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1
ISSN 2358-1018
www.vetsciencemagazine.com.br
EMERGÊNCIAS NA CLÍNICA VETERINÁRIA
CONDUTAS QUE SALVAM VIDAS!
Número 18
MAGAZINEum benefício para o cliente TECSA
2
MAQUINOGRAMA NÃO É HEMOGRAMA. CUIDADO!
A busca por diagnósticos rápidos na medicina veterinária está em ampla expansão. Assim, os exames 
laboratoriais já figuram no dia a dia das Clínicas e Hospitais como algo imprescindível para o bom 
exercício da profissão.Porém, a necessidade de exames mais ágeis não pode comprometer a qualidade 
e a precisão das análises. Existe uma diferença enorme entre um HEMOGRAMA – realizado 
por um Médico Veterinário Patologista Clínico ou Hematologista Veterinário e um exame gerado 
por uma máquina sem qualquer análise qualitativa – seja análise pré-analítica- seja na execução do 
hemograma (LEITURA DAS LÂMINAS), seja na fase pós-analítica – interpretação dos achados. 
Existe muita diferença entre os resultados destes maquinogramas e de Hemogramas realizados por 
especialista. Obviamente, quem comercializa estas máquinas sempre irá dizer que é a mesma coisa, 
mas aqui entra o discernimento e o olhar científico de pesquisadores. Bom, caros colegas, se fosse 
a mesma coisa não existiria a Profissão de Patologista Clínico ou de Hematologista – profissionais 
que estudam para analisar cada hemograma de forma única. Hemogramas felinos, por exemplo, 
jamais podem ser liberados apenas por leitura de máquinas – as particularidades encontradas na 
leitura das lâminas em felinos são inúmeras e fundamentais para o laudo final. Um Hemograma com 
problemas na coleta não será devidamente analisado pela máquina e o laudo poderá ter interferências 
nas análises, o que pode trazer sérias consequências para o diagnóstico clínico veterinário. Visando 
esta segurança, os laboratórios veterinários investem cada vez mais em novas tecnologias, como 
aparelhos com softwares calibrados para análises das diferentes espécies e tendo, ainda, a presença de 
um médico veterinário hematologista como responsável técnico para a leitura de cada lâmina. Este é 
o profissional qualificado que conhece as particularidades das diversas espécies e assegura a qualidade 
do exame.
Pesquisadores veterinários conseguiram definir os parâmetros fisiológicos laboratoriais, não somente 
nas espécies domésticas, mas também em animais silvestres, onde cada uma delas possui características 
próprias e diferenças que só um laboratório com médicos veterinários capacitados pode perceber e, 
assim, gerar o laudo correto para a espécie pesquisada. O Hematologista Veterinário é o garantidor 
da Qualidade do Produto final – o laudo - que será referência para a tomada de decisões pelo Clínico.
A contagem diferencial de leucócitos difere entre espécies e é fornecida pela análise conjunta dos 
equipamentos automatizados e pela leitura do esfregaço corado pelos Hematologistas veterinários, 
que avaliam as diferentes formas leucocitárias e as expressam de forma relativa e absoluta. Os 
neutrófilos carregam consigo informações valiosas como alterações tóxicas/corpúsculos de Dohlle. 
Os Linfócitos também carregam informações que a máquina não fornece, como a reatividade 
por estímulo antigênico, atipias devido à processos neoplásicos ou hemoparasitas Ex. Erliquiose). 
A avaliação microscópica é essencial para detectar a presença de bastonetes (desvio à esquerda) e 
informações importantes que a Lâmina pode conter, como por exemplo, presença de hemoparasitas 
(Anaplasma sp, Babesia sp e Erlichia canis) e corpúsculos de Lenz. Tais achados são encontrados 
apenas com a análise das lâminas, o que reforça a necessidade de um médico veterinário devidamente 
capacitado para reconhecê-los e descrevê-los em seu laudo.
Mediante todas essas informações e das particularidades entre espécies, conclui-se claramente que 
a leitura das lâminas e a análise e acompanhamento de um Médico Veterinário Hematologista ou 
Patologista Clinico é fundamental e imprescindível. Exames de máquinas, sem nenhuma análise por 
parte de médicos veterinários, são aceitáveis nas emergências – mas na rotina sempre devemos prezar 
pela excelência na qualidade de resultado deste importante exame. #maquinanaofazhemograma!
EDITORIAL
Luiz Eduardo Ristow
Diretor Presidente
Dr. Otávio Valério de Carvalho 
MV- Phd em Virologia Molecular 
Diretor Técnico 
4
Obs.: os artigos assinados são de inteira responsabilidade dos autores e não representam necessariamente, a visão e opinião do TECSA Laboratórios.
ÍNDICE
Editores/Publishers: 
Dr. Luiz Eduardo Ristow . CRMV-SP 5560S . CRMV-MG 3708 . 
ristow@tecsa.com.br
Dr. Afonso Alvarez Perez Jr. . afonsoperez@tecsa.com.br
Equipe de Médicos Veterinários TECSA . tecsa@tecsa.com.br
Diagramação: Sê Comunicação . se@secomunicacao.com.br
Contatos e Publicidade: 
comunicacao@tecsa.com.br
Av. do Contorno , nº 6226 , B. Funcionários, Belo Horizonte - MG – CEP 
30.110-042
PABX-(31) 3281-0500
Tiragem: 5000 revistas . Publicação Bimestral
Na Internet: 
www.vetsciencemagazine.com.br
CIRCULAÇÃO DIRIGIDA
A revista VetScience® Magazine é uma publicação do Grupo TECSA 
dirigida somente aos médicos veterinários, como parte do Projeto 
JORNADA DO CONHECIMENTO, criado pelo mesmo. Este projeto visa a 
universalização do conhecimento em Medicina Laboratorial Veterinária. 
A periodicidade é Bimestral, com artigos originais de pesquisa clínica 
e experimental, artigos de revisão sistemática de literatura, metanálise, 
artigos de opinião, comunicações, imagens e cartas ao editor.
Não é permitida a reprodução total ou parcial do conteúdo desta 
revista sem a prévia autorização do TECSA.
Os editores não podem se responsabilizar pelo abuso ou má aplicação do 
conteúdo da revista VetScience magazine.
Grupo TECSA – Referência de precisão, tecnologia e inovação 
desde 1994!
EXPEDIENTE
ISSN: 2358-1018
ÍNDICE
40. ANEMIAS EM FELINOS
36. MEDICINA DE FELINOS
06. FLUIDOTERAPIA EM PEQUENOS ANIMAIS
11. ANESTESIA NO PACIENTE CRÍTICO
16.PRINCÍPIOS GERAIS DA CIRURGIA DE URGÊNCIA
23.EPIDEMIOLOGIA DOS ACIDENTES OFÍDICOS EM ANIMAIS DE COMPANHIA
25.SEPSE E A SÍNDROME DA ANGÚSTIA RESPIRATÓRIA AGUDA (SARA)
28. HIPOCALCEMIA GRAVE COM SINAIS NEUROMUSCULARES PROVENIENTE DE HIPOPARATIREOIDISMO EM UM CÃO
30. RECEPÇÃO DE PACIENTES EM URGÊNCIA
35. DISTÚRBIOS ELETROLÍTICOS E DO EQUILÍBRIO ÁCIDO-BASE EM DOIS CASOS PRESUNTIVOS DE LEPTOSPIROSE CANINA COM ÓBITO PRECOCE
37. INFEÇÕES NOSOCOMIAIS 
06. EMERGÊNCIAS
Colaboraram neste número:
Dr. Anderson C. Camargo; Dr. Cláudio Roberto S. Mattoso; Dra. Daniele Silvano Gonçalves; Dr. Guilherme Stancioli; Dra. Isabela de Oliveira Avelar; Dra. Janete 
Madalena da Silva; Dr. João Paulo Fernandez Ferreira; Dr. João Paulo Franco; Dr. Luiz Eduardo Ristow; Dra. Luiza França Melo; Dra. Marcela Ribeiro Gasparini; 
Dr. Otávio Valério de Carvalho; Dr. Thiago Luis Santos Gonçalves, todos membros da Equipe de Médicos Veterinários do TECSA Laboratórios. Além do Médico 
Patologista Clínico Dr. Afonso Alvarez Perez Jr.
Contribuíram também para este número os renomados Colegas: Dra. Alice Volpi; Dra. Ana Maria R. Ferreira; Dr. Breno Curty Barbosa; Dra. Cíntia Cristina 
Martins Valadares de Souza; Dra. Gracy C.G. Marcello; Dra. Karoline Figueiredo Camargo; Dra. Maria Cristina N. Castro; Dr. Marthin R. Lempek; Dra. Marília 
Martins Melo; Dr. Nayro X. Alencar; Dr. Nuno Paixão; Dr. Rubens Antonio Carneiro; Dra. Taiane Rodrigues; Dra. Veruschka Kellermann Brauer e Dr. José Vieira-
reira; Dr. Warley Gomes dos Santos.
6
EMERGÊNCIAS
FLUIDOTERAPIA EM PEQUENOS ANIMAIS
Dra. Taiane Rodrigues, Médica Veterinaria, Serviço de Urgência, Cuidados Intensivos e Anestesia do Hospital VetCentral, Portugal.
 Dr. Nuno Paixao, Médico Veterinario, Diretor do Serviço de Urgência, Cuidados Intensivos e Anestesia do Hospital VetCentral, 
Portugal - Contacto: nunopaixao@hospvetcentral.pt
base de água, com moléculas pequenas, às 
quais, a membrana capilar é permeável, 
fazendo-os capazes de entrar em todos 
os compartimentoscorpóreos (KIRBY 
& RUDLOFF, 2008). A translocação 
desses fluidos do capilar ao espaço 
intersticial ocorre devido às forças de 
Starling. A solução de Ringer Lactato, 
por exemplo, quando administrada 
por via endovenosa, retém apenas 20% 
no espaço intravascular, tendo os 80% 
restantes localizados no interstício após, 
cerca de 1 hora. O fato do cristaloide 
participar de todo o plano de terapia 
hídrica que ocorre, ajudando o líquido 
intersticial a desempenhar seu papel 
no metabolismo e na sobrevivência da 
célula, o torna de grande importância 
(KIRBY & RUDLOFF, 2008). Estas 
soluções, ainda podem ser divididas em: 
Soluções de manutenção e soluções de 
reposição. As soluções de reposição 
são isotônicas, alcalinizantes ou 
acidificantes, e mesmo apresentando 
composição de eletrólitos semelhante 
ao plasma, possuem o sódio como base 
de constituição. Foram desenvolvidos 
para corrigir falhas específicas na 
concentração plasmática, assim como, 
na quantidade corporal total de 
eletrólitos e álcalis (Sódio, potássio, 
cloreto, bicarbonato, cálcio e fósforo). 
