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CITOLOGIA E EMBRIOLOGIA 4

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Citologia e Embriologia
UNIDADE 4
1
CITOLOGIA E EMBRIOLOGIA
UNIDADE IV
Caro(a) aluno(a), nas unidades anteriores vimos o corpo humano do ponto de vista 
celular, estudando os componentes celulares – desde membrana celular, passando 
pelas organelas até o seu núcleo interfásico – compreendendo assim que a célula 
atua como unidade básica e fundamental dos seres vivos. Nesta unidade, iremos 
estudar do ponto de vista embriológico o corpo humano, entendendo como ocorre o 
desenvolvimento do organismo desde o processo de fertilização até o seu completo 
desenvolvimento.
Veremos inicialmente nesta unidade como ocorre o processo de fecundação, a 
junção do espermatozóide (gameta masculino) com o óvulo (gameta feminino), 
dando origem ao zigoto, que contém informações genéticas provenientes do pai e da 
mãe. Este organismo unicelular (uma célula) é o inicio de todos nós. Esta célula se 
divide progressivamente, e dá origem a um ser multicelular, organizado em sistemas 
complexos. Em seguida, veremos as etapas seguintes à fecundação, desde 
formação do disco embrionário até a formação dos diversos órgãos que constituem 
o corpo humano, entendendo os principais eventos que ocorrem nas primeiras 
semanas de desenvolvimento.
Antes de iniciarmos o conteúdo desta unidade, vamos recapitular um pouco do 
processo da gametogênese para que assim, você consiga compreender melhor 
o processo de gametogênese. Gametogênese é o processo de formação e 
desenvolvimento das células sexuais, os gametas (ou células germinativas), 
preparando-as para a fertilização. Durante esse processo, o número de 
cromossomos é diminuído pela metade, gerando células especializadas, com 
apenas 23 cromossomos (haplóides). Estas células, que inicialmente possuem 46 
cromossomos, passam por divisões meióticas durante o desenvolvimento fetal até a 
puberdade do indivíduo. Nas mulheres este processo é denominado ovogênese, e 
nos homens, espermatogênese.
É importante saber que a fecundação é a sequência complexa de eventos 
moleculares coordenados que se iniciam com o contato entre um espermatozóide 
e um oócito, terminando com o entrelaçamento dos cromossomos maternos 
e paternos na metáfase da primeira divisão mitótica do zigoto. O evento da 
fecundação acontece de maneira organizada dentro da célula, numa sequência 
de fazes específicas que culminam com a formação do zigoto. Esse processo se 
inicia com a passagem do espermatozóide através da corona radiata do ovócito, 
essa ação é permitida graças à ação da hialuronidase, que é liberada a partir do 
acrossoma do espermatozóide. Após sua passagem pela corona radiata, outra 
barreira que o espermatoize encontra é a zona pelúcida, dessa forma, é necessário 
mais uma vez que o acrossoma libere enzimas hidrolíticas que atuem na destruição 
dessa barreira. Dessa vez, a enzima liberada é a acrosina, responsável por formar 
um caminho para o espermatozóide chegar até o oócito. Para compreender melhor 
como ocorre esse processo, é necessária a visualização do vídeo: https://www.
