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CURSO BÁSICO DE ZOOTECNIA

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BEM-VINDO AO CURSO DE INTRODUÇÃO À ZOOTECNIA
VOCÊ ESTÁ ESTUDANDO A APOSTILA:
APOSTILA DE ZOOTECNIA GERAL
DICAS IMPORTANTES PARA O BOM APROVEITAMENTO
• O objetivo principal é aprender o conteúdo, e não apenas terminar o curso.
• Leia todo o conteúdo com atenção redobrada, não tenha pressa.
• Explore profundamente as ilustrações explicativas, pois elas são fundamentais para exemplificar e melhorar o entendimento sobre o conteúdo.
• Quanto mais aprofundar seus conhecimentos mais se diferenciará dos demais alunos dos cursos.
• O aproveitamento que cada aluno faz, é o que fará a diferencia entre os “alunos certificados” dos “alunos capacitados”.
• Busque complementar sua formação fora do ambiente virtual onde faz o curso, buscando novas informações e leituras extras, e quando necessário procurando executar atividades práticas que não são possíveis de serem feitas durante o curso.
• A aprendizagem não se faz apenas no momento em que está realizando o curso, mas sim durante todo o dia-a-dia. Ficar atento às coisas que estão à sua volta permite encontrar elementos para reforçar aquilo que foi aprendido.
• Critique o que está aprendendo, verificando sempre a aplicação do conteúdo no dia-a-dia. O aprendizado só tem sentido quando é efetivamente colocado em prática.
APOSTILA DE ZOOTECNIA GERAL
1 - Histórico Da Zootecnia
O homem é conhecido como um animal herbívoro, embora registros evidenciem que tenha sido inicialmente com hábito de preferência herbívora (evidenciado pelas características e disposição dos dentes). Posteriormente começou a se alimentar de pequenos animais, principalmente aqueles que eram encontrados juntamente com os vegetais que eram colhidos, como pequenos insetos e lagartos. Daí em diante o homem tornou-se também caçador.
A evolução dos instrumentos de caça permitiu ao homem se alimentar de animais de maior porte, mas ainda não haviam técnicas para conservar a caça com características desejáveis para o consumo. Inicialmente os homens começaram a se organizar em grupos para caçar e então encurralar grupos de animais em locais onde houvesse maior disponibilidade de alimento, e então cada animal era abatido quando houvesse necessidade. Mais adiante começaram-se a aprimorar as técnicas para manter os animais próximos as residências e aliou-se à essas técnicas alguma evolução na área da agricultura.
RELACIONAMENTO DA ZOOTECNIA COM AS OUTRAS CIÊNCIAS
ANATOMIA – FISIOLOGIA
AGRONOMIA – AGROSTOLOGIA
BIOQUÍMICA – NUTRIÇÃO ANIMAL
ECOLOGIA – BIOCLIMATOLOGIA E ETOLOGIA
ENGENHARIA – TECNOLOGIA DE ALIMENTOS
GENÉTICA – MELHORAMENTO ANIMAL
MATEMÁTICA – BIOESTATÍSTICA
MEDICINA VETERINÁRIA – SANIDADE ANIMAL
Assim, o homem não mais colhia vegetais ou caçava, mas sim plantava e criava o que consumia. Isso proporcionou ao homem a possibilidade de não ter de se deslocar para obter a carne e as peles necessárias à sua alimentação e conforto, mas também o leite e, com a domesticação do boi, uma força para tração. A domesticação deve ter surgido espontaneamente em vários locais, resultado da evolução natural de aproximação e observação dos animais no decurso das caçadas. O primeiro animal domesticado foi o cão, seguindo-se animais para a alimentação, como a cabra, o carneiro, o boi e o cavalo.
2 - Introdução
A zootecnia é a ciência que visa aproveitar as potencialidades dos animais domésticos, com a finalidade de explorá-los racionalmente como fonte de alimento e outras finalidades junto aos seres humanos, adaptando os animais ao ambiente criatório e, desta forma, aproveitando-os com finalidade nutricional e econômica.
Ao conhecimento biológico do animal soma-se também os princípios da economia e da produção de alimentos, visando suprir o mercado com produtos adequados para a alimentação humana.
Pode-se dizer que o seu principal objetivo é "produzir o máximo, no menor tempo possível, sempre visando lucro, tendo em conta o bem estar animal". O Zootecnista é o profissional habilitado para atuar na produção animal e as principais áreas de atuação são: 
· Nutrição e Alimentação, 
· Forragens, 
· Genética e Melhoramento, 
· Reprodução, 
· Manejo, 
· Instalações, 
· Higiene, 
· Tecnologia de Produtos e Derivados de Origem Animal e, 
· Administração Rural.
Conceitos Diversos
1) A zootecnia é a ciência que estuda a criação de animais com objetivos econômicos e envolve a formação nas áreas de melhoramento, nutrição, fisiologia, morfologia e anatomia de animais, e também de fatores relacionados à terra e a sua exploração sustentável, bem estar e comportamento animal, aspectos econômicos, sociais e ambientais, entre muitos outros.
2) A zootecnia é a ciência aplicada que trata da adaptação dos animais domésticos ao ambiente criatório e deste aos animais com fins econômicos. É também a arte de criar animais. Como ciência deriva diretamente da biologia como uma zoologia aplicada, pois ao conhecimento biológico do animal se aplicam os princípios da economia.
Zootecnia é uma ciência aplicada a produção animal de forma econômica.
Estuda as técnicas de criação dos animais domésticos.
Seu processo acompanha o progresso de outras ciências que se interagem (Biologia, Química, Matemática, Física, Português, Agronomia, Veterinária, Engenharia de alimentos, Gestão Ambiental e Administração).
O animal aproveita produtos essenciais para alguma finalidade.
Processos criatórios que visam lucro, com seus valores que possibilitam geração de renda nos diversos segmentos.
 3 - Domesticação Dos Animais
A palavra domesticação é originária do latim domus, o que significa casa. Portanto, um animal doméstico pode ser considerado como um animal que convive em casa, sob o domínio do homem?
Não necessariamente isso pode ser verdade, pois existem muitos animais, como insetos, pássaros e até mamíferos, que convivem com o homem, mas muitas vezes nos causam prejuízos, como doenças no caso dos ratos.
Na verdade, para serem considerados como domésticos esses animais devem estar em perfeita simbiose com o homem:
“Doméstico é o animal que, criado e reproduzido pelo homem, perpetua tais condições através de gerações por hereditariedade, oferecendo utilidades e prestando serviços em mansidão.”
A exploração dos animais domésticos já existia antes da criação da palavra, inicialmente tratada como a forma de criar a partir da domesticação dos primeiros animais pelo homem primitivo. O objeto da zootecnia é o animal doméstico, ou seja, o animal que pertence a uma espécie criada e reproduzida pelo homem, dotada de mansidão hereditária e que proporciona algum proveito ao homem.
Lembrando: SIMBIOSE é uma relação mutuamente vantajosa, na qual, dois ou mais organismos diferentes são beneficiados por essa associação.
Relação de simbiose entre o homem e o animal domesticado
ALIMENTO, PROTEÇÃO
HOMEM – ANIMAL
ALIMENTO, PROTEÇÃO, FORÇA
Atributos Dos Animais Domésticos
O animal doméstico deve passar aos seus descendentes (hereditariamente) características próprias, que podem ser agrupadas nos seguintes atributos:
1-Sociabilidade: A conduta da maioria dos animais é de viver em grupos/conjunto, sendo um ser sociável.
2-Mansidão: É a expressão da ausência do instinto selvagem, que deve ser passada aos descendentes.
3-Fecundidade em Cativeiro: A perpetuação da espécie em cativeiro tem sido ponto decisivo para condicionar a perpetuação das espécies domésticas.
4-Função Especializada: O animal deve apresentar uma função de interesse pelo homem, sem o qual não há motivo de sua domesticação (a função pode ser produção de carne , produção de leite, produção de ovos,tração, etc.)
5-Facilidade de adaptação ambiental: Devido às mudanças de ambientes, que são comuns durante a domesticação, o animal que tem dificuldades nesta adaptação tem dificuldades de atingir o final deste processo.
Motivos Da Domesticação
Observaram-se vários motivos para a domesticação dos animais, além do evidente inter-relacionamento, a própria necessidade de sobrevivência do homem, destacando-se:
* Alimentação: necessidade de uso dos animais como alimento, tendo uma reserva principalmente para os períodos de escassez– seca, falta de alimento (o parto de fêmeas em cativeiro foi um avanço, para o uso do leite animal pelo homem).
* Sobrevivência Ambiental: o uso de peles ou pelos como agasalhos para enfrentar as intempéries climáticas e também como artefatos: sandálias, capas, tapetes e tecidos;
* Aproveitamento da Força Motriz: o uso dos animais no transporte de cargas, montarias;
* Inspiração Religiosa: presença do animal como fonte de motivação para a caça, ritos religiosos etc.
O Meio Ambiente E Os Animais Selvagens E Domésticos
O meio ambiente em que vivem os animais em estado selvagem e em domesticidade proporciona situações bastante divergentes e que devem ser apreciadas em seu conjunto.
Meio Físico
Animais selvagens: dependem de fatores climáticos, a procura de condições favoráveis de abrigo, alimentação, etc; Vão em busca de recursos migratórios e adaptações de conduta.
Animais domésticos: são protegidos pelo homem, que estão sempre adaptando o manejo ao seu conforto térmico. Usam abrigos artificiais e vegetações apropriadas para sombreamento.
Meio Biológico
Animais selvagens: Dieta disponível e necessitam de muito tempo e energia para procurar alimentos. Rapinagem / Predatismo.
Animais domésticos: Dietas não variadas. Com a presença de alimentos constantes, sendo sujeitos às deficiências alimentares qualitativas.
Grupamentos Zootécnicos
Os animais são classificados e agrupados de acordo com algumas características em comum, que são importantes para a identificação. Por isso, devemos entender:
Indivíduo – o animal isoladamente em relação à sua própria espécie e às outras. Um indivíduo nunca é totalmente igual ao outro, exceto no caso de gêmeos univitelinos. Cada indivíduo pode ser reconhecido e/ou identificado através do seu patrimônio hereditário e a forma com que ele se apresenta, ou seja, seu genótipo e o seu fenótipo.
