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1 2 UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MINAS GERAIS UNIDADE PASSOS NUCLEO ACADEMICO DE CIENCIAS BIOMEDICAS DE DA SAÚDE CURSO DE ESTETICA E COSMETICA DERMATOLOGIA E GERONTOLOGIA PASSOS 2016 3 Sumário 1. Envelhecimento ............................................................................................................................... 6 1.1. Tipos de envelhecimento ........................................................................................................ 7 1.1.1. Envelhecimento cutâneo intrínseco ou cronológico ....................................................... 7 1.1.2. Envelhecimento intrínseco da pele ................................................................................. 8 1.2. Tratamentos .......................................................................................................................... 10 1.3. Mitos e verdades sobre envelhecimento .............................................................................. 11 1.4. Dicas sobre envelhecimento ................................................................................................. 12 2. Cicatrização ................................................................................................................................... 13 2.1. Classificação dos processos biológicos da cicatrização ......................................................... 14 2.1.1. Fase inflamatória ........................................................................................................... 14 2.1.2. Fase proliferativa ........................................................................................................... 15 2.1.3. Fase de remodelagem ................................................................................................... 18 2.2. Tipos de cicatrização ............................................................................................................. 19 2.2.1. Primeira intenção .......................................................................................................... 19 2.2.2. Segunda intenção .......................................................................................................... 19 2.2.3. Terceira intenção ........................................................................................................... 20 2.3. Fatores que influenciam a cicatrização das feridas............................................................... 20 2.3.1. Localização da Ferida .................................................................................................... 20 2.3.2. Corpo Estranho na Ferida .............................................................................................. 20 2.3.3. Medicamentos............................................................................................................... 20 2.3.4. Nutrição ......................................................................................................................... 20 2.3.5. Hemorragia .................................................................................................................... 21 2.3.6. Edema e Obstrução Linfática......................................................................................... 21 2.3.7. Infecção ......................................................................................................................... 21 2.3.8. Idade do Paciente .......................................................................................................... 21 2.3.9. Hiperatividade do Paciente ........................................................................................... 21 3. Parasitose ...................................................................................................................................... 21 3.1. Transmissão de parasitas ...................................................................................................... 22 3.2. Os seres que parasitam o homem são divididos em cinco filos: ........................................... 22 3.3. Endoparasitas ........................................................................................................................ 22 3.4. Ectoparasita ........................................................................................................................... 23 3.4.2. Chato ............................................................................................................................. 24 3.4.3. Transmissão ................................................................................................................... 24 4 3.4.4. Sintomas da pediculose pubiana ................................................................................... 25 3.4.5. Tratamento do chato .................................................................................................... 25 3.5. Escabiose (ou Sarna) ............................................................................................................. 26 3.5.1. Sintomas ........................................................................................................................ 26 3.5.2. Diagnóstico .................................................................................................................... 26 3.5.3. Tratamentos .................................................................................................................. 26 3.6. Tungíase ................................................................................................................................ 27 3.6.1. Tratamento .................................................................................................................... 27 3.6.2. Controle e prevenção .................................................................................................... 28 4. Musculatura da face ...................................................................................................................... 28 4.1. Resumo dos músculos da expressão facial ........................................................................... 28 4.2. Músculos da Mastigação ....................................................................................................... 30 4.3. Músculo Masseter. ................................................................................................................ 31 4.4. Músculo Temporal. ............................................................................................................... 31 4.5. Músculo Pterigoideo Medial. ................................................................................................ 31 4.6. Músculo Pterigoideo Lateral. ................................................................................................ 32 4.7. Músculos Supra-Hioideos ...................................................................................................... 32 4.8. Músculo Digástrico ................................................................................................................ 32 4.9. Músculo Estilo-hioideo .......................................................................................................... 32 4.10. Músculo Milo-hioideo. ...................................................................................................... 32 4.11. Músculo Genio-hioideo ..................................................................................................... 33 4.12. Músculos Infra-hioideos .................................................................................................... 33 5. Distúrbio de Pigmentações ........................................................................................................... 33 5.1. PigmentaçõesExógena.......................................................................................................... 33 5.2. Pigmentação Endógena ......................................................................................................... 33 5.2.1. Antracose ...................................................................................................................... 33 5.2.2. Antracose ...................................................................................................................... 34 5.2.3. Argíria ............................................................................................................................ 34 5.2.4. Bismuto ......................................................................................................................... 34 5.2.5. Tatuagem ....................................................................................................................... 34 5.2.6. Saturnismo .................................................................................................................... 34 5.2.7. Tatuagem por Amálgama .............................................................................................. 34 5.3. Pigmentação endógena: ........................................................................................................ 