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DIREITO PENAL – CTB (PARTE CRIMINAL)
Prof. Douglas Vargas
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SUMÁRIO
Introdução ................................................................................................3
Código de Trânsito Brasileiro – CTB ...............................................................4
Resumo ...................................................................................................30
Exercícios Comentados ..............................................................................34
Gabarito ..................................................................................................40
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INTRODUÇÃO
E aí, queridos guerreiros e guerreiras!
Na aula de hoje, vamos estudar a parte criminal do Código de Trânsito Bra-
sileiro, da forma mais dinâmica, direta e esquematizada possível. 
Esse é um tema importante – e que recebeu recentes alterações legislativas e 
jurisprudenciais –, de modo que merece toda a sua atenção.
Sei que muitos alunos consideram um pouco chato estudar os crimes de trânsito 
e todas as suas nuances, mas faremos o possível para tornar seu estudo o mais 
dinâmico possível. 
Um forte abraço e bons estudos!
DOUGLAS DE ARAÚJO VARGAS
Agente da Polícia Civil do Distrito Federal, aprovado em 6º lugar no con-
curso realizado em 2013. Aprovado em vários concursos, como Polícia 
Federal (Escrivão), PCDF (Escrivão e Agente), PRF (Agente), Ministério 
da Integração, Ministério da Justiça, BRB e PMDF (Soldado – 2012 e 
Oficial – 2017).
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CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO – CTB
Parte Criminal
Introdução
O Código de Trânsito Brasileiro (CTB) é uma lei extensa e que trata de inúmeros 
assuntos em diversas esferas do Direito.
Nosso foco, na aula de hoje, estará voltado para a parte criminal do CTB, bem 
como para os procedimentos que envolvem a apuração dos crimes de trânsito.
Veículo Automotor
Diversos tipos penais do CTB tratam de condutas perpetradas na condução de 
veículo automotor. Dessa forma, para bem entender os crimes a seguir, precisamos 
primeiro definir o conceito de veículo automotor para fins penais, o qual é apresen-
tado pelo legislador no Anexo do CTB:
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Veículo Automotor – todo veículo a motor de propulsão que 
circule por seus próprios meios, e que serve normalmente para 
o transporte viário de pessoas e coisas, ou para a tração viária 
de veículos utilizados para o transporte de pessoas e coisas. O 
termo compreende os veículos conectados a uma linha elétrica 
e que não circulam sobre trilhos (ônibus elétrico).
Não integram o conceito de veículo automotor:
• veículos de propulsão humana (ex.: bicicleta);
• veículos de tração animal (ex.: carroça).
Exemplos de veículos automotores:
• Automóveis, vans, motocicletas, caminhões, quadriciclos, ônibus, tratores, 
caminhonetes, entre outros.
Certo. Uma vez de posse desse conceito, podemos iniciar a discussão da parte 
criminal propriamente dita. No entanto, antes de tratar da parte procedimental, 
vamos estudar os crimes em espécie. 
Vamos conhecer, detalhadamente, quais são os delitos relacionados ao trânsito 
em nosso país, para só depois tratar dos procedimentos e dos efeitos da condena-
ção por tais delitos.
Dos CRIMES
Homicídio culposo na direção de veículo
Art. 302. Praticar homicídio culposo na direção de veículo automotor:
Penas — detenção, de dois a quatro anos, e suspensão ou proibição de se obter a per-
missão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.
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Em primeiro lugar, temos o delito de homicídio culposo na direção de veículo au-
tomotor. Tal delito, atualmente, está previsto de forma específica no CTB, embora 
fosse tipificado como homicídio culposo comum (art. 121, parágrafo 3º) antes da 
vigência da Lei n. 9.503/1997.
A decisão de tipificar o delito de lesões corporais culposas e de homicídio 
culposo separadamente, por meio do CTB e em norma especial, ocorreu por conta 
da divulgação de estatísticas que incluíram o Brasil como um dos recordistas mun-
diais em mortes no trânsito – quando o legislador decidiu introduzir delitos especí-
ficos mais graves do que os previstos no Código Penal (CP).
O delito é praticado na modalidade culposa, de modo que se deve verificar a 
presença de imprudência, negligência ou imperícia, o que se caracteriza usualmen-
te analisando se o agente desrespeitou normas de segurança no trânsito (dirigindo 
na contramão, em excesso de velocidade, embriagado ou conversando ao telefone, 
por exemplo).
Atenção!
A culpa exclusiva da vítima afasta a responsabilização do motorista.
É o que acontece, por exemplo, quando um 
indivíduo se joga na frente de um veículo que 
transitava na velocidade da via, com o objeti-
vo de suicidar-se.
Nesse caso, não há que se falar em homicídio culposo na direção do veículo, 
haja vista a culpa exclusiva da vítima no caso concreto. 
Cabe observar, no entanto, que, se a culpa for RECÍPROCA (tanto a vítima quan-
to o autor tiveram sua parcela de culpa no acidente), o motorista deve responder 
pelo delito. 
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Outro ponto importante é o requisito de que o autor esteja dirigindo veículo 
automotor para a configuração do delito. Outros tipos de homicídio culposo que 
envolvam situação de trânsito, mas causados por indivíduo que não estava dirigin-
do, não serão tipificados com base no artigo 302 do CTB, e sim no Código Penal 
(homicídio culposo comum).
Por exemplo:
Passageiro de motocicleta faz brincadeira 
que vem a desequilibrar o condutor, causando 
um acidente e o óbito desse último.
Nesse caso, temos um homicídio culposo em situação de trânsito, mas cujo au-
tor não estava conduzindo o veículo. A conduta será tipificada com base no artigo 
121 do Código Penal, e não com base no artigo 302 do Código de Trânsito!
Características
• Trata-se de crime comum (praticável por qualquer pessoa).
• O delito é consumado com a morte da vítima.
• O delito não admite a tentativa, haja vista tratar-se de crime culposo.
• É admissível a concessão de perdão judicial, com base na aplicação subsidiária 
do Código Penal (art. 121, parágrafo 5º).
• A ação penal é pública incondicionada.
• Não se admite a aplicação da Lei n. 9.099/1995, pois a pena máxima é de quatro 
anos.
