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MONOGRAFIA JONATAS APROVADA


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FACULDADE EVANGÉLICA DO PIAUÍ 
 
 
 
JONATAS FERNANDO DA SILVA 
 
 
 
 
 
 
 
 MAUS ALUNOS DO MESTRE: As divisões do Cristianismo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TERESINA – PI 
NOVEMBRO - 2016 
 
JONATAS FERNANDO DA SILVA 
 
 
 
MAUS ALUNOS DO MESTRE: As divisões do Cristianismo 
 
 
 
 
Monografia apresentada à Coordenação 
do curso de Teologia da Faculdade 
Evangélica do Piauí, como requisito 
parcial para a obtenção do título de 
Graduado em Teologia. 
 
Orientadora: Jhomara Aves da Cruz. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TERESINA – PI 
2016 
 
 
JONATAS FERNANDO DA SILVA 
 
 
 
MAUS ALUNOS DO MESTRE: As divisões do Cristianismo 
 
 
 
 
 
Monografia apresentada à Coordenação 
do curso de Teologia da Faculdade 
Evangélica do Piauí, como requisito 
parcial para a obtenção do título de 
Graduado em Teologia. 
 
Orientadora: Jhomara Aves da Cruz. 
 
 
 
 
Teresina, _____ de ________________ de ____________. 
 
 
 
_______________________________________________________________ 
 
Examinador 
FACULDADE EVANGÉLICA DO PIAUÍ 
 
 
_______________________________________________________________ 
 
Examinador 
FACULDADE EVANGÉLICA DO PIAUÍ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DEDICATÓRIA 
“A minha família, e principalmente minha esposa, 
Dayane, companheira sempre presente, ajudadora idônea, digna 
de ser chamada mulher exemplar”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
A Jesus Cristo, Nosso Senhor, sem Ele, não teria 
conseguido nada. 
Ao Seminário Teológico Filadélfia, esta instituição que 
labuta pela causa de Cristo. 
 
 
 
RESUMO 
 
O crescimento do cristianismo como religião, é algo admirável do ponto de vista 
social, mas é preocupante na perspectiva teológica, pois a dúvida é muito grande, 
principalmente daqueles que questionam sobre qual ramo, seita, comunidade ou denominação 
participar, sabendo que são muitas e cada uma delas mantém suas doutrinas específicas e 
costumes sociais. Este assunto foi, e é muito debatido entre muitos líderes de denominações 
que defendem veementemente seu ponto de vista, sua teologia e experiência religiosa, 
causando assim muita confusão naqueles que são expectadores de uma longa e incansável luta 
por parte daqueles que admitem portar a verdade absoluta. 
Este trabalho tem como objetivo analisar as divisões do cristianismo, ponderando 
sobre as principais convicções e práticas religiosas das principais denominações cristãs e os 
ensinos de Jesus Cristo, que é a principal figura do cristianismo, que segundo a escritura 
sagrada é o portador da verdade e o mestre por excelência. Com este raciocínio podemos 
afirmar que muitos dos ensinamentos de Cristo foram “alterados”, ou mesmo sido “omitidos” 
pela maioria dos religiosos, para que houvesse tantas divisões e diferenças nas múltiplas 
religiões cristãs. 
 
Palavras chaves: Divisões do Cristianismo, Denominações Cristãs, Ensinamentos 
de Cristo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMMARY 
 
The growth of Christianity as a religion is admirable from the social point of view, 
but it is worrying in the theological perspective, since the question is very great, especially of 
those who question what branch, sect, community or denomination participate, knowing that 
there are many Each of which maintains its specific doctrines and social customs. This subject 
was and is much debated among many denominational leaders who strongly defend their 
point of view, their theology and religious experience, thus causing much confusion in those 
who are the spectators of a long and relentless struggle on the part of those who admit to carry 
the absolute truth. 
This work aims to analyze the divisions of Christianity, pondering the main 
convictions and religious practices of the main Christian denominations and the teachings of 
Jesus Christ, who is the main figure of Christianity, who according to the sacred scripture is 
the bearer of truth and the Master par excellence. With this reasoning we can affirm that many 
of Christ's teachings were "altered" or even "omitted" by most religious so that there would be 
so many divisions and differences in the multiple Christian religions. 
 
Keywords: Divisions of Christianity, Christian denominations, Teachings of Christ. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE ILUSTRAÇÕES 
 
1. FIGURA 1 - Gráfico de Migração Religiosa de 1872 a 2010 ........................................... 21 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE TABELAS 
 
1. TABELA 1 - Principais Religiões Cristãs e suas respectivas Fontes de Autoridade .......... 40 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 11 
2. BREVE HISTÓRICO DO CRISTIANISMO ............................................................... 15 
 2.1 Conflitos no século II ............................................................................................ 15 
 2.2 O Cristianismo como Religião do Império Romano ............................................... 17 
 2.3 O drama se intensifica: o rompimento entre a igreja oriental e ocidental ................ 19 
 2.4 Mais uma divisão: A Reforma Protestante ............................................................. 20 
3. O PROBLEMA DA DIVISÃO ...................................................................................... 21 
 3.1 Quem está com a verdade? .................................................................................... 23 
4. OS CATÓLICOS ........................................................................................................... 23 
 4.1 Igreja Católica Apostólica Romana ....................................................................... 24 
 4.2 Igreja Católica Ortodoxa ....................................................................................... 25 
5. OS PROTESTANTES TRADICIONAIS ...................................................................... 26 
 5.1 Igreja Luterana ...................................................................................................... 27 
 5.2 Igreja Anglicana .................................................................................................... 28 
 5.3 Igreja Presbiteriana ............................................................................................... 29 
 5.4 Igreja Metodista .................................................................................................... 29 
 5.5 Igrejas Batistas ...................................................................................................... 30 
6. OS EVANGÉLICOS PENTECOSTAIS ....................................................................... 31 
 6.1 Assembleias de Deus............................................................................................. 33 
 6.3 Outras Renovadas e os Neopentecostais ................................................................ 34 
 6.4 Outros segmentos com influências cristãs.............................................................. 34 
7. FONTES DE AUTORIDADE ...................................................................................... 36 
 7.1 Quem são os hereges? ........................................................................................... 40 
8. ESCOLHENDO A FONTE DE AUTORIDADE .......................................................... 41 
 
 
8.1. A chave hermenêutica para encontrar a verdade ............................................................ 42 
9. CONSIDERAÇOES FINAIS ......................................................................................... 46 
10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................48
P á g i n a | 11 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
O Cristianismo é uma das religiões mais predominantes no mundo, seu nome deriva 
de Jesus Cristo, segundo os evangelhos, e os livros apostólicos do novo testamento que se 
encontram na bíblia sagrada. Os ensinos do mestre deveriam ser praticados pelos seus 
apóstolos, que foram selecionados para uma missão importante: Proclamar o Reino de Deus a 
toda a criatura, e o nome de Jesus Cristo. Este foi denominado Evangelho, que significa boas 
novas, ou seja, Jesus veio para trazer boas notícias para aqueles que estavam aprisionados em 
seus conflitos existenciais, morais e espirituais. 
A determinação do número doze, a escolha dos nomes e os contornos de sua missão 
inicial foram dados pelo próprio Jesus já antes de sua ressurreição. Todavia, foi o 
Cristo ressurreto quem estabeleceu, de forma definitiva, a missão dos doze, que seria 
a de dar testemunho da ressurreição e anunciar esta boa notícia a toda criatura. Desta 
feita, a pregação apostólica deveria ser estendida ao mundo todo, e não somente aos 
judeus, como antes da ressurreição, e assim lançar os fundamentos da igreja de 
Cristo entre todas as nações. (Lopes, 2014, p. 39). 
Após essa ordem dada pelo Senhor, os apóstolos iniciaram seu trabalho de 
evangelização e peregrinação, levando a mensagem para os gentios, ou seja, aqueles que não 
faziam parte da nação judaica, pois a pregação da libertação dos pecados dos homens, através 
do sacrifício de Cristo deveria chegar a todos os povos, línguas e nações. Diferentemente do 
judaísmo, que era uma religião étnica, o cristianismo seria uma religião que não se limitaria a 
esta condição, pois seria uma religião integradora. Porém esta ideia parece ter sido distorcida, 
ou mesmo alterada, observando a realidade do cristianismo atual. Várias lutas, disputas e 
divisões ocorreram no decorrer dos séculos dentro do arraial cristão, pois “A história da 
teologia cristã... Está repleta de tramas complexas” (Olson, 2001). 
Atualmente é comum observar variadas seitas e religiões denominadas cristãs, e cada 
uma com seus sistemas eclesiais e doutrinas completamente divergentes, o que causa muita 
polêmica e várias dúvidas. Por exemplo: Qual foi a Igreja que Jesus Cristo fundou? Quem 
está falando a verdade? Por que o cristianismo é tão diversificado, sendo que Jesus é um só? 
Essas e muitas questões se levantam dentro do nicho cristão, e este assunto tem muita 
relevância dentro do contexto religioso das pessoas, e o tema será tratado neste trabalho 
analisando o histórico das religiões cristãs e buscando uma resposta para um melhor 
entendimento da verdadeira proposta de Jesus Cristo ao fundar sua Igreja na terra. 
O tema deste trabalho: “Maus alunos do Mestre, As divisões do Cristianismo”, se 
denomina assim devido às inúmeras divisões que ocorreram dentro deste meio no decorrer 
dos séculos. Neste contexto, este trabalho vem analisar a história do cristianismo, cada 
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motivação que deu origem as principais seitas cristãs existentes, e organizá-las para uma 
análise crítica dos fatos, comparando-as com os ensinos do Senhor Jesus Cristo. 
O problema que é abordado neste trabalho é a gama de posições teológicas e fontes 
de autoridade, que justificam as diferenças nos grupos religiosos classificados como cristãos. 
Para alguns, estas diferenças não são relevantes, pelo contrário, podem ser até benéficas para 
a liberdade religiosa e social, porém para outros, teologicamente falando, esta “diversidade” é 
perigosa para a vida dos que buscam a verdade absoluta, ou seja, aquilo que corrobora com 
uma vida espiritual autêntica diante de Deus. 
 O fato é que as pessoas estão perdidas dentro do cristianismo, elas não sabem se 
participam de uma Igreja Católica, porque são acusados de idolatria, paganismo, e de 
alienação quanto ao estudo da palavra de Deus, assim como, não sabem se participam de uma 
fé protestante, pois na visão católica, os participantes de tal grupo são hereges, e se voltaram 
contra a Una e Santa Igreja Romana. 
 A questão da divergência se enfatiza mais quando se adentra ao meio protestante. 
Eles mesmos são divididos de várias formas: Tradicionais, Pentecostais, Neopentecostais, e 
outros que não se enquadram em nenhum dos grupos citados. É observável o preconceito 
entre os praticantes destas religiões uns com os outros, além do mais, no decorrer deste 
trabalho se perceberá que a maioria das divisões surgiram por questões políticas e sociais, o 
que nos mostra que a religião que dizem ser de Jesus Cristo está repleta de máculas de intrigas 
e individualismos. 
 A hipótese para resolução do problema sugerida neste trabalho é a aceitação de um 
padrão de verdade, e de interpretação da escritura, que é Jesus Cristo. Se for considerado 
somente um padrão de interpretação, acabam-se os problemas de divisão, e isto é muito nítido 
nas escrituras sagradas, pois quando Jesus Cristo inicia seu ministério, Ele mesmo, em sua 
autoridade, quebra os tabus que foram gerados por erros de interpretação dos escribas e 
fariseus da época, e estes mesmos erros estão atuando fortemente hoje: O tradicionalismo e a 
arrogância, dos que afirmam com propriedade suas hermenêuticas e teologias, que para eles, 
são as fieis chaves para a determinação da verdade. 
 Quando Jesus se torna a chave hermenêutica, Ele se torna aquilo que representa e É: 
A verdade. Ele se torna o verbo, Ele se torna o centro da realidade cristã, do padrão de fé e 
conduta, do culto e da vida do discípulo. Quando Jesus se torna padrão de interpretação, tudo 
é observado com os olhos da humildade, do amor, da paciência e principalmente da verdade. 
Este trabalho tem este propósito, de apresentar Jesus como sendo a chave interpretativa de 
todos os textos sagrados e das questões éticas e morais da fé cristã. 
P á g i n a | 13 
 
