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APOSTILA 1 - AVALIAÇÃO EDUCAÇÃO A primeira manifestação histórica da prática avaliativa remota foi no século II, na sociedade chinesa, quando se aplicava a avaliação, por meio de avaliação oral, para selecionar funcionários para cargos do Estado. Como prática educativa, a avaliação tem sua origem na universidade medieval, o que será ampliado na pedagogia jesuítica por meio de métodos punitivos e coercitivos. Na modernidade, com o desenvolvimento do capitalismo e das indústrias, a avaliação se expande enquanto prática de seleção e classificação dos trabalhadores e, atualmente, é reconhecida como prática integrante do processo de ensino e aprendizagem. Ao avaliarmos, emitimos uma opinião favorável ou não frente ao que observamos, ao que poderá nos orientar a tomada de decisão frente à situação avaliada. Avalia-se para medir o conhecimento do aluno, avalia-se para identificar o rendimento escolar, avalia-se para prosseguir nos estudos ou, ainda, avalia-se para punir ou recompensar os alunos mediante o seu empenho nas tarefas escolares. A avaliação escolar é uma prática associada a um projeto de educação, que, por sua vez, responde aos condicionantes econômicos, políticos, sociais e culturais da sociedade em um determinado momento histórico, o que se atribui a ambas uma dimensão histórica e um caráter de não neutralidade. Jussara Hoffmann - traz a discussão da importância da desconstrução do significado de avaliação como algo temível, como um fantasma do controle e do autoritarismo. Conforme a autora, é preciso desconstruir práticas rotineiras e automatizadas e ressignificar a prática avaliativa no processo pedagógico. CONCEITO DE AVALIAÇÃO Desperta cada vez mais interesse por parte dos profissionais da educação. Assumindo um destaque de protagonista no âmbito das políticas educacionais, visto a crescente preocupação com a qualidade e a melhoria dos sistemas de ensino. constitui por meio da somatória de vários fatores, porém, ela é um componente fundamental do processo de ensino e aprendizagem e, aliada ao planejamento, é considerada recurso indispensável da prática docente. Consistindo em classificar os alunos a partir da aplicação de provas. •A função pedagógica diz respeito ao cumprimento dos objetivos gerais e específicos da educação, ou seja, a avaliação do que o aluno foi ou não capaz de aprender. •Quanto à função política, é preciso compreender que a avaliação, ao assumir um caráter de classificação e seleção dos alunos, interfere diretamente na questão da qualidade e da democratização da educação, uma vez que os alunos que não atingem os resultados esperados pelo processo avaliativo são candidatos ao fracasso escolar e, consequentemente, ao abandono da escola. Sacristán e Pérez Gomez - a avaliação “consiste num processo de aquisição, elaboração de informação e expressão de um julgamento a partir da informação coletada” Libâneo - assegura que a avaliação tem como tarefas básicas a: •Verificação: coleta de dados sobre o aproveitamento dos alunos, por meio de provas, exercícios e tarefas ou de meios auxiliares, como observação de desempenho, entrevistas etc. •Qualificação: comprovação dos resultados alcançados em relação aos objetivos e, conforme o caso, atribuição de notas ou conceitos. •Apreciação qualitativa: avaliação propriamente dita dos resultados, referindo-se a padrões de desempenho esperados. LUCKESI - A avaliação é uma apreciação qualitativa sobre dados relevantes do processo de ensino e aprendizagem que auxiliam o professor a tomar decisões sobre seu trabalho. LIBÂNEO - Avaliação escolar é um componente do processo de ensino que visa, através da verificação e qualificação dos resultados obtidos, determinar a correspondência desses com os objetivos propostos e, daí, orientar a tomada de decisões em relação às atividades didáticas. SACRISTAN; PERES GÓMEZ - Avaliar se refere a qualquer processo por meio do qual alguma ou várias características de uma aluno/a, de um grupo de estudantes, de um ambiente educativo, de objetivos educativos, de materiais, professores/as, programas etc., analisam-se e valorizam- se suas características e condições em função de alguns critérios ou pontos de referência para emitir um julgamento que seja relevante para a educação. LUCK - A Avaliação é um processo de inquirição, observação e coleta de dados, registro, análise e interpretação da realidade, realizado com o objetivo de conhecê-la, para dar-lhe encaminhamento mais efetivo. HOFFMANN - A avaliação é a reflexão transformada em ação. Ação, essa, que nos impulsiona novas reflexões. Um processo interativo, através do qual educando e educadores aprendem sobre si mesmos e sobre a realidade escolar no próprio ato da avaliação. AVALIAR, MEDIR E CLASSIFICAR Baseada nos estudos da Psicologia Comportamental, a avaliação como medida foi utilizada no final do século XIX e início do século XX por meio da aplicação de testes para avaliar a diferença entre as pessoas. Tyler, o processo de avaliação possibilita determinar até que ponto os objetivos educacionais foram alcançados mediante a utilização de instrumentos apropriados, tendo como foco o grau de mudanças de comportamentos dos alunos. A idéia da avaliação enquanto medida parte do princípio de que o processo avaliativo, enquanto atividade humana intencional requer objetividade e sistematização, o que exige algumas escalas ou critérios que sirvam de referência Hadji - a ação de medir significa atribuir um número a um acontecimento ou a um objeto de acordo com uma regra aceitável, sendo, portanto, considerada como uma “operação de descrição quantitativa da realidade” Dessa forma, no contexto escolar, podemos medir a freqüência dos alunos, a quantidade de questões acertadas em uma determinada atividade, porém, não podemos medir, por exemplo, o comprometimento do aluno na realização de uma determinada tarefa e a sua participação na aula, visto serem componentes atitudinais. Luckesi - ao avaliar, o professor, ao contrário de ter uma atitude de diagnóstico da aprendizagem do aluno, apenas o classifica por meio de notas, encerrando-se assim do ato avaliativo. (Avaliar implica em medir e classificar, mas não se esgota nisso, vai além). Estrutura básica do Conceito de Avaliação: •Obter Informações •Formular Opiniões •Tomar Decisões Luckesi - A medida é um ato necessário e, assim, tem sido praticada na escola. Importa-nos ter a clareza que, no movimento real da operação com resultados da aprendizagem, o primeiro ato do professor tem sido, e necessita ser, a medida, porque é a partir dela, como ponto de partida, que se pode dar os passos seguintes para aferição da aprendizagem. “medida é uma forma de comparar grandezas, tornando um como padrão e outra como objeto a ser medido tendo como resultado a quantidade de vezes que medida padrão cabe dentro do objeto medido” (A verificação, no seu sentido etimológico, significa “fazer verdadeiro”). O processo de verificação é concluído no momento de obtenção dessa configuração. No processo educativo, podemos identificar a verificação quando o professor se limita apenas a classificar os alunos em aprovados ou reprovados. Ao contrário da verificação, a avaliação não se concluiu frente a configuração do objeto ou ato, mas avança no sentido de buscar uma decisão. A AVALIAÇÃO NA PERSPECTIVA DAS TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS Libâneo - as tendências pedagógicas no Brasil podem ser agrupadas em dois grupos: •classificado por cunho liberal abrange as pedagogias denominadas: pedagogia tradicional, pedagogia renovada e pedagogia tecnicista. •de cunho progressista, destacam-se: a pedagogia libertadora e a pedagogia crítico-social dos conteúdos. Luckesi - esses grupos de pedagogias podem ser agrupados entre aqueles que pretendem a conservação da sociedade, tendo como objetivo a domesticação dos educandos, e aquelas que têm como objetivo a humanização dos educandos e a transformação da sociedade. Na chamada Pedagogia Tradicional, Oensino é centrado no professor e o aluno é um sujeito passivo do processo educativo, cuja aprendizagem deverá acontecer pelo processo de memorização. Mizukami - enfatiza que a avaliação na pedagogia tradicional busca medir com exatidão a quantidade de informações apreendidas pelo aluno e se concretiza por meio de provas, exames e exercícios. Avaliar significa meramente identificar o nível de rendimento do aluno sem que ocorra uma preocupação com a construção dos processos educativos. A avaliação nessa perspectiva assume uma dimensão normativa acentuando as diferenças entre os alunos e fomentando um modelo educacional tradicional. Luckesi ao discutir o papel da avaliação no contexto escolar, afirma a prevalência de uma pedagogia do exame, na qual o interesse dos sistemas educacionais está focado na promoção ou não do aluno, ao invés de buscar a qualidade do processo de ensino e aprendizagem. Pode-se observar o comprometimento dos sujeitos envolvidos no processo educativo com a pedagogia dos exames quando o foco dos mesmos está direcionado apenas para as notas. Para os alunos, a nota é o grande alvo para se atingir a promoção, independentemente do processo da aprendizagem. LUCKESI - Porém, essa pedagogia de exames acarreta consequências ao processo no âmbito pedagógico, psicológico e sociológico. A pedagogia do exame pedagogicamente não favorece melhorias na aprendizagem, pois, ao valorizar as notas em provas e os exames, desconsidera o ensino e a aprendizagem como atividades