Genótipo – é a composição de genes de um indivíduo. Resulta de sua posição genética e das suas potencialidades em termos hereditários.
Fenótipo – É a aparência física e externa de um indivíduo; tudo o que pode ser visto ou sentido, representado. É o resultado da interação entre genótipo e do meio ambiente (clima, alimentação) em que vive o indivíduo.
GENÓTIPO + FENÓTIPO = AMBIENTE
Espécie – é um grupo de indivíduos suficientemente diferentes de outros para merecer um nome comum, entendendo-se que terão os seus filhos semelhantes entre si, vindo assim a produzir a existência de indivíduos semelhantes.
Qual a diferença entre animal silvestre, animal exótico e animal doméstico?
Animal silvestre – 
Animal exótico – 
Animal doméstico – 
Raça – por definição pode ser compreendido como o conjunto de indivíduos da mesma espécie, com origem comum, finalidades econômicas definidas, gerando descendências com a mesma característica de produtividade e distintivos particulares.
Na espécie de bovinos temos várias Raças. Ex. Nelore, Simental, Holandês, Limousin, Gir, etc.
Variedade – Variação da raça original em que são mantidas todas as características gerais e comuns, diferindo apenas por um ponto particular. Como exemplo típico, Bovinos da raça Nelore com variedade Padrão e Mocho; Ovinos da raça Santa Inês com variedade Malhada e Castanha.
4 - Utilização Dos Animais Domésticos
Todo aproveitamento econômico que se faça dos animais estará aliado as suas funções. A zootecnia funciona basicamente como uma “indústria”, na qual o animal é aproveitado como uma máquina viva. De acordo com a eficiência das atividades fisiológicas, os animais domésticos são classificados em funções.
Crescimento: o crescimento é o aumento relativo da massa corporal, como por exemplo:
* crescimento da superfície do corpo: fornece pele;
* crescimento dos pelos: fornece lã;
* crescimento muscular: fornece carne;
A definição de crescimento está relacionada com uma determinada fase da vida do animal, assim, um animal adulto, embora possa engordar, não é considerado em fase de crescimento. O crescimento verdadeiro ocorre nos músculos e ossos.
A curva de crescimento pode ser apreciada como em fases de crescimento:
* acelerado;
* desacelerado;
* estagnação;
* declínio em peso.
Locomoção: a locomoção pode ser definida como o ato de transportar-se de um local para outro em progressão contínua, partindo de uma postura inicial de equilíbrio. O cavalo tem despertado grande interesse no estudo da locomoção, sendo utilizado para o trabalho no campo, por exemplo.
Reprodução: é a função da perpetuação da espécie, responsável pela expansão dos rebanhos. O aproveitamento de um animal de alta qualidade depende principalmente da sua capacidade de reprodução. Quando falamos de reprodução, falamos também de fertilidade, que é a maneira de mostrar a boa capacidade de reprodução. Ela é representada pelo número de animais nascidos por estação, duração entre dois partos e período de serviço.
Lactação: é uma atividade fisiológica própria das glândulas mamárias, cujos produtos são o primeiro alimento necessário para a preservação da vida nos animais mamíferos. O leite produzido em grande quantidade é aproveitado para a alimentação humana.
Classificação Das Utilidades Dos Animais
Os animais são aproveitados pelo homem principalmente para:
* produção de alimentos: carnes, vísceras, toucinho, leite e derivados, ovos;
* produção de derivados não comestíveis: cercas, pelos, chifres, peles, penas, adubo;
* alimentos para animais: farinhas de carne, sangue, fígado, ossos;
* trabalho e esportes: animal de carga ou tração, cela; guarda e faro;
* elemento científico: cobaias e animais para testes;
* elemento decorativo e de companhia: sem fins econômicos.
5 - Sistemas De Produção Dos Animais Domésticos
Atualmente são aplicadas diferentes formas, ou maneiras, da criação dos animais domésticos. Elas são classificadas dependendo de vários fatores, como:
* objetivo da produção;
* área disponível;
* capital investido;
* mão-de-obra disponível.
Através da análise desses fatores é possível classificar os sistemas em:
* Sistema extensivo;
* Sistema semi-intensivo;
* Sistema intensivo;
* Sistema super-intensivo.
Veremos, agora, a explicação de cada um dos sistemas de produção mais aplicados na zootecnia.
Sistema Extensivo
Muito praticado no Brasil, principalmente em regiões pouco povoadas, com terras muito grandes, baratas, distantes dos centros consumidores e não existe mão-de-obra qualificada para trabalhar. Os recursos naturais são aproveitados ao máximo, com pequeno gasto com capital e mão-de-obra.
Caracteriza-se por pouca intervenção do homem, não havendo manejo reprodutivo ou manejo sanitário. Normalmente os animais se alimentam dos recursos disponíveis, sem suplementação. Por os investimentos serem baixos, não visa lucro e, quando há, acontece a longo prazo e em pequena escala. Muito utilizado nas criações de subsistência
Esse sistema é muito utilizado nas criações de gado de corte e também para a piscicultura em barragens.
Sistema Semi-Intensivo
Esse sistema é praticado em propriedades de menor tamanho. É um sistema intermediário entre o extensivo e o intensivo, onde se usa maior capital e mão-de-obra. Existe a aplicação de alguns conhecimentos zootécnicos no qual os animais recebem um pequeno manejo, com instalações rústicas, suplementação alimentar e separação em lotes.
Esse sistema é utilizado, por exemplo, nas criações de gado de corte e avicultura do tipo “caipira”.
Sistema Intensivo
Esse sistema é utilizado principalmente em propriedades pequenas ou onde o custo da terra é alto. Consiste no confinamento dos animais, com um alto aproveitamento do espaço visando máxima produção. Neste caso, os investimentos são altos e também visa elevados lucros.
São aplicados todos os conhecimentos zootécnicos visando aumento da produção, como: manejo reprodutivo, inseminação artificial, melhoramento genético do rebanho, manejo alimentar correto de acordo com a fase de vida do animal e manejo e controle sanitário.
Os investimentos são altos e os ciclos de produção são mais curtos. Da mesma maneira, os riscos são muito maiores, por isso existe um controle intenso da produção.Esse sistema pode ser empregado em todas as criações, como aves, suínos, bovinocultura de corte e de leite, ovinos, caprinos, piscicultura, etc.
6 - Noções De Bioclimatologia
O Que É Bioclimatologia?
É uma ciência que visa vincular o clima e seus elementos físicos com o bem estar animal para oferecer condições ambientes capazes de permitir a expressão plena do genótipo e obtenção de conforto.
O meio ambiente é um dos grandes responsáveis pela produtividade animal, pois, aliado à herança genética (genótipo), expressa no fenótipo (característica externa) do indivíduo seu potencial genético de produção.
Fatores Ambientais Que Influenciam No Bem Estar Animal
O animal doméstico, como todo ser vivo, vive em um ambiente constituído pelo conjunto de condições exteriores naturais e artificiais que, sobre ele, exerce a sua atuação.
O clima, como “a sucessão habitual das condições do tempo na região”, é o mais importante dos fatores que atuam sobre os animais: que pode ser diretamente ou indiretamente:
* a influência direta acontece através da temperatura do ar, da radiação solar e da umidade, por sua relação com o calor atmosférico. Os componentes climáticos condicionam as funções do corpo para manter a temperatura normal;
* a influência indireta acontece através da qualidade e quantidade de vegetais indispensáveis à criação animal e do favorecimento de doenças;
Variações Naturais Diretas
São aquelas conseqüências da ação dos elementos climáticos.
* Radiação - ↑ raios solares ↑temperatura e ↑ luminosidade.
* Temperatura - A mais importante, sua ação incide de maneira considerável nos mamíferos e aves.
* Luminosidade - Fotoperíodo Reprodutivo + Crescimento Vegetativo.
* Chuva e Umidade – ↑ Chuvas ↑ Umidade.
* Vento –↑ a perda de calor e ↑ disseminação de agentes causadores de doenças.
Variações Naturais Indiretas
Apresentam conseqüências consideráveis nas criações de animais.
* Fertilidade do solo – Disponibilidade de nutrientes para desenvolvimento de plantas;
* pH do solo – Produção ideal próximo à neutralidade (6,0 a 6,5);
* Endoparasitas e Ectoparasitas – ↑ Climas tropicais, ↑ Épocas de maiores temperaturas e umidades (Chuvas-Primavera/Verão).
Variações Artificiais
São de responsabilidade direta do homem e de consequência mais acentuada nas criações do tipo intensivo.
* Instalações – construções destinadas ao abrigo dos animais devem ser construídas de maneira a atenuar os efeitos ambientais;
* Alimentação – alimentos de maior palatabilidade e digestibilidade são os mais recomendados.
* Saúde e trato – grande parte das doenças que acometem os animais são controláveis pelo homem, através do ambiente de criação e condições adequados.
Temperatura
Na Bioclimatologia aplicada a Zootecnia a temperatura é o elemento climático de maior influência, e veremos detalhadamente.
Homeostasia = Manutenção Do Equilíbrio Físico E Químico Nos Animais
A temperatura de um organismo é um dos principais fatores que afetam sua função. Por isso, os animais utilizam várias estratégias para regular a temperatura de seus tecidos. Caso a temperatura corpórea baixe muito, os processos metabólicos ficam tão lentos e a função corpórea para. Por outro lado, um aumento na temperatura além do valor normal, em torno de 38 a 45 ºC, pode desnaturar proteínas e também ser fatal.
Dependo Da Estratégia Para Regular A Temperatura, Os Animais São Classificados Como Pecilotermos E Homeotermos
Os pecilotermos (peixes em geral, anfíbios, répteis), também são conhecidos como animais de sangue frio, porque a sua temperatura corporal varia com a do ambiente.
Os homeotermos (Mamíferos e Aves) são animais que conseguem manter a temperatura do corpo constante, mesmo que ocorram alterações da temperatura ambiente. Os homeotermos precisam consumir grande quantidade de energia para manter a temperatura do corpo, por isso procuram quase que constantemente por alimentos.
