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PCSP - Direito Processual Penal - Polícia Civil do Estado de São Paulo

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Direito Processual 
Penal 
 
 
 
Direito Processual Penal 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Livro Eletrônico 
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Inquérito
DIREITO PROCESSUAL PENAL
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INQUÉRITO
O inquérito policial envolve um momento preliminar do processo penal, em que houve a 
prática do crime e a autoridade responsável precisa pesquisar um pouco acerca desse crime, 
buscando quem praticou esse crime e verificando se ele realmente aconteceu.
Nesse sentido, trabalha-se com o conceito de justa causa, que é a análise acerca dos 
indícios de autoria, ou seja, a busca de elementos para saber quem foi o responsável pela 
prática de um crime. Por outro lado, também se busca a materialidade, ou seja, a própria exis-
tência do crime.
Conceito de inquérito policial: é um procedimento administrativo, que tem por finalidade 
apurar os indícios de autoria e materialidade de um crime.
Só é possível entrar com uma ação penal (por meio de uma denúncia ou queixa) contra uma 
pessoa se houver uma justa causa, ou seja, indícios de autoria e materialidade de um crime.
Logo, a finalidade do inquérito policial é trazer os indícios de autoria e materialidade para 
subsidiar a futura ação penal.
Vale lembrar que a ação penal é apresentada perante o juiz, já o inquérito policial é elabo-
rado pelo delegado de polícia (autoridade policial). Por conta disso e pelo fato de o inquérito 
policial não ser dotado de sanção penal, o inquérito termina com um simples relatório e tem a 
natureza de um procedimento administrativo e não de um processo.
Assim, a finalidade do inquérito policial é apurar a autoria e a materialidade para subsi-
diar a futura ação penal. Ou seja, o inquérito não existe por si só, pois visa subsidiar a futura 
ação penal.
A natureza jurídica de um inquérito policial é a de um procedimento administrativo. Logo, 
não há imposição de sanção.
CARACTERÍSTICAS DO INQUÉRITO POLICIAL
O inquérito é um procedimento escrito, pois o próprio Código de Processo Penal (CPP), 
em seu art. 9º, dispõe que todas as peças do inquérito devem ser reduzidas à escrito.
Art. 9º Todas as peças do inquérito policial serão, num só processado, reduzidas a escrito ou dati-
lografadas e, neste caso, rubricadas pela autoridade.
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Inquérito
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A autoridade que irá rubricar o inquérito é o delegado de polícia (ponto já cobrado em 
provas de concursos públicos).
Mnemônico:
A segunda característica do inquérito é que ele é inquisitivo ou inquisitório, ou seja, 
como se trata de um mero procedimento administrativo, não é preciso garantir contraditório 
e ampla defesa nesse procedimento.
Sobre esse ponto é preciso ter cuidado com o que dispõe a Súmula Vinculante n. 14, pois, 
de sua leitura, muitos pensam que ela traz o contraditório e a ampla defesa para o âmbito do 
inquérito, o que não é verdade, visto que ela apenas garante o acesso do advogado aos autos.
O inquérito policial é dispensável, pois o Ministério Público pode entender que já possui 
indícios de autoria e materialidade suficientes para ingressar com a ação penal. Assim, o 
inquérito não é considerado uma fase obrigatória, pois pode existir ou não.
Outra característica do inquérito policial é ser oficial, isto é, trata-se de um procedimento 
específico feito por um órgão oficial do Estado, que é a polícia judiciária por meio de um dele-
gado de polícia.
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Inquérito
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O inquérito também é sigiloso. A própria legislação confere essa possibilidade de a auto-
ridade policial conferir o sigilo que entender necessário a um inquérito policial para que ocorra 
o seu bom andamento.
Por fim, o inquérito também é oficioso. Nas ações penais públicas, ele é iniciado e con-
duzido de ofício pela autoridade policial. Já nas ações penais privadas ou públicas condicio-
nadas, o delegado dependerá de uma manifestação de vontade da vítima, que pode ser por 
meio da representação ou do requerimento. Contudo, uma vez formulada essa representação 
ou requerimento, o inquérito passa a ser impulsionado de ofício.
Nos termos do CPC:
Art. 4º A polícia judiciária será exercida pelas autoridades policiais no território de suas respectivas 
circunscrições e terá por fim a apuração das infrações penais e da sua autoria. 
Parágrafo único. A competência definida neste artigo não excluirá a de autoridades administrativas, 
a quem por lei seja cometida a mesma função.
Art. 5º Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado:
I – de ofício;
II – mediante requisição da autoridade judiciária ou do Ministério Público, ou a requerimento do 
ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo.
O art. 5º do CPC trabalha com as formas de instauração do inquérito policial. Se a ação 
penal é pública incondicionada, como ocorre, por exemplo, no crime de furto, o inquérito poli-
cial será instaurado mesmo que a vítima não manifeste a sua vontade.
Contudo, nas ações penais privadas ou públicas condicionadas (ex.: crime de ameaça), 
como a própria ação depende da manifestação do ofendido, o delegado de polícia somente 
poderá instaurar o inquérito se houver a manifestação da vítima.
Além disso, ainda existem os crimes que são submetidos à requisição do Ministro da Jus-
tiça. Em regra, são crimes contra a honra do Presidente da República.
A queixa (ou queixa-crime) é apresentada perante o juiz no caso de crimes de ação 
penal privada.
CPP, Art. 5º, § 1º O requerimento a que se refere o no II conterá sempre que possível:
a) a narração do fato, com todas as circunstâncias;
b) a individualização do indiciado ou seus sinais característicos e as razões de convicção ou de 
presunção de ser ele o autor da infração, ou os motivos de impossibilidade de o fazer;
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Inquérito
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c) a nomeação das testemunhas, com indicação de sua profissão e residência.
§ 2º Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito caberá recurso para o 
chefe de Polícia.
Obs.: vale destacar que esse recurso é administrativo e não judicial.
§ 3º Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existência de infração penal em que 
caiba ação pública poderá, verbalmente ou por escrito, comunicá-la à autoridade policial (notitia 
criminis), e esta, verificada a procedência das informações, mandará instaurar inquérito.
 
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preparada e ministrada pela professora Geilza Fátima Cavalcanti Diniz. 
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ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
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Inquérito II
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INQUÉRITO II
§ 4º O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de representação, não 
poderá sem ela ser iniciado.
§ 5º Nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente poderá proceder a inqué-
rito a requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la.
Obs.: � a representação é uma manifestação de vontade da vítima ou de seu representante 
legal. A vítima pode escolher não representar contra o autor do delito. A representação 
não exige rigores formais, podendo ser oral ou escrita. Enquanto nos casos de ação 
penal pública condicionada a instauraçãodo inquérito se faz por meio de representa-
ção, em caso de ação penal privada esse processo se faz a partir de requerimento. 
No caso de prisão em flagrante o próprio auto de prisão já dá início ao inquérito policial.
RELEMBRANDO
Indiciamento: pode ocorrer junto com a instauração ou depois dela. Acontece quando a 
autoridade policial imputa a alguém a autoria do crime. É um processo fundamentado e 
formal.
ATENÇÃO
O inquérito policial não é um processo judicial, mas sim um procedimento administrativo, ou 
seja, não existe um rito pré-determinado. O delegado decide entre diligências discricionárias 
quais são adequadas para cada caso.
Art. 6º Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade poli-
cial deverá:
I – dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das 
coisas, até chegada dos peritos criminais;
II – apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos peritos 
criminais;
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III – colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas cir-
cunstâncias;
IV – ouvir o ofendido;
V – ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do disposto do Capítulo III do 
Título VII deste Livro, devendo o respectivo termo ser assinado por duas testemunhas que lhe 
tenham ouvido a leitura;
VI – determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e quaisquer 
outras perícias;
VII – determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer 
outras perícias;
VIII – ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se possível, e fazer 
juntar aos autos sua folha de antecedentes;
IX – averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual, familiar e 
social, sua condição econômica, sua atitude e estado de ânimo antes e depois do crime e 
durante ele, e quaisquer outros elementos que contribuírem para a apreciação do seu tempe-
ramento e caráter.
X – colher informações sobre a existência de filhos, respectivas idades e se possuem 
alguma deficiência e o nome e o contato de eventual responsável pelos cuidados dos filhos, 
indicado pela pessoa presa.
Art. 13. Incumbirá ainda à autoridade policial:
I – fornecer às autoridades judiciárias as informações necessárias à instrução e julga-
mento dos processos;
II – realizar as diligências requisitadas pelo juiz ou pelo Ministério Público;
III – cumprir os mandados de prisão expedidos pelas autoridades judiciárias;
IV – representar acerca da prisão preventiva.