significativas; psicologicamente favorece ao desenvolvimento de personalidades submissas, manipuladas pelo controle das notas e sociologicamente produz a seletividade social, excluindo ou mantendo os alunos na escola, conforme suas notas. MORETO - um processo de elaboração de situações didático-pedagógicas que facilitem a aprendizagem, isto é, que favoreçam a construção de relações significativas entre componentes de um universo simbólico. Méndez - O professor precisa estar atento para romper com os modelos tradicionais de avaliação e inovar no sentido de buscar novas formas e instrumentais para essa avaliação. A idéia de que se avalia para conhecer, o que implica em dar à avaliação um caráter essencialmente formativo. Identificando as causas e os motivos que o levaram aos possíveis erros, pois revelam como o educando está pensando, possibilitando que se possa ajudá-lo a reorientar a construção do conhecimento. A avaliação deve ser processual, contínua, integrada ao currículo e à aprendizagem. Logo, não pode ser uma etapa estanque do ensino, mas sim deve permear todo o processo de ensino e aprendizagem. A avaliação, assim, é baseada na confiança, na possibilidade de os educandos construírem suas próprias verdades, além de sentirem que suas manifestações e seus interesses são considerados. o papel do professor deve ser o de investigar, observar, refletir, avaliar, para que possa favorecer e ampliar o processo de aprendizagem do aluno. A AVALIAÇÃO NO CONTEXTO EDUCACIONAL BRASILEIRO: A AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA A psicometria era utilizada no Brasil para caracterizar a avaliação educacional. Avaliar era sinônimo de mensurar, fomentando no contexto escolar uma forte preocupação com o emprego de testes para aferir o rendimento escolar. Ribeiro - a psicometria começou a ser utilizada no Brasil com aproximadamente duas décadas de atraso dos estudos que vinham sendo realizados nos Estados Unidos. Psicometria: do grego psyké, alma e metron, medida, medição. É uma área da Psicologia que faz vínculo entre as ciências exatas, principalmente a matemática aplicada, a Estatística e a própria Psicologia. Sua definição consiste no conjunto de técnicas utilizadas para mensurar, de forma adequada e comprovada experimentalmente, um conjunto ou uma gama de comportamentos que se deseja conhecer melhor. Ribeiro - o avaliador exercia um papel essencialmente técnico orientado por princípios como inflexibilidade, imparcialidade, objetividade e quantificação. Não havia nenhuma preocupação em aliar a avaliação da aprendizagem com outras dimensões do processo educativo, como o currículo e os programas pedagógicos ou políticos. Dias Sobrinho - sem preocupação com dimensões mais amplas do processo de ensino- aprendizagem, como currículo em sentido pleno, e tampouco com as estruturas institucionais, programas pedagógicos ou políticos. O foco principal eram os testes, as escalas de classificação, os instrumentos técnicos. Ralph Tyler - avaliar consistia em “estabelecer uma comparação entre o desempenho e os objetivos previamente determinados, ou seja, avaliar consistia em comparar os resultados dos alunos com aqueles propostos em determinado plano” (Ralph W. Tyler “pai da avaliação educativa”.) Temos assim um modelo de avaliação vinculado à ideia de classificação do desempenho do aluno com a utilização de provas e exames. Dias Sobrinho - focada nos objetivos previamente formulados, que ela se aproximará das questões referentes à gestão científica e ao desenvolvimento curricular e de instituições. Ainda conforme o autor, a avaliação passa a ser um instrumento relevante para regular o conhecimento e definir comportamentos desejados com a aplicação de sanções e prêmios frente aos resultados alcançados. Segundo Ribeiro - Assim não bastaria medir e descrever, era preciso julgar o conjunto de todas as dimensões dos objetivos, inclusive os próprios objetivos. Nesse sentido, o avaliador tinha o papel de juiz, absorvendo, contudo, os aspectos importantes das fases anteriores em termos de mensuração e descrição. Dias Sobrinho - o que permite a avaliação do processo educativo no decorrer do seu desenvolvimento e o planejamento das mudanças necessárias em cada uma de suas etapas. As ideias dos estudiosos contribuirão para a formação do conceito de uma avaliação somativa e formativa, visto que se enfatizava a importância de se avaliar não somente conforme os objetivos finais, mas durante todo o transcorrer do processo de ensino e aprendizagem. Não se trata, portanto, de uma avaliação meramente somativa, mas também formativa, na medida em que se opera um controle da qualidade do processo enquanto ele se desenvolve. A avaliação se torna ela mesma parte essencial do processo de ensino e aprendizagem. Além disso, os estudos propagados com essa nova visão de avaliação contribuíram para denunciar e evidenciar a função classificatória, seletiva e discriminatória da avaliação educacional. 1980, período em que os estudiosos da área da educação propagarão indicadores revelando o alto índice do fracasso escolar na educação básica. Pode-se afirmar que será a partir desse momento que a avaliação educacional buscará mais a sua dimensão qualitativa e emancipatória, aproximando-se de uma visão de educação que possa contribuir para o enfrentamento das desigualdades sociais e para a transformação da sociedade. 1990, a avaliação terá um grande significado no quadro das reformas educativas, tornando-se importante estratégia na agenda governamental para o enfrentamento dos problemas educacionais no país. A avaliação será ressignificada no quadro legal que rege o sistema educacional brasileiro, como a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (1996) e nas Diretrizes Curriculares Nacionais para educação Básica (2008), não sendo mais meramente um instrumento para classificação e punição dos alunos, mas um instrumento essencial para a aprendizagem dos mesmos, o que implicará em mudanças nas concepções e práticas avaliativas dos professores. De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, a verificação do rendimento escolar deverá observar os seguintes critérios: a) avaliação contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do período sobre os de eventuais provas finais; b) possibilidade de aceleração de estudos para alunos com atraso escolar; c) possibilidade de avanço nos cursos e nas séries medianteverificação do aprendizado; d) aproveitamento de estudos concluídos com êxito; e) obrigatoriedade de estudos de recuperação, de preferência paralelos ao período letivo, para os casos de baixo rendimento escolar, a serem disciplinados pelas instituições de ensino em seus regimentos; Embora na legislação seja empregado o termo verificação da aprendizagem, os critérios acima revelam o compromisso com uma avaliação que seja contínua e que possibilite ao aluno novas oportunidade de aprender mediante as suas dificuldades, devendo o professor zelar pela aprendizagem e promover a recuperação dos alunos de menor rendimento. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Básica deve abranger três dimensões: •avaliação da aprendizagem; •avaliação institucional (interna e externa); •avaliação de redes de educação básica. Propõem uma avaliação que seja formativa e não classificatória, capaz de promover a aprendizagem e o crescimento dos alunos. Na educação infantil, a avaliação deve acontecer mediante o acompanhamento e registro do desenvolvimento da criança, sem o caráter de classificação e promoção. No ensino fundamental e médio, podem ser utilizadas a promoção e a classificação em qualquer série ou ano, exceto no 1º ano do ensino fundamental, de acordo com o artigo 24 da LDB. Parâmetros Curriculares Nacionais - A proposta é de uma avaliação contínua e de abordagem qualitativa e que permita ao professor conhecer o grau de aproximação do aluno às expectativas de aprendizagem propostas em cada momento do processo de ensino e aprendizagem. APOSTILA 2 - A AVALIAÇÃO NA ESCOLA: A AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM E A AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL A AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM É comum associarmos a avaliação educacional meramente à atribuição de notas, à promoção ou retenção dos alunos, porém, a avaliação educacional é um processo complexo e envolve várias dimensões como exemplos: •Avaliação da aprendizagem escolar, •Avaliação institucional, •Avaliação do currículo, •Avaliação do sistema. tem sido fortemente marcada pelo paradigma da classificação, sendo a avaliação compreendida como uma prática excludente e autoritária, desfavorável à promoção da aprendizagem dos alunos e ao processo de democratização da educação, O que expressa que o ato de avaliar é carregado de valores e significados sociais e éticos. A AVALIAÇÃO FORMAL EM SALA DE AULA Quando se promove exames, provas, aplica-se testes, trabalhos para verificar o que o aluno foi capaz de aprender no final de uma determinada unidade de estudo, no final de um bimestre, semestre ou ano escolar. Tal prática expressa uma visão de avaliação desarticulada da ação educativa, pois, quando o professor aplica a avaliação apenas para medir os resultados, ele não se aprofunda nas causas que levaram o aluno a resultados positivos ou insatisfatórios atribuindo-lhe uma característica meramente burocrática, no sentido de registrar resultados. Hoffmann - assevera que o professor, ao fazer uso da avaliação exclusivamente dela para julgar se o aluno