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Apometria e Espiritismo: Diferenças

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A 
Revista que 
se Responsabiliza 
Doutrinariamente 
pelos Textos Publicados
Jul/Ago/Set/2013 | edição 118 | Edição Especial | ano XI | www.nossolarcampinas.org.br | R$10,00 
APOMETRIA: 
AVANÇO OU RETROCESSO? 
EDIÇÃO ESPECIAL
03. O que é Apometria e diferenças 
 entre ela e o Espiritismo
08. Análise científica da teoria da 
 Apometria
22. Recomendações de Kardec para as 
 novidades
sumárioexpediente
Editor 
Emanuel Cristiano
Jornalista Responsável 
Renata Levantesi (Mtb 28.765)
Design Gráfico 
Rodrigo Diniz
Revisão 
Zilda Nascimento
Administração e Comércio 
Elizabeth Cristina S. Silva
Apoio Cultural 
Braga Produtos Adesivos
Impressão 
Citygráfica
ASSINATURAS
Assinatura: 12 Edições
Revista Trimestral
R$ 100,00 ou 4 X R$ 25,00
Centro de Estudos Espíritas 
“Nosso Lar”
Rua Dr. Luís Silvério, 120
13042-010 Vila Marieta
Campinas – São Paulo – Brasil 
CNPJ: 01.990.042/0001-80 
I.E.: 244.933.991.112
O Centro de Estudos Espíritas “Nosso 
Lar” responsabiliza-se doutrinariamente 
pelos artigos publicados nesta revista.
Nesta edição foi mantido o texto fiel ao 
original do Autor.
Assine 19 3233 5596 2
FidelidadESPÍRITA | Edição Especial | Jul/Ago/Set/2013
Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” | Campinas/SP
O médico carioca residente em Porto Alegre desde os anos 50, Dr. José Lacerda, 
espírita que era então, começou a rea-
lizar atividades mediúnicas normais 
numa pequena sala de Hospital Espí-
rita de Porto Alegre e ali realizou in-
vestigações pessoais que desaguaram 
no movimento denominado Apome-
tria.
Não irei entrar no mérito nem no 
estudo da Apometria, porque eu não 
sou apômetra: eu sou espírita, mas o 
que posso dizer é que a Apometria, 
segundo os seus próprios seguidores, 
não é Espiritismo. Suas práticas estão 
em total desacordo com as recomen-
dações de “O Livro dos Médiuns”.
A presunção de alguns chegou a 
afirmar que a Apometria é um passo 
avançado ao Movimento Espírita e 
que Allan Kardec encontra-se total-
mente ultrapassado, já que sua pro-
posta era para o século XIX e parte 
do século XX, e que a Apometria é o 
degrau mais evoluído. A prática e os 
métodos violentos de libertação dos 
obsessores que este e outros métodos 
correlatos apresentam, a mim me pa-
recem tão chocantes que me fazem 
recordar da lei de talião, que já foi 
suavizada por Moisés, com o código 
legal, e que Jesus sublimou através 
do amor.
De acordo com aqueles métodos, 
quando as entidades são rebeldes os 
doutrinadores, depois de realizarem 
uma contagem cabalística ou um 
gestual muito específico, as expul-
sam com violência para o magma da 
Terra, substancia ainda em ebulição 
do nosso planeta, ou as colocam em 
cápsulas espaciais que são disparadas 
para o mundo da erraticidade.
Não iremos examinar a questão 
esdrúxula desse comportamento, mas 
se eu, na condição de espírito imper-
feito que sou, chegasse desespera-
do num lugar pedindo misericórdia 
e apoio à minha loucura, e outrem, 
o meu próximo, me exilasse para o 
magma da Terra, para eu experimen-
tar a dureza de um inferno mitoló-
gico, ou ser desintegrado, ou se me 
mandassem expulso da Terra numa 
cápsula espacial, renegaria aquele 
Deus que inspirou esse adversário da 
compaixão.
A Doutrina Espírita, baseada no 
ensino de Jesus, centraliza-se no 
amor e todas essas práticas novas, 
das mentalizações, das correntes 
mento-magnéticas, psico-telérgicas, 
que, para nós, espíritas, merecem 
todo respeito, mas não tem nada a ver 
com Espiritismo.
O mesmo se dá com as práticas 
da Terapia de Existências Passadas 
realizadas dentro da casa espírita ou 
da cromoterapia ou da cristalterapia, 
que fogem totalmente da finalidade 
do Espiritismo. 
APOMETRIA, 
CORRENTE MAGNÉTICA E 
CROMOTERAPIA
POR Divaldo Pereira Franco*
editorial
Assine 19 3233 5596 3Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” | Campinas/SP
FidelidadESPÍRITA | Edição Especial | Jul/Ago/Set/2013
A Casa Espírita não é uma clíni-
ca alternativa. Não é lugar onde toda 
experiência nova deve ser colocada 
em execução. Tenho certeza de que 
aqueles que adotam esses métodos 
novos não conhecem as bases karde-
quianas e, ao conhecerem-nas, nunca 
as vivenciaram.
Temos todo o material revelado 
pelo mundo espiritual nestes tantos 
anos de codificação, no Brasil e no 
mundo, pela mediunidade incompa-
rável de Chico Xavier; as informa-
ções que vieram pela notável Yvonne 
do Amaral Pereira; por Zilda Gama 
e por tantos médiuns nobres conheci-
dos e desconhecidos.
Então, se alguém prefere a Apo-
metria, divorcie-se do Espiritismo. 
É um direito! Mas não misture para 
não confundir. A nossa tarefa é de ilu-
minar, não é de eliminar. O espírito 
mau, perverso, cruel é nosso irmão 
na ignorância. Poderia haver alguém 
mais cruel do que o jovem Saulo de 
Tarso? Ele havia assassinado Estevão 
a pedradas, havia assassinado ou-
tros, e foi a Damasco para assassinar 
Ananias. Jesus não o colocou numa 
cápsula espacial e disparou para o in-
finito. Apareceu a ele! Conquistou-o 
pelo amor. “Saulo, Saulo, por que me 
persegues?” pode haver maior ter-
nura nisso? E ele tomado de espanto 
perguntou: “Que é isto?” “Eu sou Je-
sus, aquele a quem persegues”. E ele, 
então, caiu em si. Emmanuel ensina 
que o termo “caindo em si” signi-
fica que a capa do ego cedeu lugar 
ao encontro com o ser profundo. Ele 
despertou, e graças a ele nós conhe-
cemos Jesus pela sua palavra, pelas 
suas lutas, pelo alto preço que pagou, 
apedrejado várias vezes, jogado por 
detrás dos muros nos lugares do lixo, 
foi resgatado pelos amigos e conti-
nuou pregando.
Então, os espíritos perversos me-
recem nossa compaixão e não nosso 
repúdio. Coloquemo-nos no lugar 
deles.
Não temos nada contra a Apome-
tria, as correntes mento-magnéticas, 
aquelas outras de nomes muito es-
drúxulos e pseudocientíficos. Mas, 
como espíritas, nós deveremos cui-
dar da proposta Espírita.
Na minha condição de Espírita, 
exercendo a mediunidade por mais 
de 60 anos, os resultados têm sido 
todos colhidos na árvore do amor e 
da caridade e a nossa mentalidade 
espírita não admite ritual, gestual, 
gritaria, nem determinados compor-
tamentos..
* Transcrito do programa Presença 
Espírita, da Rádio Boa Nova, a par-
tir de palestra de Divaldo Pereira 
Franco.
Fonte:
Jornal Mundo Espírita. Agosto/2011. nº 1525. 
Curitiba. Paraná.
Assine 19 3233 5596 4
FidelidadESPÍRITA | Edição Especial | Jul/Ago/Set/2013
Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” | Campinas/SP
POR Alexandre Fontes da Fonseca1
O QUE É APOMETRIA E 
DIFERENÇAS ENTRE ELA E O 
ESPIRITISMO
realização de ações sobre os desen-
carnados como, por exemplo, a con-
tenção de Espíritos obsessores [1,2]. 
A Apometria é apresentada 
como uma teoria de caráter 
científico avançado, por ser 
baseada em conceitos da Físi-
ca na formulação de suas leis 
e equações. Por essa razão, 
ela se apresenta como uma 
técnica científica inovadora e 
de consequências mais efica-
zes que o Espiritismo [1]. 
Diversos confrades espíritas já 
falaram [3] e escreveram [4-7] so-
bre os desacordos entre a Doutrina 
Espírita e as propostas da Apome-
tria. A seguir, enumeramos ao Leitor 
algumas das principais diferenças 
entre conceitos e práticas genuina-
mente espíritas e os da Apometria: 
a) Conceitos esotéricos: a Apo-
metria adota sem demonstração 
conceitos comuns das diversas teo-
rias esotéricas como, por exemplo, 
o conceito de vários corpos (astral, 
mental, etc.) incluindo o conceito 
místico do número 7. O Espiritismo 
adota terminologia a mais simples 
possível, de acordo com os fenôme-
nos que podem sustentá-la, como se 
faz em toda disciplina científica e 
filosófica. Ele ensina que temos ape-
Apometria é uma técni-ca de desdobramento, desenvolvida na dé-
cada de 70 pelo Dr. José Lacerda 
de Azevedo, com o objetivo de 
auxiliar encarnados e desencarna-
dos em problemas físicos ou espi-
rituais [1,2]. Uma vez em desdo-
bramento, o Espírito do médium 
atua observando o enfermoou 
alguns Espíritos desencarnados; 
executa comandos de ação do di-
rigente ou doutrinador; e descreve 
o que acontece no plano espiri-
tual. Essas técnicas se baseiam 
em processos de contagem em 
que energias do corpo físico ou do 
espaço vazio se aglutinariam para 

¹Alexandre Fontes da Fonseca é Professor de Física da Universidade Estadual de Campinas/SP (Unicamp). Espírita desde criança, iniciou suas 
atividades doutrinárias a partir dos cursos do Centro Espírita "Allan Kardec" de Campinas/SP, no qual atua como colaborador. É membro da Liga de 
Pesquisadores Espíritas (LIHPE), fundador do Jornal de Estudos Espíritas (http://sites.google.com/site/jeespiritas/) e articulista da revista Fidelidade 
Espírita de Campinas/SP.
Assine 19 3233 5596 5Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” | Campinas/SP
FidelidadESPÍRITA | Edição Especial | Jul/Ago/Set/2013

nas um corpo espiritual, o perispíri-
to, que sobrevive à morte do corpo 
físico e com o qual nos apresenta-
mos perante outros Espíritos ou en-
carnados. A existência do perispírito 
é demonstrada através dos fenôme-
nos de aparições e é responsável, 
dentre outras coisas, pela constata-
ção da individualidade do Espírito 
desencarnado. Nas palavras de Kar-
dec (ítem 17 do cap. XI de A Gênese 
[8]): “Esse envoltório, denominado 
perispírito, faz de um ser abstrato, 
do Espírito, um ser concreto, defi-
nido, apreensível pelo pensamento. 