Obs.: � as diligências dispostas no arts. 6º e 13 são realizadas de forma discricionária, ou 
seja, analisando caso a caso o que é importante para a elucidação do crime. Não há 
rito pré-determinado.
Reprodução Simulada dos Fatos
• O que é? É uma reconstituição do crime.
• Como se faz? A partir da reprodução da forma pela qual o crime foi praticado.
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Inquérito II
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• Quando não cabe fazer? Quando contrarie a moralidade ou a ordem pública.
Art. 7º Para verificar a possibilidade de haver a infração ter sido praticada de determinado 
modo, a autoridade policial poderá proceder à reprodução simulada dos fatos, desde que esta 
não contrarie a moralidade ou a ordem pública.
Prazos
Dispositivos que não estão mais em vigor
• Curador ao réu menor
Art. 15. Se o indiciado for menor, ser-lhe-á nomeado curador pela autoridade policial.
Obs.: � Desde o CC/2002, que estipulou que apenas há curador nos casos em que o indiciado 
tenha problema mental.
• Incomunicabilidade
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Art. 21. A incomunicabilidade do indiciado dependerá sempre de despacho nos autos e 
somente será permitida quando o interesse da sociedade ou a conveniência da investiga-
ção o exigir.
Obs.: � o réu que responde a inquérito não pode ficar incomunicável, desde a CF/1988.
Conclusão do Inquérito Policial
Não existe sanção ao final do inquérito policial e as prisões provisórias (temporária, em 
flagrante e preventiva) são apenas medidas necessárias para o processo.
O inquérito se finaliza a partir de relatório do delegado onde são dispostas todas as dili-
gências realizadas. Esse relatório é enviado para o Poder Judiciário, e poderá ser arquivado 
pelo juiz a partir de pedido do promotor ou destinar uma ação penal a partir de denúncia do 
promotor. O promotor ainda poderá solicitar outras diligências, caso julgue necessário.
Obs.: � caso o juiz discorde do pedido do promotor ele envia o caso para o Procurador-Geral 
de Justiça que julgará a decisão.
ATENÇÃO
O delegado não pode arquivar inquérito policial.
Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar arquivas autos de inquérito.
Art. 18. Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade judiciário, por 
falta de base para denúncia, a denúncia.
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Provas
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PROVAS
Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório ju-
dicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos 
na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas.
Parágrafo único. Somente quanto ao estado das pessoas serão observadas as restrições estabe-
lecidas na lei civil.
Obs.: � o juiz é o destinatário das provas e deve valorizá-las de acordo com o sistema da per-
suasão racional ou livre convencimento motivado.
 
• Provas X Elementos de Informação
- Prova: aquilo que foi produzido em contraditório (possibilidade das duas partes 
se manifestarem) e perante o juiz. Também se consideram provas cautelares 
(que correm o risco de perecer), antecipadas (determinadas pelo juiz antes do 
momento adequado) e não repetíveis (que não podem ser repetidas depois de 
serem produzidas).
- Elementos de informação: sem contraditório judicial.
ATENÇÃO
Caso não haja provas, mas somente elementos de informação, necessariamente a pessoa 
precisa ser absolvida. Para que uma pessoa seja condenada, é necessária pelo menos uma 
prova.
Ônus da Prova
Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém, facultado ao juiz de ofício:
I – ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a produção antecipada de provas consideradas 
urgentes e relevantes, observando a necessidade, adequação e proporcionalidade da medida;
II – determinar, no curso da instrução, ou antes de proferir sentença, a realização de diligências para 
dirimir dúvida sobre ponto relevante.
Obs.: � o juiz é considerado inerte, ou seja, as partes que devem produzir as provas. Excepcio-
nalmente ele poderá realizar algumas diligências para produção de provas de ofício.
 
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Provas
DIREITO PROCESSUAL PENAL
Liberdade dos Meios de Prova
• Inadmissibilidade das provas ilícitas
Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim 
entendidas as obtidas emviolação a normas constitucionais ou legais.
§ 1º São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo quando não evidenciado o 
nexo de causalidade entre umas e outras, ou quando as derivadas puderem ser obtidas por uma 
fonte independente das primeiras.
§ 2º Considera-se fonte independente aquela que por si só, seguindo os trâmites típicos e de praxe,
próprios da investigação ou instrução criminal, seria capaz de conduzir ao fato objeto da prova.
§ 3º Preclusa a decisão de desentranhamento da prova declarada inadmissível, esta será inutilizada 
por decisão judicial, facultado às partes acompanhar o incidente.
§ 4º (VETADO)
§ 5º O juiz que conhecer do conteúdo da prova declarada inadmissível não poderá proferir a sen-
tença ou acórdão.
Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto 
ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado.
Parágrafo único. Dar-se-á prioridade à realização do exame de corpo de delito quando se tratar de 
crime que envolva:
I – violência doméstica e familiar contra mulher;
II – violência contra criança, adolescente, idoso ou pessoa com deficiência.
Obs.: � crime transeunte: aquele não deixa vestígios.
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RELEMBRANDO
A prova pericial é indispensável em crimes que deixam vestígios. Nas outras situações ela 
pode acontecer, mas não é obrigatória.
Prova Pericial
Caso não haja perito oficial na cidade, o juiz pode nomear outros peritos.
É necessário para uma prova pericial:
- 1 perito: oficial.
- 2 peritos: não oficiais.
Obs.: � no caso de peritos não oficiais, eles necessitam firmar um compromisso de bem e fiel-
mente desempenhar aquele ofício.
Art. 159. O exame de corpo de delito e outras perícias serão realizadas por perito oficial, 
portador de diploma de curso superior.
§ 1º Na falta de perito oficial, o exame será realizado por 2 pessoas idôneas, portadores de 
diploma de curso superior preferencialmente na área específica, dentre as que tiverem habili-
tação técnica relacionada com a natureza do exame.
§ 2º Os peritos não oficiais prestarão o compromisso de bem e fielmente desempe-
nhar o cargo.
§ 3º Serão facultadas ao Ministério Público, ao assistente de acusação, ao ofendido, ao 
querelante e ao acusado a formulação de quesitos e indicação de assistente técnico.
Art. 160. Os peritos elaborarão o laudo pericial, onde descreverão minuciosamente o que 
examinarem, e responderão aos quesitos formulados.
Parágrafo único. O laudo pericial será elaborado no prazo máximo de 10 dias, podendo 
este prazo ser prorrogado, em casos excepcionais, a requerimento dos peritos.
Art. 161. O exame de corpo de delito poderá ser feito em qualquer dia e a qualquer hora.
Art. 162. A autópsia será feita pelo menos seis horas depois do óbito, salvo se os peritos, 
pela evidência dos sinais de mortes, julgarem que possa ser feita antes daquele prazo, o que 
declararão no auto.
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Provas II
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Art. 167. Não sendo possível o exame do corpo de delito, por haverem desaparecidos os 
vestígios, a prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta.
Obs.: � a confissão não supre a falta de prova pericial ou testemunhal.
Art. 168. Em caso de lesões corporais, se o primeiro exame pericial tiver sido incom-
pleto, proceder-se-á a exame complementar por determinação da autoridade policial ou judi-
ciária, de ofício, ou a requerimento do Ministério Público, do ofendido ou do acusado, ou de 
seu defensor.
§ 1º No exame complementar, os peritos terão presente o auto de corpo de delito, a fim de 
suprir-lhe a deficiência ou retificá-lo.
Art. 180. Se houver divergência entre os peritos, serão consignadas no auto do exame as 
declarações e respostas de um e de outros, ou cada um redigirá separadamente o seu laudo, 
e a autoridade nomeará um terceiro; se este divergir de ambos, a autoridade poderá mandar 
proceder a novo exame por outros peritos.
Art. 181. No caso de inobservância de formalidades, ou no caso de omissões, obscurida-
des ou contradições, a autoridade judiciária mandara suprir a formalidade, complementar ou 
esclarecer o laudo.
Parágrafo único. A autoridade poderá também ordenar que se proceda a novo exame, por 
outros peritos, se julgar conveniente.
Art. 182. O juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo aceitá-lo ou rejeitá-lo, no todo 
ou em parte.
Art. 183. Nos crimes em que não couber ação pública, observar-se-á o disposto no art. 19.
Art. 184. Salvo o caso de exame de corpo de delito, o juiz ou a autoridade policial negará 
a perícia requerida pelas partes, quando não for necessária ao esclarecimento da verdade.
 
Interrogatório
O Interrogatório é tanto um meio para coleta de provas quanto meio de defesa, pois é 
neste momento que o réu conta sua versão do potencial delito.
No estudo do inquérito, é disposto que o delegado deverá observar este interrogatório, ou 
seja, ele pode ser aplicável ao inquérito.
Dois direitos devem ser observados na prática do interrogatório: direito ao silêncio e de 
entrevista reservada prévia ao interrogatório com seu defensor.