35 5.3.1. Pimentos hemáticos: ..................................................................................................... 35 5.3.2. Hemossiderina ............................................................................................................... 35 5 5.3.3. Hemossiderose localizada ............................................................................................. 35 5.3.4. Hemossiderose sistêmica .............................................................................................. 35 5.3.5. Porfirinas ....................................................................................................................... 35 5.3.6. Bilirrubina ...................................................................................................................... 35 5.3.7. Hematoidina .................................................................................................................. 37 5.4. Pigmentos melânicos ............................................................................................................ 37 5.4.1. Melanomas .................................................................................................................... 37 5.4.2. Efélides ou Sardas ......................................................................................................... 37 5.4.3. Mancha mongólica ........................................................................................................ 37 5.5. Diminuição localizada da pigmentação ................................................................................. 37 5.5.1. Vitiligo ............................................................................................................................ 37 5.5.2. Albinismo ....................................................................................................................... 37 6 1. Envelhecimento Se quisermos que o envelhecimento seja uma experiência positiva, uma vida mais longa deve ser acompanhada de oportunidades contínuas de saúde, participação e segurança. A Organização Mundial da Saúde adotou o termo “envelhecimento ativo” para expressar o processo de conquista dessa visão. O que é “envelhecimento ativo”? Envelhecimento ativo é o processo de otimização das oportunidades de saúde, participação e segurança, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida à medida que as pessoas ficam mais velhas. O envelhecimento ativo aplica-se tanto a indivíduos quanto a grupos populacionais. Permite que as pessoas percebam o seu potencial para o bem-estar físico, social e mental ao longo do curso da vida, e que essas pessoas participem da sociedade de acordo com suas necessidades, desejos e capacidades; ao mesmo tempo, propicia proteção, segurança e cuidados adequados, quando necessários. A palavra “ativo” refere-se à participação contínua nas questões sociais, econômicas, culturais, espirituais e civis, e não somente à capacidade de estar fisicamente ativo ou de fazer parte da força de trabalho. As pessoas mais velhas que se aposentam e aquelas que apresentam alguma doença ou vivem com alguma necessidade especial podem continuar a contribuir ativamente para seus familiares, companheiros, comunidades e países. O objetivo do envelhecimento ativo é aumentar a expectativa de uma vida saudável e a qualidade de vida para todas as pessoas que estão envelhecendo, inclusive as que são frágeis, fisicamente incapacitadas e que requerem cuidados. O termo “saúde” refere-se ao bem-estar físico, mental e social, como definido pela Organização Mundial da Saúde. Por isso, em um projeto de envelhecimento ativo, as políticas e programas que promovem saúde mental e relações sociais são tão importantes quanto aquelas que melhoram as condições físicas de saúde. Manter a autonomia e independência durante o processo de envelhecimento é uma meta fundamental para indivíduos e governantes (veja definições). Além disto, o envelhecimento ocorre dentro de um contexto que envolve outras pessoas – amigos, 7 colegas de trabalho, vizinhos e membros da família. Esta é a razão pela qual interdependência e solidariedade entre gerações (uma via de mão-dupla, com indivíduos jovens e velhos, onde se dá e se recebe) são princípios relevantes para o envelhecimento ativo. A criança de ontem é o adulto de hoje e o avô ou avó de amanhã. A qualidade de vida que as pessoas terão quando avós depende não só dos riscos e oportunidades que experimentarem durante a vida, mas também da maneira como as gerações posteriores irão oferecer ajuda e apoio mútuos, quando necessário. Trechos do livro Envelhecimento ativo: uma política de saúde, publicado pela OMS – Organização Mundial de Saúde. Por que a pele envelhece? A pele é o órgão que mais reflete os efeitos da passagem do tempo. A radiação ultravioleta, o excesso de consumo de álcool, o abuso de tabaco, a poluição ambiental, dentre outros, são também fatores que “aceleram” o trabalho do relógio e provocam o envelhecimento precoce da pele. Além disso, poucas pessoas sabem que o aumento do peso corporal e dos níveis de açúcar no sangue também podem ajudar a pele a envelhecer antes do tempo. Fisiologicamente, o envelhecimento está associado à perda de tecido fibroso, à taxa mais lenta de renovação celular, e à redução da rede vascular e glandular. A função de barreira que mantém a hidratação celular também fica prejudicada. Dependendo da genética e do estilo de vida, as funções fisiológicas normais da pele podem diminuir em 50% até meia-idade. 1.1. Tipos de envelhecimento 1.1.1. Envelhecimento cutâneo intrínseco ou cronológico É o envelhecimento decorrente da passagem do tempo, determinado principalmente por fatores genéticos, estado hormonal e reações metabólicas, como estresse oxidativo. Nele estão presentes os efeitos naturais da gravidade ao longo dos anos, como as linhas de expressão, a diminuição da espessura da pele e o ressecamento 8 cutâneo. A pele tem efeitos degenerativos semelhantes aos observados em outros órgãos, mas reflete também certos aspectos da nossa saúde interior, como: Genética: com o tempo as células vão perdendo sua capacidade de se replicar. Este fenômeno é causado por danos no DNA decorrentes da radiação UV, toxinas ou deterioração relacionada à idade. Conforme as células vão perdendo a velocidade ao se replicar, começam a aparecer os sinais de envelhecimento. Hormônios:Ao longo dos anos há diminuição no nível dos hormônios sexuais, como estrogénio, testosterona, e dos hormônios do crescimento. Equilíbrio é fundamental quando se fala de hormônios; diminuindo os níveis hormonais com o envelhecimento, acelera- se a deterioração da pele. Em mulheres, a variação nos níveis de estrogênio durante a menopausa é responsável por mudanças cutâneas significativas: o seu declínio prejudica a renovação celular da pele, resultando em afinamento das camadas epidérmicas e dérmicas. Estresse oxidativo: Desempenha papel central na iniciação e condução de eventos que causam o envelhecimento da pele. Ele altera os ciclos de renovação celular, causa danos ao DNA que promovem a liberação de mediadores pró-inflamatórios, que, por sua vez, desencadeiam doenças inflamatórias ou reações alérgicas na pele. Além disso, células do sistema imunológico chamadas células de Langerhans diminuem com o envelhecimento. Isto afeta a capacidade da pele para afastar o estresse ou infecções que podem afetar sua saúde. Com o avançar da idade, diminui-se a imunidade, aumentando a incidência de infeções, malignidades e deterioração estrutural. Níveis elevados de açúcar no sangue e glicação: A glicose é um combustível celular vital. No entanto, a exposição crónica de glicose pode afetar a idade do corpo por um processo chamado de glicação. A glicação pode ocorrer pela exposição crônica ao açúcar exógeno, nos alimentos, ou endógeno, como no caso do Diabetes. A consequência principal desse processo é o estresse oxidativo celular, tendo como consequência, o envelhecimento precoce. 