Embriaguez & Jurisprudência
Sempre foi objeto de grande debate a questão do homicídio na direção de ve-
ículo praticado por condutor embriagado. Para alguns, a conduta seria homicídio 
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culposo, enquanto, para outros, homicídio doloso por dolo eventual (pois, em tese, 
quem opta por dirigir embriagado assume o risco de causar a morte de alguém em 
um acidente).
 Inicialmente, não havia definição legal específica para o tema, havendo o 
Superior Tribunal Federal (STF) se posicionado no sentido de que ambas as hi-
póteses (homicídio culposo ou doloso) eram possíveis, dependendo das 
circunstâncias do caso concreto.
 Com vistas a resolver tal debate sobre o tema, o legislador editou diver-
sas alterações no CTB, por meio das Leis n. 12.971/2014, n. 13.281/2016 e n. 
13.546/2017, e apenas essa última apresenta um mandamento mais claro para a 
solução do conflito.
 De todo modo, é importante conhecer os seguintes pontosdesse histórico de 
alterações:
1) Após a edição da Lei n. 13.281/2016, porém antes da existência da Lei n. 
13.546/2017, o STF chegou a manifestar-se sobre o caso de embriaguez e 
homicídio na direção de veículo, sem, no entanto, chegar a um consenso. 
À época, os ministros posicionaram-se no sentido de que a tipificação depen-
deria das circunstâncias que envolvem a embriaguez e a condução do veículo 
em cada caso.
2) Ainda sobre este assunto, em 06 de dezembro de 2017, o Superior Tribunal 
de Justiça (STJ) entendeu, em sede de Recurso Especial (REsp 1.689.173), 
que a embriaguez, de forma isolada, não é suficiente para configurar dolo 
eventual em caso de acidente de trânsito com morte da vítima. 
De toda forma, e embora ainda seja importante conhecer os julgados acima 
(pois o examinador pode tratar deles de forma específica), lembre-se de que esses 
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são posicionamentos exarados ANTES da vigência da Lei n. 13.546/2017, diploma 
que criou disposição legal mais recente (e vigente) sobre o tema.
Lei n. 13.546/2017 & Embriaguez
Art. 302 
[...]
§ 3º Se o agente conduz veículo automotor sob a influência de álcool ou de qualquer 
outra substância psicoativa que determine dependência: (Incluído pela Lei n. 13.546, 
de 2017) 
Penas – reclusão, de cinco a oito anos, e suspensão ou proibição do direito de se obter 
a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor. (Incluído pela Lei n. 13.546, 
de 2017) 
Após toda a discussão jurídica (a qual apresentamos no tópico anterior) a res-
peito do homicídio culposo praticado sob efeitos de álcool, o legislador adicionou 
o § 3º ao artigo 302, agravando a situação do agente que pratica o delito nessas 
circunstâncias. 
Dessa forma, o artigo 302 passa a prever três figuras diferentes:
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Para fixar melhor:
Art. 302, § 3 º, do CTB
• Nova qualificadora do homicídio culposo na direção de veículo.
• Qualifica-se pela embriaguez ao volante ou direção sob efeito de outra substância 
psicoativa.
• É inovação que tenta dar fim ao debate do dolo eventual x culpa consciente no caso 
de homicídio culposo praticado nessas condições.
• Conflita com a jurisprudência anterior sobre o tema, mas ainda não há manifestação 
do STJ ou do STF após a vigência da alteração legislativa em estudo.
• Ao responder questões, avalie se o examinador quer saber o posicionamento do 
STF, STJ ou a disposição legal. Se ele nada disser, o mais seguro é assumir que ele 
está pedindo uma resposta baseada unicamente no texto do CTB, artigo 302, § 3º. 
Aumento de pena
Finalizando, é preciso que você conheça as seguintes causas de aumento de 
pena aplicáveis ao homicídio culposo na direção de veículo automotor (art. 302, § 1º):
I — Se o agente não possuir Permissão para 
Dirigir ou Carteira de Habilitação. 
II — Se o crime for cometido na faixa de 
pedestres ou na calçada. 
III — Se o agente deixar de prestar socor-
ro, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, 
à vítima do acidente.
IV — Se o agente, no exercício de sua pro-
fissão ou atividade, estiver conduzindo veículo 
de transporte de passageiro.
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Lesão culposa na direção de veículo automotor
Art. 303. Praticar lesão corporal culposa na direção de veículo automotor:
Penas — detenção, de seis meses a dois anos, e suspensão ou proibição de se obter a 
permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.
O delito de lesão corporal culposa na direção de veículo automotor tem basi-
camente os mesmos requisitos do artigo 302. A diferença, efetivamente, é que a 
vítima não vem a falecer, mas apenas a se lesionar com a conduta do agente.
Note que a gravidade da lesão não muda a tipificação do delito, mas 
deverá ser levada em consideração pelo magistrado no momento de fixar 
a pena.
Aplicam-se, ao delito de lesão corporal culposa na direção de veículo, as mesmas 
causas de aumento de pena do homicídio culposo previsto no artigo 302.
Características
• Trata-se de crime comum (praticável por qualquer pessoa).
• O delito é consumado quando a vítima sofre as lesões.
• O delito não admite a tentativa, haja vista tratar-se de crime culposo.
• A ação penal é pública condicionada à representação, em regra.
• É admitida a aplicação da Lei n. 9.099/1995, em regra. 
Ação Penal & Lei n. 9.099/1995
No caso do artigo 303, a regra é a aplicabilidade dos institutos da Lei n. 
9.099/1995. Além disso, o delito é processado mediante ação penal pública con-
dicionada à representação.
No entanto, nos casos de lesão corporal praticada nos termos do artigo 291, 
parágrafo 1º (condutor embriagado participando de racha ou transitando em ve-
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locidade superior à máxima permitida em 50km/h), tal regra não se aplicará, o 
que resulta no seguinte:
• a ação penal passa a ser pública incondicionada;
• deve ser instaurado inquérito para apurar a infração penal;
• não serão mais cabíveis os benefícios de composição civil e de tran-
sação penal previstos na Lei n. 9.099/1995. 
Nova previsão – Lei n. 13.546/2017
Cabe, ainda, informar que o legislador, ao editar a Lei n. 13.546/2017, adicio-
nou uma qualificadora ao delito em estudo, incluindo o § 2º no texto legal: 
Art. 303
[...]