Por isso, podem ser utilizadas de forma 
rápida e em quantidades consideráveis, 
mas cuidadosas, sem interferir nas 
concentrações hidroeletrolíticas normais 
do plasma (MORAIS & TRAPP, 
1998; MONTIANI-FERREIRA 
& PACHALY, 2000). No entanto, a 
administração de grandes volumes pode 
causar uma redução na pressão oncótica 
plasmática, diluindo sua concentração 
de bicarbonato e resultando em uma 
acidemia dilucional, que poderá 
ser evitada se forem empregadas 
soluções que contenham lactato, 
acetato ou gluconato. Isto porque, 
estes, são precursores metabólicos 
do bicarbonato via biotransformação 
nos músculos, fígado e maioria dos 
tecidos (MONTIANI-FERREIRA 
& PACHALY, 2000). As principais 
soluções de reposição e os comentários 
relevantes estão no Quadro 2. Soluções 
de manutenção são administradas a 
pacientes ainda enfermos, porém, após 
a recuperação do déficit hídrico. Foram 
formuladas com o intuito de repor as 
perdas diárias normais de eletrólitos 
e líquidos hipotônicos, e também 
satisfazem as necessidades de potássio 
em pacientes que necessitem do mesmo. 
Caso sejam utilizados fluidos de 
reposição na terapia de manutenção, o 
excesso de eletrólitos é eliminado graças 
à função renal. Porém, se utilizados de 
forma prolongada, isso pode resultar 
em hipocalemia. Para evitarmos tal 
desequilíbrio, as soluções de reposição 
deverão ser adicionadas com cloreto 
de potássio (Figura 1), de forma que 
a concentração final deste eletrólito 
seja 20-30 mEq/L. Em comparação 
ao plasma, as soluções possuem uma 
quantidade mais elevada de potássio 
e muito mais baixa de sódio e de 
cloreto. Soluções de manutenção não 
são elaboradas para infusões rápidas 
(MORAIS et al., 2003). 
Para formular líquidos de manutenção 
próprios, estima-se que a necessidade 
seja de 40-60 mEq / L de sódio e 20-
30 mEq / L de potássio. A solução 
fisiológica de Nacl 0.9% tem 0 mEq 
/ L, enquanto o Ringer Lactato tem 
4mEq / L de potássio. Sendo assim, 
1. Introdução.
Perdas volêmicas são distúrbios 
comuns na prática veterinária e estão 
associadas a inúmeros fatores. Sua 
identificação é fácil e o seu tratamento, 
embora possa parecer simples, requer 
boa dose de critério e conhecimento. O 
sucesso desta terapia depende da escolha 
correta do fluido de acordo com o tipo 
de necessidade do paciente. E para 
isto, é necessário tanto o entendimento 
da fisiologia dos líquidos corporais, 
quanto da farmacologia das soluções 
empregadas.
2. Soluções empregadas na 
fluidoterapia.
Os cristaloides e colóides são as duas 
principais classes de líquidos utilizadas 
na fluidoterapia. Para uma visão geral da 
classificação destas soluções de acordo 
com critérios variáveis, o quadro abaixo 
(Quadro1) mostra, de forma simples, 
como podem ser divididas.
Quadro 1. Classificação das soluções utilizadas 
em fluidoterapia
1.De acordo com o 
tamanho molecular 
e permeabilidade 
capilar
1.1 Cristalóide
1.2 Colóide
2. De acordo com 
a osmolaridade 
ou tonicidade
2.1 Hipotônico
2.2 Isotônico
3. De acordo 
com a função 
pretendida
3.1 Manutenção
3.2 Reposição
 Normalmente, os cristaloides, como 
as soluções de NaCl 0,9%, NaCl 
0,45%, Ringer Lactato e Glicose 5%, 
são as soluções mais empregadas na 
fluidoterapia por serem constituídos à 
https://www.facebook.com/veruschka.kellermannbrauer?fref=nf
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EMERGÊNCIAS
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EMERGÊNCIAS NA CLÍNICA VETERINÁRIA
CONDUTAS QUE SALVAM VIDAS!
Número 18
MAGAZINEum benefício para o cliente TECSA
todos os pacientes que são submetidos 
à fluidoterapia e que não apresentem 
hipercalemia, devem ter a fluido 
suplementada com KCl diluído. Para 
isto, temos que 15 ml de KCl a 10% 
fornecem 20mEq de potássio. Logo, 
para obtenção de uma solução com 15 
mEq / L de potássio são necessários 
cerca de 10 mL de KCl a 10% por litro 
de Ringer Lactato (MORAIS et al, 
2000).
Figura1. Solução de Cloreto de potássio 
empregada para suplementação de algumas 
soluções cristalóides.
 A solução glicosada a 5% deve 
ser aplicada sempre de forma lenta, 
seja para repor déficits calculados, na 
administração de fármacos de infusão 
a uma velocidade constante ou em 
combinação com líquidos de reposição. 
No último caso, cria-se uma solução de 
ajuste para manutenção, o que resulta em 
um líquido de reposição parcialmente 
concentrado com glicose a 5%. Para isto, 
podemos adicionar 5 ampolas de glicse 
50% em 500mL de Ringer Lactato 
(Kirby e Rudloff, 2004). Tal solução, 
não deve ser utilizada como “fonte de 
calorias” para pacientes, pois, além de 
propiciar apenas 15% das necessidades 
calóricas de manutenção, a glicose é 
metabolizada e serve, somente, como 
fonte de água. Pode ser administrada 
a pacientes que apresentam alto-risco 
de desenvolver hipoglicemia, como aqueles com insulinomas ou choque séptico 
(MORAIS, 2002).
Quadro 2. Principais soluções de reposição e manutenção empregadas na fluidoterapia.
S o l u ç ã o 
isotônica 
de Ringer 
Lactato
- Composição similar ao L.E.C;
- pH 6.5;
- Características alcalinizantes, uma vez que o lactato sofre 
biotransformação hepática em bicarbonato, sendo, portanto, indicada 
para as acidoses metabólicas;
- É a mais versátil das soluções Empregadas;
- Por conter cálcio está contra indicada para pacientes hipercalcêmicos;
- Não deve ser administrada junto com hemoderivados, no mesmo 
cateter, pois causa precipitação do cálcio com o anticoagulante;
S o l u ç ã o 
isotônica 
de Ringer
- Características similares ao Ringer Lactato;
- Não contém lactato;
- Contém mais cloreto e mais cálcio que outras soluções, tornando-a 
levemente acidificante (ph 5,5);
- É a solução mais indicada para alcaloses metabólicas;
S o l u ç ã o 
isotônica 
de Nacl a 
0,9%
- Não é uma solução balanceada, pois contém apenas sódio, cloro e 
água;
- É acidificante, sendo indicada para pacientes com 
alcalose,hipoadrenocorticismo, insuficiência renal , oligúrica-anúrica 
e hipercalcemia;
S o l u ç ã o 
de Glicose 
5%
- Tem composição semelhante à solução de Nacl a 0,9%;
- Apresenta, porém, maior osmolalidade e ph 4,0;
 A utilização de colóides está indicada, 
quando se necessita melhorar o 
quadro de hipotensão e contribuir 
para manter a pressão oncótica 
(MAZZAFERRO, 2011) como, por 
exemplo, no tratamento da hipovolemia, 
já que resulta, rapidamente, em uma 
estabilidade hemodinâmica, assim 
como, em oxigenação tecidual adequada. 
A expansão dessas soluções além de ser 
mais duradoura, necessita de volumes 
menores se comparada às soluções 
salinas isotônicas. Por exemplo, a perda 
de 1 ml de sangue pode ser reposta com 
1 ml de coloide, porém, se utilizarmos 
soluções cristaloides, essa proporção é 
passa de 1:1 à 1:3 até 1:4 (PETTIFER, 
2007; FANTONI, 2008). Seu volume 
de expansão é definido pela distribuição, 
peso molecular, pressão oncótica, 
taxa de degradação, carga elétrica e 
limiar de eliminação (FANTONI & 
CARDOZO, 2012). A administraçãosem cuidados pode resultar em efeitos 
colaterais como coagulopatias, falência 
renal, reações anafiláticas e disfunção 
hepática. Por outro lado, a probabilidade 
 Por outro lado, os colóides, conhecidos 
por seu alto peso molecular, exercem 
efeito expansor, por possuírem macro 
moléculas incapazes de atravessar o 
endotélio capilar, permanecendo, assim, 
no espaço intravascular. (FANTONI, 
2008; CORTOPASSI & PATRICIO, 
2009). Podem ser classificados em 
naturais ou sintéticos (Quadro 3), de 
acordo com sua origem. Diferente 
da albumina no plasma, que contém 
moléculas de tamanho e peso iguais, 
os coloides sintéticos apresentam 
moléculas de peso e tamanho 
diversificados (PETTIFER, 2007; 
FANTONI & CARDOZO, 2012). Os 
tipos mais comuns de soluções coloidais 
e suas principais características, estão 
identificados no Quadro 4.
Quadro 3. Classificação dos colóides
1.Colóides 
Naturais
- Sangue fresco
- Albumina
2.Colóides 
Sintéticos
- Amidos
- Gelatina
8
EMERGÊNCIAS
de edema pulmonar ou edema periférico é menor com as soluções coloidais, assim 
como, o efeito deletério sobre a coagulação em decorrência da hemodiluição 
(FANTONI & CARDOZO, 2012). Também estão associados a menor neutrofilia 
e ação inflamatória e diminuiem a lesão endotelial coibindo o extravasamento de 
plasma para o interstício (FANTONI & CARDOZO, 2012). 
Quadro 4. Tipos e características das soluções coloidais.
Amidos - Menor risco de reações anafiláticas entre os colóides sintéticos;
- Relacionados à menor neutrofilia e reação inflamatória;
- Diminuem a lesão endotelial coibindo o extravasamento de plasma 
para o interstício;
Gelatina
- Grandes riscos de reações anafiláticas;
- Produzidas a partir do colágeno bovino;
- Podem ocorrer coagulopatias dilucionais após administração de 
grandes volumes;
- Respostas inflamatórias exacerbadas;
- Baixo custo;
Plasma - Capaz de aumentar o volume intravascular em até 5x o 
volume infundido devido à quantidade de albumina;
- Podem ser administrados por meio de transfusões;
- Por se tratar de um coloide natural apresenta menor 
risco de interferir na coagulação sanguínea;
-Menor risco de reações anafiláticas; 
- Alto custo;
Sangue 
Fresco
- Indicado quando além de restabelecer a volemia, é necessário repor 
eritrócitos;
- Alta capacidade de restabelecer o volume vascular;
- Devem ser realizados testes de compatibilidade antes do 
procedimento;
- Baixo risco de reações anafiláticas;
Figura 1. Solução colóide (Hidroxietilamido), Soluções cristaloides de Ringer Lactato e Nacl 0,9%, 
respectivamente.