No estudo dos animais zootécnicos, a maioria das espécies são mamíferos e aves, portanto vamos enfocar na manutenção da temperatura corpórea normal nos homeotermos.
A Temperatura Corpórea Depende Do Equilíbrio Entre Consumo E Produção De Calor
A temperatura corporal dos animais é equilibrada entre a quantidade de calor produzida e absorvida e a quantidade de calor perdida para o meio. Portanto:
* Se a temperatura corporal estiver mais elevada que a temperatura ambiente - animal sente calor.
* Se a temperatura corporal estiver mais baixa que a temperatura ambiente - animal sente frio.
* Se a temperatura corporal estiver em equilíbrio com a temperatura ambiente - animal em conforto térmico.
7 - Produção E Perda De Calor
Termogênese = Produção De Calor
A temperatura do corpo pode vir:
* do metabolismo (funcionamento do corpo).
* por esforço físico (atividade física na contração muscular e por tremores da derme pela musculatura lisa).
* de fontes externas (quando a temperatura ambiente é maior que a temperatura corporal ocorre ganhos por irradiação, condução e convecção.
Termólise = Perda De Calor
Os animais perdem calor de diferentes formas:
* por irradiação: Perda de calor corporal para o meio.
* por convecção: Contato da água/ar na superfície que é aquecida pelo corpo (ventiladores e nebulizadores).
* por evaporação: pela secreção respiratórias, suor e saliva convertidos em vapor de água.
* por condução: Superfície do abjeto qualquer mais fria que a corporal (deitado sobre uma superfície mais fria).
Agora devemos aproveitar esses conhecimentos sobre a perda e o ganho de temperatura, ou calor, para tentar manter o ambiente o mais agradável possível para os animais, para que eles possam transformar todo o alimento consumido em ganho de peso, ou produção.
8 - Anatomia Dos Animais Domésticos
O termo Anatomia tem origem grega e significa separar em partes (dissecar). Constitui-se como o ramo da biologia no qual se estudam a estrutura e organização dos seres vivos, tanto externa quanto internamente. A anatomia lida com a forma e a estrutura dos organismos e está em íntima relação com a fisiologia, que é a ciência que estuda as funções do organismo.
Portanto, a anatomia estuda as formas e a constituição do corpo e a fisiologia estuda o funcionamento do corpo.
Para o estudo da anatomia podemos utilizar vários métodos, contudo, o mais didático é o método sistemático, no qual o corpo é dividido em sistemas de órgãos e aparelhos que são semelhantes em estrutura e função, e cada sistema é estudado separadamente. Podemos dividir o estudo sistemático da anatomia em:
* osteologia: estuda e descreve o esqueleto;
* sindesmologia: estuda e descreve as junturas, ligamentos;
* miologia: estuda e descreve os músculos;
* esplancnologia: estuda e descreve as vísceras;
* angiologia: estuda e descreve os órgãos da circulação;
* neurologia: estuda e descreve o sistema nervoso;
* órgãos do sentido;
* tegumento comum: pele.
9 - Sistema Cardiovascular
O sistema cardiovascular consiste no coração e nos vasos sanguíneos que são responsáveis pelo transporte de sangue pelo organismo. O objetivo é transportar oxigênio, nutrientes e outras substâncias, e manter a temperatura do corpo constante.
Dentro dos componentes do sistema cardiovascular podemos destacar:
ULTIMA PÁGINA
Sangue
O sangue é constituído pelo plasma, células vermelhas, células brancas e plaquetas. O plasma é o líquido que envolve as outras células. É constituído por água, nutrientes, hormônios e outras substâncias. As células vermelhas contêm hemoglobina, que é uma proteína responsável pelo transporte do oxigênio, portanto, a função das células vermelhas é transportar oxigênio. As células brancas tem função de proteção do sangue, enquanto as plaquetas são responsáveis pela coagulação sanguínea.
Vasos Sanguíneos
Os vasos sanguíneos são constituídos pelas artérias, veias e capilares. As artérias levam o sangue oxigenado do coração para o restante do corpo, possuem paredes firmes e elásticas para receber a pressão do sangue após ser bombeado pelo coração. As veias trazem o sangue desoxigenado do restante do corpo para o coração, possuem paredes frágeis e semelasticidade e possuem válvulas para impedir que o sangue retorne. Os capilares são o local onde ocorre a troca gasosa nos tecidos, são vasos muito finos que permitem a troca.
Coração
O coração dos animais superiores, como mamíferos e aves, é dividido em quatro cavidades, que são chamadas de câmaras. Cada lado do coração possui duas câmaras, chamadas de átrio e de ventrículo.
Primeiro
O coração tem como função bombear o sangue até os pulmões para que seja oxigenado (pequena circulação) e bombear o sangue já oxigenado para o restante do corpo para transportar oxigênio aos tecidos (grande circulação). Dessa maneira, dizemos que existe uma circulação dupla:
* do coração até o pulmão e de volta ao coração;
* do coração para o restante do corpo e de volta ao coração.
Próx10 - Sistema Respiratório
Os objetivos do sistema respiratório são: fornecer ao organismo uma condição de troca de gases com o ar atmosférico; Assegurar permanente concentração de oxigênio no sangue, necessária para as reações metabólicas; Serve como via de eliminação de gases tóxicos, que resultam dessas reações e que são representadas pelo gás carbônico.
O sistema respiratório é composto pelo trato respiratório superior e trato respiratório inferior . O trato superior é formado por órgãos localizados fora da caixa torácica: nariz externo, cavidade nasal, faringe, laringe e parte superior da traqueia. O trato inferior é composto pelos órgãos localizados na cavidade torácica: parte inferior da traqueia, brônquios, bronquíolos e alvéolos (pulmões). Todos os órgãos são responsáveis por captar o ar atmosférico e levá-lo até os pulmões, local onde ocorrem as trocas gasosas: captação de oxigênio e liberação de gás carbônico.
Os pulmões estão presentes sempre em pares e são compostos pelos bronquíolos ramificados e os alvéolos. Os alvéolos são minúsculos sáculos de ar que constituem o final das vias respiratórias e um capilar pulmonar envolve cada alvéolo. A função dos alvéolos é trocar oxigênio e gás carbônico através da membrana capilar alvéolo-pulmonar.
11 - Sistema Digestório
O aparelho digestório tem como funções preparar o alimento para que seja utilizado na formação e substituição de células e dos tecidos próprios do corpo e para disponibilizar energia necessária para manutenção. No sistema digestório o alimento é reduzido mecanicamente em diversos segmentos e decomposto quimicamente. Esse sistema também coordena atividades secretoras das células e glândulas anexas, cujos hormônios atuam nos eventos digestórios sendo, dessa maneira, complementado por um suprimento nervoso, vasos sanguíneos, linfáticos, responsáveis pelo transporte de partículas
Cavidade Oral
A cavidade oral (boca) é composta pelos dentes, língua e glândulas salivares. É responsável pela captação, redução e insalivação do alimento. O tamanho da boca depende do hábito de alimentação do animal, assim como a quantidade e o formato dos dentes.
Faringe
Região comum aos aparelhos respiratório e digestório, fica localizada entre a cavidade oral e o esôfago.
Esôfago
O esôfago é a continuidade do canal alimentar da faringe em direção ao estômago. Penetra no estômago através da cárdia.
Estômago
O estômago situa-se entre o esôfago e o intestino delgado, representando um segmento dilatado do aparelho digestório. Nos diferentes animais domésticos diferencia-se quanto a forma e a constituição do tipo de mucosa, existindo animais que possuiem estômago simples e estômago composto.
Animais de estômago simples ou unicavitário, pois possui uma única cavidade, também são chamados de animais monogástricos (mono = um; gástrico = estômago). Esses animais possuem estômago com uma única cavidade, que se parece muito com saco. No estômago ocorre a secreção de suco gástrico e enzimas, que são substâncias responsáveis pela digestão dos alimentos.
Exemplos de animais com estômago simples são o porco, cavalo, o cão, gato e o homem.
Último
Animais de esômago composto ou pluricavitário, pois possui quatro cavidades diferentes, também são chamados de animais ruminantes, devido ao seu hábito de ruminar. O estômago composto pode ser dividido em quatro compartimentos: rúmen, retículo, omaso e abomaso. Os três primeiros compartimentos são chamados de pró-ventrículos, realizando a digestão mecânica dos alimentos através da mastigação e redução enzimática devido à fermentação microbiana. No omaso também ocorre grande absorção de água. Já o abomaso é comparável ao estômago unicavitário das outras espécies, pois realiza a secreção e digestão enzimática das partículas.
Exemplos de animais com estômago pluricavitário ou ruminantes são os bovinos e ovinos.
O tipo de estômago que o animal apresenta determina basicamente o seu hábito alimentar. Animais com estômago simples não possuem enzimas capazes de digerir as fibras, presentes no capim, por exemplo, por isso esse não constitui a base da sua alimentação. Já os animais poligástricos o rúmen e o retículo funcionam como uma câmara de fermentação perfeita, que mantêm um ambiente favorável ao desenvolvimento da população microbiana e esta, por sua vez, é responsável pela utilização da fibra contida no capim.
Intestino
O intestino inicia-se caudalmente ao piloro e termina no ânus. É subdividido em intestino delgado – segmento entre o piloro e o ceco; e intestino grosso – segmento entre ceco e ânus. O comprimento desses dois segmentos pode variar de acordo com o hábito alimentar do animal: um animal carnívoro possui o intestino mais curto – cerca de 3 a 4 vezes o comprimento do seu corpo. Já um animal herbívoro possui um intestino mais longo – cerca de 25 vezes o comprimento do seu corpo.
O intestino delgado é o local onde ocorre digestão e absorção de parte dos alimentos ingeridos. Digestão – redução enzimática dos nutrientes nos seus componentes absorvíveis. Apresenta três segmentos: duodeno, jejuno e íleo. O intestino delgado é o local onde ocorre a formação das fezes – bolo fecal – e reabsorção da água. Também é dividido em três segmentos: ceco, cólon e reto. O ceco é um “saco” com uma extremidade cega e nos animais herbívoros, como o equino, essa parte do intestino é acentuadamente grande - primeira câmara de fermentação para digestão da celulose. O reto termina no ânus, local onde ocorre a eliminação das fezes.