§ 2º A pena privativa de liberdade é de reclusão de dois a cinco anos, sem prejuízo das 
outras penas previstas neste artigo, se o agente conduz o veículo com capacidade psi-
comotora alterada em razão da influência de álcool ou de outra substância psicoativa 
que determine dependência, e se do crime resultar lesão corporal de natureza grave ou 
gravíssima. 
(Grifo meu.)
Dessa forma, podemos esquematizar o artigo 303 do CTB da seguinte maneira:
 Lembre-se, ainda, dos requisitos para configuração do artigo 303, § 2º:
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Omissão de socorro
Art. 304. Deixar o condutor do veículo, na ocasião do acidente, de prestar imediato so-
corro à vítima, ou, não podendo fazê-lo diretamente, por justa causa, deixar de solicitar 
auxílio da autoridade pública:
Penas — detenção, de seis meses a um ano, ou multa, se o fato não constituir elemento 
de crime mais grave.
Trata-se de crime omissivo puro, no qual o autor deixa de fazer algo que de-
veria. A conduta é bastante simples, haja vista que o condutor do veículo tem duas 
responsabilidades ao causar um acidente com vítima:
• prestar imediato socorro.
• se não puder fazê-lo (com justa causa), solicitar auxílio da autoridade pública.
Se o condutor não o fizer, irá incorrer nas penas do artigo 304. No entanto, cabe 
observar os seguintes detalhes:
• Se a vítima sofre lesões MUITO LEVES, as quais não ensejam atendimento 
emergencial (um simples arranhão, por exemplo), a doutrina entende que 
não se pode cogitar a configuração do artigo 304.
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Atenção!
Veja que estamos falando de lesões MUITO LEVES, e não de lesões leves, nos ter-
mos do parágrafo único do artigo em estudo.
Art. 304.
[...]
Parágrafo único. Incide nas penas previstas neste artigo o condutor do veículo, ainda 
que a sua omissão seja suprida por terceiros ou que se trate de vítima com morte ins-
tantânea ou com ferimentos leves.
Além disso, cabe observar que, mesmo nos casos em que a culpa é exclusiva da 
vítima, ou emque o acidente tenha ocorrido sem que o condutor tenha sido impru-
dente, imperito ou negligente, o delito do artigo 304 irá se configurar, pois há 
um dever de cidadania em prestar socorro, mesmo que não sejamos responsáveis 
pelo que aconteceu.
Por fim, é muito importante que o aluno tome cuidado com o seguinte: o artigo 
304 configura-se apenas se o condutor NÃO AGIU CULPOSAMENTE!
Especificamente no caso de homicídio culposo na direção de veículo ou de lesões 
corporais culposas na direção de veículo, se o condutor deixar de prestar socorro, 
não responderá pelo artigo 304, mas pelo artigo 302, com a pena aumentada em 
razão da omissão.
Por fim, se o motorista que não presta socorro não está envolvido no aciden-
te (é um terceiro, e não o condutor envolvido no fato), responderá pelo crime de 
omissão de socorro simples (artigo 135 do CP), como responderia qualquer pessoa 
que, ao testemunhar o acidente, deixe de prestar socorro ou de acionar as autori-
dades públicas, sendo que poderia fazê-lo sem risco pessoal.
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Características
• Trata-se de crime cujo sujeito ativo é o condutor de veículo envolvido no 
acidente (o qual não causou culposamente).
• O delito é consumado no momento da omissão. 
• O delito não admite a tentativa, haja vista tratar-se de crime omissivo próprio.
• A ação penal é pública incondicionada.
• É admitida a aplicação da Lei n. 9.099/1995.
Fuga do local do acidente
Art. 305. Afastar-se o condutor do veículo do local do acidente, para fugir à responsa-
bilidade penal ou civil que lhe possa ser atribuída:
Penas — detenção, de seis meses a um ano, ou multa.
Esse é um delito simples, que tutela a administração da justiça, manifestada no 
interesse estatal em apurar eventuais ilícitos penais e civis.
Note que não basta se afastar do local do acidente – o condutor deve ter o ob-
jetivo de fugir à responsabilidade penal ou civil que lhe possa ser atribuída. 
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Características
• Trata-se de delito cujo sujeito ativo é o condutor de veículo.
• O delito é consumado com a fuga do local (é crime formal). Não importa se o 
condutor é ou não identificado antes ou depois de fugir.
• A tentativa é possível.
• A ação penal é pública incondicionada.
• É admitida a aplicação da Lei n. 9.099/1995.
Embriaguez ao volante
Art. 306. Conduzir veículo automotor com capacidade psicomotora alterada em razão 
da influência do álcool ou de outra substância psicoativa que determine dependência:
Penas — detenção de seis meses a três anos, multa e suspensão ou proibição de se 
obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.
§ 1º As condutas previstas no caput serão constatadas por:
I — concentração igual ou superior a 6 decigramas de álcool por litro de sangue ou igual 
ou superior a 0,3 miligrama de álcool por litro de ar alveolar; ou 
II — sinais que indiquem, na forma disciplinada pelo Contran, alteração da capacidade 
psicomotora.
§ 2º A verificação do disposto neste artigo poderá ser obtida mediante teste de alcoo-
lemia ou toxicológico, exame clínico, perícia, vídeo, prova testemunhal ou outros meios 
de prova em direito admitidos, observado o direito à contraprova.
§ 3º O Contran disporá sobre a equivalência entre os distintos testes de alcoolemia ou 
toxicológicos para efeito de caracterização do crime tipificado neste artigo.
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Esse delito causa muita confusão, pois o artigo 306 já foi objeto de inúmeras 
alterações. Estas foram realizadas pelo legislador com o objetivo de endurecer o 
tratamento do condutor embriagado para garantir maior segurança no trânsito e 
reduzir o número de acidentes em nosso país.
O processo de endurecimento das penas aplicáveis ao condutor embriagado 
começou com a aprovação do CTB, que efetivamente transformou o ato de dirigir 
embriagado em crime. É isso mesmo: antes da vigência do CTB, dirigir embria-
gado era mera contravenção penal.
O problema é que o CTB ainda assim trouxe uma previsão muito leve. O condutor 
embriagado deveria dirigir o veículo de forma a expor a dano a incolumidade de ou-
trem – não incorrendo no crime se estivesse dirigindo “corretamente”, por assim dizer.