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ATENÇÃO
O interrogatório é o último ato de instrução do processo.
O interrogatório possui duas fases: a primeira de qualificação (nome, idade, trabalho, etc.) 
e a segunda de mérito (sobre a prática do crime).
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Provas III
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PROVAS III
O interrogatório se divide em duas fases: primeiro, o interrogatório de qualificação e, 
depois, o interrogatório de mérito.
Art. 185. O acusado que comparecer perante a autoridade judiciária, no curso do processo penal, 
será qualificado e interrogado na presença de seu defensor, constituído ou nomeado.
O artigo 185 se refere ao interrogatório perante o juiz, porém, quando se trabalha com 
inquérito policial, sabe-se que no artigo 6º, inciso V, há a previsão de que o delegado deve 
seguir, no que for aplicável, esse procedimento do artigo 185.
Portanto, embora o artigo 185 se refira ao juiz, deve o delegado fazer do mesmo modo, se 
for aplicável.
§1º O interrogatório do réu preso será realizado, em sala própria, no estabelecimento em que estiver 
recolhido, desde que estejam garantidas a segurança do juiz, do membro do Ministério Público e 
dos auxiliares bem como a presença do defensor e a publicidade do ato.
O Código trouxe uma previsão preferencial de que o interrogatório do preso seja feito na 
cadeia. A preferência é que o juiz, o promotor e o defensor saiam de seus gabinetes e dos 
fóruns, e vão para a cadeia parafazer o interrogatório do acusado. Mas, o Código estabelece 
que isso deve ser feito se estiver garantida a segurança de todos os envolvidos – o que, na 
prática, sabemos que não ocorre.
Embora, preferencialmente, o interrogatório seja feito no estabelecimento em que o réu 
está preso, isso não é totalmente obrigatório, porque para que isso aconteça é necessário que 
haja uma estrutura de segurança.
Se não for possível o interrogatório na cadeia para o réu preso, excepcionalmente, o inter-
rogatório pode ser realizado por videoconferência – o mecanismo de gravação de imagem e 
de som em tempo real, em que as pessoas estão distantes umas das outras, mas conseguem 
se comunicar tranquilamente.
Parágrafo 2º Excepcionalmente, o juiz, por decisão fundamentada, de ofício ou a requerimento 
das partes, poderá realizar o interrogatório do réu preso por sistema de videoconferência ou outro 
recurso tecnológico de transmissão de sons e imagens em tempo real, desde que a medida seja 
necessária para atender a uma das seguintes finalidades:
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Esse tipo de interrogatório é apenas para o réu preso.
Para que haja o interrogatório por videoconferência é preciso ter uma decisão do juiz infor-
mando que fará esse tipo de interrogatório. Essa decisão pode ser pelo próprio juiz (de ofício) 
ou a pedido das partes. Mas, para que o juiz decida dessa maneira, alguns requisitos estão 
previstos na lei.
ATENÇÃO
São justamente esses requisitos previstos e o prazo de intimação que caem nas provas.
A lei estabelece quando é que pode ser realizado o interrogatório por videoconferência, já 
que ele não pode ocorrer em qualquer situação por ser uma medida excepcional.
I – prevenir risco à segurança pública, quando exista fundada suspeita de que o preso integre orga-
nização criminosa ou de que, por outra razão, possa fugir durante o deslocamento;
II – viabilizar a participação do réu no referido ato processual, quando haja relevante dificuldade 
para seu comparecimento em juízo, por enfermidade ou outra circunstância pessoal;
A falta de escolta não justifica o interrogatório por videoconferência, assim como a como-
didade do juiz.
A finalidade de viabilizar a participação do réu no interrogatório pressupõe enfermidade ou 
circunstância pessoal do réu – da pessoa que será interrogada – e não do juiz ou do Estado. 
É dever do Estado possibilitar a ida da pessoa ou do juiz ao presídio. O fato de o Estado não 
ter aparelhamento, não estar fazendo concurso etc., não justifica o interrogatório por video-
conferência.
III – impedir a influência do réu no ânimo de testemunha ou da vítima, desde que não seja possível 
colher o depoimento destas por videoconferência, nos termos do art. 217 deste Código;
Caso a vítima ou determinada testemunha for ameaçada pelo réu e fique com medo de 
depor, preferencialmente se ouve a vítima ou a testemunha por videoconferência.
A lei presume a necessidade do contato direto e imediato entre o juiz e o réu. Logo, se 
houver medo ou ameaça, a vítima ou a testemunha deverá ser ouvida por videoconferência.
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Provas III
DIREITO PROCESSUAL PENAL
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Apenas se não for possível ouvir a vítima ou a testemunha por videoconferência é que se 
pode ouvir o réu por videoconferência no interrogatório.
IV – responder à gravíssima questão de ordem pública.
§ 3º Da decisão que determinar a realização de interrogatório por videoconferência, as partes serão 
intimadas com 10 (dez) dias de antecedência.
ATENÇÃO
A prova pode apresentar que são 15 dias de antecedência.
§ 4º Antes do interrogatório por videoconferência, o preso poderá acompanhar, pelo mesmo sistema 
tecnológico, a realização de todos os atos da audiência única de instrução e julgamento de que 
tratam os arts. 400, 411 e 531 deste Código.
Na audiência de instrução e julgamento, que é a audiência em que se ouve as testemu-
nhas e a vítima, há uma ordem em que, em primeiro lugar, se ouve a vítima, depois, as tes-
temunhas de acusação – as testemunhas que o promotor pediu para ouvir –, depois, as tes-
temunhas de defesa – as testemunhas que o advogado de defesa pediu para ouvir – e, por 
último, se interroga o réu – sendo este o último ato dessa audiência de instrução de oitiva.
O parágrafo 4º estabelece que se o interrogatório for por videoconferência, é preciso deixar 
o sistema ligado no presídio – já que esse interrogatório é só de réu preso – para que o réu 
possa acompanhar a oitiva da vítima e das testemunhas.
O parágrafo 5º trata do direito de entrevista prévia com o defensor. Observe que ele esta-
belece em qualquer modalidade de interrogatório; portanto, em qualquer tipo de interrogatório 
– seja do juiz indo na cadeia, do preso sendo trazido para juízo, por videoconferência ou do 
réu solto – há esse direito de entrevista:
§ 5º Em qualquer modalidade de interrogatório, o juiz garantirá ao réu o direito de entrevista prévia e 
reservada com o seu defensor; se realizado por videoconferência, fica também garantido o acesso 
a canais telefônicos reservados para comunicação entre o defensor que esteja no presídio e o ad-
vogado presente na sala de audiência do Fórum, e entre este e o preso.
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ATENÇÃO
O que mais cai em provas é o direito de entrevista prévia e reservada com o advogado. Essa 
entrevista é para qualquer modalidade de interrogatório.
A entrevista prévia e reservada é exclusivamente judicial. No inquérito policial não há essa 
obrigatoriedade.
Durante o interrogatório é muito importante que se pense no artigo 318. Há a possibilidade 
da prisão domiciliar, ou seja, de substituir uma prisão preventiva por uma dentro do domicílio 
da pessoa. Para isso, uma das modalidades mais comuns da prisão domiciliar é quando a 
pessoa tem filho criança que dependa dela. Por isso, no interrogatório, o juiz pergunta sobre 
a existência de filhos e as idades deles.
ATENÇÃO
Esse assunto tem caído em muitas provas.
Art. 185. § 10. Do interrogatório deverá constar a informação sobre a existência de filhos, respec-
tivas idades e se possuem alguma deficiência e o nome e o contato de eventual responsável pelos 
cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa.
Fala-se em pessoa presa por causa do artigo 318 e da possibilidade da substituição da 
prisão preventiva pela prisão domiciliar.
Art. 186. Depois de devidamente qualificado e cientificado do inteiro teor da acusação, o acusado 
será informado pelo juiz, antes de iniciar o interrogatório, do seu direito de permanecer calado e de 
não responder perguntas que lhe forem formuladas.
Parágrafo único. O silêncio, que não importará em confissão, não poderá ser interpretado em pre-
juízo da defesa.
Se o réu usar do direito de ficar em silêncio – e isso serve tanto para o réu preso como 
para o réu solto –, não se pode usar esse silêncio contra ele.
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Art. 187. O interrogatório será constituído de duas partes: sobre a pessoa do acusado e sobre os 
fatos.
Como dito anteriormente, o interrogatório é bifásico: Há, primeiro, o interrogatório de qua-
lificação, ou seja, sobre a pessoa do acusado; depois, há o interrogatório sobre os fatos, ou 
seja, sobre o crime propriamente dito.