Torna-o apto a atuar sobre a ma-
téria tangível, conforme se dá com 
todos os fluidos imponderáveis, que 
são, como se sabe, os mais podero-
sos motores.” 
b) Técnicas baseadas em práticas 
materiais: a Apometria adota a uti-
lização de processos de contagem 
para direcionar energias e agir sobre 
os desencarnados, incluindo a gera-
ção de ruídos através, por exemplo, 
de estalos nos dedos. O Espiritismo 
ensina que o pensamento e a vonta-
de são as forças que agem sobre os 
fluidos espirituais (cap. XIV de A 
Gênese [8]). Logo, segundo o Espi-
ritismo, não são gestos nem rituais 
de natureza material que terão maior 
ou menor efeito sobre os Espíritos 
desencarnados. Ver também o cap. 
VIII da 2ª parte de O Livro dos Mé-
diuns [9], intitulado “Do laborató-
rio do mundo invisível”. 
c) O trato com sofredores encar-
nados: a Apometria propõe levar ao 
desdobramento os enfermos encar-
nados para serem tratados no plano 
espiritual (seção 4 do capítulo Apo-
metria – I. Generalidades da obra da 
Ref. [1]). O Espiritismo não reco-
menda forçar o desdobramento nem 
outro tipo de transe mediúnico nas 
pessoas que não possuem mediuni-
dade (ver ítem 208 do cap. XVII de 
O Livro dos Médiuns [9]). Como o 
propósito maior do Espiritismo é a 
regeneração da humanidade através 
da transformação moral de cada um 
(ver artigo de Kardec na Revista 
Espírita de Agosto de 1865 [10]), 
a orientação do Espiritismo para os 
enfermos do corpo e da alma é as-
sistirem preleções de natureza evan-
gélica e moral, tomar passes, e se 
esforçarem por sua transformação 
moral. André Luiz, no cap. 23 de 
Desobsessão [11], sobre a presença 
de enfermos na reunião mediúnica, 
assim se expressa: “... o doente e os 
acompanhantes podem ser admiti-
dos por momentos rápidos, na fase 
preparatória dos serviços progra-
mados, recebendo passes e orienta-
ção para que se dirijam a órgãos de 
assistência ou doutrinação compe-
tentes ... Findo o socorro breve, re-
tirar-se-ão do recinto.” Como se vê, 
os bons Espíritos não recomendam a 
presença e o tratamento de enfermos 
dentro do recinto onde ocorrerá a 
reunião mediúnica. É digno de nota 
lembrar que durante o sono do cor-
po físico, o Espírito do encarnado 
pode se afastar do seu corpo físico 
e receber no plano espiritual a as-
sistência espiritual de acordo com o 
merecimento e necessidade. Porém, 
isso não substitue a importância do 
esforço individual na sua transfor-
mação moral. 
d) O trato com Espíritos obsesso-
res: a Apometria propõe a contenção 
da liberdade de ação de Espíritos 
obsessores através da utilização de 
técnicas que, segundo sua teoria, 
seriam capazes de prender, tolher, 
afastar, mover para locais ou dimen-
sões distantes e até mesmo apagar 
a memória desses Espíritos [1]. A 
Apometria deixa claro que suas 
Assine 19 3233 5596 6
FidelidadESPÍRITA | Edição Especial | Jul/Ago/Set/2013
Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” | Campinas/SP
técnicas seriam mais eficientes do 
que o diálogo esclarecedor com es-
ses Espíritos. O Espiritismo ensina 
que não é possível prender os Espí-
ritos desencarnados, e que nenhum 
tipo de fórmula ou ritual é capaz de 
intimidá-los. Em resposta à questão 
553 de O Livro dos Espíritos [12], 
os bons Espíritos dizem que “Não 
há palavra sacramental nenhuma, 
nenhum sinal cabalístico, nem ta-
lismã, que tenha qualquer ação 
sobre os Espíritos, porquanto estes 
só são atraídos pelo pensamento e 
não pelas coisas materiais.” Nessa 
resposta, os bons Espíritos deixam 
claro que não há técnica alguma ba-
seada em conceitos materiais (como 
os conceitos da Física empregados 
na teoria da Apometria) que garan-
tam a eficácia de qualquer tipo de 
ação sobre os Espíritos. Kardec, 
em observação feita após o ítem 
84 do cap. XVIII de O Evangelho 
Segundo o Espiritismo [13], reafir-
ma: “Qualquer que seja, porém, o 
caráter do Espírito, nada se obtém, 
é isto um fato incontestável pelo 
constrangimento ou pela ameaça. 
Toda influência reside no ascenden-
te moral. Outra verdade igualmente 
comprovada pela experiência, tanto 
quanto pela lógica, é a completa 
ineficácia dos exorcismos, fórmu-
las, palavras sacramentais, amule-
tos, talismãs, práticas exteriores, ou 
quaisquer sinais materiais.” Sobre 
a ação de uma terceira pessoa para 
ajudar um obsidiado, os bons Espí-
ritos afirmam, em resposta à questão 
476 de O Livro dos Espíritos [12], 
que “... quanto mais digna for a 
pessoa, tanto maior poder terá so-
bre os Espíritos imperfeitos, para 
afastá-los, e sobre os bons, para os 
atrair. (...) Qualquer, porém, que 
seja o caso, aquele que não tiver 
puro o coração nenhuma influên-
cia exercerá. Os bons Espíritos não 
lhe atendem ao chamado e os maus 
não o temem.” A recomendação do 
Espiritismo para a tarefa de esclare-
cimento de Espíritos obsessores está 
sintetizada nos seguintes comentá-
rios feitos por Kardec no ítem 81 
do cap. XXVIII de O Evangelho Se-
gundo o Espiritismo [13]: “... neces-
sário, sobretudo, é que se atue sobre 
o ser inteligente, ao qual importa se 
possa falar com autoridade, que só 
existe onde há superioridade moral. 
Quanto maior for esta, tanto maior 
será igualmente a autoridade. E 
não é tudo: para garantir-se a li-
bertação, cumpre induzir o Espírito 
perverso a renunciar aos seus maus 
desígnios; fazer que nele despon-
tem o arrependimento e o desejo do 
bem, por meio de instruções habil-
mente ministradas, em evocações 
particulares, objetivando a sua 
educação moral. Pode-se então lo-
grar a dupla satisfação, de libertar 
um encarnado e de converter um 
Espírito imperfeito.” Como se vê, 
o trato com Espíritos obsessores, 
segundo o Espiritismo, se baseia no 
conhecimento espírita e na transfor-
mação moral de cada um de nós, o 
que está em perfeita sintonia com os 
ensinamentos de Jesus. 
e) Dependência da Ciência: a 
Apometria baseia seus princípios e 
práticas em conceitos extrapolados 
da Física. Portanto, suas bases es-
tão assentadas na forma como esses 
conceitos da Física foram utilizados. 
Se a forma de se usá-los estiver er-
rada toda a teoria da Apometria se 
desmorona, assim como no comen-
tário de Jesus sobre o homem insen-
sato que construiu sua casa sobre a 
areia (Mateus 7:26). O Espiritismo 
não baseia a definição de seus prin-
cípios e conceitos nos de outras 
Ciências. O Espiritismo apoia-se na 
Ciência no tocante a questões de na-
tureza material, mas não é usada na 
formulação dos conceitos espíritas. 
Como disse Kardec (ítem 16 do cap. 
I de A Gênese [8]) “O Espiritismo 
e a Ciência se completam recipro-
camente; a Ciência, sem oEspiritis-
mo, se acha na impossibilidade de 
explicar certos fenômenos só pelas 
leis da matéria; ao Espiritismo, sem 
a Ciência, faltariam apoio e com-
provação.” 
Assine 19 3233 5596 7Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” | Campinas/SP
FidelidadESPÍRITA | Edição Especial | Jul/Ago/Set/2013
[1] J. L. de Azevedo, Espírito / 
Matéria – Novos Horizontes Para A 
Medicina, 7ª edição, VEC Gráfica e 
Editora Ltda, Porto Alegre (2002). 
[2] J. L. de Azevedo, Energia e 
Espírito, 2ª edição, Comunicação Im-
pressa, Porto Alegre (1995). 
[3] D. P. Franco, entrevista ao pro-
grama Presença Espírita da Rádio 
Boa Nova, de Guarulhos (SP), em 
Agosto/2001. Ver, por exemplo, o 
seguinte link: http://jornaloespirita.
blogspot.com.br/2012/02/divaldo-
-franco-esclarece-sobre.html 
[4] J. R. Teixeira, entrevista ao 
periódico O Consolador em 5 de Ju-
nho de 2011. Ver o link: http://www.
oconsolador.com.br/ano5/212/raul-
teixeiraresponde.html 
[5] J. Hessen, “A apometria e as 
práticas espíritas”, O Consolador 67 
(3 de Agosto de 2008), link: http://
www.oconsolador.com.br/ano2/67/
especial.html 
[6] A. O. de Oliveira Filho, “Apo-
metria não é Espiritismo”, O Conso-
lador 130 (25 de Outubro de 2009), 
link: http://www.oconsolador.com.
br/ano3/130/especial.html 
[7] G. J. de Sousa, “Apometria não 
convém às Casas Espíritas”, O Con-
solador 139 (3 de Janeiro de 2010), 
link: http://www.oconsolador.com.
br/ano3/139/gebaldo_sousa.html 
[8] A. Kardec, A Gênese, Edito-
ra FEB, 36ª Edição, Rio de Janeiro 
(1995).
[9] A. Kardec, O Livro dos Mé-
diuns, Editora FEB, 1ª Edição, Rio 
de Janeiro (2008).
[10] A. Kardec, “O Que Ensina o 
Espiritismo”, Revista Espírita Jornal 
de Estudos Psicológicos Agosto p. 
219 (1865), reproduzido pela Editora 
Edicel, Sobradinho - DF.
[11] A. Luiz, Psicografia de F. C. 
Xavier, Desobsessão, Editora FEB, 
13ª Edição, Rio de Janeiro (1992). 
[12] A. Kardec, O Livro dos Espí-
ritos, Editora FEB, 76ª Edição, Rio 
de Janeiro (1995).
[13] A. Kardec, O Evangelho Se-
gundo o Espiritismo, Editora FEB, 
112ª Edição, Rio de Janeiro (1996).
Referências:
Mesmo sabendo que a proposta 
da Apometria não está de acordo 
com o Espiritismo conforme enu-
merado acima e estudos prévios 
(ver, por exemplo, as referências [3-
7]), diversos agrupamentos espíritas 
tem acatado e adotado a Apometria 
como atividade de desobsessão e 
tratamento espiritual. Isso ocorre 
porque seus defensores alegam que 
ela seria um avanço científico que 
deveria ser aceito de acordo com as 
palavras de Kardec quando diz (ítem 
55 do cap. I de A Gênese [8]) que o 
Espiritismo tem caráter progressis-
ta e, portanto, “assimilará sempre 
todas as doutrinas progressivas, de 
qualquer ordem que sejam...” . 
O que fazer, então? Se 
realmente a Apometria for 
um avanço científico no mais 
puro sentido do termo, talvez 
devamos rever os conceitos 
espíritas. Mas e se ela não for 
um avanço científico? Como 
podemos verificar? 