 
 A metodologia utilizada neste trabalho foi a pesquisa bibliográfica realizada em 
vários livros de autores religiosos e em documentos de profissão de fé, e gráficos em sites, 
além de revistas de identidade religiosa e se fará os fichamentos de todos estes dados. Os 
principais autores citados neste trabalho são: Roger Olson, Gilberto Steffano, Alister 
McGrath, Graeme Goldsworthy, Dr. Martyn Lloyd-Jones e Ebenézer Soares Ferreira, segue 
breve biografia dos principais autores: 
 Roger Olson é professor de Teologia do George W. Truett Theological Seminary da 
Baylor University em Waco, Texas. É Também editor da revista Christian Scholar’s Review. 
Escreveu outros dois livros intitulados: A teologia do século 20 (Cultura Cristã) e Quem 
precisa de teologia? (Editora Vida), em co-autoria com Stanley J. Grenz. O Dr. Olson tem 
artigos publicados nos periódicos The Scottish Journal of Theology e Perspectives on 
Religion Studies. 
 O autor do livro “A origem, Descrevendo a História dos Batistas, dos Católicos, dos 
Protestantes e dos Pentecostais” é Gilberto Steffano, que é pastor da Igreja Batista da Fé em 
Marília, cursou Teologia no CETEV – Centro de Estudos Teológico e Evangelismo – 
Seminário da Igreja Batista do Centro de Garça, São Paulo. Foi dirigente da Igreja Batista em 
Gália em 1994, onde permaneceu por mais de onze anos, e em 2001 foi pastor da Igreja 
Batista Independente de Ourinhos por seis meses e após foi convidado a pastorear a Igreja 
Batista de fé em Marília. 
 Alister McGrath é professor de teologia histórica na Universidade de Oxford, diretor 
do Centro de Oxford para Evangelismo e Apologética, e editor consultivo da revista 
CHRISTIANITY TODAY. É também historiador, bioquímico e autor de vários livros, entre 
eles as séries A verdade e o imaginário cristão (Criação, Encarnação, Redenção, Ressurreição 
e A visão cristã de Deus) e As crônicas de Aedyn (Os escolhidos, O voo dos exilados e O 
desvanecer das trevas). Publicados pela Editora Hagnos. 
 Graeme Goldsworthy é um teólogo anglicano australiano, especialistaem Antigo 
Testamento, Teologia Bíblica e Hermenêutica. Obteve seu mestrado pela Universidade de 
Cambridge, na Inglaterra e seu Ph.D. pelo Union Theological Seminary, EUA. É professor 
aposentado pelo Moore Theological College, de Sydney, Austrália. É autor de vários outros 
livros na área de teologia bíblica, incluído o Best Seller “Gospel and Kingdom”. 
 Aos 23 anos de idade, Dr. Martyn Lloyd-Jones era Chefe Assistente Clínico de Sir 
Thomas Horder, o médico do rei da Inglaterra. Inesperadamente, aos 27 anos, Lloyd-Jones 
voltou a sua terra natal o País de Gales. Depois de 12 anos de ministério no País de Gales, o 
P á g i n a | 14 
 
 
“Doutor” título pelo qual era afetuosamente conhecido, voltou para Londres, onde ocupou por 
mais de 30 anos o púlpito da Capela de Westminster. O pregador faleceu em 1981. 
 O Pastor Ebenézer Soares Ferreira é formado em Bacharel em Teologia pelo 
Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil. Recebeu o Master of Education e o Master of 
Theology, pelo Southwestern Baptist Theological Seminary (USA). Recebeu o Doutor em 
Divindade, pelo Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil, e o Ph.D., pela American 
World University, defendendo a tese The Project of the Pedagogical Method of the Master 
Jesus: The Pedagogy of Love. É formado em Direito e em Línguas Neolatinas (Bacharel e 
Licenciado), e em Psicopedagogia (Mestrado). 
 O segundo capítulo deste trabalho vem abordar resumidamente a história do 
cristianismo em seu desenvolvimento, desde os primórdios sucessores dos apóstolos, até a 
reforma protestante ocorrida no século XVI. Já neste capítulo poderá se perceber que no início 
do cristianismo surgiram muitas divergências quanto à teologia, o que influenciou as 
primeiras mudanças no contexto eclesiológico da Igreja. 
 No terceiro capítulo a abordagem é em relação à divisão, este capítulo é muito 
importante, pois é propulsor dos capítulos subsequentes. Nesta parte do trabalho far-se-á uma 
análise crítica dos religiosos que afirmam serem os donos da verdade, e o problema 
relacionado às pessoas que ficam perdidas em meio a tanta divisão de opiniões e doutrinas 
divergentes. 
 Do quarto ao sexto capítulo são abordadas as principais religiões cristãs atuais, 
iniciando com sua origem, fundadores, sua história e desenvolvimento, abrangendo as igrejas: 
católica e ortodoxa, as protestantes históricas como batistas, presbiterianos, metodistas e 
anglicanos, as protestantes pentecostais como Assembleia de Deus e outras de nomenclatura 
neopentecostal e renovadas, e finalizando com algumas outras religiões bem divergentes 
destas anteriores como os mórmons, e testemunhas de Jeová. 
 No sétimo capítulo são trabalhadas as fontes de autoridade de cada religião, ou seja, o 
que cada um dos segmentos citados nos capítulos anteriores determina como sendo o padrão 
de verdade, aquilo que determina a fé, o caminho e doutrinas que são seguidas por cada uma 
delas. Este capítulo trabalha também a ideia de heresia, e o que ela representa na análise das 
divisões do cristianismo, todas estas questões são importantíssimas para esclarecer porque há 
tantas diferenças nas práticas religiosas de cada seita citada neste trabalho. 
 O capítulo oitavo e nono traz a proposta da resolução dos problemas relacionados à 
verdade, iniciando com a escolha da fonte de autoridade que determina o caminho a ser 
seguido: Jesus Cristo como Chave Hermenêutica para interpretação das escrituras sagradas e 
P á g i n a | 15 
 
 
do cotidiano humano, esta ideia tem sido adotada e desenvolvida pelo ex-pastor presbiteriano 
Caio Fábio, e suas ideias são expostas neste trabalho como alicerce filosófico para a solução 
do problema em pauta e finalizando com considerações finais sobre a condição atual das 
igrejas e a necessidade de um retorno à verdadeira proposta de Cristo para seus discípulos e 
para a sua amada Igreja. 
2. BREVE HISTÓRICO DO CRISTIANISMO 
O povo cristão foi assim chamado pela primeira vez em Antioquia, como está 
registrado no livro de atos dos apóstolos. O que na verdade foi um apelido dado aos 
seguidores de Jesus Cristo, pois o mestre nunca se direcionou aos seus apóstolos como 
cristãos, mas sim como “discípulos”, ou “seguidores”. (Steffano, 2006). Estes discípulos e 
seguidores formavam um grupo que seguia os ensinamentos e ideias de Jesus Cristo, que 
segundo a bíblia foi crucificado, mas ao terceiro dia ressuscitou e os comissionou para uma 
grande obra, levar a mesma mensagem que eles receberam para todo o mundo. 
Após a sua ressurreição, Jesus ampliou o escopo da missão dos doze. Eles agora 
deveriam ir ao mundo todo, começando por Jerusalém até os confins da terra, como 
testemunhas de sua ressurreição, para fazer discípulos, pregando o arrependimento 
de pecados a todas as nações, batizando os que cressem e ensinando-os a guardar 
tudo o que Jesus lhes havia dito. Como havia feito antes, o Senhor lhes confere 
autoridade e poder espirituais para a realização da tarefa e declara que receber ou 
recusar a mensagem deles determinaria o destino final dos ouvintes, e que aqueles 
que fossem perdoados de seus pecados por eles, seriam perdoados, e isto também 
servia para os que fossem perdoados (cf. Mt 28.18-20; Mc 16.14-18, Lc 24.44-49). 
O livro de Atos registra que estas instruções foram dadas pelo Cristo ressurreto 
como mandamentos aos apóstolos por intermédio do Espírito Santo, antes de sua 
ascensão (At 1.2-3). (Lopes, 2014, p. 50). 
Aderindo ao mandamento de Cristo, os cristãos levaram a mensagem da cruz para 
além das fronteiras de Jerusalém, se destacando um apóstolo chamado Saulo de Tarso, um 
judeu da tribo de Benjamim, que teve um encontro com Jesus a caminho de Damasco quando 
ainda perseguia os cristãos segundo o registro do livro de Atos dos Apóstolos. 
Desta forma, o Cristianismo se propagou ultrapassando os limites de Jerusalém e 
alcançando outros povos assim como o Messias lhes havia ordenado, sempre andando em 
unidade, e se sujeitando aos apóstolos e líderes da Igreja. Mas as coisas não permaneceram 
assim por muito tempo, pois a partir do século II, depois de Cristo, surgiram as primeiras 
divergências no seio da Igreja primitiva. 
 2.1 - CONFLITOS NO SÉCULO II 
Os conflitos no meio cristão começaram cedo, no século II surgiram divergências 
entre alguns sobre a natureza de Jesus e sobre a teologia, os personagens principais deste 
P á g i n a | 16 
 