3. Etapas da fluidoterapia
Depois de realizar a avaliação clínica 
do paciente, pode-se classificar o tipo 
e porcentagem de desidratação e/
ou hipovolemia que este apresenta. 
Sabendo disto, parte-se para a escolha 
do fluido a ser utilizado e como deve ser 
utilizado, levando em consideração que 
o programa de fluidoterapia compreende 
quatro etapas: Reanimação, reidratação, 
manutenção e reposição de perdas. A 
reanimação, normalmente, é crucial 
nos casos de urgência, onde se devem 
repor perdas ocorridas, de forma rápida, 
através de bolus, como por exemplo, 
nos casos de choque, que necessitam de 
reposição de grande volume de fluido 
em um pequeno espaço de tempo. O 
volume administrado deve ser o volume 
necessário para expandir o espaço 
intravascular, restabelecer a volemia e, 
consequentemente, perfusão e valores 
de pressões sanguíneas. A segunda fase, 
a reidratação, é a etapa de reposição, 
onde se calcula os déficits de fluidos e o 
percentual de desidratação do paciente, 
sendo realizada a administração da 
quantidade de fluido necessária para 
reidratá-lo. Esta reposição é feita, 
baseada na fórmula: VR (ml)= DH% 
x P x 10, onde “DH%” é o percentual 
de desidratação e “P” o peso. O tempo 
que essa reposição vai ocorrer, depende 
do tempo em que ocorreu a perda. 
Lembrando que em animais jovens a 
reposição pode ser feita em um intervalo 
mais curto, já em animais idosos, esta 
reposição não pode ser realizada tão 
rapidamente. Na manutenção, deve 
ser administrada a quantidade de fluido 
diária necessária. Geralmente, os valores 
calculados são de 40 ml/kg/dia para 
cães grandes e 60 ml/kg/dia para cães 
pequenos e gatos. A reposição de perdas 
corresponde às perdas posteriores, como 
por exemplo, nos casos de gastroenterites, 
onde se repõe a quantidade de fluido, 
através de bolus, para cada perda 
como vômito ou diarreia. Isto é um 
tanto quanto subjetivo, se levarmos em 
consideração que existem pacientes 
que não apresentam perdas posteriores 
como vômito, diarreia, hipertermia ou 
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EMERGÊNCIAS
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poliúria. Nesses casos, o volume total 
de fluidos administrados a tal paciente, 
será o de reidratação acrescido ao de 
manutenção. Se, por acaso, o paciente 
tem perdas posteriores baixas, como, 
por exemplo, hipertermia, esse volume 
pode ser aumentado em 10%, porque 
para cada grau de temperatura elevada 
que ele apresenta mais perda de fluidos 
vai ocorrer. Se as perdas são moderadas, 
com alguns vômitos e diarreias, o 
volume aumenta em 15 %. E para perdas 
posteriores elevadas, aumentamos 
para 20%. De acordo com um estudo 
realizado sobre a quantidade média de 
líquido que um paciente perde para cada 
episódio de vômito ou diarreia, os valores 
obtidos foram de 2,5ml/kg e 5ml/kg, 
respectivamente. Valores estes, que 
devem ser repostos em bolus, na mesma 
quantidade, utilizando cristaloides. É de 
suma importância lembrar que as taxas 
nunca são constantes, necessitando, 
de reavaliação e readaptação, sempre 
que seja necessário. Normalmente, os 
pacientes que estão a receber fluidos, 
devem ser avaliados a cada 6-8h para 
um plano terapêutico mais eficaz.
4. Vias de administração
Cateter
Periférico
• V. Cefálica
• V. Safena Medial 
/ Lateral
Cateter 
Central • V. Jugular• V. Femoral
Cateter 
Intra-Ósseo
• Úmero
• Fossa da Tíbia
5. Tipos de Cateter
Teflon - Rígido;- Reatividade moderada;
Silicone
- Quimicamente inerte;
- Suave;
- Flexível;
- Reatividade muito baixa;
- Reutilizável;
- Alto custo;
Poliuretanos
- Suave;
- Flexível;
- Reatividade moderada;
Polivinilclorado - Extremamente reativo;- Não deve ser utilizado;
Polipropileno - Extremamente reativo;- Não deve ser utilizado;
Polietileno - Extremamente reativo;- Não deve ser utilizado;
Figura 3. Cateteres venosos e seus respectivos calibres e tamanhos.
10
EMERGÊNCIAS
6. Conclusão
A terapia fluídica não é a panacéia 
universal e não substitui o diagnóstico 
correto e tratamento das causas primárias 
do desequilíbrio hidroeletrolítico. Além 
disso, devemos levar em consideração 
que é a solução que se adapta ao 
paciente e não o contrário. O que muitas 
vezes acontece, é que o profissional 
submete o paciente a um protocolo de 
administração de soluções, que nem 
sempre são adequadas, resultando 
em sérios distúrbios iatrogênicos. O 
emprego correto da fluidoterapia e do 
seu manejo depende do conhecimento 
da fisiologia dos líquidos corporais, 
da escolha do fluido e das causas 
relacionadas. Garantidamente, se isto 
ocorrer, a taxa de sucesso no tratamento 
aumenta consideravelmente.
Referências:
RUDLOFF, E.; KIRBY R. Fluid Resuscitation 
and the Trauma Patient. Veterinary Clinical 
Small Animal, v.38, p.645–652, 2008.
MORAIS, H.S.A.; TRAPP, S.M. Fluidoterapia: 
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American Veterinary Conference, 10, 2011, 
Lima. Proceedings… Lima: LAVC, 2011.
EXAMES REALIZADOS PELO TECSA LABORATÓRIOS
COD EXAMES DIAS
570 CHECK-UP GLOBAL DE FUNÇÕES 0
856 CHECK-UP CARDIORRENAL 2
233 CHECK-UP EMERGÊNCIA 0
331 PERFIL ELETROLÍTICO 1
788 CHECK UP GLOBAL DE FUNÇÕES COM 
HEMOGRAMA
0
235 CHECK-UP PÓS-OPERATÓRIO 1
591 COAGULOGRAMA 0
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ANESTESIA NO PACIENTE CRÍTICO
Dra. Juliana Meireles, Médica Veterinária, Serviço de Urgência, Cuidados Intensivos e Anestesia do Hospital VetCentral, Portugal.
Dr. Nuno Paixao, Médico Veterinário, Director do Serviço de Urgência, Cuidados Intensivos e Anestesia do Hospital VetCentral, Portugal 
Contacto: nunopaixao@hospvetcentral.pt
Avaliação do Paciente
Sistema respiratório
Deve-se avaliar frequência, padrão e 
esforço respiratório. Deve ser realizada 
também auscultação pulmonar, que 
fornecerá informações sobre a função 
respiratória do paciente. Qualquer 
anormalidade na auscultação (como 
sibilos, sons abafados e crepitação) deve 
ser investigada, sempre que possível, 
antes do procedimento anestésico, pois 
pode gerar complicações com risco 
de vida. A capacidade de transportar 
oxigênio também deve ser avaliada, 
mediante verificação dos níveis mínimos 
de hemoglobina. 
Sistema cardiovascular
Deve-se avaliar a cor das mucosas, 
o tempo de preenchimento capilar, 
a frequência cardíaca, o ritmo, a 
qualidade e a sincronicidade do pulso, 
além da pressão arterial. Assim como 
em relação ao sistema respiratório, 
qualquer anormalidade deve ser 
investigada, sempre que possível, antes 
do procedimento anestésico, com a 
finalidade de tornar o procedimento 
mais seguro para o paciente. 
Sistema nervoso
A anestesia é a depressão reversível do 
sistema nervoso central, e o anestesista 
baseia-se inclusive na avaliação deste 
sistema para avaliar a profundidade 
da anestesia através dos reflexos e 
tônus muscular. O desenvolvimento 
de um plano anestésico seguro e eficaz 
para os pacientes em questão requer o 
conhecimento do estado neurológico 
basal, ou seja, aquele anterior à 
administração de qualquer fármaco. 
Alguns medicamentos anestésicos 
podem resultar em alterações 
significativas na pressão intracraniana, 
com possibilidade de agravamento 
dos efeitos de eventual traumatismo 
craniano ou doença cerebral, razão pela 
qual se deve ter cuidado na escolha do 
protocolo a ser utilizado. 
Sistema renal
Para todos os pacientes, não só os em 
estado crítico, a anestesia pode afetar a 
função renal, através da diminuição da 
filtração glomerular ou diminuição do 
fluxo sanguíneo renal. Concretamente, 
uma má função renal com azotemia pode 
afetar a resposta aos agentes anestésicos, 
ocasionando maior sensibilidade do 
SNC. A insuficiência renal também 
pode afetar o estado ácido-base do 
paciente, resultando em um aumento 
do potássio sérico. Pacientes com níveis 
séricos de potássio maiores do que 5,5 
mEq/l não devem ser anestesiados, até 
que os níveis séricos do potássio tenham 
sido reduzidos. Por isso, os resultados da 
bioquímica sérica pré-anestesia devem 
ser analisados com o objetivo de se 
avaliar a função hepática, renal, estado 
ácido-base e os eletrólitos. 
Manejo da dor
O tratamento da dor é uma questão 
importante a ser considerada após o 
exame inicial do paciente crítico, porque 
ela se mostrou um fator poderoso na 
produção de instabilidade fisiológica 
nesses pacientes. Por isso, é fundamental 
que o seu controle seja tomado como 
uma das prioridades. 
A principal preocupação que se tem 
quando se inicia o tratamento da dor é 
que ocorra “desestabilização” do paciente, 
devido aos efeitos dos analgésicos. No 
entanto, essa preocupação é injustificada 
na maioria dos casos. 
Para o tratamento da dor, podem ser 
utilizados fármacos opióides, AINES, 
anestésicos locais e dissociativos. Eles 
devem ser escolhidos de acordo com 
suas propriedades farmacocinéticas e 
possíveis efeitos adversos. Vale ressaltar 
que os opióides são os fármacos mais 
Introdução
O paciente gravemente enfermo ou 
ferido representa um verdadeiro desafio 
no gerenciamento de anestesia e controle 
da dor, uma vez que, em razão do quadro 
instável, respondem de forma anormal a 
esses procedimentos. As reservas físicas 
e os mecanismos compensatórios estão, 
muitas vezes, reduzidos, resultando 
em pacientes mais frágeis, propensos a 
complicações e possivelmente incapazes 
de responder aos estresses adicionais 
da anestesia. Hipotensão, hipovolemia, 
hipercapnia, hipoxia, hipotermia, dor, 
arritmias e anormalidades eletrolíticas 
são alguns dos problemas potenciais 
para esses pacientes e que devem 
ser considerados na elaboração do 
protocolo anestésico, assim como o 
histórico do animal, os medicamentos 
previamente utilizados, o exame físico 
completo, os exames complementares 
necessários, os exames de emergência 
(glicemia, lactato, hematócrito, sólidos 
totais e eletrólitos) e o procedimento 
a ser realizado. É comum que surjam 
dúvidas acerca dos fármacos a escolher, 
das doses a serem utilizadas e em que 
ordem administrá-los. O conhecimento 
das particularidades dos diferentes 
compostos disponíveis, associado com 
a experiência clínica, influenciará 
diretamente nos índices de sucesso. É 
importante lembrar que, sempre que 
possível, a escolha dos fármacos deve ser 
feita após avaliação completa e detalhada 
do paciente, assim como estabilização 
respiratória e hemodinâmica. Ou seja, 
a tentação de apressar os pacientes 
instáveis para a anestesia/cirurgia 
deve ser evitada sempre que o risco da 
anestesia em um animal crítico for maior 
do que o do adiamento da cirurgia ou 
do procedimento, até que o animal seja 
estabilizado. 
