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Bruna Oliveira – 144 • Comprometimento de função ou estrutura corporal do RN, causado por traumas que ocorrem no nascimento. • Podem acontecer: ✓ Período pré-natal ✓ No parto ✓ Reanimação. • Natural ou iatrogênico • Evitáveis ou não Fatores de risco ● Primiparidade - pelve e útero que ainda não passaram por parto; ● Baixa estatura materna; ● Anomalias pélvicas maternas (pelve muito estreita, por exemplo); ● Trabalho de parto prolongado ou muito rápido; ● Oligoâmnio (pouco líquido aminiotoco, que serve como amortecedor para o bebê); ● Diabetes materna pode causar macrossomia fetal ou bebês hipotônicos (dificulta o parto e favorece a distorcia de ombro e lesão de plexo braquial) e pode desencadear hipoglicemia ja durante o parto. ● Versões uterinas - manobras feitas externamente na tentativa de colocar o bb na posição cefálica, que pode levar a traumatismos no feto. Devem ser feitas com a mulher internada e guiada por USG. ● Manobra de Kristeller - violência obstetríca!! Desencadeia dores e tocotraumatismos, além de rupturas de órgãos. ● Rn muito baixo peso e prematuro; ● Macrossomia; ● Macrocefalia fetal - bebê pélvico pode passar o corpo e ficar a cabeça (desproporção cefalo-pelvica), sendo necessário fazer a degola do bebê (escolhe-se a vida da mãe). Não da pra fazer mais a cesariana pois ja chegou no período expulsivo. ● Anomalias fetais ● Apresentação distócica do feto/anomalas ● Parto instrumental - uso de fórceps ou extração a vácuo. Usa em partos prolongados. Bossa- indica que o bb está muito tempo nessa posição (pode ser sinal de sofrimento fetal e que ficou muito tempo naquela posição) ● Cesária eletiva pode ser um fator de risco, quando a mulher nao entrou em trabalho de parto Gravidade • Leve – tipo 1: ✓ Lesões de pele: equimose, abrasão, hematoma; ✓ Ferimentos corto-contusos de partes moles; ✓ Adiponecrose (por compressão); ✓ Bossa serossanguínea; ✓ Hemorragia subconjuntival; ✓ Fratura de clavícula. • Moderados – tipo II: ✓ Paresia braquial; ✓ Páresia facial; ✓ Céfalo-hematoma. ✓ Trauma de ECM. • Graves – tipo III: ✓ Hemorragia intracraniana; ✓ Rotura visceral: baço, fígado e intestino. ✓ Fratura de ossos da face, de crânio e de ossos longos; ✓ Paralisia diafragmática; ✓ Trauma de coluna e medula espinal; ✓ Paralisia facial ou branquial; ✓ Paralisia bilateral de cordas vocais. Lesões de cabeça e pescoço Hémorragia extracrajiana Bossa serossanguinolenta ● Acúmulo subcutâneo de líquido extraperiosteal. ● Pode ser hemorrágica. ● Margens mal definidas; ● Não respeita suturas; ● Associado a moldagem (posição que o BB ficou próximo a hora do parto) ● Aparece na hora do parto ● Resolução espontânea nos primeiros dias de vida ● "Caput succedaneum" ● Vacuum caput: margens bem demarcadas causadas pelo vácuo extrator. Cefalohematoma ● Acúmulo de sangue subperiosteal; ● Respeita suturas; ● Conscistencia cística; ● Pode ter fraturas associadas; ● Comum nos parietais; ● Fraturas do osso podem estar presentes; ● Bote ser uni ou bilateral; ● Aparece depois de um tempo; ● Resolução espontânea por reabsorção em 6 a 8s; ● Icterícia prolongada (sangue hemólisado). Hematoma subgaleal ● Hémorragia sob a aponeurose do couro cabeludo; ● Perda de sangue maior; ● Edema periorbital; ● Equimose do couro cabeludo; ● Sangue reabsorvido lentamente; ● Pode levar a choque; ● Frequente em partos por fórceps ou vácuo; TOCOTRAUMATISMOS Bruna Oliveira – 144 ● Palidez, tônus muscular diminuído e tumefacao flutuante no couro cabeludo; ● Hematoma aumenta lenta ou rapidamente resultar em choque; ● Alta mortalidade (14 - 22%). Hemorragias intracraniana • Partos laboriosos ou prolongados. • Tratamento de suporto • Quadro depende do tipo de hemorragia e da área afetada. Fraturas de crânio ● Lineares (osso parietal); ● Deprimidas (ossos parietais ou frontal) – fórceps; ● Occipital - apresentação pélvica; ● DX: rx ou tomografia; Fraturas faciais ou mandibulares ● Passagem pelo canal de parto ● Uso de fórceps ● Passagem da cabeça em apresentação pelvica (mão na boca do bebê para puxar) Lesão nasais ● Fratura e luxação nasais podem ocorrer durante o parto ● + Frequente - deslocamento da cartilagem nasal (pressão aplicada pela sínfise púbica ou pelo promontório sacral materno). Lesões oculares ● HEMORRAGIAS retinoanas e subconjuntivais- parto vaginal ● Fórceps mal posicionado pode resultar em lesão ocular e periorbital, incluindo hemorragia vítrea, lacerações, fratura orbital, lesão da glândula ou canal lacrimal e ruptura da membrana de Descemet da córnea (pode levar a astigmatismo e ambliopia). Lesões nas orelhas ● Orelhas são susceptíveis a lesões (aplicação de fórceps). ● Mais relevantes acontecem devido ao posicionamento fetal (a orelha pode ter se formado dobrada). ● Podem ocorrer escoriações, hematomas e lacerações. Torcicolo congênito ● Lesão do ECM. ● Causa mais provável é o posicionamento intrauterino. ● Parto pélvico, fórceps. ● Limitação de rotação para o lado da lesão. ● Dx clínico. ● Tratamento fisioterapico com resolução de 5 a 6m. Lesão de nervos cranianos Nervo Facial • Frequente em partos com fórceps. • Fácies assimétrica durante o choro • Olho aberto do lado lesado • Dx diferencial com síndromes que cursam com paralisia facial: ✓ Síndrome de Moebius (aralisia congênita e não progressiva do VII e do VI NC, quase sempre bilateral, o que produz uma aparência facial pouco expressiva e estrabismo convergente.) ✓ Hemorragia intracraniana • Resolução espontânea em 3 semanas Nervo laríngeo recorrente • 25% das paralisias de cordas vocais são unilaterais, mais frequente a esquerda. • Secundária a tração excessiva sobre a cabeça fetal durante o parto pélvico ou tração lateral da cabeça com fórceps. • Assintomático em repouso • Estridor inspiratório, choro rouco, disfagia • Geralmente se resolve em 6s de vida, sem intervenção nem tratamento. Lesão de medula espinal • Fatores de risco: ✓ Parto vaginal de um feto com cabeça ou pescoço em hiperextensão; ✓ Parto pélvico; ✓ Distócia grave do ombro. • Lesões incluem: ✓ Hematomas epidurais espinais; ✓ Lesões das artérias vertebrais; ✓ Hematomielia cervical traumática; ✓ Oclusão da artéria vertebral; ✓ Transecção raquimedular. Lesão de nervos periféricos Lesão do nervo frênico (C3, C4 ou C5) • Leva a paralisia do diafragma ipsilateral. • Fatores de risco: parto pélvico e parto com fórceps. • Em 75% dos casos, há também lesão do plexo braquial; • Geralmente unilateral. • Desconforto respiratório e cianose • Rx: elevação do hemidiafragma acometido, com desvio do mediastino • Recuperação espontânea com 1 a 3m Lesão do plexo braquial Paralisia de Erb-Duchenne: • 70% dos casos • Membro em adução e rotação interna • Flexão do punho (gorjeta de garçom) • Preensão palmar presente • Bom prognóstico • Músculo deltóide, infraespianal, bíceps braquial, supinador e braquirradial, além dos músculos extensores do punho e dos dedos, podem apresentar fraqueza ou paralisia • Refelxo de moro ausente no lado afetado. Bruna Oliveira – 144 Paralisia de Klumpfe: • 20% dos casos • Paralisia da mão • Preensão ausente • A paralisia da região distal do braço afeta músculos intrínsecos da mão e os flexores longos do punho e dos dedos • Há comprometimento sensorial no lado ulnar do antebraço e da mão. • Síndrome de Horner (miose, ptose e enoftalmia) Paralisia total do plexo braquial: • Menos comum. • Braço inteiro flácido. • Todos os reflexos, incluindo a preensão palmar e a sensibilidade estão ausentes. Lesões ósseas Fraturas de clavícula ● Ate 40% das fraturas da clavícula nao são identificadas antes da alta hospitalar ● Fatores de risco: ✓ Distócia do ombro; ✓ Partos de apresentaçãopélvica quando os braços estão estendidos; ✓ Macrossomia. • Fratura em galho verde ou incompleta. • Creptação perto do ombro. • O primeiro sinal clínico pode ser um calo ósseo oom 7 a 10d de idade. ● O braço afetado pode ter pseudoparalosia (afetado pela dor) - diferenciar com paralisia do plexo braquial ou fratura do úmero. ● Reflexo de moro assimétrico. ● Nao engessa. ● Tratamento deve ser dirigido para o alívio da dor com analgésicos. ● A manga do lactente deve ser fixada a camisa para limitar o movimento até que o calo ósseo comece a se formar. ● Esperada a consolidação completa. Fratura de úmero • Durante a liberação dos braços de um feto em apresentação pélvica e/ou dos ombros em apresentação de vértice. • A compressão direta do úmero também pode resultar em fratura. Fratura de fêmur ● Após parto pélvico ● Rn com hipotonia congenita tem maior risco (nao vai se acomodando a cada contração uterina, não ajudando no TP) ● Exame físico releva deformidade da coxa ● Edema, diminuição dos movimentos ou dor a palpação Osteogênese imperfeita ● Formação imperfeita dos ossos, predispondo a fraturas. ● Diferenciar com fraturas por tocotraumatismos. Traumatismos intra- abdominais Fígado • Órgão sólido mais frequentemente lesionado. • Hematoma e/ou ruptura Hepática • Fatores de risco: ✓ Macrossomia; ✓ Hepatomegalia; ✓ Apresentação pélvica. Baço • Fatores de risco: ✓ Macrossomia; ✓ Apresentação pélvica; ✓ Esplenomegalia (ex. sífilis congênita, eritoblastose fetal). Suprarrenais • Dx intrauterino; • Disturbios hemorrágicos; • Mais frequente na direita • Fatores de risco: ✓ Apresentação pélvica; ✓ Macrossomia • Sinais clássicos: ✓ Febre; ✓ Massa no flanco; ✓ Púrpura; ✓ Palidez. Lesões de Pele ● Petéquias: comum quando a apresentação do bb acontece pela face; ● Lacerações e escoriações; ● Necrose do tecido adiposo ● Marca de Baudelocque: equimose no pescoço pela pega no fórceps. Moral da história: não use fórceps! Referências: aula de Elisabete 2020.1
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