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SISTEMA URINÁRIO

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CLÍNICA MÉDICA DE PEQUENOS ANIMAIS 
Afecções do Sistema Urinário 
 Infecção do trato inferior (ITU) em cães são a ITU e a urolitíase, já em gatos é 
classificada como DTUIF (doença do trato urinário inferior felino), que envolvem 
cistites (intersticial felina e idiopática felina), síndrome de pandora e uretrolitíase. É 
mais comum a doença do trato urinário em gatos do que cães. 
ITU em CÃES 
 Os patógenos mais comuns neste tipo de infecção são: E. coli, Staphylococcus 
spp., Streptococcus spp., Enterococcus, Enterobacter, Proteus, Klebsiella (multi-
resistente) e Pseudomonas. Geralmente são nacometidos por um agente só, quando se 
apresentam mistas (20 – 30%) é uma infecção recorrente, já possuindo a doença no trato 
urinário, onde não foi previamente tratada ou tratada de forma errônea, causando 
resistência a antibióticos... Esses patógenos são provenientes da flora intestinal e/ou 
cutânea. 
 São classificadas em ITU superiores, onde afetam rim e ureter (complicações 
IRA, DCR, falência...) e ITU inferior envolve bexiga e uretra. 
O mecanismo de defesa do hospedeiro 
 Interferência na micção: Diminuição do volume urinário por micção 
(incontinência urinária por algum trauma); diminuição da frequência de micção 
por obstrução ou discopatia e baixo volume residual (esvaziamento incompleto), 
proporcionando um meio de cultura na bexiga. 
 Interferência das estruturas anatômicas: formação de zonas de alta pressão 
(sondagem e cálculos), abertura uretral (urestrostomia e/ou sonda) e 
comprimento da uretra pequena (em fêmea). 
 Interferência na defesa da mucosa: diminuição de anticorpos locais e 
mucoproteínas por lesão (urólitos), destruição da flora não patogênica (por 
sondagem ou uso de antibióticos) e diminuição de concentração da urina (DRC 
ou DM). 
Recidiva X Reinfecção 
 Recidiva: ocorre a volta do quadro clínico por ação de uma bactéria 
anteriormente já tratada, devido ao uso inadequado de antibióticos, resistência 
do patógeno, presença de urólitos e infecção prostática (antibióticos não 
ultrapassam a barreira hemato-prostática, sendo as quinolonas). 
 Reinfecção: ocorre a formação de um quadro clínico por ação de uma bactéria 
não tratada antes, sendo isso devido a uma persistência de anormalidade 
primária. 
 Os Sinais Clínicos envolvem, no ITU inferior, disúria, hematúria e polaciúria, já 
no ITU superior (piolonefrite), pode desenvolver prostração, febre, anorexia, 
leucocitose, cilindrúria, azotemia e dilatação da pelve renal (US). 
 O diagnóstico é feito através da anamnese e histórico clínico, exame físico e 
complementar. Na urinálise podem se encontrar piúria, hametúria, e bacteriúria com 
poucos cristais. Em animais com ITU inferior deve-se pedir urocultura. Na US pode ser 
visualizados presença de sedimento urinário, espessamento da parede da bexiga, 
dilatação da pelve renal e urólitos (causa de cometa). A coleta de urina é realizada por 
cistocentese, porém muitas vezes não é possível, o método de coleta influencia na 
quantidade bacteriana. Na cistocentese pode ser encontradas até 1.000 UFC/ml, na 
sondagem até 10.000 UFC/ml e na micção natural até 100.000 UFC/ml. 
 O tratamento é baseado na cultura e no antibiograma, quando não se tem acesso 
ao exame e a infecção é a principal suspeita, deve-se coletar a urina e guarda-la, entrar 
com antibiótico de amplo espectro até a saída do resultado do exame, para realizar os 
ajustes necessários. Os principais antibióticos utilizados são Amoxicilina + Clavulanato 
de Potássio BID, 15mg/kg ou Sulfametazol + Trimetoprim, na dose de 100mg/kg nas 
primeiras doses e continuar com 50mg/kg BID. Quando a ITU inferior não for 
complicada, realizar durante 2 semanas e caso for, fazer 4 semanas de antibiótico. 
UROLITÍASE EM CÃES 
 São concreções minerais compostas predominantemente de cristalóides 
orgânicos ou inorgânicos (90%) e uma quantidade pequena de matriz orgânica (10%). 
Eles são formados dentro do trato urinário e podem ser denominados de acordo com sua 
localização (nefrólitos, renófilos, ureterólitos, urocistólitos e uretrólitos). 
 Na etiopatogenia, durante a primeira etapa do urólitos, ocorre a formação do 
núcleo cristalino, que depende da 
hipersaturação da urina com sais. Esse grau 
de hipersaturação pode ser influenciado 
pela excreção renal do cristalóide, pH 
urinário e inibidores da cristalização na 
urina (glicosaminoglicanas). Depois ele 
poderá ser eliminado na micção ou retido 
no TU, tendo posteriormente a 
possibilidade de crescer. 