youtube.com/watch?v=vLQJncyroUY (com duração de aproximadamente 6 minutos 
e de visualização obrigatória). Após a passagem do espermatozoide pela zona 
pelúcida e entrando em contanto com o oócito ocorre a fusão das membranas 
2
plasmáticas celulares dessas células, liberando grânulos corticais que leva a 
alterações na zona pelúcida, essa alteração permite que outros espermatozóides 
invadam a zona pelúcida e entrem em contato com o oócito. Você lembra que o 
oócito parou sua divisão celular na metáfase da segunda divisão meiótica? Após 
ocorrer essa fusão como espermatozóide é que a segunda divisão meiótica é 
completada formando um oócito maduro e um segundo corpo polar, o núcleo do 
oócito maduro se torna o pronúcleo feminino. Outra característica importante da 
fecundação é a formação do prónúcleo masculino, onde o núcleo do espermatozóide 
aumenta de tamanho e forma esta estrutura, ocorrendo também a degeneração da 
cauda, concomitantemente a este processo ocorre também a replicação do DNA dos 
pronúcleos masculino e feminino e a fusão destes, culminando com a formação do 
zigoto (a combinação de 23 cromossomos em cada pronúcleo resulta em um zigoto 
com 46 cromossomos). Por fim, ocorre a ruptura das membranas pronucleares, a 
condesação dos cromossomos, o rearranjo dos cromossomos para a divisão celular 
mitótica e a primeira clivagem do zigoto. Observe que o processo de fertilização 
apresenta inúmeros resultados que são de extrema importância para a célula, como 
reativar a divisão celular do oócito secundário, produzindo assim, o segundo corpo 
polar; é responsável por restaurar o número diplóide normal de cromossomos no 
zigoto, proporcionando uma variabilidade genética. A fertilização ainda determina o 
cromossomo sexual do embrião, pois um espermatozóide portador de cromossomo 
sexual X produz um embrião feminino, e um espermatozóide portador do 
cromossomo Y produz um embrião masculino, além de causar a ativação metabólica 
do oócito, que garantirá a clivagem do zigoto. Após abordamos as principais 
características da fecundação, recomendo que você assista ao vídeo que ilustra de 
maneira didática as fases desse processo. O vídeo se encontra no link: 
www.youtube.com/watch?v=lqeVYeSCp2I e tem duração aproximadamente de 2 minutos.
Você percebeu que o principal resultado do processo de fertilização é a formação 
de uma única célula com metade de seus cromossomos oriundos da mãe e a outra 
metade proveniente do pai. Todavia, é necessário que essa nova célula passe por 
sucessivas divisões mitóticas com a finalidade de formar uma massa de células que 
formará posteriormente o embrião.
O processo de sucessivas divisões mitóticas do zigoto é chamado de Clivagem, 
esse processo leva a um rápido aumento no número de células. O zigoto 
primeiramente se divide em duas células, que serão chamadas de blastômeros, 
essas células vão se tornando cada vez menores a cada divisão. A divisão do 
zigoto começa aproximadamente 30 horas após a fecundação. Após o estágio de 
oito células, os blastômeros mudam sua forma e se alinham firmemente uns contra 
os outros, a compactação. A compactação possibilita uma melhor interação entre 
célula-célula e é um pré-requisito para a separação das células internas que formam 
a massa celular interna. Quando há 12 a 32 blastômeros, o concepto passa a ser 
chamado de mórula, a mórula possui células internas, o embrioblasto ou massa 
celular interna, que são envolvidas por uma camada de blastômeros que formam 
o trofoblasto. Para uma melhor compreensão desta divisão, assista ao vídeo com 
duração aproximadamente de 3 minutos: www.youtube.com/watch?v=0ierexWtcLA e 
observe a figura 1 que mostra como essas células se dividem. Vale falar pra você 
que as células trofoblásticas secretam uma proteína imunossupresora, o fator de 
gravidez precoce, que pode ser detectada no soro materno dentro de 24 a 48 horas 
após a implantação.
3
Após a formação da mórula, esta segue em direção ao útero (aproximadamente 
quatro dias após a fecundação), no seu interior, o líquido uterino passa através da 
zona pelúcida para formar um espaço repleto de líquido, a cavidade blastocística. 
Com o aumento do líquido na cavidade, os blastômeros são separados em duas 
partes: o trofoblasto, que são células externas delgadas que dão origem à parte 
embrionária da placenta; e o embrioblasto, que consiste num grupo pequeno de 
blastômeros que será o primórdio do embrião. Logo os espaços se fundem, e 
dão origem a uma só cavidade, denominada cavidade blastocística. A partir deste 
momento, o concepto passa a ser chamado de blastocisto (Fig. 1).
