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Direitos do paciente oncológico

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Alice Bastos 
Direitos do paciente oncológico
Tratamento fora do domicílio 
O TFD é um programa que tem por objetivo garantir o 
acesso aos pacientes moradores de um município a 
serviços assistenciais em outro município, ou ainda de 
um Estado para outro Estado; 
Pode envolver a garantia de transporte, hospedagem e 
ajuda de custa para alimentação, quando indicado, e é 
concedido, exclusivamente, aos pacientes atendidos 
na rede pública e referenciada; 
Nos casos em que houver indicação médica, será 
autorizado o pagamento de despesas para 
acompanhante. 
IMPORTANTE! 
Em caso de óbito do usuário em Tratamento Fora do 
Domicílio, a Secretaria do Estado/Município de origem 
se responsabilizará pelas despesas decorrentes. 
Isenção do imposto de renda 
A pessoa com câncer está isenta do imposto de renda 
relativo aos rendimentos de aposentadoria, reforma e 
pensão, inclusive as complementações recebidas de 
entidade privada e a pensão alimentícia. 
Cirurgia reparadora da mama 
A mulher que, em decorrência de um câncer, tiver os 
seios total ou parcialmente retirados, tem direito à 
reconstrução destes por meio de cirurgia plástica, 
tanto pelo SUS, quanto por plano/seguro de saúde 
privado; 
Amparo legal: 
 Lei n° 9.797, de 06 de maio de 1999, Artigo 1° 
(SUS); 
 Lei n° 9.656, de 03 de junho de 1998, Artigo n° 
10-A (planos/seguros de saúde). 
Diagnóstico e tratamento do câncer 
O paciente tem direito ao diagnóstico e todo o 
tratamento do câncer, garantidos pelo SUS, que deve 
oferecer os seguintes serviços: 
 Serviços de cirurgia oncológica; 
 Oncologia clínica; 
 Radioterapia; 
 Hematologia e oncologia pediátrica em 
Unidade de Assistência de Alta Complexidade 
em Oncologia; 
Amparo legal: 
 Portaria n° 741, de 19 de dezembro de 2005, 
Artigo 2°. 
Tratamento gratuito 
O paciente com neoplasia maligna receberá, 
gratuitamente, no SUS, todos os tratamentos 
necessários, tendo direito de se submeter ao primeiro 
tratamento no prazo de até 60 dias contados a partir 
do dia em que for diagnosticado; 
Amparo legal: 
 Lei n° 12.732, de 22 de novembro de 2012, 
Artigos 1 e 2; 
 Portaria 876, de 16 de maio de 2013. 
Auxílio-doença 
É um benefício a que tem direito o segurado quando 
este fica temporariamente incapaz para o trabalho em 
virtude da doença, por mais de 15 dias consecutivos; 
A incapacidade para o trabalho deve ser comprovada 
por meio de exame realizado por perícia médica do 
INSS; 
O interessado deve comparecer a uma agência da 
Previdência Social e solicitar o agendamento da 
consulta; 
É necessário apresentar a carteira de trabalho e 
declaração do médico com validade de 30 dias com 
descrição do estado clínico do paciente; 
O paciente com câncer não precisa cumprir carência 
para fazer jus ao benefício; 
 Ou seja, se ontem ele entrou no INSS e hoje 
descobriu o câncer, ele já tem direito ao 
benefício. 
Alice Bastos 
Afastamento do trabalho 
É um direito do paciente trabalhador, desde que 
comprovada a necessidade do afastamento através de 
um atestado médico; 
 O médico especificará o tempo concedido de 
dispensa às atividades de trabalho e estudantil, 
necessário para a recuperação do paciente. 
Aposentadoria por invalidez 
É concedida a partir da solicitação de auxílio-doença, 
desde que a incapacidade para o trabalho seja 
considerada definitiva pela perícia médica do INSS ou 
do órgão pagador; 
A pessoa com câncer terá direito ao benefício, 
independente do pagamento de 12 contribuições ao 
INSS, desde que esteja na qualidade de segurado; 
O valor da aposentadoria por invalidez do segurado 
que necessitar da assistência permanente de outra 
pessoa para exercer suas atividades diárias, atestada 
pela perícia médica do INSS, será acrescido de 25%. 
Saque do FGTS e do PIS 
Na fase sintomática da doença, o trabalhador 
cadastrado no FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de 
Serviço) ou no PIS (Programa de Integração Social) que 
tiver câncer ou que tenha dependente com câncer, 
poderá fazer o saque do FGTS. 