 Fatores predisponentes: pH da 
urina, ITU (bactérias produzem uréase, 
formação de amônia), fatores nutricionais, 
baixo consumo de água e hereditariedade. 
Esses fatores podem desenvolver 
consequências que envolvem a infeção do 
trato urinário, obstrução total ou parcial e 
formação de pólipos (formação não neoplásica). Dos urólitos presentes em cães o mais 
frequente encontrado é o oxalato de cálcio (42%) seguido da estruvita (38%), urato 
(5%) e outros tipos que englobam (15%.). 
 Os Sinais clínicos envolvem hematúria, disúria e polaciúria, uropatia obstrutiva, 
que geram azotemia, prostração, desidratação, choque e hidronefrose (ureterólitos). Seu 
diagnóstico é feito através da anamnese e histórico clínico, exames físico e 
complementares. Os exames complementares podem ser a Radiografia, que visualiza 
urólitos com mais de 0,3cm, a US , que observa a cauda de cometa devido aos urólitos, 
a Urinálise mensura o pH, que em estruvita é básico e em outros são neutros ou ácidos, 
assim cristalúria, piúria, hematúria e bacteriúria, e a Urocultura. 
 O Tratamento em relação a estruvita, deve-se corrigir a causa subjacente 
(tratamento da ITU), antibioticoterapia com base na cultura e antibiograma, levando em 
consideração a não utilização de antibióticos já utilizados e fármacos nefrotóxicos, 
fármacos que possuem alta concentração na urina (atinjam concentração 4x maior que a 
concentração inibitória mínima, ou seja, avaliar a concentração inibitória mínima e 
realizar 4x mias a dose do medicamento). Antb: Ampicilina, Cefalosporina, 
Enrofloxacina e Sulfa+Trimetoprim. Além da antibioticoterapia, repor líquidos e 
eletrólitos (se houver azotemia pós renal), realizar também tratamento dietético, onde 
pode ocorrer a dissolução dos cálculos (hill’s s/d ou Royal Canin Urinary) demorando 
em torno de 12 semanas paras dissolver, não pode ser fornecida para cães com ICC e 
Síndrome nefrótica 
O tratamento com cálculos de Oxalato de Cálcio somente é cirúrgico, pois o 
cálculo não pode ser dissolvido, deve-se introduzir na dieta a ração para manter um pH 
neutro (Prescription Diet u/d Hill’s), assim como acidificantes para melhorar a urina 
(citrato de potássio 100-150mg/kg BID, misturado na ração). Utilização de diuréticos 
para potencializar a produção de urina e estimular a ingestão de água, sendo 
Hidroclortiazida 2mg/kg VO, BID, que minimiza a eliminação de Ca
+
. O paciente deve 
ser monitorado a cada 15-20 dias com exames de urina, onde o pH se encontra entre 7-
7,5 e sem cristais. 
DTUIF 
 A etiologia é proveniente de distúrbios nutricionais/ metabólicos como urólitos 
ou plug uretrais, por desordens inflamatórias, que podem ser infecciosas ou não 
infecciosas, desordens neurológicas, como espasmos uretrais e atonia de bexiga, 
desordens iatrogênicas por cateterização, desordens anatômicas que podem ser 
congênitas ou adquiridas, neoplasias e traumas e causas idiopáticas como a cistite 
intersticial. 
 Síndrome de Pandora são sinais de doença do trato urinário que afeta outros 
sistemas, podendo aumentar ou diminuir em dependência do ambiente em que o animal 
reside, podendo também ser auto limitante ou não, permitindo a resolução da afecção 
com enriquecimento ambiental e diminuição do estresse. 
 Os sinais clínicos são disúria, hematúria, 
polaciúria (mais comum), prostação, desidratação, 
dor, bexiga distendida e choque (na forma 
obstrutiva).Seu diagnóstico é provindo 
principalmente da anamnese e histórico do animal, 
exames complementares como urinálise, que pode 
apresentar o pH da urina, piúria, hematúria, 
cristalúria e infecção, a radiografia mostram-se 
radiopacas que indicam cristais de estruvita e oxalato 
onde os mesmo não são diferenciados e 
ultrassonografia que se mostram radioluscente com 
presença de massas vesicais. 
 A DTUIF pode ser classificada em não obstrutiva, onde são causadas por 
cistites intersticiais felinas, infecções e urólitos, e a obstrutiva que são causadas por 
urólitos e tampões uretrais. 
CISTITE INTERSTICIAL FELINA 
 É uma inflamação das vias urinárias inferiores, ocorrendo devido a mudanças de 
manejo, ambiente, animais e pessoas (ou seja, ESTRESSE), seus sinais clínicos são 
hematúria, disúria, estrangúria, polaciúria, periúria, lambedura do prepúcio devido a 
dores, podem causar a obstrução de uretra em machos, desidratação êmese, anorexia e 
arritmias cardíacas devido à hipercalemia. 
O diagnóstico é com base na anamnese e histórico do animal, exame físico e 
exames complementares, como urinálise que pode ter a presença de leucócitos (que não 
indica infecção e sim inflamação), urocultura que não irá dar positivo, ultrassonografia 
mostra somente espessamento da parede da bexiga e radiografia sem presença de 
cristais. 