Foi então que veio a chamada Lei Seca (Lei n. 11.705/2008), a qual transfor-
mou em crime o ato de dirigir veículo com concentração de álcool por litro de san-
gue igual ou superior a seis decigramas. Nenhum outro fator complementar era 
necessário para caracterizar o delito.
O problema da Lei Seca, no entanto, estava no fato de que o delito só poderia se 
comprovar por meio do exame de sangue ou do etilômetro (o famoso “bafômetro”), 
exame ao qual o condutor não é obrigado a submeter-se, em razão de seu 
direito a não autoincriminação.
Foi então que o legislador decidiu alterar o texto do CTB, por intermédio da Lei 
n. 12.760/2012, a qual modificou o artigo 306 para apresentar o formato que está 
em vigor atualmente.
Após tal alteração, a conduta passou a admitir exame clínico, perícia, vídeo, 
prova testemunhal ou outros meios de prova em direito admitidos, o que, 
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na prática, permite a autuação em flagrante do indivíduo através dos outros meios 
de prova, assegurando-lhe o direito da contraprova.
Independentemente de a mudança ser eficaz ou não (juízo esse que não cabe 
a seu professor), ela tornou o artigo 306 muito mais efetivo e aplicável na prática, 
pelo seguinte motivo:
Ou seja, agora é possível autuar um condutor por embriaguez sem que este 
faça o teste do etilômetro ou o exame de sangue. É o condutor que, se quiser 
contradizer os demais meios de prova, que terá o direito (e não o dever) de se 
submeter a tais exames.
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Características
• Trata-se de crime comum.
• O delito é consumado quando o agente dirige o veículo com sua capacidade 
psicomotora alterada, em razão da substância psicoativa ou do álcool.
• A tentativa não é admissível.
• A ação penal é pública incondicionada.
• Não se admite a aplicação da Lei n. 9.099/1995, pois a pena máxima do delito 
é de três anos.
Violação da suspensão ou proibição imposta
Art. 307. Violar a suspensão ou a proibição de se obter a permissão ou a habilitação 
para dirigir veículo automotor imposta com fundamento neste Código:
Penas — detenção, de seis meses a um ano e multa, com nova imposição adicional de 
idêntico prazo de suspensão ou de proibição.
Nesse delito, o legislador busca dar efetividade às medidas de suspensão ou 
proibição de obter permissão/habilitação para dirigir veículo, ao criminalizar a con-
duta daquele que desrespeita tais vedações.
Características
Trata-se de crime próprio, praticável apenas pelas pessoas que estão proi-
bidas de obter a permissão ou a habilitação (ou com esse direito suspenso).
O delito é consumado quando o agente dirige o veículo nas circunstâncias narradas no tipo.
A tentativa não é admissível. Se o veículo entra em movimento, o delito é consumado. 
Se não, é fato atípico.
A ação penal é pública incondicionada.
Admite-se a aplicação da Lei n. 9.099/1995.
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Omissão na entrega da permissão ou da habilitação
Art. 307 
[...]
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre o condenado que deixa de entregar, no prazo 
estabelecidono § 1º do art. 293, a Permissão para Dirigir ou a Carteira de Habilitação.
Em certas condutas, é imposta ao condutor a penalidade de entregar a permis-
são para dirigir ou a Carteira de Habilitação, dentro do prazo previsto no CTB.
Caso não o faça, incorrerá nas penas do artigo 307. Ou seja, temos mais uma 
norma para conferir efetividade aos atos da Administração Pública.
Características
• Trata-se de crime próprio, praticável apenas pelo condenado que é 
intimado a apresentar sua Permissão/Habilitação e não o faz.
• O delito é consumado 48 horas após a intimação.
• A tentativa não é admissível, haja vista que é crime omissivo próprio.
• A ação penal é pública incondicionada.
• Admite-se a aplicação da Lei n. 9.099/1995.
Participação em competição não autorizada
Cena do filme Velozes e Furiosos (Fast and Furious – título original), com inúmeros envolvidos na 
conduta do art. 308 do CTB.
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Art. 308. Participar, na direção de veículo automotor, em via pública, de corrida, dispu-
ta ou competição automobilística ou ainda de exibição ou demonstração de perícia em 
manobra de veículo automotor, não autorizada pela autoridade competente, gerando 
situação de risco à incolumidade pública ou privada:
Penas — detenção, de seis meses a três anos, multa e suspensão ou proibição de se 
obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.
Eis o delito favorito do Vin Diesel. 
Embora romantizada no cinema, a conduta do artigo 308 gera grande risco à se-
gurança viária, e um alto índice de acidentes graves acaba decorrendo de “rachas” 
no dia a dia.
O tipo penal exige três requisitos para sua configuração:
1) a competição deve ocorrer em via pública;
2) a competição não deve ter autorização das autoridades competentes para ser 
realizada;
3) a disputa deve provocar dano potencial à incolumidade pública ou privada.
a. No entanto, não é necessário provar que uma determinada pessoa 
foi exposta ao perigo. A acusação só precisa provar que o modo com 
que o “racha” foi realizado atentou contra as normas de segurança 
do trânsito – o que o mero excesso de velocidade já é capaz de fazer. 
Características
• Trata-se de crime comum, praticável por qualquer pessoa.
• O delito é consumado com o início da disputa não autorizada.
• A tentativa é considerada inadimissível pela doutrina. Se os indivíduos prepa-
ram-se para um “racha” e desistem antes do início da corrida, o fato é atípico.
• A ação penal é pública incondicionada.
• Não se admite a aplicação da Lei n. 9.099/1995.
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Atenção!
A conduta de “participar de exibição ou demonstração de perícia em manobra de 
veículo automotor” foi inserida pela Lei n. 13.546/2017, sendo que, anteriormente, 
não integrava o texto original do artigo 308 do CTB. 
Direção de veículo sem permissão ou habilitação
Art. 309. Dirigir veículo automotor, em via pública, sem a devida Permissão para Dirigir 
ou Habilitação ou, ainda, se cassado o direito de dirigir, gerando perigo de dano:
Penas — detenção, de seis meses a um ano, ou multa.
Muito cuidado com esse delito: é requisito para sua configuração gerar perigo 
ou dano. Meramente dirigir veículo automotor em via pública sem permissão ou 
habilitação não será suficiente para que a conduta venha a incidir no artigo 
309 do CTB.