atingiu os objetivos esperados, reproduz um comportamento autoritário e de controle comprometendo o desenvolvimento da autonomia moral e intelectual dos alunos. Porém, esse modelo de avaliação é uma herança dos modelos avaliativos implementados em nosso sistema educacional, com forte influência do positivismo e da psicologia comportamental. A prática da avaliação no contexto escolar requer uma mudança de atitude do professor no ato de avaliar, e exige uma atitude reflexiva e investigativa frente ao processo de ensino e aprendizagem. é necessário romper com o autoritarismo e traduzir essa prática em ações democráticas, pautadas em um modelo dialógico e cooperativo. É preciso avaliar com ética superando a visão controladora e punitiva da avaliação, a qual promove competição e exclusão dos alunos. A avaliação precisa ser entendida como um processo contínuo, dinâmico, aberto e contextualizado, que se desenvolve ao longo de um período de tempo. Hoffmann - muitos professores desconsideram esse movimento e limitam-se a transmitir e corrigir tarefas, transformando a avaliação em atos estanques, desconectados e focados apenas no que o aluno foi capaz ou não de aprender, ou seja, na constatação de seus erros e acertos. constitui-se em um conhecimento em processo de superação, ou seja, não atingir determinados resultados em um determinado momento não significa que ele não será capaz de apresentar resultados diferentes em outras situações. Portanto, a avaliação precisa ser dinâmica. Dessa forma, é preciso a utilização de estratégias e instrumentos adequados a esse modelo de avaliação, pois aprender não é mais concebido como cópia ou repetição de tarefas, mas como uma atividade que requer o protagonismo do aluno e a conquista de sua autonomia frente ao conhecimento. Avaliar, portanto, não é meramente classificar o rendimento do aluno, mas mediar o seu processo de aprendizagem. •Avaliação classificatória: tomar decisões quanto ao seu aproveitamento escolar; sua aprovação ou reprovação em cada grau de ensino (prática avaliativa tradicional); •Avaliação mediadora: analisar teoricamente as várias manifestações dos alunos em situação de aprendizagem (verbais ou escritas, outras produções), para acompanhar as hipóteses que vêm formulando a respeito de determinados assuntos, de forma a exercer uma ação educativa que lhes favoreça a descoberta de melhores soluções ou a reformulação de hipóteses preliminares formuladas. É nesse sentido que podemos falar de uma avaliação que supera o caráter quantitativo para atingir a sua dimensão qualitativa, pois parte-se da ideia de que no espaço educativo os processos são mais importantes do que os produtos Rodrigo - Aplicando uma série de tarefas avaliativas, ele consegue analisar formas de expressão do aluno, como ler e interpretar, redigir, desenhar, buscar informações. Os instrumentos são aplicados de acordo com o tema trabalhado e todas as impressões viram relatório. O objetivo é sempre o mesmo: fazer Rodrigo descobrir como levar a turma a avançar mais. TROCANDO EM MIÚDOS O professor não tem a preocupação de classificar melhores e piores, mas de fazer com que todos aprendam. Para isso, diversifica o planejamento; os alunos são respeitados em sua individualidade e podem observar seus progressos em relação a si próprios, dentro do ritmo de aprendizagem de cada um. A avaliação é um caminho para aprendizagem, o que lhe atribui um significado de ato pedagógico. Muitos estudos da didática apontam a indissociabilidade entre o planejamento e a avaliação no contexto escolar. O ato pedagógico inclui as ações de planejar e avaliar, perpassadas pela ação de executar. Cada aluno dará uma resposta diferente no decorrer do ato pedagógico. A tarefa se torna complexa, pois é preciso uma avaliação individualizada. A avaliação envolve a objetividade e a subjetividade, sendo necessário equilíbrio entre ambas. A objetividade restringe o ato de avaliar a um processo mecânico e imparcial; se atender somente às condições internas dos alunos, pode comprometer o cumprimento das exigências sociais da escola. CASTILHO; CABRERIZO - em qualquer caso a avaliação deve estar integrada ao processo educacional e tornar-se um instrumento de ação pedagógica que permita, por um lado adaptar a atuação educacional/docente às características individuais dos alunos ao longo de seu processo de aprendizagem e, por outro lado comprovar e determinar se atingiram as finalidades e as metas educacionais que são o objeto e a razão de ser da atuação educacional. Luckesi - alerta para que a avaliação seja um ato amoroso no processo educativo, ou seja, um momento de acolhimento do aluno frente as suas dificuldades e o seu estágio de aprendizagem. AVALIAÇÃO INFORMAL Outro tipo de avaliação que acontece em sala de aula é a chamada avaliação informal, a qual pode acarretar conseqüências positivas ou negativas às possibilidades de aprendizagem dos alunos. Freitas - podese entender por avaliação informal as representações construídas por professores e alunos, as quais podem determinar juízos e percepções os quais podem interferir positivamente ou negativamente nas relações humanas e pedagógicas em sala de aula VILLAS BOAS - como demonstram os dados do SAEB, os quais revelam que 47% dos alunos da 4ª série se sentiam rejeitados em sala de aula. Estudos comprovam a influência da afetividade no processo de aprendizagem, o que revela que os alunos que se sentem rejeitados pelos professores e pelos colegas em sala de aula têm mais chances de apresentar baixo rendimento escolar. A avaliação informal, quase sempre, é realizada em maior proporção do que a formal (provas, exames, testes etc.), visto que ela acontece ao longo do período em que o aluno está na escola, por meio de observações, gestos e comentários, tanto por parte dos professores, funcionários da escola, quanto por familiares e colegas de sala. Algumas práticas de avaliação informal são tão negativas que desdobram em práticas de bullying. No Brasil, temos três leis que tratam da questão do bullying na escola: •aborda especificadamente sobre a discussão do bullying e cyberbullying. •estabelece o dia 07 de abril como Dia Nacional de Combate ao bullying. E a última •delegando às escolas a tarefa de propagar a cultura da paz e promover medidas de conscientização para prevenção e combate a todas as formas de violência. A AUTOAVALIAÇÃO A autoavaliação não implica no ato do próprio aluno dar nota a si mesmo, mas de permitir que ele reflita sobre o que aprendeu o que não aprendeu e o que foi possível aprender, permitindo que possa avançar com êxito sobre o que ainda precisa aprender. A autoavaliação deve ser estimulada no cotidiano da sala de aula de forma que o aluno possa se avaliar constantemente a partir de critérios claros, o que poderá possibilitar um automonitoramento do processo de ensino e de aprendizagem. VILLAS BOAS - Quando o aluno reflete sobre o que aprendeu, ele realiza um diálogo consigo mesmo, o que lhe permitirá compreender suas limitações, seus pontos fortes, enfim, desenvolver a metacognição Hadji - a autoavaliação engloba dois aspectos: a autorregulação e a metacognição. O aluno, ao desenvolver o autocontrole, diminui a regulação externa do professor. Metacognição é o processo mental interno pelo qual uma pessoa toma consciência dos diferentes aspectos e momentos de sua atividade cognitiva. Estratégia do professor para estimular a autoavaliação dos alunos. Antes de iniciar a atividade: • Expor de maneira clara e compreensível os objetivos de aprendizagem e os conteúdos mais relevantes. • Execução clara e ordenada com uma determinada extensão utilizando escalas específicas; • Atitudes básicas em relação à atividade ou tarefa; • Requisitos de “excelência” da tarefa: critérios de exigência e avaliação. Durante a atividade: • Orientar a tarefa tanto no processo (como fazê-lo) quanto no resultado; • Utilização de técnicas, instrumentos de trabalho, bibliografia complementar; • Dificuldades que podem surgir e fórmulas para evitá-las; • Fornecer instrumentos de planejamento de execução: o que fazer, como recolher dados, como apresentar resultados. Depois da atividade: • O professor promove o comentário e a reflexão sobre a atividade ou tarefa realizada; • O aluno conhece o trabalho realizado por outros alunos; • O professor e os alunos analisam e avaliam conjuntamente os objetivos alcançados pelo grupo; • Orienta sobre suas dificuldades e suas áreas de melhora, fazendo uma explicação (aprender com os erros); • Elabora-se um pequeno questionário de autoavaliação dos alunos sondando o grau de satisfação obtido MODALIDADES DE AVALIAÇÃO Haydt - considera que a avaliação da aprendizagem apresenta três funções básicas: •classificar (valorar); •controlar (acompanhar); •diagnosticar (investigar). Pautadas a essas três funções, existem três modalidades de avaliação: •somativa, •formativa •diagnóstica. Haydt - o objetivo legítimo da avaliação no contexto escolar é o de contribuir para o êxito do ensino, o que significa favorecer a construção dos saberes e competência dos alunos. A avaliação prognóstica, também chamada de avaliativa diagnóstica, busca identificar certas características do aluno, levantando seus pontos fortes e fracos, permitindo ao professor realizar ajustes em seu plano de ensino mediante às competências e aos conhecimentos prévios dos alunos. Esse tipo de avaliação possibilita ao professor a tomada de decisões. •A avaliação formativa, tendo como função levantar informações úteis para a regulação