Tramitação de processos 
O paciente com câncer tem prioridade na tramitação 
de processos, tanto judiciais quanto administrativos, 
desde que apresente prova de sua condição (laudo 
médico), junto à autoridade judiciária ou 
administrativa competente para decidir o 
procedimento e as providências a serem cumpridas. 
Testamento vital 
É o documento que expressa a manifestação de 
vontade e o desejo do paciente de ser ou não 
submetido a determinados procedimentos médicos e 
terapêuticos ou mesmo de suspender determinados 
tipos de tratamentos, considerados fúteis ou 
prolongadores do sofrimento; 
Constitui um instrumento de garantia de autonomia 
dos sujeitos e deve ser redigido somente se o indivíduo 
estiver lúcido e com sua capacidade de discernimento 
totalmente preservada; 
Para redigir o testamento, o paciente acometido deve 
obter informações claras e objetivas do seu médico 
sobre seu diagnóstico, tratamento e prognóstico, para 
então expressar o seu desejo de forma autônoma e 
consciente; 
No Brasil, ainda não há uma lei específica que 
normatize a questão do Testamento Vital; 
 No entanto, os direitos garantidos pela 
Constituição Federal, dão legitimidade ao 
documento do ponto de vista ético e legal; 
Não há obrigatoriedade de registrar o testamento vital 
em cartório, mas é fundamental que o mesmo seja 
conhecido pelo médico/profissional de saúde que 
acompanha o paciente. 
IMPORTANTE! 
O testamento vital não permite a abreviação da morte 
de uma pessoa com doença grave de maneira 
controlada e assistida por um especialista (eutanásia). 
Na verdade, o testamento vital autoriza a morte 
natural, sem o prolongamento da vida (muitas vezes 
sofrido) por interferência da ciência (procedimento 
legal chamado de ortotanásia). 
Informações 
O paciente tem o direito de receber informações 
claras, objetivas e compreensíveis sobre: 
 Suspeitas diagnósticas; 
 Diagnósticos realizados; 
 Ações terapêuticas; 
 Riscos, benefícios e efeitos colaterais 
provenientes das medidas diagnósticas e 
terapêuticas propostas; 
 Duração prevista do tratamento proposto; 
 A necessidade ou não de anestesia, o tipo de 
anestesia a ser aplicada, o instrumental a ser 
utilizado, as partes do corpo afetadas, os 
efeitos colaterais, os riscos e consequências 
indesejáveis e a duração esperada do 
procedimento; 
 A finalidade dos materiais coletados para 
exame; 
Alice Bastos 
 As alternativas de diagnóstico e terapêuticas 
existentes no serviço em que está sendo 
atendido e em outros serviços; 
 Todas as outras informações que o paciente 
desejar saber. 
Autonomia do paciente 
No Código de Ética Médica, é possível encontrar alguns 
princípios importantes para a conduta médica e que 
garantem a autonomia do paciente: 
 Cap. I 
XXI: No processo de tomada de decisões profissionais, 
de acordo com seus ditames de consciência e as 
previsões legais, o médico aceitará as escolhas de seus 
pacientes relativas aos procedimentos diagnósticos e 
terapêuticos por eles expressos, desde que adequadas 
ao caso e cientificamente reconhecidas. 
 Cap. IV 
Art. 24: É vedado ao médico deixar de garantir ao 
paciente o exercício do direito de decidir livremente 
sobre sua pessoa ou seu bem-estar, bem como exercer 
sua autoridade para limitá-lo. 
 Cap. V 
Art. 41: É vedado ao médico abreviar a vida do 
paciente, ainda que a pedido deste ou de seu 
representante legal; 
 Nos casos de doença incurável e terminal, deve 
o médico oferecer todos os cuidados paliativos 
disponíveis sem empreender ações 
diagnósticas ou terapêuticas inúteis ou 
obstinadas, levando sempre em consideração 
a vontade expressa do paciente ou, na sua 
impossibilidade, a de seu representante legal. 
Referências 
BRASIL. Instituto Nacional de Câncer José Alencar 
Gomes da Silva. Direitos sociais da pessoa com câncer. 
5. Ed. Rio de Janeiro:INCA, 2020. 36 p. 
CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA. Código de Ética 
Médica: Resolução CFM n° 2.217 de 27 de setembro de 
2018, modificada pelas Resoluções CFM n° 2.222/2018 
e 2.226/2019. Brasília: CFM, 2019. 108 p.

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