1.1.2. Envelhecimento intrínseco da pele É o envelhecimento provocado pela exposição ao sol e outros fatores ambientais. Um dos agentes mais importantes é a radiação solar ultravioleta. As toxinas com as quais entramos em contato, como tabaco, álcool, poluição, entre outros também 9 ajudam no processo de envelhecimento da pele, e dependendo do grau de exposição aceleram-no. 1.1.2.1. Fatores que aceleram o envelhecimento: Radiação solar: atua na pele causando desde queimaduras até fotoenvelhecimento e aparecimento dos cânceres da pele. Várias alterações de pigmentação da pele são provocadas pela exposição solar, como as manchas, pintas e sardas. A pele fotoenvelhecida é mais espessa, por vezes amarelada, áspera e manchada. Cigarro: fumantes possuem marcas acentuadas de envelhecimento na pele. O calor da chama e o contato da fumaça com a pele provocam o envelhecimento e a perda de elasticidade cutânea. Além disso, o fumo reduz o fluxo sanguíneo da pele, dificultando a oxigenação dos tecidos. A redução deste fluxo parece contribuir para o envelhecimento precoce da pele e para a formação de rugas, além de dar à pele uma coloração amarelada. Rugas acentuadas ao redor da boca são muito comuns em fumantes. Álcool: Altera a produção de enzimas e estimula a formação de radicais livres, que causam o envelhecimento. A exceção à regra é o vinho tinto, que, se consumido moderadamente, têm ação anti-radicais livres, pois é rico em flavonóides, um potente antioxidante. Movimentos musculares: movimentos repetitivos e contínuos de alguns músculos da face aprofundam as rugas, causando as chamadas marcas de expressão, como as rugas ao redor dos olhos. Radicais livres: são uns dos maiores causadores do envelhecimento cutâneo. Os radicais livres se formam dentro das células pela exposição aos raios ultravioleta, pela poluição, estresse, fumo, etc. Acredita-se que os radicais livres provocam um estresse oxidativo celular, causando a degradação do colágeno (substância que dá sustentação à pele) e a acumulação de elastina, que é uma característica da pele fotoenvelhecida. Bronzeamento artificial: a Sociedade Brasileira de Dermatologia condena formalmente o bronzeamento artificial que pode causar o envelhecimento precoce 10 da pele (rugas e manchas) e formação de câncer da pele. A realização desse procedimento por motivações estéticas é proibida no Brasil desde 2009. Alimentação: uma dieta não balanceada contribui para o envelhecimento da pele. Existem elementos que são essenciais e devem ser ingeridos para repor perdas ou para suprir necessidades, quando o organismo não produz a quantidade diária suficiente. O excesso de açúcar também “auxilia” a pele a envelhecer mais depressa, como já foi dito anteriormente. 1.2. Tratamentos Como a busca pela juventude e beleza continuam a crescer, os avanços de pesquisa dentro da indústria de cosméticos e da estética médica têm visto um crescimento exponencial nos últimos 20 anos. Os tratamentos mais procurados são aqueles que apresentam resultados em um curto espaço de tempo e baixo risco. Estes incluem lasers, luz intensa pulsada, preenchimentos à base de ácido hialurônico, toxina botulínica, peeling químico, radiofrequência, e os procedimentos dermoabrasão. Confira algumas opções: Peeling: Os peelings químicos com ácido glicólico, ácido retinóico, ácido mandélico e outros, oferecem um tratamento não invasivo para ajudar a renovar a superfície cutânea. Após a aplicação, há renovação da camada superficial da pele trazendo brilho radiante e minimizando a visibilidade das linhas finas e de manchas. Embora peelings químicos sejam utilizados principalmente na face, eles também podem ser usados para melhorar a pele no pescoço, colo, mãos e braços. Luz Intensa Pulsada e Laser: Com tecnologia avançada, já há uma grande variedade de dispositivos e mecanismos disponíveis para tratar termicamente a pele. Sua principal indicação se dá no tratamento de vasos, melanose solar, poros dilatados, com melhora no aspecto geral cutâneo. O tratamento a laser fracionário tornou-se popular em práticas cosmiátricas, pois têm demonstrado resultados favoráveis e com o tempo de recuperação mínimo. Em geral, este tipo de tratamento envolve a aplicação de uma luz de laser focado na pele. Com o calor gerado pela 11 luz, as camadas superiores e médias são removidas da pele. Após a cicatrização, os resultados gerais mostram uma melhoria visível na coloração da pele e suavização de rugas. Toxinas e Preenchimentos: Para ajudar a restaurar o volume e a minimizar linhas finas e rugas semipermanentes, toxina botulínica e preenchedores dérmicos podem ser utilizados na área dos olhos, testa e dobras nasolabial, podem ser utilizados na face, pescoço e colo, esse último se referindo aos preenchedores. Os resultados geralmente duram de 4 a 6 meses para as toxinas e de um ano até um ano e meio se referindo aos preenchedores . Importante: Para saber qual é a opção mais indicada para tratar o envelhecimento, procure um dermatologista. Este profissional está apto para fazer uma análise da sua pele e das suas condições de saúde e, assim, prescrever a terapia adequada a cada caso. Cabe ressaltar que a duração ou o resultado de cada tratamento variam conforme o estado geral de saúde e as características de cada paciente. 1.3. Mitos e verdades sobre envelhecimento A pele precisa de vários produtos e uma rotina para o dia e para a noite. Mito. Você não precisa de vários produtos para tratar e combater o envelhecimento da pele, apenas ingredientes com qualidades específicas. Certifique-se de escolher um produto que tenha os ingredientes mais benéficos para o envelhecimento da pele: vitamina A e vitamina C . Se o seu hidratante noturno ou sérum tem estes ingredientes-chave, você está no caminho certo, e se o seu produto tem também alfa-hidróxi ácido e ácido glicólico ainda melhor, eles são ótimos para renovar a pele, e ideais para tratamento do envelhecimento. Mas atenção: consulte um dermatologista para conhecer os produtos indicados. Os produtos precisam ser caros para funcionarem. Mito. Não existe essa relação, produtos caros podem não funcionar, assim como produtos que custam muito pouco podem ser verdadeiras fontesde beleza. O essencial é verificar a embalagem do produto, seus princípios ativos, sua data de validade. Caros ou baratos, devem sempre ser indicados por um dermatologista. Fumar acelera o envelhecimento da pele. Verdade. Isso faz com que apareçam rugas e a pele fique sem brilho e perca a viscosidade. 12 Álcool faz mal para a pele. Verdade. Alguns estudos sugerem que comer muitas frutas e vegetais frescos pode ajudar a prevenir os danos que levam ao envelhecimento prematuro da pele. E também sugerem que uma dieta que contenha muito açúcar e outros carboidratos refinados pode acelerar o envelhecimento. Praticar exercícios físicos faz bem para a pele: O exercício moderado pode melhorar a circulação e estimular o sistema imunológico. Isto, por sua vez, pode dar à pele uma aparência mais jovem. Dormir de barriga para cima evita rugas. Verdade. Dormir de lado ou sob o rosto faz com que linhas apareçam. Com o tempo, essas linhas podem se transformar em rugas permanentes. As lâmpadas fluorescentes e a luz da tela de computador aceleram o envelhecimento da pele. Mito. Ainda não há estudos científicos que confirmem definitivamente essa associação. Proteger a pele do sol previne o envelhecimento. Verdade. A exposição excessiva à radiação ultravioleta é uma das principais causas de câncer da pele e envelhecimento precoce. A radiação UVA causa mais rugas que a UVB. Verdade. A radiação UVA penetra mais profundamente na pele e é a principal responsável pelo fotoenvelhecimento. Temos de usar filtro solar todos os dias para prevenir o envelhecimento. Verdade. Precisamos aplicar o protetor diariamente, mesmo em dias frios ou chuvosos, pois 80% da radiação UV atravessa as nuvens. 1.4. Dicas sobre envelhecimento O sol tem um papel importante no envelhecimento prematuro da nossa pele, como vimos. Além dele, outros fatores podem fazer com que nossa pele envelheça mais rápido do que deveria, por isso, preparamos algumas dicas para ajuda-lo nessa corrida contra o tempo. Proteja a sua pele do sol todos os dias. Diariamente, mesmo em dias de frio ou chuva, aplique um filtro solar com FPS 30 (ou superior). Entretanto, você deve aplicar protetor solar todos os dias em toda a pele que não está coberta pela roupa, isso inclui mão, pescoço, nuca, orelhas, pés, braços. Não adianta passar protetor 13 apenas no rosto! Se for nadar ou praticar esportes, o produto precisa ser resistente à água. Se houver muita exposição solar ou suor excessivo, o produto deve ser reaplicado regularmente, de preferência a cada 3 horas. Use outras estratégias de fotoproteção. Só o filtro solar não basta. Para ficar bem protegida, é necessário ficar na sombra nos horários de sol forte e complementar o protetor com óculos, roupas e chapéus apropriados. Beba no mínimo dois litros de água por dia. A ingestão de água hidrata o organismo e facilita a eliminação de toxinas que contribuem para o envelhecimento da pele. Higienize a pele diariamente. Limpar a pele duas vezes ao dia, de manhã e à noite. O acúmulo dos resíduos de suor, poluição, maquiagem e outras substâncias provoca a obstrução dos poros e o surgimento de rugas. Use sempre um demaquilante, e nunca durma maquiada. O demaquilante é mais eficaz que o sabonete para remover a maquiagem. Mesmo que esteja muito cansada, remova sempre a “pintura” do rosto, todos os dias. O hábito de dormir maquiada obstrui os poros e impede a pele de respirar, o que provoca oleosidade e envelhecimento precoce. Mesmo as pessoas que já tenham sinais de envelhecimento prematuro na pele podem se beneficiar ao mudar seu estilo de vida. Ao proteger a pele do sol, você dá uma chance para reparar alguns dos danos. Fumantes que param de fumar também percebem que sua pele parece mais saudável. Se os sinais de envelhecimento da pele o incomodam, você pode consultar um dermatologista. Há tratamentos e procedimentos pouco invasivos para atenuar as rugas e dar firmeza à pele que deixam muitas pessoas com aparência mais jovem. Converse com seu médico. 