§ 1º Na primeira parte o interrogando será perguntado sobre a residência, meios de vida ou profis-
são, oportunidades sociais, lugar onde exerce a sua atividade, vida pregressa, notadamente se foi 
preso ou processado alguma vez e, em caso afirmativo, qual o juízo do processo,se houve sus-
pensão condicional ou condenação, qual a pena imposta, se a cumpriu e outros dados familiares e 
sociais.
Na primeira parte, de qualificação, o juiz deve perguntar, pelo menos, sobre tudo que está 
escrito no parágrafo 1º.
Para se fazer a conclusão do interrogatório, é necessário ter em mente que ele é um ato 
personalíssimo e individual § personalíssimo porque quem pode ser interrogado é aquela 
pessoa específica que está sendo acusada de algo, e individual porque não se pode interrogar 
coletivamente. Se há mais de uma pessoa acusada de praticar um crime, o juiz tem que ouvir 
separadamente e isoladamente cada uma delas, como prevê o artigo 191:
Art. 191. Havendo mais de um acusado, serão interrogados separadamente.
Algumas vezes se tem problemas pois a pessoa que está sendo interrogada é surda, 
muda ou surda-muda. Para essa situação, o próprio Código traz a solução: se a pessoa é 
surda, ela não pode ouvir, então, as perguntas são formuladas para ela por escrito e ela deve 
responder por escrito; se a pessoa for muda, o juiz faz as perguntas oralmente e ela responde 
por escrito; e se a pessoa for surda-muda, as perguntas serão feitas e respondidas por escrito.
Art. 192. O interrogatório do mudo, do surdo ou do surdo-mudo será feito pela forma seguinte:
I – ao surdo serão apresentadas por escrito as perguntas, que ele responderá oralmente;
II – ao mudo as perguntas serão feitas oralmente, respondendo-as por escrito;
III – ao surdo-mudo as perguntas serão formuladas por escrito e do mesmo modo dará as respostas.
Perceba que não há necessidade de intérprete nesses casos.
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Parágrafo único. Caso o interrogando não saiba ler ou escrever, intervirá no ato, como intérprete e 
sob compromisso, pessoa habilitada a entende-lo.
O estabelecido pelo parágrafo único não se aplica ao analfabeto, mas, sim, ao surdo-
-mudo que não sabe ler e nem escrever. Nesse caso, é necessário um intérprete.
Art. 193. Quando o interrogando não falar a língua nacional, o interrogatório será feito por meio de 
intérprete.
Art. 195. Se o interrogado não souber escrever, não puder ou não quiser assinar, tal fato será con-
signado no termo.
De acordo com o artigo 196, o interrogatório não preclui:
Art. 196. A todo tempo o juiz poderá proceder a novo interrogatório de ofício ou a pedido fundamen-
tado de qualquer das partes.
Exemplo: a pessoa foi interrogada, negou tudo e alegou que estava trabalhando no dia. 
Mas, depois do interrogatório, o juiz manda um ofício para saber se o indivíduo estava mesmo 
trabalhando, ao que consta que a pessoa nunca trabalhou no local que indicou. A defesa 
entende que é melhor que a pessoa confesse para diminuir a pena e pede um novo interroga-
tório alegando que o réu se confundiu quanto ao dia e hora dos fatos, ou se confundiu quanto 
ao local de trabalho dele. A qualquer momento pode ser realizado um novo interrogatório.
É necessário que a parte fundamente, diga o porquê é necessário esse novo interrogatório.
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preparada e ministrada pela professora Geilza Diniz. 
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ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
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Processo e Julgamento dos Crimes Contra a Propriedade Imaterial
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PROCESSO E JULGAMENTO DOS CRIMES CONTRA 
A PROPRIEDADE IMATERIAL
Os crimes contra a propriedade imaterial são aqueles praticados em detrimento de bens 
oriundos de criação intelectual, com valor econômico e passíveis de alienação. Ou seja, trata-
-se de crimes praticados com violação de algum direito criado intelectualmente e que possui 
um valor econômico.
Antigamente, esses crimes possuíam diversos dispositivos do Código Penal. Todavia, atu-
almente eles foram migrados para um único tipo penal.
O crime contra a propriedade imaterial é o crime de violação de direito autoral, previsto 
no art. 184 do Código Penal. Esse crime é dividido no CP segundo a sua forma simples 
(caput), que corresponde a uma ação penal privada, bem como na sua forma qualificada, 
que corresponde a uma ação penal pública incondicionada ou condicionada. A distinção entre 
essas formas é preponderante para se conhecer o tipo de ação penal e o procedimento a ser 
empreendido.
Uma dica para reconhecer quando o crime será na forma simples ou qualificada é obser-
var a pena disposta no caput para aquelas dispostas nos parágrafos. Assim sendo, o crime 
simples está disposto no caput, enquanto o crime qualificado estará ao longo dos parágrafos 
(tipo de delito autônomo).
VIOLAÇÃO DE DIREITO AUTORAL
Art. 184. Violar direitos de autor e os que lhe são conexos:
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa.
§ 1º Se a violação consistir em reprodução total ou parcial, com intuito de lucro direto ou indire-
to, por qualquer meio ou processo, de obra intelectual, interpretação, execução ou fonograma, sem 
autorização expressa do autor, do artista intérprete ou executante, do produtor, conforme o caso, ou 
de quem os represente:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. 
§ 2º Na mesma pena do § 1º incorre quem, com o intuito de lucro direto ou indireto, distribui, vende, 
expõe à venda, aluga, introduz no País, adquire, oculta, tem em depósito, original ou cópia de obra 
intelectual ou fonograma reproduzido com violação do direito de autor, do direito de artista intérprete 
ou executante ou do direito do produtor de fonograma, ou, ainda, aluga original ou cópia de obra 
intelectual ou fonograma, sem a expressa autorização dos titulares dos direitos ou de quem os re-
presente.
§ 3º Se a violação consistir no oferecimento ao público, mediante cabo, fibra ótica, satélite, ondas ou 
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Processo e Julgamento dos Crimes Contra a Propriedade Imaterial
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qualquer outro sistema que permita ao usuário realizar a seleção da obra ou produção para recebê-la 
em um tempo e lugar previamente determinados por quem formula a demanda, com intuito de lucro, 
direto ou indireto, sem autorização expressa, conforme o caso, do autor, do artista intérprete ou exe-
cutante, do produtor de fonograma, ou de quem os represente:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
§ 4º O disposto nos §§ 1º, 2º e 3 º não se aplica quando se tratar de exceção ou limitação ao direito 
de autor ou os que lhe são conexos, em conformidade com o previsto na Lei n. 9.610, de 19 de feve-
reiro de 1998, nem a cópia de obra intelectual ou fonograma, em um só exemplar, para uso privado 
do copista, sem intuito de lucro direto ou indireto.
O tipo de ação penal variará conforme cada um destes tipos. Por exemplo, quando Fulano 
de Tal publica um livro e essa obra é violada, torna-se necessário que o autor entre com uma 
queixa, visto que se trata aqui de uma ação penal privada. Deste modo, o ofendido necessita 
contratar um advogado para dar início a uma queixa e iniciar o processo. No caso das formas 
qualificadas, presentes nos §§ 1º e 2º do art. 184, a ação será iniciada de maneira incondi-
cionada, o que não ocorre com o § 3º, que será ação pública condicionada, conforme o art. 
186 do CP:
Art. 186. Procede-se mediante:
I – queixa, nos crimes previstos no caput do art. 184;
II – ação penal pública incondicionada, nos crimes previstos nos §§ 1º e 2º do art. 184;
III – ação penal pública incondicionada, nos crimescometidos em desfavor de entidades de direito 
público, autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista ou fundação instituída pelo Po-
der Público;
IV – ação penal pública condicionada à representação, nos crimes previstos no § 3º do art. 184. 
Código de Processo Penal
O legislador aqui é mais rígido quando se trata de ação penal privada. E anota que quando 
a ação penal for privada, sequer se recebe a queixa, caso não haja prova anterior ao direito 
de queixa.
Art. 525. No caso de haver o crime deixado vestígio, a queixa ou a denúncia não será recebida se 
não for instruída com o exame pericial dos objetos que constituam o corpo de delito.
Obs.: normalmente, os crimes de direitos autorais sempre deixam vestígios. Ou seja, quan-
do uma mídia, por exemplo, é pirateada, a sua cópia é um vestígio da prática crimi-
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Processo e Julgamento dos Crimes Contra a Propriedade Imaterial
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nosa. Em vista disso, por haver tal vestígio, o art. 525 anota a necessidade de se em-
preender um exame pericial sobre o item, tanto para a queixa quanto para as ações 
públicas condicionadas e incondicionadas.
Art. 526. Sem a prova de direito à ação, não será recebida a queixa, nem ordenada
qualquer diligência preliminarmente requerida pelo ofendido.