Se notarmos bem a citação acima 
de Kardec, em A Gênese, percebe-
remos que após dizer que o Espiri-
tismo “assimilará sempre todas as 
doutrinas progressivas, de qualquer 
ordem que sejam...”, ele diz “ ... 
desde que hajam assumido o estado 
de verdades práticas e abandonado 
o domínio da utopia, sem o que ele 
se suicidaria.” Será que a Apome-
tria assumiu o estado de uma verda-
de prática? Ou ainda está no domí-
nio da utopia? 
Nos artigos a seguir, analisa-
remos cientificamente a teoria da 
Apometria. Essa análise será feita 
da mesma forma como novas teo-
rias nas áreas de Física e Matemá-
tica são analisadas. Os ítens a serem 
analisados são: i) a coerência entre 
os conceitos nas áreas da Apometria 
e os da Física e da Matemática; ii) 
a existência de contradições entre 
conceitos próprios da Apometria; e 
iii) verificação da existência de res-
paldo experimental. Veremos, dessa 
forma, que na verdade a teoria da 
Apometria não constitue um avanço 
científico e, portanto, não tem méri-
to para propor alterações ou se inse-
rir nos conceitos e práticas espíritas. 
Após essa análise e para comple-
mento deste estudo, apresentaremos 
um guia de orientação segura e com 
base no próprio Espiritismo sobre 
como proceder perante novidades 
que surjam no movimento espírita, 
mesmo aquelas que se apresentem 
como avanços científicos ou aca-
dêmicos, quando não temos conhe-
cimento científico suficiente para 
avaliá-las. 
Assine 19 3233 5596 8
FidelidadESPÍRITA | Edição Especial | Jul/Ago/Set/2013
Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” | Campinas/SP
POR Alexandre Fontes da Fonseca
ANÁLISE CIENTÍFICA 
DA TEORIA DA 
APOMETRIA
ma, isto é, se ela apresenta contra-
dições com seus próprios conceitos 
e com os conceitos da Física. 
A motivação para esse tipo de 
análise não decorre somente do fato 
da Apometria se considerar mais 
eficaz que o Espiritismo. Mas, tam-
bém, do fato de que muitos espíri-
tas, mesmo sabendo que a Apome-
tria é uma teoria em desacordo com 
o Espiritismo [3-7], propõem-na 
por acharem que ela representa um 
avanço científico. Eles alegam que 
Kardec disse que o Espiritismo deve 
assimilar os progressos da Ciência 
(ítem 55 do cap. I de A Gênese [8]), 
mas se esquecem de que Kardec 
também disse que isso só deve ocor-
rer “ ... desde que [as doutrinas pro-
gressistas] hajam assumido o estado 
de verdades práticas e abandonado 
o domínio da utopia, sem o que ele 
se suicidaria.” 
Além disso, o Espiritismo é uma 
doutrina de fé raciocinada [9] o que 
significa que nada deve ser acei-
to sem a devida compreensão. No 
caso de novidades, em seu discurso 
A Apometria, segundo seu fundador, Dr. José Lacerda de Azevedo, é 
uma teoria científica desenvolvida 
a partir de “normas metodológicas 
utilizadas pelas ciências experi-
mentais” [1,2] com o objetivo de 
auxílio a enfermos encarnados e de-
sencarnados. Como ela se apresenta 
como uma técnica inovadora e de 
consequências mais eficazes que as 
do Espiritismo, decidimos estudá-la 
e analisá-la da mesma forma como 
se estuda e analisa uma teoria nova 
dentro da área de Física. Pretende-
mos responder a seguinte questão: 
seria a Apometria um avanço cien-
tífico? Teria a Apometria um status 
de teoria científica só por citar e ex-
trapolar conceitos da Física e apre-
sentar fórmulas matemáticas? Qual 
a forma correta de verificar a vali-
dade da utilização desses conceitos? 
Para responder essas questões, 
analisaremos a coerência na utili-
zação dos conceitos científicos da 
Física e Matemátca e a consistência 
da teoria da Apometria em si mes- 
Assine 19 3233 5596 9Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” | Campinas/SP
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
aos espíritas lioneses, em 19 de se-
tembro de 1860 [10], Kardec reco-
menda que é “preciso que tudo seja 
friamente examinado, maduramen-
te pesado, confrontado”, não impor-
tando se as novidades provém “tan-
to da parte dos Espíritos, quanto da 
dos homens”. Esse é, portanto, o 
aval de Kardec para examinarmos 
friamente a validade da utilização 
dos conceitos de Física e Matemáti-
ca na formulação da teoria da Apo-
metria. Ao final, concluiremos se 
ela pode ou não ser considerada um 
avanço científico. 
O artigo está divido em quatro 
seções: Na seção I, descrevere-
mos diversos conceitos e equações 
da Apometria, apontando falhas 
na proposição dos mesmos e mos-
trando que eles são, na verdade, 
incoerentes com os conceitos da 
Física e da Matemática. Na seção 
II, mostraremos algumas contradi-
ções internas, isto é, entre conceitos 
diferentes da própria teoria da Apo-
metria. As análises apresentadas nas 
seções I e II serão feitas de modo 
similar ao que se faz no trabalho de 
pesquisa científica profissional, com 
relação a teorias novas. Na seção 
III, analisaremos a validade rela-
tiva de argumentos não-científicos 
em favor da Apometria. Ao final, 
as conclusões serão apresentadas 
na seção IV. Este artigo apresenta 
análises adicionais dos conceitos daApometria, em complemento àque-
las já realizadas e publicadas na lite-
ratura espírita [11,12]. 
Seção I. Coerência entre 
os Conceitos da Apome-
tria e os da Física e da 
Matemática
Conforme comentado na introdu-
ção deste artigo, analisaremos a coe-
rência na aplicação dos conceitos da 
Física na proposição dos conceitos 
da Apometria. Isso será feito da 
seguinte maneira. Trechos de algu-
mas das obras básicas da Apometria 
(Refs. [1] e [2]) serão reproduzi-
dos e uma análise dos mesmos será 
apresentada em seguida. 
Conceito 1: Conceito de Maté-
ria, Energia e Espaço
No capítulo intitulado “Matéria 
- Energia - Espaço (Um Trinômio 
Intercambiável)” da obra [1], lemos 
a seguinte afirmação: “Segundo a 
Física Quântica, a Matéria se dis-
solve em Energia e, esta, em algo 
desconhecido. Esse algo desconhe-
cido, no entanto, nada mais é do que 
... Espaço”. No capítulo 2 da obra 
[2] é dito que “Nesse capítulo vimos 
que a matéria pode transformar-se 
totalmente em energia livre, da mes-
ma forma que esta, teoricamente, 
pode condensar-se em matéria só-
lida.” 
Há dois conceitos acima que dis-
cordam do que a Física ensina. O 
primeiro é o conceito de que “ma-
téria se transforma” em energia e 
“vice-versa”. Essa confusão decorre 
de uma interpretação errada da co-
nhecida equação de Einstein E = 
mc2, onde E representa a energia, m 
representa a massa, e c representa a 
velocidade da luz. Essa equação re-
laciona o valor de massa de um ob-
jeto com o valor da energia associa-
da à sua estrutura interna. Conforme 
explica o prof. Valadares [13,14], 
quando um corpo de massa m per-
de ou ganha energia E, sua massa 
diminui ou aumenta na proporção 
E/c2. Como consequência, a massa 
de um corpo não é necessariamente 
igual à soma das massas das partí-
culas que o compõem. Mas, o con-
ceito de massa não é o mesmo do de 
matéria. Conforme descrevemos an-
teriormente [15,16], de acordo com 
o chamado Modelo Padrão [17] das 
partículas subatômicas, matéria é 
tudo o que formado por partículas 
do tipo férmions ou bósons. En-
quanto o Leitor é referido aos arti-
gos das Refs. [13-17] para mais de-
talhes sobre o assunto, gostaríamos 
de enfatizar que, segundo o Modelo 
Padrão, matéria só se transforma 
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em matéria e a energia total sempre 
conserva, isto é, ela é a mesma antes 
e depois de qualquer reação em que 
uma ou mais partículas de matéria 
se transformam em outras partículas 
de matéria. Se a energia total se con-
serva, nenhuma energia é transfor-
mada em matéria ou vice-versa. 
O segundo conceito é dizer que 
“energia se transforma em espaço”. 
Isso é apenas uma especulação sem 
nenhum tipo de base experimental 
ou mesmo teórica mais robusta em 
Física. A Apometria se utiliza desse 
conceito que não existe em Física 
para justificar sua proposta de que 
é possível extrair energia do espa-
ço vazio através de seus métodos 
de contagem. Não existe na Física 
contemporânea nada que comprove 
esse tipo de ideia. 
Na obra [1], é dito que “Fize-
mos esta brevíssima digressão pelos 
campos da Matéria e da Energia 
porque todo o nosso trabalho espi-
ritual e, consequentemente, todo o 
conteúdo deste livro trata de assun-
tos relativos à Energia e seu empre-
go.” Como a digressão feita sobre a 
relação entre matéria e energia está 
errada segundo a Física, toda a pro-
posta de trabalho espiritual da Apo-
metria com base em conceitos rela-
tivos à energia também está. 
Conceito 2: Salto Quântico
No enunciado da décima lei da 
Apometria (obra [1]) lê-se: “Se, 
por aceleração do fator Tempo, 
colocarmos no Futuro um espírito 
incorporado, sob comando de pul-
sos energéticos, ele sofre um salto 
quântico, caindo em região astral 
compatível com seu campo vibrató-
rio...” Adiante, é dito que “O salto 
quântico acontece imediatamente, 
e o espírito passa a se ver no novo 
ambiente, sentindo-lhe a profunda 
hostilidade.” No ítem “d - Atendi-
mento propriamente dito” do ca-
pítulo intitulado “Normas para o 
Contato com os Espíritos” da obra 
[2], o Autor afirma que “Desdo-
brados, os médiuns dão verdadeiro 
"salto quântico" da dimensão física 
para a dimensão astral, em tudo se-
melhante ao elétron na órbita atô-
mica, que ao receber energia vinda 
de fora, salta de sua órbita original 
para outra mais externa.” 
O problema com a utilização do 
conceito de “salto quântico” é que 
além dele ser algo extremamente 
pequeno, isto é, só se percebe o salto 
quântico em escalas de energia mui-
to pequenas e comparáveis ao que 
existe nos sistemas atômicos. O con-
ceito de “salto quântico” só ocorre 
em sistemas cujas partículas que o 
compõem estão confinadas, isto é, 
presas de alguma forma a uma outra 
parte do sistema [18], como os elé-
trons que estão confinados e presos 
ao núcleo dos respectivos átomos. 
Quando os elétrons recebem ener-
gia suficiente para se libertarem da 
força de atração do núcleo, eles se 
tornam livres e nessa condição não 
mais sofrem saltos quânticos. Isso 
tem como consequência a limitação 
na amplitude máxima do salto quân-
tico que é o valor do nível de energia 
chamado fundamental [18]. Em ge-
ral, esses valores são relativamente 
baixos e menores ainda são as di-
ferenças entre os diversos níveis de 
energia discretos do sistema. 