2. Cicatrização Todas as vezes que nosso organismo sofre lesões por traumatismos ou agentes agressores que resultam na escoriação de determinadas regiões do corpo, uma série de mecanismos é acionada e se inicia, normalmente, um processo de cicatrização. É dessa forma que o organismo consegue reparar as partes em que a 14 lesão ocorre. A pele, que é a região mais superficial e também a que apresenta maior resistência, é mais frequentemente lesionada 2.1. Classificação dos processos biológicos da cicatrização O processo de cicatrização tem sido convenientemente dividido em três fases que se sobrepõem de forma contínua e temporal: inflamatória, proliferativa e de remodelagem. 2.1.1. Fase inflamatória Após a ocorrência do ferimento, inicia-se o extravasamento sanguíneo que preenche a área lesada com plasma e elementos celulares, principalmente plaquetas. A agregação plaquetária e a coagulação sanguínea geram um tampão, rico em fibrina, que além de restabelecer a hemostasia e formar uma barreira contra a invasão de microrganismos, organiza matriz provisória necessária para a migração celular. Essa matriz servirá também, como reservatório de citocinas e fatores de crescimento que serão liberados durante as fases seguintes do processo cicatricial. As plaquetas, essenciais à formação desse tampão hemostático, também secretam múltiplos mediadores, incluindo fatores de crescimento, liberados na área lesada. Induzidas pela trombina, ainda sofrem a degranulação plaquetária e liberam vários fatores de crescimento, como o derivado de plaquetas (PDGF), o de crescimento transformante-β (TGF-β), o de crescimento epidérmico (EGF), o de crescimento transformante-a (TGF-α) e o fator de crescimento de células endoteliais (VEGF), além de glicoproteínas adesivas como a fibronectina e trombospondina, que são importantes constituintes da matriz extracelular provisória. Mais ainda, a ativação da cascata de coagulação e do complemento, juntamente com a liberação dos fatores de crescimento e ativação de células parenquimatosas pela lesão, produz numerosos mediadores vasoativos e fatores quimiotáticos que auxiliam o recrutamento das células inflamatórias no local da ferida. Após a saída das plaquetas de dentro do leito vascular, neutrófilos e monócitos, em resposta aos agentes quimiotáticos, migram em direção ao leito da ferida. A ausência dos neutrófilos no sangue, porém, parece não afetar o processo de reparo na ausência de infecção. É apresentada a especificidade celular no decorrer da cicatrização. Além da função de fagocitose de bactérias, fragmentos celulares e corpos 15 estranhos, essas células inflamatórias produzem fatores de crescimento, que preparam a ferida para a fase proliferativa, quando fibroblastos e células endoteliais também serão recrutados. Os monócitos do sangue periférico, tanto inicialmente quanto durante o transcorrer do processo cicatricial, continuam a infiltrar-se no local da ferida em resposta a agentes quimiotáticos para monócitos, como o PDGF, por exemplo. A liberação dos fatores provenientes das plaquetas, assim como a fagocitose dos componentes celulares, como fibronectina ou colágeno, contribuem também para a ativação dos monócitos, transformando-os em macrófagos que são as principais células envolvidas no controle do processo de reparo. O macrófago ativado é a principal célula efetora do processo de reparo tecidual, degradando e removendo componentes do tecido conjuntivo danificado, como colágeno, elastina e proteoglicanas. Além desse papel na fagocitose de fragmentos celulares, os macrófagos também secretam fatores quimiotáticos que atraem outras células inflamatórias ao local da ferida e produzem prostaglandinas, que funcionam como potentes vasodilatadores, afetando a permeabilidade dos microvasos. Os macrófagos produzem váriosfatores de crescimento, tais como o PDGF, o TGF-β, o fator de crescimento de fibroblastos (FGF) e o VEGF, que se destacam como as principais citocinas necessárias para estimular a formação do tecido de granulação. Representação esquemática da especificidade celular imunológica correlacionada temporalmente com as fases da cicatrização 2.1.2. Fase proliferativa A proliferação é a fase responsável pelo fechamento da lesão propriamente dito. Compreende: reepitelização, que se inicia horas após a lesão, com a movimentação das células epiteliais oriundas tanto da margem como de apêndices epidérmicos localizados no centro da lesão; fibroplasia e angiogênese, que compõem o chamado tecido de granulação responsável pela ocupação do tecido lesionado cerca de quatro dias após a lesão. Os fibroblastos produzem a nova matriz extracelular necessária ao crescimento celular enquanto os novos vasos sanguíneos carreiam oxigênio e nutrientes necessários ao metabolismo celular local. A fase de proliferação epitelial, no caso da pele, inicia-se por estimulação mitogênica e quimiotática dos queratinócitos pelo TGF-α e EGF. Tão importante quanto a epitelização, que começa nessa fase do processo de reparo, é a formação do 16 chamado tecido de granulação, nome atribuído sobretudo pela característica granular devida à presença de novos capilares neoformados essenciais ao processo de reparo. Antes de descrever a angiogênese, cabe salientar que o aumento da permeabilidade microvascular é o primeiro estádio desse processo, apresentando-se como etapa importante, que permite, através do extravasamento de proteínas, citocinas e elementos celulares, a formação de matriz extracelular provisória necessária à migração e proliferação das células endoteliais. 2.1.2.1. Permeabilidade vascular A produção de novos vasos sanguíneos a partir de vasos preexistentes é acompanhada, na maioria das vezes, por aumento da permeabilidade vascular.Na angiogênese patológica, o aumento da permeabilidade vascular à água e às macromoléculas apresenta importante função no processo, sendo o responsável direto pela formação do edema. Esse aumento da permeabilidade capilar parece ter menor efeito durante a angiogênese fisiológica, porém, causa danos consideráveis em determinadas patologias, como a retinopatia diabética, por exemplo. Várias citocinas produzidas durante o processo de cicatrização interferem diretamente na permeabilidade vascular. O VEGF-A, por exemplo, descoberto em líquido ascítico tumoral, foi originalmente descrito por sua capacidade de aumentar a permeabilidade dos microvasos e o extravasamento de macromoléculas, incluindo fibrinogênio e outras proteínas da coagulação. O extravasamento dessas proteínas resulta na deposição extravascular de fibrina, favorecendo tanto o processo cicatricial quanto o desenvolvimento tumoral. Os mecanismos básicos da regulação da permeabilidade vascular, causada principalmente pelos fatores de crescimento, não foram ainda completamente elucidados. Alguns pesquisadores, porém, acreditam que as células endoteliais tenham sua contração induzida pelos agentes permeabilizantes, formando espaços (gaps) intercelulares de tamanho suficiente para permitir o extravasamento de proteínas plasmáticas. Mais recentemente, a descoberta de uma estrutura no endotélio venoso, a organela vesiculovacuolar, ofereceu via transendotelial alternativa para o extravasamento de proteínas plasmáticas em resposta a fatores de permeabilidade. 2.1.2.2. Angiogênese 17 A angiogênese é etapa fundamental do processo de cicatrização, na qual novos vasos sanguíneos são formados a partir de vasos preexistentes. Os novos vasos participam da formação do tecido de granulação provisório e suprem de nutrientes e de oxigênio o tecido em crescimento. De forma diferencial, a vasculogênese refere- se aos primeiros estádios do desenvolvimento vascular, durante o qual as células precursoras do endotélio vascular sofrem diferenciação, expansão e coalescência para formar a rede de túbulos primitivos do organismo. Em um organismo adulto, sob condições normais, a angiogênese só ocorre no ciclo reprodutivo das fêmeas (no útero, com a formação do endométrio, e nos ovários, na formação do corpo lúteo). Dessa forma, a rede vascular se mantém quiescente, porém apresentando a capacidade de iniciar a angiogênese, principalmente durante a cicatrização. Em resposta à lesão tecidual, a angiogênese é processo dinâmico, finamente regulado por sinais presentes tanto no soro quanto na matriz extracelular local. Durante o processo cicatricial, a formação de novos vasos sanguíneos torna-se necessária para a formação do novo tecido de granulação, correspondendo as células dos vasos sanguíneos a cerca de 60% do tecido de reparo. A angiogênese ocorre na matriz extracelular do leito da ferida com a migração e estimulação mitogênica das células endoteliais. A indução da angiogênese foi inicialmente atribuída ao FGF ácido ou básico. Subsequentemente, muitas outras moléculas foram identificadas, como angiogênicas, incluindo o VEGF, TGF-β, angiogenina, angiotropina e angiopoetina e Baixa tensão de oxigênio e elevados níveis de ácido lático e aminas bioativas também podem estimular a angiogênese. Muitas dessas moléculas são proteínas e parecem induzir a angiogênese de forma indireta, estimulando a produção de FGF ácido ou básico e VEGF por macrófagos e células endoteliais, indutores diretos da angiogênese. 