Atenção!
Meramente dirigir veículo automotor sem habilitação e sem gerar perigo de dano é 
infração administrativa.
Características
• Trata-se de crime comum e de mão própria.
• O delito é consumado quando o agente dirige o veículo de forma irregular.
• A tentativa é inadimissível.
• A ação penal é pública incondicionada.
• Admite-se a aplicação da Lei n. 9.099/1995.
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Entrega de veículo a pessoa não habilitada
Art. 310. Permitir, confiar ou entregar a direção de veículo automotor a pessoa não 
habilitada, com habilitação cassada ou com o direito de dirigir suspenso, ou, ainda, a 
quem, por seu estado de saúde, física ou mental, ou por embriaguez, não esteja em 
condições de conduzi-lo com segurança:
Penas — detenção, de seis meses a um ano, ou multa.
Esse é um delito de simples entendimento. Trata-se da conduta de permitir, 
confiar ou entregar a direção de veículo automotor a alguém que não possa dirigir 
em razão das condições narradas no tipo penal.
Nada de entregar a chave do seu carro para aquele seu amigo que “tomou to-
das, mas está bem para dirigir”, acreditando que o problema é unicamente dele se 
algo vier a acontecer! 
Características
• Trata-se de crime comum.
• O delito é consumado quando o terceiro que recebe o veículo o coloca em 
movimento.
• A tentativa é possível.
• A ação penal é pública incondicionada.
• Admite-se a aplicação da Lei n. 9.099/1995.
Excesso de velocidade em determinados locais
Art. 311. Trafegar em velocidade incompatível com a segurança nas proximidades de 
escolas, hospitais, estações de embarque e desembarque de passageiros, logradouros 
estreitos, ou onde haja grande movimentação ou concentração de pessoas, gerando 
perigo de dano:
Penas — detenção de seis meses a um ano, ou multa.
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Trafegar em alta velocidade ou velocidade incompatível com a via pública, em 
si, é uma infração administrativa muito bem conhecida por todos.
Entretanto, em determinados locais (como escolas e hospitais, por exemplo), tal 
conduta é mais reprovável, haja vista a frequência de crianças ou pessoas debilitadas, 
as quais são mais vulneráveis à imprudência do condutor.
Características
• Trata-se de crime comum.
• O delito é consumado com a condução do veículo em velocidade incompatí-
vel com a segurança, gerando perigo de dano, nos locais protegidos por lei.
• A tentativa é inadmissível.
• A ação penal é pública incondicionada.
• Admite-se a aplicação da Lei n. 9.099/1995.
Fraude no procedimento apuratório
Art. 312. Inovar artificiosamente, em caso de acidente automobilístico com vítima, na 
pendência do respectivo procedimento policial preparatório, inquérito policial ou pro-
cesso penal, o estado do lugar, de coisa ou de pessoa, a fim de induzir a erro o agente 
policial, o perito ou juiz:
Penas — detenção, de seis meses a um ano, ou multa.
Parágrafo único. Aplica-se o disposto neste artigo, ainda que não iniciados, quando da 
inovação, o procedimento preparatório, o inquérito ou o processo aos quais se refere.
Trata-se de crime que atenta contra a administração da justiça, na medida em 
que o agente, em face da ocorrência de acidente de trânsito com vítima, 
utiliza-se da modificação do estado das coisas ou das pessoas para prejudicar a 
atuação do poder público na apuração do fato.
O delito pode ser praticado de diversas maneiras. Por exemplo:
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• indivíduo remove placas de sinalização para fazer alegações a seu favor.
• indivíduo apaga marcas de frenagem de seu carro para influir no resultado 
da perícia.
• indivíduo altera a posição do veículo ou do corpo da vítima.
Características
• Trata-se de crime comum.
• O delito é consumado com a alteração do estado de lugar, coisa ou pessoa. 
Não há necessidade de êxito em enganar as autoridades (crime formal).
• A tentativa é admissível.
• A ação penal é pública incondicionada.
• Admite-se a aplicação da Lei n. 9.099/1995.
Parte procedimental
Uma vez que conhecemos os delitosem espécie, podemos finalmente adentrar 
alguns detalhes procedimentais previstos no CTB.
Primeiramente, façamos a leitura do artigo 291 do Código de Trânsito:
Art. 291. Aos crimes cometidos na direção de veículos automotores, previstos neste 
Código, aplicam-se as normas gerais do Código Penal e do Código de Processo Penal, 
se este Capítulo não dispuser de modo diverso, bem como a Lei n. 9.099, de 26 de 
setembro de 1995, no que couber.
§ 1º Aplica-se aos crimes de trânsito de lesão culposa o disposto nos arts. 74, 76 e 88 
da Lei n. 9.099, de 26 de setembro de 1995, exceto se o agente estiver:
I — sob a influência de álcool ou qualquer outra substância psicoativa que determine 
dependência;
II — participando, em via pública, de corrida, disputa ou competição automobilística, de 
exibição ou demonstração de perícia em manobra de veículo automotor, não autorizada 
pela autoridade competente;
III — transitando em velocidade superior à máxima permitida para a via em 50 km/h;
§ 2º Nas hipóteses previstas no § 1º deste artigo, deverá ser instaurado inquérito poli-
cial para a investigação da infração penal.
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Esse é um daqueles artigos que apresentam várias regras importantes sobre 
todo o restante do diploma legal, tudo de uma vez, e que merece nossa total aten-
ção. Detalhadamente, temos o seguinte:
Diplomas legais
• O CTB utiliza, de forma subsidiária, as disposições do Código Penal e do 
Código de Processo Penal.
• O CTB também admite a utilização, de forma subsidiária, dos regramen-
tos da Lei n. 9.099/1995, no que couber.
• Isso porque a Lei n. 9.099/1995 somente será aplicada nos crimes de 
trânsito que também são Infração de Menor Potencial Ofensivo, e não em 
todos os delitos previstos no CTB.
Lei n. 9.099/1995
• São delitos de trânsito passíveis de aplicação da Lei n. 9.099/1995:
• Omissão de socorro (art. 304).
• Fuga do local do acidente (art. 305).
• Violação da suspensão ou omissão da entrega da habilitação (art. 307).
• Direção sem habilitação (art. 309).
• Entrega de veículo a pessoa não habilitada (art. 301).