Portanto, não há o menor 
sentido em falar de “salto 
quântico” de um ente ma-
croscópico como um Espírito 
encarnado ou desencarna-
do, de uma região no espaço 
distante da outra, ou para 
um tempo passado ou futu-
ro. Não existe na Física salto 
quântico no tempo. 
Regiões distantes no espaço e no 
tempo não são auto-estados de um 
sistema de partículas interagentes 
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
para se poder determinar os níveis 
de energia dos mesmos e, por con-
seguinte, analisar a possibilidade 
de haver saltos quânticos entre eles. 
Portanto, a utilização equivocada 
do conceito de “salto quântico” na 
teoria da Apometria demonstra sim-
plesmente desconhecimento dos 
conceitos básicos de Física Quânti-
ca. 
Se na prática da Apometria, Espí-
ritos sentem que se deslocaram no 
espaço ou no tempo, isso não signi-
fica um “salto quântico”, mas pode 
decorrer de alterações no estado 
psicológico do Espírito, decorrentes 
de sugestões que são feitas pelo di-
rigente encarnado ou mesmo outro 
Espírito. Como sabemos, com base 
no Espiritismo, os fluidos espirituais 
que compõem o perispírito não tem 
a mesma “inércia” que o corpo físi-
co e por essa razão a mente desen-
carnada pode experimentar altera-
ções de estado de modo mais rápido. 
Vê-se, portanto, que o fato em si é 
muito melhor explicado pelos con-
ceitos espíritas do que por conceitos 
da Física indevidamente extrapola-
dos. 
Conceito 3: Corpo astral ima-
terial
Na seção intitulada “8 - Proprie-
dades e funções do corpo astral” do 
capítulo “III - Corpo Astral” de [1], 
é dito que “Esta facilidade de sepa-
rar-se do corpo físico é caracterís-
tica do corpo astral, imaterial e de 
natureza magnética, ...”. Adiante, 
na seção intitulada “9 - Alimentos e 
"morte" do corpo astral” é dito que 
“Nosso corpo astral perde energia 
constantemente, necessitando de 
suprimento energético para sua sus-
tentação, tal qual o corpo físico.” 
Em Física nada pode ser “ima-
terial” e, ao mesmo tempo, ser de 
“natureza magnética”. Além disso, 
nada pode ser imaterial e perder ou 
ganhar “energia constantemente, 
necessitando de suprimento ener-
gético ... tal qual o corpo físico”. 
Somente objetos materiais possuem 
energia e podem trocar energia com 
outros objetos materiais. 
Conceito 4: Despolarização 
magnética de estímulos da me-
mória
O conceito acima é proposto 
como título do capítulo 1 da parte 
III da obra [1]. Nesse capítulo, a se-
guinte lei da Apometria é enunciada: 
“Toda vez que aplicarmosenergias 
específicas de natureza magnética, 
na área cerebral de espírito en-
carnado ou desencarnado, com a 
finalidade de anularmos estímulos 
eletromagnéticos registrados nos 
"bancos da memória", os estímulos 
serão apagados por efeito de despo-
larização magnética neuronal, e o 
paciente esquecerá o evento relativo 
dos estímulos.” O processo de des-
polarização magnética neuronal é 
baseado na forma como os impulsos 
nervosos se propagam através do 
sistema nervoso. Nas regiões interna 
e externa de cada neurônio, se forma 
uma diferença de potencial eletros-
tático devido à formação e manuten-
ção de diferentes concentrações de 
íons de potássio (K+) e sódio (Na+) 
nas regiões dentro e fora dos neu-
rônios, respectivamente [19]. Essa 
diferença de potencial eletrostático 
gera uma polarização eletrostática. 
Um pulso nervoso consiste da pro-
pagação, ao longo dos neurônios, de 
uma perturbação nas concentrações 
desses íons dentro e fora da célula, 
sendo essa perturbação uma espécie 
de “despolarização” que se propa-
ga através da membrana do neurô-
nio [19]. A partir disso, podemos 
analisar a proposta da Apometria de 
que é possível, através de suas téc-
nicas, influenciar na despolarização 
dos neurônios de encarnados ou de-
sencarnados levando ao apagamento 
dos seus registros de memória. 
Se isso é possível com encarna-
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1. O Leitor é referido aos artigos [15] e [16] da revista FidelidadESPÍRITA para ver uma definição de partículas do tipo bósons.
dos, uma das falhas deste conceito 
de “despolarização magnética neu-
ronal” é a falta de dados experi-
mentais quantitativos. Portanto, 
não há comprovação científica da 
eficácia dessa técnica de despolari-
zação magnética em encarnados. 
O erro de incoerência 
com a Física, entretanto, 
decorre da aplicação des-
ses conceitos aos Espíritos 
desencarnados. Se o corpo 
astral é imaterial como dito 
no conceito 3 acima, então 
não pode ser formado por 
partículas de carga elétrica. 
Se o corpo astral é de natu-
reza magnética, então não 
pode ser formado por par-
tículas de carga elétrica já 
que, segundo a Física, um 
campo magnético é o efei-
to do movimento de cargas 
elétricas [20] e por ser ima-
terial não pode conter car-
gas elétricas. Assim, a me-
mória do Espírito não pode 
estar contida em estruturas 
despolarizáveis, pois so-
mente partículas com carga 
elétrica (como os íons K+ e 
Na+) podem gerar uma po-
larização. Dessa forma, a 
afirmativa em [1] de que a 
comprovação da “natureza 
magnética” do corpo men-
tal advém de experiências 
de “despolarização mag-
nética” de “estímulos de 
memória” é inconsistente 
e, portanto, equivocada. 
Equação 1: Força mental, for-
ça vital e equação de Poynting
O capítulo “III - As forças empre-
gadas na apometria” da obra [1], 
apresenta dois conceitos de forças: 
uma força mental representada pela 
variável vetorial matemática K⃗ , 
e uma força vital representada pela 
variável vetorial matemática Z⃗ . 
Em seguida, é apresentada a defini-
ção de um outro vetor chamado ve-
tor de fluxo resultante, representado 
pela variável Σ⃗ , que seria resulta-
do de um produto vetorial entre os 
dois primeiros vetores: Σ⃗=K⃗ × Z⃗ 
Essa equação é chamada de equação 
de Poynting em comparação com 
uma equação de mesmo nome for-
mulada pela teoria do Eletromagne-
tismo [20]. 
A falta de coerência com a Físi-
ca decorre de ambas as obras [1] e 
[2] confundirem o leitor ora dizen-
do que os vetores acima são forças, 
ora dizendo que são energias. Os 
conceitos de força e energia são dis-
tintos em Física [21], incluindo suas 
características matemáticas: energia 
não é representada por um 
vetor. 
Outro problema é a falta 
de respaldo experimental. 
Não é suficiente definir ve-
tores para supostas forças 
ou energias de natureza 
mental, e fazer uma analo-
gia entre elas e vetores bem 
definidos dentro de uma 
teoria da Física, no caso, o 
Eletromagnetismo. O cha-
mado vetor de Poynting re-
presenta o fluxo de energia 
por unidade de tempo e uni-
dade de área do campo ele-
tromagnético e ele é deduzi-
do de um teorema também 
de Poynting que equaciona 
a conservação de energia na 
dinâmica da radiação ele-
tromagnética. Isso significa 
que o vetor de Poynting está 
inserido dentro do contexto 
da teoria eletromagnética 
enquanto que na Apome-
tria, os vetores são apenas 
definidos sem nenhum tipo 
de respaldo, teórico ou ex-
perimental, que sustente a 
existência de cada um deles. 
Equação 2: Energia do 
pensamento
No capítulo intitulado “Nohti-
xon - O pensamento como trabalho 
do Espírito” da obra [1], o Autor 
apresenta uma análise quantitativa 
do pensamento através de uma de-
finição matemática. Ele afirma que: 
“Para facilitar a compreensão das 
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
equações, esclareceremos que par-
timos da evidência de que o pen-
samento constitui a conjugação de 
um tipo de energia quintessenciada 
(não mensurável) e espiritual - na 
fórmula, "(Ψv→∞)" - com a do ar-
cabouço físico.” A lei da Apome-
tria para a energia do pensamento é 
enunciada a seguir: “A energia do 
pensamento manifestada no campo 
físico é igual ao produto da energia 
elétrica neuronal (EN) pela energia 
psíquica (da alma) - Ψ na potência 
v, quando v tende para o infinito.” 
Em termos matemáticos, a lei acima 
pode ser escrita numa das seguintes 
fórmulas que são equivalentes entre 
si: W = EN Ψ
v→∞, ou W = EN lim v→∞ 
(Ψv ), (1) onde W é a energia total do 
pensamento, EN é a energia neuronal 
(da parte física do cérebro), Ψ é a 
energia psíquica (da alma) e Ψv, em 
Matemática, significa: “Ψ elevado à 
potência v”. 
O primeiro equívoco do conceito 
acima é de inconsistência da defini-
ção matemática em si. Se a energia 
do pensamento é dita ser “não men-
surável”, então nenhuma fórmula 
matemática envolvendo a energia 
do pensamento pode ser testada e, 
portanto, a equação (1) não tem va-
lor científico. 
Além disso, na definição 
da lei da Apometria para a 
energia do pensamento, re-
presentada pela equação (1), 
podemos demonstrar mate-
maticamente que ela leva ao 
que chamamos de absurdo 
matemático. 
Para isso, vamos analisar cada variá-
vel matemática presente na equação 
(1). Primeiro, notamos a ausência de 
definição para a variável Ψ. A teo-
ria da Apometria apenas diz que Ψ 
é de natureza psíquica. Como Ψ faz 
parte de uma fórmula matemática, 
quais seriam seus valores possíveis? 
Ψ é um número real ou complexo? 
Ψ é igual, maior ou menor que 1? 
Como distiguir valores diferentes de 
Ψ dentre pessoas ou seres diferen-
tes? Que experimentos permitiriam 
medir Ψ ? 
Já que não sabemos que valores 
podemos atribuir para a variável Ψ, 
vamos estimar os possíveis resul-
tados da equação (1) em cada um 
dos possíveis casos. Essa análise foi 
realizada e apresentada nos artigos 
das Refs. [11] e [12]. Aqui, vamos 
reproduzir a análise anterior e apre-
sentar uma situação extra que é a 
possibilidade de Ψ ser um número 
complexo. 
Vamos usar nessa análise, o co-
mentário do Autor de que a diferen-
ça entre os seres se dá através do va-
lor do expoente v que valeria 1 (v = 
1) em seres unicelulares, maior que 
1 (v > 1) em seres animais, e v ten-
deria ao infinito em humanos (v → 
∞: significa “tender ao infinito” ou 
“limite quando v tende ao infinito”). 
Basicamente, vamos estimar o valor 
do seguinte termo da equação (1): 
lim v→∞ (Ψ
v ). (2) O termo acima re-
presenta uma operação matemática 
que, em Cálculo, se chama limite de 
uma função [22]. Em termos mais 
simples, a operação acima consiste 
de analisar para que valor numérico 
a função Ψv se aproxima, se a variá-
vel do limite, no caso v, adquirisse 
valores extremamente altos, tenden-
do ao infinito [22]. 
