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-> ANATOMIA - Pleuras -> membranas serosas que delimitam o espaço pleural, sendo recobertas por uma única camada de células mesoteliais - Pleura Visceral -> recobre os pulmões - Pleura Parietal -> recobre a face interna da parede visceral, diafragma e mediastino -> LÍQUIDO PLEURAL - Função: lubrificar a cavidade e diminuir a aderência entre os folhetos - Origem: principalmente nos capilares da pleura parietal - Drenagem Linfática . Pleura Visceral: realizada pelo sistema linfático pulmonar . Pleura Parietal: realizada pelos diversos sistemas linfáticos sistêmicos e por meio da presença de estromas (orifícios na camada mesotelial que se abrem para o espaço pleural) que ligam a cavidade pleural diretamente à rede linfática submesotelial. - Formação de líquido pleural depende de um equilíbrio de pressões hidrostáticas opostas pelas pressões osmóticas contrabalanceadas. - Como a situação normal é um estado estacionário, a taxa de absorção do líquido pleural deve ser semelhante à taxa de formação. -> DERRAME PLEURAL - É o acúmulo anormal de líquido no espaço pleural, que expressa uma doença primária da pleura, pulmão ou de qualquer sistema orgânico - Ocorre mais comumente em pacientes com pneumonia ou com insuficiência cardíaca - Causas 1- Formação aumentada de fluido pleural . Líquido intersticial aumentado no pulmão . Falha ventricular esquerda, pneumonia e êmbolo pulmonar . Pressão intravascular aumentada na pleura (falha ventricular direita/ síndrome da veia cava superior) . Proteína aumentada no líquido pleural . Atelectasia pulmonar . Ascite ou diálise peritoneal . Interrupção do ducto torácico 2- Diminuição da absorção do líquido pleural . Obstrução dos linfáticos com a drenagem da pleura parietal . Elevação das pressões vasculares sistêmicas (falha ventricular direita/ síndrome da veia cava superior) - Efeitos Fisiológicos . Disfunção ventilatória restritiva . Afeta função diafragmática -> movimento paradoxal (ventilação alveolar) . Hipoxemia (shunt intrapulmonar direita-esquerda, alteração da relação ventilação-perfusão, redução na difusão pulmonar) . Após toracocentese pode apresentar piora na PaO2 . Pequena melhora da oxigenação quando o paciente se deita sobre o lado não afetado - Volume . 75 ml- superfície inferior do lobo e inferior e o diafragma . 175 ml- preenche o seio costofrênico lateral - Derrames infrapulmonares ou subpulmonares . Elevação aparente de um ou dos diafragmas . Em PA, o ápice do diafragma está aparentemente lateralizado . No lado esquerdo, a borda inferior está distante mais de 2 cm da bulha gástrica - Classificação . Transudativo- secundário a doenças sistêmicas, tendo tratamento baseado na resolução da causa base . Parapneumônico- feito a partir do derrame pleural na presença de pneumonia ou sepse por meio de toracocentese diagnóstica . Maligno- geralmente é unilateral e volumoso, podendo ocorrer por meio da invasão pleural ou mediastinal (síndrome da veia cava), acometimento linfático ou por causas parenquimatosas . Tuberculoso- pode ocorrer tanto na infecção primária quanto na reativação da doença e reflete a presença de bacilos no espaço pleural ou a reação imune mediada por células T, alterando a fisiologia do mesotélio - Critérios de Light . Possibilita a diferenciação do derrame pleural em transudatos e exsudatos . Avaliação bioquímica que mede a proteína sérica e do líquido pleural e a desidrogenase lática (DHL) . Transudato-> extravasamento de líquido sem agressão pleural. Resultam de desequilíbrios nas pressões hidrostáticas e oncóticas no tórax. . Exsudato-> processo inflamatório pleural que promove um aumento de permeabilidade capilar e liberação de mediadores, ocasionando o extravasamento de líquido rico em proteína. - Manifestações Clínicas . Volume moderado ou de grandes líquidos produz sintomas e alterações no exame físico . Sintomas * Dor pleurítica (torácica difusa/ dor referida) * Tosse seca * Dispneia (não está relacionada com o volume/ doença parenquimatosa) . Exame Físico * Inspeção: expansibilidade * Palpação: frêmito/ traqueia * Percussão: maciço ou timpânico * Ausculta: decréscimo ou ausência dos ruídos respiratórios - Exames Complementares . Radiografia de Tórax * Incidências: PA, perfil, decúbito lateral com raios horizontais * Parábola de Damoiseau . USG-> obtenção de imagens em tempo real e nas