Figura 1: Estágios da clivagem do zigoto e formação do blastocisto (Fonte: http://www.famema.br/
ensino/embriologia/img/primeiras-semanas/primeiras semanas/primeirassemanas2.jpg)
Aproximadamente seis dias após a fecundação, o blastocisto adere ao epitélio 
endometrial, essa adesão ao epitélio, permite que o trofoblasto comece a proliferar 
rapidamente e se diferenciarem duas camadas: o citotrofoblasto – uma camada 
interna de células – e o sinciciotrofoblasto, a camada externa que consiste em uma 
massa multinucleada formada pela fusão das células. Observe os detalhes dessas 
estruturas na figura abaixo (Fig. 2):
4
Figura 2: Adesão do blastocisto ao epitélio endometrial durante os estágios iniciais de sua 
implantação. (Fonte:http://embriologiaufrn.webnode.com.br/news/a2%C2%BA%20semana%20de%20
desenvolvimento%20/) 
Saiba que ao final da primeira semana o blastocisto está superficialmente implantado 
na camada endometrial na parte póstero-superior do útero. O sinciciotrofoblasto 
é altamente invasivo e se adere a partir do pólo embrionário, liberando enzimas 
que induzem a apoptose das células endometriais, possibilitando a implantação do 
blastocisto no endométrio do útero. Esse é responsável pela produção do hormônio 
hCG que mantém a atividade hormonal no corpo lúteo durante a gravidez e forma 
a base para os testes de gravidez. Ao final da primeira semana, uma camada de 
células cubóides, chamadas de hipoblasto, aparece na superfície do embrioblasto, 
com a face voltada para a cavidade blastocística. Vimos acima que a implantação 
do blastocisto começa no final da primeira semana e normalmente ocorre no 
endométrio, em geral, na região superior do corpo do útero. Porém, é apenas na 
segunda semana de desenvolvimento que a implantação do blastocisto se completa. 
Assista ao vídeo com duração aproximadamente de 3 minutos: 
www.youtube.com/watch?v=wVeWkXHH-M0 e visualize como ocorre esse processo.
À medida que a implantação do blastocisto progride, várias mudanças ocorrem no 
embrioblasto resultando na formação de uma placa bilaminar de células, o disco 
embrionário composto por duas camadas, o epiblasto e o hipoblasto. Este disco 
apresenta uma importante função biológica, pois ele é responsável por originar 
as camadas germinativas que formam todos os tecidos e órgãos do embrião. 
O epiblasto é a camada mais espessa, formada por células cilíndricas altas 
relacionadas com a cavidade amniótica, sendo responsável por formar o assoalho 
da cavidade amniótica. Já o hipoblasto confere uma camada mais delgada, formada 
por células cúbicas e pequenas, que formará o teto da cavidade exocelômica e 
é continuo com as células que migram do hipoblasto para formar a membrana 
exocelômica. A membrana e a cavidade exocelômica se modificam e formam a 
vesícula umbilical primária. A camada mais externa de células da vesícula umbilical 
forma uma camada de tecido conjuntivo frouxo, o mesoderma extraembrionário. 
5
Abaixo está ilustrado o desenvolvimento dessas camadas (Fig. 3):
Figura 3: Desenvolvimento do disco bilaminar (Fonte: http://embriologiaufrn.webnode.com.br/news/
a2%C2%BA%20semana%20de%20desenvolvimento%20/)
Concomitante a esses processos, aparece um pequeno espaço no embrioblasto, a 
cavidade amniótica. Em pouco tempo, as células âmniogênicas (formadoras do âmnio), os 
amnioblastos, se separam do epiblasto e se organizam para formar uma membrana fina, o 
âmnio, que envolve a cavidade amniótica. Após a formação do âmnio, do disco embrionário 
e da vesícula umbilical, aparecem no sinciciotrofoblasto cavidades isoladas chamadas de 
lacunas, essas lacunas são preenchidas com uma mistura de sangue materno derivado 
dos capilares endometriais rompidos e restos celulares das glândulas uterinas erodidas. 
Essa comunicação dos vasos sanguíneos erodidos com as lacunas representa o início da 
circulação uteroplacentária.
No 10º dia, o embrião encontra-se completamente implantado no endométrio, com essa 
implantação, as células do tecido conjuntivo endometrial sofrem uma transformação 
conhecida como reação decidual, que resulta na sinalização de AMPc e progesterona. Essa 
reação tecidual é caracterizada por promover uma área imunologicamente privilegiada 
para o concepto. Essas células ainda acumulam glicogênio e lipídios, ficando com o seu 
citoplasma intumescido, sendo chamadas de células deciduais secretoras.