	12 - Sistema Reprodutor
Sistema Reprodutor Masculino
O aparelho reprodutor masculino tem como funções a produção de gametas masculinos, a introdução e liberação dos gametas no trato reprodutivo da fêmea e a produção de hormônios sexuais. Está intimamente relacionado com o sistema urinário.
Nos mamíferos, o aparelho reprodutor masculino é composto por:
* dois testículos, que são responsáveis pela produção de espermatozoides e testosterona, localizados no escroto: ambiente favorável para a produção de espermatozoides;
* órgãos acessórios, compostos pelas glândulas ampulares, glândulas seminais, próstata, glândulas bulbouretrais, responsáveis pela produção do esperma;
* Ductos: epidídimo, ducto deferente;
* Uretra e pênis.
O testículo é o local onde acontece a produção de espermatozoides. Eles são produzidos nos túbulos seminíferos e são liberados na rede testicular. Da rede testicular os espermatozoides seguem para o ducto eferente, que faz a ligação até o epidídimo. O epidídimo aloja espermatozoides a medida que amadurecem antes de serem expelidos pela ejaculação, sendo que o tempo de amadurecimento dura cerca de 10 a 15 dias. O ducto deferente é um tubo muscular que sofre contrações peristálticas durante a ejaculação, impulsionando os espermatozoides do epidídimo para a uretra.
	As glândulas sexuais acessórias Produzem o volume do ejaculado, ou sêmen, que é o meio de transporte dos espermatozoides. O sêmen fornece condições favoráveis para a nutrição do espermatozoide. O pênis é o órgão masculino da cópula.
Sistema Reprodutor Feminino
O sistema reprodutor feminino tem como objetivos a produção do gameta feminino, a liberação desse gameta em local onde possa ser fertilizado pelo gameta masculino, fornecer um ambiente para desenvolvimentoe crescimento do embrião e expelir o feto quando ele for capaz de sobreviver fora do corpo da mãe. Os órgãos femininos incluem: dois ovários, duas tubas uterinas, útero, vagina e vulva.
Ao contrário do sistema reprodutor masculino, os órgão reprodutivos femininos não tem ligação com o sistema urinário, sendo o canal do sistema reprodutor diferente do canal do sistema urinário.
Os ovários são os órgão primários de reprodução da fêmea. São responsáveis por produzir óvulos e hormônios sexuais femininos. O seu tamanho e forma também variam de acordo com a espécie. Nos ovários ocorre o amadurecimento do óvulo para que ele possa ser liberado - o que é chamado de ovulação.
	As tubas uterinas são tubos pares que conduzem os óvulos de cada ovário para o respectivo corno uterino. É o local comum de fertilização dos óvulos. São divididas em 4 segmentos funcionais: fímbrias, infundíbulo, ampola e ístimo. A função das trompas é conduzir óvulos e espermatozoides em direções opostas, quase simultaneamente, onde ocorre a fertilização, e os embriões permanecem por cerca de 3 dias. O útero é composto por dois cornos uterinos, corpo e cérvice. A gestação pode ocorrer tanto nos cornos como no corpo do útero, dependendo da espécie.
A vagina é a parte do trato reprodutivo da fêmea que se encontra dentro da pelve. É o envoltório para o pênis durante a cópula (vagina – latim – bainha) e o canal de nascimento – canal do parto.
13 - Noções De Nutrição,Alimentos E Alimentação Animal
Objetivos Da Nutrição Animal
A nutrição tem como base o conhecimento das necessidades nutritivas do organismo, em função da sua espécie, de sua idade, de seu sexo e suas produções
Nutrição X Alimentação
O objetivo da nutrição é proporcionar ao animal a quantidade de nutrientes necessários para que ele possa crescer com qualidade, saúde e para que possa produzir e se reproduzir.
“Alimento é uma substância que, consumida por um indivíduo, é capaz de contribuir para assegurar o ciclo regular de sua vida e a sobrevivência da espécie a qual pertence”.
Três Características Importantes Na Alimentação
* O valor nutritivo de um alimento não é sempre o mesmo;
* Não pode ter substâncias tóxicas;
* Deve ser palatável para o animal.
O valor de um alimento é baseado em seu teor de nutrientes:
Os alimentos podem ser de origem:
* Animal: como carne de frango, peixe ou boi;
* Vegetal: como milho, mandioca, arroz, tucumã, etc.
Princípios Nutritivos E Suas Finalidades
Carboidratos
São as biomoléculas mais abundantes na natureza. São representados principalmente pelos açúcares, os amidos, as celuloses, as gomas e substâncias afins. A quantidade de carboidratos no corpo animal é sempre pequena, porém é continuamente substituída. Os carboidratos são a principal fonte de calor e de energia para a realização de vários processos vitais.
Os alimentos ricos em carboidratos tem principalmente origem vegetal: os grãos de cereais são ricos em amido; as folhas dos vegetais, as palhas, os talos, ricos em celulose; os tubérculos e as raízes ricos em fécula e açúcares; os frutos, ricos em açúcares e ácidos orgânicos. A única fonte de carboidratos de origem animal é o leite, em função da lactose.
Na alimentação, os carboidratos são utilizados, principalmente, como fonte de energia, engordar e ganhar força.
Proteínas
As proteínas são substâncias muito importantes para a alimentação, pois muitas delas o organismo não pode produzir, por isso elas devem ser consumidas através do alimento. As proteínas estão relacionadas com todos os processos de manutenção do corpo, como para a defesa, na formação das células, na digestão dos alimentos, e para o crescimento dos músculos.
As principais fontes de proteínas são os alimentos de origem animal, como a carne, ovo, o leite e seus derivados (manteiga, iogurte, etc.).
Lipídeos
Lipídeos são alimentos vegetais e animais que possuem substâncias insolúveis na água, quer dizer, que não se misturam com a água. LIPÍDIOS = GORDURAS = ÓLEOS.
Os lipídeos de origem animal normalmente tem a sua forma sólida na temperatura ambiente, como a gordura de porco, e os lipídeos de origem vegetal tem a forma líquida, como os óleos de soja, de milho ou de dendê.
Os lipídeos também são utilizados na alimentação para fornecer energia para o corpo.
Vitaminas
As vitaminas são substâncias orgânicas, que são facilmente destruídas pelos agentes físicos e químicos (sol, calor, luz, etc.) e que a sua maioria o organismo animal não pode produzir, mas são indispensáveis para vida. A falta de vitaminas é chamada de avitaminose e pode causar doenças característicos, podendo ser mortais. A ação das vitaminas é específica, sendo que cada uma tem a sua função no organismo, não podendo ser substituídas. Normalmente as quantidades necessárias diariamente são muito pequenas e elas não são utilizadas como matéria energética, nem como alimento.
Podemos classificar as vitaminas em vitaminas lipossolúveis ou hidrossolúveis . As vitaminas lipossolúveis são solúveis em lipídios (gorduras e óleos) e são as vitaminas A, D, E e K. As vitaminas hidrossolúveis são solúveis em água e compreendem todas as outras vitaminas (C, complexo B, etc.).
Minerais
Os mineira são substâncias inorgânicas, essenciais na dieta animal, e necessários em quantidade relativamente pequena, comparados à energia e a proteína. As principais fontes de minerais são os alimentos e os compostos inorgânicos, como o calcário, mas também podem ser orgânicos, como a casca de ovo.
Todos os nutrientes citados acima, carboidratos, proteínas, lipídeos, vitaminas e minerais, são de extrema importância para que os animais cresçam com toda a saúde e vitalidade, e para que desempenhem suas funções vitais. Para que isso aconteça é necessário que todos os nutrientes estejam presentes na alimentação em quantidades suficientes e proporcionais entre eles. Isso quer dizer que se houver falta de energia e excesso de proteína, o organismo não vai funcionar como deveria, é o que nós chamamos de deficiência nutricional. Por isso, é preciso que haja o balanceamento da ração, isto é, todos os nutrientes em quantidades adequadas, sem excesso ou falta de nenhum deles.
Lei De Mínimo – O Fator Limitante Interfere Na Máxima Produção
14 - Classificação Dos Alimentos
Nós podemos classificar os alimentos de acordo com as suas características nutricionais da seguinte maneira:
Alimentos Volumosos
São aqueles alimentos de baixo teor energético, com altos teores em fibra, com muita ou pouca água. São os de mais baixo custo na propriedade. Os mais usados para os herbívoros são as pastagens, capineiras, silagens, cana-de-açúcar, bagaço de cana, fenos, palhadas de culturas e cascas de certos grãos e sementes.
Alimentos Concentrados
São aqueles com alto teor de energia, podendo ser divididos em: energéticos e proteicos.
Os alimentos energéticos são alimentos concentrados com menos de 20% de proteína bruta (PB), sendo utilizados principalmente como fonte de energia. Podem ser de origem vegetal - milho, sorgo, trigo, arroz; ou de origem animal - sebos e gordura animal.
Os alimentos proteicos são alimentos concentrados com mais de 20% de PB, sendo utilizados principalmente como fonte de proteína. Podem ser de origem vegetal - farelo de soja, farelo de algodão, farelo de girassol, soja grão, farelo de amendoim, caroço de algodão; ou de origem animal - farinha de sangue, de peixe, carne e ossos.
Uma ração completa e balanceada contém uma mistura de ingredientes que fornecem a quantidade ideal de nutrientes que cada espécie necessita. Quando fornecemos uma ração completa não é preciso suplementar com nenhum outro tipo de alimento, pois ele será responsável por nutrir o animal em cada fase de produção.
No entanto, podemos utilizar alimentos alternativos como suplemento alimentar para diminuir o uso da ração e minimizar os custos de produção. É importante lembrar que os alimentos alternativos muitas vezes possuem deficiências em alguns nutrientes, por isso, quando é utilizado esse tipo de alimentação, é preciso haver uma variedade de alimentos para suprir as necessidadesdos animais.