2.1.2.3. Matriz extracelular Para que ocorra a migração das células endoteliais e o desenvolvimento de novos capilares de estrutura tubular há dependência não só das células e citocinas presentes, mas também de uma produção e organização dos componentes da matriz extracelular, incluindo fibronectina, colágeno, vibronectina, tenascina e laminina, tanto no tecido de granulação quanto na membrana endotelial basal. A 18 matriz extracelular é importante para o crescimento e manutenção normal dos vasos, pois, além de agir como “plataforma” que dá suporte à migração celular, age também como reservatório e modulador da liberação de fatores de crescimento, como o FGF2 e o TGF-β.30 A proliferação das células endoteliais adjacentes e dentro da ferida leva à deposição, de forma transitória, de grandes quantidades de fibronectina na parede do vaso. Assim, a angiogênese requer a expressão de receptores para fibronectina pelas células endoteliais, organizando a fibronectina como um canal, de modo a permitir o movimento das células endoteliais. Expressão e atividade de proteases também são necessárias à angiogênese, principalmente na fase de remodelagem. 2.1.3. Fase de remodelagem Nessa fase do processo de cicatrização ocorre uma tentativa de recuperação da estrutura tecidual normal. É fase marcada por maturação dos elementos e alterações na matriz extracelular, ocorrendo o depósito de proteoglicanas e colágeno. Em fase mais tardia, os fibroblastos do tecido de granulação transformamse em miofibroblastos comportando-se como um tecido contrátil responsivo aos agonistas que estimulam o músculo liso. Ocorre, concomitantemente, reorganização da matriz extracelular, que se transforma de provisória em definitiva, cuja intensidade fenotípica, observada nas cicatrizes, reflete a intensidade dos fenômenos que ocorreram, bem como o grau de equilíbrio ou desequilíbrio entre eles. Com o decorrer do processo de maturação e remodelagem, a maioria dos vasos, fibroblastos e células inflamatórias desaparece do local da ferida mediante processos de emigração, apoptose ou outros mecanismos desconhecidos de morte celular. Esse fato leva à formação de cicatriz com reduzido número de células. Por outro lado, se persistir a celularidade no local, ocorrerá a formação de cicatrizes hipertróficas ou queloides. As principais citocinas envolvidas nessa fase são: fator de necrose tumoral (TNF-α),interleucina (IL-1), PDGF e TGF-β produzidas pelos fibroblastos, além das produzidas pelas células epiteliais como EGF e TGF-b. A reepitelização, que é o recobrimento da ferida por novo epitélio e consiste tanto na migração quanto na proliferação dos queratinócitos a partir da periferia da lesão, também ocorre durante a fase proliferativa. Esses eventos são regulados por três principais agentes: fatores de crescimento, integrinas e 19 metaloproteases. Durante a fase inflamatória a liberação de fatores de crescimento por plasma, fibroblastos e macrófagos/neutrófilos ativa os queratinócitos localizados nas margens e no interior do leito da ferida. Dentre os fatores de crescimento destacam-se o PDGF, que induz a proliferação de fibroblastos com consequente produção da matriz extracelular durante a contração da ferida e reorganização da matriz, o KGF7, que é considerado o principal regulador da proliferação dos queratinócitos, assim como o TGF-β, principal responsável pelo estímulo inicial da migração das células epiteliais. A ativação de receptores de integrinas pelos queratinócitos permite a interação com uma variedade de proteínas da matriz extracelular na margem e no leito da ferida. Por outro lado, a expressão e ativação de metaloproteases promovem a degradação e modificação das proteínas da matriz extracelular no sítio da ferida, facilitando a migração celular. A própria atividade proteolítica dessas enzimas pode liberar fatores de crescimento ligados à matriz extracelular, de forma a manter constante o estímulo à proliferação e migração dos queratinócitos, acelerando o processo de reepitelização. 2.2. Tipos de cicatrização A maneira pela qual uma ferida é fechada ou " deixada" fechar é essencial para o processo de cicatrização. Existem três formas pelas quais uma ferida pode cicatrizar que dependem da quantidade de tecido perdido ou danificado e da presença ou não de infecção, são elas: 2.2.1. Primeira intenção (União primária) este tipo de cicatrização ocorre quando as bordas da ferida são apostas ou aproximadas, havendo perda mínima de tecido, ausência de infecção e edema mínimo. Quando as feridas cicatrizam-se por primeira intenção, a formação de tecido de granulação não é visível. 2.2.2. Segunda intenção (Granulação) - Neste tipo de cicatrização ocorre perda excessiva de tecido e presença de infecção. O processo de reparo, neste caso, é mais complicado e demorado. Esse método de reparo é também denominado cicatrização por granulação, pois no abscesso formam-se brotos minúsculos chamados granulações. 20 2.2.3. Terceira intenção (Sutura secundária) - caso uma ferida não tenha sido suturada inicialmente ou as suras se romperam e a ferida tem que ser novamente suturada. Isso é feito pelo cirurgião que, após a drenagem do material, promove a aproximação das bordas. 2.3. Fatores que influenciam a cicatrização das feridas Perfusão de Tecidos e Oxigenação doenças que alteram o fluxo sanguíneo normal, podem afetar a distribuição dos nutrientes das células, assim como a dos componentes do sistema imune do corpo. Essas condições prejudicam a capacidade do organismo em transportar células de defesa e antibióticos administrados, o que dificulta o processo de cicatrização. O fumo reduz a hemoglobina funcional e leva à disfunção pulmonar o que reduz a aporte de oxigênio para as células e dificulta a cura da ferida. 2.3.1. Localização da Ferida Feridas em áreas mais vascularizadas e em áreas de menor mobilidade e tensão cicatrizam mais rapidamente do aquelas em áreas menos irrigadas ou áreas de tensão ou mobilidade (como cotovelos, nádegas, joelhos). 2.3.2. Corpo Estranho na Ferida Implantes de silicone, válvulas cardíacas artificiais, material de curativo ou qualquer outro corpo estranho pode retardar o processo de cicatrização, por serem inertes. 2.3.3. Medicamentos Os corticosteróides, os quimioterápicos e os radioterápicos podem reduzir a cicatrização de feridas, pois diminuem a resposta imune normal à lesão. Eles podem interferir na síntese protéica ou divisão celular, agindo, diretamente na produção de colágeno. Além disso podem tornar a cicatriz mais frágil, aumentando a atividade da colagenase. Deve-se também evitar o uso de antimicrobianos nas feridas. 2.3.4. Nutrição Uma deficiência nutricional pode dificultar a cicatrização, pois deprime o sistema imune e diminui a qualidade e a síntese de tecido de reparação. As carências de 21 proteína e de vitamina C são as mais importantes pois afetam diretamente a síntese do colágeno. 2.3.5. Hemorragia O acúmulo de sangue propicia o acúmulo de células mortas que precisam ser removidas, bem como o surgimento de hematomas e isquemia. Isso provoca dor e lentifica o processo de cicatrização. 2.3.6. Edema e Obstrução Linfática Dificultam a cicatrização pois diminuem o fluxo sangüíneo e o metabolismo do tecido, facilitando o acúmulo de catabólitos e produzindo inflamação. 2.3.7. Infecção A infecção é definida como uma concentração bacteriana superior a 105. Colonização da ferida não deve ser confundida com infecção. A colonização ocorre quando a ferida é mantida livre de tecido necrótico e/ ou material estranho e é controlada pela ação de neutrófilos e macrófagos. Já a infecção ocorre quando há uma alta concentração bacteriana, tecido local comprometido (escara, necrose ou corpo estranho) é comprometimento generalizado do paciente. 2.3.8. Idade do Paciente O envelhecimento torna os tecidos menos elásticos e menos resistentes o que dificulta a cura de uma ferida. 2.3.9. Hiperatividade do Paciente A hiperatividade dificulta a aproximação das bordas da ferida. O repouso favorece a cicatrização. 3. Parasitose Os parasitas são seres vivos que retiram de outros organismos os recursos necessários para a sua sobrevivência. Eles são considerados agressores, pois 22 prejudicam o organismo hospedeiro através do parasitismo. O parasita pode viver muitos anos em seu hospedeiro sem lhe causar grandes malefícios, ou seja, sem prejudicar suas funções vitais. Entretanto, alguns deles podem até levar o organismo à morte, neste caso, porém, o parasita sucumbirá junto com seu hospedeiro, uma vez que, era através dele, que ele se beneficiava unilateralmente. Dentre as diferentes espécies de parasitas, existem os parasitas facultativos, que são assim chamados por não necessitarem unicamente de um hospedeiro para sobreviver. Esta espécie é capaz de sobreviver tanto dentro (na forma parasita) quanto fora (vida livre) de outro organismo vivo. É o caso das larvas de moscas que podem desenvolver-se tanto em feridas necrosadas (como parasitas) ou em matéria orgânica em estado de decomposição (como larvas de vida livre). O parasita é capaz de se reproduzir disseminando seus ovos, e estes, costumam infectar outros hospedeiros, dos quais eles retirarão seus meios de sobrevivência através do parasitismo. 