É importante que você saiba que por volta do décimo segundo dia, as lacunas 
sinciciotrofoblásticas próximas se fundem e formam as redes lacunares (os primórdios dos 
espaços intervilosos da placenta), onde o sangue materno flui. Enquanto ocorrem essas 
mudanças no trofoblasto e no endométrio, o mesoderma extraembrionário cresce e surgem 
no seu interior espaços celômicos extraembrionários isolados. Estes espaços se fusionam 
e formam uma grande cavidade isolada, o celoma extraembrionário. Com a formação 
do celoma extraembrionário, a vesícula umbilical primária diminui de tamanho, e forma a 
vesícula umbilical secundária, ou simplesmente saco vitelino, que desempenha importante 
papel na transferência seletiva do líquido nutritivo para o disco embrionário. Por volta do 
14° dia, o embrião ainda apresenta a forma de um disco bilaminar, e células hipoblásticas 
(células do hipoblasto) formam uma área espessa circular, denominada placa pré-cordal, 
que indica o futuro local da boca, a região cranial do embrião.
6
Vimos até aqui os principais acontecimentos que marcam a segunda semana de 
desenvolvimento, o final desta é caracterizada pelo surgimento das vilosidades coriônicas 
primárias. As vilosidades coriônicas primárias são formadas a partir da proliferação 
das células cititrofoblásticas que produz extensões celulares que crescem no interior 
do sinciciotrofoblasto, essas projeções, por sua vez, formam as vilosidades coriônicas 
primárias (formarão as vilosidades placentárias). O celoma extraembrionário formado 
anteriormente divide o mesorderma extraembionário em duas camadas: o mesoderma 
somático extraembrionário, que reveste o trofoblasto e cobre o âmnio. Este posteriormente 
junto com as duas camadas do trofoblasto irá formar o córion. E o mesoderma esplâncnico 
extraembrionário, que envolve a vesícula umbilical.
A terceira semana do desenvolvimento embrionário ocorre durante a semana de 
ausência do período menstrual, isto é, cinco semanas após o primeiro dia do último 
período menstrual normal. A interrupção da menstruação frequentemente é a 
indicação de que a concepção ocorreu, cerca de três semanas após a concepção, 
uma gestação normal pode ser detectada por ultrassonografia. A terceira semana é 
caracterizada por alguns eventos, como: aparecimento da linha primitiva; formação 
da notocorda e formação do disco trilaminar
Você já ouviu falar em gastrulação? Saiba que esse processo é fundamental para que 
ocorra o desenvolvimento do corpo humano. (Para uma maior compreensão do conteúdo, 
iremos dividir as fases em tópicos)
§	Gastrulação: 
A gastrulação é um processo pelo qual o disco embrionário bilaminar é convertido em disco 
embrionário trilaminar, marca o inicio da morfogênese – processo de desenvolvimento 
da forma e estrutura de vários órgãos e partes do corpo. Durante a gastrulação ocorrem 
alguns eventos importantes, tendo início com a formação da linha primitiva. Recomendo que 
você assista ao vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=AhZoRxb01qY, com duração de 
aproximadamente quatro minutos, este vídeo irá ajudá-lo a entender vários processos que 
veremos posteriormente.
Formação da linha primitiva: No início da terceira semana ocorre o surgimento 
da linha primitiva, a partir da extremidade caudal do embrião como resultado da 
proliferação e migração de células do epiblasto para o plano mediando do disco 
embrionário, constituindo o primeiro sinal da gastrulação. Na sua extremidade 
cefálica surge o nó primitivo, com uma pequena depressão no centro chamado 
fosseta primitiva e ao longo da linha forma-se o sulco primitivo. O aparecimento da 
linha primitiva torna possível identificar o eixo embrionário. Após esse processo, 
ocorrem a invaginação de células do epiblasto que dão origem as três camadas 
germinativas do embrião: o mesênquima ou mesoblasto, uma rede frouxa de tecido 
conjuntivo embrionário, que origina os tecidos de sustentação e conjuntivos do corpo; 
outras células do epiblasto migram através da linha primitivapelo sulco primitivo 
formando o mesoderma intra-embrionário e outras deslocam o hipoblasto e formam 
endoderma intra-embrionário. As demais células que permanecem no epiblasto 
formam o ectoderma intra-embrionario. A linha primitiva regride e desaparece na 
quarta semana do desenvolvimento. Cada uma das três camadas germinativas dará 
origem a tecidos e órgãos específicos: o ectoderma dará origem à epiderme, sistema 
nervoso central e periférico e a várias outras estruturas; o mesoderma originará as 
camadas musculares lisas, tecidos conjuntivos, e é fonte de células do sangue e da 
medula óssea, esqueleto, músculos estriados e dos órgãos reprodutores e excretor; 
já o endoderma vai originar os revestimentos epiteliais das passagens respiratórias e 
trato gastrointestinal, incluindo glândulas associadas.