• Excesso de velocidade em determinados locais (art. 311).
• Fraude no procedimento apuratório (art. 312).
Procedimento – Lesão culposa na direção de veículo
O artigo 291, já adiantando a parte procedimental quanto ao delito de lesão 
culposa na direção do veículo, define o seguinte:
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Lesão culposa na direção de veículo (quanto ao procedimento)
O delito admite a transação penal.
Admite a extinção da punibilidade em face à composição dos danos civis 
homologada pelo juiz.
A ação penal é condicionada à representação.
Até aí, tudo bem. O que pega são as exceções apresentadas no parágrafo 1º:
§ 1º Aplica-se aos crimes de trânsito de lesão culposa o disposto nos arts. 74, 76 e 88 
da Lei n. 9.099, de 26 de setembro de 1995, exceto se o agente estiver:
I — sob a influência de álcool ou qualquer outra substância psicoativa que determine 
dependência;
II — participando, em via pública, de corrida, disputa ou competição automobilística, de 
exibição ou demonstração de perícia em manobra de veículo automotor, não autorizada 
pela autoridade competente;
III — transitando em velocidade superior à máxima permitida para a via em 50 km/h;
(Grifo meu.)
Ou seja: se o condutor estiver transitando nas condições dos incisos I, II ou 
III e vier a causar lesões culposas na direção do veículo, perderá o direito aos 
institutos despenalizadores previstos nos artigos 74, 76 e 88 da Lei n. 
9.099/1995.
O delito, portanto, passará a ser de ação pública incondicionada e será apu-
rado mediante INQUÉRITO POLICIAL. Veja que a situação do condutor se agrava 
bastante nesse caso!
Suspensão e proibição de habilitação ou permissão para dirigir
Art. 292. A suspensão ou a proibição de se obter a permissão ou a habilitação para 
dirigir veículo automotor pode ser imposta isolada ou cumulativamente com outras 
penalidades.
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Art. 293. A penalidade de suspensão ou de proibição de se obter a permissão ou a 
habilitação, para dirigir veículo automotor, tem a duração de dois meses a cinco anos.
§ 1º Transitada em julgado a sentença condenatória, o réu será intimado a entregar à 
autoridade judiciária, em quarenta e oito horas, a Permissão para Dirigir ou a Carteira 
de Habilitação.
§ 2º A penalidade de suspensão ou de proibição de se obter a permissão ou a habilita-
ção para dirigir veículo automotor não se inicia enquanto o sentenciado, por efeito de 
condenação penal, estiver recolhido a estabelecimento prisional.
 
Este tópico é simples e direto, pois trata da possibilidade de penalizar o condu-
tor com a suspensão ou a proibição que incidirá sobre o direito de dirigir (em suas 
inúmeras formas).
Merecem destaque os seguintes fatores:
• Tais penalidades podem ser impostas de forma isolada ou cumulativa.
• Tais penalidades devem ter a duração de 2 meses a 5 anos.
• As penalidades em estudo serão impostas conjuntamente à pena privativa de 
liberdade, no caso dos delitos previstos nos artigos 302, 303, 306, 307 e 308.
• Nos demais delitos, pode-se aplicar a suspensão ou a proibição relacionada 
ao direito de dirigir, no caso de réu REINCIDENTE na prática de crime previsto 
no CTB (art. 296).
Atenção!
O magistrado pode, para garantir a ordem pública, suspender a permissão ou a 
habilitação para dirigir veículo do acusado, ou mesmo proibi-lo de obter tais prer-
rogativas, como medida cautelar (artigo 294 do CTB).
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Agravantes genéricas
Precisamos, ainda, conhecer as circunstâncias que sempre agravam as pe-
nalidades nos crimes de trânsito:
 
Art. 298. São circunstâncias que sempre agravam as penalidades dos crimes de trân-
sito ter o condutor do veículo cometido a infração:
I – com dano potencial para duas ou mais pessoas ou com grande risco de grave dano 
patrimonial a terceiros;
II – utilizando o veículo sem placas, com placas falsas ou adulteradas;
III – sem possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação;
IV – com Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação de categoria diferente da do 
veículo;
V – quando a sua profissão ou atividade exigir cuidados especiais com o transporte de 
passageiros ou de carga;
VI – utilizando veículo em que tenham sido adulterados equipamentos ou características 
que afetem a sua segurança ou o seu funcionamento de acordo com os limites de velo-
cidade prescritos nas especificações do fabricante;
VII – sobre faixa de trânsito temporária ou permanentemente destinada a pedestres.
E, para finalizar a nossa aula, é importante chamar a atenção para a prerroga-
tiva contida no artigo 301, a qual é bastante recorrente em provas de concursos:
Art. 301. Ao condutor de veículo, nos casos de acidentes de trânsito de que resulte 
vítima, não se imporá a prisão em flagrante, nem se exigirá fiança, se prestar pronto e 
integral socorro àquela.
É claro que os delitos que envolvem acidentes de trânsito com vítima previstos 
no CTB (tais como homicídio culposo na direção de veículo ou delito de lesões cor-
porais culposas na direção de veículo) admitem a prisão em flagrante.
O legislador, entretanto, considerou que a prestação de socorro às vítimas é 
algo que deve ter prioridade e que deve ser incentivado, de modo que inseriu no 
CTB a norma do artigo 301, garantindo ao autor que este não será preso em fla-
grante nem submetido à prestação de fiança se prestar socorro pronto e integral àvítima do acidente.
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RESUMO
Código de Trânsito Brasileiro (CTB)
Veículo automotor
• Segundo o CTB, é “todo veículo a motor de propulsão que circule por seus 
próprios meios, e que serve normalmente para o transporte viário de pessoas 
e coisas, ou para a tração viária de veículos utilizados para o transporte de 
pessoas e coisas”.
Homicídio culposo na direção de veículo
• Praticar homicídio culposo na direção de veículo automotor.
• A culpa exclusiva da vítima afasta a responsabilização do motorista.
Lesão culposa na direção de veículo automotor
• Praticar lesão corporal culposa na direção de veículo automotor.
Omissão de socorro
• Deixar o condutor do veículo, na ocasião do acidente, de prestar imediato so-
corro à vítima; ou, não podendo fazê-lo diretamente, por justa causa, deixar 
de solicitar auxílio da autoridade pública.