12
EMERGÊNCIAS
utilizados para promover analgesia 
em pacientes críticos, porque são 
hemodinamicamente seguros.
Medicação pré-anestésica
A MPA não é comumente 
utilizada em pacientes traumatizados 
ou criticamente doentes, se o 
tratamento sistêmico da dor tiver sido 
implementado no período de avaliação. 
Se nenhuma analgesia foi previamente 
administrada, os opióides estão 
indicados e devem ser administrados, 
por serem fármacos seguros do ponto de 
vista cardiorrespiratório, embora possam 
causar uma depressão respiratória dose-
dependente.
Fármacos tranquilizantes, 
principalmente os benzodiazepínicos, 
podem ser necessários nos casos em 
que o animal está agitado ou que se 
deseja promover relaxamento muscular. 
Os fenotiazínicos também podem ser 
utilizados, desde que em baixas doses e 
em animais normovolêmicos. 
Os fármacos a serem utilizados 
devem ser escolhidos de acordo com o 
impacto hemodinâmico que promovem 
no paciente, a depressão cardiovascular 
e respiratória que causam, a eficiência 
do organismo para os metabolizar e 
eliminar e a incidência de afecções 
gástricas que promovem (náusea, 
regurgitação, salivação ou vômito). 
Nos pacientes letárgicos, deprimidos 
ou instáveis, a dose da maioria dos 
fármacos deve ser diminuída. Inclusive 
a MPA deve ser evitada nos casos em 
que seja desnecessária ou perigosa, 
passando-se imediatamente à indução 
anestésica. 
Tabela 1. Doses recomendadas de analgésicos, tranquilizantes e sedativos para uso em pacientes críticos.
Drogas Doses Comentários
OPIÓIDES
Morfina
0,1 a 1 mg/kg IM, SC, 
IV a cada 4-6 horas
0,1 a 0,5 mg/kg/h (infusão)
É agonista total dos receptoresmu. Pode causar salivação, vômito, 
retenção urinária, constipação intestinal e depressão respiratória 
leve. Possue baixo impacto cardiovascular, bom efeito sedativo, 
analgésico potente e efeito antitussígeno. Quando administrada 
pela via IV, pode causar liberação de histamina.
Fentanil
0,002 a 0,01 mg/kg IV a 
cada 20-30 minutos
0,0001 a 0,0007 mg/kg/min (infusão)
É agonista total dos receptores mu. Promove impacto 
cardiovascular e depressão respiratória de forma dose-dependente. 
Pode causar salivação. É muito utilizado em pacientes críticos. 
Analgésico potente e bom efeito sedativo.
Butorfanol
0,1 a 0,8 mg/kg IM, SC, 
IV a cada 1-2 horas
0,1 a 0,2 mg/kg/min (infusão)
É antagonista dos receptores mu e agonista dos receptores kappa. 
Possui efeito antitussígeno e sedativo leve. Recomendado para 
tratamento de dor leve. Promove baixo impacto cardiovascular e 
depressão respiratória, assim como menor ocorrência de efeitos 
gastrointestinais. 
Buprenorfina 0,01 a 0,03 mg/kg IM, SC, IV a cada 6-8 horas
É agonista parcial dos receptores mu. Promove baixo impacto 
cardiovascular e depressão respiratória, assim como menor 
ocorrência de efeitos gastrointestinais. Muito utilizada para tratar 
dor pós-operatória leve a moderada.
Metadona 0,2 a 1 mg/kg IM, IV, SC a cada 4-6 horas
É agonista total dos receptores mu.
Pode causar bradicardia, mas não demonstra depressão respiratória 
relevante. Promove sedação média e analgesia potente. Menor 
ocorrência de efeitos gastrointestinais.
Meperidina 2 a 5 mg/kg IM, IV, SC a cada 1-2 horas
É agonista total dos receptores mu. Promove menor atividade 
hipnótica, efeito constipante e ação sobre o centro da tosse, quando 
comparada à morfina. A depressão respiratória é semelhante a 
da morfina, assim como as alterações cardiovasculares. Promove 
sedação média e analgesia potente. Quando administrada pela via 
IV, pode causar liberação de histamina.
Naloxona 0,01 a 0,02 mg/kg IM, IV, SC Antagonista dos receptores mu e kappa e delta.
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BENZODIAZEPÍNICOS
Diazepam 0,1 a 0,5 mg/kg IV Mínima depressão cardiorrespiratória. Não promovem 
analgesia. Indicados para pacientes críticos e podem se 
combinar com opióides ou dissociativos. Promovem adequado 
relaxamento muscular, sedação e efeito anticonvulsivante.
Midazolam 0,1 a 0,5 mg/kg IM, SC, IV
0,1 a 0,5 mg/kg/h (infusão)
Flumazenil 0,01 a 0,05 mg/kg IM, IV Antagonista
FENOTIAZÍNICOS
Acepromazina 0,01 a 0,05 mg/kg IM, SC, IV Seu uso não está recomendado em pacientes críticos devido 
ao impacto negativo a nível cardiovascular (hipotensão e 
vasodilatação). Promovem boa sedação, são antieméticos e 
não possuem efeito analgésico. Efeito prolongado. Não existe 
antagonista. São antiarrítmicos. 
ALFA 2 AGONISTAS
Medetomidina 0,01 a 0,04 mg/kg IM, IV Promovem excelente analgesia, sedação e relaxamento muscular. 
Efeitos cardiovascular e respiratório relevantes, com hipertensão 
inicial seguida de hipotensão, bradicardia, vasoconstrição 
periférica intensa, arritmias e depressão respiratória. Podem 
provocar vômitos, hiperglicemia e diurese. Não recomendado 
para uso em pacientes críticos. 
Dexmedetomidina 0,001 a 0,01 mg/kg IM, IV
Atipamezole 0,05 a 0,1 mg/kg IM, IV Antagonistas
DISSOCIATIVO
Ketamina 2 a 5 mg/kg IV
5 a 10 mg/kg IM
Aumento da FC, contratilidade miocárdica, consumo de oxigênio 
pelo miocárdio e pressão arterial. Depressor do miocárdio 
em pacientes com sepse ou hipovolemia descompensada. Uso 
acompanhado de relaxante muscular. Promove boa analgesia. 
Deve-se ter cuidado com seu uso em pacientes com trauma 
crânioencefálico, devido ao aumento da PIC e pressão intra ocular. 
Indução e Manutenção Anestésica
Os pacientes traumatizados devem 
ser considerados com estômago 
cheio, de modo que a proteção das 
vias aéreas é uma prioridade. A lesão 
do SNC deve ser assumida, a menos 
que seja comprovado o contrário, e 
os medicamentos anestésicos devem 
ser selecionados de acordo. A pré-
oxigenação deve ser realizada antes 
da indução, pois permitirá tempo 
adicional para entubar o animal, o que 
se torna importante em animais com 
dificuldades respiratórias ou com via 
aérea de difícil entubação. É importante 
que a entubação seja realizada em todos 
os casos de anestesia geral, para controlar 
a ventilação e proteger a via aérea de 
possível aspiração. A indução anestésica, 
de maneira geral, requer menores 
doses nos pacientes críticos, quando 
comparados aos pacientes submetidos 
a procedimentos cirúrgicos eletivos. A 
indução com propofol ou etomidato 
deve ser feita de maneira lenta, para 
permitir a identificação da dose mínima 
necessária a entubação endotraqueal. 
A indução com propofol, entretanto, 
causa hipotensão, e isso aumenta o risco 
anestésico em pacientes hipovolêmicos 
ou com baixas reservas cardíacas. Uma 
alternativa de indução mais segura 
para pacientes hemodinamicamente 
instáveis é o uso de opióides, 
principalmente fentanil, associados aos 
benzodiazepínicos, para promover o 
relaxamento muscular adequado. Para 
facilitar a entubação pode-se realizar a 
dessensibilização tópica da laringe com 
lidocaína. 
Todos os anestésicos inalatórios 
14
EMERGÊNCIAS
promovem depressão cardiovascular, 
respiratória, diminuição do metabolismo 
cerebral, aumento do fluxo sanguíneo 
cerebral e aumento da PIC de forma dose 
dependente. Por isso, deve-se encontram 
a CAM mínima necessária para manter 
o paciente em plano anestésico/
cirúrgico com mínimos efeitos 
secundários. Nesse sentido, o uso de 
analgesia multimodal é o mais indicado. 
Técnicas de bloqueio locorregional 
são recomendadas para diminuir o 
requerimento dos anestésicos gerais 
e os fármacos mais utilizados nesses 
bloqueios são lidocaína e bupivacaína, 
sendo que o tempo de início da ação 
da lidocaína é menor (5 minutos), 
quando comparado ao da bupivacaína 
(15 minutos), enquanto que a duração 
da bupivacaína é maior (4 horas), 
quando comparada a da lidocaína (2 
horas). Outra alternativa para diminuir 
o requerimento dos agentes inalatórios 
é fornecer analgesia parenteral usando 
fármacos que tenham menos efeitos 
deletérios no desempenho cardíaco. A 
forma mais simples é administrar, de 
forma contínua, fármacos que tenham 
efeito analgésico pela via IV, sendo os 
mais utilizados os opióides, lidocaína e 
ketamina. 
Em pacientes com trauma 
crânioencefálico e aumento da PIC, a 
manutenção anestésica com agentes 
inalatórios não é indicada, pois pode 
induzir a desregulação do fluxo cerebral, 
como consequência da vasodilatação 
cerebrovascular. Nesses casos, pode 
ser mais seguro o uso do propofol 
em infusão contínua, como forma de 
manutenção anestésica. 
Tabela 2. Doses recomendadas de anestésicos para uso em pacientes críticos.
Drogas Doses Comentários
BARBITÚRICOS
Propofol
1 a 10 mg/kg IV (dose dependente)
0,005 a 0,2 mg/kg/min 
(infusão contínua)
Rápida indução anestésica (30 segundos) e curta duração (5 a 10 
minutos). Importante depressor cardiorrespiratório dose-dependente. 