 
enredo foram chamados gnósticos. Era um grupo à parte de cristãos que começaram a 
promover uma série de opiniões sobre Cristo, negando sua divindade, e assim, provocando 
uma verdadeira batalha entre os líderes da Igreja, que prontamente se posicionaram contra 
este movimento, que foi denominado herético para os cristãos primitivos porque trazia sérios 
problemas para a doutrina dos apóstolos. 
Os grandes perturbadores do cristianismo apostólico no século II foram os gnósticos, 
Montano e os montanistas e o orador anticristão Celso. Outros desafiaram o fluxo de 
ensinamentos e práticas dos apóstolos por meio de bispos por eles nomeados [...]. 
(Olson, 1999, p. 29). 
Os gnósticos tinham muitas opiniões divergentes com o cristianismo apostólico 
vigente na época, em sua maioria criam que a matéria era puramente má, e que os espíritos 
presentes nos corpos eram partículas de Deus. Para eles, Cristo não poderia ser material, e que 
o conhecimento de Deus não era para todas as pessoas, mas sim para um grupo de 
“iluminados”, que através de experiências gnósticas, alcançavam uma sabedoria mística e 
oculta. Isto causou muitas polêmicas entre os primeiros cristãos, que deveriam se posicionar 
entre os ensinos dos líderes gnósticos e os ensinos dos bispos da igreja. 
Tal gnosis, ou conhecimento, implicava reconhecer a verdadeira origem celestial do 
espírito, sua natureza divina essencial, como uma parte do próprio ser de Deus, e 
Cristo como mensageiro espiritual imaterial enviado por esse Deus desconhecidoe 
incognoscível para buscar e resgatar as centelhas dispersas de seu ser, agora 
aprisionadas em corpos materiais. Todos os gnósticos acreditavam que Cristo não 
havia encarnado em Jesus na realidade, mas que simplesmente tinha aparência de 
um ser humano. (Olson, 1999, p. 30). 
Então, o que é esse gnosticismo? Tradicionalmente, considera-se que o movimento 
diz respeito àqueles grupos no Império Romano, especialmente nos séculos I e II, 
que afirmavam conhecer a Deus por experiência, não pelas doutrinas formais. Isso 
cria a impressão de que o gnosticismo é um movimento bem definido, com um 
conjunto bem formado de crenças. (McGrath, 2014, p. 151,152) 
Outra grande divergência de opiniões ocorreu mcentre a Igreja e um sacerdote 
chamado Montano, este acusava os bispos de baixa espiritualidade, e pregava um 
reavivamento no Espírito Santo. Montano criou sua seita, que era seguida por alguns da 
época, assim como, separou algumas profetizas que juntamente com ele, entravam em transe e 
profetizavam em primeira pessoa, como se Deus estivesse falando pessoalmente com as 
pessoas. Os Bispos da igreja reagiram fortemente contra as congregações que estavam sendo 
fundadas com estas características, e talvez esta fosse a primeira divisão que ocorreu no 
cristianismo. 
A partir do ano 160, no império romano havia duas congregações distintas: A do 
bispo que seguia a sucessão apostólica (Essa sucessão foi introduzida na Igreja pelo fato de 
desconfiarem das profecias oriundas de outras pessoas a não ser dos sucessores dos 
P á g i n a | 17 
 