7
Formação do processo notocordal: Algumas células mesenquimais migram 
cefalicamente do nó e da fosseta primitiva formando um cordão celular mediano 
o processo notocordal. Esse processo adquire uma luz, o canal notocordal - e cresce 
até alcançar a placa precordal, área de células endodérmicas firmemente aderidas 
a ectoderma. Estas camadas fundidas formam a membrana bucofaríngea (boca). 
Caudalmente a linha primitiva há uma área circular também com disco bilaminar, a 
membrana cloacal (ânus). Vale dizer, que algumas células da linha primitiva migram 
cefalicamente do processo notocordal, formando mesoderma cardiogênico na área 
cardiogênica, onde o primódio do coração começa a desenvolver no final da terceira 
semana.
A notocorda surge pela transformação do bastão celular do processo notocordal. O 
assoalho do processo notocordal funde-se com o endoderma e degeneram. Ocorre 
então a proliferação de células notocordais a partir da extremidade cefálica, a placa 
notocordal se dobra e forma a notocorda. A notocorda é responsável por definir o 
eixo do embrião, dando-lhe certa rigidez, serve como base para o desenvolvimento 
do esqueleto axial, além de indicar a futura área dos corpos vertebrais. Ocorre 
também nessa fase a formação da coluna vertebral ao redor da notocorda, se 
estendendo desde a membrana orofaríngea até o nó primitivo. (Fig. 4).
Figura 4: Formação do disco trilaminar (Fonte: https://felipebatistela.wordpress.com/2309-terceira-
semana-do-desenvolvimento-embrionario/)
Outra importante estrutura que se desenvolve durante a terceira semana é o alantóide, 
este é um anexo embrionário que surge por volta do 16° dia na parede caudal do saco 
vitelino. Durante a maior parte do desenvolvimento, o alantóide persiste como uma linha que 
se estende da bexiga urinária até a região umbilical, chamada de úraco, a qual nos adultos 
corresponderá ao ligamento umbilical mediano. Esta estrutura está envolvida na formação 
inicial do sangue, os vãos sanguíneos do alantóide tornam-se as artérias e veias umbilicais.
Como falado anteriormente, a terceira semana de desenvolvimento é marcado também pela 
formação do tubo neural. Os processos envolvidos na formação da placa neural e também 
das pregas neurais para formar o tubo neural constituem a neurulação, tendo início na 
terceira semana e sendo completada na quarta de desenvolvimento. O vídeo: 
www.youtube.com/watch?v=uG7Va9_jn7A, com duração de 4:25, mostra com detalhes 
como ocorre esse processo.
Formação do tubo neural: A formação da placa neural é induzida pela notocorda 
em desenvolvimento, onde o ectoderma embrionário acima dela se espessa e forma 
uma placa alongada e espessa de células neuroepiteliais chamada de placa neural. 
O ectoderma da placa neural dá origem ao sistema nervoso central e a outras 
estruturas como a retina. Por volta do 18° dia, a placa neural se invagina ao longo do 
eixo central, formando o sulco neural mediano, com pregas neurais em cada lado. 
No fim da terceira semana, as pregas neurais começam a aproximar-se e a se fundir, 
formando o tubo neural, primórdio do SNC. Este logo se separa do ectoderma da 
superfície, se diferencia e forma a epiderme da pele. A fusão das pregas neurais 
8
avança em direção cefálica e caudal, permanecendo abertas na extremidade cranial 
- neuroporo rostral – até o 25º dia e na extremidade caudal – neuroporo caudal – até 
o 27º dia. 
Com a fusão das pregas neurais para formar o tubo neural, algumas células 
neuroectodérmicas perdem suas afinidades epiteliais e adesão com as células 
vizinhas. Quando o tubo neural se separa do ectoderma da superfície, estas células 
da crista neural migram de cada lado do tubo neural, formando uma massa achatada 
e irregular, a crista neural. Logo, a crista se separa em duas partes, direita e 
esquerda, e origina os gânglios espinhais e os gânglios do sistema autônomo e as 
meninges.