Anticonvulsivante. Diminui a PIC. Não promove analgesia.
Etomidato 0,5 a 2 mg/kg IV
Rápida indução anestésica e eliminação. Pobre relaxamento muscular, 
por isso deve ser associado a sedativos ou tranquilizantes. Promove 
mínima depressão. Pode induzir aumento da PIC, por isso seu uso 
deve ser evitado em pacientes com trauma craniano. Não promove 
analgesia.
INALATÓRIOS
Isofluorano/ 
Sevofluorano/
Desfluorano
---
Promovem depressão cardiorrespiratória dose-dependente. 
Requerem adequada ventilação alveolar e débito cardíaco para serem 
absorvidos. 
Monitoração
O suporte transcirúrgico deve ser 
individualizado para cada paciente 
e orientado também por fatores 
identificados durante o período 
pré-cirúrgico. É importante que a 
monitorização seja a mais completa 
possível, avaliando principalmente 
eletrocardiografia (avaliaa função 
elétrica do coração), capnografia 
(método não invasivo para avaliar 
ventilação alveolar e perfusão pulmonar), 
oximetria de pulso (mede a saturação 
arterial de hemoglobina com oxigênio), 
controle da pressão arterial (oscilômetro, 
Doppler ou pressão arterial invasiva) e 
temperatura corporal (monitorada para 
definir quando são necessárias medidas 
de suporte). Mesmo após o término do 
período anestésico/cirúrgico o paciente 
crítico requer a mesma intensidade 
de monitoração e supervisão, sendo 
essencial uma unidade de cuidados 
intensivos, até que a recuperação do 
paciente seja completa. A administração 
de fluidos é necessária nesses pacientes, 
devido às perdas normais, somadas, 
eventualmente, às perdas excessivas 
e associadas às hemorragias, perdas 
gastrointestinais e consumo de água 
diminuído. Dessa forma, pacientes 
críticos geralmente se beneficiam 
quando têm mais de um acesso venoso 
(via de administração de escolha), 
possibilitando que múltiplos agentes 
e fluidos possam ser administrados 
durante e após o período anestésico. 
Ambos os fluidos, cristaloides (5-15 
ml/kg/h) e coloides (4ml/kg/bolus), 
podem ser apropriados, dependendo 
do caso. Animais com hipoalbunemia 
e hipovolemia se beneficiam de bolus 
de coloide, que pode aumentar o 
volume plasmático entre 2 e 4 ml por 
ml de colóide administrado. As perdas 
de sangue estimadas superiores a 25% 
indicam a necessidade de administração 
de componentes sanguíneos ou sangue 
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total, como forma de fornecer equilíbrio 
coloidal adequado e proporcionar 
capacidade de transporte de oxigênio 
aos tecidos. Além dos cuidados para 
manutenção do equilíbrio coloidal, pode 
ser necessária uma terapia específica 
para tratar a hipotensão. Agentes 
inotrópicos, como dopamina (0,003-
0,007 mg/kg/min) ou dobutamina 
(0,002-0,005 mg/kg/min), podem ser 
utilizados para aumentar a pressão 
sanguínea e estabelecer hemodinâmica 
estável.
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patient. Em P. Aldrigde, & L. O’dwyer, Practical 
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EXAMES REALIZADOS PELO TECSA LABORATÓRIOS
COD EXAMES DIAS
581 PERFIL GLICÊMICO 1
333 PERFIL HEPÁTICO 0
233 CHECK-UP EMERGÊNCIA 0
788 CHECK UP GLOBAL DE FUNÇÕES COM 
HEMOGRAMA
0
570 CHECK-UP GLOBAL DE FUNÇÕES 0
324 PERFIL BIOQUÍMICO 0
801 PERFIL CHECK-UP GLOBAL PLUS 1
331 PERFIL ELETROLÍTICO 1
348 PERFIL PRÉ-ANESTÉSICO I 0
345 PERFIL PRÉ-OPERATÓRIO 0
Kushner, L. I. (2010). Anesthetic protocols for 
systemically healthy cats. Em K. J. Drobatz, & 
M. F. Costello, Feline emergency and critical care 
medicine (pp. 53-61). Ames: Wiley-Blackwell.
Kushner, L. I. (2010). Guidelines for anesthesia 
in critically ill feline patients. Em K. J. Drobatz, 
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Blackwell.
Perkowski, S. Z. (2009). Sedation of the critically 
ill patient. Em D. C. Silverstein, & K. Hopper, 
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Raiser, J. L. Castro, & S. Santalucia, Trauma: 
uma abordagem clínico-cirúrgica (pp. 20-34). 
Curitiba: Medvep.
16
EMERGÊNCIAS
PRINCÍPIOS GERAIS DA CIRURGIA DE URGÊNCIA
Dra. Karoline Figueiredo Camargo, Médica Veterinaria, Serviço de Urgência, Cuidados Intensivos e Anestesia do Hospital VetCentral, Portugal
 Dr. Nuno Paixao, Médico Veterinario, Director do Serviço de Urgência, Cuidados Intensivos e Anestesia do Hospital VetCentral, Portugal 
Dra. Alice Volpi, Médica Veterinaria, Serviço de Urgência, Cuidados Intensivos e Anestesia do Hospital VetCentral, Portugal
1) Pacientes que necessitam cirurgia 
imediata para evitar a morte;
2) Pacientes hemodinamicamente 
instáveis e com lesões que contribuem 
significativamente para a morbilidade e 
que exigem intervenção cirúrgica;
3) Pacientes hemodinamicamente 
estáveis e podem ser operados conforme 
a gravidade das lesões. Em pacientes 
gravemente traumatizados onde há 
necessidade de intervenção cirúrgica 
urgente, pode ser realizado com pouca 
consideração pela assepsia, no entanto, 
preconizar ao máximo uma cirurgia 
limpa. Em casos que não é necessária 
uma cirurgia de salvação iminente, a 
reanimação apropriada e estabilização do 
paciente são essenciais antes da indução 
anestésica. Se o animal não estiver 
respondendo a reanimação volêmica e 
aos cuidados de suporte, deve-se ter em 
mente que o procedimento cirúrgico 
pode ser essencial para a estabilização.A 
determinação da estabilidade do paciente 
é crítica e é uma área de investigação 
em curso na medicina humana. 
Há pouca literatura na medicina 
veterinária sobre o momento ideal para 
a intervenção cirúrgica. Complicações 
em paciente com trauma severo são 
frequentemente associadas à lesões 
teciduais graves e desenvolvimento de 
um estado inflamatório geral. O trauma 
induzido pela cirurgia contribui para a 
inflamação e se for realizada durante 
a fase inflamatória sistêmica, podem 
ocorrer efeitos adversos. A complicação 
mais significativa da cirurgia com 
tempo inadequado é o potencial para 
desenvolver falha de múltiplos órgãos 
(MOF).
Todo hospital ou clínica veterinária 
admite frequentemente pacientes em 
estado de urgência, no qual alguns 
podem exigir intervenção cirúrgica 
de emergência em minutos a horas 
de chegada. Garantir que o hospital 
esteja preparado para receber esses 
animais é primordial para um resultado 
bem sucedido. Esta preparação inclui 
assegurar que o estabelecimento esteja 
adequadamente equipado e com 
uma equipe de médicos veterinários 
competentes com conhecimentos e 
habilidades necessárias para avaliar, 
priorizar, estabilizar e proporcionar 
cuidados definitivos. O Médico 
Veterinário deve ser rápido e eficiente 
em sua triagem e avaliação inicial 
do paciente para determinar a 
gravidade do quadro clínico e se há 
necessidade de intervenção cirúrgica. 
É primordial haver prontidão para 
realização de procedimentos cirúrgicos 
potencialmente vitais, incluindo acesso 
vascular, manobras para controle de 
hemorragias ativas e toracotomia 
de emergência para reanimação 
cardiopulmonar aberta. Celiotomia de 
emergência pode ser necessária para 
controle de hemorragias, dilatação 
vólvulo-gástrica, remoções de corpos 
estranhos no trato gastrointestinal, 
rupturas em sistema urinário, cesarianas 
de emergência, por exemplo. 
Procedimentos cirúrgicos, onde a morte 
é iminente, não devem ser adiados por 
qualquer motivo. O bom julgamento 
deve ser exercido, isso porque os riscos 
de realizar o procedimento devem 
ser ponderados contra os riscos de 
transporte e a cirurgia tardia. 
Os pacientes traumatizados podem 
ser classificados em três categorias: FIGURA 1: Trauma torácico em um cão. Fonte: Hospital Veterinário Vetcentral.
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Ambiente Hospitalar Organizado 
e Equipado
É primordial um centro cirúrgico 
organizado e equipado em casos 
que a intervenção cirúrgica de 
emergência é indicada. Uma sala 
equipada, incluindo monitores 
cardiorrespiratórios, ventilador 
anestésico, anestesia inalatória, bombas 
de fluidos, aquecedores de fluidos, 
aspirador cirúrgico e eletrocautério. 
Fluidos intravenosos devem estar 
disponíveis, incluindo cristalóides, 
colóidese sangue total, juntamente 
com materiais para autotransfusão, 
se necessário no paciente gravemente 
hemorrágico. O material cirúrgico 
deve estar devidamente esterilizado, 
juntamente com a vestimenta. Uma 
caixa cirúrgica básica deve conter 
todos os instrumentos para realizar 
qualquer celiotomia exploratória. Os 
instrumentos curvos são preferidos 
sobre os retos, pois permitem uma 
melhor visualização dos tecidos a serem 
incisados. O uso de grampos cirúrgicos 
é útil para diminuir o tempo operatório 
e prevenir a morbidade quando usados 
adequadamente. Clipes vasculares 
proporcionam uma rápida e segura 
ligação vascular, desde que os vasos 
estejam entre um terço e dois terços 
do diâmetro do grampo. A prontidão 
não se refere apenas às instalações 
físicas, mas também à equipe. Esta 
deve ser composta por, no mínimo, três 
pessoas, incluindo o cirurgião, auxiliar 
e anestesista. O treinamento da equipe 
é vital, onde deve assumir a forma de 
sessões didáticas além de situações de 
emergências simuladas. 
Avaliação inicial do paciente
A avaliação primária de emergência 
deve ser rápida, direta e é regida 
pelo ABCD (Aiway – Breathing – 
Circulation – Disability) do trauma, 
com objetivo de avaliação da patência da 
via aérea, ventilação e respiração, estado 
hemodinâmico e por fim, avaliação 
da capacidade neurológica. 
