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CRIMES PREVIDENCIÁRIOS

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DISCIPLINA: DIREITO CIVIL V
PROFESSORA: ALBYLANE NERY
CURSO: DIREITO PERÍODO: 6°
TURNO: NOTURNO DATA: 07/12/20
ALUNA: DANIELE DE JESUS SAMPAIO ARAÚJO
RELATÓRIO/RESUMO: CRIMES PREVIDENCIÁRIOS
A Constituição Federal de 1988 aduz que a seguridade social “compreende um conjunto integrado de ações dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social”, na forma do artigo 194. Isso significa que a seguridade social:
a) é composta tanto pelos Poderes Públicos, como pela sociedade (na forma de pessoas físicas ou jurídicas);
b) abarca três ramos: saúde, previdência e assistência social.
A seguridade social é considerada como um direito positivo, já que impõe ao Estado uma obrigação de fazer, de segunda e terceira geração. De segunda geração, já que se trata de um direito social, cuja previsão do artigo 6º, CF/88 contempla a saúde, a previdência social, proteção à maternidade e à infância, bem como a assistência aos desamparados. De terceira geração porque são direitos coletivos.
A CF/88 foi a primeira constituição brasileira a prever a seguridade social como um sistema que engloba os três segmentos mencionados, dispondo de uma peça orçamentária própria.
Este sistema da seguridade social se subdivide em um sistema contributivo e um sistema não contributivo – e isso é muito importante! Integra o sistema contributivo apenas a previdência social, a qual exige o pagamento (real ou presumido) de contribuições previdenciárias pelos segurados para a sua cobertura e dos seus dependentes.
Por outro lado, o sistema não-contributivo é composto pela saúde e assistência social, as quais são custeadas pelos tributos em geral, especialmente das contribuições destinadas especificamente à seguridade social. Logo, a saúde e a assistência social são disponíveis à todas as pessoas que necessitarem, sem a exigibilidade de contraprestação.
A previdência social é mantida por meio dos custos da seguridade social. Os custos da previdência social são incorridos não apenas diretamente (ou seja, através das contribuições sociais), mas também indiretamente (ou seja, utilizando recursos do orçamento fiscal de entidades políticas. 
Assim, as contribuições previdenciárias para o pagamento de prestações apenas de acordo com o regime geral de segurança social (art. 195 art. I, a, II e art. 167 art. IX da Constituição da República) não constituem a única fonte de financiamento. Previdência Social. Além de várias outras contribuições para a seguridade social, há também uma previsão constitucional de que toda a sociedade forneça seu financiamento.
O objeto jurídico assegurado pela norma penal é o patrimônio da sociedade e o objeto material é a contribuição recolhida pelos contribuintes, uma vez que o art. 195, da CF, dispõe que a Seguridade Social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei. O benefício concedido ao segurado por meio de documentos falso acarreta prejuízos ao patrimônio da sociedade, na medida em que as contribuições recolhidas estão tendo destino diverso do estabelecido pela Constituição Federal.
Em resumo, pode-se dizer que a finalidade da previdência social é manter o equilíbrio entre finanças e cálculos atuariais, portanto, caso o segurado necessite usufruir de algum benefício ou serviço, poderá solicitar a previdência social, que terá condições econômicas suficientes. 
Portanto, toda a sociedade tem a responsabilidade de manter a seguridade social, por isso, quando ocorrem crimes que visam prejudicar essa instituição, é necessário tomar medidas urgentes para coibir esses crimes. Dentre os crimes contra a previdência mais importantes estão: Estelionato contra a previdência social, falsidade ideológica e falsificação documental; apropriação indébita previdenciária; sonegação fiscal previdenciária. 
Para ter direito aos referidos benefícios o Segurado terá que cumprir as exigências estabelecidas pelo Plano de Benefícios da Previdência Social (Lei 8.213/91).
Incorre em ilícito criminal o segurado que, para obter qualquer dos benefícios, age de forma contrária ao que estabelece a norma a fim de obter benefício que, na realidade, não teria direito.
Os ilícitos criminais praticados contra o sistema previdenciário foram disciplinados pela Lei 9.983/2000, que introduziu no Código Penal (CP) as seguintes tipificações: Divulgação de informações sigilosas ou reservadas (art. 153, § 1º, CP); Deixar de repassar à previdência social as contribuições recolhidas dos contribuintes (Apropriação indébita) - (art. 168-A, CP); Utilização de selo, marcas, logotipos, siglas ou quaisquer outros símbolos utilizados ou identificadores de órgãos ou entidades da Administração Pública (art. 296, 1º); Falsificação de documento público (art. 297, CP); Inserção de dados falsos ou facilitação (art. 313-A, CP); Alteração não autorizada no sistema informatizado da Previdência (art. 313-B, CP); Violação de sigilo funcional (art. 325, §§ 1º e 2º, CP); Sonegação de contribuição previdenciária (art. 337-A, CP). 
