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Teoria da Cultura: Cultura, tradição ou inovação?

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Comunicação Social - Jornalismo
Teoria da Cultura
Tema: 
Cultura, tradição ou inovação?
22 de Abril de 2009
Thaís Margarida Reis de Paula 
Resenha do Livro “A idéia de Cultura” de Terry Eagleton
Organizado em cinco capítulos, o livro “A idéia de cultura” de Terry Eagleton não poderia receber um título mais adequado ao seu conteúdo.
No capítulo 1, “Versões de Cultura”, tema desse resumo, o autor destrincha todos os possíveis significados da palavra “Cultura”, buscando as origens da palavra e seus diversos sentidos, o que proporciona uma visão geral do livro.
Cultura é considerada uma palavra complexa da nossa língua, pois significa “cultivar algo”, o que nos remete a uma simples atividade como o “cultivo agrícola”, o que fez com que demorasse um tempo para que se tornasse uma entidade.
A palavra vem do latim “colere” que significa cultivar, cuidar, adorar ou proteger. Através de seu uso metafórico, o sentido de cultura foi transformado para um nível espiritual durante o processo de evolução da humanidade, de sua passagem da vida rural para urbana, da criação de animais e cultivo da terra para a criação de obras-primas da pintura e literatura.
Então, os habitantes de lugares menos desenvolvidos começaram a admirar os cultivadores desse tipo de atividade, pois não havia tempo para cultivar a si mesmos.
Como mantém alguns resquícios históricos, a palavra “cultura” também carrega alguns valores de aprendizagem em geral ou filosóficos, já que é parte de qualquer ambiente criado pelo homem.
Por isso, entram em foco questões de liberdade e determinismo, o fazer e o sofrer, mudança e identidade, o dado e o criado; presentes em todos os lugares e pessoas.
Em outra interpretação, os meios culturais que usamos para tirar o melhor proveito da natureza são eles próprios derivados dela, que estabelece continuidade entre o ambiente e a humanidade. A cultura também tem um significado diferente: realça as diferenças.
	Com efeito, o ser humano tem a capacidade de se auto modelar, mas é formatado conforme as necessidades políticas, mesmo que a cultura seja contrária e enalteça as qualidades humanas. 
Florescendo na modernidade a cultura deve ser promovida pelo Estado para que a sociedade civil seja harmoniosa e responsável, o que implica uma visão global não só dos interesses próprios, mas também dos outros.
Se a cultura significa originalmente “cultivo agrícola”, ela sugere tanto regulação quanto crescimento espontâneo. Podemos mudar o cultural, mas o material possui uma existência autônoma, o que ressalta o envolvimento de regras de forma que implique a criatividade da regra em questão. 
Seguir ou não tais regras não indica que ser anarquista ou autocrata provaria que uma forma ou outra é a correta. Isso nos leva a um aspecto dúbio da cultura, um determinismo orgânico e uma autonomia de espírito.
Ainda neste capítulo são analisadas as variantes da cultura num domínio mais geral como as ciências e filosofia e num aspecto mais específico como a música, a pintura e a literatura.
Esta redução faz com que a ideia de cultura se restrinja a uma pequena parte da população. Aqui é abordado o perigo de declínio da cultura apoiada na arte, pois esta tem tendência a desaparecer.
A arte para o artista dá a sensação de não ser apenas livre e necessária, criativa e restringida, mas acaba por se tornar algo sem distinção. Com a mudança da sociedade a cultura sobreviverá se for ao encontro de determinados bens materiais e desde que não se especifique demasiado, pois perde a sua capacidade crítica.
A cultura não está nem dissociada da sociedade nem completamente de acordo com ela, não se opôs inteiramente ao real
Nas sociedades tradicionais a cultura era um meio universal em que a sexualidade, organização política, produção material etc. estavam ligados a uma ordem simbólica e não apareciam como sistemas distintos. No horizonte pós-moderno, vida social e cultura estão ligadas na "forma da estética da mercadoria".
A cultura está voltada também para duas direções opostas, pois ela pode sugerir uma divisão interna entre a parte que se cultiva e refina e entre o que há em nosso interior (seja lá o que for).
A natureza não é somente a matéria que constitui o mundo, mas também distintiva do “eu”. Assim, a palavra “natureza” passa indicar tanto o que está no interior do ser humano quanto ao seu redor. Com isso, torna-se uma forma de auto-superação e auto-realização, pois a humanidade é parte da natureza. 
No processo de auto modelagem somos argila em nossas próprias mãos. Cultivar esse processo, entretanto, pode não ser apenas algo que fazemos por nós mesmos, também pode ser feito pelo Estado.
Para que o Estado floresça, precisa incutir em seus cidadãos os tipos adequados de disposição espiritual, a ideia de cultura ou bildung. 
A cultura é uma espécie de pedagogia ética que nos torna aptos para a cidadania política ao liberar o ideal ou o coletivo escondido dentro de cada um de nós, um eu que encontra sua representação suprema no âmbito universal do Estado. Elevar a cultura acima da política significa transformar indivíduos em cidadãos responsáveis e de boa índole.