A avaliação do sistema respiratório 
está focada na determinação da 
presença ou ausência de hipoxemia ou 
hipoventilação. A hipoxemia prolongada 
e o mau fornecimento de oxigênio no 
tecido podem resultar em falência de 
órgãos, portanto, devem ser tratados 
imediatamente. A permeabilidade da 
via aérea superior deve ser avaliada 
primeiro. A presença de estridor 
juntamente com dispnéia inspiratória, 
pode ser indicativo de obstrução 
de vias aéreas superiores. Todos os 
animais traumatizados, mesmo que 
não apresentem quadros de alterações 
respiratórias, a oxigenioterapia deve 
ser iniciada até sua estabilização. Se 
o paciente estiver com dispnéia grave 
ou apneia, a entubação endotraqueal 
imediata deve ser realizada e a ventilação 
por pressão positiva deve ser iniciada. A 
entubação endotraqueal dos pacientes 
críticos deve ser em posição dorsal ou 
lateral, com a cabeça na mesma altura que 
o coração para preservar a oxigenação 
cerebral, já que na posição ventral ocorre 
diminuição do fluxo sanguíneo. Avaliar 
o estado hemodinâmico do animal, 
isto é, coloração das mucosas, tempo 
de preenchimento capilar, temperatura 
corporal, frequência cardíaca e 
respiratória, pressões sanguíneas, 
pulso femoral e metatarsal e estado 
de hidratação. Os pacientes devem ser 
estabilizados o máximo possível antes da 
cirurgia. A estabilização do paciente se 
dá através do controle da hipoperfusão 
e hipoxigenação, com o objetivo de 
normalizar a oxigenação dos tecidos e 
a perfusão sanguínea. A hipoxigenação 
é revertida quando garantimos uma via 
aérea viável e uma respiração eficaz, 
juntamente com a oxigenioterapia. 
A hipoperfusão é revertida com 
fluidoterapia, controle das pressões 
sanguíneas e hemorragias ativas, 
restaurando assim, um volume efetivo 
de circulação e mantendo a capacidade 
de transporte de oxigênio. O cateter 
venoso deve ser o maior calibre possível 
para melhor administração de fluidos.
Diante de uma intervenção cirúrgica 
de urgência, devem ser priorizadas a 
reposição de fluidos e correção das 
anormalidades ácido-base e eletrólitos 
antes da indução anestésica. Na 
avaliação do paciente, incluir a inspeção, 
palpação, auscultação e percussão do 
abdome, com objetivo de localizar a dor e 
detectar presença de fluidos, órgãos com 
gases, massas sólidas, corpo estranho ou 
hérnias. Lembrando que, a manipulação 
de felinos deve ser realizada de forma 
gentil para evitar o estresse, em local 
silencioso e a quantidade mínima de 
pessoas no ambiente. A palpação 
abdominal é realizada para localizar a 
dor e obtermos diagnósticos diferenciais 
de acordo com a sua disseminação e 
localização anatomicamente. Além dos 
sinais gerais, os sinais de dor abdominal, 
como taquicardia, taquipnéia, ganidos 
ou gemidos e o enrijecimento dos 
músculos abdominais, espontaneamente 
ou em resposta à palpação. Deve-se 
saber que nem todos os felinos irão 
demonstrar dor na palpação, mesmo 
na presença de doença intra-abdominal 
significativa. Na inspeção visual 
é importante avaliar se há distensão 
abdominal, realizar o balotamento suave 
do abdômen para verificar se há presença 
de líquido livre. Presença de hematomas 
e lesões periumbilicais (Sinal de Cullen) 
podem ser sugestivos de injúrias, porém, 
trombocitopenia ou trombocitopatias 
devem ser considerados. Petéquias 
e equimoses pode ser sugestivo de 
coagulopatias. Realizar palpação retal 
para observar presença de sangue, 
melena, fraturas pélvicas ou outras 
patologias. Os sinais clínicos podem ser 
variados de acordo com a enfermidade 
acometida. O animal pode apresentar 
letargia ou depressão, anorexia, 
vômitos, desidratação, hipersalivação, 
hipertermia, taquipnéia, taquicardia e 
distensão abdominal. Os felinos podem 
apresentar uma postura com cotovelos 
abduzidos e pescoço distendido devido 
a dor, mudanças de comportamento 
como agressividade e relutância para 
se movimentar. Porém, alguns gatos 
podem não expressar dor à palpação 
abdominal mas não se deve descartar 
doença abdominal aguda. Os cães 
podem apresentar a “posição de oração” 
em casos de dor abdominal cranial 
18
EMERGÊNCIAS
intensa, como na pancreatite, por exemplo. No caso das obstruções intestinais, os sinais clínicos dependem do tempo decorrido 
entre a instalação da obstrução e a apresentação, da sua localização anatômica e se está completa ou parcialmente obstruído. 
estranhos, obstruções, perfurações ou 
neoplasias e também, coletar amostras 
guiadas. Entretanto é importante 
ressaltar a importância do lavado 
peritoneal diagnóstico (LPD) na 
ausência do método FAST, uma vez 
que o método apresenta índices de 
acurácia superiores a 95%. As principais 
indicações do método incluem os casos 
de abdome agudo, trauma abdominal, 
bem como nos casos que é preciso avaliar 
a presença de peritonite secundária a 
deiscência de pontos em pós cirúrgicos 
de enterotomia ou enteroanastomoses, 
por exemplo. O fluido abdominal deve 
ser analisado através da mensuração de 
glicemia, lactato, hematócrito, sólidos 
totais, creatinina, potássio e citologia 
do líquido. Efusões hemorrágicas 
são classificadas como traumática 
(traumas fechados, traumas penetrantes, 
mordeduras e armas de fogo) ou 
espontânea. A realização do hematócrito 
do fluido pode revelar hemorragia intra-
abdominal se revelar valores acima de 
2% a 5%. Em um estudo de 16 casos de 
felinos com hemoperitôneo espontâneo, 
12 casos (75%) foram associados em 
patologias hepáticas como neoplasias, 
necrose e amiloidose. Em outro 
estudo de 65 casos de hemoperitôneo 
espontâneo, 46% dos gatos tinham 
neoplasia abdominal e 54% não tinham 
neoplasias associada e sim, apresentavam 
necrose hepática ou coagulopatias. 
Hemangiossarcoma foi a neoplasia mais 
comumente diagnosticada. A análise 
bioquímica do fluido abdominal não 
diluído é uma importante ferramenta 
de diagnóstico para identificar a 
origem da causa. Valores de creatinina 
e potássio no líquido peritoneal acima 
dos valores séricos indicam ruptura 
em algum segmento do trato urinário 
– uroperitôneo. Valores de lactato 
superior a 2,5 mg/dL sugere peritonite 
séptica no cão. Valores de bilirrubina 
superior ao sérico sugere ruptura do 
trato biliar, geralmente nesses casos o 
fluido tem coloração esverdeado. A 
FIGURA 2: Obstrução intestinal em um cão devido a corpo estranho. FIGURA 3: Presença de áreas de necroses nas alças intestinais. Fonte: 
Hospital Veterinário Vetcentral.
Exames Complementares
Exames complementares são 
frequentemente necessários para se 
determinar a extensão da doença e 
confirmar o diagnóstico e a necessidade 
de intervenção cirúrgica, na qual 
incluem as análises sanguíneas, examesradiográficos e ultrassonográfico, 
abdominocentese, lavagem peritoneal e 
até avançar para celiotomia exploratória. 
Lactato, hematócrito, proteínas totais, 
glicemia, gases sanguíneos, eletrólitos 
e uma tira de urina são extremamente 
úteis na determinação da gravidade do 
quadro clínico. Outros exames incluem 
perfil bioquímico, hemograma completo, 
cultura de líquido abdominal/torácico e 
cultura de feridas. O uso do ultrassom 
na emergência através do AFAST e 
TFAST é um método de avaliação 
rápido e não invasivo, ao contrário do 
lavado peritoneal diagnóstico (LPD). 
É útil para detectar presença de líquido 
e ar livre, peritonite, organomegalia 
e alterações gastrointestinais diretas 
ou indiretas compatíveis com corpo 
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EMERGÊNCIAS
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EMERGÊNCIAS NA CLÍNICA VETERINÁRIA
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MAGAZINEum benefício para o cliente TECSA
diminuição da glicose no sangue pode 
estar associada a quadro de sepse e 
associada ao sintoma de dor abdominal 
aguda pode ser sugestivo de peritonite 
séptica. A mensuração de glicose entre 
o líquido abdominal e o sangue é uma 
forma de diagnostico bastante sensível 
(86%) e altamente especifico (100%) 
para peritonite séptica em gatos. Os 
valores de glicose superiores a 20 mg/
dL do sangue periférico para o fluido 
abdominal são sugestivos para a doença. 
No entanto, o diagnóstico definitivo 
de peritonite séptica deve-se basear 
na integração de exames citológicos, 
bioquímico e de imagem.
Preparação Cirúrgica do Paciente
É sempre indicada a preparação ampla 
da pele no paciente emergente, pois pode 
ser necessário a implantação de tubos 
ou drenos fora do campo cirúrgico. As 
dimensões do campo cirúrgico variam 
com a cirurgia em individual, mas em 
geral, deve-se incluir o mínimo de 
15-20 cm da extensão mais distante 
da incisão de pele. Assepsia cirúrgica 
adequada com Cloridrato de hexidina e 
o iodo povidona são os mais utilizados 
na rotina. O posicionamento adequado 
do paciente na mesa é essencial para 
garantir uma boa exposição. No entanto, 
a posição pode ter consequências 
negativas na ventilação e no estado 
hemodinâmico. As massas abdominais 
ou útero gravídico podem ocultar 
a veia cava abdominal quando o 
paciente é posicionado dorsalmente, 
diminuindo assim, a pré-carga e 
consequentemente o débito cardíaco. 
Colocar o animal em um ligeiro ângulo 
pode evitar essa complicação. 
 Os pacientes colocados em decúbito 
dorsal com os membros mantidos 
em posição amplamente estendida 
não conseguem manter uma boa 
ventilação. Uma maneira de diminuir 
o comprometimento ventilatório é 
dobrando os membros torácicos nos 
cotovelos até um ângulo de 90°.
Tempo Cirúrgico
O tempo operatório prolongado foi 
associado a uma maior morbilidade 
e mortalidade principalmente nos 
pacientes críticos. Em traumas graves, 
o tempo operatório não se deve exceder 
mais de uma hora. O tempo cirúrgico 
prolongado promove hipotermia, agrava 
a acidose e o quadro de coagulação, 
além de, dobrar a taxa de infecção a 
cada hora a mais de cirurgia. A cada 
hora de procedimento cirúrgico leva 
à perda de 4,6°C de temperatura 
corporal devido à exposição da 
cavidade. É primordial que o 
cirurgião tenha conhecimento profundo 
de anatomia, pois a cirurgia em pacientes 
traumatizados pode ser complicada e 
desafiadora, exigindo maior agilidade, 
delicadeza e competência da equipe. A 
técnica cirúrgica deve ser tão precisa 
quanto possível e os tecidos devem ser 
manipulados suavemente. 