Art. 527. A diligência de busca ou de apreensão será realizada por dois peritos nomeados pelo juiz, 
que verificarão a existência de fundamento para a apreensão, e quer esta se realize, quer não, o 
laudo pericial será apresentado dentro de 3 (três) dias após o encerramento da diligência.
Parágrafo único. O requerente da diligência poderá impugnar o laudo contrário à apreensão, e o 
juiz ordenará que esta se efetue, se reconhecer a improcedência das razões aduzidas pelos peritos.
ATENÇÃO
O art. 527 de CPP é o artigo que mais tem incidência em provas de concursos sobre o 
tema de processo e julgamento dos crimes contra a propriedade imaterial.
Sobre o art. 527, imagine a seguinte situação: suponha que Fulano de Tal tenha pirateado 
os PDFs do Gran Cursos Online, compactando-os e vendendo-os em forma de apostila, sem 
nada reverter para a empresa. Ao tomar conhecimento do caso, o responsável pela empresa 
indicará ao juiz o local de comercialização, e este irá nomear dois peritos, que tanto poderão 
atestar o material, apreendendo-o, ou simplesmente atestar não haver vestígios de crimes. 
Nas duas situações, os peritos deverão empreender um laudo sobre as diligências. 
Art. 528. Encerradas as diligências, os autos serão conclusos ao juiz para homologação do laudo.
Art. 529. Nos crimes de ação privativa do ofendido, não será admitida queixa com fundamento em 
apreensão e em perícia, se decorrido o prazo de 30 dias, após a homologação do laudo.
Parágrafo único. Será dada vista ao Ministério Público dos autos de busca e apreensão requeridas 
pelo ofendido, se o crime for de ação pública e não tiver sido oferecida queixa no prazo fixado neste 
artigo.
Art. 530. Se ocorrer prisão em flagrante e o réu não for posto em liberdade, o prazo a que se refere 
o artigo anterior será de 8 (oito) dias.
Iniciativa privada
Para revisar e esquematizar os artigos do CPP supramencionados, observe a tabela:
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Processo e Julgamento dos Crimes Contra a Propriedade Imaterial
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Depois da homologação do laudo pelo juiz, quem ofereceu a queixa terá o prazo de 30 
(trinta) dias, caso a pessoa estiver solta, para oferecer a queixa, instruída com laudo pericial. 
No entanto, se a pessoa for presa em flagrante, o prazo será de 8 (oito) dias.
DIRETO DO CONCURSO
1. (MPE-SC/MPE-SC/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2019) No processo e julgamento dos cri-
mes contra a propriedade imaterial quando os crimes forem de ação privativa do ofendido, 
não será admitida queixa com fundamento em apreensão e em perícia, se decorrido o 
prazo de 15 (quinze) dias, após a homologação do laudo.
COMENTÁRIO
O oferecimento de queixa instruída com o laudo pericial decorrerá do prazo de 30 (trinta) 
dias a contar de sua homologação
Após o oferecimento da queixa, o juiz a receberá, prossegue no feito, nos moldes do rito 
ordinário ou nos moldes do Juizado Especial Criminal, haja vista a pena pequena.
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Processo e Julgamento dos Crimes Contra a Propriedade Imaterial
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Iniciativa Pública (Direito Processual Penal Esquematizado, Pedro Lenza et al)
 
O procedimento de apuração está resumido em apenas um tipo penal, que é a violação 
de direito autoral. Essa violação de direito autoral pode ser na forma simples, art. 184, ou na 
forma qualificada. Em quaisquer das modalidades, quer pública, quer privada, é necessário 
realizar o exame pericial, para que seja possível atestar a materialidade.
Quando se tratar de ação penal privada, o procedimento terá suas particularidades. Haverá 
2 (dois) peritos nomeados pelo juiz para empreender a busca e apreensão dos objetos. Apren-
didas ou não as coisas, os peritos deverão apresentar um laudo no período de 3 (três) dias. 
Feito o laudo, surge ao titular do direito a possibilidade de impugnação do laudo por parte. 
Após a homologação do laudo, o querelante terá o prazo de 30 (trinta) dias para oferecer a 
queixa, contados da homologação do laudo. E se eventualmente a pessoa esteja presa, o 
prazo será de 8 (oito) dias para oferecer a queixa.
GABARITO
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Processo dos Crimes Contra a Honra
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PROCESSO DOS CRIMES CONTRA A HONRA
Nesta aula serão estudados os processos nos crimes de calúnia, difamação e injúria, pre-
sentes nos arts. 138, 139 e 140 do CP, respectivamente. Não obstante a previsão dos três 
artigos, é no art. 145 que encontramos a previsão da regra geral:
Art. 145. Nos crimes previstos neste Capítulo somente se procede mediante queixa, salvo quando, 
no caso do art. 140, § 2º, da violência resulta lesão corporal.
Parágrafo único. Procede-se mediante requisição do Ministro da Justiça, no caso do inciso I do ca-
put do art. 141 deste Código, e mediante representação do ofendido, no caso do inciso II do mesmo 
artigo, bem como no caso do § 3º do art. 140 deste Código.
Em vista do artigo acima, pode-se haver um procedimento penal possível de ação penal 
privada, como regra geral, e a possibilidade de ação penal pública condicionada, quer por 
parte do Ministro da Justiça, quer pelo ofendido. Assim sendo, quando observamos o Código 
Processual Penal, observamos uma exceção à regra do Código Penal, anotando, agora, a 
possibilidade de uma ação penal pública incondicionada, sendo que essa condição tanto pode 
ser a representação quanto a requisição do Ministro da Justiça.
Tipos dos Crimes Contra a Honra (CP)
Art. 138. Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
Art. 139. Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação:
Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa.
Art. 140. Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro:
Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa.
Na calúnia, alguém imputaum crime que sabe ser falso. Na difamação, imputa-se um fato 
ofensivo para alguém, não sendo este crime. Já na injúria, coloca-se uma qualidade ou carac-
terística ofensiva para determinada pessoa. Embora aqui classifiquemos o que cada crime é, 
não será preciso levar em conta as suas características para o Processo Penal. 
• Regra: ação penal privada;
• Exceções: ofensa contra a honra do Presidente ou Chefe de Governo Estrangeiro (ação 
penal pública condicionada à requisição);
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Processo dos Crimes Contra a Honra
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• Ofensa a funcionário público em razão de suas funções (ação penal pública condicio-
nada à representação).
No caso de ofensa contra a honra do Presidente da República, cabe ao Ministro da Justiça 
a incumbência de ser empreendida uma ação, cujo titular é o Ministério Público. Já no caso 
de funcionário público, torna-se necessária a representação do lesado. Em adição, o STF 
editou uma súmula para conceder uma opção a mais para o funcionário lesado apresentar 
uma queixa, sendo ela:
Súmula n. 714 do STF: É concorrente a legitimidade do ofendido, mediante queixa, e do 
Ministério Público, condicionada à representação do ofendido, para a ação penal por crime 
contra a honra de servidor público em razão do exercício de suas funções.
No caso da súmula acima, o funcionário público poderá escolher qual ação ajuizar, e não 
cumular as duas ações. 
Procedimento:
O procedimento será iniciado com o ajuizamento da queixa-crime, que é um papel, uma 
petição em que se narra os fatos sobre tais crimes contra a honra. Ao invés de o juiz rece-
ber essa queixa, ele a enviará para uma audiência de reconciliação, que será empreendida 
apenas em ação penal privada:
Art. 520. Antes de receber a queixa, o juiz oferecerá às partes oportunidade para se reconciliarem, 
fazendo-as comparecer em juízo e ouvindo-as, separadamente, sem a presença dos seus advoga-
dos, não se lavrando termo.
Art. 522. No caso de reconciliação, depois de assinado pelo querelante o termo da desistência, a 
queixa será arquivada.
Em razão dos artigos acima, atenta-se que o juiz ouve a vitima e o querelado, separada-
mente, sem a presença dos advogados. E, havendo a reconciliação, o juiz fará um termo de 
desistência. Assinando, a queixa será arquivada. Todavia, não havendo reconciliação, o pro-
cesso será guiado por meio do rito dos Juizados Especiais Criminais, podendo haver transa-
ção penal e suspensão condicional do processo.
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Processo dos Crimes Contra a Honra
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E se o querelante não comparecer até a audiência, haverá o entendimento do juiz acerca 
do desinteresse do querelante em se reconciliar (art. 60, III do CPP – perempção se refere a 
ato do processo).
