda que não exija desembolso nem pagamento. ( ) Certo ( ) Errado http://concurseiro.vip http://concurseiro.vip 35 Polícia Federal VIP (Escrivão e Agente de Polícia) – Contabilidade Geral – Prof Fernando Aprato concurseiro.vip 9. (TRE – MT – Analista – Contabilidade – CES- PE – 2015) Determinada indústria que opera com uma estimativa de valor residual de 10% para todos os itens de seu imobilizado produti- vo adquiriu um maquinário produtivo por R$ 200.000. A depreciação é realizada pelo método de unidades produzidas e a capa- cidade produtiva da máquina foi estimada em 2 milhões de peças. No primeiro e no segundo exercícios sociais, essa máquina produziu 250.000 peças/ano; no terceiro ano, a produção da máquina foi de 300.000 peças. Toda a depreciação foi adequada- mente contabilizada, de acordo com a com- petência contábil. De acordo com essa situ- ação hipotética, o valor contábil líquido da máquina ao final do terceiro ano de ativida- de, em reais, foi de: a) 108.000. b) 120.000. c) 128.000. d) 72.000. e) 80.000. 10. (FUB – Contador – CESPE – 2015) Com relação a avaliação e mensuração de itens patrimoniais, julgue o item que se segue. O valor da depreciação de um ativo imo- bilizado pode ser calculado por vários mé- todos, mas, uma vez escolhido, o método deve ser mantido até a baixa do ativo em questão. ( ) Certo ( ) Errado 11. (ANP – Analista Administrativo – Área 2/ CESPE – 2013) Com relação à depreciação e à amortização de ativos, julgue os itens a seguir: Comparativamente aos métodos dos saldos decrescentes e das unidades produzidas, o método linear resulta em despesas de de- preciação inconstantes ao longo da vida útil do ativo, refletindo um padrão instável do consumo dos benefícios econômicos futu- ros esperados incorporados no ativo. ( ) Certo ( ) Errado 12. (ANP – Analista Administrativo – Área 2 – CESPE – 2013) Com relação à depreciação e à amortização de ativos, julgue os itens a seguir: Os ativos intangíveis estão sujeitos à amortiza- ção com base na sua vida útil, que pode sofrer influência tanto de fatores econômicos quan- to de fatores legais. Ativos intangíveis com vida útil indefinida, no entanto, devem ser amortizados no prazo máximo de dez anos. ( ) Certo ( ) Errado 13. (ANP – Analista Administrativo – Área 2 – CESPE – 2013) Com relação à depreciação e à amortização de ativos, julgue os itens a seguir: O reparo e a manutenção de um ativo po- dem preservar suas condições originais, mas não evitam a necessidade de depreciá- -lo. No entanto, o programa de reparos e de manutenção é considerado na determina- ção da vida útil do ativo, exercendo, assim, influência sobre o valor da depreciação. ( ) Certo ( ) Errado 14. (ABIN – Agente Técnico de Inteligência – Contabilidade – CESPE – 2010) Uma fábrica de móveis que utiliza o método de depreciação linear para todo o imobiliza- do adquiriu uma nova máquina para melho- rar a fabricação de seus produtos. Os gastos com a aquisição da máquina, em reais, são apresentados na tabela abaixo. Nessa situação, considerando que o tempo estimado de vida econômica da máquina seja de 15 anos, com valor residual zero, http://concurseiro.vip http://concurseiro.vip 36 concurseiro.vip após o segundo ano de uso, deverá estar contabilizado na conta depreciação acumu- lada vinculada a esta máquina o valor de R$ 60.000,00. ( ) Certo ( ) Errado 15. (DPU – Contador – CESPE – 2010) Determinada empresa adquiriu um ca- minhão em 1 de maio de 2006 por R$ 120.000,00, colocando-o imediatamente em uso. O valor residual deste imobilizado foi estimado em R$ 19.200,00 e sua vida útil em 4 anos. Anualmente, contudo, são reali- zadas despesas de manutenção no veículo estimadas em R$ 4.000,00, anuais. O setor de contabilidade reconhece mensalmente as despesas, incluindo a de depreciação. Com base nessa situação hipotética, é cor- reto afirmar que a despesa de depreciação somou a) em 2006, R$ 25.200,00. b) em 2007, R$ 29.200,00. c) em 2008, R$ 67.200,00 d) em 2009, R$ 25.200,00. e) em 2010, R$ 12.400,00. 