do processo de ensino e aprendizagem. •A avaliação cumulativa acontece depois da ação, ou seja, da formação, com o intuito de verificar se o aluno adquiriu os conhecimentos propostos. •Também somativa, Esse tipo de avaliação “tem uma intenção certificativa, é mais global e se refere a tarefas socialmente significativas”. AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA A avaliação diagnóstica acontece no começo de um processo educacional, que pode ser no início do ano letivo ou no início de uma unidade didática, pode ser compreendida como um processo de sondagem sobre o desenvolvimento dos alunos e de seus conhecimentos prévios, possibilitando ao professor adequar a sua prática docente às necessidades dos. Dessa forma, o professor poderá planejar sua prática docente e ajustar estratégias didáticas para o enfrentamento das possíveis dificuldades dos alunos identificadas. Haydt - assinala que, além de identificar a presença ou ausência de pré-requisitos necessários, para que se efetive a aquisição de novas aprendizagens, a avaliação diagnóstica tem ainda como objetivo identificar as dificuldades de aprendizagem, tentando discriminar e caracterizar suas possíveis causas. Castilho e Cabrerizo - Ao professor, possibilitará ajustar o seu planejamento aos conhecimentos atuais dos alunos, enquanto que esses poderão acompanhar o seu progresso no processo de aprendizagem, de forma participativa, como exemplo, por meio da autoavaliação. Luckesi - afirma que o primeiro passo para que a avaliação contribua para a democratização do ensino é modificar a sua função de classificação para diagnóstica, possibilitando ao professor a compreensão do estágio de aprendizagem do aluno e a tomada de decisões satisfatórias que o ajudem a avançar em sua aprendizagem. está diretamente relacionada com uma proposta de uma pedagogia histórico-crítica a serviço da transformação da educação. “Assim como é constitutivo do diagnóstico médico estar preocupado com a melhoria da saúde do cliente, também é constitutivo da avaliação da aprendizagem estar atentamente preocupada com o crescimento do educando” A AVALIAÇÃO FORMATIVA Sabemos que nos dias atuais prioriza produtos e resultados, e não um processo dinâmico e criativo, que implica em uma reflexão crítica sobre a prática, no sentido de captar os avanços, os impasses, as resistências e possibilitar uma tomada de decisão sobre o que fazer para superar os obstáculos. “a avaliação manifesta-se como um ato dinâmico que qualifica e subsidia o reencaminhamento da ação, possibilitando consequências no sentido da construção dos resultados que se deseja”. Dessa forma, deve-se refletir sobre a diversidade do aluno que está sendo avaliado e o impacto dessa diversidade em seu desempenho, portanto, devem ser utilizadas formas que levem em conta a individualidade do aluno. Hadji e Perrenoud - a avaliação formativa pode ser considerada como uma avaliação informativa, por indicar os caminhos para que a avaliação possa estar verdadeiramente a favor das relações pedagógicas. Avaliar tampouco é classificar, examinar, aplicar testes. Pelo contrário, a avaliação entendida como formativa deve ser uma atividade crítica de aprendizagem, visto que, por meio dela, o conhecimento será adquirido tanto pelo aluno quanto pelo professor. A avaliação formativa tem como base fornecer feedback aos sujeitos envolvidos no processoeducativo, oferecendo-lhes informações sobre os resultados desse processo, para que o trabalho pedagógico possa ser reorganizado.É importante que o professor compreenda que o objetivo do feedback não é melhorar a nota do aluno, mas sim o seu aprendizado. Assim, o educador precisa estar atento aos processos: •Cognitivos (raciocínio do aluno); •Sócio-afetivos (sensibilidade, emoção, comunicação); •Metacognitivos (monitoração da aprendizagem). Para que, dessa forma, possa diagnosticar os erros, as dificuldades encontradas, não simplesmente para constatar, mas, sobretudo, para refletir sobre o melhor caminho de ajuda e regulação do ensino. Quando o professor trabalha levando seus alunos a refletirem sobre o seu próprio processo de aprendizagem, podem ser notados pontos importantes durante o processo de aprendizagem: • Desenvolvimento de responsabilidade pelo trabalho; • Formação de alunos independentes e permanentes, pois os processos incentivam-nos a tomar decisões; • Domínio do processo de trabalho, uma vez que os alunos gerenciam seu próprio progresso; • Desenvolvimento do espírito crítico, da metacognição, o aluno passa a conscientizar-se das operações mentais, de refletir sobre seu próprio pensamento e, assim, passa a controlá-lo melhor. Hadji - assevera que a avaliação formativa é uma utopia promissora por ser considerada um modelo ideal de avaliação em razão de: • colocar-se deliberadamente a serviço do fim que lhe dá sentido: torna-se um elemento, um momento determinante da ação educativa; • propor-se tanto a contribuir para uma evolução do aluno quanto a dizer o que, atualmente, ele é; • inscrever-se na continuidade da ação pedagógica, ao invés de ser simplesmente uma operação externa de controle, cujo agente poderia ser totalmente estrangeiro à atividade pedagógica. AVALIAÇÃO SOMATIVA Haydt - Essa classificação está associada à ideia de medir, destinando-se à aprovação ou reprovação do aluno. Como já foi discutido, conceber a avalição meramente como quantificação dos resultados invalida o seu objetivo principal, que deve ser a aprendizagem dos alunos, concebida como uma ação final e terminal do processo educativo, impossibilita aos sujeitos do processo reverem suas ações e replanejarem as estratégias de aprendizagem. Essa modalidade de avaliação corresponde a uma perspectiva tradicional da avaliação, na qual avalia-se para classificar, para separar os bons dos maus alunos e, consequentemente, para selecionar os que permanecerão na escola e os que serão excluídos, cumprindo uma tarefa reprodutora da educação e de ajustamento dos indivíduos ao modelo competitivo de sociedade. A nota é a certificação do que o aluno foi capaz de aprender, independentemente dos caminhos que tenha percorrido e do que tenha avançado em seu desenvolvimento. AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL aquela que acontece na escola por meio de seus agentes internos. Luck - a avaliação institucional está a serviço da gestão escolar e, por meio de levantamentos de dados quantitativos e qualitativos, pode contribuir para mudanças no cenário escolar. em uma perspectiva transformadora, deve ser realizada não apenas para constatar, rotular ou meramente como uma ação administrativa, mas como uma avaliação do desempenho de todas as dimensões do trabalho escolar, tanto no âmbito administrativo como no pedagógico. dada a cultura que temos da avaliação como algo punitivo, ela é bastante rejeitada pelos profissionais da escola, entendida muitas vezes como ameaça, cabendo aos gestores promoverem uma cultura que esclareça os benefícios dessa avaliação, reconhecendo os pontos fracos da instituição como oportunidades de aprendizagem e desenvolvimento. Deve ser realizada em todas as áreas e dimensões do trabalho escolar, estando estritamente relacionada à aprendizagem dos alunos, uma vez que possibilita avaliar a qualidade da educação oferecida pela instituição. Grego - o processo de avaliação institucional precisa acontecer alicerçado em princípios democráticos orientados para autogestão, no qual todos os sujeitos envolvidos no processo são avaliadores e avaliados. A avaliação institucional precisa ser um ato coletivo, em um desejo de todos de conhecer para promover mudanças necessárias, um pacto de responsabilidade entre os sujeitos envolvidos no processo seja de forma direta ou indireta. Luck - para que a avaliação aconteça de forma sistêmica, é preciso um planejamento sistêmico da avaliação institucional, o qual deve responder às seguintes questões: • O quê? – Ação; • Para quê? – Objetivos e metas; • Por quê? – Pressupostos; • Como? – Métodos e estratégias; • Quando? – Circunstâncias de tempo: cronograma; • Para quem? – Beneficiários; • Com quem? – Agentes. A avaliação institucional interna, também denominada de autoavaliação, deve estar prevista no projeto político pedagógico da escola, possibilitando a revisão dos objetivos e das metas estabelecidos por todos os segmentos da escola. Essa se constitui no trabalho de organização, orientação e mobilização de esforços e recursos escolares para promover o trabalho educacional com a máxima efetividade. APOSTILA 3 - PRÁTICAS AVALIATIVAS E INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO INSTRUMENTOS E TÉCNICAS DE AVALIAÇÃO MENDEZ - é fundamental que ela seja compreendida como um ato indissociável do processo de ensino e aprendizagem, dando-se o devido valor aos instrumentos e às técnicas aplicados nesse processo. Ao pensarmos nos instrumentos e nas técnicas para avaliar, é importante refletir, sobretudo, sobre as funções ocultas que a avaliação exerce e a importância de respondermos aos questionamento para que e quem avaliamos, “ pois o valor da avaliação não está no instrumento em si, mas no uso que se faz dele”. A avaliação não é um processo neutro, estando sempre subjacente ao papel do avaliador uma concepção de educação e um posicionamento ideológico em relação ao processo educativo. O professor, ao assumir um posicionamento crítico frente à educação e ao ato de avaliar, compreende que o importante não é meramente a constatação do que o aluno aprendeu pelo ato de memorizar, mas o