Para realizar as estimativas de 
cálculodo limite da equação (2), 
precisaremos testar todas as possibi-
lidades para o valor do parâmetro Ψ. 
As possibilidades são: 
Ψ = 1 (possibilidade 1);
-1 < Ψ < 1 (possibilidade 2);
Ψ > 1 (possibilidade 3);
Ψ ≤ -1 (possibilidade 4);
Ψ = A + Bi (possibilidade 5).
A possibilidade número 5 não foi 
analisada ainda [11,12] e consiste de 
considerar que Ψ possa ser um nú-
mero complexo, onde A e B são dois 
números reais, e i é simplesmente o 
número complexo √-1 (lê-se “raiz 
quadrada de menos um”). Vamos 
analisar cada caso a seguir: 
Se Ψ = 1, sabemos que 1 elevado a 
qualquer valor de potência é igual a 
1 [22]. Portanto, o limite da equação 
(2) quando v tende ao infinito, com 
a possibilidade 1, é 1 (um). 
Se -1 < Ψ < 1, então concluímos 
que Ψ tem valor absoluto (em mó-
dulo) menor que 1 e sabemos da 
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Matemática que um número de va-
lor absoluto menor que 1 elevado 
a um expoente de valor elevado, é 
um número tão menor quanto maior 
for o expoente [22]. Assim, o limite 
da equação (2) quando v tende ao 
infinito, com a possibilidade 2, é 0 
(zero). 
Se Ψ > 1 significa que Ψ tem valor 
maior que 1, e sabemos da Matemá-
tica que um número de valor maior 
que 1 elevado a um expoente de va-
lor elevado é um número também 
elevado [22]. Assim, o limite da 
equação (2) quando v tende ao infi-
nito, com a possibilidade 3 é infini-
to, isto é, tende ao infinito à medida 
que o expoente v tende ao infinito. 
Se Ψ ≤ -1, então isso significa que 
Ψ tem valor negativo. Sabemos 
da Matemática que o limite de um 
número negativo de valor absoluto 
maior ou igual a 1 (um) elevado a 
um expoente que tende ao infinito, 
é um resultado indeterminado pois, 
dependendo do valor par ou ímpar 
do expoente, o resultado é positivo 
ou negativo [22]. Por isso o limite 
da equação (2) quando v tende ao 
infinito, com a possibilidade 4 é in-
determinado. 
Se Ψ = A + Bi, então a operação Ψv 
deve ser dividida entre os dois ter-
mos A e Bi da seguinte forma: Ψv 
= (A + Bi)v e a forma de fazer esse 
cálculo é transformar o número 
complexo Ψ da forma A + Bi para 
a forma Ceid, onde C e d são valores 
reais, i é o número complexo √-1, e 
e é o número de Euler. O termo eid é 
dito “exponencial de i vezes d” [22]. 
Dos livros básicos de matemática, 
é possível mostrar que a relação en-
tre A, B, C e d é dada pelas seguintes 
equações: C=√(A2+B2) , e d = 
arctg(B/A). O leitor menos familia-
rizado com matemática não precisa 
se preocupar com essas fórmulas 
que servem apenas para guiar os lei-
tores especialistas e que desejarem 
conferir a análise que ora fazemos. 
Feito isso, a análise da equação (2) 
pode ser feita da seguinte maneira: 
lim v→∞ (Ψ
v) = lim v→∞ (Ce
id)v = lim 
v→∞ (C
veidv). Como o termo eidv tem 
módulo igual a 1, o lim v→∞ (Ψ
v) é 
limitado pelo valor do lim v→∞ (C
v) 
apenas. Mas o cálculo do lim v→∞ 
(Cv) é feito de maneira idêntico ao 
que fizemos com as possibilidades 
de 1 a 4 acima. Portanto, dependen-
do do valor de C, o resultado do lim 
v→∞ (Ψ
v) pode ser 1 (um), 0 (zero), 
tender ao infinito ou indeterminado. 
Portanto, mesmo considerando que 
Ψ um número complexo, o resultado 
da equação (2) com a possibilidade 
5 é indeterminado. 
Assim, em resumo, obtemos as 
seguintes possíveis soluções para o 
limite da equação (5): 
lim v→∞ (Ψ
v) = 1 se Ψ = 1, (3a)
lim v→∞ (Ψ
v) = 0 se -1 < Ψ < 1, (3b)
lim v→∞ (Ψ
v) = + ∞ se Ψ > 1, (3c)
lim v→∞ (Ψ
v) = Indeterminado se Ψ 
≤ -1. (3d)
lim v→∞ (Ψ
v) = Indeterminado se Ψ = 
A + Bi ou Ceid. (3e)
A interpretação desses resultados 
é bem simples: 
- Se a equação (3a) for o resultado 
válido, então a energia da alma não 
tem utilidade pois, que na compo-
sição da energia do pensamento, o 
termo associado à energia material, 
EN, é multiplicado diretamente por 
lim v→∞ (Ψ
v) que é igual a 1, e multi-
plicar EN pela unidade (por um) não 
altera o resultado e a energia do pen-
samento é apenas a energia da parte 
material. 
- Se a equação (3b) for o resultado 
válido, então a energia total do pen-
samento é zero pois multiplicar EN 
por zero é igual a zero. Esse resul-
tado não serve para nada e é con-
traditório pois, segundo a teoria da 
Apometria, a energia mental de uma 
ameba (para a qual v tem um valor 

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finito) seria maior do que a de um 
ser humano. 
- Se a equação (3c) for o resultado 
válido, então a energia do pensa-
mento é infinita pois multiplicar EN 
por infinito é infinito. Esse resultado 
também não serve para nada, já que 
em Ciências Exatas não se trabalha 
com valores infinitos que não po-
dem ser medidos nem calculados. 
- Por fim, se uma das equações (3d) 
ou (3e) for o resultado válido, então 
a energia do pensamento é algo in-
determinado pois que, multiplicar 
EN por um número indeterminado, 
dá um resultado indeterminado. 
Portanto, essa possibilidade também 
não tem utilidade. 
Como nenhuma das pos-
sibilidades acima apresenta 
um resultado coerente com 
a proposta de se quantificar 
a energia do pensamento, 
em termos de uma energia 
psíquica, a conclusão que 
se pode chegar é a de que a 
equação (1) que representa a 
lei da Apometria para a ener-
gia do pensamento é o que 
chamamos um absurdo ma-
temático, isto é, uma equação 
que leva a resultados contra-
ditórios ou inúteis. Portanto, 
a lei do pensamento da Apo-
metria não tem valor científi-
co. 
Equação 3: Massa quântica de 
um fóton
A seção 2 do capítulo “Matéria - 
Energia - Espaço (Um Trinômio In-
tercambiável)” de [1], o Autor des-
creve um conceito de massa de um 
fóton de radiação gama. A Física de-
fine o conceito de fóton como sen-
do um quantum de radiação eletro-
magnética. Einstein foi o primeiro a 
propor que não somente as trocas de 
energia entre matéria e radiação ele-
tromagnética fossem múltiplos de 
um determinado valor, o chamado 
quantum de energia, como proposto 
por Planck, mas que também a ra-
diação eletromagnética se compor-
ta, em alguns fenômenos, como se 
fosse formada por pacotes de ener-
gia discretos, que seriam quanta de 
energia de radiação eletromagnética 
[18]. O raio gama é uma radiação 
eletromagnética de elevada fre-
quência e, consequentemente, cada 
quantum de energia dessa radiação, 
ou fóton de raios gama, é de valor 
elevado. 
O Autor de [1], para introduzir 
um conceito que não existe na Físi-
ca, que é o de massa de um fóton, 
utiliza-se da seguinte equação: M0 = 
h / c2, onde M0 seria a massa quânti-
ca do fóton, h é a chamada constante 
de Planck que vale h = 6.62606957 
× 10−34 J.s, e c é a velocidade da luz, 
c ä 300000 km/s. Porém, além des-
sa equação estar dimensionalmente 
errada, ela está incondizente com a 
Física que diz que a massa de qual-
quer fóton é zero ou nula. Esse erro 
conceitual decorre da ideia equi-
vocada adotada pelo Autor de que 
energia se transforma em matéria. O 
Autor, como se pode ver nessa parte 
da obra [1], considera que um fóton 
é um “concentrado de energia”, 
enquanto que o Modelo Padrão da 
Física de Partículas considera o fó-
ton como um bóson1 de massa de 
repouso nula [17]. 
Nas seções seguintes o Autor usa 
o mesmo tipo de equação para defi-
nir o conceito de massa magnética. 
Da mesma forma, isso não existe na 
Física e mais uma vez a teoria da 
Apometria apresenta uma extrapo-
lação incoerente com a Física. 
Equação 4: Deslocamento do 
Espírito
No capítulo 3 da obra [2], inti-
tulado “Correlações Matemático-
-Espirituais”, é dito que “Talvez 
pudéssemos deduzir uma fórmula 
matemática que equacionasse o 
deslocamento de um espírito no es-
paço partindo do estudo do compor-
tamento dos espíritos nos trabalhos 
mediúnicos.” A equação proposta é 
dada a seguir: 
L = (h v) / (M 8), (4)
onde L é a distância percorrida pelo 
Espírito, h é a constantede Planck 
(veja análise da Equação 3), v é a 
frequência vibratória do Espírito, M 
é a imantação do Espírito ou a inten-
sidade do seu campo magnético, e 8 
é a densidade do meio ambiente. 
Essa equação é um exemplo de 
especulação sem dados experimen-
tais. Apesar do Autor alegar que 
obteve a mesma, a partir de estu-
dos do comportamento dos Espíri-
tos, ele não descreve a metodologia 
utilizada para medir as grandezas 
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físicas dadas pela equação (4). Por 
exemplo, como ele mediu a distân-
cia percorrida pelo Espírito? Como 
medir a imantação do Espírito ou 
sua frequência vibratória? Como 
medir a densidade do plano espi-
ritual? Nenhuma dessas questões 
é respondida o que invalida a pro-
posta dada acima. Além disso, uma 
análise dimensional simples da 
equação (4) mostra que é impossível 
que uma grandeza de distância, que 
se mede em unidades de metros ou 
quilômetros, por exemplo, seja rela-
cionada com grandezas de energia, 
intensidade de campo magnético e 
densidade da forma como proposta 
acima. Portanto, essa equação não 
tem validade científica por não ser 
coerente com a Física e por faltarem 
os dados experimentais bem justifi-
cados para dar respaldo à mesma. 