16. (PF – Agente – CESPE – 2009) Suponha que uma empresa mineradora te- nha adquirido os direitos de exploração de uma mina por R$ 5 milhões, por meio de um contrato com cinco anos de vigência. Nesse caso, após dois anos de exploração, se tiverem sido extraídos 30% da possança da mina, o referido ativo, classificado no imobilizado, deverá estar avaliado no balan- ço da empresa por R$ 3 milhões. ( ) Certo ( ) Errado (MS – Técnico em Contabilidade – CESPE – 2010) Um veículo foi adquirido por R$ 24.000,00, tendo sido estipulado um valor residual de R$ 2.000,00 e vida útil estimada em 5 anos. Após os cinco anos de uso, já totalmente deprecia- do, o veículo foi vendido por R$ 8.000,00. A respeito dessa situação, julgue os seguintes itens, acerca dos lançamentos contábeis reali- zados no momento da venda do veículo. 17. A conta veículo deverá ser creditada no valor de R$ 2.000,00, que foi o valor residual estipulado para o bem. ( ) Certo ( ) Errado 18. O resultado do exercício será afetado positivamenteno valor de R$ 8.000,00. ( ) Certo ( ) Errado 19. Deverá ser dada baixa da conta deprecia- ção acumulada, que será debitada em R$ 22.000,00. ( ) Certo ( ) Errado (Correios - Analista – Contador/CES- PE/2011) Considerando que determinada empresa te- nha vendido, à vista, um bem de seu ativo imobilizado por R$ 34.500,00, e sabendo que esse bem, quando adquirido, há três anos e sete meses, possuía vida útil remanescente de dez anos e foi registrado pelo custo de R$ 54.000,00, julgue os itens que se seguem. 20. Caso a empresa utilize o método da soma dos dígitos para depreciação do bem, será registrado um lucro superior a R$ 10.000,00 na alienação ( ) Certo ( ) Errado Gabarito: 1. C 2. B 3. E 4. B 5. D 6. E 7. C 8. C 9. C 10. E 11. E 12. E 13. C 14. C 15. D 16. E 17. E 18. E 19. C 20. C http://concurseiro.vip http://concurseiro.vip Polícia Federal VIP (Escrivão e Agente de Polícia) – Contabilidade Geral – Prof. Fernando Aprato 37concurseiro.vip ALIENAÇÃO E BAIXA DE BENS DO ATIVO A baixa de um bem constante do ativo somente poderá ser realizada na contabilidade, se hou- ver a efetiva retirada física do bem. Assim, essa baixa somente será realizada se ocorrer a sua alienação, liquidação ou baixa por perecimento, extinção, desgaste, obsolescência ou exaus- tão, com a consequente retirada física do bem. Sabemos que há muitos casos em que, muito embora o ativo não tenha mais nenhuma serven- tia para a empresa, ele permanece fisicamente no estabelecimento da pessoa jurídica. Nesse caso, é aconselhado que se mantenha na contabilidade referido bem, mesmo que esteja com valor zero em decorrência de ter sido totalmente depreciado. Ganhos ou perdas decorrentes da baixa de um item do ativo imobilizado devem ser reconhe- cidos no resultado quando o item é baixado. Os ganhos não devem ser classificados como receita de venda. Os ganhos ou perdas decorrentes da baixa de um item do ativo imobilizado devem ser determi- nados pela diferença entre o valor líquido da alienação, se houver, e o valor contábil do item. Os ganhos representam a diferença positiva e as perdas correspondem a diferença negativa entre o valor da alienação e o valor contábil. Os ganhos e perdas referentes à venda de máquinas, imóveis, instalações e investimentos são considerados operações normais na vida da empresa e, por isso, devem ser incluídos nas DRE, respectivamente, como outras receitas e outras despesas. Ganho ou perda de capital = Valor da alienação – valor contábil Valor contábil = Custo de aquisição – depreciação acumulada – perdas Valor depreciável = Custo de aquisição – valor residual Quando uma entidade decide vender um item do seu ativo, deve seguir os três passos abaixo para baixa do bem e reconhecimento das operações no resultado: 1. Baixar depreciação acumulada em contrapartida da conta que registra o bem com seu valor original. Em outras palavras, a conta de depreciação acumulada será baixada (débito) em contrapartida (crédito) da conta do ativo que registra o bem vendido. 2. Reconhecer a receita pela venda do ativo, com base no valor negociado. 3. Reconhecer a despesa com a baixa do ativo, com base em seu valor contábil. http://concurseiro.vip 39concurseiro.vip Questões 1. (Ministério da Fazenda – Contador – Esaf – 2013) A Empresa Zinha tem uma conta Móveis e Utensílios com saldo de R$ 13.000,00. Tais móveis foram adquiridos há quatro anos e têm vida útil estimada em 10 anos. Sua depreciação vem sendo contabilizada considerando um valor residual de 15%. Se a “Zinha” revender esses móveis, mesmo que a prazo, por R$ 10.000,00, vai obter ga- nhos de capital no valor de a) R$ 1.420,00. b) R$ 1.870,00. c) R$ 2.200,00. d) R$ 3.370,00. e) R$ 3.630,00. 