 
apóstolos), e a congregação que seguia a Nova Profecia de montano. (Olson, 1999). Além 
deste, surgiu outro personagem que teve uma notoriedade nos primeiros séculos: Celso, um 
orador filósofo e cidadão romano que acusava os cristãos de serem supersticiosos e 
ignorantes, e, por causa disso, eram um perigo para o império Romano. 
O mais famoso desses polêmicos opositores do cristianismo foi o filósofo pagão 
Celso que, por volta de 175 ou 180, escreveu um livro contra essa fé intitulado A 
verdadeira doutrina: um discurso contra os cristãos. O conteúdo do livro foi 
preservado, na íntegra, para a posteridade pelo filósofo e teólogo cristão Orígenes de 
Alexandria que deu sua resposta em Contra Celsum [Contra Celso]. (Olson, 1999, p. 
35). 
A Igreja combateu Celso desenvolvendo uma visão de mundo mais intelectual e 
lógica, fazendo com que os cristãos tivessem capacidade de defender suas opiniões utilizando 
a filosofia grega. O Imperador Marco Aurélio simpatizava-se pela filosofia e apoiava o orador 
em suas pressuposições contra o cristianismo, como afirma Olson: “Marco Aurélio, imperador 
romano do final do século II, era filósofo e opositor do cristianismo” (Olson, 1999, p. 35). 
 Estes combates no século II levaram o cristianismo a se estruturar de forma 
institucional. Não obstante, por causa dos ataques de Celso, Montano e os gnósticos, os pais 
da Igreja que eram os sucessores dos apóstolos, e alguns deles que até conviveram com os 
mesmos, levantaram-se em oposição a estes e responderam com a padronização da fé e do 
culto. (Olson, 1999, p. 40). 
2.2 - O CRISTIANISMO COMO RELIGIÃO DO IMPÉRIO ROMANO 
O cristianismo continuava crescendo mesmo depois dos primeiros embates e divisões 
entre os bispos, gnósticos e montanistas, então no século III, aconteceu algo de suma-
importância na história da religião cristã: A instituição da religião cristã como religião do 
império romano pelo imperador Constantino. A independência foi algo que mudou 
drasticamente a estrutura burocrática e hierárquica da Igreja, além disso, a igreja se tornou 
favorecida não só aos bispos, mas também ao Império Romano, desta forma contribuindo para 
o crescimento da igreja como instituição. 
Depois de se tornar imperador, Constantino promulgou o Édito de Milão, que 
declarou oficialmente a tolerância imperial do cristianismo (313). A partir de então, 
promulgou uma série de éditos que restauravam aos cristãos os seus bens e, 
paulatinamente, começou a favorecer os cristãos e o cristianismo mais do que as 
demais religiões. (Olson, 1999, p. 144). 
Em 313 D.C., o cristianismo tinha alcançado uma poderosa vitória sobre o 
paganismo. Um novo imperador veio ocupar o trono do império Romano. Ele 
evidentemente reconheceu algo do misterioso poder dessa religião que continuava a 
crescer, não obstante a intensidade da perseguição. A história diz que este 
imperador, que não era senão Constantino, teve uma maravilhosa e real visão. 
Divisou no céu uma cruz de brilhante luz vermelha na qual estavam escritas as 
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seguintes palavras: Com este sinal vencerás. Constantino interpretou isto como uma 
ordem para que se tornasse cristão. Entendeu ainda que abandonando o paganismo e 
unindo o poder temporal do Império Romano ao poder espiritual do Cristianismo o 
mundo seria facilmente conquistado. Deste modo, a religião cristã se tornaria uma 
religião universal e o império romano o império de todo mundo. (Carroll, 2007, 
apud, Steffano, 2006). 
Estas mudanças tiveram sua iniciação devido às primeiras discordâncias, que foram 
anteriormente citadas, mas também por várias deficiências que os bispos encontraram na 
Igreja, principalmente em relação à crise de autoridade que se expandia dentro da comunidade 
cristã. Com a morte de todos os apóstolos “A Igreja precisava encontrar uma forma de se 
governar...” (Olson, 1999, p. 131), o que motivou os bispos e líderes da igreja a organizarem e 
instituírem a fé para alcançarem um poder maior de liderança e de autonomia. 
Três acontecimentos importantes, juntos, foram responsáveis pela transformação do 
cristianismo primitivo: a formalização da estrutura organizacional hierárquica 
centralizada nos bispos, a formulação dos credos que resumem os princípios do que 
se deve crer para ser cristão e a identificação de um cânon de Escrituras cristãs. 
(Olson, 1999, p. 131). 
Com a mudança organizacional da Igreja, os Bispos realmente alcançaram um poder 
relevante dentro da Instituição. Tudo foi dividido e sistematizado, de forma que a 
administração ficou muito mais formal e sistêmica, de forma que somente os clérigos agora 
podiam atuar nas reuniões cristãs, como afirma Roger Olson: “À medida que a Igreja se 
tornou mais clerical, o papel dos leigos começou a diminuir” (Olson, 1999, p. 133). 
Além de organizar-se de forma administrativa, a igreja também decidiu através 
liderança dos bispos, padronizar a fé, assim, nesta época organizou-se o cânon das escrituras e 
o credo da Igreja, mas também com muita controvérsia entre alguns, se destacando um mestre 
cristão chamado Marcião, que propunha que nas escrituras sagradas não constasse nada do 
Antigo Testamento: 
Marcião e sua versão antijudaica das Escrituras cristãs tiveram rápida aceitação entre 
alguns cristãos... Os Pais e bispos principais da Igreja atacaram com severidade 
Marcião e seus seguidores. A obra de Tertuliano Contra Macião é um excelente 
exemplo da polêmica cristã antimarcionita na época da virada do século (201). 
Irineu, também, criticou Marcião e os seus ensinos, em Contra heresias, e outros pais 
da igreja dos séculos II e III fizeram o mesmo. Alguns cristãos da antiguidade 
claramente consideravam Marcião como o arqui-herege e principal inimigo do 
cristianismo ortodoxo e católico. (Olson, 1999, p. 140) 
Marcião propôs que Jesus não tinha nenhuma relação direta com o deus criador 
judaico e que não devia ser considerado o “Messias” enviado por esse Deus judaico. 
Ao contrário, Jesus era o enviado de um Deus até então desconhecido, estranho, 
caracterizado pelo amor, não pelo ciúme e a agressividade. Ireneu de Lyon descreve 
Marcião como tendo declarado que o Deus judaico é o criador de coisas malignas, e 
se regozija com as guerras, é inconstante, e se comporta de maneira incoerente. [...] 
O deus criador da Bíblia era uma divindade judaica que representava a completa 
antítese do Deus muito diferenteque enviou Jesus. (Lyon, Adversus haereses, apud, 
McGrath, 2014). 
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A Igreja cresce se institucionaliza, se torna a grande Igreja Católica, ou seja, 
universal, a partir daquele momento a igreja era única e autônoma, o poder estava nas mãos 
da igreja, mas as divergências continuam se desencadeando e sempre aumentando, e este 
poder autônomo nas mãos dos bispos geraria algo muito maior no meio cristão, este foi um 
problema que causou conflitos entre Igreja em Oriental e Ocidental, mais precisamente entre 
o bispo de Roma e o bispo de Constantinopla, que contenderam de tal maneira que ambos 
dividiram a grande igreja católica. 
2.3 - O DRAMA SE INTENSIFICA: O ROMPIMENTO ENTRE A IGREJA 
ORIENTAL E OCIDENTAL 
Após os primeiros séculos de embates na Igreja por sua unidade, assim permaneceu 
em harmonia por um tempo, aumentando seus adeptos devido a sua influência no império. 
Mas surge uma questão muito relevante para o clero, quem são os principais líderes? O Bispo 
de Roma, juntamente com o Imperador, que eram muito influentes no meio cristão ocidental, 
ou o Patriarca e o Imperador de Constantinopla que também tinham sua relevância no império 
oriental. Isto dividiu as opiniões sobre quem seria o principal líder da cristandade geral. 
Por muitas razões, as tensões entre as Igrejas do ocidente, que respeitavam cada vez 
mais o Bispo de Roma como patriarca supremo de toda a cristandade, e as do 
Oriente, que respeitavam Constantinopla (O imperador e patriarca) como centro da 
cristandade, agravaram-se cada vez mais nos séculos que se seguiram ao Concílio de 
Calcedônia. (Olson, 1999, p. 261) 
Com este novo embate, a Igreja não permaneceu mais unida, e este foi o primeiro 
maior cisma ocorrido na Igreja, dividindo os cristãos em Católicos Romanos e Católicos 
Ortodoxos. Esta divisão entre Ocidente e Oriente se oficializou definitivamente no ano de 
1054, quando os patriarcas de Roma e de Constantinopla, se excomungaram mutuamente. 
(Olson, 1999, p. 264). E não só se dividiram de forma física, mas também em sua teologia, 
somente suas tradições que permaneceram semelhantes devido as suas origens católicas, e 
como afirma Stefano o catolicismo permanece assim até os dias atuais. 
[...] Até hoje o Catolicismo está dividido em duas grandes correntes: O Catolicismo 
Oriental – Representado pelas igrejas de rito grego – também chamado de Igreja 
Ortodoxa Grega; e o Catolicismo Ocidental – representado pelas Igrejas de rito 
latino – também conhecido como Igreja Católica Apostólica Romana. Apesar da 
mútua excomunhão de 1054 ter sido removida em 7 de dezembro de 1965, por Paulo 
VI da Igreja Romana e Atenágoras, da Igreja Grega, a divisão ainda continua. 
(Steffano, 2006, p. 136) 
A Igreja continuou em seus embates, além disso, estas duas ramificações, Católica 
Grega e Católica Romana, após sua separação, continuaram afirmando, cada uma delas, ser a 
verdadeira Igreja de Jesus Cristo, a de Roma afirmando a monarquia do papa e a Grega 
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afirmando o patriarcado do bispo da igreja ortodoxa. Porém a Igreja, ou, “As Igrejas”, ainda 
não tinham chegado ao ponto máximo de divisões, algo muito mais impactante para a história 
do Cristianismo ainda estava por vir, a chamada: Reforma Protestante. 
2.4 - MAIS UMA DIVISÃO: A REFORMA PROTESTANTE 
O surgimento dos protestantes, assim chamados devido ao acontecimento na Igreja 
Católica Apostólica Romana, denominado Reforma Protestante, deve-se a um homem, 
chamado Martinho Lutero, um monge católico, que desenvolveu no século XVI, várias 
acusações contra a Igreja, mais conhecida como as “95 teses”, nessas teses, o padre citado, 
proclamava uma reforma na Igreja ocidental, devido às várias corrupções existentes na Igreja 
daqueles dias, enfatizando principalmente a justificação pela fé, pois o clero havia 
desenvolvido um sistema chamado de “Indulgências”, que seriam contribuições para a Igreja, 
representando as boas obras, que serviriam para salvar as almas do purgatório. 
A maioria dos historiadores atribui o raiar da grande Reforma do século XVI a um 
único dia de 1517. No dia 31 de outubro desse ano, um monge agostiniano, 
catedrático de teologia na Universidade de Wittenberg, chamado Martinho Lutero, 
afixou noventa e cinco teses (Questões para debate) na porta da catedral da cidade 
onde ensinava. (Olson, 1999, p. 394). 
Por este motivo o Papa Leão X, o líder de toda a Igreja daquela época considerou 
Martinho como um bêbado, e após isso o chamou de Javali selvagem na vinha do Senhor, e o 
excomungou, mas a ousadia de Lutero já tinha motivado outros, que também estavam em 
desacordo com as práticas da cristandade ocidental (Olson, 1999, p. 394). Este movimento 
iniciado por Martinho Lutero atingiu vários outros personagens como Calvino, Zwinglio e o 
movimento anabatista. É certo que muitos segmentos surgiram a partir desse movimento, 
como por exemplo: Os luteranos, os presbiterianos, os anglicanos, os batistas entre outras. 
Hoje as Igrejas protestantes são também chamadas de evangélicas. 
É muito relevante para os que se interessam pelo assunto questionar, o que acontece 
com o cristianismo, pois nos últimos dias se vê uma expansão de divisões, além disso, 
existem outras religiões que surgiram se intitulando cristãs, mas que têm práticas e 
interpretações completamente diferentes dos cristãos tradicionais, como os espíritas, 
Testemunhas de Jeová e os Mórmons. 
Também houve um movimento que surgiu em meados do século XX, chamado 
pentecostalismo que provocou um verdadeiro reboliço nas denominações, e sua principal 
característica é a multiplicação e divisão, abrindo várias denominações e Igrejas rapidamente. 
No Brasil estas divisões estão ocorrendo com uma intensidade avassaladora. 
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O pentecostalismo, desde seu início há um século, tem apresentado duas constantes. 
Divisão e confusão. Só no Brasil são mais de duas mil denominações registradas em 
cartório como autenticas pentecostais. Por exemplo: A Assembleia nasceu em 1910. 
Só que existem diversas Assembleias e todas nascidas de um racha dentro de outra 
Assembleia. A Cristã é uma renovação da igreja presbiteriana. Mas hoje já existe a 
Cristã Renovada. Esse tipo de comportamento só serve para causar confusão. 
(Stefano, 2006, p. 164) 
Dessas divisões citadas por Stefano, só no Brasil surgiram muitas igrejas 
pentecostais e neopentecostais. As que mais se destacam são: Assembleia de Deus, igreja casa 
da benção, igrejas batistas renovadas, igrejas Presbiterianas renovadas, igreja Deus é amor, 
congregação cristã do Brasil, universal de reino de Deus, igreja da graça de Deus, e muitas 
outras. Além dessas, muitas igrejas pentecostais têm surgido constantemente, e por causa de 
sua “desorganização”, e rapidez burocrática elas se multiplicam rapidamente. 
Figura 1- Gráfico de Migração Religiosa de 1872 a 2010 
 