avaliações dinâmicas, utilizado em procedimento invasivo torácico . TC de tórax-> permite diferenciar derrames livres ou loculados e as estruturas sólidas . Toracocentese -> análise laboratorial do líquido pleural * pH * Bioquímica (dosagem de proteína/ albumina, DHL e glicose) * Citologia diferencial e oncótica * Microbiologia . Biópsia pleural por agulha -> anatomopatológico - Maior deposição de fibrina, com risco de loculações e espessamento pleural, além da evolução para empiema - Extremos de faixa etária (crianças e idosos) - Fatores de Risco: diabetes mellitus, alcoolismo, má conservação dental, refluxo gastresofagiano, artrite reumatoide, doenças crônicas pulmonares e uso de drogas ilícitas intravenosas - Tratamento Clínico OPÇÕES ANTIMICROBIANAS PARA AGENTES ESPECÍFICOS Anaeróbios - Penicilina cristalina - Amoxicilina + Clavulanato - Clindamicina - Metronidazol - Quinolonas de 4ª geração Gram-negativos - Cefalosporinas de 3ª e 4ª geração - Amoxicilina + Clavulanato - Quinolonas de 2ª, 3ª e 4ª geração Pneumococos - Penicilina cristalina - Amoxicilina + Clavulanato - Clindamicina - Cefalosporina de 1ª, 3ª e 4ª geração - Quinolonas de 4ª geração - Vancomicina Estafilococos - Oxacilina - Clindamicina - Cefalosporina de 1ª e 4ª geração - Amoxicilina + Clavulanato - Quinolonas - Vancomicina Obs: tratamento deve ser guiado para a causa base - Tratamento Cirúrgico . Toracocentese . Drenagem pleural . Agentes trombolíticos . Pleuroscopia . Toracotomia e decorticação . Drenagem aberta e pleurostomia -> EMPIEMA - Presença de pus (exsudato) na cavidade pleural -> PNEUMOTÓRAX - Definição: presença de gás no espaço pleural - Espontâneo . Primário . Secundário - Adquirido . Iatrogênico . Traumático - A penetração do ar altera o equilíbrio pressórico e torna a pressão na cavidade pleural positiva. A interposição de ar entre as pleuras caracteriza o pneumotórax, que pode ter origem a partir de rotura da pleura visceral, parietal ou por descontinuidade da pleura mediastinal, na lesão do esôfago ou de vias aéreas. - Pneumotórax Espontâneo Primário . Apresenta-se sem um evento externo precipitante na ausência de doença pulmonar clínica . Pacientes podem apresentar bolhas subpleurais (blebs), que predispõem a um pneumotórax . Fatores de Risco: tabagismo, predisposição genética, alteração na pressão atmosférica (voos e mergulhos) . Raro após os 40 anos e ocorre classicamente em homens jovens, altos, magros e fumantes - Pneumotórax Espontâneo Secundário . Apresenta-se sem evento externo precipitante, mas associado a uma doença pulmonar . Masculino e maiores de 55 anos (muito associado a enfisema) . Causas Importantes: DPOC, malignidade pulmonar, fibrose cística, pneumonia necrosante. - Pneumotórax Adquirido . Causa mais comum . Iatrogênico-> ocorre induzido por um procedimento médico, geralmente cateterismo venoso central, toracocentese, ventilação mecânica, biópsia percutânea ou transbrônquica do pulmão ou mediastino. . Não iatrogênico ou Traumático-> ocorre por trauma aberto ou fechado - Quadro Clínico . Dispneia aguda de início súbito e dor pleurítica ventilatório- dependente- Exame Físico . Diminuição das incursões torácicas . Hemitórax aumentado . Diminuição do MV e hipersonoridade à percussão . Ausência ou diminuição do FTV - Diagnóstico Clínico . Dispneia aguda súbita e dor torácica ventilatório- dependente . Faixa etária e a associação de doença pulmonar subjacente podem servir para diferenciar o pneumotórax espontâneo primário do secundário - Diagnóstico Laboratorial e Exames Complementares . Gasometria -> verificar saturação periférica de oxigênio . Eletrocardiograma-> achados inespecíficos e podem revelar taquicardia sinusal . Radiografia de Tórax * Linha pleural visceral opaca, definindo a interface entre o pulmão e o ar pleural * As estruturas broncovasculares, geralmente, não visíveis além da borda pleural visceral * Hemitórax ipsilateral pode estar aumentado . USG pleural . TC de tórax - Tratamento . Estratégias de manejo são muito variáveis, incluindo procedimentos como repouso e observação, oxigenoterapia suplementar, aspiração simples, drenagem pleural fechada, videotoracoscopia ou toracotomia aberta com abordagem de bolhas, abrasão pleural e pleurectomia . Drenagem fechada de tórax (cessação da fuga aérea em 3 dias -> se não, toracoscopia) . Pleurodese
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