Conclusão parcial: O espaço 
não permite enumerar todos os pro-
blemas conceituais relacionados 
com a Física. Porém, os exemplos 
acima permitem verificar que a teo-
ria da Apometria contida nas suas 
obras básicas [1] e [2] é incoeren-
te com os conceitos da Física e da 
Matemática, o que mostra que eles 
foram muito mal empregados na 
formulação dos princípios da teo-
ria da Apometria. Essas falhas de-
correm da extrapolação e aplicação 
superficial dos conceitos da Física 
e Matemática que embora sejam 
difíceis de se perceber para o Lei-
tor leigo em Ciência, aos olhos de 
um especialista se tornam bem cla-
ros como comentado nos diversos 
exemplos acima. Em Física, não se 
extrapolam conceitos e equações de 
um domínio de fenômenos (no caso, 
os fenômenos materiais) para outro 
domínio (no caso, os fenômenos 
espirituais), sem um forte respaldo 
experimental quantitativo. 
Seção II. Inconsistência 
interna (contradições) da 
teoria da Apometria
Aqui, analisaremos alguns con-
flitos internos da própria teoria da 
Apometria. Verificaremos a existên-
cia de contradições lógicas entre 
conceitos e afirmativas diferentes da 
teoria. Esse tipo de análise também 
faz parte da forma como os cientis-
tas analisam novas teorias. 
Contradição 1: Tempo e Es-
paço não existem na dimensão 
mental
O conceito acima é o título da se-
ção 7 do capítulo “IV – Corpo Men-
tal” de [1]. A contradição decorre 
do seguinte raciocínio: se o tempo 
e o espaço não existem na dimensão 
mental, então não se pode falar de 
frequência, vibração e propagação 
de ondas mentais pois em Física, os 
conceitos de frequência, vibração e 
propagação dependem dos concei-
tos de tempo e espaço. 
Na mesma seção, ao falar sobre 
o fenômeno de previsão do futuro é 
dito que: “Quando o ser consegue 
transportar-se para essa dimensão 
[mental] e penetrar integralmente 
em seus parâmetros, tem possibili-
dade de esquadrinhar os escaninhos 
do Tempo e vislumbrar fatos que se 
situam além do tempo presente.” 
Se o tempo não existe na dimensão 
mental, então como saber se uma 
percepção dessas se refere ao pas-
sado ou ao futuro? Se for possível 
discernir o período de tempo de uma 
percepção da mente, então o tempo 
existe na dimensão mental. 
Contradição 2: Vetor força 
mental
Na seção I, analisamos a equa-
ção de Poynting que envolvia forças 
mental e vital. A primeira força era 
representada pelo vetor K⃗ . Nisso 
encontramos outra contradição in-
terna da teoria da Apometria, rela-
cionada à contradição 1 acima. Se 
tempo e espaço *não existem* na 
dimensão mental, então não se pode 
definir um vetor força mental por-
que um vetor é um objeto matemá-
tico que só pode ser definido dentro 
de um espaço. 

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
Contradição 3: Corpo mental
Na seção intitulada “3 - Outras 
propriedades” do capítulo “IV – 
Corpo Mental” de [1], é dito que 
“Não se conhece, na intimidade, a 
fisiologia desse campo, estrutura, 
dimensão ou corpo que chamamos 
"mental". Tudo indica, porém, que 
seja de natureza magnética, com 
frequência vibratória muito supe-
rior à do corpo astral.”
Nessa afirmação encontramos 
duas contradições. Primeiro é dizer 
que “não se conhece” a fisiologia e 
estrutura do corpo mental e depois 
dizer que “tudo indica” que seja de 
natureza magnética, etc. Se não se 
conhece uma coisa, então nada pode 
indicar a sua natureza. Ambas op-
ções são mutuamente excludentes. 
A outra contradição também decor-
re da contradição 1. Se tempo e es-
paço não existem na dimensão men-
tal, então o corpo mental não pode 
ter “frequência vibratória” alguma, 
já que o conceito de frequência de-
pende do conceito de tempo. 
Contradição 4: “vento solar” 
como meio de eliminar am-
bientes magneticamente “pesa-
dos”
Na obra da Ref. [2], no capítulo 
“Normas para o Contato com os Es-
píritos”, é dito que “Se o ambiente 
estiver magneticamente muito pesa-
do, procura-se cortar esses campos 
negativos com "vento solar", a fim 
de cortar e fragmentar esses cam-
pos parasitas”. Em seguida, o con-
ceito de “vento solar” é explicado 
ser a “emanação proveniente do Sol 
de bilhões de partículas sub-atômi-
cas, tais como Prótons, Neutrons, 
Elétrons e uma infinidade de outras 
partículas...”. De fato, o “vento so-
lar” é a emissão contínua de partí-
culas carregadas provenientes da 
coroa solar [23]. Porém, o vento so-
lar é um fenômeno que ocorre inces-
santemente e, portanto, está atuando 
em todas as regiões do nosso pla-
neta, independente de o evocarmos 
ou não. A recomendação de se usar 
o “vento solar” para *cortar campos 
negativos* não tem sentido pois se 
de fato o “vento solar” pudesse cor-
tar e eliminar fluidos mais densos, 
não seria necessário evocá-lo já que 
ele por atingir o nosso planeta a todo 
momento, isso impediria a formação 
de tais campos negativos. 
Contradição 5: Deslocamento 
dos Espíritos
Na seção I, analisamos a equação 
para o Deslocamento dos Espíritos 
(equação 4) proposta na obra [2]. 
Após a apresentação da fórmula da 
equação (4), o Autor analisa as con-
sequências da mesma. Ele analisa a 
equação (4) dizendo que um Espí-
rito evoluído pode se deslocar mais 
pois tem maior frequência vibratória 
e menor imantação magnética. Até 
aí, se a equação (4) tivesse validade, 
o comentário estaria coerente com a 
mesma. Daí, o Autor diz que “Por 
outro lado, a densidade do meio 
ambiente em que vivem os espíritos 
evoluídos, segundo nos revelam as 
obras espíritas, também muito rare-
feita, compatível com a sua evolu-
ção, facilitando, portanto, o movi-
mento dos mesmos.”
A afirmativa acima parece cor-
reta, porém, ela suscita o seguinte 
questionamento: quando os Espí-
ritos evoluídos visitam regiões no 
plano espiritual de maior densidade 
fluídica, ou mesmo visitam a nos-
sa casa espírita que está imersa na 
densidade material da atmosfera, o 
deslocamento deles se torna menor? 
Em outras palavras, os Espíritos 
evoluídos podem ser aprisionados 
em regiões mais densas do mundo 
espiritual ou mesmo do plano mate-
rial? Se o deslocamento dos Espíri-
tos obedecer rigorosamente a equa-
ção (4), então é possível prender 
Espíritos mesmo os mais evoluídos, 
à medida que eles adentrem ambien-
tes densos. Portanto, além de ser 
uma contradição e incoerência in-
terna da teoria da Apometria, o con-
ceito de deslocamento espacial dos 
Espíritos contradiz o Espiritismo 
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que garanteque um meio material 
não oferece obstáculo à passagem 
dos Espíritos (ver questão 91 de O 
Livro dos Espíritos [24]). 
Seção III. Justificativas 
não-científicas 
Uma análise científica profunda 
costuma ser uma atividade para a 
qual apenas os cientistas estão pre-
parados e acostumados a fazer. O 
Leitor espírita e leigo em Ciência, 
em geral, e mesmo aquele que se 
mantém informado através da leitu-
ra de livros e artigos de divulgação 
científica, muito dificilmente conse-
gue captar, num primeiro olhar, os 
erros básicos e a superficialidade 
com que os conceitos da Apometria 
foram construídos, o que destaca-
mos nas seções I e II. Nisso, é na-
tural que diante dos depoimentos a 
favor da Apometria de pessoas idô-
neas e sinceras, o Leitor desenvolva 
justificativas aparentes, isto é, falsas 
justificativas com relação à validade 
da prática da Apometria. A seguir, 
enumeramos e analisamos algumas 
delas, de modo a ajudar o Leitor a se 
posicionar perante as mesmas. 
Justificativa 1: Apometria é 
correta por dar bons resultados
Várias pessoas alegam que a 
Apometria é algo correto e bom por 
apresentar resultados práticos posi-
tivos com relação à ajuda física e es-
piritual a diversos enfermos. Porém, 
em função dos erros científicos des-
critos nas seções anteriores, esses 
resultados positivos não podem ser 
explicados em termos dos conceitos 
e equações contidas nas obras bási-
cas da Apometria. 
A solução para isso é analisar 
quais as verdadeiras explicações 
para esses resultados positivos. Po-
demos sempre utilizar o próprio Es-
piritismo para explicá-los. O sucesso 
no atendimento aos enfermos pela 
Apometria pode decorrer de razões 
como, por exemplo, merecimento 
dos assistidos, bons sentimentos dos 
praticantes de Apometria que fazem 
atrair bons Espíritos, presença de 
médiuns de efeitos físicos, ação do 
pensamento e da vontade sobre os 
fluidos espirituais, etc. 
Há ainda que verificar e observar, 
por outro lado, se os resultados posi-
tivos da Apometria são de fato efeti-
vos pois, conforme descrito na obra 
Aconteceu na Casa Espírita [25], 
por exemplo, para atingir objetivos 
de prejudicar uma casa espírita, ob-
sessores são capazes até mesmo de 
forjarem a “cura” de inúmeras pes-
soas. 
Em Ciência, nem sempre a 
primeira explicação é a cor-
reta. Por exemplo, todos os 
dias vemos o Sol nascer no 
leste e se por no oeste. En-
tretanto, todos sabemos hoje 
que é a Terra que se movi-
menta em torno do Sol e que 
o fenômeno do dia e da noi-
te decorre do movimento de 
rotação da Terra sobre o seu 
próprio eixo. 
Os resultados positivos da Apo-
metria não decorrem, portanto, do 
que ela ensina, mas sim de outros 
fatores.
Justificativa 2: A Apometria é 
válida por ser feita com amor
Há um outro tipo de argumento 
em favor da Apometria que merece 
nossa atenção. Trata-se do argumen-
to de que “tudo é válido quando feito 
com amor.” Ora, por quê combater 
uma teoria cujos praticantes procu-
ram realizá-la com o melhor senti-
mento de amor e caridade possíveis? 
Não ensina o Espiritismo que “Fora 
da caridade não há salvação” [9]? 
Mesmo diferente do que ensina o 
Espiritismo, se é feita com amor, a 
Apometria também seria válida. 
Nesse aspecto, há que analisar a 
situação com bastante cuidado para 
compreender o significado do con-
ceito de caridade. Por sermos cria-
turas ainda imperfeitas, nem sempre 
temos a noção exata do significado 
do sentimento de amor e do “fazer 
algo em nome do amor”. Num ex-
tremo dessa questão, situam-se os 
crimes que se cometem em nome do 
amor. Nesses extremos, facilmente 
percebemos que o amor é evocado 
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
como sinônimo de excesso nas pai-
xões humanas. No extremo oposto, 
temos o exemplo de Jesus. Porém, 
estamos justamente situados entre 
esses dois extremos, estudando e 
trabalhando pela nossa transforma-
ção moral. Nisso, é possível nos 
equivocarmos, mesmo bem inten-
cionados. 