(AZEVEDO, Reinaldo: O IBGE e a religião — Cristãos são 86,8% do Brasil; católicos caem para 64,6%; 
evangélicos já são 22,2%. Gráfico disponível em: http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/o-ibge-e-a-religiao-
%E2%80%93-cristaos-sao-868-do-brasil-catolicos-caem-para-646-evangelicos-ja-sao-222/. Acesso 13 set. 
2016). 
Este gráfico mostra a ocorrência de migração de pessoas do catolicismo para outras 
denominações e aumento das igrejas evangélicas e outras religiões de 1872 a 2010 no Brasil. 
Vejamos que o aumento das Igrejas evangélicas é surpreendente em relação ao decréscimo da 
igreja católica apostólica romana, e grande parte dessas igrejas evangélicas, em sua maioria 
são igrejas pentecostais, que estão se multiplicando e se dividindo constantemente. 
3. O PROBLEMA DA DIVISÃO 
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A questão mais relevante em toda a história do cristianismo é como as pessoas 
batalharam para serem os detentores da verdade, e por causa disso muitos lutaram em guerras 
intermináveis, várias interpretações da bíblia,várias divisões e disputas. Por causa disso 
surgem várias dúvidas nos expectadores, por exemplo: Jesus nos informa que ele é o único 
caminho, única verdade e única vida, porém os que deveriam estar em unidade de 
pensamentos e atitudes, estão sempre brigando entre si e condenando uns aos outros, quanto a 
isso o teólogo Augustus Nicodemus desmascara a mentira por trás da falsa pluralidade 
tolerante. 
O conceito de pluralidade absoluta é internamente inconsistente. A afirmação “Não 
existe uma única ideia certa, mas muita” pode ser entendida como apenas mais uma 
dessas muitas ideias, relativa e portanto naõ válida para todos ao mesmo tempo. 
Acho interessante que defensores da pluralidade estejam unânimes no defender a 
existência da pluralidade e a não existência de verdades absolutas. A rigor a 
unanimidade é incompatível com a pluralidade. Se todos concoradam que não existe 
uma verdade única, mas muitas, e que a verdade depende do ponto de vista de cada 
um, essa unanimidade já é uma excessão à regra. O discurso em defesa da 
pluralidade está longe de ser o discurso de tolerância, igualdade e convivência 
pacífica de ideias diferentes. De fato oculta a buca pelo poder, pela instalação e 
dominação de ua única ideia, com a exclusão das outras. O melhor exemplo disso é a 
academia. Na universidade e nas escolas modernas, embora o discurso seja da 
convivência com o contraditório, o que existe na prática é a dominação ideológica 
por parte de um grupo que lentamente expulsa do cenário acadêmico outras linhas de 
pensamento. Isoo ocorre na psicologia, na biologia, no direito, na filosofia, etc. 
(Lopes, 2008, p. 45, 46). 
 A quem ouvir? Qual é a verdade? O que parece é que ninguém ainda entendeu a 
verdade, como afirma Brian McLaren: “Acho que ainda não conseguimos entender 
corretamente o evangelho... mas também não o entendemos de modo certo. Nenhum de nós 
chegou à ortodoxia” (apud JR, John F. MacArthur, 2008, p. 10). Lembramos também o que o 
apóstolo Judas nos informa em sua carta: “Estes são os que causam divisões entre vocês, os 
quais seguem a tendência da sua própria alma e não têm o Espírito”. (Bíblia Online, Judas 
1:19). Ao considerar este versículo talvez nenhuma das denominações esteja realmente com a 
verdade absoluta, e é esta questão que Augustus Nicodemus aborda falando dos evangélicos e 
outros cristãos. 
Os evangélicos têm tido dificuldade para escolher uma única palavra que os defina, 
já que “evangélico” praticamente perdeu seu sentido origina. Quando, para nos 
identificarmos, precisamos pedir licença para tecer longas explicações e depois 
temos de lançar mão de três ou quatro atributos, isto é, sinal de que a coisa está 
realmente feia. “Cristão” inclui católicos e espíritas. “Protestante” inclui também 
liberais. “Reformado” inclui várias linhas e é título predileto dos liberais dentro das 
igrejas históricas. “Evangélico” é amplo demais e é preferido dos neopentecostais e 
da mídia. Só mesmo usando mais de um adjetivo. É evidente a crise gigantesca em 
que os evangélicos se encontram: Em definição quanto aos rumos teológicos, 
multiplicidade de teologias divergentes, falta de liderança com autoridade moral e 
espiritual, derrocada doutrinária e moral de líderes que um dia foram reconhecidos 
como referência, ascensão de líderes totalitários que se autodenominam pastores, 
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bispos e apóstolos, conquista gradual das escolas de teologia pelo liberalismo 
teológico, ausência de padrões morais que pautem ao menos a disciplina eclesiástica, 
depreciação da doutrina, mercantilização de várias editora evangélicas que passaram 
a publicar livros de linha não evangélica, surgimento das chamadas igrejas 
emergentes. Como resultado, cada vez mais pessoas procuram igrejas para se sentir 
bem, para buscar solução imediata de seus problemas, sem sequer refletir nas 
questões mais profundas acerca da existência e da eternidade, migrando de uma 
comunidade para outra sem qualquer compromisso ou engajamento com a vida 
cristã. (Lopes, 2008, p. 19,20). 
 McLaren afirma que “Capturamos e espalhamos a verdade, e a penduramos na 
parede” (apud JR, John F. MacArthur, 2008, p. 11). Entende-se por este motivo, que é 
relevante fazer uma análise crítica das convicções religiosas, e para isso é necessário conhecê-
las, para depois observar se pelo menos alguma delas chegou à totalidade da proposta de 
Cristo em relação a sua igreja. 
3.1 - QUEM ESTÁ COM A VERDADE? 
Observando a inúmera quantidade de seitas, denominações, congregações e 
consequentemente variadas crenças, costumes e culturas, a pergunta não podia ser diferente, 
qual é a verdadeira? E para isso é necessário conhecer as principais religiões e seitas cristãs 
mais notáveis da atualidade que surgiram como divisão em algum momento da história, para 
que se possa entender a natureza e as motivações dessas divisões, e para que nos capítulos 
subsequentes possamos compará-los com a proposta de Jesus Cristo e o seu evangelho, e 
tentar identificar a verdade em meio a tanta confusão. 
4. OS CATÓLICOS 
A primeira, que talvez seja a maior religião cristã no mundo são os católicos, estes 
são divididos em apostólicos romanos e católicos ortodoxos, que se dividiram no ano de 1054 
como foi registrado anteriormente na história da igreja. Os católicos são assim denominados, 
devido crerem que são os primeiros cristãos, ou seja, os verdadeiros sucessores da Igreja 
primitiva e apostólica por isso o nome católico que significa “universal”, e ambos se 
consideram assim como registra Olson: 
A igreja ocidental que se tornou católica romana sempre se considerou, também, 
ortodoxa romana. A igreja oriental que se tornou o que hoje chamamos de ortodoxa 
oriental sempre se considerou, também, católica oriental. Foi por mera convenção 
que as pessoas começaram a chamar uma de “Católica” e a outra de “Ortodoxa”. Os 
membros da igreja de Roma não admitem, de modo algum, que a igreja oriental seja 
mais ortodoxa do que ela. Em contrapartida, os membros da igreja ortodoxa oriental 
também não consideram a igreja de Roma mais católica do que ela. Desde 1054, 
cada uma se considera a única e verdadeira Grande Igreja que é católica e ortodoxa. 
Uma vê a outra como grupo cismático que não é totalmente católico nem totalmente 
ortodoxo. (Olson, 1999, p. 303). 
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A seguir serão citadas as principais vertentes com as características católicas, suas doutrinas e 
costumes: 
4.1 - IGREJA CATÓLICA APOSTÓLICA ROMANA 
A igreja católica apostólica romana é assim chamada, devido sua sede encontrar-se 
em Roma, mais especificamente no Vaticano, suas doutrinas são baseadas nas sagradas 
escrituras e na tradição apostólica. Também se aceita a continuidade dos apóstolos e da 
revelação divina por intermédio da Igreja. Para os praticantes e líderes dessa religião, não há 
salvação fora da igreja de Roma devido ser a verdadeira igreja, e que não existe a 
possibilidade de se produzir a graça de Deus, sem os sacramentos que somente a igreja 
católica fornece através de suas cerimônias litúrgicas. A seguir destaca-se parte do catecismo 
católico que admite a importância da tradição da igreja romana: 
II. A relação entre a Tradição e a Sagrada Escritura: UMA FONTE COMUM... 80. 
A Tradição sagrada e a Sagrada Escritura estão intimamente unidas e compenetradas 
entre si. Com efeito, derivando ambas da mesma fonte divina, fazem como que uma 
coisa só e tendem ao mesmo fim (46). Uma e outra tornam presente e fecundo na 
Igreja o mistério de Cristo, que prometeu estar com os seus, sempre, até ao fim do 
mundo (Mt 28, 20)... DUAS FORMAS DE TRANSMISSÃO DISTINTAS 81. A 
Sagrada Escritura é a Palavra de Deus enquanto foi escrita por inspiração do Espírito 
divino. A sagrada Tradição, por sua vez, conserva a Palavra de Deus, confiada por 
Cristo Senhor e pelo Espírito Santo aos Apóstolos, e transmite-a integralmente aos 
seus sucessores, para que eles, com a luz do Espírito da verdade,fielmente a 
conservem, exponham e difundam na sua pregação (47). 82. Daí resulta que a Igreja, 
a quem está confiada a transmissão e interpretação da Revelação, não tira só da 
Sagrada Escritura a sua certeza a respeito de todas as coisas reveladas. Por isso, 
ambas devem ser recebidas e veneradas com igual espírito de piedade e reverência 
(48). TRADIÇÃO APOSTÓLICA E TRADIÇÕES ECLESIAIS 83. A Tradição de 
que falamos aqui é a que vem dos Apóstolos. Ela transmite o que estes receberam do 
ensino e do exemplo de Jesus e aprenderam pelo Espírito Santo. De facto, a primeira 
geração de cristãos não tinha ainda um Novo Testamento escrito, e o próprio Novo 
Testamento testemunha o processo da Tradição viva. É preciso distinguir, desta 
Tradição, as tradições teológicas, disciplinares, litúrgicas ou devocionais, nascidas 
no decorrer do tempo nas Igrejas locais. Elas constituem formas particulares, sob as 
quais a grande Tradição recebe expressões adaptadas aos diversos lugares e às 
diferentes épocas. É à sua luz que estas podem ser mantidas, modificadas e até 
abandonadas, sob a direcção do Magistério da Igreja. 
(Catecismo da Igreja Católica, Primeira parte – A profissão de fé. Disponível 