3.1. Transmissão de parasitas Eles podem ser transmitidos entre os seres humanos através do contato pessoal ou do uso de objetos pessoais. Podem também ser transmitidos através da água, alimentos, mãos sem a devida higienização, poeira, através do solo contaminado por larvas, por hospedeiros intermediários (moluscos) e por muitos outros meios. 3.2. Os seres que parasitam o homem são divididos em cinco filos: Protozoa: composto por seres unicelulares e microscópicos (ex: giárdia, trichomonas, etc). Platyhelminthes: vermes de forma achatada (ex: taenia solium e saginata). Nematoda: vermes de forma arredondada (ex: ascaris lumbricoides, causadora da ascaridíase). Acantocephala: vermes de forma arredondada com pseudo-segmentação. Arthropoda: formado por insetos, ácaros em geral (ex: aracnídeos, insetos). 3.3. Endoparasitas 23 Em ecologia, chamam-se endoparasitas aosparasitas que vivem no interior do corpo do hospedeiro, como é o caso de muitas bactérias, das tênias e nematelmintos. Invadem o corpo do hospedeiro para alimentar-se ou procriar. 3.4. Ectoparasita Também chamado de exoparasita é uma classificação de parasitas do ponto de vista da repartição topográfica no corpo dos hospedeiros. São designados por ectoparasitas ou parasitas externos os tipos de parasitas que se instalam foram do corpo do hospedeiro 3.4.1. Pediculose (piolho) Quando uma criança (ou adulto) tem prurido (coceira) intenso na cabeça, é sinal que ela pode estar com piolhos – ou pediculose do couro cabeludo. A pediculose pode ser confirmada pela presença de lêndeas ou piolhos no couro cabeludo. As lêndeas são os ovos dos piolhos – aqueles pontinhos brancos que ficam agarrados aos fios dos cabelos. Já o piolho é o parasita, aqueles bichinhos pretos que ficam caminhando pelo couro cabeludo. Quando a criança está infestada de piolhos, a coceira é tão intensa que pode provocar pequenos ferimentos na cabeça. Por isso, é preciso retirar as lêndeas com pente fino, pois os medicamentos só matam os piolhos. Se as lêndeas continuarem nos cabelos, a criança voltará a ter piolhos. A transmissão da infecção se dá através de contato direto (inclusive relação sexual) ou indireto (escovas de cabelo, roupas etc). No caso das roupas, estamos nos referindo também à pediculose do corpo e na relação sexual, à pediculose pubiana. 3.4.1.1. Sintomas Na pediculose da cabeça, além do prurido intenso, podemos visualizar o parasita e seus ovos (lêndeas) no couro cabeludo do indivíduo acometido. Na pediculose do corpo encontramos escoriações, pápulas (“bolinhas”), pequenas manchas hemorrágicas e pigmentação, principalmente no tronco e na região glútea e abdome. Na pediculose pubiana (“chato” pois o parasita responsável tem forma achatada) são encontradas manchas violáceas, escoriações e crostas hemorrágicas, além do prurido intenso. Pode ocorrer também infecção secundária nesta região. Pode 24 ocorrer infecção secundária, em qualquer região. Na pediculose do couro cabeludo, é comum o aparecimento de linfonodomegalia (ínguas) atrás das orelhas e nuca. 3.4.1.2. Tratamento No tratamento da pediculose são utilizados, em geral, os mesmos medicamentos tópicos usados na escabiose (“sarna”). É fundamental o tratamento dos familiares ou comunicantes do doente. Raramente é necessário o corte de cabelos de crianças acometidas. 3.4.1.3. Prevenção Para prevenir a pediculose, o ideal é evitar o compartilhamento de roupas, toalhas, acessórios de cabelo e outros objetos de uso pessoal, bem como evitar o contato direto com pacientes infectados. O Phthirus pubis é um piolho de mais ou menos 1 mm de diâmetro, com o formato parecido com um caranguejo, daí o seu outro apelido: piolho-caranguejo. Ele é transluzente, sendo muito difícil de ser identificado a olho nu, a não ser que tenha se alimentado há pouco tempo, estando cheio de sangue, como na imagem abaixo. 3.4.2. Chato Apesar de afetar preferencialmente a região púbica, o piolho-do-púbis pode estar presente em outras áreas com pelos no corpo, como axilas, barba, cílios e sobrancelhas. O Pthirus pubis não costuma afetar áreas que não são cobertas por pelos. O tempo de vida da fêmea deste piolho é de 4 semanas, período em que chega a pôr cerca de 30 ovos (lêndeas). Cada ovo demora em torno de 1 semana para eclodir e dar vida a novos piolhos. 3.4.3. Transmissão A pediculose pubiana é considerada uma doença sexualmente transmissível (DST). Como a sua transmissão é feita através de contato direto entre pelos pubianos durante o ato sexual, o uso de camisinha não impede a transmissão, pois o mesmo só recobre o pênis, deixando toda a região púbica exposta (leia: CAMISINHA | Eficácia e instruções de uso). O chato pode ser transmitido de outras formas que 25 não a via sexual, mas é bem menso comum. Casos de transmissão não sexual podem ocorrer entre pessoas que partilham objetos contaminados, como toalhas, roupas e roupa de cama. O Pthirus pubis não pula e não voa. Para haver transmissão é preciso contato intimo entre as regiões púbicas para que o piolho consiga passar de um pelo para outro. O piolho-do-púbis não infesta cães, gatos ou outros animais peludos, não sendo estes, portanto, focos de transmissão da doença. 3.4.4. Sintomas da pediculose pubiana Os sintomas do chato costumam surgir uma semana após o contágio. O principal sintoma é uma intensa coceira na região púbica. Uma sensação de queimação nesta região também é comum. Se o piolho estiver presente em outras áreas do corpo, elas também vão coçar. A coceira é mais intensa durante a noite e o ato de coçar freneticamente pode provocar feridas na pele. Alguns pacientes podem também ter linfonodos aumentados na região das virilhas. Pequenas manchas escuras de 0,5 a 1 cm podem surgir em pessoas com intensa e prolongada infestação. Elas ocorrem por reação da pele à saliva do pilho, que contém substâncias anticoagulantes. Alguns pacientes podem também ter linfonodos aumentados na região das virilhas. 3.4.5. Tratamento do chato A pediculose púbica pode ser tratada com medicamentos semelhantes aos usados no tratamento do piolho de cabeça. Como o Pthirus pubis é um inseto, o seu tratamento é feito com loções que contenham inseticidas aptos para serem usados na pele humana, como a Permetrina ou a Piretrina. Habitualmente, o creme ou a loção são aplicados em áreas de pelos e enxaguados após 10 minutos. Deve-se evitar contato dos inseticidas com mucosas, como a glande ou vagina. Assim como nos piolhos da cabeça, o piolho-do-púbis e suas lêndeas podem ser removidos manualmente. A Ivermectina por via oral pode ser uma alternativa de tratamento, caso as loções não surtam o efeito desejado. Roupas e toalhas devem ser lavadas com água quente, para evitar a transmissão para outras pessoas ou recontaminação do paciente. 26 3.5. Escabiose (ou Sarna) A escabiose (ou sarna) é uma doença contagiosa causada pelo ácaro Sarcoptes scabie variedade hominis, transmitida pelo contato direto com uma pessoa infectada. Ocorre em ambos os sexos, em qualquer faixa etária, independentemente da raça ou de hábitos de higiene pessoal. O Sarcoptes scabie é um parasita exclusivo da pele do homem, e que sobrevive poucas horas quando está fora dela. A fêmea fecundada penetra na epiderme e elimina cerca de 40 a 50 ovos, morrendo em seguida. O ciclo biológico do ovo até sua forma adulta demora cerca de 15 dias, daí a importância de repetir o tratamento depois de 7 a 15 dias. 3.5.1. Sintomas Geralmente, 3 a 4 dias após o contato com o ácaro, surgem pápulas (“bolinhas”), às vezes com pequenas bolhas de água e que coçam muito, localizadas nos punhos, entre os dedos, mamilos, axilas, abdômen, nádegas e genitália. Nas crianças pode acometer o couro cabeludo, palmas das mãos e plantas dos pés. O prurido (coceira) é mais intenso à noite, provocando arranhões que podem infectar. 3.5.2. Diagnóstico O diagnóstico é feito com base na história de coceira noturna, associada a lesões cutâneas presentes nos locais sugestivos. Em geral, há mais de um caso no ambiente residencial. O diagnóstico é clínico, mas se necessário, poderá ser feita uma confirmação laboratorial pelo achado do ácaro, em material coletado da pele do paciente, examinado ao microscópio. 3.5.3. Tratamentos Há vários medicamentos de uso tópico que podem ser utilizados no tratamento da escabiose. As soluções escabicidas devem ser aplicadas em todo o corpo, por 2 ou 3 noites seguidas. Existe também a possibilidade do tratamento incluir o uso de drogas sistêmicas. Antes de iniciar o tratamento, deve ser feito um levantamento de todos os membros da casa, avaliando e tratando os que estão acometidos, e evitando assim, a permanência de contágio entre familiares.As roupas devem ser 27 trocadas e lavadas diariamente. Os sabonetes escabicidas não costumam ser eficazes e produzem, em diversos casos, reações alérgicas que pioram o quadro. Gestantes e lactantes não devem utilizar os mesmos medicamentos que as outras pessoas acometidas pela escabiose. 