O uso de alimentos alternativos, como os resíduos vegetais, pode trazer vantagens para a criação de algumas espécies de animais domésticos tanto no sentido nutricional como para a reutilização dos resíduos, os quais são geralmente descartados em altas quantidades, podendo gerar em problemas ambientais e econômicos. Alguns exemplos de alimentos que podem ser utilizados com o alternativos são: resíduos da produção da farinha de mandioca (crueira), resíduos de frutos nativos (pupunha, castanha, buriti, goiaba moída e desidratada, cupuaçu, jenipapo, etc.) entre muitas opções.
15 - Princípios Da Reprodução Dos Animais Domésticos
A reprodução na criação dos animais domésticos tem como objetivo perpetuar a espécie de interesse produtivo. Nesse processo, a fêmea tem como objetivos a produção do gameta, a liberação desse gameta em local onde possa ser fertilizado pelo gameta masculino, ale de fornecer um ambiente adequado para desenvolvimento e crescimento do embrião e expelir o feto quando ele for capaz de sobreviver fora do corpo da mãe. Já o macho tem como funções a produção de gametas, a introdução e liberação dos gametas no trato reprodutivo da fêmea e a produção de hormônios sexuais. Cada pai contribui com metade das características do novo indivíduo, o filho, por isso, devemos observar atentamente os animais que vamos escolher como reprodutores.
A Escolha Dos Reprodutores
A escolha dos reprodutores tem muita importância para o sucesso de uma criação zootécnica. Não poderá haver aumento significante do valor produtivo do rebanho sem que se escolham pais de boa qualidade, capacitados em transmitir virtudes produtivas aos seus filhos.
Podemos considerar que os machos são responsáveis por 50% da herança dos filhos (descendentes); os outros 50% serão dados pela matriz (a mãe). Não é pequena a importância da fêmea em termos de qualidade, contudo, a sua importância em termos de quantidade é menor significativamente que a dos machos, pois o número de filhos gerados pelos machos é muito maior que o das fêmeas.
Diversos aspectos devem ser levados em consideração quando se deseja adquirir ou escolher animais para a reprodução, sendo eles:
* Observações ligadas ao indivíduo;
* Observações dos pais;
* Observações dos filhos.
Observações Ligadas Ao Indivíduo
Essas observações revelarão as boas e más qualidades resultantes do que foi proporcionada através da união dos pais dos indivíduos e exteriorizado pelas características do ambiente (Lembre-se: FENÓTIPO = GENÓTIPO + AMBIENTE). São utilizados como critérios de escolha apenas as características externas do indivíduo. Nessas observações, devemos levar em conta alguns aspectos:
* Saúde: boa saúde é condição fundamental para a reprodução. Observar a presença ou ocorrência de doenças transmissíveis.
* Características sexuais: observar a expressão da sexualidade, pela masculinidade ou feminilidade do indivíduo. Machos que se desenvolvem em condições precárias de alimentação e saúde tendem a apresentar aspecto feminino quando chegam à puberdade. As fêmeas que crescem masculinizadas tendem à infertilidade.
* Temperamento: animais de temperamento nervoso ao são dóceis e são agressivos, sendo inconvenientes reprodutores, podendo praticar o coito de maneira defeituosa ou mesmo inutilizar as fêmeas.
* Integridade dos órgãos genitais: é condição fundamental para a escolha de reprodutores, pois caso contrário, estarão total ou parcialmente impedidos de se reproduzir.
* Produção: observar qual é o desenvolvimento do indivíduo quanto a característica desejada, para que fatores desejáveis possam ser passados para os descendentes. Por exemplo, se eu quero escolher uma galinha para ser reprodutora, observar se ela é boa produtora de ovos ou não.
Observação Dos Pais
É o estudo dos pais do animal, principalmente de animais jovens, cujo julgamento não pode ser feito com muito critério. Esse estudo é de grande valor, podendo nos dar uma idéia da bagagem hereditária do animal. Para isso foi criado o registro genealógico, que é instrumento para avaliação dos genótipos.
Observação Dos Filhos
Somente a qualidade dos filhos é realmente capaz de revelar a qualidade do reprodutor. Seus filhos devem ser observados cuidadosamente, sob todos os pontos de vista, comparando com os filhos de outros reprodutores. Os reprodutores de alta qualidade normalmente são conservados por longo período na reprodução, o que torna a sua aquisição bastante difícil e o preço é elevado.
Tipos De Monta
A monta é o ato de reunir, para o acasalamento, animais de sexos opostos, com a finalidade de orientar a criação. Para isso, devem-se escolher os parceiros.
As maneiras como o homem orienta ou facilita a união sexual é chamada de tipos de monta, que deve ser escolhida de maneira a aproveitar a capacidade de cada animal e melhorar o seu rendimento como reprodutor. O quadro abaixo irá exemplificar os dois tipos e quais são suas vantagens e desvantagens.
Para que ocorra a reprodução dos animais domésticos é preciso conhecer a particularidade reprodutiva de cada espécie e assim escolher qual é o melhor sistema de monta, quais são os melhores reprodutores e que indivíduos apresentam as melhores qualidades produtivas.
16 - Saúde Dos Animais E Zoonoses
A saúde animal, o melhoramento genético e a alimentação adequada são a base que serve de apoio ao desenvolvimento de qualquer sistema de produção de animais. É importante que estes três fatores sejam fortalecidos e que haja um equilíbrio entre eles.
Higiene
Higiene é uma ciência que estuda os meios para preservar o homem e os animais das doenças, assim como as regras para manter um estado de perfeita saúde.
O uso da higiene é importante para manter um melhor aproveitamento dos alimentos, um melhor crescimento dos animais e uma menor mortalidade. Os objetivos de manter a higiene dentro do processo produtivo incluem:
* Estabelecer criações saudáveis;
* Limpar o meio onde os animais vivem;
* Diminuir a poluição do ambiente por produtos da excreção dos animais;
* Manter um equilíbrio entre a criação animal e o ambiente;
* Prevenir a transmissão de doenças entre os animais, e dos animais para o homem;
* Manter a saúde dos animais e do homem.
Para que esses objetivos sejam atingidos é preciso que todas as pessoas envolvidas na criação dos animais mantenham a higiene sempre. O saneamento é um conjunto de medidas que visam preservar ou modificar as condições ambientais com o objetivo de prevenir doenças e promover a saúde.
Saúde X Doença
A saúde é o estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não significa apenas a ausência de doença. A doença pode ser definida como uma falha nos mecanismos de adaptação do organismo, levando a uma perturbação no funcionamento correto de um órgão ou de um sistema, interferindo no seu funcionamento correto.
Medidas Gerais De Profilaxia
São medidas importantes que podem e devem ser utilizadas com a finalidade de impedir ou diminuir o risco de transmissão de uma doença. É um conjunto de atividades utilizadas para proteger uma população de um fenômeno desfavorável a saúde. Profilaxia é um conjunto de medidas tomadas para prevenir doenças.
Os objetivos são:
* Evitar a entrada de doenças dos animais de uma propriedade;
* Controlar ou evitar o aparecimento de novos casos de doenças já existentes na propriedade;
* Diminuir os efeitos da doença, quando não pode ser evitada.
Saneamento Do Ambiente
Procedimentos para higienizar o ambiente onde os animais vivem, com o objetivo de prevenir doenças e proteger a saúde do animal. Para manter o saneamento do ambiente recomenda-se: manter a água em condições higiênicas, dar um destino adequado aos dejetos dos animais, controlar a qualidade dos alimentos fornecidos aos animais, destinar adequadamente o lixo, utilizar instalações adequadas, etc.
Quarentena
Tem o objetivo de não introduzir novas doenças nos animais. Quando um animal novo chega na propriedade, este deve ser mantido isolado dos outros animais, durante 30 dias, para evitar o seu contato com os outros animais da propriedade. Nesseperíodo esse animal deve ser observado, procurando qualquer sinal de doença, e se ele não apresentar nenhuma, no final dos 30 dias ele pode ser colocado com os outros animais.
Vacinação
A vacina fornece a proteção do animal contra uma determinada doença assim, quando ele tiver contato com um vírus causador de uma doença, o seu organismo já vai estar preparado para se defender e impedir que o vírus se instale no seu organismo, causando a doença.
Educação Sanitária
É importante informar os criadores de animais sobre a importância de manter a saúde dos animais e prevenir a entrada de doenças, a vacinação e a destinação adequada dos dejetos e do lixo, para que uma propriedade não seja responsável pela contaminação de outra.
Desinfecção De Desinfetantes
A limpeza e a desinfecção são consideradas como os principais métodos de prevenção de doenças. É muito importante usar um programa de limpeza e desinfecção abrangente e de uso contínuo para diminuir a contaminação do ambiente e dos animais. Essas medidas são usadas para prevenir a ocorrência de uma doença.
Desinfecção significa controlar ou eliminar os organismos causadores de doenças utilizando processos químicos ou físicos. Desinfetante é um agente que mata os organismos patogênicos (organismos causadores de doenças). Geralmente os desinfetantes são utilizados para objetos, ferramentas, etc.
Para desinfetar podemos utilizar agentes físicos, como o sol ou o calor. Para a desinfecção química utilizamos produtos químicos, como água sanitária, detergentes ou ácidos. É importante lembrar que sempre ao utilizar um equipamento ou ferramenta, deve-se então, desinfetá-lo antes de guardá-lo para ser utilizado novamente, para evitar que ele contamine um outro animal ou objeto.
Zooneses
Zoonoses são doenças transmisséveis dos animais para o homem, sendo comuns para ambos. A transmissão dessas doenças pode ser direta, quando a doença é transmitida de um indivíduo infectado ao outro não infectado. Também pode ser indireta quando pode ocorrer através de outros veículos, como ingestão de água, leite e outros alimentos contaminados, pela inalação de ar ou pela picada de outros animais.
Como fatores responsáveis pela ocorrência de zoonoses podemos citar:
* Quando o homem o os animais compartilham o mesmo ambiente;
* A falta de higiene, favorecendo a proliferação de insetos e roedores;
* A penetração do homem em novas áreas geográficas;
17 - Principais Zoonoses
Tuberculose
Causada por bactérias e pode ocorrer no homem e nos animais domésticos, principalmente bovinos e suínos. A infecção pode ocorrer pela ingestão de leite cru e derivados contaminados, ou pela água, ar ou objetos contaminados. Os sintomas da doença nos animais incluem tosse, animais magros e quietos, infertilidade, diarreia e diminuição da produção.