Em nosso caso, será que mesmo 
descobrindo que uma teoria é er-
rada, é correto praticarmo-la em 
nome do sentimento de amor? Se 
sabemos que ela é errada e que exis-
tem outras teorias ou doutrinas cor-
retas, é correto praticar a primeira 
só por amor? Note o Leitor que não 
está em questão a liberdade de esco-
lha de seguir essa ou aquela doutrina 
ou teoria espiritualista. Esse direito 
todos possuem, e nós respeitamos a 
escolha de cada um. A análise críti-
ca da Apometria não se extende às 
pessoas que têm direito de escolher 
praticá-la, sabendo ou não que ela é 
uma teoria com bases científicas to-
talmente erradas. 
O que está em questão é a 
adoção ou não de teorias ou 
práticas dentro do movimen-
to espírita apenas por amor 
ao próximo. 
José Raul Teixeira, conhecido 
orador e médium espírita pela sua 
dedicação ao bem e à divulgação da 
Doutrina Espírita, ao ser perguntado 
a respeito da insistência da propa-
ganda em prol da aplicação da Apo-
metria e das técnicas do Reiki no 
meio espírita, assim responde [4]: 
“O fato de grande número de admi-
nistradores do Movimento Espírita 
– se quisermos, os chamaremos de 
dirigentes espíritas – deterem bem 
pouco conhecimento do Espiritis-
mo, associado à covardia moral de 
outros tantos, tem sido responsável 
por essas discrepâncias. Começam 
por temer o aclaramento das coi-
sas, porque não saberiam argumen-
tar, e passam a evocar a virtude da 
caridade para que tudo aceitem, 
omissos, em nome do luminar Es-
piritismo. Assim, não têm que expor 
o conjunto dos seus desconhecimen-
tos a respeito dos princípios que 
orientam os procedimentos espíri-
tas.” Adiante ele diz “O Espiritismo 
ensina-nos a ser tolerantes com as 
ideias e concepções alheias e leva-
-nos a respeitar todas as crenças e 
interpretações espiritualistas que 
não concordem com a sua doutrina. 
Não nos abre qualquer ensejo, no 
entanto, para assimilá-las, como 
se fizessem parte dos seus ensina-
mentos, apenas pelo fato de que são 
espiritualistas.” Vemos das pala-
vras de Raul que, embora devamos 
respeitar as concepções alheias, não 
nos cabe como espíritas assimilá-las 
sem o devido estudo e comprova-
ção. 
Vamos analisar o nosso maior 
modelo e guia: Jesus. Não disse Ele 
(Mateus 5:15) que a luz deva ser 
colocada sobre o candeeiro para 
que todos se iluminem? Não disse 
Ele (João 8:32) que “Conhecereis a 
verdade e ela vos libertará” e que 
(Mateus 5:37) “seja o vosso falar: 
sim, sim; não não”? Essas citações 
nos mostram que o estudo aprofun-
dado de qualquer novidade ou teoria 
que se apresente como avanço cien-
tífico é um dever e que a aceitação 
dessas novidades só deve ocorrer 
se realmente ela passar por todos os 
crivos da razão. Portanto, em nome 
do amor e do Evangelho temos o de-
ver de por a luz sobre o candeeiro 
e esclarecer o movimento espírita a 
respeito da validade de teorias que 
como a Apometria se consideram 
avanços científicos e na verdade não 
o são. Se de um lado, a caridade nos 
ensina a respeitar a opinião e deci-
são de quem se afiniza com a Apo-
metria, de outro, da parte de quem 
a pratica, a caridade é respeitar o 
movimento espírita no seu direito 
de não a adotar em suas práticas, já 
que o Espiritismo orienta que só se 
deve aceitar novidades que tenham 
respaldo da Ciência ou dos bons Es-
píritos. 
Portanto, não é válida a afirmação 
de que os espíritas devem aceitar 
praticar a Apometria em nome do 
amor. 
Justificativa 3: A Apometria é 
válida por causa do depoimen-
to de autoridades espíritas
Outra dúvida que surge da leitura 
das obras básicas [1] e [2] da Apo-
metria é o grande número de citações 
de obras respeitadas no movimento 
espírita como as próprias obras bá-
sicas, obras de André Luiz, Manoel 
Philomeno de Miranda, etc. Citam-
-se, também, nomes de pesquisado-
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Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” | Campinas/SPres espíritas e espiritualistas que no 
século retrasado deram importantes 
contribuições para o conhecimento 
espírita. A intenção dessas citações 
é tentar indiretamente justificar ou 
validar os conceitos errados propos-
tos na teoria da Apometria. 
Esse tipo de estratégia de valori-
zação de uma teoria nova não ser-
ve como base para justificá-la. Esse 
tipo de argumento é, inclusive, algo 
que os críticos do Espiritismo ale-
gam que não possui validade que é o 
chamado “argumento de autorida-
de”. Um argumento de autoridade é 
uma afirmativa feita por uma pessoa 
que possui, por qualquer razão, um 
reconhecimento na sociedade. Por 
exemplo, um cientista que recebeu o 
prêmio Nobel. Para a sociedade, um 
nobelista é uma pessoa que foi reco-
nhecida como quem fez importantes 
contribuições em sua área de pes-
quisa. Logo, ele(a) é visto(a) como 
uma pessoa de grande capacidade 
intelectual. Quando uma pessoa 
dessas emite uma opinião em favor 
do Espiritismo, ou do espiritualis-
mo de modo mais geral, os críticos 
alegam que essa opinião, não serve 
para demonstrar a validade do Es-
piritismo ou espiritualismo por não 
passar de uma opinião, mesmo de 
alguém reconhecido pela socieda-
de. Logo, usar isso para valorizar o 
Espiritismo ou espiritualismo é um 
argumento de autoridade e não um 
argumento que de fato demonstra a 
validade dos mesmos. 
Assim, citar passagens e afirmati-
vas de obras espíritas reconhecidas 
não servem de justificativa para a 
demonstração da validade da teoria 
da Apometria. 
Justificativa 4: Apometria é 
100% Espiritismo
Há quem considere que por se ba-
sear na existência da alma, na possi-
bilidade de intercâmbio mediúnico, 
por envolver técnicas de desdobra-
mento e por recomendar a caridade, 
que a Apometria é “100%” Espi-
ritismo, isto é, está plenamente de 
acordo e justificada pelo Espiritis-
mo. 
Infelizmente, como as seções I e 
II mostram, a Apometria não repre-
senta um avanço científico e, por-
tanto, não pode ser assimilada pelo 
Espiritismo. Porém, a falha da jus-
tificativa 4 é de natureza filosófica. 
Se Apometria fosse, de fato, 100% 
Espiritismo, razão não existira para 
criar um nome novo, Apometria, 
para suas práticas. Bastaria dizer 
que se tratam de práticas espíritas. 
O termo Apometria, simplesmente 
não teria razão de existir. Porém, se 
o termo Apometria é relevante por-
que propõe conceitos e práticas di-
ferentes do Espiritismo (assim como 
se vê nas obras básicas [1] e [2] da 
Apometria), então não se pode dizer 
que “Apometria é 100% Espiritis-
mo” porque ela contém conceitos 
diferentes. Logo, Apometria não é 
100% Espiritismo! 
Conclusões finais e reco-
mendações doutrinárias
A análise acima das obras básicas 
[1] e [2] da Apometria, em comple-
mento às análises prévias [11,12], 
revelam que ela não representa 
um avanço científico. Na verdade, 
ela representa um retrocesso devi-
do aos diversos erros de natureza 
científica e filosófica que, perante os 
especialistas, comprometem os seus 
seguidores. Em outras palavras, a 
teoria da Apometria não é capaz de 
encarar de frente a razão da Física e 
da Matemática. Assim, não se pode 
justificar a Apometria em termos da 
necessidade de seguir o caráter pro-
gressivo do Espiritismo, pois suas 
propostas são incondizentes com 
a Ciência e, portanto, inadequadas 
para as atividades espíritas. 
Tem se desenvolvido no 
Movimento Espírita a ideia 
equivocada de se atualizar 
o Espiritismo, achando que 
o seu aspecto progressista 
ocorrerá através da crítica e 
combate aos seus princípios. 
Cita-se a afirmação de Kardec de 
que o Espiritismo deve assimilar as 
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[1] J. L. de Azevedo, Espírito / 
Matéria – Novos Horizontes Para A 
Medicina, 7ª edição, VEC Gráfica e 
Editora Ltda, Porto Alegre (2002). 
[2] J. L. de Azevedo, Energia e 
Espírito, 2ª edição, Comunicação 
Impressa, Porto Alegre (1995). 
[3] D. P. Franco, entrevista ao 
programa Presença Espírita da Rá-
dio Boa Nova, de Guarulhos (SP), 
em Agosto/2001. Ver, por exemplo, 
o seguinte link: http://jornaloespiri-
ta.blogspot.com.br/2012/02/dival-
do-franco-esclarece-sobre.html 
[4] J. R. Teixeira, entrevista ao 
periódico O Consolador em 5 de Ju-
nho de 2011. Ver o link: http://www.
oconsolador.com.br/ano5/212/raul-
teixeiraresponde.html 
[5] J. Hessen, “A apometria e as 
práticas espíritas”, O Consolador 67 
(3 de Agosto de 2008), link: http://
www.oconsolador.com.br/ano2/67/
especial.html 
[6] A. O. de Oliveira Filho, “Apo-
metria não é Espiritismo”, O Conso-
lador 130 (25 de Outubro de 2009), 
link: http://www.oconsolador.com.
br/ano3/130/especial.html 
[7] G. J. de Sousa, “Apometria 
não convém às Casas Espíritas”, 
O Consolador 139 (3 de Janeiro de 
2010), link: http://www.oconsola-
dor.com.br/ano3/139/gebaldo_sou-
sa.html 
[8] A. Kardec, A Gênese, Edito-
ra FEB, 36ª Edição, Rio de Janeiro 
(1995).
[9] A. Kardec, O Evangelho Se-
gundo o Espiritismo, Editora FEB, 
112ª Edição, Rio de Janeiro (1996).
[10] A. Kardec, O Que É o Espi-
ritismo, Editora FEB, Rio de Janeiro 
(2006). 
[11] A. F. da Fonseca, “Análise 
Científica da Apometria”, O Conso-
lador 289 (2 de Dezembro de 2012), 
link: http://www.oconsolador.com.
br/ano6/289/especial.html 
 [12] A. F. da Fonseca, “Análise 
Científica dos Fundamentos Teóri-
cos da Apometria”, capítulo de uma 
obra que será lançada em Agosto 
de 2013, de coletânea de trabalhos 
apresentados no 8º Encontro Nacio-
nal da Liga de Pesquisadores em Es-
piritismo (ENLIHPE), ocorrido nos 
dias 18 e 19 de Agosto de 2012, em 
São Paulo, SP. 
[13] J. A. Valadares, “O Conceito 
de Massa. I. Introdução Histórica”, 
Revista Brasileira de Ensino de Físi-
ca 15, 110 (1993).
[14] J. A. Valadares, “O Conceito 
de Massa. II. Análise do Conceito”, 
Revista Brasileira de Ensino de Físi-
ca 15, 118 (1993).
[15] A. F. da Fonseca, “Um En-
saio Sobre Matéria e Energia – Parte 
1”, FidelidadESPÍRITA 91, Abril, 6 
(2010). 