• O artigo 304 configura-se apenas se o condutor NÃO AGIU CULPOSAMENTE!
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Fuga do local do acidente
• Afastar-se o condutor do veículo do local do acidente, para fugir à responsa-
bilidade penal ou civil que lhe possa ser atribuída.
Embriaguez ao volante
• Conduzir veículo automotor com capacidade psicomotora alterada, em razão da 
influência do álcool ou de outra substância psicoativa que determine dependência.
Violação da suspensão ou proibição imposta
• Violar a suspensão ou a proibição de se obter a permissão ou a habilitação 
para dirigir veículo automotor imposta com fundamento no código.
Omissão na entrega da permissão ou habilitação
• Nas mesmas penas, incorre o condenado que deixa de entregar, no prazo 
estabelecido no § 1º do artigo 293, a Permissão para Dirigir ou a Carteira de 
Habilitação.
Participação em competição não autorizada
• Participar, na direção de veículo automotor, em via pública, de corrida, dispu-
ta ou competição automobilística não autorizada pela autoridade competente, 
gerando situação de risco à incolumidade pública ou privada.
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Direção de veículo sem permissão ou habilitação
• Dirigir veículo automotor, em via pública, sem a devida Permissão para Dirigir ou 
Habilitação; ou, ainda, se cassado o direito de dirigir, gerando perigo de dano.
• Meramente dirigir veículo automotor sem habilitação e sem gerar perigo de 
dano é infração administrativa.
Entrega de veículo a pessoa não habilitada
• Permitir, confiar ou entregar a direção de veículo automotor a pessoa não 
habilitada, com habilitação cassada ou com o direito de dirigir suspenso; ou, 
ainda, a quem, por seu estado de saúde, física ou mental, ou por embriaguez, 
não esteja em condições de conduzi-lo com segurança.
Excesso de velocidade em determinados locais
• Trafegar em velocidade incompatível com a segurança, nas proximidades de 
escolas, hospitais, estações de embarque e desembarque de passageiros, lo-
gradouros estreitos, ou onde haja grande movimentação ou concentração de 
pessoas, gerando perigo de dano.
Fraude no procedimento apuratório
• Inovar artificiosamente, em caso de acidente automobilístico com vítima, na 
pendência do respectivo procedimento policial preparatório, inquérito policial 
ou processo penal, o estado do lugar, de coisa ou de pessoa, a fim de induzir 
a erro o agente policial, o perito ou o juiz.
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Dos procedimentos
Diplomas legais
• O CTB utiliza, de forma subsidiária, as disposições do Código Penal e do 
Código de Processo Penal.
• O CTB também admite a utilização, de forma subsidiária, dos regramen-
tos da Lei n. 9.099/1995, no que couber.
• Isso porque a Lei n. 9.099/1995 somente será aplicada nos crimes de 
trânsito que também são Infração de Menor Potencial Ofensivo, e não em 
todos os delitos previstos no CTB.
Lei n. 9.099/1995
São delitos de trânsito passíveis de aplicação da Lei n. 9.099/1995:
• omissão de socorro (art. 304);
• fuga do local do acidente (art. 305);
• violação da suspensão ou omissão da entrega da habilitação (art. 307);
• direção sem habilitação (art. 309);
• entrega de veículo a pessoa não habilitada (art. 301);
• excesso de velocidade em determinados locais (art. 311);
• fraude no procedimento apuratório (art. 312).
Lesão culposa na direção de veículo (quanto ao procedimento)
• O delito admite a transação penal.
• Admite a extinção da punibilidade face à composição dos danos civis ho-
mologada pelo juiz.
• A ação penal é condicionada à representação.
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EXERCÍCIOS COMENTADOS
1. (MPE-SC/MPE-SC/PROMOTOR DE JUSTIÇA) Segundo o disposto no art. 298 do 
Código de Trânsito Brasileiro, são circunstâncias que sempre agravam as penali-
dades, entre outras, ter o condutor do veículo cometido a infração com permissão 
para dirigir ou carteira de habilitação de categoria diferente da do veículo.
Certo.
Exatamente. As circunstâncias narradas integram o texto do artigo 298 do CTB:
Art. 298. São circunstâncias que sempre agravam as penalidades dos crimes de trân-
sito ter o condutor do veículo cometido a infração:
I – com dano potencial para duas ou mais pessoas ou com grande risco de grave dano 
patrimonial a terceiros;
II – utilizando o veículo sem placas, com placas falsas ou adulteradas;
III – sem possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação;
IV – com Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação de categoria diferente da do 
veículo;
V – quando a sua profissão ou atividade exigir cuidados especiais com o transporte de 
passageiros ou de carga;
VI – utilizando veículo em que tenham sido adulterados equipamentos ou características 
que afetem a sua segurança ou o seu funcionamento de acordo com os limites de velo-
cidade prescritos nas especificações do fabricante;
 VII – sobre faixa de trânsito temporária ou permanentemente destinada a pedestres.
2. (MPE-SC/MPE-SC/PROMOTOR DE JUSTIÇA) O Código de Trânsito Brasileiro, em 
seu art. 304 e parágrafo único, penaliza criminalmente o condutor do veículo que, 
na ocasião do acidente, deixar de prestar imediato socorro à vítima, ou, não poden-
do fazê-lo diretamente, por justa causa, não solicitar auxílio da autoridade pública, 
ainda que a sua omissão seja suprida por terceiros ou que se trate de vítima com 
morte instantânea ou com ferimentos leves.
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Certo.
Isso mesmo. Literalmente, trata-se da expressa previsão legal sobre o tema:
Art. 304. Deixar o condutor do veículo, na ocasião do acidente, de prestar ime-
diato socorro à vítima, ou, não podendo fazê-lo diretamente, por justa causa, 
deixar de solicitar auxílio da autoridade pública:
 
Penas – detenção, de seis meses a um ano, ou multa, se o fato não constituir elemento 
de crime mais grave.
Parágrafo único. Incide nas penas previstas neste artigo o condutor do veículo, ainda 
que a sua omissão seja suprida por terceiros ou que se trate de vítima com 
morte instantânea ou com ferimentos leves. 
(Grifo meu.)