DIRETO DO CONCURSO
1. (INSTITUTO AOCP/PC-ES/ESCRIVÃO DE POLÍCIA/2019) Acerca dos procedimentos 
disciplinados pelo Código de Processo Penal, assinale a alternativa correta.
a. O procedimento comum será ordinário quando tiver por objeto crime cuja sanção máxi-
ma cominada for igual ou inferior a 4 anos de pena privativa de liberdade.
b. No processo comum ordinário, na audiência de instrução, poderão ser inquiridas até 8 
testemunhas arroladas pela defesa e 8 arroladas pela acusação, compreendidas aque-
las que deixarem de prestar compromisso.
c. Tratando-se de crime contra a honra, antes de receber a queixa, o juiz oferecerá às par-
tes oportunidade para se reconciliarem, fazendo-as comparecer em juízo e ouvindo as, 
separadamente, sem a presença dos seus advogados, não se lavrando termo.
d. A denúncia ou queixa será rejeitada caso falte justa causa para a aplicação da pena.
e. O tempo para as alegações finais orais da acusação e da defesa é de , prorrogáveis por 
igual período.
COMENTÁRIO
c) Conforme o art. 520 do CPP.
2. (VUNESP/TJ-SP/JUIZ SUBSTITUTO/2017) A legitimidade para a propositura de ação pe-
nal por crime contra a honra de
servidor público em razão do exercício de suas funções é
a. Exclusiva do Ministério Público, condicionada à representação do ofendido.
b. Concorrente do ofendido, mediante queixa, e do Ministério Público, condicionada à re-
presentação do ofendido.
c. Concorrente do ofendido, mediante representação, e do Ministério Público, mediante 
ação pública incondicionada.
d. Exclusiva do ofendido, mediante queixa.
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Processo dos Crimes Contra a Honra
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COMENTÁRIO
a) De acordo com a súmula n. 714 do STF, a propositura da ação penal poderá ser con-
corrente entre o funcionário lesado e o Ministério Público.
b) O ofendido poderá propor a ação por si só. Todavia, ele poderá também acionar o Mi-
nistério Público por meio de uma representação.
c) Não há nenhuma situação de ação pública incondicionada relacionada ao servidor.
d) É concorrente do ofendido. 
3. (CONSULTEC/TJ-BA/CONCILIADOR/2010) Quanto à audiência de tentativa de reconci-
liação, prevista no procedimento dos crimes contra a honra, é correto afirmar:
a. Será realizada após o recebimento da peça acusatória e, se obtida a conciliação, o juiz 
declarará extinta a punibilidade.
b. Somente é cabível quando for hipótese de ação penal privada, não se aplicando quando 
se tratar de ação pública condicionada.
c. Deverão estar obrigatoriamente presentes o querelante, o querelado e seus respectivos 
advogados, sob pena de nulidade.
d. Como se trata de procedimento facultativo, a não realização da audiência de tentativa 
de reconciliação, quando cabível, é mera irregularidade, pois as partes podem transigir 
até a sentença de primeiro grau.
e. O juiz deverá realizar a audiência de tentativa de reconciliação, mesmo que, na data 
designada para tal, já tenha ocorrido a extinção da punibilidade.
COMENTÁRIO
a) Ocorrerá antes da peça acusatória.
c) Ausente o querelante, não ocorrerá a nulidade, e sim uma presunção de que ele optou 
por dar prosseguimento à ação.
d) É fase obrigatória do procedimento.
e) Não é possível haver reconciliação quando houver extinção de punibilidade, conforme 
o art. 520 do CPP.
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Processo dos Crimes Contra a Honra
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GABARITO
1. c
2. b
3. b
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Restituição de Coisas Apreendidas
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RESTITUIÇÃO DE COISAS APREENDIDAS(HS2)03
RESTITUIÇÃO DE COISAS APREENDIDAS
Art. 118. Antes de transitar em julgado a sentença final, as coisas apreendidas não poderão ser 
restituídas enquanto interessarem ao processo.
Quando ocorre um crime, na maioria das vezes são apreendidos os objetos e coisas 
em qualquer momento. Por exemplo, em prisão em flagrante, podem ser apreendidas 
diversas coisas daquele que realizou, em um caso hipotético, um furto ou um homicídio. 
Assim, o art. 118 nos apresenta uma regra geral, anotando que, enquanto não transitar 
em julgado o processo ou uma sentença, ou até mesmo não couber nenhum recurso para 
o processo, as coisas apreendidas interessadas ao processo não serão devolvidas. Já se 
elasnão interessarem ao processo, as coisas poderão ser restituídas, seja no inquérito 
ou, posteriormente, no processo.
Art. 119. As coisas a que se referem os arts. 74 e 100 do Código Penal não poderão ser restituídas, 
mesmo depois de transitar em julgado a sentença final, salvo se pertencerem ao lesado ou a terceiro 
de boa-fé.
Art. 120. A restituição, quando cabível, poderá ser ordenada pela autoridade policial ou juiz, median-
te termo nos autos, desde que não exista dúvida quanto ao direito do reclamante.
Ex.: para entender o artigo acima, observe um exemplo. Suponha que Fulano de tal tenha 
emprestado um notebook para o próprio funcionário, para que este pudesse trabalhar em 
home officer. No entanto, no ínterim do percurso para casa esse funcionário subtraiu um apa-
relho celular, sendo preso posteriormente o crime de furto contra uma pessoa. Ao Fulano de 
tal ir até a delegacia, ele solicita ao delegado a devolução do notebook, sob a alegação de 
que não se tratava de um produto de furto, uma vez que Fulano de tal apresentou a nota fiscal 
do produto. Deste modo, o delegado poderá restituir a coisa apreendida, uma vez que não se 
tratou de um objeto de furto nem interessava, por seu turno, para um futuro inquérito policial. 
Em vista do exemplo acima, o delegado poderá determinar a restituição das coisas apre-
endidas, desde que não exista dúvida. Em adição a isso, o § 1º anota outras possibilidades 
importantes a serem observadas:
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Restituição de Coisas Apreendidas
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§ 1º Se duvidoso esse direito, o pedido de restituição autuar-se-á em apartado, assinando-se ao 
requerente o prazo de 5 (cinco) dias para a prova. Em tal caso, só o juiz criminal poderá decidir o 
incidente.
Ou seja, havendo dúvidas, o delegado não poderá determinar a restituição, e sim somente 
o Juiz. Assim, em resumo, a restituição poderá ser empreendida pelo delegado e/ou pelo 
juiz quando não subsistir dúvidas sobre a propriedade da coisa apreendida. Todavia, quando 
houver dúvidas sobre o direito de quem é o dono da coisa apreendida, torna-se necessário 
realizar um apartado, devendo o juiz autorizar a devolução.
DIRETO DO CONCURSO
1. (CESPE/DPU/DEFENSOR PÚBLICO FEDERAL/2015) Em relação a coisa julgada, prova 
criminal e restituição de bens, medidas assecuratórias e cautelares no direito processual 
penal, julgue o item subsequente.
Os bens apreendidos com terceiro de boa-fé poderão ser restituídos pela autoridade poli-
cial quando não for necessária sua retenção para o esclarecimento dos fatos.
COMENTÁRIO
Somente o juiz poderá determinar a restituição da coisa apreendida, conforme o art. 118, 
§ 2º. O incidente autuar-se-á também em apartado e só a autoridade judicial o resolverá, 
se as coisas forem apreendidas em poder de terceiro de boa-fé, que será intimado para 
alegar e provar o seu direito, em prazo igual e sucessivo ao do reclamante, tendo um e 
outro dois dias para arrazoar. 
§ 3º Sobre o pedido de restituição será sempre ouvido o Ministério Público.
Obs.: seja qual for o caso de restituição, o Ministério Público deverá ser ouvido.
§ 4º Em caso de dúvida sobre quem seja o verdadeiro dono, o juiz remeterá as partes para o juízo 
cível, ordenando o depósito das coisas em mãos de depositário ou do próprio terceiro que as deti-
nha, se for pessoa idônea.
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Restituição de Coisas Apreendidas
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Obs.: havendo necessidade de uma grande produção probatória, bem como uma dúvida 
sobre a propriedade da coisa apreendida, a decisão caberá ao juízo cível.
§ 5º Tratando-se de coisas facilmente deterioráveis, serão avaliadas e levadas a leilão público, 
depositando-se o dinheiro apurado, ou entregues ao terceiro que as detinha, se este for pessoa 
idônea e assinar termo de responsabilidade.
DIRETO DO CONCURSO
2. (CESPE/STJ/ANALISTA JUDICIÁRIO/OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR FEDE-
RAL/2018) Acerca dos processos e das questões incidentes, julgue o item a seguir à luz 
do Código de Processo Penal.
Quando a questão demandar ampla dilação probatória, o incidente de restituição, instau-
rado em razão de a coisa ter sido apreendida em poder de terceiro de boa-fé, será resol-
vido no juízo cível.
COMENTÁRIO
Havendo a necessidade de dilação probatória, a questão será resolvida pelo juízo cível, 
que determinará quem terá direito à propriedade.