processo como essa aprendizagem ocorreu, é um processo mais amplo, que implica na atribuição de um julgamento de valor. Todavia, para poder avaliar, o professor deve partir da verificação da aprendizagem. Considerando a complexidade do ato avaliativo, é preciso que o professor saiba escolher a técnica e o instrumento adequados a cada situação, visto que a avaliação pode assumir várias formas no contexto escolar, mais ou menos sistemáticas, formais ou informais. Leia as situações a seguir: 1 – O professor observa que um aluno está confuso e com dificuldades para realizar o exercício de matemática proposto em sala de aula, aproxima-se para saber qual a sua dúvida e o orienta para execução correta da tarefa; 2 – O professor, ao final de uma unidade didática, aplica uma prova com exercícios de matemática para averiguar o conhecimento do aluno. Nas duas situações descritas acima, o professor utilizou da avaliação empregando técnicas e instrumentos diferenciados, sendo que, no acompanhamento diário dos alunos, foi empregada uma avaliação informal por meio da observação, enquanto que na segunda, foi utilizada da prova em uma situação formal de avaliação. A escolha das técnicas e dos instrumentos deve estar sempre alinhada aos objetivos educacionais. CASTILHO; CABRERIZO - A técnica é um conceito mais amplo; É o método operativo geral que põe em jogo diversos procedimentos para obter a informação necessária sobre a aprendizagem dos alunos. alguns requisitos importantes para ajudar o professor na seleção das técnicas e dos instrumentos: • Serem múltiplos e variados; • Darem informações válidas do que se pretende conhecer; • Utilizarem diferentes formas de expressão (orais, gráficas, escritas etc.); • Serem aplicáveis em situações escolares habituais; • Permitirem comprovar a transferência de aprendizagem; • Poderem ser utilizados em diversassituações e modalidades de avaliação: heteroavaliação, autoavaliação e coavaliação. A observação é uma técnica muito presente no contexto escolar e possibilita a investigação das características individuais e grupais dos alunos, suas fragilidades e potencialidades, bem como aspectos facilitadores e dificultadores do trabalho pedagógico. Embora seja mais empregada na educação infantil e nas séries iniciais do ensino fundamental, a observação pode ser aplicada em alunos de qualquer idade. Quanto mais organizada, dirigida e objetiva for a observação, menor será o risco de um falso juízo de valor, portanto o professor deve trabalhar com a observação sistemática. Por outro lado, entretanto, não deve o professor desprezar a observação assistemática, que acrescentará informações aos dados reunidos através da observação sistemática. • Observação sistemática: quando o observador tem objetivos previamente definidos e, em consequência, sabe que aspectos observará. • Observação assistemática: se refere a experiências casuais, levando o observador a registrar o maior número possível de dados sem correlacioná-los, a priori, com objetivos claros e definidos. Libâneo - É importante compreender que a observação está sujeita à subjetividade do professor, sendo necessária a vigilância quanto aos erros de percepção e tendenciosidade que podem interferir na utilização dessa técnica. (a observação não pode ser mera opinião, mas resultado de uma avaliação fundamentada). destaca uma relação de itens que podem ser empregados durante a observação, considerando os objetivos e conteúdos de aprendizagem. DESENVOLVIMENTO INTELECTUAL: •Presta atenção nas aulas e no trabalho independente; •É persistente na realização das tarefas; •Tem facilidade de assimilação da matéria; •Demonstra atitude positiva em relação ao estudo; •Tem facilidade de expressão verbal; •Tem pensamento crítico e independente. RELACIONAMENTO COM OS COLEGAS E COM O PROFESSOR: •Tem facilidade em fazer amizade; •É leal e sincero com os outros; •Respeita os colegas e o professor; •Tem espírito de solidariedade e cooperação; •Observa as normas coletivas de disciplina; •Coopera com o professor e os colegas nas tarefas. DESENVOLVIMENTO AFETIVO: •Tem interesse e disposição para o estudo; •Resolve suas próprias dificuldades; •É responsável em relação às tarefas de estudo; •Controla suas emoções e seu nervosismo; •Tem iniciativa; •Faz uma imagem positiva de suas próprias possibilidades; •É bem-humorado e alegre; •É expansivo e espontâneo. ORGANIZAÇÃO E HÁBITOS PESSOAIS: •Mantém em ordem seus cadernos e materiais; •Cuida da higiene pessoal (roupas, cabelos e unhas etc.); •Tem presteza para iniciar as tarefas no prazo solicitado; •Apresenta as tarefas no prazo solicitado; •Tem boa postura do corpo; •Tem boa disposição física e aparenta boa saúde; •Tem hábitos de urbanidade e cortesia. QUESTIONÁRIO O questionário é o instrumento que consiste em uma série de perguntas organizadas às quais o aluno escolhe uma entre várias respostas, responde sim ou não, ou responde livremente às questões. É muito útil para a obtenção de informações sobre percepções, gostos, interesses, sentimentos, necessidades e atitudes de modo geral.O mérito ou valor do questionário como instrumento de avaliação está na formulação das perguntas. Desse modo, alguns aspectos precisam ser considerados: • As perguntas devem revestir-se, sempre que possível, de um caráter de estímulo. • Não se deve incluir no questionário perguntas inúteis ou desnecessárias • As perguntas não devem insinuar as próprias respostas, ( conduzir o aluno para a resposta que se está “desejando”); • Alguns assuntos não recomendam perguntas diretas; • Enquanto possível, as perguntas devem ser simples, de fácil compreensão; • É recomendável, também, que as perguntas confirmem umas às outras. Para se elaborar um questionário deve-se, inicialmente, planejá-lo. 1. definição do objetivo do instrumento e delimitação do campo de conhecimento (conteúdo); 2. levantamento das informações desejadas, que devem ser compatíveis com o objetivo do instrumento. LIBÂNEO - A entrevista é uma técnica básica de avaliação, na qual o diálogo é o recurso utilizado para avaliação. A entrevista pode ajudar o professor a ampliar os dados que já tenha, tratar de um problema específico identificado nas observações e esclarecer dúvidas em relação a determinadas atitudes e hábitos das crianças (colocando o aluno à vontade para expressar-se). A PROVA A prova escrita é um dos instrumentos mais presentes em nossa cultura. Porém, é fundamental a devida discussão desse instrumental para não seja reproduzida no contexto escolar uma avaliação meramente focada na pedagogia de exames. Moretto - faz uma discussão sobre a prova escrita dentro de uma perspectiva construtivista sociointeracionista da educação, alertando sobre a importância da formulação da pergunta. Para que produza resultados confiáveis, esse instrumento de avaliação deve ser cuidadosamente planejado, com a elaboração de questões baseadas nos objetivos e conteúdos estabelecidos. é preciso que a avaliação seja eficiente e eficaz. Uma prova pode ser eficaz, atingir ao objetivo proposto, sem ser eficiente, por exemplo, quando os alunos tiram 10 por terem decorado um determinado conteúdo de forma isolada. elenca como característica das provas na linha tradicional: 1 – Exploração exagerada da memorização: nesse caso, as questões são utilizadas recorrendo à memorização mecânica do conteúdo estudado, sem que haja qualquer análise ou explicação. 2 – Falta de parâmetro para correção: é muito importante que o enunciado da questão deixe claro para o aluno os critérios que poderão ser utilizados para correção. 3 – Utilização de palavras de comando sem precisão de sentido no contexto: Ao elaborar uma pergunta com a utilização de palavras como comente, dê sua opinião, justifique ou caracterize, não se faz isso estabelecendo uma relação exata com o contexto da questão. Em relação à prova na perspectiva construtivista, podem ser elencadas as seguintes características: 1 – Contextualização: é aquela na qual o aluno tenha que buscar no texto os dados necessários para fundamentar a sua resposta; 2 – Parametrização: a indicação clara e precisa dos critérios de correção. Ao propor o enunciado da questão, o professor precisa explicitar com clareza os aspectos que serão avaliados; 3 – Exploração da capacidade de leitura e escrita do aluno: é muito importante que as provas tenham enunciados que provoquem no aluno a leitura, bem como a escrita no momento das respostas, com questões que exijam a argumentação; 4 – Proposições de questões operatórias e não apenas transcritórias: as questões operatórias são as que exigem do aluno ao responder operações mentais mais ou menos complexas, permitindo que ele estabeleça relações significativas em um universo simbólico de informações, enquanto que as questões transcritórias exigem do aluno apenas respostas que foram decoradas sem contextualização e relação com o seu cotidiano. LIBÂNEO Existem dois tipos básicos de prova: •A prova dissertativa, de resposta livre ou com questões abertas, é constituída de um conjunto de questões ou temas a serem respondidos pelos alunos com suas próprias palavras. É importante que o professor tome alguns cuidados na correção das provas dissertativas, dentre eles: preparar um guia de correção indicando as respostas esperadas em cada pergunta; se atentar para a objetividade na correção e atribuir um peso a cada questão. •A prova de múltipla escolha ou objetiva é esperado do aluno uma resposta entre as alternativas possíveis de resposta. Nesse tipo de prova, é possível