Leptospirose
Causada por uma bactéria e pode ocorrer nos animais domésticos e silvestres, o rato pode transmitir a doença através da urina. A infecção pode ocorrer por contato com animais infectados, contágio ambiental, como banho em águas contaminadas, etc. os sintomas incluem febre, magreza, abortos.
Salmonelose
Causada por uma bactéria e pode ocorrer em todas as espécies de animais domésticos. A infecção pode ocorrer por ingestão de água contaminada por fezes de animais doentes, ingestão de alimentos contaminados, como leite e ovos, carne e derivados. Os sintomas incluem diarreia, febre, disfunção do coração, falta de apetite, magreza.
Raiva
Causada por um vírus e pode ocorrer em todos os mamíferos. A infecção pode ocorrer por contato com animais doentes. Os principais transmissores são o cão e o gato e os morcegos que sugam sangue. Os sintomas incluem intranquilidade, falta de apetite, os animais se afastam do homem e de outros animais. Depois da fase inicial o animal se torna agressivo. Em alguns casos os animais se tornam paralíticos, param de se locomover.
Toxoplasmose
Causada por um protozoário e pode ocorrer em todas as espécies de animais mamíferos domésticos. A infecção pode ocorrer por ingestão de carne contaminada crua ou mau cozida e também água, solo e alimentos contaminados. Também pode ocorrer infecção do filho quando ainda está na barriga da mãe. Os sintomas incluem disfunção da maioria dos órgãos e tecidos, dependendo do local parasitado: hepatite, meningite, miocardite.
Teníase Ou Cisticercose
Causada por vermes e pode ocorrer em bovinos e suínas. A infecção pode ocorrer por ingestão de carne contaminada ou ingestão de alimentos contaminados através das fezes dos animais. Os animais infectados normalmente não apresentam sintomas.
A melhor maneira de evitar a ocorrência das zoonoses é manter a higiene e a profilaxia na criação dos animais, evitando assim que os animais fiquem doentes, e se por um acaso ficarem, evitar que o homem se contamine pelo contato com esses animais infectados. Deve-se sempre tomar cuidado com a água de beber dos animais e dos humanos, sempre coletar as fezes e dar um destino adequado a elas, lavar sempre as mãos após mexer com os animais e sempre antes de se alimentar.
Usando a higiene dentro de casa e dentro das criações dos animais domésticos já é um grande passo para prevenir a ocorrência das zoonoses!
18 - Referências Bibliográficas
ANDRIGUETO, J. M. Nutrição Animal. Volume 1, Editora Nobel, 3º ed. 411 p. 1988.
ANDRIGUETO, J. M. Nutrição Animal. Volume 2, Editora Nobel, 3º ed. 411 p. 1988.
DOMINGUES, P.; LANGONI, H. Manejo Sanitário Animal. Editora de Publicações Biomédicas, Rio de Janeiro, 2001
FERREIRA, R.A.; VELOSO, C.M. RECH, C.L.S. Nutrição Animal. Tópicos Avançados. UESB.
GEORGI, J.R. Parasitologia veterinária. Rio de Janeiro, Interamericana, 3ª ed. 1982.
HAFEZ, E.S.E. Fisiologia da Reprodução. 6º ed. Malone, 582p. 1990.
RAMALHO, M.; SANTOS, J.B.; PINTO, C.B. Genética Agropecuária. Publicações Globo Rural, Rio de Janeiro, 1989.
TORRES, A.P. Alimentos e nutrição das aves domésticas. Editora Nobel, 1979.
TORRES, G. C. V. Bases para o Estudo da Zootecnia. Centro Editorial e Didático da Didático da UFBA. Salvador, 1990.
TERMINOLOGIAS IMPORTANTES EM PRODUÇÃO ANIMAL
1 - Introdução
Padronizar terminologias é muito importante, uma vez que muitas vezes lendo um artigo científico termos são usados inapropriadamente ou não definidos no texto. O leitor do artigo pode ser inábil para determinar que respostas foram medidas ou como elas foram quantificadas.
Além disso, seleção de termos pode ser subjetivo, e obviamente uma lista não será facilmente aceita e adotada uniformemente e universalmente (BARNES et al., 1995, 2003; BERRETA et al., 1991; MARASCHIN, 1988; NASCIMENTO JUNIOR, 1982; PEIXOTO, 2009; SOLLENBERGER, 1997; FGTC, 1992; THOMAS, 1980).
O objetivo deste glossário é padronizar o uso de termos que aparecem frequentemente em produção animal e para facilitar a compreensão de assuntos mais complexos, sempre primando pelo uso de termos que permitam comunicação mais efetiva.
2 - Terminologias Importantes Em Produção Animal I
Acessível, disponível, pastejável, etc. – estes termos deveriam ser evitados, mas se usados, pelo menos devem indicar a fração que se refere, i.e., o que foi realmente medido (e.g., massa forrageira a uma específica altura, ou forragem acumulada medida de uma maneira particular).
Ácido cianídrico ou prússico (HCN) - um glucosídeo tóxico oriundo do metabolismo secundário de algumas espécies forrageiras, especialmente sorgos que podem produzir intoxicações cianogênicas. É um mecanismo de defesa da planta e está diretamente relacionado com a concentração de nitrogênio e estresses bióticos e abióticos. Como prevenção e diluição do efeito indica-se o pastejo de sorgos com altura superior a 60 cm.
Acumulação de forragem – mudança em massa de forragem entre sucessivas avaliações, somada ao longo da estação de crescimento quando for apropriado (usar em lugar de rendimento de forragem ou produção).
Aditivo de silagem – material adicionado na forragem durante a ensilagem para aumentar o processo fermentativo.
Ad libitum – alimentação à vontade. Oferta diária de forragem que excede a necessidadediária do animal em aproximadamente 15%, i.e., permitir uma sobra de 15% de forragem no coxo.
Aflatoxina – substância polinuclear carcinogênica derivada de fungos. Aflatoxinas são produzidas por fungos ocorrendo em amendoim, milho, cereais de inverno e outras plantas, especialmente sementes.
Agronomia – princípios e práticas de produção de culturas e manejo de campos. É derivado do Grego (agros = campo e nomos = manejar).
Alcalóides – uma das classes de compostos orgânicos básicos com nitrogênio em sua estrutura; produto secundário do metabolismo. Um exemplo é perlolina, produzida pela festuca.
Alelopatia – influência positiva ou negativa de uma planta viva sobre outra devido a secreção de substâncias químicas. (Autotoxidade = um específico tipo de alelopatia onde a presença do adulto interfere com a germinação e desenvolvimento de seus descendentes – Ex. alfafa).
Animal-dia – diária de um animal em uma pastagem.
Animais-dia por hectare – número total de diárias que uma pastagem comportou durante uma estação de crescimento, geralmente expresso em animal d ha-1 ano-1.
Altura de corte ou estatura de planta – refere-se à altura média das plantas no momento do corte ou desfolhamento, considerando as plantas ou partes em posição natural.
Altura de resteva – altura em relação à superfície do solo que permanece após o corte mecânico ou pelos animais.
Antese – estádio de desenvolvimento floral quando o pólen é liberado.
Apomixia – formação de embrião viável sem a união de gametas masculinos e femininos, como em Kentuchy bluegrass (Poa pratensis L.), grama forquilha (Paspalum notatum Flugge).
Arbusto – planta lenhosa perene que é menor que uma árvore e que têm vários ramos crescendo de pontos próximo ao solo.
Área de sacrifício – parte da pastagem natural que é inicialmente super-pastejada para obter-se um uso eficiente de toda a área de pastejo.
Biomassa – o peso de organismos vivos (plantas e animais) em um ecossistema em um dado ponto temporal, expresso como peso fresco ou seco.
Bomba calorimétrica – processo pela qual uma substância é oxidada completamente em 25 a 30 atmosferas de oxigênio para determinar o conteúdo de energia bruta (EB) baseado no calor liberado.
Caloria – quantidade de energia requerida para elevar a temperatura de 1g de água em 1 o C (kcal = 1.000 cal; Mcal = 1 milhão de calorias).
Campo – toda a vegetação constituída principalmente por formas herbáceas, especialmente de gramíneas e ou outras espécies subarbustivas. As árvores e arbustos são raros.
Campo nativo (range) – vide pastagem natural ou nativa.
Capacidade de suporte ou de carga – é a lotação animal na pressão de pastejo ótima, ou a máxima lotação possível sem induzir danos à vegetação ou recursos relacionados. Pode variar de ano para ano em um mesmo lugar, devido a flutuações na produção de forragem. Máxima lotação, i.e., animais.ha-1, que irão alcançar um nível de desempenho animal desejado. Capacidade de suporte não é estática entre as estações ou entre anos, e pode ser apresentada como uma fração do ano. Capacidade de suporte anual refere-se a um ano específico.
Carboidrato estrutural – carboidratos encontrados na parede celular (e.g., hemicelulose, celulose). Não têm função nos processos vitais.
Carboidrato não-estrutural – carboidratos solúveis encontrados no conteúdo celular (conteúdo celular), e.g. amido. Suporta os processos vitais.
Carga instantânea – é a relação entre o número de animais e uma área em qualquer instante. Pode expressar-se, por exemplo, como animais/ha e U.A.(unidades animal) ha-1.
Caule decumbente – caules que deitam-se sobre o solo e erguem as extremidades (e.g., Urochloa decumbens; braquiária).
Caule prostrado – diz-se dos caules que apresentam-se deitados sobre o solo (e.g., Trifolium repens L.; trevo branco).
Caule estolonífero ou estolão - caule rastejante que enraíza nos nós, podendo multiplicar-se a planta por meio destes (e.g., trevo branco, grama estrela africana).