Uma conjunção de elementos valoriza a localidade, o corpo, a identidade e unem-se à centralidade da imagem e à integração cultural "dentro da produção de mercadorias em geral". 
Na tensão no interior da ideia reside uma forma de superação para a crise. Sua capacidade de agregar as ações aponta para o perigo de se pensar cultura no campo das ciências humanas, sociais e das artes tornando-a restrita a uma parte da população.
Existem três sentidos modernos na palavra cultura:
1 - Baseado nas “civilidade” das atividades rurais;
2 - De acordo com o conceito de “civilização” do início do século XVIII;
3 - Na idealização do que é ser “civilizado”. 
Mesmo que “cultura” e “civilização” continuem a ser consideradas como semelhantes, na prática, são completamente opostas. 
“Cultura” é uma questão do desenvolvimento total e harmonioso da personalidade, mas ninguém pode realizar isso sozinho, seu desenvolvimento tende a vir de influências sociais que podem envolver até questões políticas. A palavra “Civilização” fica limitada ao falarmos de determinados povos como os Incas e Egípcios. 
Como um exercício livre de pensamento desinteressado, ela pode minar interesses sociais egoístas; mas uma vez que os solapa em nome do todo social, reforça a própria ordem social que censura.
No pós-modernismo modos de vidas totais devem ser louvados quando se trata de dissidentes ou grupos minoritários, mas censurados quando se trata das maiorias.
As “políticas de identidade” agora incluem o homossexualismo, mas não o nacionalismo, o que, para os radicais românticos antigos, ao contrário dos radicais pós-modernos, seria algo totalmente ilógico.
Essa sociedade também entendida como pós-moderna, nos países latino-americanos, que passaram muito tempo lutando contra imposições ditatoriais, recebe os traços culturais de militância já evidentes dos países de primeiro mundo de modo tardio e sem o impacto causado nesses, sendo então vividos de modo diferenciado.
Se a primeira variante da palavra “cultura” é a crítica anticapitalista, a segunda um estreitamento e uma pluralização da noção a um modo de vida total; a terceira é a sua gradual especialização em artes. Também esse sentido sinaliza um desenvolvimento histórico.
A história das consequências disso para as próprias artes faz parte da narrativa do modernismo. O Romantismo havia tentado realizar o impossível ao buscar na cultura a estética tanto uma alternativa à política como o próprio paradigma de uma ordem política transformada.
Isso não era tão difícil como parece, visto que, se o propósito da arte era não ter propósito. A arte então podia modelar a boa vida não por meio de uma representação desta, mas simplesmente sendo si mesma, pelo que mostrava não pelo dizia, oferecendo o escândalo de sua própria existência inutilmente auto-deleitante com uma crítica silenciosa do valor de troca e da racionalidade instrumental. É a elevação da artea serviço da humanidade.
Incapaz, de certo modo, de dizer uma coisa sem dizer qualquer coisa, a cultura não diz o que quer que seja eloquente a ponto extremo de ser mudo ou mesmo lugar de conflitos políticos. Nesse ponto a cultura desponta como contraditória, o truque é revelar suas capacidades.
As diversas faces da cultura
A cultura pode ser pessoal, econômica, familiar, social etc. Mas o que é cultura? Como podemos defini-la? O que realmente a define enfim? Um gesto, uma dança, o prato favorito de uma tribo indígena que se encontra perdida no Acre. Talvez o tudo ou o nada.
Uma ideologia, um pensamento, vários pensamentos, as formas de vida de um grupo de pessoas, uma pequena parcela de pessoas ou de apenas um indivíduo. A cultura é coletiva e particular, formada pelo pensamento do ser e do todo do qual ele faz parte e só por essa pequena explicação já se pode perceber o quão complexa ela é. Passível de milhares de definições e sinônimos.
Através do uso metafórico da palavra “Cultura”, seu sentido foi transferido para um nível espiritual durante o processo de desenvolvimento da humanidade, de sua passagem da vida rural para urbana, da criação de animais e cultivo da terra para a criação de obras-primas da pintura e literatura.
Então, os habitantes de lugares menos desenvolvidos começaram a admirar os cultivadores desse tipo de atividade, pois não havia tempo para cultivar a si mesmos.
A palavra cultura pode ser interpretada de diversas formas, ela é uma das palavras que possui o maior número de significados em nossa língua. Tantos significados quanto a palavra natureza, talvez até mais. Segundo o dicionário on line Priberam, cultura é:
· Acto, arte, modo de cultivar.
· Lavoura.
· Conjunto das operações necessárias para que a terra produza.
· Vegetal cultivado.
· Meio de conservar, aumentar e utilizar certos produtos naturais.
· Fig. Aplicação do espírito a (determinado estudo ou trabalho intelectual).
· Instrução, saber, estudo.
· Apuro; perfeição; cuidado.