que o professor elabore um número maior de questões abrangendo um campo maior dos conteúdos trabalhados em sala de aula. Apesar de possibilitar uma correção com maior rapidez, esse tipo de prova exige técnicas apropriadas para sua elaboração. PORTFÓLIO O portfóliodeve ser compreendido como uma estratégia de avaliação que se apoia em uma concepção de ensino e aprendizagem diferente da que costuma ser praticada na escola, sendo utilizado na educação a partir da década de 1990. Villas Boas - O portfólio é, portanto, uma modalidade avaliativa que permite aos alunos participarem ativamente de sua aprendizagem e avaliarem o seu progresso. Para o professor, o portfólio oferece a possibilidade de compreender como os alunos aprendem e de aprimorar o trabalho pedagógico, com reflexão sobre a sua conduta profissional. Para o aluno, o portfólio oferece a possibilidade de conhecer suas potencialidades e os aspectos que precisam ser melhorados. Três ideias básicas sobre o portfólio: 1 – A avaliação é um processo em desenvolvimento; 2 – Os alunos são participantes ativos do processo avaliativo; 3 – A reflexão do aluno sobre sua aprendizagem deve ser parte integrante do processo. Quando temos a garantia da participação do aluno no processo avaliativo, estamos construindo uma nova cultura de avaliação, desvinculadas da nota, promoção ou reprovação e articulada à ideia de que todos são capazes de aprender. Um dos objetivos gerais do portfólio pode ser compreendido como a documentação da aprendizagem do aluno, enquanto que como seus objetivos específicos podemos elencar: • Planejar atividades de acordo com o progresso do aluno; • Envolver os pais no processo de ensino e aprendizagem; • Compreender as diversas modalidades de aprendizagem; • Promover a participação do aluno na avaliação com ênfase a identidade e autonomia. O portfólio não significa meramente um arquivo de produções, pois, ao realizá-lo, o aluno seleciona os trabalhos que serão inseridos por meio da autoavaliação, o que “envolve o julgamento da qualidade da produção e das estratégias de aprendizagem”, é muito importante que os itens apresentados em sua construção possam revelar, conforme o tempo, os diferentes aspectos de crescimento e desenvolvimento dos educandos. Alguns itens, ou evidências, são mais frequentes, tais como: entrevistas, documentos, anotações, trabalhos, representações visuais, aulas de campo, desenhos, fotos, gravações, diários, dentre outros. A construção de um portfólio deve integrar as evidências com as experiências dos alunos, sendo que as evidências compiladas precisarão promover uma correspondência entre o trabalho e suas experiências de aprendizagem. Apresenta princípios norteadores para elaboração de um portfólio: 1 – Construção: aluno faz escolha e toma suas decisões. A orientação do professor também é variável; 2 – Reflexão: o aluno decide o que incluir, analisa suas produções e tem a chance de refazê-las; 3 – Criatividade: refere-se às diferentes evidências que podem ser utilizadas na elaboração do portfólio; 4 – Autoavaliação: permite que o aluno analise suas produções e tenha a chance de refazê-la; 5 – Autonomia: o aluno deve trabalhar de maneira independente, e não ficar aguardando orientações do professor. É preciso que a avaliação consiga atingir outro sentido, mais formativo e educativo. A questão não consiste em meramente descartar alguns desses instrumentos e dessas técnicas considerados como recursos tradicionais e autoritários, mas sim em se questionar o modo como são utilizados no processo avaliativo. REGISTROS REFLEXIVOS Os registros reflexivos são instrumentais avaliativos que podem ser feitos tanto por crianças como por adultos e permitem o acompanhamento da aprendizagem do aluno ao longo de um período. O importante é que sejam sistematizados, e não realizados esporadicamente e sem sistematização. As anotações a serem registradas devem ser definidas pelos objetivos da investigação. A elaboração dos registros reflexivos permite a reflexão, o exercício da escrita, o feedback dos registros das vivências, o compartilhamento de experiências, o trabalhos em grupo, complementar o portfólio, dentre outros. Um aspecto importante é quanto à dimensão ética dos registros, pois são documentos pessoais cuja divulgação deve ser autorizada pelo autor do registro e acordada previamente antes de sua elaboração. RELATÓRIOS OU PARECERES Precisam ter uma descrição formativa, ou seja, apresentar registros sobre a aprendizagem das crianças, seus avanços, conquistas, necessidades, enfim, sobre o processo de aprendizagem. Devem apresentar uma linguagem clara para especificar o que foi alcançado pelos alunos mediante os objetivos propostos. Podem ser de dois tipos, sendo um para uso dos profissionais da escola e outro para ser encaminhado às famílias. Alguns aspectos a serem considerados nos relatórios elaborados para a escola são: • Itens previamente definidos grupo de professores; • Registrar evidências de aprendizagem dos alunos, tendo como referência os objetivos ou as capacidades estipulados pela escola; • Anotar as necessidades apresentadas pelos alunos; • Não se deve anotar as mesmas informações para todos os alunos, o que revela despreparo do professor. O USO DAS TECNOLOGIAS NA AVALIAÇÃO ESCOLAR Atualmente é crescente a presença das tecnologias da informação e da comunicação, as chamadas TICs, ocasionando uma verdadeira revolução digital que tem alcançado todos os espaços sociais, inclusive as escolas. Antigamente, a escola era o único lugar para a transmissão do conhecimento, porém, com as TICs, a informação é veiculada com muita rapidez e pode ser acessada em vários espaços sociais além do escolar. As crianças nascem em um ambiente fortemente marcado pelo uso das tecnologias e desde pequenas já estão familiarizadas com os recursos tecnológicos. Assim, temos nas escolas uma nova geração de alunos que participam amplamente de uma cultura digital a qual influencia o processo de ensino e aprendizagem. Dessa forma, a escola não pode mais fugir do uso das tecnologias e o professor precisa saber como usá- las, o que requer uma adequada formação inicial e continuada. O uso das tecnologias na educação tem modificado intensamente o processo de ensino e aprendizagem provocando mudanças nas formas de aprender, nas relações entre os professores e os alunos por meio da interatividade e das múltiplas possibilidades comunicativas necessárias para a construção do conhecimento e da aprendizagem autônoma dos alunos. Na escola, as tecnologias têm contribuído para diversificar e enriquecer as situações de aprendizagem, criando possibilidades de espaços colaborativos de aprendizagem com a utilização de ferramentas tecnológicas como o Facebook, chats, fóruns etc. Como incentivo para o uso das tecnologias na educação, o MEC tem desenvolvido alguns programas, tais como o Programa Nacional de Tecnologia Educacional (PRO INFO) e o guia das tecnologias digitais. A discussão das possibilidades do uso das tecnologias na avaliação alia-se à discussão da avaliação formativa, na qual o professor assume a posição de mediador do conhecimento e, por meio do uso de instrumentos e técnicas de avaliação, buscará ajudar o aluno a avançar no processo de aprendizagem. KENSKI É importante que a utilização dos recursos tecnológicos na avaliação seja acompanhada por mudanças de postura do professor no ato avaliativo, o que poderá resultar em novas práticas pedagógicas, pois “novas tecnologias e velhos hábitos de ensino não combinam”. A avaliação com a utilização de recursos tecnológicos não tem como foco a avaliação somativa, ou meramente a atribuição de notas aos alunos, pois seu propósito é acompanhar a aprendizagem dos alunos identificando avanços e dificuldades. A avaliação da aprendizagem mediada por recursos tecnológicos fundamenta-se também na perspectiva de uma educação interacionista, na qual o aluno assume a condição de sujeito ativo no processo de aprendizagem. As tecnologias podem contribuir para diversificar e enriquecer as situações de aprendizagem, como exemplo, o uso de softwares, internet, computadores e televisão. A interação com os computadores, games, livros, internet, TV, vídeos representam a possibilidadede alteração das estruturas cognitivas do indivíduo gerando uma nova forma de aprender. Mas podemos listar algumas possibilidades para o uso das tecnologias na avaliação da educação básica, sendo necessário que os recursos tecnológicos estejam adequados aos objetivos das disciplinas, ao conteúdo trabalhado, às características dos alunos e à proposta pedagógica da escola: •O uso do computador pode ser utilizado para produção de textos, vídeos, planilhas, pesquisas, jogos educativos, apresentações e construção de portfólio on-line; •O professor pode propor listas de exercícios a serem realizados on-line; •Diversas modalidades de softwares podem ser empregadas para aplicação de exercícios e jogos pedagógicos. APOSTILA 4 - POLÍTICAS CONTEMPORÂNEAS DE AVALIAÇÃO E A AVALIAÇÃO EXTERNA NO BRASIL A AVALIAÇÃO NO CONTEXTO DAS POLÍTICAS EDUCACIONAIS DIAS SOBRINHO - Podemos afirmar que nos últimos anos a avaliação tem ganhado um sentido público, sendo crescente o controle da sociedade civil em vários campos em que a avaliação transita, além do contexto escolar. Além disso, o Estado também tem se responsabilizado por promover a avaliação em várias instâncias do setor social e da administração pública, fazendo com que a avaliação se tornasse uma importante questão do Estado Nos anos 1990, as reformas educativas pautaram-se nas exigências do mercado competitivo impulsionado pela globalização e pelas políticas neoliberais. A política educacional assumiu o discurso da modernização e da qualidade, tendo como foco a atenção à escola e ao ensino fundamental. Libâneo, Oliveira e Toschi - algumas ações governamentais caracterizaram as políticas pautadas para a modernização, qualidade e descentralização do ensino, como exemplo, temos os kits eletrônicos para as escolas, livros didáticos, avaliação externa, currículo nacional e recursos financeiros. o aspecto da descentralização da educação escolar foi mais no sentido das responsabilidades, permanecendo o poder de decisões centralizada na União. Com a Constituição Federal de 1988 e a Lei de Diretrizes e Bases de 1996, a educação e a qualidade de ensino assumem nova conotação com foco para a realização de uma educação voltada para as necessidades da produção e dos serviços, ou seja, voltada para o mercado, o que implicará na criação de indicadores de competências mínimas a serem desenvolvidas para a inserção do educando no mercado de trabalho. 