3 - Terminologias Importantes Em Produção Animal II
Caule rizomatoso (rizomas) - caule que cresce abaixo da superfície do solo, rico em reservas orgânicas, e que distingue-se da raiz pela presença de nós, gemas e escamas (e.g., Pennisetum clandestinum Hochst. ex Chiov., grama quicuio; Cynodon dactylon, grama bermuda).
Cespitosas – gramíneas ou ervas monocotiledôneas que apresentam os perfilhos reunidos em um feixe de crescimento ereto. Os afilhos estão ao nível do solo ou próximo e não produzem rizomas ou estolões (e.g., Pennisetum purpureum Schumach., capim elefante; Lolium multiflorum Lam., azevém; Secale cereale L., centeio; Avena spp., aveias).
Ciclo de pastejo – período de tempo entre o começo de um pastejo e o começo do próximo pastejo (soma do período de pastejo mais o período de repouso).
Cinzas – o resíduo remanescente após completa queima da matéria combustível, consiste principalmente de minerais na forma oxidada.
Composição botânica – proporção das várias espécies de plantas em relação ao total, em uma dada área. Pode ser expressa com base no peso seco (MS = matéria seca), cobertura e densidade.
Consorciação ou mistura – associação de espécies de gramíneas e de leguminosas em uma pastagem.
Consumo voluntário – consumo alcançado quando é oferecido um excesso de forragem ou de um simples alimento.
Corte estratificado – desfoliação das plantas forrageiras em diferentes alturas para avaliar a distribuição vertical dos componentes.
Densidade – número de indivíduos ou órgãos por unidade de área.
Densidade animal – número de animais por unidade de área em um específico tempo (ilustrar com um sistema de pastoreio rotacional). Exemplo: 2 vacas ha-1 no piquete 1 (em quatro piquetes de 1 ha = lotação de 0,5 vaca ha-1 ).
Desfrute – é a percentagem do total do rebanho que é abatido anualmente.
Diferimento – suspensão do pastejo até que as espécies mais importantes tenham sementado ou recuperado o vigor ou ainda, permitido o estabelecimento de novas plantas; ou acumular forragem para posterior aproveitamento.
Disponibilidade ou massa de forragem – é a quantidade de forragem instantânea que os animais podem ter acesso por unidade de área de solo quando cortada a alguma altura de resteva. É a porção das plantas forrageiras expressa como peso de forragem por unidade de área, que é acessível para consumo por especificado tipo, classe, sexo, tamanho, idade e condição fisiológica do animal em pastejo. Por exemplo: 2.000 kg MS ha-1 a 7,5cm de altura de resteva.
Dominância apical – efeito inibitório de gema apical sobre gemas laterais. Fotoassimilados destinados prioritariamente para crescimento do afilho ou haste principal.
Dossel (canopy) – distribuição e arranjamento da parte aérea de plantas forrageiras. Parte aérea de plantas em sua posição natural de crescimento. Usualmente expresso com percentagem do solo ocupado ou como índice de área foliar (IAF).
Eficiência de pastejo – forragem consumida como percentagem da massa de forragem (em um pastejo) ou da forragem acumulada na estação de crescimento.
Energia digestível (ED) – EB (energia bruta) consumida menos a energia fecal, expresso como calorias por unidade de MS consumida.
Energia metabolizável (EM) – ED menos a energia perdida do rúmen como metano e energia perdida como urina.
Energia líquida (EL) – EM menos a energia perdida em incremento de calor.
Espectroscopia de absorção atômica – observação por meio de um equipamento ótico (espectroscópio) do comprimento de onda e intensidade da radiação eletromagnética (luz) absorvido por vários materiais. Cada elemento absorve um comprimento de onda bem definido em um nível atômico. Os comprimentos de onda são absorvidos nas regiões do visível e infravermelho. Interpretação teórica das bandas leva ao conhecimento da estrutura atômica e molecular.
Estádio ou estágio de desenvolvimento - caracterização do estádio de desenvolvimento morfofisiológico das plantas em relação às condições ambientais por ocasião do desfolhamento.
Estabelecimento - compreende todas as práticas agronômicas envolvidas desde a semeadura ou plantio até obter-se umapastagem em condições de ser pastejada e persistir posteriormente.
Estresse – efeito causado por alguns agentes (bióticos ou abióticos) de magnitude variável que afeta a taxa de crescimento ou sobrevivência de um organismo.
Extrato etéreo – gordura, óleos, ceras e outros componentes similares que são extraídos com aquecimento de éter em análises químicas.
Extrativos não-nitrogenados – ENN – porção da planta altamente digestível, consistindo principalmente de carboidratos, que permanecem após a extração de proteína, cinza, fibra bruta, gordura, e conteúdo de umidade.
Fator antiqualitativo ou antinutricional – constituintes que tem efeito negativo no consumo de forragem ou que produz resposta negativa aos animais que consomem o constituinte (e.g., alcalóides, taninos).
FDA (fibra em detergente ácido) – resíduo insolúvel da extração de plantas forrageiras com ácido detergente (van Soest); constituinte da parede celular menos hemicelulose, i.e. a medida da celulose, lignina e fração fibrosa da pectina de forrageiras. FDA é comumente usado para predizer o conteúdo de energia de silagem de milho e outras forrageiras. Silagem de milho apresenta concentrações de FDA que varia de 18 a 26%. Forragem com menores teores de FDA apresenta maior concentração de energia e são, portanto, desejáveis.
FDN (fibra em detergente neutro) - é a medida do total da concentração de fibra da forragem. FDN é composto de celulose, hemicelulose e lignina. Fibra enche o trato digestivo rapidamente, significa que o animal consome menos e necessita mais ração suplementar. FDN em silagem de milho apresenta concentrações de 36 a 50%. Forragem com menor FDN é desejável.
Feno – plantas forrageiras colhidas e preservadas por secagem para menos de 20% de umidade.
4 - Terminologias Importantes Em Produção Animal III
Fibra – unidade de matéria caracterizada pelo comprimento de pelo menos 100 vezes o diâmetro ou largura. Em forragem ela geralmente significa parede celular, especialmente de baixa digestibilidade.
Forragem - todo alimento disponível para os animais. Pode ser pastejado ou fornecido no cocho. Pode ser de origem vegetal ou animal.
Forragem consumida – massa de forragem por unidade de área removida pelos animais em um simples ou uma série de pastejos (forragem desaparecida devido ao efeito do pisoteio e do crescimento das plantas forrageiras).
Forrageiras ou plantas forrageiras – geralmente biomassa aérea de plantas herbáceas de determinadas famílias que servem para alimentação animal (não inclui raízes, tubérculos e grãos).
Forragem residual – forragem que permanece na pastagem depois da desfolhação.
Fotoperíodo – período diário de exposição das plantas à luz.
Fotorrespiração – atividade respiratória devido a reação de O2 invés de CO2 durante a fotossíntese de plantas de estação fria durante um período de luz; não forma energia útil.
Frequência de corte - refere-se a repetição com que é feito os cortes ou desfolhações.
Ganho compensatório - consiste no ganho de peso mais rápido que os animais realizam quando passam de um regime alimentar deficiente para um bom regime alimentar.
Gema axilar – ápice meristemático localizado na junção da folha e caule; dá origem para afilhos em gramíneas e ramos e flores em dicotiledôneas.
Índice de área foliar (IAF) - relação entre a área foliar e a superfície do solo que ocupa.
Índice de valor nutritivo (IVN) – quantidade diária de forragem por unidade de peso metabólico relativo a uma forrageira padrão.
Intensidade de corte – refere-se ao total de material vegetal que permanece após desfolhamento, ou à quantidade que é removida. Correlaciona-se com área foliar remanescente.
Lignina – não é um carboidrato. É um composto orgânico de digestibilidade muito baixa que reforça a parede celular, especialmente em árvores.
Lotação - número de unidades animal por unidade de área em um específico período (não têm qualquer relação com a quantidade de forragem ofertada por animal).
Lotação fixa – um número fixo de unidades animal são assinalados em uma área de terra durante o tempo quando o pastejo é permitido. Exemplo: 2 animais ha-1 durante o ano todo.
Matéria seca (MS) - planta submetida a secagem até manter peso constante ( 60 o C por + ou – 48 horas), geralmente é determinado em estufa. Temperatura, 50 o C = respiração e acima 80 o C = efeito Maillard).
Matéria seca desaparecida (MSD) – (1) pastejo: forragem presente no início do período de pastejo mais o crescimento no período, menos a forragem presente no final do período (crescimento pode ser desconsiderado em sistema rotativo ou em faixas, se período de ocupação for de até 3 dias). (2) digestibilidade: perda de matéria seca da forragem exposta em digestão in vitro.
Método de pastejo – um procedimento definido ou técnica de pastejo desenhado para alcançar o(s) objetivo(s) específico(s).
NDT (nutrientes digestíveis total) – soma total de componentes orgânicos digestíveis de plantas forrageiras ou sementes; por exemplo, soma de proteína bruta, gordura, fibra e extrativos não nitrogenados.
NIRS (near infrared reflectance spectro scopy ou espectrometria de reflectância do infravermelho proximal) – método de análises do valor nutritivo de forragens baseado na espectrometria em comprimentos de onda próximos a região do infravermelho.
Oferta de forragem – é a quantidade de forragem que os animais podem ter acesso por unidade animal. Quando usada deve ser registrada a altura de resteva. (kg de matéria seca por kg de peso vivo = kg MS por kg PV). Relaciona unidade de massa forrageira por unidade de peso vivo animal. Oposto de pressão de pastejo.
Óxido crômico (Cr2 ) – substância química indigestível usada como indicador para estimar o consumo de animais na pastagem.
Palatabilidade – características das plantas que resulta em preferência de uma espécie, cultivar, ou partes de plantas sobre outra.
Pastagem – área cercada e coberta por plantas forrageiras sendo utilizadas como alimento pelos animais diretamente (pastejo). É uma área coberta por plantas forrageiras considerada uma unidade funcional de pastejo.
Pastagem nativa = natural = indígena ou campo nativo – pastagem que formou-se naturalmente durante longo período de tempo ou áreas modificadas pela interferência do homem, em alguns casos após um plantio inicial. Geralmente de baixa produtividade e sem potencial para cultivos anuais, pastejada por uma gama de animais e algumas vezes por gado bovino e ovino.