em<http://www.vatican.va/archive/cathechism_po/index_new/prima-pagina-
cic_po.html>. Acesso 14 set. 2016). 
Por causa desta tradição, a Igreja Católica Apostólica Romana aderiu a muitas 
práticas e crenças como: A Infalibilidade papal, o culto às imagens e relíquias da Igreja, o 
batismo infantil, a nomeação de Maria, mãe de Jesus Cristo como a Rainha do Universo, a 
doutrina do purgatório, o uso de indulgências, missas de sétimo dia para os mortos, a doutrina 
da procuração, entre outras. 
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Foi o desenvolvimento dessas doutrinas e práticas que motivou a Reforma 
protestante no século XVI. Já em relação ao seu governo a Igreja católica adota o tipo 
monárquico, onde o Papa é líder de toda a instituição, além disso, é considerado o pontífice, o 
sucessor de Pedro, que segundo a interpretação católica fundou a Igreja e é o representante de 
Cristo na Terra. 
A Igreja católica criou esse tipo de governo imperialista porque desejava desfrutar 
de posição politica e social no mundo para poder, mais facilmente controlar as 
consciências. Em virtude disso, criou a figura do Papa, que é o chefe soberano, que 
fala ex-cathedra, tornando-se infalível no que diz e no que decide. A sua 
infalibilidade e expressa notadamente no princípio que estabeleceram: Roma locuta 
est, causa finita est, isto é: Roma falou, está acabado. Todos têm que obedecer 
cegamente ao que o Papa falar. (Ferreira, Ebenézer Soares, 2001, p. 67). 
Além do governo monárquico, os sacerdotes (Padres) devem aderir obrigatoriamente 
ao celibato e ter uma formação extensa de teologia e filosofia para poderem exercer o 
ministério, por isso sua multiplicação é mais lenta do que as igrejas evangélicas, onde a 
formação de pastores é bem mais rápida, além disso, existem casos extremos onde nem há 
necessidade do pastor evangélico (geralmente pentecostal ou neopentecostal) estudar. 
A Igreja também aceita os sacramentos, que são as maneiras que Deus usa através da 
Igreja, para transmitir a graça, como por exemplo, a eucaristia, (também conhecida como ceia 
pelos protestantes). Nesta celebração os católicos creem que a hóstia e o vinho se tornam 
literalmente no corpo e no sangue de Cristo, esta interpretação é denominada 
transubstanciação. 
A palavra é composta de trans (além) e substância. Portanto, transubstanciação, ao 
pé da letra, é ir além da substância. A igreja católica criou a teria da 
transubstanciação, que não tem nenhum respaldo bíblico. Ela ensina que as 
substâncias- o pão e o vinho – se transformam nas substâncias do corpo e do sangue 
de Cristo, pelo efeito da consagração eucarística. De modo que o comungante, ao 
receber das mãos do padre a hóstia, já consagrada, não pode, de modo algum 
mastigar nada. Tem que engolir tudo, sem qualquer mastigação, porque ali estão, 
realmente, o corpo e o sangue de Cristo[...] A transubstanciação é uma grande 
aberração teológica. Foi decretada como dogma da igreja católica no IV Concílio 
Lateranense, em 1215, e reafirmada pelo Concílio de Trento. (Ferreira, Ebenézer 
Soares, 2001, p. 82, 83) 
4.2 - IGREJA CATÓLICA ORTODOXA 
A doutrina ortodoxa, na verdade é muito semelhante à doutrina romana, pois como se 
registrou anteriormente, os embates entre os dois grandes polos católicos foram devido a uma 
questão mais hierárquica do que doutrinária. Vemos isso com mais clareza quando 
observamos a diferença de governo da igreja ortodoxa quanto à igreja romana. 
 Observa-se anteriormente que o Papa é a autoridade final maior das igrejas romanas, 
mas nas igrejas ortodoxas, após o desligamento com a igreja oriental, houve uma decisão de 
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não aceitar um papado ou um patriarcado primaz, na verdade a igreja ortodoxa é regida por 
um grupo de líderes chamados patriarcas que se reúnem em um sínodo para a administração 
da igreja. O documento a seguir foi retirado do site da igreja ortodoxa e comprova este fato: 
A autoridade suprema na Santa Igreja Católica Apostólica Ortodoxa é o Santo 
Sínodo (Concílio) Ecumênico, que se compõe de todos os Patriarcas chefes das 
Igrejas Autocéfalas e os Arcebispos Primazes das Igrejas Autônomas, que se reúnem 
por chamada do Patriarca Ecumênico de Constantinopla e sob a sua presidência, em 
local e data que ele determinar. A autoridade suprema regional em todos os 
Patriarcados autocéfalos e Igrejas Ortodoxas autônomas é da competência do Santo 
Sínodo Local, que é composta dos Metropolitas chefes das arquidioceses sob a 
presidência do próprio Patriarca ou Arcebispo que convoca a reunião, marcando a 
data, o local e a ordem do dia. (A Santa Igreja ortodoxa, Disponível em< 
http://www.ecclesia.com.br/igreja-ortodoxa/>. Acesso 17 set. 2016). 
 A posição quanto ao papado de Roma e infalibilidade do mesmo: 
Atitude ortodoxa quanto ao Papado é expressada admiravelmente por um escritor, 
do século XII, Nicetas, Arcebispo de Nicomédia: Amado irmão, nós não negamos à 
Igreja de Roma a primazia entre os cinco patriarcados irmãos; e reconhecemos seu 
direito ao mais honorável lugar num concílio ecumênico. Mas ela se separou de nós 
por seus próprios atos, quando, por orgulho, assumiu uma monarquia que não faz 
parte de seu ofício[...] Como haveremos de aceitar decretos seus que foram 
publicados sem sermos consultados ou mesmo sem termos conhecimento deles? Se 
o Pontífice romano, sentado no trono altivo de sua glória, deseja nos atacar e, por 
assim dizer, das alturas "despejar" mandatos sobre nós, se deseja nos julgar ou nos 
governar e às nossas Igrejas, não se aconselhando conosco, mas por seu prazer 
arbitrário, que tipo de irmandade ou mesmo que tipo de parentesco pode haver? 
Seríamos os escravos e não os filhos de tal Igreja, e a Sé de Roma, não a mãe 
piedosa de seus filhos, mas uma rígida e imperiosa senhora de escravos. (O Grande 
Cisma. A desavença entre a Cristandade Oriental e Ocidental. Disponível 
em:<http://www.ecclesia.com.br/biblioteca/Igreja_ortodoxa/a_igreja_ortodoxa_histo
ria7.html>. Acesso 17 set. 2016). 
No demais a Igreja Católica Ortodoxa segue os mesmos padrões de fé da Igreja 
Católica Apostólica Romana, como os sacramentos, as doutrinas marianas, os dogmas, o 
sacerdócio, a tradição da igreja e o uso de relíquias nos cultos. Estas são as semelhanças mais 
notáveis entre as duas vertentes cristãs, mas por causa dos pontos abordados acima e de 
algumas pequenas diferenças nos costumes, e na interpretação teológica, nenhuma delas se 
aceitam mutuamente, e desconsideram a ortodoxia uma das outras, como afirma Olson: 
Até o presente momento, os bispos da Igreja Ortodoxa Oriental e os da Igreja 
Católica Romana não conseguem chegar ao entendimento no tocante a essas 
questões, embora ambos se refiram duas igrejas como as (duas metades da 
cristandade). Até a datada escrita do presente livro, no entanto, ainda não 
alcançaram a comunhão eucarística. (Olson, 1999, p. 319). 
5. OS PROTESTANTES TRADICIONAIS 
Os protestantes tradicionais são aqueles que se aderiram ao pensamento reformador 
no século XVI. Este pensamento tem várias vertentes, e atingiu vários lugares, e por causa 
dessa diversidade, cada uma delas aderiu ao pensamento de seus líderes, mas o principal 
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conceito destes é a aceitação da reforma teológica por causa discordância com os aspectos 
políticos e doutrinários da igreja ocidental. A seguir serão registradas as principais 
denominações com estes princípios, a saber, igreja luterana, igreja anglicana, igreja 
presbiteriana, igreja metodista e igreja batista. 
5.1 - IGREJA LUTERANA 
O Luteranismo é o primeiro movimento de cunho protestante, surgindo em 1530 sob 
a liderança de Marinho Lutero. A reforma iniciou-se com as noventa e cinco teses do próprio 
Lutero, que desejava que a Igreja observasse os pontos sugeridos por ele, e que fosse 
reformada, mas a igreja ocidental não quis ouvir as teses de Lutero que o excomungou. 
Por causa disso a divisão pela reforma protestante foi inevitável, iniciando com a 
formação da Igreja Luterana, como afirma Steffano “A Primeira igreja protestante a surgir foi 
a Luterana. Esta Igreja leva o nome e as características de seu fundador, Martinho Lutero.” 
(Stefano, 2006, p. 145). As doutrinas da igreja Luterana se baseiam realmente nas 
divergências de Martinho com a Igreja Católica apostólica Romana, que segundo a sua 
concepção estava se afastando dos ensinamentos bíblicos. 
Lutero foi um homem muito inteligente, porém propenso a colorizar-se. Corre a seu 
favor a sustentação teórica de que (A Igreja não deveria determinar o que as 
Escrituras ensinam, pelo contrário, as Escrituras é que deveriam determinar o que a 
igreja ensina), e ainda, sua (cuidadosa distinção entre a lei e a graça). Discordou 
bravamente da venda de indulgências e outras heresias ensinadas pela igreja 
católica. (Stefano, 2006, p. 146) 
Por isso, com a rejeição de suas ideias, Lutero foi excomungado, mas conseguiu 
despertar grande parte do povo a pensar e se voltar contra o domínio da igreja, por isso seus 
discípulos foram apelidados de luteranos. Este movimento conseguiu atingir grande parte da 
Alemanha e se tornou religião oficial em alguns países da Europa, como afirma Steffano 
“Seus seguidores foram chamados luteranos. Na Alemanha e em alguns países do norte 
europeu ela se tornou a religião oficial do país” (Steffano, 2006, p. 148). 
O Luteranismo em sua forma hierárquica e sacramental se assemelha muito a igreja 
católica, como por exemplo, o batismo infantil, porém houve uma mudança radical no 
entendimento sobre a estimada tradição da igreja. Na verdade a igreja luterana, tanto quanto 
as outras igrejas reformadas tiveram a concepção que só a bíblia podia ser a base do 
evangelho de Jesus Cristo para a igreja, tanto que um dos principais pontos defendidos por ele 
era o “Sola Scriptura”, ou seja, “Somente a Escritura”, algo que ficou como marca do 
protestantismo mundial, o uso da bíblia. 
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Para Lutero, o padrão e a medida de toda a verdade é o evangelho de Jesus Cristo, 
que é, antes de tudo, uma mensagem falada – A Palavra de Deus – E não uma 
mensagem morta. Lutero não se limitou a equiparar a Palavra de Deus com a Bíblia. 