Art. 121. No caso de apreensão de coisa adquirida com os proventos da infração, aplica-se o dis-
posto no art. 133 e seu parágrafo.
Art. 122. Sem prejuízo do disposto no art. 120, as coisas apreendidas serão alienadas nos termos 
do disposto no art. 133 deste Código. (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
Obs.: o legislador abre uma possibilidade maior para o Juiz alienar em maior escala os bens 
apreendidos durante o processo e o inquérito policial.
Art. 123. Fora dos casos previstos nos artigos anteriores, se dentro no prazo de 90 dias, a contar da 
data em que transitar em julgado a sentença final, condenatória ou absolutória, os objetos apreen-
didos não forem reclamados ou não pertencerem ao réu, serão vendidos em leilão, depositando-se 
o saldo à disposição do juízo de ausentes.
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Ex.: tomando como exemplo o caso de Fulano de Tal e do funcionário que praticou o furto, 
ao terminar o processo, tendo transitado em julgado a sentença que absolveu o funcionário, 
não sendo solicitada a devolução do notebook, o Juiz poderá enviar o objeto para leilão após 
90 (noventa) dias da possibilidade de solicitação de restituição.
Art. 124. Os instrumentos do crime, cuja perda em favor da União for decretada, e as coisas con-
fiscadas, de acordo com o disposto no art. 100 do Código Penal, serão inutilizados ou recolhidos a 
museu criminal, se houver interesse na sua conservação. 
Art. 124-A. Na hipótese de decretação de perdimento de obras de arte ou de outros bens de rele-
vante valor cultural ou artístico, se o crime não tiver vítima determinada, poderá haver destinação 
dos bens a museus públicos. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Obs.: enquanto o art. 124 previa apenas a inutilização ou recolhimento de objetos paramu-
seu criminal, o art. 124-A prevê que bens artísticos possam ir para museus públicos, 
quaisquer que sejam eles.
RESTITUIÇÃO POR TERMO NOS AUTOS
É no próprio inquérito ou no processo. Ou seja, não haverá processo apartado para isso.
Em vista disso, ela poderá ser empreendida nos termos dos autos, quando não houver dúvida 
alguma sobre o direito:
a) Pela autoridade policial
b) Pelo juiz
Obs.: em qualquer hipótese, ouve-se previamente o MP.
RESTITUIÇÃO POR MEIO DE INCIDENTE
Faz-se uma petição separada, dando início a um processo chamado de apartado. 
a) Quando o direito do interessado não é manifesto, ou seja, havendo alguma dúvida 
sobre a prova de quem é o dono da coisa a ser restituída.
Obs.: apenas o juiz criminal será responsável pela decisão de restituição.
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DÚVIDA RELEVANTE
Em dúvida maior, em que não se tenha certeza acerca do dono da coisa a ser restituída, 
necessitando de dilação probatória, remete-se o problema para o juízo cível.
GABARITO
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2. C
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Testemunhas
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TESTEMUNHAS
Em regra, o processo penal será desenvolvido da seguinte maneira: denúncia do réu; cita-
ção do réu; resposta à acusação; e possibilidade de o juiz absolver ou designar a AIJ (audiên-
cia de instrução e julgamento).
No caso da AIJ, em primeiro lugar dever-se-á ouvir a vítima ou o ofendido, depois as tes-
temunhas de acusação, as testemunhas de defesa e o interrogatório do réu.
Toda pessoa pode ser testemunha – CPP, art. 202.
CARACTERÍSTICAS:
• Judicialidade: a testemunha depõe perante o juiz; 
• Oralidade: é essencial que o depoimento da testemunha seja oral, podendo esta apenas 
empreender consultas em apontamentos;
• Objetividade: o depoimento deve ser objetivo, não sendo permitido à testemunha divagar, 
devendo ater-se aos fatos e empreender respostas objetivas, sem opiniões pessoais;
• Individualidade: cada testemunha depõe sozinha perante o juiz.
• Retrospectividade: a testemunha irá depor sobre fatos passados.
Na medida em que a testemunha é arrolada pela Justiça, não se observa uma faculdade, 
e sim um dever de testemunhar. 
DEVERES DA TESTEMUNHA:
• Comparecimento, sob pena de multa, desobediência e condução coercitiva;
Obs.: condução coercitiva ocorre quando a pessoa foi intimada, mas se escusou em com-
parecer.
• Compromisso com a verdade, não possuindo o direito ao silêncio, podendo responder, 
caso se exima da verdade, em falso testemunho;
• Informar eventual mudança de endereço, no período de um ano após seu depoimento 
(art. 224, CPP).
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Testemunhas
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Art. 203. A testemunha fará, sob palavra de honra, a promessa de dizer a verdade do que souber 
e Ihe for perguntado, devendo declarar seu nome, sua idade, seu estado e sua residência, sua 
profissão, lugar onde exerce sua atividade, se é parente, e em que grau, de alguma das partes, ou 
quais suas relações com qualquer delas, e relatar o que souber, explicando sempre as razões de 
sua ciência ou as circunstâncias pelas quais possa avaliar-se de sua credibilidade. 
Art. 204. O depoimento será prestado oralmente, não sendo permitido à testemunha trazê-lo por 
escrito.
Obs.: trata-se da característica da oralidade.
Parágrafo único. Não será vedada à testemunha, entretanto, breve consulta a apontamentos.
Art. 205. Se ocorrer dúvida sobre a identidade da testemunha, o juiz procederá à verificação pelos 
meios ao seu alcance, podendo, entretanto, tomar-lhe o depoimento desde logo.
NÚMERO DE TESTEMUNHAS
O número de testemunhas é variável e dependerá do tipo de procedimento. Para tanto, 
observe a tabela abaixo:
Procedimento Número de testemunhas
Comum ordinário 8
Comum sumário 5
Comum sumaríssimo 3
Segunda fase do Júri 5
Lei de entorpecentes 5
O procedimento comum ordinário é o mais recorrente em provas de concurso. Em adição, 
o procedimento comum sumaríssimo decorre do JECRIM (Juizados Especiais Criminais). 
Convém ainda ressaltar que o número de testemunhas da tabela acima decorre para cada 
fato e para cada réu. 
CLASSIFICAÇÃO DAS TESTEMUNHAS
• Numerárias: conforme a tabela cima;
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Testemunhas
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• Extranumerárias (art. 209 CPP);
Art. 209. O juiz, quando julgar necessário, poderá ouvir outras testemunhas, além das indicadas 
pelas partes.
§ 1º Se ao juiz parecer conveniente, serão ouvidas as pessoas a que as testemunhas se referirem.
§ 2º Não será computada como testemunha a pessoa que nada souber que interesse à decisão da 
causa.
• Referidas: testemunha referida por outra testemunha;
• Informantes: são aquelas que não prestam o compromisso de dizer a verdade.
RECUSA
Art. 206. A testemunha não poderá eximir-se da obrigação de depor. Poderão, entretanto, re-
cusar-se a fazê-lo o ascendente ou descendente, o afim em linha reta, o cônjuge, ainda que desqui-
tado, o irmão e o pai, a mãe, ou o filho adotivo do acusado, salvo quando não for possível, por 
outro modo, obter-se ou integrar-se a prova do fato e de suas circunstâncias.
Haverá três regras sobre o testemunho:
• Nenhuma testemunha pode se recusar;
• Existem testemunhas que podem se recusar: ascendente ou descendente, o afim em 
linha reta, o cônjuge, ainda que desquitado, o irmão e o pai, a mãe, ou o filho adotivo 
do acusado;
• Não pode ser recusar quando o indivíduo for a única testemunha, sendo esta aquela 
presente no tópico anterior.
PROIBIDOS DE DEPOR
Art. 207. São proibidas de depor as pessoas que, em razão de função, ministério, ofício ou profis-
são, devam guardar segredo, salvo se, desobrigadas pela parte interessada, quiserem dar o 
seu testemunho.
Art. 210. As testemunhas serão inquiridas cada uma de per si, de modo que umas não saibam 
nem ouçam os depoimentos das outras, devendo o juiz adverti-las das penas cominadas ao falso 
testemunho.
Parágrafo único. Antes do início da audiência e durante a sua realização, serão reservados espa-
ços separados para a garantia da incomunicabilidade das testemunhas. 
Art. 211. Se o juiz, ao pronunciar sentença final, reconhecer que alguma testemunha fez afirmação 
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falsa, calou ou negou a verdade, remeterá cópia do depoimento à autoridade policial para a instau-
ração de inquérito.
Obs.: para apuração de crime de falso testemunho.
Parágrafo único. Tendo o depoimento sido prestado em plenário de julgamento, o juiz, no caso de 
proferir decisão na audiência (art. 538, § 2º), o tribunal (art. 561), ou o conselho de sentença, após a 
votação dos quesitos, poderão fazer apresentar imediatamente a testemunha à autoridade policial.