[16] A. F. da Fonseca, “Um En-
saio Sobre Matéria e Energia – Parte 
2”, FidelidadESPÍRITA 92, Maio, 
20 (2010).
[17] M. A. Moreira, “O Modelo 
Padrão da Física de Partículas”, Re-
vista Brasileira de Ensino de Física 
31, 1306 (2009).
[18] R. Eisberg e R. Resnick, Fí-
sica Quântica – Átomos, Moléculas, 
Sólidos, Núcleos e Partículas, Edito-
ra Campus, 21ª Reimpressão (1979).
[19] Ver, por exemplo, os seguin-
tes sites: http://pt.wikipedia.org/
wiki/Impulso_nervoso e
http://www.afh.bio.br/nervoso/
nervoso1.asp 
[20] D. Halliday, R. Resnick e 
J. Walker, Fundamentos da Física 
– Volumes 4 – Eletromagnetismo, 
Editora LTC, 8ª Edição (2009). 
[21] D. Halliday, R. Resnick e 
J. Walker, Fundamentos da Física 
– Volumes 1 – Mecânica, Editora 
LTC, 8ª Edição (2009). 
[22] H. L. Guidorizzi, Um Cur-
so de Cálculo – Vol. 1, Editora Li-
vros Técnicos e Científicos Editora 
LTDA., 2ª Edição (1987).
[23] Ver, por exemplo: http://
pt.wikipedia.org/wiki/Vento_solar 
[24] A. Kardec, O Livro dos Espí-
ritos, Editora FEB, 76ª Edição, Rio 
de Janeiro (1995).
[25] Nora, psicografia de E. Cris-
tiano, Aconteceu na Casa Espírita, 
Departamento Editorial do Centro 
Espírita “Allan Kardec”, 1ª Edição, 
Campinas (2001). 
[26] A. Kardec, O Livro dos Mé-
diuns, Ed. FEB, 1ª Edição, Rio de 
Janeiro (2008).
[27] Espíritos diversos, psico-
grafia de E. Cristiano, O zelo da tua 
casa, Editora Allan Kardec, Campi-
nas (2009). 
Referências:
novidades da Ciência para justificar 
a adoção de práticas como a Apo-
metria. Vimos, nesse artigo, que as 
coisas não são tão simples assim e 
que nem sempre o discurso de “algo 
ser científico” significa que, de fato, 
ele o seja. Como agir, então, quan-
do uma novidade se apresenta em 
nome da Ciência e não dispomos 
do conhecimento e experiência ne-
cessários para avaliá-la? O próprio 
Espiritismo nos ensina a agir através 
das seguintes regras: 1) analisar fria-
mente tudo (Kardec, no discurso aosespíritas lioneses [10]); 2) seguir a 
recomendação de Erasto (ítem 230 
de O Livro dos Médiuns [26]): “É 
melhor repelir dez verdades do que 
admitir uma única falsidade, uma 
só teoria errônea”; e 3) nunca se 
esquecer que “o que costuma carac-
terizar uma nova revelação, quando 
o é de fato, não é a negação da an-
terior, mas, justamente, a sua confir-
mação dos pontos fundamentais que 
lhes servirão de degraus de apoio.” 
(Yvonne do Amaral Pereira em O 
zelo da tua casa [27]). 
As três recomendações acima, 
portanto, servem de guia e seguran-
ça para com relação a qualquer no-
vidade que seja proposta no Movi-
mento Espírita.. 
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Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” | Campinas/SP
O Leitor espírita leigo em Ciência, muitas vezes se perde com relação a como 
se portar perante novidades que 
se apresentam no meio espírita, e 
mais ainda perante àquelas que se 
consideram baseadas nos avanços 
da Ciência. O movimento espíri-
ta desenvolveu bastante o aspec-
to religioso e moral, o que educou 
as pessoas na prática da caridade e 
da fraternidade. Isso fez com que 
as pessoas adotassem uma postura 
aberta com relação à exposição dos 
pensamentos dos confrades. Em ou-
tras palavras, não se questiona o que 
um confrade ou orador diz em públi-
co ou pela literatura espírita (livros 
ou artigos) porque ninguém imagina 
que ele(a) pode estar enganado(a). 
POR Alexandre Fontes da Fonseca
RECOMENDAÇÕES DE 
KARDEC PARA AS NOVIDADES

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
Por excesso de fraternidade, o mo-
vimento espírita tem se esquecido 
do fato de que todos, encarnados e 
desencarnados (exceto os Espíritos 
puros), somos ainda falíveis e não 
detemos o conhecimento absoluto. 
E nos esquecemos de que, por essa 
razão, nunca devemos deixar de 
aplicar a razão para com tudo o que 
dizem ou escrevem. 
A Ciência é uma ativi-
dade humana que permi-
tiu o desenvolvimento do 
conhecimento. E, com o 
conhecimento, a saúde, 
a tecnologia e o bem es-
tar se desenvolveram em 
nossa Humanidade. Mes-
mo com todo o avanço 
científico, a Humanidade 
ainda sofre com o atraso 
moral que ainda permeia 
o coração das pessoas. O 
propósito do Espiritismo 
é a regeneração da Huma-
nidade através da trans-
formação moral de cada 
um de nós [1]. 
A forma pela qual o 
Espiritismo propõe aju-
dar a Humanidade é apre-
sentando uma doutrina 
que nos explique o que 
somos, de onde viemos, 
para onde vamos, e qual 
as consequências de nos-
sos atos. E faz isso reco-
mendando que tenhamos 
fé raciocinada, isto é, que 
a nossa crença seja basea-
da na razão para que a fé 
se torne fortalecida perante os con-
vites do egoísmo e do orgulho. 
Ciente de que os Espíritos ain-
da inferiores tentarão fazer de tudo 
para prejudicar o desenvolvimento 
do Espiritismo, Kardec, sob inspira-
ção dos bons Espíritos, nos apresen-
ta uma série de recomendações no 
tocante à integridade e divulgação 
da Doutrina Espírita. Em razão dos 
progressos atuais tanto do conheci-
mento em si quanto da facilidade de 
acesso à informação, se faz neces-
sário orientar o movimento espírita 
a como se portar perante novidades 
que surgem em nome da Ciência. 
Para isso, vamos citar alguns co-
mentários e recomendações do pró-
prio Kardec e, após, apresentamos 
uma sugestão de postura para com 
relação às novidades. 
Recomendações de Kardec
Numa rápida biografia de Kardec 
contida na obra O Que é o Espiritis-
mo, edição da FEB [2], destacamos 
o seguinte trecho do discurso feito 
por ele em 19 de setembro de 1860 
aos espíritas lioneses: “É preciso, 
pois, evitar o deixar-se seduzir pe-
las aparências, tanto da parte dos 
Espíritos, quanto da dos homens; 
... é preciso que tudo seja friamente 
examinado, maduramente pesado, 
confrontado, e, se desconfiamos 
do próprio julgamento, (...), é pre-
ciso recorrer a outras pessoas.” O 
comentário acima, de Kardec, é um 
dos mais importantes com relação à 
questão sobre aceitação 
das novidades por duas 
razões. Primeiro por 
enfatizar a necessidade 
de se fazer um exame 
frio e maduramente 
pesado, o que significa 
analisar todos os de-
talhes. Segundo, por-
que Kardec não sugere 
aplicar isso apenas às 
comunicações dos Es-
píritos desencarnados, 
mas também às ideias 
e teorias que nós encar-
nados venhamos a de-
senvolver. A análise das 
teorias da Apometria 
[3,4] foi motivada por 
orientações como essa 
de Kardec. 
Nos artigos anterio-
res, destacamos que 
apesar do Espiritismo 
ter caráter progressista 
e, portanto, “assimilará 
sempre todas as doutri-
nas progressivas, de 
qualquer ordem que se-
jam...” Kardec diz “ ... 
desde que hajam assu-
mido o estado de verdades práticas 
e abandonado o domínio da utopia, 
sem o que ele se suicidaria.” (ítem 
55 do cap. I de A Gênese [5]). Kar-
dec, em Obras Póstumas [6] no ítem 
intitulado “Constituição do Espiri-
tismo, Dos Cismas” diz “Se é cer-
to que a utopia da véspera se torna 
muitas vezes a verdade do dia se-
guinte, deixemos que o dia seguinte 
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realize a utopia da véspera, porém 
não atravanquemos a Doutrina de 
princípios que possam ser conside-
rados quiméricos e fazer que a repi-
lam os homens positivos.” 
Essas duas últimas citações 
de Kardec mostram que não 
se deve assimilar nenhum 
tipo de novidade antes que 
elas sejam testadas e aprova-
das por quem tenha compe-
tência para isso. A análise da 
teoria da Apometria, feita no 
artigo anterior, mostra que 
ela é facilmente repelida por 
homens positivos. 
O Espírito Erasto no ítem 230 
de O Livro dos Médiuns [7] diz “É 
melhor repelir dez verdades do que 
admitir uma única falsidade, uma só 
teoria errônea”. E isso não é pro-
blema pois como o próprio Erasto 
diz “Efetivamente, sobre essa teo-
ria poderíeis edificar um sistema 
completo, que desmoronaria ao 
primeiro sopro da verdade, como 
um monumento edificado sobre 
areia movediça, ao passo que, se 
rejeitardes hoje algumas verdades, 
porque não vos são demonstradas 
clara e logicamente, mais tarde um 
fato brutal, ou uma demonstração 
irrefutável virá afirmar-vos a sua 
autenticidade.” Isso mostra que não 
é problema algum rejeitarmos novi-
dades que possam ser verdadeiras. 
Cedo ou tarde ela se fará patente 
por novos fatos ou estudos e a dú-
vida desaparecerá. Mas, o risco de 
aceitar e assimilar uma teoria errada 
leva à formação de práticas e ati-
vidades inteiramente novas e dife-
rentes do que ensina o Espiritismo 
e, como dito por Erasto, quando o 
sopro da verdade surge e demonstra 
o erro da teoria, tudo o que se cons-
truiu em nome dela cai por terra. 
Isso é o que está acontecendo com a 
teoria da Apometria. A própria Físi-
ca e Matemática se apresentam para 
demonstrar os seus erros. 
Na Revista Espírita de Julho de 
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1860 [8], no artigo intitulado Ob-
servação Geral (Após Exame Crí-
tico das várias Comunicações Es-
pontâneas do Espírito Charlet, na 
Sociedade de Paris) Kardec assim 
se expressa sobre as teorias científi-
cas: “Assim, é sobretudo nas teorias 
científicas que precisa haver muita 
prudência e evitar dar precipita-
damente como verdades sistemas 
por vêzes mais sedutores que reais 
e que, mais cedo ou mais tarde, po-
dem receber um desmentido oficial. 
(...). Diz um provérbio: “Nada mais 
perigoso que um amigo impruden-
te.” Ora, é o caso dos que, no Es-
piritismo, se deixam levar por um 
zêlo mais ardente que refletido.” 
Novamente, vemos a preocupação 
de Kardec com a aceitação de no-
vidades e, aqui, o destaque é para 
as teorias científicas, que por mais 
sedutoras

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