3. (MPE-SC/MPE-SC/PROMOTOR DE JUSTIÇA) O Código de Trânsito Brasileiro, em 
seu art. 311, prevê pena de detenção ou multa sempre que o condutor trafegar em 
velocidade incompatível com a segurança nas proximidades de escolas, hospitais, 
estações de embarque e desembarque de passageiros, logradouros estreitos, ou 
onde haja grande movimentação ou concentração de pessoas.Errado.
Questão maldosa. A assertiva está incorreta, pois faltou um dos requisitos le-
gais: que a conduta cause perigo de dano:
Art. 311. Trafegar em velocidade incompatível com a segurança nas proximidades de 
escolas, hospitais, estações de embarque e desembarque de passageiros, logradouros 
estreitos, ou onde haja grande movimentação ou concentração de pessoas, gerando 
perigo de dano:
Penas – detenção, de seis meses a um ano, ou multa.
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4. (2018/FCC/DPE-AM/DEFENSOR PÚBLICO) O homicídio culposo na direção de 
veículo automotor
a) depende da ausência de ingestão de bebida alcoólica, caso em que se verifica o 
dolo eventual.
b) a pena é aumentada de um terço até a metade se praticado na calçada.
c) tem como consequência facultativa da condenação a suspensão da habilitação 
para dirigir veículo automotor.
d) tem a mesma pena do homicídio culposo do Código Penal, mas tem causas de 
aumento de pena específicas.
e) na modalidade tentada permite a aplicação de pena restritiva de direitos.
Certo.
A resposta para a questão está na literalidade do artigo 302, § 1º, II, do CTB. 
Vejamos:
Art. 302. Praticar homicídio culposo na direção de veículo automotor: 
Penas – detenção, de dois a quatro anos, e suspensão ou proibição de se obter a per-
missão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.
§ 1º No homicídio culposo cometido na direção de veículo automotor, a pena é aumen-
tada de 1/3 (um terço) à metade, se o agente: 
[...] 
II – praticá-lo em faixa de pedestres ou na calçada. 
5. (2018/VUNESP/PC-SP/ESCRIVÃO) Considere a seguinte situação hipotética: O 
motorista “X”, ao participar, em via pública, de competição automobilística, não 
autorizada pela autoridade competente, atropela o pedestre “Y”, provocando-lhe 
lesões corporais. Diante dessa situação e considerando apenas o atropelamento, é 
correto afirmar que a infração penal cometida é considerada um crime 
a) comum de lesão corporal, sendo possível aplicar todos os dispositivos da Lei n° 
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b) de trânsito de lesão corporal, sendo vedada a aplicação de alguns dispositivos 
da Lei n° 9.099/1995.
c) de trânsito de tentativa de homicídio, sendo vedada a aplicação de alguns dis-
positivos da Lei n° 9.099/1995.
d) comum de tentativa de homicídio, sendo possível aplicar todos os dispositivos 
da Lei n° 9.099/1995.
e) de trânsito de lesão corporal, sendo possível aplicar todos os dispositivos da Lei 
n° 9.099/1995.
Letra b.
Conforme estudamos, o artigo 291 do CTB veda a aplicação da Lei n. 9.099/1995 
em alguns casos, sendo que a prática de competição automobilística não autoriza-
da em via pública é um desses casos.
Dessa forma, trata-se de delito de trânsito de lesão corporal, sendo vedada a apli-
cação de alguns dispositivos da Lei n. 9.099/1995.
6. (2018/VUNESP/TJ-RS/JUIZ DE DIREITO) De acordo com o § 1º do art. 302 da 
Lei n. 9.503/1997 (Código de Trânsito Brasileiro), no homicídio culposo cometido 
na direção de veículo automotor, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) à metade, 
se o agente
a) estiver sob efeito de álcool ou droga.
b) não possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação.
c) for contumaz infrator das leis de trânsito. 
d) praticá-lo conduzindo em velocidade excessiva. 
e) praticá-lo durante corrida, disputa ou competição automobilística não autoriza-
da pela autoridade competente.
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Letra b. 
Das alternativas apresentadas, integra o rol do artigo 302, § 1º, do CTB a prática 
do delito sem possuir Permissão para Dirigir ou CNH (inciso I). 
7. (2018/CESPE/PC-MA/DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL/ADAPTADA) A lesão corpo-
ral culposa cometida na direção de veículo automotor por condutor sob a influência 
de álcool dispensa a representação do ofendido.
Certo. 
Exatamente. Nesse caso, também é vedada a aplicação da Lei n. 9.099/1995, de 
modo que a ação penal será pública incondicionada, dispensando a representação 
do ofendido.
8. (2018/CESPE/PC-MA/DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL/ADAPTADA) A condução de 
veículo automotor em via pública por motorista com a habilitação suspensa confi-
gurará crime apenas se a situação gerar perigo de dano.
Errado.
Negativo! O tipo penal do artigo 307 exige apenas a violação da suspensão. A exi-
gência de perigo de dano é no caso de condução com habilitação cassada.
9. (2018/CESPE/PC-MA/DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL/ADAPTADA)Para a constata-
ção do crime de embriaguez ao volante, é imprescindível a realização de prova por 
teste de bafômetro ou etilômetro.
Errado.
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Nada disso! Vamos relembrar o que versa o artigo 306, § 2º, do CTB:
 
§ 2º A verificação do disposto neste artigo poderá ser obtida mediante teste de alcoo-
lemia ou toxicológico, exame clínico, perícia, vídeo, prova testemunhal ou outros meios 
de prova em direito admitidos, observado o direito à contraprova. 
10. (2018/CESPE/PC-MA/DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL/ADAPTADA) A suspensão da 
habilitação, aplicada cumulativamente na sentença condenatória por homicídio cul-
poso na direção de veículo automotor, deve ter o mesmo prazo da pena de prisão.
Errado.
Mais uma vez, a resposta é negativa. Nesse caso, o CTB fixa pena específica 
para a suspensão ou proibição de obtenção de habilitação, nos termos do art. 293: 
“A penalidade de suspensão ou de proibição de se obter a permissão ou a habi-
litação, para dirigir veículo automotor, tem a duração de dois meses a cinco 
anos”. (Grifo meu.)
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GABARITO
1. C
2. C
3. E
4. C
5. b
6. b
7. C
8. E
9. E
10. E
	Introdução
	CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO – CTB
	RESUMO
	Exercícios Comentados
	GABARITO

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