Controle de Hemorragias
O hemoperitôneo é definido como 
uma acumulação patológica de sangue 
extravasado dentro da cavidade 
peritoneal que pode ser classificado em 
duas categorias: traumático e espontâneo. 
O hemoperitôneo traumático é 
resultado de traumatismo contundente 
ou penetrante e o espontâneo pode ser 
associado aos processos neoplásicos, 
coagulopatias congênitas ou adquiridas, 
torções hepáticas/esplênicas e dilatação 
vólvulo-gástrica.A decisão de prosseguir 
para intervenção cirúrgica deve ser feita 
uma vez que a terapia médica não seja 
efetiva, como por exemplo, quando há 
hipotensão não responsiva à reanimação 
volêmica com fluidos. Outras indicações 
para prosseguir com cirurgia incluem 
identificação de massa abdominal 
hemorrágica, ferida abdominal 
penetrante, sinais de isquemia de órgãos 
devido à torção. Os principais objetivos 
no tratamento de hemorragias incluem 
a redução do fluxo sanguíneo para a área 
afetada e o uso de agentes hemostáticos. 
Com técnicas hemostáticas apropriadas, 
a redução do fluxo sanguíneo permite 
que haja formação de coágulos. Os 
grandes vasos – incluindo aorta, artérias 
renais, veia cava e a artéria hepática e 
veia porta – podem ser temporariamente 
ocluídos de forma segura e por curto 
período de tempo (Tabela 1). Os meios 
de oclusão incluem o tamponamento 
digital ou com compressas, torniquete 
de Rummel ou por pinças vasculares 
atraumáticas (Satinsky ou Bulldog).
Tabela 1: Tempo limite para oclusão vascular para auxiliar na hemostasia cirúrgica.
TEMPO LIMITE PARA OCLUSÃO VASCULAR
VASO SANGUÍNEO TEMPO DE OCLUSÃO
Aorta ascendente (proximal à subclávia esquerda)
Aorta torácica descendente 
Tríade Portal
Artéria hepática
Artéria e veia esplênica
Artéria e veia renal
Aorta abdominal
Veia cava caudal (distal do fígado)
2 – 3 minutos
5 – 10 minutos
10 – 15 minutos
30 minutos
15 – 20 minutos
30 minutos
30 minutos
Sem tempo limite
20
EMERGÊNCIAS
 Em casos de hemorragia hepática 
grave, o controle temporário pode ser 
alcançado através da realização da 
Manobra de Pringle modificada, que 
tem como objetivo ocluir a tríade que 
compõe a veia porta, artéria hepática 
e o ducto biliar comum. A manobra 
controlará aproximadamente 70% 
do fluxo sanguíneo para o fígado e 
proporcionara um curto período de 
tempo para identificar claramente a 
lesão e assim, controlar definitivamente 
a hemorragia. A hemostasia definitiva 
pode ser atingida com pressão direta, 
suturas de feridas, ligaduras de vasos, 
clipes vasculares, tamponamento com 
omento viável, eletrocauterização, 
seladores de vasos (EnSeal®, 
Harmonic Scalpel®) ou remoção do 
tecido hemorrágico. Os materiais 
hemostáticos tópicos também podem 
auxiliar para o controle de hemorragias 
em determinadas situações. Colas de 
fibrinas, esponjas hemostáticas e celulose 
oxidada são produtos disponíveis. Nos 
casos de hemoperitôneo sem origem 
neoplásica ou séptica, a autotransfusão 
da hemorragia peritoneal pode ser 
realizada quando não há bolsas de 
sangue fresco disponíveis. Se o sangue 
autotransfundido estiver presente 
na cavidade por mais de uma hora, 
não é uma boa fonte de fatores de 
coagulação, pois estes foram esgotados 
pela hemorragia. Por esse motivo, os 
pacientes que recebem transfusões 
maciças de sangue autotransfundido, 
precisam de transfusão de plasma 
congelado fresco para fornecer fatores 
de coagulação.
O sangue deve ser coletado de forma 
mais asséptica possível, em recipientes 
estéreis e administrado intravenoso 
com filtro acoplado para remover 
contaminantes. Idealmente, o sangue do 
abdômen não é recomendado para uso 
de autotransfusão até que tenha sido 
determinado que não há contaminação 
grosseira do trato gastrointestinal, trato 
biliar ou neoplasias (hemangiossarcoma, 
por exemplo). Porém, em situações 
graves, o sangue deve ser coletado 
mesmo contaminado com organismos 
infecciosos ou células neoplásicas.A 
hemostasia precisa é importante em 
todos os pacientes, porém em pacientes 
críticos esta se torna mais complicada. 
As coagulopatias são comuns nesses 
animais. Coágulos sanguíneos e 
hematomas devem ser evitados porque 
ambos podem levar a um retardo na 
cicatrização e uma maior probabilidade 
de infecção.
Tubos de Alimentação e 
Descompressão Nasogástrica
Deve-se tomar uma decisão 
consciente em relação à colocação de um 
tubo de alimentação em cada paciente 
submetido a cirurgia de urgência. 
Idealmente, um tubo nasogástrico 
deve ser colocado para descompressãopós-operatória, alimentação enteral 
precoce e quando há suspeita de 
gastroparesia. Tubos gástricos ou em 
jejuno em pós operatórios de cirurgias 
gastrointestinal superior, incluindo a 
cirurgia hepatobiliar e pancreática, se 
caso houver dúvida de que a nutrição 
enteral não será tolerada dentro de 24 
a 48 horas.
Lavagem Peritoneal
Antes de fechar o abdômen, deve-se 
lavar com fluidos isotônicos aquecidos 
na quantidade proporcional ao grau 
de contaminação. Recomenda-se 200 
a 300 ml/kg de peso mínimo ou até 
que o efluente de lavagem seja limpo. 
Antibióticos intraperitoneais não são 
indicados, pois não demonstraram 
efeitos benéficos, além de causarem 
irritação à serosa dos órgãos. Assim 
como o uso de anti-sépticos no líquido 
de lavagem que podem levar a peritonite 
química, aumento da formação de 
adesão e retardo na cicatrização.
Drenagem Peritoneal
Em casos de peritonite, a drenagem 
peritoneal é indicada se a fonte de 
contaminação não for completamente 
controlada. Se a infecção anaeróbica 
for provável, uma segunda celiotomia 
deve ser planejada. Há duas opções de 
drenagem peritoneal descritas, aberta ou 
fechada. A drenagem abdominal aberta 
tem muitas desvantagens, incluído perda 
de proteínas, anormalidade eletrolíticas, 
perda de fluidos, potencial para infecção 
ascendente e risco de evisceração. A 
drenagem fechada é uma alternativa 
efetiva, onde drenos são implantados 
em abdômen cranial. Os drenos 
devem permanecer até a quantidade 
de fluidos produzidos esteja dentro 
dos limites fisiológicos (1-2 ml/kg/dia) 
e a citologia do fluido não apresente 
sinais de inflamação ou infecção ativa. 
Este método de drenagem é eficaz e 
minimiza a morbidade.
Controle de Danos
Todos os pacientes traumatizados 
estão sujeitos a apresentarem a tríade da 
morte que é composta por um quadro 
de acidose, hipotermia e coagulopatia. 
Portanto, diante de um paciente em 
emergência, a rapidez e eficiência é 
primordial para evitarmos a piora do 
quadro. Há pacientes politraumatizados 
que apresentam maior probabilidade de 
morte em um procedimento cirúrgico 
definitivo em relação a procedimentos 
cirúrgicos de reparação. A cirurgia de 
controle de danos tem como finalidade 
o controle de hemorragias, prevenção 
de infecções e evitando assim, mais 
danos ao paciente. Nos casos de trauma 
severo que requerem intervenção para 
controlar a hemorragia com risco de 
vida, as recomendações humanas atuais 
são para manter o tempo operacional de 
90 minutos ou menos para evitar a tríade 
da morte. Diante de um paciente com 
hemorragia massiva de difícil resolução 
definitiva é recomendado realizar uma 
hemostasia transitória compressiva 
mediante a utilização de compressas, 
que proporcionam pressão direta sobre 
os sangramentos. A aplicação deve ser 
feita por fora do órgão lesado e realizar 
pressão contra o parênquima do órgão.
Alguns cuidados devem ser 
ressaltados com a pressão exercida das 
compressas em vasos principais como 
a veia cava, no qual pode prejudicar o 
retorno venoso e aumentar a pressão 
intra-abdominal. O aumento na 
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pressão intra-abdominal pode levar à 
síndrome do compartilhamento, com 
diminuição da perfusão de órgãos, 
dificuldade respiratória e insuficiência 
renal e intestinal, secundariamente. 
Para evitar a pressão excessiva, deve 
ser colocado um material estéril - 
como por exemplo, plástico de soro 
fisiológico cortado em forma plana 
– e suturado nas bordas da linha alba 
como um curativo impermeável, o 
que ajuda a prevenir a perda de calor 
e perda de proteína, evitando assim, 
o desenvolvimento da síndrome 
compartimental. O tamponamento não 
tem efeito em hemorragias arteriais. 
Ao fechar a cavidade abdominal deve-
se certificar se não há sangramentos e 
verificar se não há aumento da pressão 
intra-abdominal. As compressas devem 
ser retiradas em, no máximo, 48 horas. 
Estudos comprovam que a incidência 
de sepse é de 16% quando estas são 
retiradas em 48 horas e o índice aumenta 
para 60% quando são removidas em 4 
dias. A temperatura corporal deve ser 
controlada e acidose tratada. Uma vez 
que o paciente se encontra mais estável, 
o abdômen é reexplorado e uma cirurgia 
definitiva é realizada como indicado. 
Para controle de vazamentos de órgãos 
são necessários procedimentos simples 
como ligadura de alças intestinais 
com fita cardíaca, sutura contínua ou 
grampeamento gástrico e intestinal. 
Anastomoses intestinais são evitadas 
nessa fase.
A cirurgia de controle de danos 
ortopédicos (“Damage Control 
Orthopedics” – DCO) é definido 
como uma intervenção minimamente 
traumática, menos agressiva a tecidos 
moles e menor perda sanguínea, 
com o objetivo de uma estabilização 
ortopédica para diminuir a resposta 
inflamatória. A osteossíntese pode ser 
feita com fixadores externos após a 
reanimação inicial do paciente. Após 
estabilização dos parâmetros clínicos, a 
cirurgia definitiva é então realizada com 
maior segurança. Nos casos de fratura 
pélvica, há necessidade extrema de 
checagem por toque retal para avaliar se 
há presença de extremidade de ossos da 
fratura, perfurações e sangramento retal, 
com o objetivo de definir a necessidade 
de intervenção imediata, sempre 
acompanhada da avaliação AFAST 
ultrassonográfica de urgência. 
Tríade da Morte 
Todos os pacientes traumatizados 
estão sujeitos a desenvolver a tríade da 
morte, na qual é definida pelo quadro 
de hipotermia, coagulopatia e acidose. 