3.6. Tungíase Vulgarmente conhecida como bicho-de-pé, trata-se de uma dermatozoonose causada pelo parasita Tunga penetrans, uma pulga que habita locais secos e arenosos, sendo comumente encontrada na zona rural, chiqueiro e currais. Este ectoparasita é mais comum em países subdesenvolvidos, como África, Índia, Caribe e Américas do Sul e Central, uma vez eu está intimamente relacionada à pobreza. Pesquisas apontam que condições precárias de habitação, baixa escolaridade, presença de animais e o baixo nível socioeconômico são os principais fatores associados à tungíase. A transmissão ocorre pelo contato direto com o solo contaminado. A fêmea grávida penetra na pele do hospedeiro (os principais são o homem e o suíno) e começa a se alimentar do sangue deste. Por conseguinte, há o desenvolvimento dos ovos e posterior eliminação dos mesmos no solo. Esta parasitose leva ao surgimento de lesões elevadas, circulares e amareladas, que apresentam um ponto escuro em seu centro, que consiste no último segmento abdominal da T. penetrans. A irritação resultante da penetração da pulga na pele leva a prurido, dor e produção de pus. O local por onde o parasita penetra deixa uma porta de entrada para outros agentes patogênicos, sendo comum, portanto, a ocorrência de infecção secundária. Outras complicações incluem deformidades dos dígitos e perda das unhas dos dedos acometidos e gangrena. Os pés são a região do corpo mais afetada, principalmente na parte plantar, calcanhar e ao redor das unhas. O diagnóstico é feito com base no quadro e histórico clínico. 3.6.1. Tratamento O padrão, até o momento, é a remoção da pulga com uma agulha estéril, com posterior aplicação de um antibiótico tópico. Caso a retirada do parasita não seja feita sob as condições de higiene adequadas, pode haver mais danos do que benefícios. Contudo, em áreas endêmicas, a remoção das pulgas não é uma terapia viável em muitos casos. Estudos demonstraram que a aplicação de repelentes 28 à base de óleo de coco é altamente eficaz tanto na regressão da patologia clínica de indivíduos severamente acometidos pela T.penetrans, quanto para a prevenção de uma reinfestação. 3.6.2. Controle e prevenção É necessário o empenho de gestores públicos com relação à aplicação de ações de controle e monitoramento das condições sanitárias da população, associado a melhorias na educação, do trabalho e da infraestrutura urbana em comunidades mais carentes. 4. Musculatura da face O músculo é feito, basicamente, de ventre e tendão. O ventre muscular (tecido muscular) é a parte cárnea, contrátil que em repouso apresenta um certo grau de contração reflexa, que é o tono muscular. O tendão (tecido conjuntivo denso modelado) é a parte que se liga ao osso, não contrátil e muito resistente. O músculo está preso em duas extremidades. Uma das extremidades é fixa (origem) e a outra é verdadeiramente móvel (inserção) Suas funções são geralmente indicadas pelos seus próprios nomes, que revelam o movimento que fazem. Os de maior interesse para a odontologia são os peribucais, aqueles que circunscrevem a rima da boca. Apesar de sua designação de caráter funcional, as funções mais importantes dos músculos da expressão facial relacionam-se com a alimentação, mastigação, fonação e piscar de olhos. 4.1. Resumo dos músculos da expressão facial Músculo Origem Inserção Função Orbicular da boca Quase todo cutâneo; fóveas incisivas da Pele e mucosa dos lábios; septo nasal Comprime os lábios contra os dentes; 29 maxila e mandíbula fecha a boca; protraí os lábios Levantador do lábio superior Margem infra-orbital Lábio superior Levanta o lábio superior Levantador do lábio superior e asa do nariz Processo frontal da maxila Asa do nariz e lábio superior Asa do nariz e lábio superior levanta o lábio superior e a asa do nariz (dilata a narina) Zigomático menor Osso zigomático Lábio superior Levanta o lábio superior Levantador do ângulo da boca Fossa canina da maxila Ângulo da boca Levanta o ângulo da boca Zigomático maior Osso zigomático Ângulo da boca Levanta e retrai o ângulo da boca Risório Pele da bochecha e fáscia massetérica Ângulo da boca Retrai o ângulo da boca Bucinador Processos alveolares da maxila e da mandíbula na região molar; ligamento pterigomandibular Ângulo da boca Distende a bochecha e a comprime de encontro aos dentes; retrai o ângulo da boca Abaixador do ângulo da boca Base da mandíbula (região molar ao tubérculo mentoniano) Ângulo da boca Abaixa o ângulo da boca Abaixador do lábio inferior Base da mandíbula, acima da origem do depressor do ângulo da boca Lábio inferior Abaixa o lábio inferior Mentoniano Fossa mentoniana acima do tubérculo mentoniano Pele do mento Enruga a pele do mento; everte o lábio inferior Platisma Base da mandíbula Pele do pescoço Enruga a pele do pescoço Orbicular do olho Quase todo cutâneo; ligamentos palpebrais; lacrimal Pálpebras e pele periorbital Fecha as pálpebras e a comprime contra o olho 30 e maxila Occipitofrontal Aponeurose epicraniana Pele do supercílio; região occipital Puxa a pele da fronte para cima Prócero Osso nasal Pele da glabela Puxa a pele da glabela para baixo Corrugador do supercílio Margem supra- orbital do frontal Pele da extremidade lateral do supercílio Puxa a superfície medialmente Nasal Eminência narina Dorso do nariz Comprime a narina (parte transversa); dilata a narina (parte alar) 4.2. Músculos da Mastigação São considerados quatro músculos pertencentes ao grupo da mastigação. TRES ELEVADORES (masseter, temporal e pterigoideo medial) e UM PROTRUSOR (pterigoideo lateral). Os músculos da mastigação recebem a inervação do nervo TRIGÊMIO, através de sua raiz motora, o nervo mandibular. Os ramos que chegam aos músculos recebem um nome equivalente ao do próprio músculo: nervo massetérico, nervos temporais profundos, nervo pterigoideo medial e nervo pterigoideo lateral. 31 4.3. Músculo Masseter: Retangular, espesso, forte, totalmente recoberto pela fáscia massetérica. Parte Superficial: Origem na margem inferior do osso zigomático, estendendo-se atrás até a metade do arco zigomático (sutura zigomático-temporal). Inserção na face lateral do ramo da mandíbula Parte Profunda: Origina-se da margem inferior e face medial do arco zigomático e se insere na tuberosidade massetérica. Na movimentação da boca o masseter é o músculo que ELEVA a mandíbula com maior potência. Por sua parte superficial a mandíbula sobe, já a parte profunda age principalmente na manutenção da oclusão forçada por longos períodos. 4.4. Músculo Temporal: Coberto pela densa fáscia temporal. Origem no soalho da fossa temporal e superfície medial da fáscia temporal e inserção no processo coronóide da mandíbula. Mesmo sendo grande e potente, o Temporal é mais um músculo de MOVIMENTO do que de força (falar e fechar rapidamente a boca). O músculo temporal ELEVA a mandíbula (fibras da porção anterior). A porção posterior é essencialmente retrusora da mandíbula. Tal como o masseter, mas em menor proporção, o temporal pode ser acometido por trismo. 4.5. Músculo Pterigoideo Medial: Apresenta, apesar de menor, as mesmas características do masseter, é retangular, insere-se no ramo da mandíbula, é um músculo de FORÇA. Na sua inserção (face medial da região do ângulo da mandíbula) é ELEVADOR da mandíbula (o pterigoideo a descola ligeiramente para frente). O pterigoideo medialtem origem na fossa pterigoidea (entre as lâminas do processo pterigoideo). 32 4.6. Músculo Pterigoideo Lateral É o mais curto dos músculos da mastigação, o único que se dispõe horizontalmente e o único que se relaciona com a articulação temporomandibular. Por isso mesmo realiza movimentos mandibulares que os outros três não realizam. Sua origem é nas paredes lateral e superior da fossa infra temporal. Ele possui duas cabeças de origem: Inferior = face lateral da lâmina lateral do processo pterigoideo do osso esfenoide Superior = asa maior do esfenoide. Como as cabeças se fundem, a sua inserção se dá na fóvea pterigoidea do colo da mandíbula. Está relacionado á movimentos de PROTRUSÃO. 4.7. Músculos Supra-Hioideos: Compõe um grupo de músculos pares que unem o osso hioideo ao crânio. Com exceção do estilo-hioideo, todos se ligam à mandíbula. Movimentam o hioideo, mas se este osso estiver imobilizado, eles são capazes de movimentar a mandíbula. São considerados ABAIXADORES e RETRUSORES da mandíbula, mas colaboram na mastigação.[/box] 4.8. Músculo Digástrico: Possui dois ventres carnosos unidos por um tendão comum. A origem é na área mastoidea do temporal e inserção na fóvea digástrica. O músculo ao se contrair TRACIONA a mandíbula para trás, contribuindo assim em sinergismo com o pterigoideo lateral para o ABAIXAMENTO. 4.9. Músculo Estilo-hioideo: Origem no processo estiloide e inserção no hioide. O estilo-hioideo PUXA o hioide para trás e para cima ou pode fixa-lo quando atua em conjunto com os músculos infra-hioideos. 4.10. Músculo Milo-hioideo: Os dois (direito – esquerdo) formam o soalho muscular da boca. Tem a origem na linha milo-hioidea e inserção na rafe milo-hioidea. Tem função de ELEVAR o soalho da boca e com ele a língua e o hioide. 33 4.11. Músculo Genio-hioideo: Acima dele, está em contato o músculo genioglosso. Origem na espinha mentoniana e inserção no corpo do hioide. Tem função de REDUÇÃO e ELEVAÇÃO do soalho da boca. 4.12. Músculos Infra-hioideos: Consiste um grupo de quatro músculos em forma de fita colocados entre o osso hioideo e o tórax. 