Desenvolvimento dos somitos: Durante a formação da notocorda e do tubo neural, 
o mesoderma intra-embrionário de cada lado destas estruturas prolifera para formar 
o mesoderma paraxial. Próximo ao fim da 3ª semana de gestação, o mesoderma 
paraxial diferencia-se e forma os somitos. Esses são bem proeminentes durante a 
quarta e quinta semanas, sendo usados como um dos critérios para determinar a 
idade do embrião. No fim das 5ª semana 42 a 44 pares de somitos estão presentes 
e avançam cefalocaudalmente dando origem à maior parte do esqueleto axial e 
músculos associados, assim como a derme da pele adjacente.
Desenvolvimento do celoma intra-embrionário: o primórdio do celoma 
intraembrionário (cavidade do corpo do embrião) surge a partir de espaços celômicos 
pequenos e isolados no mesoderma lateral e no mesoderma cardiogênico. Estes 
espaços coalescem formando uma única cavidade, o celoma intrambrionário, que 
divide o mesoderma lateral em duas camadas: camada parietal/somática que cobre 
o âmnio, formando a parede do corpo do embrião; e a camada visceral/ esplâncnica 
que cobre o saco vitelino, formando a parede do intestino do embrião. Durante o 
2° mês, o celoma está dividido em 3 cavidades: Cavidade pericárdica, cavidades 
pleurais e cavidade peritoneal.
Desenvolvimento do sistema cardiovascular: No final da segunda semana, a 
nutrição embrionária é obtida do sangue materno por difusão através do córion, 
celoma extraembrionário e vesícula umbilical. A formação inicial do sistema 
cardiovascular está correlacionada à necessidade urgente de transporte de oxigênio 
e nutrientes para o embrião a partir da circulação materna através do córion. Com 
isso, por volta do inicio da 3°semana começa a vasculogênese e angiogênese. 
A formação dos vasos sanguíneos inicia-se com a agregação dos angioblastos 
– ilhotas sanguíneas. Pequenas cavidades vão se formando dentro das ilhotas, 
os angioblatos se achatam e originam o endotélio primitivo. Essas cavidades se 
unem formando redes de canais endoteliais. O coração e os grandes vasos provêm 
de células mesenquimais da área cardiogênica. Durante a 3ª semana os tubos 
endocárdicos se fundem, originando o tubo cardíaco primitivo. No fim da 3ª semana 
o sangue já circula e desenvolve-se o primórdio de uma circulação uteroplacentária. 
As células sanguíneas desenvolvem-se a partir de células endoteliais especializadas, 
os hemangioblastos na vesícula umbilical e no alantóide no final da terceira semana, 
porém a formação do sangue não se inicia no embrião até a quinta semana. Este 
processo ocorre primeiro em várias partes do mesênquima embrionário. O coração 
e os grandes vasos formam-se a partir de células mesenquimais no primórdio do 
coração ou na área cardiogênica. Ainda na terceira semana, os tubos cardíacos 
endocárdicos, que se fundem, formando um tubo cardíaco primitivo, esse, por 
sua vez, se unem com os vasos sanguíneos do embrião para formar o sistema 
cardiovascular primitivo. Você irá compreender melhor esse processo assistindo 
ao vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=1nYWwKxwgUk, com duração 
aproximadamente de 5 minutos. Dessa forma, o sangue circula e o coração começa 
a bater por volta do 21º ou 22º dia, mostrando que o sistema cardiovascular é o 
primeiro sistema que alcança um estágio funcionalprimitivo. 
9
Entenda que as três camadas germinativas (ectoderma, mesoderma e endoderma) que 
foram formadas durante a gastrulação dão origem aos primórdios de todos os tecidos e 
órgãos. As células de cada camada germinativa se dividem, migram, agregam-se e se 
diferenciam em padrões bastante precisos enquanto formam os vários sistemas orgânicos. 
Saiba que cada sistema do corpo tem seu próprio padrão de desenvolvimento, e a maior 
parte dos processos de morfogênese é regulada por mecanismos moleculares complexos, 
considerando assim o desenvolvimento embrionário como um processo de crescimento e 
aumento da complexidade estrutural e funcional. 