Contudo, não relegou, tampouco a Bíblia a uma categoria inferior ou menos 
importante. Nós só conhecemos e ouvimos o evangelho por meio da bíblia, que é o 
instrumento escolhido por Deus e usado pelo Espírito Santo para trazer Jesus Cristo 
até nós e nos ensinar o evangelho. Para Lutero, a Bíblia é o berço no qual Cristo se 
encontra. (Olson, 1999, p. 410). 
A autoridade religiosa e espiritual final, segundo Lutero, é a Palavra externa do 
evangelho, refletida pelas Escrituras quando o Espírito Santo usa para chamar, 
convencer e instruir os pecadores que se tornam crentes. Contra a Igreja de Roma, 
colocou a Bíblia em um pedestal acima da tradição eclesiástica, como árbitro de toda 
a crença e prática. (Olson, 1999, p. 412). 
Então se percebe que a tradição já não tinha tanto peso na confissão de fé luterana e 
que as novas igrejas reformadas estavam repensando a forma de entender o evangelho, a 
igreja e qual era a autoridade final e absoluta no âmbito eclesiástico a ser considerada. Mas a 
igreja luterana não foi a única igreja reformada a surgir, veremos que outros personagens 
surgiram com outros pensamentos e posicionamentos que deram origem à outras igrejas de 
características dogmáticas completamente diferente da igreja católica. 
5.2 - IGREJA ANGLICANA 
A Inglaterra foi alcançada com o pensamento reformador no ano de 1531, com a 
instituição da igreja anglicana. A princípio registra-se na história que a separação da 
Inglaterra com igreja católica não foi por motivos doutrinários, mas sim um conflito existente 
entre o rei Henrique VIII e o Papa de Roma, por causa de um assunto relacionado ao seu 
casamento com Catarina de Aragão, tanto que suas doutrinas permaneceram católicas, 
somente depois de algum tempo que as doutrinas tiveram influência protestante. 
Em 1531, Henrique VIII, rei da Inglaterra, pretendia se divorciar de sua esposa 
Catarina para se casar com outra mulher. Para que isso fosse possível era necessário 
o consentimento da igreja, mas o Papa não autorizou o divórcio. Essa recusa deixou o 
monarca profundamente aborrecido. Como retaliação o distinto monarca, que chegou 
a ser inimigo da reforma proclamada por Lutero, reformou a Igreja Católica na 
Inglaterra. Essa nova Igreja foi chamada de Anglicana. No princípio a única coisa 
que diferia da Igreja Católica era o fato de não ter Papa. Depois, com o passar do 
tempo, os anglicanos adotaram muitos princípios assinalados por Calvino. Nos 
Estados Unidos os Anglicanos precisaram mudar de nome após a independência 
daquele país. Passaram a ser chamados de episcopais. (Steffano, 2006, p. 151) 
Sobre a doutrina católica seguida pelo anglicanismo não há mais necessidade de ser 
exposta, pois o assunto foi já citado na doutrina católica apostólica romana neste mesmo 
capítulo. É importante frisar que a reforma não parou por aí, continuando com figuras 
conhecidas no meio evangélico, como Calvino, Zwinglio e muitos outros que influenciaram o 
cristianismo para a fundação de outras igrejas e denominações. Assim a divisão continuou 
através das “reformas” constantes por causa de variadas opiniões divergentes. 
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5.3 - IGREJA PRESBITERIANA 
A igreja presbiteriana é uma das principais igrejas reformadas da atualidade, e o 
principal personagem reconhecido do protestantismo da igreja presbiteriana é João Calvino, 
que formou uma igreja em Genebra, na Suíça em 1541, que depois foi intitulada de 
“Presbiteriana” por João Knox. Stefano registra que Calvino também lutou dentro do 
catolicismo romano, com uma opinião crítica sobre as práticas da igreja católica apostólica 
romana, porém não conseguiu, assim tomou a atitude de formar uma nova denominação 
reformada. 
A igreja Presbiteriana tem como principal patrono João Calvino. Calvino nasceu em 
Noyo, na França, em 1509, e morreu em Genebra, suíça, em 1564. Considerado um 
grande teólogo no sentido teórico... Assim como Lutero ele primeiro buscou uma 
reforma dentro da Igreja Católica. Não obtendo êxito desejado tornou-se reformista, 
e, em 1541 formou uma igreja na cidade de Genebra, Suíça. De princípio a igreja 
que ele formou não tinha um nome definido, mas João Knox, um grande seguidor 
das ideias de Calvino, chamou-a de PRESBITERIANA. (Stefano, 2006, p. 153). 
As doutrinas da Igreja presbiteriana são baseadas nas principais ideias de Zwinglio, e 
dos reformadores suíços, que apesar de serem reformadores como Lutero, interpretavam 
alguns pontos teológicos de forma diferente, por isso não conseguiram se unir como uma só 
denominação,como afirma Olson: “Existe uma pequena diferença entre as doutrinas 
implícitas nas Escrituras sustentadas pelos reformadores alemães e pelos suíços” (Olson, 
1999, p. 427). 
Mas assim como Lutero os presbiterianos continuaram a batizar crianças, por 
aspersão, também continuaram a aliar-se com a política local, como afirma Stefano “A Igreja 
Presbiteriana é a religião Oficial da Escócia e está bem organizada em muitos países” 
(Stefano, 2006, p. 153). O governo da igreja presbiteriana é o tipo oligárquico, ou seja, as 
decisões não são realizadas em uma igreja local, mas depende de um presbitério ou sínodo. 
5.4 - IGREJA METODISTA 
A igreja metodista surgiu com a atitude de um pastor anglicano chamado John 
Wesley, semelhantemente a outros reformadores, a princípio não queria dividir a igreja da 
Inglaterra, mas reforma-la, mas com seus esforços frustrados ele foi obrigado a se separar de 
sua igreja e fundar a igreja metodista também conhecida como wesleyana, mas este fato não é 
só autoria de John Wesley, mas também de Carlos Wesley e George Whittfield. Segundo os 
historiadores o motivo de Wesley querer a Igreja reformada era levar a igreja a um retorno à 
escritura sagrada e um novo relacionamento dos homens com Deus. Tudo isso com o estudo 
metódico da Bíblia, por isso o nome metodismo, como afirma Stefano: 
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Muito próximo do século XVIII nasceram três meninos na Inglaterra. Eram eles: 
John Wesley, Carlos Wesley e George Whitfield. Estes três se tornaram pais e 
fundadores de um movimento que mais tarde foi conhecido como metodismo. John 
Wesley se tornou pastor anglicano em 1728. (Stefano, 2006, p. 154). 
[...]John encontrou-se com George Whitfield. George convidou- para participar de 
uma pregação ao ar livre. Carlos também e juntou ao grupo. Assim os três iniciaram 
um reavivamento na igreja anglicana, John Wesley nunca rompeu com a igreja da 
Inglaterra. Ele não queria formar uma nova religião. Contra sua vontade, no ano de 
1784, formou-se a Igreja Metodista na cidade de Baltmore, nos EUA. (Stefano, 
2006, p. 155). 
As doutrinas desta igreja são de cunho protestante, da mesma maneira como a igreja 
anglicana, como batismo de crianças, os sacramentos, também seu governo continua sendo 
episcopal, governado por bispos e não pela igreja local, mas a ênfase está no estudo metódico 
e prática das escrituras sagradas. A igreja metodista surgiu de um avivamento espiritual, as 
acusações de Wesley eram semelhantes à de Martinho Lutero contra a igreja, ou seja, que a 
igreja tinha abandonado a pratica da bíblia, e por isso estava imersa no erro. 
5.5 - IGREJAS BATISTAS 
Talvez a história mais incerta e misteriosa seja a dos batistas, pois não se sabe 
exatamente sua procedência, os próprios batistas não reconhecem um fundador dessa 
denominação, o nome batista é a principal marca e contraste com as outras igrejas históricas, 
pois significa “O que batiza”, por isso observa-se em suas doutrinas que os batistas praticam o 
batismo somente de adultos, pois não consideram as crianças conscientes para tal ato 
cerimonial. Segundo suas origens os batistas não são unânimes, porém a teoria mais aceita é 
que eles vêm de um grupo separatista chamado anabatista. 
Os batistas não reconhecem um líder fundador do movimento Batista. Igrejas do tipo 
batista surgiram às vezes espontaneamente mediante estudo da bíblia. No século 
dezesseis, as igrejas anabatistas surgiram paralelamente aos movimentos de reforma 
da Europa Central. No século dezessete as igrejas batistas foram instituídas com 
vínculos no movimento puritano da Inglaterra. A perseguição sobreveio a esses 
crentes de fé não conformista em regiões onde era limitada ou negada a liberdade de 
consciência, e também quando a igreja oficial e o Estado prescreviam a crença a ser 
obedecida. O Movimento Anabatista na Europa Continental foi cruelmente 
esmagado pelas igrejas oficiais. Os (separatistas) ou não conformistas da Igreja da 
Inglaterra foram forçados a fugir, a esconder-se. Um desses grupos migrou da 
Inglaterra para Amsterdam (Holanda) sob a liderança de John Smith. Em 1609, eles 
organizaram uma nova igreja nessa cidade, onde a condição de membro se baseava 
na profissão de fé pessoal, voluntária, procedendo ao batismo. Dois anos mais tarde, 
alguns desses membros da nova igreja, dirigidos por Thomas Hellws, retornaram a 
Inglaterra e lá tomaram parte no crescente Movimento Batista, que através de 
Migrações se espalhou pela América. (Em que crêem os Batistas, 2011, p.11). 
Além de não reconhecerem um fundador da sua religião, os batistas não reconhecem 
um poder central, ou seja, preserva-se a autonomia local das igrejas, e além de autônoma, a 
igreja é soberana em seus assuntos internos. A igreja também não considera os sacramentos 
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como tal, mas como ordenanças, e para eles são apenas dois: O batismo e a ceia do Senhor. 
Percebe-se com estas posições, que os batistas têm algumas convicções diferentes, até dos 
protestantes, algo que provocou muita perseguição por parte das igrejas que se aliavam ao 
Estado. Por este motivo o povo batista passou a ser um defensor da liberdade religiosa, como 
afirma o Dr. Ebenézer citando também uma frase de George Brancoft: 
A liberdade tem sido um troféu dos batistas através dos séculos. A sua luta tem sido 
notável. George Brancroft assim se refere: A liberdade de consciência, a liberdade 
absoluta, foi desde o princípio, um troféu dos batistas. (apud Ferreira, 2002, p. 55). 
Por causa dessa liberdade os batistas não seguem um padrão de liturgia, mas cada 
uma delas, sendo uma igreja independente, resolve como fazer os seus cultos, suas decisões e 