Dentre os diversos ilícitos acima citados, o que ocorre com maior incidência quando se vincula à obtenção de benefício previdenciário, é o previsto no art. 297 do Código Penal, ou seja, o segurado se utiliza de atestados, laudos, declarações ou outros documentos falsos para tal fim.
Configura crime de apropriação indébita previdenciária a conduta de não recolher à previdência social contribuições descontadas de segurados empregados (art. 168-A, § 1º, I do CP). O dolo exigido no crime de apropriação indébita previdenciária diz respeito, exclusivamente, à conduta que prejudica a rigidez do sistema de previdência social e o segurado.
Configura crime de sonegação de contribuição previdenciária a conduta de suprimir ou reduzir contribuição mediante omissão de informações em GFIP (art. 337-A, I do CP). O tipo do art. 337-A do Código Penal não exige qualquer espécie de dolo especial, que transcenda a concretização da sonegação fiscal mediante realização de uma fraude por parte do agente.
Falsidade Documental Previdenciária
Este crime está previsto no art. 297, §3º e 4º do Código Penal, tipificando as seguintes condutas: 
§3º - inserir ou fazer inserir: I- na folha de pagamento ou em documento de informações que seja destinado a fazer prova perante a previdência social, pessoa que não possua qualidade de segurado obrigatório; II- na CTPS do empregado ou em documento que deva produzir efeito perante a Previdência Social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter sido escrita; III- em documento contábil ou em qualquer outro documento relacionado com as obrigações da empresa perante a Previdência Social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter constatado.
§4º - omitir, nos documentos mencionados anteriormente, nome do segurado e seus dados pessoais, a remuneração, a vigência do contrato de trabalho ou prestação de serviço.
Nestes parágrafos temos a falsidade ideológica, que só pode existir no momento da elaboração do documento, diferente do apresentado no caput do art. 297 do Código Penal, que se refere ao delito de falsidade material. Assim, não há uma equiparação dos documentos previdenciários aos públicos, mas apenas e tão somente houve um aproveitamento das penas incursas no dispositivo.
O delito apresenta dois tipos de condutas, comissivas e omissivas próprias. Na primeira, os núcleos inserir ou fazer inserir ensejam a possibilidade de tentativa, enquanto que na segunda, o núcleo omitir não.
É um crime material, com a exigência de dolo, em que a conduta descrita deverá acarretar como resultado, a supressão ou a redução das contribuições. O sujeito passivo continua sendo o Estado, na figura da Previdência Social Pública, e o sujeito ativo, podendo ser qualquer pessoa.
Inserção de Dados Falsos em Sistemas de Informação
O art. 313-A do Código Penal, dispõe: 
“Inserir ou facilitará o funcionário autorizado, a inserção de dados falsos, alterar ou excluir indevidamente dados corretos nos sistemas informatizadosou bancos de dados da Administração Pública com o fim de obter vantagem indevida para si ou para outrem ou para causar dano: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.”
É crime comissivo formal próprio, pois necessita de uma ação do agente, funcionário público, sem qualquer resultado. No entanto, este delito exige um dolo especifico, pois deve ser para obter vantagem indevida ou causar dano para si ou para outrem. Poderá abranger pessoas com participação indireta.
Modificação ou Alteração Não Autorizada de Sistema de Informações
Em similaridade com o disposto no delito anterior, o art. 313-B do Código Penal prevê outro ilícito informático: 
“Modificar ou alterar, o funcionário, Sistema de informações ou programa de informática sem autorização ou solicitação de autoridade competente: Pena - detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos, e multa.”
Este é um crime próprio, formal e comissivo, praticado pelo funcionário público sem a necessidade de qualquer resultado, apenas a conduta do agente é suficiente. A diferença deste com o delito do art. 313-A está na ausência de dolo especifico.
Estelionato
O art. 170 do Código Penal não foi alterado pela Lei n. 9.983/2000 e é o dispositivo que versa sobre o estelionato previdenciário. Ocorre quando há a percepção de benefícios previdenciários mediante fraude, podendo ser também qualificado, com o aumento de pena previsto no §3º.
É um crime instantâneo, contra a seguridade social, com a sua concretização no momento da obtenção da vantagem ilícita, com o recebimento do benefício. Possui como elemento subjetivo o dolo, não se admitindo a forma culposa. Não há possibilidade de tentativa.
O sujeito ativo é qualquer pessoa, e o passivo é o Estado, mas com o segurado podendo figurar como vítima secundária.

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