Em estudos em medicina humana, 
cita que aproximadamente 50% dos 
pacientes traumatizados apresentam 
algum grau de hipotermia. É citado que 
a hipoperfusão causa a queda de 4° a 5 
° C por hora de perda de calor corporal, 
ainda mais exacerbado pela exposição 
de cavidades abertas ou órgãos, perda 
da capacidade de termorregulação em 
pacientes intoxicados ou com danos 
neurológicos e administração de 
fluidoterapia à temperatura ambiente, no 
qual a cada litro de fluido administrado 
diminui a temperatura corporal em 
0,5°C. Outros fatores que interferem 
na hipotermia é a idade do animal, 
peso corporal, severidade do trauma e 
anestésicos/sedativos. Um meio para 
minimizar esta questão, são o uso de 
circuitos de aquecimento em máquinas 
anestésicas, fluidoterapia aquecida e 
uso de colchões térmicos (aquecimento 
passivo) e secador (aquecimento ativo). 
A temperatura da sala de tratamento 
deve permanecer entre 25° - 30°C, o 
suficiente para permitir a termogênese 
e evitar a perda de calor. A l g u m a s 
consequências do quadro hipotérmico 
incluem: diminuição do débito 
cardíaco e isquemia do miocárdio, 
diminuição da resposta cardiovascular 
para catecolaminas (epinefrina), 
hipoxigenação tecidual e arritmias 
como fibrilação atrial e ventricular. A 
nível sanguíneo, ocorre diminuição da 
função dos fatores de coagulação e das 
plaquetas, dificultando a hemostasia 
e diminuição do número e função dos 
glóbulos brancos, aumentando assim, o 
risco de infecção, pneumonia e sepse. O 
quadro de acidose tem como o principal 
contribuidor a hipoperfusão tecidual. 
A anemia pela perda de sangue, a 
vasoconstrição periférica em resposta a 
hipotermia e hipovolemia, a diminuição 
geral do débito cardíaco, prejudicam 
gravemente a liberação de oxigênio para 
os tecidos. Isso resulta uma demanda 
excessivamente superior de oxigênio 
para os tecidos. Devido a isso, as células 
do organismo iniciam o metabolismo 
anaeróbio, resultando na produção 
de ácido lático como subproduto. A 
medida que a perfusão do paciente 
traumático agrava, o ácido lático 
rapidamente se acumula nos tecidos, 
resultando em acidose metabólica grave. 
É importante ressaltar que esse processo 
ocorre frequentemente na presença de 
sinais vitais normais ou ligeiramente 
anormais. As consequências da 
acidose ocorrem em diversos sistemas 
do organismo. No cardiovascular ocorre 
diminuiçãodo débito cardíaco e pressões 
sanguíneas, diminuição da resposta 
cardiovascular para catecolaminas 
(epinefrina), redução do limite para 
o desenvolvimento de fibrilação 
ventricular. Já no sistema respiratório 
causa hiperventilação e fadiga dos 
músculos respiratórios. No sistema 
nervoso central leva a diminuição do 
estado mental e coma. Alterações na 
função dos fatores de coagulação e 
das plaquetas também pode ocorrer. 
Uma causa adicional de acidose no 
paciente com trauma é a reanimação 
volêmica excessiva utilizando soluções 
cristalóides desequilibradas, como a 
solução salina que é acidificante. Essa 
acidose metabólica hiperclorêmica 
só serve para agravar a acidose lática 
existente do trauma. Além disso, há 
evidências de que o uso excessivo de 
cloreto pode aumentar a inflamação 
do tecido sistêmico e assim contribuir 
para a coagulopatia do trauma. Por 
último, o trauma também pode ter 
acidose respiratória. Isto é resultado 
de hipoventilação devido à depressão 
ou obstrução das vias respiratórias, 
resultando em hipercapnia. Em estudo 
na Medicina Humana mostrou que 
a função do sistema de coagulação foi 
22
EMERGÊNCIAS
reduzida em 55-70% quando o pH caiu 
de 7.4 para 7.0. O sistema de coagulação 
é uma série de reações enzimáticas 
complexas dependentes da temperatura 
e do pH que resultam na formação 
de coágulos sanguíneos responsáveis 
pela hemostasia. A coagulopatia pode 
ocorrer por algumas razões, no entanto, 
independente da causa especifica, a 
coagulopatia resulta no potencial de 
hemorragia continua no paciente com 
trauma hemorrágico. A coagulopatia no 
trauma ocorre não só pela hipotermia e 
acidose, mas também como resultado 
da perda de fatores de coagulação 
por hemorragia e hemodiluição. A 
coagulopatia devido à hemodiluição se 
dá quando reanimamos um paciente 
hemorrágico com fluidoterapia que 
não contem os mesmos fatores de 
coagulação que foram perdidos. Além 
disso, em pacientes críticos, uma série 
de reações enzimáticas pode levar a uma 
ativação anormal e excessiva do sistema 
de coagulação, causando a formação 
excessiva de coágulos. As transfusões 
sanguíneas são indicadas quando houver 
perdas agudas de sangue de mais de 
20% do volume sanguíneo do paciente, 
ou se os parâmetros de perfusão não 
estão melhorando com reanimação 
volêmica com fluidos. Quando há 
suspeita que o paciente esteja com 
distúrbios hemorrágicos, recomenda-
se a administração de plasma fresco 
congelado antes de sinais clínicos de 
coagulopatias.
Referências
SILVERSTEIN, D.; HOPPER, K. Small animal 
critical care medicine. 2 ed. St Louis: Saunders, 
2015.
DEMPSEY, S.M; EWING, P.J. A review of the 
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G. The Feline Patient. 4 ed.Iowa: Wiley – 
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FOSSUM, T.W. Small animal surgery. 3. ed. St. 
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EXAMES REALIZADOS PELO TECSA LABORATÓRIOS
COD EXAMES DIAS
581 PERFIL GLICÊMICO 1
836 PERFIL PRÉ-ANESTÉSICO II 0
331 PERFIL ELETROLÍTICO 1
570 CHECK-UP GLOBAL DE FUNÇÕES 0
801 PERFIL CHECK-UP GLOBAL PLUS 1
333 PERFIL HEPÁTICO 0
233 CHECK-UP EMERGÊNCIA 0
23
EMERGÊNCIAS
ISSN 2358-1018
www.vetsciencemagazine.com.br
EMERGÊNCIAS NA CLÍNICA VETERINÁRIA
CONDUTAS QUE SALVAM VIDAS!
Número 18
MAGAZINEum benefício para o cliente TECSA
EPIDEMIOLOGIA DOS ACIDENTES OFÍDICOS 
EM ANIMAIS DE COMPANHIA
Dr. Warley Gomes dos SANTOS1; Dra. Marília Martins MELO2
MV, MSc, DSc Ciência Animal, área de concentração Toxicologia e Plantas tóxicas pela Escola de Veterinária, UFMG. 
Professora titular de Toxicologia e Plantas tóxicas - Laboratório de Toxicologia Veterinária, EV, UFMG
respondido. Foram feitas as seguintes 
perguntas:
Descreva o nome popular das 
serpentes que tem causado acidentes em 
sua rotina:
Você já atendeu algum animal picado 
por serpentes?
Algum animal que você atendeu 
picado por serpente foi a óbito?
Há soro antiofídico no seu serviço 
médico-veterinário?
Qual a via que você administra o soro 
antiofídico?
Resultados e Discussão
Neste inquérito epidemiológico, 
foram obtidas respostas com abrangência 
de grande parte do território nacional, 
com respostas oriundas de 14 Unidades 
Federativas como a seguir:
Amazonas: 1
Bahia: 1
Distrito Federal: 2
Espírito Santo: 3
Goiânia: 1
Minas Gerais: 29
Pará: 4
Paraná: 5
Pernambuco: 16
Rio de Janeiro: 4
Rio Grande do Sul: 2
São Paulo: 24
Santa Catarina: 2
Tocantins: 1
Para a pergunta: Descreva o nome 
popular das serpentes que tem causado 
acidentes em sua rotina:
Foram obtidos 64 nomes de serpentes 
como causa de acidente na região 
do veterinário que respondeu. Deste 
universo de resposta, segue a seguinte 
distribuição: Bothrops spp 35 (54,68%); 
Crotalus spp 21 (32,81%); Micrurus 
spp 6 (9,37%); Lachesis spp 2 (3,12%). 
As serpentes do gênero Bothrops 
foram descritas pelos colegas quase 
na totalidade com o nome popular de 
jararaca. Ainda foi reportada como 
jararaquinha do rabo branco, jararacussu, 
urutu e cruzeira. As serpentes do 
gênero Crotalus, foram referidas em 
sua totalidade como cascavel. Para as 
serpentes do gênero Micrurus como 
coral e gênero Lachesis como surucucu.
Entre as 2 respostas por acidente por 
surucucu, uma resposta é do estado do 
Pará e a outra do interior do estado de 
São Paulo.
Em relação às respostas para acidentes 
por serpentes coral, 3 respostas são do 
estado de Pernambuco (50%); 1 resposta 
do estado do Pará; 1 Minas Gerais e 1 
São Paulo.
Para a pergunta se você já atendeu 
algum animal picado por serpentes, 
houve um total de 92 respostas, sendo 
que 53,3% afirmam já ter atendido 
algum animal vítima de acidente ofídico.
Introdução
O ofidismo é uma doença tropical 
comum que faz parte da lista das 
doenças negligenciadas, pois constitui 
um relevante problema de saúde 
coletiva, com mortalidade mundial 
estimada em cerca de 50.000 óbitos de 
pessoas por ano (Chippaux, 1998).No 
Brasil, as serpentes da família Viperidae 
são as principais envolvidas nos 
acidentes ofídicos que podem culminar 
com complicações e até mesmo o óbito 
(SINAN NET, 2016). Em medicina 
veterinária, por não haver um sistema 
de notificação de agravos obrigatório 
nos casos de acidentes ofídicos, detalhes 
epidemiológicos são desconhecidos. 
Outro fato, é que há muitas crenças e 
mitos em relação ao manejo clínico dos 
animais envenenados por serpentes, 
pois quase sempre ocorre um atraso ou 
não administração do soro antiofídico 
na vítima (Santos et al., 2013).O 
presente estudo objetiva conhecer o 
perfil epidemiológico aliado a outras 
características do acidente ofídico bem 
como utilização de soro antiofídico em 
cães e gatos.
Materiais e métodos
No presente estudo, foi realizado 
um inquérito epidemiológico e para 
isto, houve a aplicação de um breve 
questionário com perguntas com 
respostas fechadas. As perguntas 
envolviam aspectos epidemiológicos 
importantes para se conhecer em 
relação aos acidentes ofídicos em cães 
e gatos e também quanto à aspectos 
do tratamento nos envenenamentos 
ofídicos. O questionário foi

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