cada uma delas decide quem será o seu pastor, através do voto democrático dos membros da 
Igreja. No entanto, os batistas também têm muitas semelhanças com o protestantismo, como 
por exemplo, usar somente a bíblia como matéria de fé e prática, a doutrina da justificação 
somente pela fé, a crença em Jesus Cristo como único mediador e a consideração da bíblia 
como infalível, inerrante e inspirada pelo Espírito Santo. 
Sim, os batistas têm muitas convicções em comum com outros cristãos: acreditam 
em Deus como Criador de todas as coisas e como Pai Celestial que chama a si todos 
os homens. Os batistas creem em Jesus Cristo, como filho de Deus encarnado e 
como Salvador de todos aqueles que nele têm fé. Eles creem no Espírito Santo como 
guia sempre presente, que proporciona o conhecimento cristão da vontade de Deus e 
o poder para seguir a cristo na vida diária. Eles creem que a igreja é constituída do 
povo de Deus que rende culto ao Onipotente, que dá testemunho do seu amor e serve 
aos seus semelhantes em nome de Cristo. Os batistas creem na inspiração e 
autoridade da bíblia. (Em que crêem os Batistas, 2011, p.7). 
Pode- se então se cogitar, que os batistas são originários de um grupo de protestantes, 
porém que interpretavam de forma diferente a teologia de outros cristãos luteranos, anglicanos 
ou presbiterianos. Vejamos que as informações verificadas até aqui nos leva a argumentar que 
as divisões são frutos de múltiplas interpretações da teologia, igreja, e o que suas ordenanças 
significavam para cada um dos pensadores, que discordavam da igreja romana, assim como 
uns dos outros. Por causa disso a unanimidade ficava cada vez mais rara e as quantidades de 
nomes de igrejas só iam aumentando. Chegando ao século XX as divisões alcançaram o seu 
ápice com o aparecimento dos pentecostais e neopentecostais. 
6. OS EVANGÉLICOS PENTECOSTAIS 
Dentre os grandes embates pela verdade e sucessivas divisões, nenhum grupo se 
destaca mais do que os pentecostais, este grupo que surge de uma ideia de renovação das 
igrejas protestantes históricas, estão sempre se dividindo até a atualidade. A maior 
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característica deles é o chamado “batismo com o Espírito Santo”, que traz como evidência 
inicial o falar em línguasestranhas, e o recebimento de dons espirituais, estes que fazem com 
que os fiéis tenham uma série de “experiências” sobrenaturais. O que Stefano afirma é que as 
primeiras aparições destas experiências surgiram na igreja Wesleyana, e após se confirmaram 
com a liderança de Charles Parham em um colégio religioso: 
As primeiras manifestações pentecostais podem remontar até ao século XVIII, 
quando o metodismo foi implantado. Wesley, ao comentar algumas pessoas que 
entraram em êxtase em um de seus cultos comentou: “Essas manifestações podem 
ou não ser verdadeiras” Sabemos com certeza que o primeiro grupo de pentecostais 
conseguiu uma membresia das igrejas Holiness Weslyanas – um grupo de 
metodistas – e, em muitos casos, dos grupos renovados onde elas começaram 
(batistas, metodistas, presbiterianas). O primeiro grupo enfatizava o falar em línguas 
estranhas como evidencia do batismo no Espírito Santo. Em termos de data, foi 
provavelmente a abertura do Bethel Bible College em Topeka, Kansas, dirigido por 
Charles Parham, em outubro de 1900. (Stefano, 2006, p. 157). 
Com a confirmação do pensamento “reformador” pentecostal por Charles Parham, 
William. J. Seymour foi alcançado, e foi o que se destacou na proclamação destas ideias na 
cidade de Los Angeles, em uma rua denominada Azusa. Seymour disseminou o batismo com 
o Espírito Santo e liderou um grupo de pessoas que desejavam ardentemente os dons 
espirituais e experiências sobrenaturais com Deus. Este lugar foi considerado o berço do 
pentecostalismo mundial, que impactou com muita força o Brasil, com a liderança de dois 
missionários chamados Gunnar Vingren e Daniel Berg, os fundadores da Assembleia de Deus 
como afirma Emílio Conde: 
Foi nessa ocasião que dois jovens suecos, Gunnar Vingren e Daniel Berg, tiveram 
em Chicago a experiência pentecostal e a chamada para o Brasil onde fundaram o 
maior movimento pentecostal em todo o mundo. (Conde, Emílio. História das 
Assembleias de Deus no Brasil, apud, Lições bíblicas. As Doutrinas Bíblicas 
Pentecostais, 2006, Capa). 
Com essa experiência os dois missionários partiram para o Brasil para disseminar as 
ideias de Seymour, foi aí que se originou a igreja assembleia de Deus, que está entre as 
maiores igrejas do Brasil. O que podemos argumentar com estes dados é que a divisão 
pentecostal se baseia na insatisfação com as igrejas tradicionais, e se pode afirmar que há uma 
razão extremamente social 
Há confirmação disso quando analisamos a afirmação de Emílio Conde: “O pastor 
William Joseph Seymour, que servia nessa igreja, não era pregador eloquente...” (Conde, 
Emílio. História das Assembleias de Deus no Brasil, apud, Lições bíblicas. As Doutrinas 
Bíblicas Pentecostais, 2006, Capa), e, além disso, Seymour era negro, e por causa da 
segregação, presente naquela época não podia assistir às aulas de Charles dentro da sala, mas 
sim pelo lado de fora, o que o motivou a pregar para o público negro. 
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Em 1905, Seymour estava em Houston, Texas, quando ouviu a mensagem 
pentecostal pela primeira vez. Ele se matriculou na Escola Bíblica dirigida por 
Charles F. Parham. Parham foi o fundador do movimento de Fé Apostólica, e é o pai 
do reavivamento Pentecostal/carismático moderno. Na Escola Bíblica de Topeka, 
Kansas, seus seguidores tinham recebido o batismo no Espírito Santo com a 
evidência bíblica de falar em outras línguas. Por causa das leis de segregação racial 
da época, Seymour foi forçado a se assentar no corredor, do lado de fora da sala de 
aula... Parham e Seymour dirigiram juntos reuniões em Houston, com Seymour 
pregando para auditórios negros enquanto Parham pregava para grupos de brancos. 
Parham tinha planos de usar Seymour para espalhar a mensagem da Fé Apostólica 
para os afro-americanos do Texas. 
(William J. Seymour – O Pentecoste do século XX. Biografias Cristãs, 2006. 
Disponível em< http://escolabiblica.blogspot.com.br/2006/05/ william-j-seymour-o-
pentecoste-do.html>. Acesso: 22 set. 2016). 
Estes dados são importantes para que nós entendamos o porquê que as comunidades 
pentecostais são as que mais atingem as comunidades negras e carentes da sociedade 
brasileira. Percebe-se que o movimento inicial pentecostal é mais uma iniciativa de libertação 
racial das igrejas americanas, do que uma revolução de aspecto doutrinário. Sabendo dessas 
informações, vamos conhecer as principais vertentes do pentecostalismo e sua fé, e entender 
as razões das múltiplas divisões que ocorrem entre esse grupo tão distinto. 
6.1 - ASSEMBLÉIA DE DEUS 
Com a renovação espiritual através do batismo com o Espírito Santo de Daniel Berg 
e Gunnar Vingren, ambos chegaram ao Brasil como vimos anteriormente, e se instalaram em 
Belém do Pará. Lá procuraram uma igreja de fé batista (Mesmo não tendo mais vínculos com 
a comunidade batista e também crendo de forma diferente), e lá permaneceram por um tempo. 
Mas como se esperava, eles provocaram uma divisão criando assim a Assembleia de Deus. 
Além disso, saíram pelas igrejas batistas tradicionais pregando a nova experiência carismática 
e assim aumentando as divisões provocando muita polêmica entre as igrejas tradicionais. 
Vingren e Berg não pararam por aí. Continuaram a fazer o trabalho de proselitismo 
dentro das igrejas batistas. Percorreram o Brasil inteiro na busca de novas 
renovações. Pode-se dizer que em muitos casos foram bem sucedidos. O próprio 
Vingren afirma em seu diário que: “Por onde íamos, buscávamos nas igrejas e nas 
casas dos batistas infundirem o novo batismo”. Este novo batismo constituía de doar 
aos crentes já convertidos o dom de línguas. (Stefano, 2006, p. 161). 
Com essa atitude podemos afirmar que os pregadores pentecostais deram início a 
maior onda de divisões do século XX, todos motivados a passar adiante as experiências 
carismáticas que obtiveram em Los Angeles, pregando uma doutrina mais voltada para o 
arminianismo (Salvação pelas obras), e a dedicação na busca dos dons espirituais. 
 Mas observando a atualidade, as divisões dos pentecostais integrantes da 
Assembleia de Deus, não só atingiu os arraiais batistas e tradicionais, mas ocorreu dentro da 
própria denominação da Assembleia, como afirma Gilberto Stefano: “A Assembleia nasceu 
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em 1910. Só que hoje existem diversas Assembleias e todas nascidas de um racha dentro de 
outra Assembleia” (Stefano, 2006, p. 164). Porém o pentecostalismo atingiu muitas 
denominações e causou muitas outras divisões. 
6.2 - OUTRAS RENOVADAS E OS NEOPENTECOSTAIS 
As divisões que as experiências pentecostais trouxeram para as denominações foram 
realmente gigantescas, todos os segmentos protestantes e também católicos tiveram algum 
tipo de experiência com o movimento pentecostal-carismático. Várias doutrinas, experiências 
sobrenaturais e novas revelações estão surgindo na atualidade, também há um surgimento de 
apóstolos e profetas, e muitas dessas igrejas não são chamadas mais de pentecostais, mas sim 
de neopentecostais, algo que dividiu também este nicho evangélico. 
Algumas das igrejas que são consideradas pentecostais são: Assembleia de Deus, 
Deus é Amor, Congregação Cristã e Casa da Benção, entre outras. Por outro lado, as 
neopentecostais mais conhecidas são: A igreja renascer, a Universal do reino de Deus e Igreja 
internacional da graça de Deus, entre outras. A verdade é que a lista é muito grande, e, muitas 
delas se misturam em suas questões de fé, mas em sua maioria aceitam novas revelações e 
novos apóstolos como afirma o Dr. Augustus Nicodemus Lopes: 
Não é que o movimento apostólico brasileiro rejeite a bíblia. O que ocorre é que ela 
ocupa um lugar secundário nas ministrações dos “apóstolos”, as quais se baseiam em 
afirmações, profecias e promessas oriundas do entendimento de que eles têm 
autoridade para trazer coisas novas para o povo de Deus. Com raras exceções, a 
Bíblia é lida e interpretada de maneira alegórica, fora de contexto, com vistas