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Ciências Humanas e suas Tecnologias Módulo 7 – Sociologia Capitalismo x comunismo Capitalismo é definido como um sistema econômico baseado na propriedade privada dos meios de produção e propriedade intelectual, e na liberdade de contrato sobre estes bens (livre mercado). Estes requisitos motivam às pessoas ao acúmulo de capital e a investir este capital em projetos que aumentam a eficiência produtiva, resultando num aumento do padrão de vida da sociedade. Isto porque os produtos e serviços, devido à maior eficiência decorrente do progresso tecnológico que, por sua vez, foi causado pelo investimento do capital acumulado, se tornam progressivamente mais fáceis de adquirir (mais baratos). É importante notar que o capitalismo não é um sistema propriamente dito, pois ninguém é obrigado a acumular capital. Ele apenas é o resultado natural numa sociedade que respeita a propriedade privada e a liberdade de contrato. Nesse tipo de sociedade as pessoas são altamente motivadas a empregar seu capital da forma mais eficiente possível, minimizando o desperdício, já que isso lhes é lucrativo. E, se ocorrer o contrário, ou seja, as pessoas investirem mal o seu patrimônio, desperdiçando produção, irá amargurar prejuízos. De maneira geral o tamanho do lucro/prejuízo é proporcional ao acréscimo/decréscimo de riqueza gerado no processo. Comunismo refere-se à obra e às idéias de Karl Marx e, posteriormente, a diversos outros teóricos, notavelmente Friedrich Engels, Rosa Luxemburgo, Vladimir Lênin, entre outros. Uma das principais obras fundadoras desta corrente política é O Manifesto do Partido Comunista de Marx e Engels e a principal obra teórica é O Capital de Marx. As principais características do modelo de sociedade comunal proposto nas obras de Marx e Engels são: A inexistência das classes sociais. As necessidades de todas as pessoas supridas. A ausência do Estado. Para chegar a tal estado, Marx propõe uma fase de transição, com a tomada do poder pelos proletários para abolir a propriedade privada dos meios de produção e a conseqüente orientação da economia de forma planejada com o objetivo de suprir todas as necessidades da sociedade e seus indivíduos. Marx entende que, com as necessidades supridas, deixam de existir as classes sociais e, portanto, não existe mais a necessidade do Estado. Algumas vertentes do socialismo e do comunismo, identificadas como anarquistas, defendem a abolição imediata do Estado. Tornam-se mais visíveis as diferenças entre estes grupos quando se sabe que a primeira Associação Internacional dos Trabalhadores (AIT) terminou como resultado da cisão entre Marxistas (que acreditavam na necessidade de tomar o poder do Estado para realizar a revolução) e Bakuninistas (que acreditavam que não haveria revolução a menos que o Estado fosse abolido em simultâneo com o capitalismo). A teoria que dá base à construção do comunismo tem como ponto de partida a análise feita por Marx da sociedade capitalista. Segundo ele, a propriedade privada dos meios de produção, característica fundamental do capitalismo, só existe com a apropriação da mais-valia pela classe dominante, ou seja, a exploração do homem pelo homem é fundamental ao capitalismo. Marx acreditava que somente em uma sociedade sem classes sociais essa exploração não aconteceria. Considerava, ainda, que somente o proletariado [1] poderia, por uma luta política consciente e conseqüente de seu papel, derrubar o capitalismo, não para constituir um Estado para si, mas para acabar com as classes sociais e derrubar o Estado como instrumento político de existência das classes. A palavra comunismo apareceu pela primeira vez na imprensa em 1827, quando Robert Owen se referiu a socialistas e comunistas. Segundo ele, estes consideravam o capital comum mais benéfico do que o capital privado. As palavras socialismo e comunismo foram usadas como sinônimos durante todo o século XIX. A definição do termo comunismo é dada após a Revolução russa, no início do século XX, pois Vladimir Lênin entendia que o termo socialismo já estava desgastado e deturpado. Por sua teoria, o comunismo só seria atingido depois de uma fase de transição pelo socialismo, onde haveria ainda uma hierarquia de governo. Exercícios do Módulo 7: 1. (Modelo ENEM ) Observe os quadrinhos: (QUINO. Toda Mafalda. São Paulo: Martins Fontes, 1992). http://2.bp.blogspot.com/_N4-7hzJJjR4/SiX5XG5yPVI/AAAAAAAAACo/kWScODEMh-4/s1600-h/mafalda.bmp Os quadrinhos ilustram uma forma comum de explicar a pobreza e as desigualdades sociais. Assinale a alternativa que apresenta pressupostos utilizados pela teoria liberal clássica para compreender a existência da pobreza e que foram também assumidos pela personagem Susanita em suas falas. a) As desigualdades sociais podem ser compreendidas através da análise das relações de dominação entre classes, que determinam o sucesso ou o fracasso dos indivíduos. b) A existência da pobreza pode ser compreendida a partir do estudo das relações de produção resultantes da exploração de uma classe sobre a outra. c) A divisão em classes sociais no capitalismo está baseada na liberdade de concorrência; assim, a pobreza decorre das qualidades e das escolhas individuais. d) O empobrecimento de alguns setores sociais no capitalismo decorre da apropriação privada dos meios de produção, que dificulta a ascensão social da maioria da população. e) O empobrecimento de grande parte da população mundial decorre da definição pelo imperialismo de políticas econômicas discriminatórias. 2. ( Modelo ENEM) Em 1840, o francês Aléxis de Tocqueville (1805-1859), autor de A democracia na América, impressionado com o que viu em viagem aos Estados Unidos, escreveu que nos EUA, “a qualquer momento, um serviçal pode se tornar um senhor”. Por sua vez, o escritor brasileiro Luiz Fernando Veríssimo, autor de O analista de Bagé, disse, em 1999, ao se referir à situação social no Brasil: “tem gente se agarrando a poste para não cair na escala social e seqüestrando elevador para subir na vida”. As citações anteriores se referem diretamente a qual fenômeno social? a) Ao da estratificação, que diz respeito a uma forma de organização que se estrutura por meio da divisão da sociedade em estratos ou camadas sociais distintas, conforme algum tipo de critério estabelecido. b) Ao de status social, que diz respeito a um conjunto de direitos e deveres que marcam e diferenciam a posição de uma pessoa em suas relações com as outras. c) Ao dos papéis sociais, que se refere ao conjunto de comportamentos que os grupos e a sociedade em geral esperam que os indivíduos cumpram de acordo com o status que possuem. d) Ao da mobilidade social, que se refere ao movimento, à mudança de lugar de indivíduos ou grupos num determinado sistema de estratificação. e) Ao da massificação, que remete à homogeneização das condutas, das reações, desejos e necessidades dos indivíduos, sujeitando-os às idéias e objetos veiculados pelos sistemas midiáticos.
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