O período de organogênese ocorre da quarta a oitava semana do desenvolvimento 
embrionário. Durante o período da quarta a oitava semana, que representa a maior parte 
do período embrionário, todos os principais órgãos e sistemas do corpo são formados das 
três camadas germinativas. Ao final da oitava semana, o funcionamento da maioria dos 
principais sistemas de órgãos é mínimo, com exceção do sistema cardiovascular. À medida 
que há o surgimento dos órgãos, a forma do embrião muda, de tal maneira que ao final da 
8ª semana já possui um aspecto humano. O período da organogênese por fins didáticos 
pode ser dividido em três fases: o período de crescimento, onde envolve a divisão celular e 
formação de produtos celulares; o período de morfogênese, que inclui movimentos celulares 
em massa que permitem a interação das células durante a formação dos tecidos e por fim a 
fase de diferenciação que compreende a maturação dos processos fisiológicos que resulta 
na formação de tecidos e órgãos capazes de desempenhar funções especializadas.
Vimos acima que uma das fases do período da organogênese é a fase da morfogênese, 
esse processo tem início com o dobramento do embrião. O dobramento do embrião é 
um evento muito importante no estabelecimento da forma corporal, tornando o disco 
embrionário trilaminar achatado em um embrião levemente cilíndrico. O dobramento 
ocorre nos planos mediano e horizontal e é decorrente do rápido crescimento do embrião, 
particularmente do encéfalo e da medula espinhal. O dobramento das laterais do embrião 
resulta do crescimento dos somitos, que produzem as pregas laterais direita e esquerda. 
Os dobramentos nas extremidades cefálica e caudal e nas laterais do embrião ocorrem 
simultaneamente, o embrião passa assim a apresentar um formato curvo. São observados 
ainda na quarta semana, os brotos dos membros superiores e inferiores e as fossetas óticas 
(os primórdios das orelhas internas).
As mudanças na forma corporal continuam ocorrendo nas próximas semanas, porém em 
grau bem menor quando comparadas com a quarta semana.
Na quinta semana é observado um crescimento da cabeça excedendo o crescimento 
de outras partes, o que é causado principalmente pelo rápido desenvolvimento das 
proeminências encefálicas e faciais; é observado ainda o desenvolvimento das cristas 
mesonéfricas, que indicam o local dos rins mesonéfricos, os primórdios dos rins 
permanentes.
Na sexta semana, o embrião mostra-se movimentos espontâneos, como contorção do 
tronco e dos membros. É possível visualizar também o desenvolvimento dos primórdios 
dos dedos, os raios digitais, além da aurícula. Os olhos ficam claramente maiores devido à 
formação de pigmentos na retina. O tronco começa a ocupar uma posição ereta.
A sétima semana é caracterizada por uma mudança considerável dos membros, sendo 
observadas estruturas que separam parcialmente os futuros dedos. Já na oitava semana do 
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período embrionário, os dedos da mão estão individualizados e começa a ser observado o 
surgimento do plexo vascular do couro cabeludo, além da ossificação primária ser iniciada 
no fêmur. No final da semana, o embrião já apresenta características humanas distintas; 
no entanto, a cabeça ainda é desproporcionalmente maior, constituindo quase metade do 
embrião. A região do pescoço está estabelecida e as pálpebras estão se fechando, e ao final 
da oitava semana, elas começam a se unir através da fusão epitelial, finalizando assim, o 
período embrionário. O vídeo a seguir mostra de maneira sucinta os processos que ocorrem 
da quarta a oitava semana de desenvolvimento embrionário: 
www.youtube.com/watch?v=EW-eWvH2MXQ. É necessário que você organize seu tempo, 
pois o vídeo tem 43 minutos.
As semanas seguintes estão caracterizadas como o período fetal de desenvolvimento e 
está relacionado com o crescimento do corpo e com a diferenciação dos tecidos, órgãos 
e sistemas. A taxa de crescimento do corpo durante o período fetal é elevada, e o ganho 
de peso pelo feto é enorme das últimas semanas. Veja as principais modificações sofridas 
nesse período no vídeo: www.youtube.com/watch?v=qrYFW3pVYZI, este vídeo com tempo 
de duração de 30 minutos irá ajudá-lo a entender como é maravilhoso as modificações 
sofridas pelo corpo humano até seu amplo desenvolvimento.
Vimos nesta unidade, os principais mecanismos que regulam o desenvolvimento do ser 
humano, desde processo de fertilização até a sua diferenciação nos principais órgãos e 
sistemas. Talvez, tenha parecido um pouco complexo, né? Mas, se você assistir todos os 
vídeos, além da leitura do livro-texto irá facilitar a compreensão da sua aprendizagem. 
Além disso, você deve realizar as atividades propostas para aprimorar ainda mais os seus 
conhecimentos.

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