Ato e arte também são culturais. A cultura define um povo ou etnia. Ela engloba a língua falada, os hábitos de vestuário, de consumo e inclusive de pensamento, pois somos condicionados a pensar de acordo com a cultura a qual pertencemos.
Claro que no decorrer de nossas vidas podemos mudar nossos pontos de vista, e isso é um fato importante de ser lembrado. Somos direcionados a considerarmos certos pensamentos como corretos porém eles não se tornam obrigatoriamente verdades absolutas, pois temos a capacidade de mudar a realidade, a nossa realidade ou a forma como a vemos e a julgamos.
Trabalho intelectual. Pensar. Tudo isso também é cultural, faz parte da nossa forma de ver as coisas, da nossa interpretação, da nossa bagagem cultural, que vem sendo carregada de acordo com cada nova informação que nos torna conhecida, identificada, familiarizada. Expressões de nossa cultura podem ser encontradas em quadros, desenhos, esculturas etc.
Conclusão
Nossa própria cultura baseia-se na alienação do social em relação ao econômico. A cultura só sobreviverá se não perder sua capacidade crítica e a capacidade de dialogar com a produção de bens materiais de forma consciente.
Porém identificamos a cultura, na maioria das vezes, apenas através de seus subprodutos, utilizando assim a cultura de massa como norte para nossas especulações.
Cultura não é o fato de sentir fome, essa sensação é natural, mas a forma como a saciamos, como solucionamos esse problema, esse obstáculo em nosso caminho, isso sim é cultural.
O fato de um jovem preferir um hambúrguer e um senhor de meia idade preferir uma salada, por exemplo. Nossas opções dependem do que estamos acostumados a ver, ouvir, sentir e também de nossos questionamentos onde podemos reforçar opiniões que a nós são direcionadas ou destruí-las.
Contestamos a verdade, acreditando que ela é falsa, mas nada nos impede de um dia voltarmos a acreditar nela.
A Indústria Cultural acaba se formando através de toda essa mistura de ideias somada ao capitalismo. Esse sistema transformou a cultura em produtos passíveis de serem comercializados, gerando lucro para quem a domina.
O principal produto da Indústria cultural é a TV que forma, cada vez mais cedo, ideais e metas a serem seguidos pela população.
No Brasil a Indústria Cultural não é homogênea, focando também culturas estrangeiras em sua grade de assuntos a serem tratados além das mazelas sofridas por nosso país, que em alguns casos são os assuntos principais de dados programas sensacionalistas.
Temos também a cultura popular que se refere à interação entre as pessoas e a sociedade. Por ser denominada “popular” comumente é menosprezada porém ela tem tanto valor quanto às demais e não é dirigida a apenas uma parte da população.
A cultura de massa ou a cultura popular ao serem menosprezadas nos mostram o quando somos imaturos em nossos julgamentos pois todas as culturas dirigem-se aos seres humanos, e no fim todas possuem uma mesma meta, utilizando apenas caminhos diferentes. A cultura pode ensinar, divertir, educar e possuir diversas outras funções.
Hoje, assim como no passado, a cultura vem sendo utilizada como forma de dominação. Os mais fortes têm a capacidade de impor aos menos fortes sua cultura, seja através de guerras autodeclaradas ou sutis.
A globalização faz com que o ser humano deixe de possuir uma pátria e faz com que ele se torne um ser do mundo. Você pode morar no Brasil e comer comida japonesa, assim como pode estar na Austrália e se vestir como um típico sulista, nada impede.
Vivemos numa sociedade comumente denominada “terra de ninguém" onde temos muita informação disponível, porém pouca informação utilizada. Muitos tribunais e juízes, porém poucas leis são realmente implementadas.
O fato de conhecermos outras culturas não é ruim, mas devemos ser cautelosos com relação a nossa interferência na cultura dos demais.
A cultura que vence se sobrepõe em relação a cultura derrotada, que quase sempre é excluída e esquecida, gerando um enorme vazio no povo que a seguia e a revolta dos mesmos. Dessa forma os dominadores demonstram seu poder, subjugando seus inferiores.
As formas de expressão dos povos não podem ser qualificadas e hierarquizadas pois não são passíveis de se agregar valores monetários, por exemplo. As diversas expressões culturais, música, dança, vestimenta, etc., devem ser respeitadas pois são as formas com as quais esses povos se expressam para o mundo, como o vêem e o interpretam.
As dominações sutis ocorrem quando uma potência, como é o caso dos Estados Unidos, difunde sua cultura, visão de mundo e seus pensamentos sobre o que é moral e correto, nos demais países sem utilizarem de guerras e brigas armadas.
Compramos seus ideais sem sentir que estamos sendo dominados e achamos que ainda possuímos o controle da situação.
Bibliografia
EAGLETON, Terry. A idéia de cultura. São Paulo: Ed. Unesp, 2005.
VERBETE, Cultura. Dicionário Online Priberam. Disponível em: <https://dicionario.priberam.org/cultura>. Acesso em: 26 jun. 2010.

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