ORDEM DE INQUIRIÇÃO DAS TESTEMUNHAS
Art. 212. As perguntas serão formuladas pelas partes diretamente à testemunha, não admitindo o 
juiz aquelas que puderem induzir a resposta, não tiverem relação com a causa ou importarem na 
repetição de outra já respondida. (Redação dada pela Lei n 11.690, de 2008)
Parágrafo único. Sobre os pontos não esclarecidos, o juiz poderá complementar a inquirição.
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Testemunhas II
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TESTEMUNHAS II
RELEMBRANDO
Em aula anterior, estudamos as principais características das testemunhas, a judicialida-
de, a oralidade, os deveres e o compromisso com a verdade, as eventuais imposições de 
sanções, bem como a regra geral, em que todas as pessoas podem ser testemunhas. No 
caso do informante, ele poderá ser testemunha, sem a necessidade de dizer a verdade. 
Assim, poderá haver a recusa de testemunho por parte da relação de parentesco, bem 
como a proibição de depor por causa de profissão, ministério e função.
ATENÇÃO
Recentemente o STF entendeu que é proibida a condução coercitiva do réu em caso de 
testemunho. Contudo, cabe a condução coercitiva à vitima e às testemunhas. 
CONTRADITAQuando são parentes do réu, as testemunhas podem se escusar em depor, além de outros 
serem proibidos de depor, em razão de função, ministério e profissão. Todavia, as partes, às 
vezes, querem impugnar determinada testemunha. No momento em que isso ocorre, há o ins-
trumento chamado contradita para aceitar ou não a testemunha para depor.
Art. 213. O juiz não permitirá que a testemunha manifeste suas apreciações pessoais, salvo quando 
inseparáveis da narrativa do fato.
Obs.: a contradita começará no art. 214.
Art. 214. Antes de iniciado o depoimento, as partes poderão contraditar a testemunha ou arguir 
circunstâncias ou defeitos, que a tornem suspeita de parcialidade, ou indigna de fé. O juiz fará con-
signar a contradita ou arguição e a resposta da testemunha, mas só excluirá a testemunha ou não 
Ihe deferirá compromisso nos casos previstos nos arts. 207 e 208. 
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Testemunhas II
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Obs. 1: Art. 208. Não se deferirá o compromisso a que alude o art. 203 aos doentes e defi-
cientes mentais e aos menores de 14 (quatorze) anos, nem às pessoas a que se 
refere o art. 206.
Obs. 2: acolhendo a contradita, o juiz poderá excluir a testemunha ou não deferir o compro-
misso, ouvindo a testemunha como informante.
Art. 222. A testemunha que morar fora da jurisdição do juiz será inquirida pelo juiz do lugar de sua 
residência, expedindo-se, para esse fim, carta precatória, com prazo razoável, intimadas as partes. 
§ 1º A expedição da precatória não suspenderá a instrução criminal.
Obs.: a carta precatória busca viabilizar a oitiva de testemunhas sem perder a característica 
da judicialidade. Em adição, a solicitação da precatória não suspende o processo, 
podendo continuar sem interrupção.
§ 2º Findo o prazo marcado, poderá realizar-se o julgamento, mas, a todo tempo, a precatória, uma 
vez devolvida, será junta aos autos.
§ 3º Na hipótese prevista no caput deste artigo, a oitiva de testemunha poderá ser realizada por 
meio de videoconferência ou outro recurso tecnológico de transmissão de sons e imagens em tem-
po real, permitida a presença do defensor e podendo ser realizada, inclusive, durante a realização 
da audiência de instrução e julgamento.
Obs.: se a testemunha morar em outro país, será necessária uma carta rogatória, e não 
precatória. 
DIRETO DO CONCURSO
1. (VUNESP/MPE-SP/ANALISTA JURÍDICO DO MINISTÉRIO PÚBLICO/2018) Em relação 
à prova testemunhal, assinale a alternativa correta.
a. A “testemunha de ouvir dizer” não presta compromisso de dizer a verdade por se tratar 
de testemunha indireta.
b. Testemunhas numerárias são as que não prestam compromisso de dizer a verdade.
c. Os parentes do acusado têm apenas a faculdade de depor, mas não o dever de depor 
em determinadas circunstâncias.
d. A judicialidade significa que só é prova testemunhal aquela produzida perante o juiz, em 
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contraditório.
e. A testemunha presa será ouvida sempre pelo sistema de videoconferência.
COMENTÁRIO
a) “Testemunha de ouvir dizer” é o mesmo que “hear say testimony”, ou seja, uma teste-
munha que não presenciou o crime, e sim apenas ouviu dizer sobre o crime, prestando 
compromisso de dizer a verdade.
b) Testemunhas numerárias são aquelas que estão dentro do número legal para cada 
procedimento.
c) Conforme o art. 206 (...) salvo quando não for possível, por outro modo, obter-se ou 
integrar-se a prova do fato e de suas circunstâncias.
d) Prova testemunhal é aquela presente no ato formal, na audiência de instrução e julga-
mento, perante o juiz, com a presença do promotor, do advogado de defesa ou do defensor.
e) O sistema de videoconferência é um sistema excepcional.
2. (FGV/TJ-SC/OFICIAL DA INFÂNCIA E JUVENTUDE/2018) Perante Vara Criminal corre 
ação penal em que se investiga a prática do crime de estupro de vulnerável em que figura 
como vítima a criança Pâmela. Preocupada com as consequências psicológicas para Pâ-
mela, sua genitora decide que elas devem se mudar para outro estado do país, informando 
tal fato ao juízo. No momento da designação da audiência de instrução e julgamento, Pâ-
mela e sua representante legal deverão ser intimadas e poderão ser ouvidas através de:
a. Carta precatória, que impõe a suspensão da instrução criminal;
b. Carta precatória, mas a expedição não suspenderá a instrução criminal;
c. Carta rogatória, que impõe a devida suspensão da instrução criminal;
d. Carta rogatória, mas a expedição não suspenderá a instrução criminal;
e. Edital, ficando a oitiva no processo principal suspensa até o comparecimento delas.
COMENTÁRIO
a) Não impõe a suspensão da instrução.
c) Caberia a carta precatória e sem suspensão da instrução.
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d) Caberia a carta precatória.
3. (FCC/DPE-AM/DEFENSOR PÚBLICO/REAPLICAÇÃO/2018) A pessoa está proibida de 
testemunhar em processo penal, quando deva guardar segredo em razão de função, mi-
nistério, ofício ou profissão. A proibição restará superada quando
a. Desobrigada do segredo pela parte interessada.
b. Não for possível, por outro modo, obter-se ou integrar-se a prova do fato e de suas cir-
cunstâncias.
c. A pessoa deixar de exercer a função, ministério, ofício ou profissão que exigia o dever 
de guardar segredo.
d. For decretado o sigilo da ação penal e a identidade da testemunha for preservada.
e. A vítima do crime for pessoa vulnerável em razão da idade, deficiência ou doença mental.
COMENTÁRIO
a) Conforme o art. 207 do CPP. 
GABARITO
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Prisões
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PRISÕES
DA PRISÃO, DAS MEDIDAS CAUTELARES E DA LIBERDADE PROVISÓRIA: 
ARTIGOS 282 A 350
A prisão pode ter duas modalidades:
• prisão pena: que decorre de uma sentença penal condenatória transitada em julgado, 
não podendo ser executada antes desse trânsito em julgado (decisão recente do STF); e
• prisões processuais: que acontecem no curso do inquérito ou do processo, quando 
forem extremamente necessárias.
Quando uma pessoa comete o crime, a regra é que responderá por ele em liberdade. 
Todavia, excepcionalmente, pode ser necessária a prisão dessa pessoa que cometeu o crime 
antes da sentença definitiva, por se tratar de uma necessidade especial para o inquérito 
ou processo.
A prisão pena é aquela prevista no Código Penal (CP) para cada um dos tipos. No caso do 
crime de furto, por exemplo, o legislador prevê uma pena de um a quatro anos. Para definir a 
quantidade dessa pena, será necessário que o Juiz profira uma sentença penal condenatória 
e o seu consequente trânsito em julgado, ou seja, para que a pessoa efetivamente comece a 
cumprir a sua pena, é necessário que não caiba mais nenhum recurso.
Por outro lado, as prisões provisórias são as definidas entre os arts. 282 a 350, do Código 
de Processo Penal, e se dividem em três modalidades:
• prisão em flagrante;
• prisão preventiva; e
• prisão temporária (disciplina específica na Lei n. 7.960/1989).
 
Necessidade e adequação:
CPC, Art. 282. As medidas cautelares previstas neste Título

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