5. Distúrbio de Pigmentações Pigmento é a designação dada para a substância que possue cor própria e que têm origem, composição química e significado biológico diversos. Pigmentação é o processo de formação ou acúmulo, normal ou patológico, de pigmentos em certos locais do organismo. As pigmentações são divididas em duas classes: 5.1. Pigmentações Exógena: A pigmentação exógena é formada por pigmentos de origem externa ao corpo. E estes podem penetrar no organismo juntamente com o ar inspirado, com alimentos deglutidos ou até mesmo por via parenteral: injeções e tatuagens. Os pigmentos se depositam em geral nos pontos dos primeiros contatos com a mucosa ou pele, podendo ali ficar ou ser eliminados com também transportados para outros locais através da circulação sanguínea e linfática, ou por macrófagos 5.2. Pigmentação Endógena: A patologia é que causará a pigmentação. Sendo ainda divididas em Hemáticas e Melânicas. PIGMENTAÇÃO EXÓGENA: Pigmentação por pigmentos de origem externa ao corpo. Esses pigmentos podem penetrar no organismo juntamente com o ar inspirado, com alimentos deglutidos ou até mesmo por via parenteral (injeções e tatuagens). Os pigmentos se depositam em geral nos pontos dos primeiros contatos com a mucosa ou pele, podendo ali ficar ou ser eliminados/transportados para outros locais como a circulação sanguínea e linfática, ou por macrófagos. A pigmentação exógena pode ser dividida nos seguintes tipos: 5.2.1. Antracose: São pigmentações por sais de carbono. Dos pigmentos inalados o mais frequente é a poeira do carvão. A antracose é 34 encontrado nos fumantes e em todos os invidíduos, principalmente adultos e idosos, moradores das grandes cidades que são expostos a um grau de poluição. Sendo comum sua passagem por vias aéreas chegando aos alvéolos, os pigmentos são fagocitados pelos macrófagos alveolares, transportados através dos vasos linfáticos aos linfonodos regionais. O acúmulo de pigmentos que não são lisados, produz uma coloração negra nas partes afetadas, sob formas de manchas irregulares no parênquima do pulmão. A antracose em si, não gera grandes problemas, mas sua evolução pode originar disfunções pulmonares graves, principalmente em trabalhadores que estão expostos à poeira do carvão frequentemente. 5.2.2. Antracose no pulmão cor varia do amarelo-escuro ao negro. Siderose: Pigmentação por óxido de ferro. Atinge o pulmão por inalação de partículas de ferro. Atingem principalmente trabalhadores de mineradoras de hematita, soldadoras e trabalhadores que manipulam pigmentos com óxido de ferro. 5.2.3. Argíria: São pigmentações por sais de prata nos tecidos. Geralmente é oriunda por contaminação sistêmica por medicação, manifestando-se na pele e na mucosa bucal. Cor: acinzentada e azul- escuro, e enegrecida se a prata sofrer redução. Depósito granular de prata na membrana basal. Na erigira, a pele afetada tem cor cinza-azulada 5.2.4. Bismuto: Atualmente é raro de ser visto, sendo comum na terapia para sífilis. Cor: Enegrecida. 5.2.5. Tatuagem: É uma forma de pigmentação exógena usualmente limitada à pele, na qual resulta da introdução de pigmentos insolúveis na derme, acidental ou propositalmente. As tatuagens são permanentes ou transitórias, conforme o pigmento seja introduzido na derme ou no estrato córneo da epiderme. É feita por sais de enxofre, mercúrio, ferro e entre outros corantes. A cor varia do tipo de pigmento presente. 5.2.6. Saturnismo: Contaminação por sais de chumbo. Cor: azulada ou negra dependendo da profundidade do tecido onde se encontra. 5.2.7. Tatuagem por Amálgama: áreas de coloração azulada na mucosa bucal, decorrente da introdução de partículas de amálgama na mucosa. 35 Essa introdução pode ser feita devido uma lesão na mucosa no lugar da restauração no momento da introdução do amálgama na cavidade. 5.3. Pigmentação endógena: É a pigmentação produzidas pelo próprio organismo. A pigmentação endógena pode ser dividida em dois grupos: Pigmentos hemáticos, produzidos a partir da degradação da hemoglobina, e pigmentos melânicos, oriundos da melanina. 5.3.1. Pimentos hemáticos: Esses pigmentos se originam da hemoglobina, proteínas compostas por quatro cadeias polipeptidicas e quatro grupos heme com ferro no estado ferroso (Fe++). Sua porção protéica é chamada de globina, constituída de duas cadeias alfas e duas betas. A lise dessa estrutura origina os pigmentos denominados hemossiderina e bilirrubina. 5.3.2. Hemossiderina: É uma espécie de armazenagem de íons de ferro cristalizado. Esse se acumula nas células, principalmente no retículo endotelial. É originado da lise das hemácias e representa uma das duas principais formas de armazenamento intracelular de ferro, e a outra é a ferritina.A depósição excessiva de hemossiderina no tecido pode ser localizada ou sistêmica. 5.3.3. Hemossiderose localizada: Logo após um traumatismo, a hemorragia é vista como uma área vermelho azulada, ou negro-azulada, devido a presença de hemoglobina desoxigenada. Com o início da degradação da hemoglobina e a formação de biliverdida e bilirrubina, a pele adquiri tonalidade verde-azulada a amarelada, e finalmente com a formação de hemossiderina, cor ferruginosa ou amarelo-dourado. 5.3.4. Hemossiderose sistêmica: ocorre em consequência do aumento da absorção intestinal do ferro, observado especialmente nas anemias hemolíticas e após transfusões de sangue repetidas. 5.3.5. Porfirinas: pigmento originado semelhante a hemossiderina, sendo encontrado mais na urina em pequenas quantidades. Quando ocorre o aumento destes pode ocasionar doenças chamadas porfirias. 5.3.6. Bilirrubina (Bb): Formação: Aproximadamente 80% da Bb provém da hemoglobina livre resultantede destruição das hemácias senescentes (velhas) pelos macrófagos no baço, fígado, medula óssea. Para que a Bb 36 possa ser liberada a partir da hemoglobina, é necessário que a fração Heme seja separa da fração proteica (globina). Em seguida abre-se o anel porfirínico do heme, resultando na formação de biliverdina, ferro e monóxido de carbono. A biliverdina é reduzida em bilirrubina por meio da ação da enzima biliverdina redutase. Transporte: A Bb é lançada na circulação sob forma insolúvel, sendo denominada bilirrubina não- conjugada. Por ser insolúvel em soluções aquosas, a Bb não conjugada não pode ser eliminada facilmente. Seu metabolismo depende da conjugação com o ácido glicurônico nos hepatócitos, formando-se compostos hidrossolúveis que facilitam sua excreção. Cerca de 91% da Bb do plasma são transportadas para o fígado através da albumina. Nos hepatócitos contém o Complexo Citocromo -P450 que fazem a biotransformação da bilirrubina. A biotransformação é um conjunto de reações orgânicas que tem como objetivo ajudar na eliminação da Bb. Contém duas fases: Fase I: Conjunto de reações orgânicas cujo o objetivo é modificar a estrutura da molécula, alterando sua atividade. (Relação estrutura/atividade: Se mudar a estrutura da molécula, a atividade também se altera.) Ex.: reação de adição, substituição, hidroxilação, descaboxilação. Fase II: São reações de conjugação responsáveis por aumentar a hidrossubilidade de uma substância facilitando sua eliminação. Então, a Bb só irá sair do fígado e ir para a circulação para ser eliminada na urina depois que sobrer biotransformação. Se essa Bb não for biotransformada e houver um aumento na sua quantidade, provocará um sinal clínico chamado de icterícia ocasionado pela deposição desta na pele, nas mucosas e nos diversos tecidos e órgãos, nos quais vão produzirdiversas colorações que vai do amarelo ao negro, passando por várias tonalidades de verdes. 37 5.3.7. Hematoidina: Pigmentos de coloração mais amarelada que a hemossiderina, não possui ferro semelhante a Bb, formando-se em locais com pouco oxigênio. 5.4. Pigmentos melânicos: produzido por melanoblasto, a melanina tem cor castanho-enegracida, sendo responsável pela coloração das mucosas, pele, globo ocular, neurônios, cabelos, e etc. O processo de síntese da melanina é controlado por hormônios, principalmente da hipófise e da supra renal e pelos hormônios sexuais. Caso haja uma disfunção nessas glândulas pode gerar uma alteração na produção de melaninca causando um aumento generalizado, ou uma exposição aos raios UV. O aumento generalizado dessas pode se manifestar das seguintes formas: Localização heterotrópica de melanoblastos (na camada basal da epiderme), podendo ser planos ou elevados nevus celulares 5.4.1. Melanomas: Manchas escuras de natureza cancerosa. Ocorre o aumento dos melanócitos, nos quais encontram-se totalmente alterados, originando um tumor malígno. 5.4.2. Efélides ou Sardas: hiperpigmentação da membrana basal causada por melanoblastos. 5.4.3. Mancha mongólica: Mancha clara principalmente na região do dorso sacral. 5.5. Diminuição localizada da pigmentação, pode causar: 5.5.1. Vitiligo: causado pela diminuição da quantidade de melanócitos produtores de pigmentos na epiderme, manifestando clinicamente como manchas claras. Vitiligo, doença auto-imune 5.5.2. Albinismo: forma recessiva autossomica, localizada na região do crânio. Os melanócitos encontram-se em número normal mas não produzem pigmentos. 38
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