2. (SRFB – ATRFB – Esaf – 2002-2) A empresa Belmont S/A adquiriu um equi- pamento por R$ 27.000,00 e gastou mais R$ 3.000,00 para sua instalação. Decorrido certo tempo, a empresa vendeu, a vista, o equipa- mento por R$ 12.000,00. Nessa época, a con- ta Depreciação Acumulada tinha saldo de R$ 15.000,00. O lançamento correto para regis- trar o fato acima citado deve ser o que segue: a) Diversos a Equipamentos Caixa R$ 12.000,00 Depreciação Acumulada R$ 15.000,00 R$ 27.000,00 b) Equipamentos a Diversos a Caixa R$ 12.000,00 a Depreciação Acumulada R$ 15.000,00 R$ 27.000,00 c) Diversos a Diversos Equipamentos R$ 27.000,00 Gastos de Instalação R$ 3.000,00 R$ 30.000,00 a Caixa R$ 12.000,00 a Depreciação Acumulada R$ 18.000,00 R$ 30.000,00 d) Diversos a Equipamentos Caixa R$ 12.000,00 Depreciação Acumulada R$ 15.000,00 Perda de Capital R$ 3.000,00 R$ 30.000,00 e) Diversos a Diversos Caixa R$ 12.000,00 Depreciação Acumulada R$ 18.000,00 a Equipamentos R$ 27.000,00 a Gastos de Instalação R$ 3.000,00 R$ 30.000,00 Gabarito: 1. A 2. D http://concurseiro.vip http://concurseiro.vip 40 concurseiro.vip SUPERVENIÊNCIAS E INSUBSISTÊNCIAS Existem variações no patrimônio que ocorrem de forma totalmente alheia a vontade da entida- de. Essas variações são denominadas: Superveniências e Insubsistências. Superveniência: significa surgimento (aparecimento) aleatório. Insubsistência: significa desaparecimento aleatório. A aplicação dos substantivos superveniência e insubsistência tem o objetivo de destacar da ges- tão patrimonial, os componentes das variações patrimoniais de natureza eventual, esporádico, dos normais e que todos alteram a situação líquida patrimonial da entidade. A evidenciação permite evitar a desfiguração da composição dos resultados relativos a vários exercícios. 1. Superveniências Ativas Superveniências Ativas: Superveniências Ativas são Superveniências que aumentam Ativos e, portanto, são aparecimentos que aumentam o patrimônio – receita. Ocorrem por fatos, inesperados, que têm por consequência o aumento do Ativo e, assim, do Patrimônio Líquido. Aumentando o Patrimônio Líquido, essas contas são classificadas como receitas. Como exemplos de superveniências ativas, podemos citar o recebimento de heranças ou de prêmios e o nascimento de animais do rebanho. A superveniência ativa é uma conta de receita, portanto de natureza credora. 2. Superveniências Passivas Superveniências Passivas: Superveniências Passivas são Superveniências que aumentam Passivos e, portanto, são aparecimentos que reduzem o patrimônio – despesa. Ocorrem por fatos, inesperados, que têm por consequência o aumento do Passivo e, assim, uma diminuição do Patrimônio Líquido. Reduzindo o Patrimônio Líquido, são classificadas como despesas. Como exemplo de superveniências passivas, podemos citar o surgimento de dívidas por perda em processos judiciais ou administrativos. A superveniência passiva é uma conta de despesa, portanto de natureza devedora. 3. Insubsistências Ativas Insubsistências Ativas: Insubsistências Ativas são Insubsistências que aumentam Ativos e, portanto, são desaparecimentos que aumentam o patrimônio – receita. Ocorrem por fatos, inesperados, que têm por consequência o desaparecimento de um elemento patrimonial que http://concurseiro.vip http://concurseiro.vip Polícia Federal VIP (Escrivão e Agente de Polícia) – Contabilidade Geral – Prof. Fernando Aprato 41concurseiro.vip reflita um aumento do patrimônio. Consistindo em aumentos do Patrimônio, as insubsistências ativas são contas representativas de receitas. Como exemplos de insubsistências ativas, pode- mos citar quaisquer desaparecimentos de obrigações (o perdão ou cancelamento de dívidas, a prescrição para o Estado cobrar uma dívida, etc). A insubsistência ativa é uma conta de receita, portanto de natureza credora. 4. Insubsistências Passivas Insubsistências Passivas: Insubsistências Passivas são Insubsistências que aumentam Passivos e, portanto, são desaparecimentos que reduzem o patrimônio – despesa. Ocorrem por fatos, inesperados, que têm por consequência o desaparecimento de um elemento patrimonial que reflita uma diminuição do Patrimônio Líquido. Consistindo em reduções do patrimônio, essas contas são representativas
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