1990 protagonizou uma série de acordos internacionais e uma redescoberta da educação como um campo fértil de investimentos, sendo elencada como importante instrumento de desenvolvimento social. O Brasil se tornou signatário de alguns acordos internacionais visando à melhoria da educação brasileira e participou de eventos que influenciaram novas políticas de educação de âmbito internacional, como: •a Conferência Mundial de Educação para Todos, Jontien, Tailândia (1990); •a Conferência de Nova Delhi (1993); •as reuniões do projeto Principal de Educação na América Latina e do Caribe. Fazendo-se representar em todos esses encontros, o Brasil torna-se, portanto, sócio da agenda definida em tais cenários. O Brasil passará a receber investimentos de organismos internacionais para o financiamento de projetos educacionais visando à melhoria da qualidade e ao enfrentamento das desigualdades da oferta da educação no país. Inciam-se estudos buscando ressignificar o papel da avaliação no processo de ensino e aprendizagem, desde a avaliação da sala de aula até a avaliação do sistema de ensino, por meio da avaliação externa. (considerando que a elevação dos níveis educacionais implica em atender aos dispositivos econômicos). Dias Sobrinho - também esclarece que as nossas reformas e modelos de avaliação são influenciados e orientados por imposições externas aliadas a fatores econômicos, políticos e intelectuais e que muitas vezes são trazidos de experiências de outros países, nem sempre bem sucedidas. A avaliação externa tem influenciado o estabelecimento de metas no cotidiano escolar, onde o foco tem sido para comprovação de competências e habilidades de ordem cognitivas. Os professores no momento do planejamento e da realização do trabalho pedagógico ficam pressionados em atingir as metas propostas pelos gestores e as políticas e condicionam a prática pedagógica às avaliações externas. que fazer com os resultados da avaliação externa, sendo que ela tem estimulado a competição entre às escolas na busca por melhores resultados, o que tem introduzido na educação pública a lógica da economia do mercado, na qual a competição induz qualidade. Coutinho - ainda ressalta os impactos da avaliação externa nos currículos no sentido de uniformizá-los, promovendo certa homogeneização dos processos educativos, pois provoca uma seleção dos conteúdos que deverão ser avaliados. Apesar das críticas aos modelos iniciais de avaliação, como a mensuração, as tendências atuais revelam a aplicação de exames e testes em larga escala no quadro das reformas das políticas educacionais no país. Dias Sobrinho - esses testes em larga escola acabam exercendo uma “função muito mais de disciplina e moderação do que de diagnóstico com intencionalidade formativa”. em razão dos testes terem aplicação de âmbito nacional e considerando as diferenças regionais e institucionais, ocorre uma tendência de nivelamento por baixo, com a seleção de conhecimentos elementares e básicos. A aprendizagem fica assim reduzida à capacidade do aluno de acertos em determinadas questões, o que implica no domínio de algumas competências. “Se a avaliação se reduz a comprovar se os alunos aprenderam algo do que lhes foi ensinado, então ela se torna uma operação muito pobre e que rebaixa demasiadamente o sentido da educação” É importante que a avaliação, seja ela externa ou não, seja reconhecida enquanto uma prática social que possa fomentar a discussão e a reflexão dos processos pedagógicos, com caráter formativo e contínuo, e não meramente um instrumento de regulação da educação. O SISTEMA DE AVALIAÇÃO EXTERNA NOS DIFERENTES NÍVEIS DE ENSINO A avaliação externa e aquela que e gestada fora do ambiente escolar, acontece em larga escala nos ambitos federal, estadual e municipal. Acordos internacionais para impulsionar a educação, em especial a educação básica, nos países do terceiro mundo. O marco desses eventos foi a Conferência Mundial de Educação para Todos, em Jomtien, na Tailândia, organizada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO). No governo Itamar Franco, em 1993, foi elaborado o Plano Decenal de Educação para Todos, que apesar de não ter saído do papel, iria fazer menção ao sistema de avaliação da educação básica: Vem sendo desenvolvido e implementado o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica, com a finalidade de aferir a aprendizagem dos alunos e o desempenho das escolas de primeiro grau e prover informações para avaliação e revisão de planos e programas de qualificação educacional. Ribeiro - a partir de 1993, o Ministério da Educação em articulação com as Secretarias Estaduais de Educação implantou o sistema de avaliação da educação básica e, com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, fez com que esse sistema, que até então era uma diretriz governamental, se tornasse uma atribuição do Ministério da Educação (MEC). O SISTEMA DE AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA A necessidade de criação de um sistema de avaliação da educação no país responde, sobretudo, a uma necessidade de formulação de dados sobre a realidade do sistema de ensino e os resultados de investimentos públicos na educação. Atualmente, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), órgão ligado ao MEC, é o responsável pela avaliação do sistema educacional brasileiro em todos os níveis. O Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) tem como principal objetivo avaliar a Educação Básica brasileira e contribuir para a melhoria de sua qualidade e paraa universalização do acesso à escola, oferecendo subsídios concretos para a formulação, reformulação e o monitoramento das políticas públicas voltadas para a Educação Básica. Além disso, procura também oferecer dados e indicadores que possibilitem maior compreensão dos fatores que influenciam o desempenho dos alunos nas áreas e anos avaliados. O Saeb tem como objetivos: I – avaliar a qualidade, a equidade e a eficiência da educação básica no país em seus diversos níveis governamentais; II – produzir indicadores educacionais para o Brasil, suas regiões e Unidades da Federação e quando possível para os munícipios e instituições escolares, tendo em vista a manutenção da comparabilidade dos dados, permitindo assim, o incremento das séries históricas; III – subsidiar a elaboração, o monitoramento e o aprimoramento de políticas públicas baseadas em evidências, com vistas ao desenvolvimento social e econômico do Brasil; IV – desenvolver competência técnica e científica na área da avaliação educacional, ativando o intercâmbios entre instituições educacionais de ensino e pesquisa. O Saeb e um processo de avaliacao em larga escala realizado com periodicidade bianual, que, por meio de testes e questionarios, possibilita tracar um diagnostico do sistema educacional no pais, identificando fatores que possam interferir no desempenho dos alunos e fornecendo um indicativo sobre a qualidade da educacao brasileira. A Politica Nacional de Avaliacao e Exames da Educacao Basica apresenta os seguintes objetivos: I - diagnosticar as condicoes de oferta da educacao basica; II - verificar a qualidade da educacao basica; III - oferecer subsidios para o monitoramento e o aprimoramento das políticas educacionais; IV - aferir as competencias e as habilidades dos estudantes; V - fomentar a inclusao educacional de jovens e adultos; e VI - promover a progressao do sistema de ensino. Conforme o artigo 4 º da Política Nacional de Avaliação e Exames da Educação Básica, integram o sistema de avaliação: •o Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb); •o Exame nacional para certificação de competências de Jovens e adultos (Enceja); •o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). A necessidade da criação do Saeb tem respaldo legal na Constituição Federal (1988), na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (1996) e no Plano Nacional de Educação (2014). De acordo com o inciso IV do artigo 9º da LDB: Art. 9º A União incumbir-se-á de: VI - assegurar processo nacional de avaliação do rendimento escolar no ensino fundamental, médio e superior, em colaboração com os sistemas de ensino, objetivando a definição de prioridades e a melhoria da qualidade do ensino; Por meio da Portaria MEC n.o 931/2005, o Saeb passou a ser constituído pela Avaliação da Educação Básica (Aneb) e pela Avaliação Nacional do Rendimento Escolar (Anresc), conhecida