 O tratamento é o enriquecimento ambiental, onde se previne o estresse do 
animal, com caixas de areia longe de potes de ração e água, a dieta úmida aos gatos, 
construção de playground, brincadeiras, etc... Tratamentos medicamentosos são 
utilizados em ultimo caso, somente após o enriquecimento ambiental. São utilizados 
modificador comportamental/antidepressivo tricíclico, amitriptilina 2,5-12,5 mg/kg 
SID, que devem ser avaliados por quatro meses. Modulador comportamental/inibidor 
seletivo da receptação de serotonina, fluoxetina 0,5-1,0 mg/kg SID, devendo ser 
iniciada com 
1
/4 do comprimido (2,5mg) por gato. Deve ser corrigido o fator primário 
(difícil), e o fator complicador como sonda, urestrostomia perineal. Caso a urina volte 
com a presença de bactéria através da cultura e do antibiograma devem ser realizadas as 
administrações de Amoxicilina + Clavulanato de Potássio na dose de 62,5 mg/gato, VO 
e TID, ou Norfloxacino na dose de 22mg/kg, VO, BID. Também pode ser realizado o 
tratamento empírico se não houver o resultado do exame. A duração envolve o consenso 
ISCAID que dependem da quantidade e tipo de bactéria presente. 
UROLITÍASE EM GATOS 
 A composição do mineral é de extrema importância (base do tratamento), 
podendo ser gerados por diversos fatores predisponentes, como a: saturação urinária 
cristalóide, pH adequado, tempo e intensidade. Seu diagnóstico é feito através da 
anamnese, história clínica e exame físico e exames complementares, como RX, US, 
creatinina (pode estar aumentado devido à obstrução da via urinária), ureia (pode estar 
aumentado devido a obstrução da via urinária), urinálise que podem mostrar hematúria, 
piúria e bacteriúria (pode estar ausente) e exame do sedimento que mostra qual o tipo de 
cálculo que esta sendo formado. 
 O Oxalato de cálcio é o mais comum em gatos, com mecanismo de formação 
desconhecido, pela dieta, genética e meio ambiente. Seus fatores predisponentes são a 
hipercalcemia (animais que já tiverem ou tem problemas renais) e pH urinário entre 6,3-
6,7. O tratamento pode ser cirúrgico e sua prevenção é utilização da ração Prescription 
Diet Feline c/d-o Hill’s. pode ser utilizado Citrato de potássio na dose de 100-105mg/kg 
BID, misturado na ração. 
 Os urólitos de Estruvita (fosfato amoníaco-magnesiano), são estéreis, sendo 
95% dos cálculos relacionados ao sexo, raça e idade do animal, assim como ao pH 
urinário (alcalino). Somente de 5-10% são contaminados, ou seja, foram contaminados 
por bactérias produtoras de uréase (Staphylococcus spp.). Seu tratamento para os 
cálculos estéreis é proveniente de deita com ração calculolítica (Urinary Royal Canin ou 
Prescription Diet Feline s/d Hill’s) por cerca de um mês. Em cálculos contaminados, se 
usa a mesma dieta associada ao antibiótico de acordo com a cultura e o antibiograma 
por cerca de 2-3 meses. 
 Recomenda-se a utilização de antibióticos somente se necessária urocultura 
mensal, monitoração do paciente durante o tratamento, manter a dieta por um mês após 
dissolução do calculo e acompanhar o animal em casos de recidivas. 
DTUIF OBSTRUTIVA 
 Ocasionadas por tampões uretrais, sendo formadas por leucócitos, hemácias, 
epitélio, espermatozoides e cristais (causa mais comum de obstrução). São sinais 
clínicos a azotemia pós-renal, desidratação, hipercalemia, hiperfosfatemia e acidose 
metabólica. O diagnóstico persiste em anamnese, histórico do animal, exame físico e 
exames complementares, como RX que permitem a visualização dos tampões e a 
bioquímica sérica devido à azotemia (ureia e creatinina além dos eletrólitos 
aumentados). 
 O tratamento consiste na administração de fluidos (reposição imediata), 
cistocentese desobstrutiva, porém depende da distensão da bexiga já que se ela estiver 
muito cheia se tem o risco de ruptura da parede, mas se não estiver superlotada, retira-se 
uma parte da urina para urinálise e diminui a pressão intra-vesical para assim, 
reestabelecer a filtração glomerular. A contenção química é feita com acepromazina, 
meperidina, midazolam + cetamina ou propofol após a sedação pode ser feita a 
massagem peniana e vesical para ver se o animal volta a urinar. Depois da desobstrução 
faz-se a lavagem vesical e diurese através da uretra com a sondagem e solução 
fisiológica, deve manter o animal na fluidoterapia e sondado, pois o animal irá obstruir 
novamente, isso gera complicações que envolvem ITU, pielonefrite, IRA e sepse. É 
recomendado assepsia com o uso de sistema fechado e antibiótico profilático e depois 
da retirada da sonda realizar a urocultura. Essa sondagem possui a duração que depende 
do veterinário, não sendo recomendado muito tempo sondado.

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