Pastagem perene ou permanente – composta de espécies perenes ou anuais com ressemeadura que permitem mantê- la indefinidamente com o propósito de pastejo.
Pastagem temporária – forrageiras cultivadas para serem pastejadas durante um período curto, geralmente não mais de uma estação de crescimento.
Pastejar – consumo de forragem “in situ” pelos animais.
5 - Terminologias Importantes Em Produção Animal IV
Pastejo com lotação contínua - sistema de utilização de uma pastagem no qual os animais têm acesso irrestrito e ininterrupto na área total da pastagem durante o tempo que o pastejo é permitido (evite pastejo contínuo, pois os animais não pastejam continuamente).
Pastejo creep (creep grazing) – pastagem adjacente com acesso exclusivo aos animais jovens (terneiros e cordeiros) sem acesso de suas mães.
Pastejo em dois grupos (primeiro e segundo; líderes e seguidores; grupo de despontadores e rapadores; (forward creep = quando terneiros, borregos, pastejam primeiro que as mães) – método que utiliza dois ou mais grupos de animais, usualmente com diferentes requerimentos nutricionais, para pastejar sequencialmente a mesma pastagem (primeiro vacas em lactação e após as vacas secas).
Pastejo diferido - sistema de utilização da pastagem no qual os animais não têm acesso à pastagem até a maturação das sementes, ou visando acumular forragem para período estratégico, como por exemplo, o outono e o inverno, ou ainda visando facilitar a recuperação de áreas em degradação, também usado até retornar a normalidade climática (tempo).
Pastejo intensivo – (Mob grazing) – pastejo por um grupo de animais relativamente grande,densidade alta por um curto período.
Pastejo misto – diferentes classes ou espécies de animais na mesma unidade de pastejo.
Pastejo ótimo – utilização adequada da forragem acumulada pelos animais sem induzir dano as plantas forrageiras.
Pastejo rotativo – sistema de utilização da pastagem no qual os animais são levados de uma pastagem para outra de acordo com um programa preestabelecido, ou de acordo com o desenvolvimento das plantas componentes. Em geral são utilizadas altas taxas de lotação por um período curto, seguido por um período de descanso para recuperação das plantas. Ciclo de pastejo é a soma dos períodos de pastejo e de descanso. (derivado - rotativo em faixas).
Pastejo zero (greenchop) – colheita mecânica de forragem e distribuída aos animais quando ainda fresca.
Perene – planta ou grupo de plantas que persistem por alguns anos, geralmente com um novo crescimento a partir de partes perenes.
Performance ou desempenho animal – produção por animal, mudança de peso ou produto animal por unidade de área.
Peso vivo – peso vivo após um período jejum (sem alimento e água, usualmente durante uma noite ou por 24 horas) para reduzir a variação do conteúdo do trato digestivo na contribuição do peso vivo. Massa corporal do animal.
Peso metabólico – relação entre a massa corporal e a superfície do animal. Calcula-se a partir da massa do animal (peso vivo x 0,75-1).
Planta pratense - planta que rebrota após o corte mecânico ou pastejo.
Planta C3 – planta que usa ribulose bisfosfato carboxilase como enzima para fixar carbono, com o primeiro produto sendo um ácido de 3 carbonos. Apresenta fotorrespiração.
Planta C4 – planta que usa fosfoenolpiruvato carboxilase como principal enzima para fixar carbono, com o primeiro produto sendo um ácido de 4 carbonos. Não apresenta fotorespiração.
Plantio – propagação vegetativa por meio de partes de planta (estolões, colmos, ou rizomas), geralmente em sulcos no solo.
Preservativos – aditivos usados para facilitar a conservação de forragem (protege contra a ação de microrganismos indesejáveis causadores de mofos, apodrecimento e descoloração).
Pressão de pastejo - relaciona peso animal pela oferta de forragem (kg de peso vivo por kg de forragem seca disponível = kg PV por kg MS). Unidade de peso vivo animal por unidade de massa de forragem. Oposto de oferta de forragem.
Pré-secado ou pré-murchado – forragem com aproximadamente 45% de umidade (tipicamente secada à campo) que é cortada, armazenada na ausência de ar e preservada por fermentação.
Proteína bruta (PB) – concentração de nitrogênio do alimento multiplicado por 6,25 (N x 6,25).
Proteína digestível (PD) – proteína do alimento menos proteína das fezes, expresso como percentagem da concentração no alimento.
Qualidade da forragem (QF) - incorpora valor nutritivo e consumo (QF = VN x consumo)
Qualidade de proteína – refere-se ao balanço de aminoácidos essenciais na proteína, bem como a disponibilidade da proteína. Em geral, a maioria dos cereais apresentam baixa concentração de proteína relativa às necessidades dos animais e então diz-se que apresentam baixa qualidade.
Quimiostático – teoria para regulação do consumo baseado do nível de nutrientes no sangue que sinaliza para o hipotálamo.
Ramoneio ou desponte – consumo de ramos e folhas “in situ” por animais folhas e ramos do crescimento de arbustos, árvores e outra vegetação não herbácea (brotos tenros).
Resistência – (1) habilidade da planta ou cultura de crescer e produzir mesmo quando inoculada ou infectada por um patógeno. (2) habilidade da planta em sobreviver a um período de estresse como seca, frio, ou calor.
Resteva – altura da porção basal do caule de plantas herbáceas em relação a superfície do solo que permanece após o corte mecânico ou pelos animais.
Seleção de dieta – remoção de alguma planta ou parte de planta em detrimento de outras.
6 - Terminologias Importantes Em Produção Animal V
Silagem – foragem que é cortada fresca, armazenada na ausência de ar e preservada pela fermentação (teor de umidade de aproximadamente 70%).
Sistema extensivo - em relação à pecuária, geralmente feito com grandes áreas que possuem limitações físicas ou químicas e que caracterizam pelos baixos índices zootécnicos.
Sistema intensivo - em relação à pecuária, caracteriza-se pela atividade em que se obtêm índices zootécnicos altos, por exemplo, natalidade alta (+80%), mortalidade baixa (- 5%), idade de abate baixa (< 2 anos), desfrute alto (> 20%), 10.000 kg leite ha-1 ano-1, >20 kg leite vaca-1 dia-1, etc.
Sobressemeadura – sementes de gramíneas e leguminosas semeadas sobre uma pastagem perene, normalmente espécies de estação fria sobre pastagem perene de estação quente (e.g., azevém e trevos sobre pastagem nativa ou pensacola, grama bermuda, quicuio, etc.).
Tanino – classe ampla de polifenóis solúveis que ocorrem naturalmente em muitas plantas. Eles têm uma propriedade comum de condensação de proteína que forma substância como o couro que é insolúvel e que dificultam a digestibilidade.
Taxa de lotação - número de unidades animal por unidade de área. Não guarda relação com a disponibilidade de forragem. Deve-se levar em conta a categoria dos animais.
Taxa de seleção – proporção do componente da dieta dividido pela proporção na pastagem. Por exemplo, Siratro (Macroptilium atropurpureum) participa com 50% na composição da pastagem e 25% da dieta (25/50 = 0,5, ou 50% de taxa de seleção).
Timpanismo ou empanzinamento – acumulação de gases excessiva no rúmen de animais que não consegue eliminar via esôfago, causando distensão do rúmen.
Unidade animal (UA) - considera-se a vaca adulta (500 kg), seca (não em lactação) em nível de manutenção, ou equivalente, expresso com peso vivo 0,75-1, em outros tipos ou classes de animais.
Unidade animal dia (UAD) – a quantidade de forragem seca consumida por um animal durante um período de 24 horas, mas o termo pode extrapolar para outros períodos, como uma semana, ou um mês, ou ano (e.g., unidade animal mês).
Valor nutritivo (VN) - relacionada com a composição química da forragem. Capacidade relativa de uma determinada forragem em nutrir os animais. Geralmente, relaciona-se bem com proteína bruta (PB), fibra detergente neutro (FDN), digestibilidade da matéria seca ou orgânica (DMS ou DMO), normalmente determinada “in vitro” (DIVMS ou DIVMO).
Vigor – indicativo de crescimento ativo; ausência relativa de doenças e outros agentes de estresse.
7 - Considerações Finais
O uso de termos apropriados pode determinar se o trabalho será bem ou mal entendido. Aconselha-se reservar algum tempo para desenvolver uma terminologia padronizada e correta para as medidas que são reportadas frequentemente. Além disso, encoraje estudantes e técnicos a escolherem as palavras apropriadas e serem consistentes em seu uso.
Não cause constrangimento em usar inadequadamente termos como, por exemplo: conteúdo que é a quantidade de um material (e.g. kg de MS em um campo de milho, kg de proteína em uma refeição) invés e vice-versa com concentração (quantidade de algum constituinte por unidade do total, e.g., grama de proteína bruta por kg de MS, grama de sal por L de solução).
8 - Referências Bibliográficas
BARNES, R. F.; MILLER, D. A.; NELSON, C. J. Glossary. In: BARNES, R. F.; MILLER, D. A.; NELSON, C. J. (Ed.). Forages: an introduction to grassland agriculture. 5.th ed. Ames: Iowa State University Press, 1995. v. 1, p. 487-501.
BARNES, R. F.; NELSON, C. J.; COLLINS, M.; MOORE, K. J. Glossary. In: BARNES, R. F.; NELSON, C. J.; COLLINS, M.; MOORE, K. J. (Ed.). Forages: an introduction to grassland agriculture. 6th. ed. Iowa: Blackwell Publisshing professional, 2003. v. 1, p. 517-538.
BERRETA, E. J.; NASCIMENTO JUNIOR, D. do; PACHECO, N. Glossario estructurado de terminos sobre pasturas y produccion animal. Montevideo: IICA-PROCISUR, 1991. 126 p. (PROCISUR. Dialogo, 32).
FORAGE AND GRAZING TERMINOLOGY COMMITTEE (FGTC). Terminology for grazing lands and grazing animals. Journal of Production Agriculture, Madison, v. 5, p. 191- 201, 1992.
MARASCHIN, G. E. Efeito do uso

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