como Provinha Brasil. No ano de 2013, foi incorporado ao Saeb a Avaliação nacional de alfabetização (Ana). A Prova Brasil e realizada desde de 2005, bianualmente junto com estudantes do 5o ao 9o do ensino fundamental da rede publica. A prova consta de questoes de lingua portuguesa e matematica, alem de questionario socioeconomico. A partir de 2019, a prova sera renomeada para Saeb dos anos finais do ensino fundamental e os alunos do 9o ano passarao a responder questoes de ciencias humanas e ciencias da natureza. A Ana foi aplicada nos anos de 2013, 2014 e 2016 junto aos estudantes do 3o ano do ensino fundamental. Com a BNCC, que antecipou o fim do ciclo de alfabetizacao para o 2o ano, a prova de 2018 foi suspensa e um novo exame sera aplicado em 2019 junto aos alunos do 2o ano do ensino fundamental. A possibilidade e da prova ser renomeada para Saeb dos anos iniciais do ensino fundamental e continuar a medir o desempenho dos alunos em leitura, matematica e escrita. Conforme a nova proposta de reformulação do Saeb, está prevista a avaliação da qualidade da educação a partir de sete eixos: equidade, direitos humanos e cidadania, ensino-aprendizagem, investimento, atendimento escolar, gestão e profissionais docentes. Também é apresentada uma nova configuração das provas para os anos do ensino fundamental e médio. a. Para estudantes do 2º ano do Ensino Fundamental, provas de Língua Portuguesa e de Matemática compostas de itens de resposta objetiva e de itens de resposta construída, elaborados em consonância com as Matrizes de Referência já alinhadas à Base Nacional Comum Curricular publicada conforme a Resolução nº02/2017, do Conselho Nacional de Educação; b. Para estudantes do 9º ano do Ensino Fundamental, provas de Ciências da Natureza e de Ciências Humanas compostas de itens de resposta objetiva e de itens de resposta construída, elaborados em consonância com as Matrizes de Referência já alinhadas à Base Nacional Comum Curricular publicada conforme Resolução nº 02/2017, do Conselho Nacional de Educação; c. Para estudantes do 5º e 9º anos do Ensino Fundamental e da 3ª e 4ª séries do Ensino Médio, provas de Língua Portuguesa e Matemática compostas de itens de resposta objetiva, com Matrizes de Referência que permitem a manutenção da séria histórica de resultados do Saeb e, consequentemente, do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). (INEP, 2018) (considera-se como população alvo do Saeb: todas as escolas públicas e uma amostra de escolas privadas localizadas em zonas urbanas e rurais com estudantes matriculados em turmas de creche e pré-escola da educação infantil, distribuídas nas 27 Unidades da Federação). O exame Nacional do Ensino Médio (Enem) também é um importante programa de avaliação do sistema educacional brasileiro que tem como objetivo aferir o domínio das competências e das habilidades esperadas ao final da educação básica. Conforme a Politica Nacional de Avaliação de Exames da Educação Básica, os resultados do Enem poderão ser utilizados para o acesso do aluno à educação superior e aos programas governamentais de financiamento do ensino superior. O Enem foi criado em 1998 e, a partir de 2017, tornou-se censitário, ou seja, deve ser realizado por estudantes do 3º ano do ensino médio de todas as escolas públicas e privadas do país. Apesar de ser censitário, ele é opcional, ou seja, o aluno deve inscrever-se para realizá-lo. O Programa Universidade para todos (Prouni) foi o primeiro programa a incorporar os resultados do Enem para o ingresso do aluno na educação superior. Em 2010, a nota do Eenm passou a ser utilizada pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu) para a seleção de alunos para o ingresso em instituições ensino superior públicas e particulares e, a partir de 2014, os seus resultados passaram a ser utilizados por programas de financiamento estudantil, como o Fundo de Financiamento Estudantil (FIES). As provas do Enem são compostas por 180 questões objetivas e redação argumentativa. As questões objetivas são agrupadas em quatro áreas do conhecimento: linguagens, códigos e suas tecnologias; ciências humanas e suas tecnologias; ciências da natureza e suas tecnologias; matemática e suas tecnologias. Entre 2009 e 2016, o exame serviu tambem como certificacao de conclusao do ensino medio em cursos de Educacao de Jovens e Adultos (EJA), antigo supletivo, substituindo o Exame Nacional para Certificacao de Competencias de Jovens e Adultos (Encceja), que voltou a ser realizado a partir de 2017. Em algumas universidades, substituiu o tradicional vestibular. Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB). O Ideb tem por objetivo monitorar a qualidade da educação brasileira, possibilitando a implementação de ações para solucionar os problemas educacionais no país. Para cálculo do Ideb, são utilizadas a taxa de rendimento escolar (aprovação) por meio do Censo escolar e as médias de desempenho nos aplicados pelo Seb. Conforme os dados do Saeb de 2017, a situação da educação brasileira ainda precisa de avanços para que as metas propostas sejam atingidas. Conforme dados do SAEB de2017, apenas 160 escolas das 55 mil existentes no pais apresentam o IDEB igual ou superior a 6. A media do IDEB nas series do ensino fundamental foi de 3,8. O maior desafio esta em melhorar o indice do ensino medio, visto que a pontuacao esta em 3,8 avancando apenas em 0,1 das utlimas avaliacoes. Para avaliação do ensino superior, temos o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes). Criado em 2004, o Sinaes utiliza como instrumentos de avaliação a avaliação das instituições, a avaliação dos cursos e a avaliação do desempenho dos alunos. Como instrumentos complementares, fazem parte do sistemaa auto avaliação, a avaliação externa, a avaliação dos cursos de graduação, informações como censo, cadastro e o Enade. Os processo de avaliação das instituições são coordenados pela Comissão Nacional de Avaliação da Educação Superior e implicam no credenciamento, reconhecimento, na autorização e nos recredenciamentos de cursos das instituições superiores de ensino. VÍDEO 1 - AVALIAÇÃO EDUCAÇÃO AVALIAÇÃO- promove o aluno ou classifica o que ele aprendeu Precisamos medir com instrumentos apropriados Estamos sempre julgando e avaliando Objetivo – sucesso do aluno (estimular) reorganização dos saberes Lukesi: AVALIAR – (inclusão) Processual (decisão diagnostico) Qualitativo Positivo Amadurecimento Formativo Diagnósticos Atividade VERIFICAR – (medição) Estática (resultados) Quantitativo Negativo Configurações Tradicional Classificação Prova OS 2 ESTÃO INTERLIGADOS VÍDEO 2 - A AVALIAÇÃO NA ESCOLA: A AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM E A AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL ATO AVALIATIVO: Interação professor aluno (horizontal) Ter Conhecimentos necessários (concepções avaliativas): -Trocar avaliar por medir -Aprendizagem x notas -Função classificatória -Adaptações (educação social) Contradição: -Reduzir avaliação para desempenho -Objetivo de avaliação sem resultado Desafio: -Superar a concepção de avaliação como julgamento e resultado -Compreender numa perspectiva construtivista -Tomar avaliação como medição com amor Formação: -Experiência > modelo de classificação (forma diferencial) -Conhecimentos > teológicos, pedagógicos, políticos e étnicos -Reflexão pratica avaliativa -Formação constante (desafios /reflexão) Condição avaliação critica qualidade Avaliar para incluir Usar a nota da prova como um diagnostico necessário VÍDEO 3 - PRÁTICAS AVALIATIVAS E INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO Avaliação é importante para acompanhar e desenvolver o planejamento Primeira etapa da educação básica: -Acompanhamento e registro (sem classificação) -Atestar o desenvolvimento Avaliação na educação infantil: -Não tem caráter classificatório -Não tem aprovação para continuar (passar de ano) -Refletir quem são os alunos -Desenvolvimento (trabalhar com evolução) -Acompanhar processo evolução dos alunos Legais e pedagógicos: -Ações de cuidado, brincadeira e atividades pedagógicas Instrumentos: Observação – investigação (filmagem/foto...) Portfólio – apoio auto avaliação, conjunto das produções dos progressos Registro - relatório VÍDEO 4 - POLÍTICAS CONTEMPORÂNEAS DE AVALIAÇÃO E A AVALIAÇÃO EXTERNA NO BRASIL Pisa = programa internacional de avaliação dos estudantes (Mede a qualidade da educação internacional, com exames aplicados a partir do sétimo ano sendo dissertativa ou múltipla escolha) Resultado do pisa no Brasil foi insatisfatório em 2015 Em 70 países o Brasil se classificou em: 63º em ciências 59º em leitura 66º em matemática Resultado mostra que os jovens no Brasil não estão preparados para viver em sociedade Tendo um baixo desempenho podendo ser a falta de investimento na educação Os Caminhos: (4 pontos principais): -Investir na qualidade dos professores (Valorizar o professor) -Avançar na qualidade da educação (Precisa urgente de uma mudança na política educacional) -Investir na base curricular (Romper disparidades (publico ou privado) -Reforma do ensino médio (Resignificar a avaliação para contribuir, promover, aprender, conduzir) MEC: Baixo desempenho dos alunos pisa: (Singapura esta em primeiro lugar nas 3 áreas) -ES mais se destaca -AL pior desempenho (obrigar o adolescente aonde não tem aprofundamento) Precisa de uma nova cultura de avaliação: -Inclusiva e amorosa -Resignificar a pratica -Mais democrática
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