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1 SOCIOLOGIA AVA 2 Avaliação crítica-analítica sobre como as relações sociais de produção e o Estado são importantes para a compreensão do capitalismo. Aluno: Alberto Queiroz Curso: Administração 2 Situação problema: Marx e Engels compreenderam que as relações estabelecidas entre as classes são, em geral, marcadas pela opressão de uma classe sobre a outra. Ou seja, as relações sociais de produção eram baseadas na exploração do trabalho de uma classe sobre a outra e, em geral, esse processo era acompanhado de altas doses de violência. Para os autores, ao longo da história, os conflitos de classe são a mola propulsora das transformações e das mudanças. Nesta atividade, façam uma avaliação crítica-analítica sobre como as relações sociais de produção e o Estado são importantes para a compreensão do capitalismo. Para Marx e Engels, autores do Manifesto do Partido Comunista, a luta de classes se dava em um contexto político específico à uma época: A Revolução Industrial. No capitalismo a exploração se dá por meio da extração da mais-valia, porção do trabalho que garante o acumulo de capital ao capitalista. Esse processo não se dá de forma voluntária e exige domínio de uma classe sobre a outra, como colocam os autores. Durante a Revolução Industrial a divisão social das classes se dava entre burgueses e proletários, sendo os primeiros proprietários dos meios de produção e os últimos a força de trabalho. A teoria da mais-valia argumenta que os interesses do trabalhador e do capitalista são essencialmente opostos. Para a teoria marxista, é através da exploração de mais-valia absoluta e relativa que o capitalista obtém seus lucros. Dessa maneira, trabalhadores e capitalistas estão em classes opostas: o ganho de um representa a perda para o outro. Essa é, para a teoria marxista, a essência da luta de classes: o capitalista ganha à medida que o trabalhador perde. “Capital, por isso, não é apenas comando sobre trabalho, como dizia A. Smith. É essencialmente comando sobre trabalho não pago. (…) O segredo da auto expansão ou valorização do capital se reduz ao seu poder de dispor de uma quantidade determinada de trabalho alheio não pago.” (MARX, O Capital, Livro 1, Vol. 2, p. 617). Dessa maneira, a teoria marxista enxerga o capitalismo como um sistema pautado na exploração do trabalhador pela classe capitalista. Essa exploração só é possível, dizem Marx e Engels, pelo fato de que os trabalhadores são separados dos meios de produção. Como mencionamos anteriormente, o trabalhador é levado a vender sua força de trabalho para o capitalista, que detém esses meios. Pode se dizer que o capitalismo é uma forma de organização social marcada pela separação entre os proprietários, controladores dos meios de produção, como: máquinas, matérias -primas, instalações e os que não possuem e não controlam os meios de produção, dependendo exclusivamente da venda de sua força de trabalho, através do salário, para sobreviver. A divisão da sociedade capitalista, entre duas classes antagônicas: a burguesia exploradora e os trabalhadores explorados. A expansão das forças de produção e d a 3 organização do trabalho capitalista, com o assalariamento e a exploração da mais- valia, proporcionou um avanço tecnológico que ficou conhecido como Revolução Industrial. LORA,2009). A necessidade de exploração da mais-valia para a produção de capital e sua acumulação levou ao fortalecimento das relações sociais de produção capitalista. No aspecto econômico, ela resultou no desenvolvimento industrial, tecnológico e de meios de comunicação. Por outro lado, a exploração da mais -valia provocou a miséria de u m número crescente d e trabalhadores, que passaram a lutar por melhorias em suas condições de vida e trabalho. Dessa forma, para isso, criaram sindicatos e diversas formas de associação de trabalhadores através dos quais lutavam pela garantia de direitos. Com o acúmulo de experiências, os trabalhadores passaram também a perceber a necessidade de alcançar o poder político e econômico, no Estado e nas empresas, para que a exploração da mais -valia fosse extinta. Com isso, conquistaram o direito ao voto, o direito de organização e o direito de greve. Assim, pode-se perceber que o Capitalismo teve como um d os seus alicerces as relações sociais de produção, em que de um lado havia os proprietários dos meios de produção, procurando explora o máximo para conquistar lucros, e do outro lado a massa oprimida dos trabalhadores em que após muita luta conseguiram, com o passar dos anos, seus direitos. Porém, além dessas relações, existe também outro importante alicerce que fez com que o Capitalismo fosse adota do como uma organização social mundial. Em primeiro lugar, Marx considerava as condições materiais de uma sociedade como a base de sua estrutura social e da consciência humana. A forma do Estado, portanto, emerge da s relações d e produção, não do desenvolvimento geral da mente humana ou do conjunto das vontades humanas. Para Hegel, o Estado é eterno, não histórico; transcende a sociedade (ou seja, está acima da sociedade) como uma coletividade idealizada. O Estado, nesse contexto, seria uma estrutura que garantiria os interesses da classe dominante sobre a classe dominada. Por meio das normas do Direito Estatal estariam garantidas as dinâmicas de exploração da burguesia, por meio de um contrato de trabalho aparentemente imparcial, mas que beneficiaria mais o capitalista. Assim, o Estado seria sempre burguês. O Estado também estaria, assim, acima dos interesses particulares e das classes, assegurando que a competição entre os indivíduos e os grupos permanecesse em ordem, enquanto os interesses coletivos do todo social seriam preservados nas ações do próprio estado. (SIQUEIRA, et.al, 2013). O fato das classes sociais existirem e estabelecerem relações entre si não era nenhuma novidade, apenas constituía a base material, a chamada infraestrutura econômica da sociedade. No entanto, era necessário compreender o modo como se estabeleciam tais relações e quais conflitos e contradições podiam ali ser observados. Marx e Engels compreenderam que as relações estabelecidas entre as classes são, em geral, marcadas p ela opressão de uma classe sobre a outra. Ou seja, as relações sociais de produção eram baseadas na exploração do trabalho de uma ou umas classes sobre as outras e, em geral, esse processo era acompanhada de altas doses de violência. Desse modo, ao observarmos a base material da sociedade deve-se também entender o modo como os conflitos entre as classes se desenvolvem para daí termos uma visão de conjunto da própria história. 4 Segundo Donário e Santos em Teoria de Karl Marx: “...Marx entendia que as forças produtivas da sociedade evoluem mais rapidamente que as relações de produção, entrando em conflito com as relações de produção pelo que, a partir de certo ponto, o sistema encontra-se bloqueado. Abre-se então, diz Marx, "um a época de revolução social” que tem por função fazer desaparecer as antigas relações de produção e permitir o aparecimento de novas relações de produção mais conformes com o nível de desenvolvimento atingido pelas forças produtivas, as quais evoluem dinamicamente e a ritmos diferentes nas várias sociedades...” Em outras palavras, o entrelaçamento dos conceitos de modo de produção, relações sociais de produção e luta entre as classes permitiu a Marx formular uma teoria da história A grandes traços que pode ser mencionado como outras tantas épocas de progresso, na formação econômica da sociedade, o modo de produção asiático, o antigo, o feudal e o modernoburguês. As relações burguesas de produção são a última forma antagônica do processo social de produção; antagônica, não no sentido de um antagonismo individual, mas de um antagonismo que provém das condições sociais de vida dos indivíduos. As forças produtivas, porém, que desenvolvem no seio da sociedade burguesa criam ao mesmo tempo, as condições materiais para a solução desse antagonismo. Muito embora a exploração do trabalho e a luta de classes permaneça até os dias de hoje no capitalismo contemporâneo, a natureza desse sistema, em conjunto com uma infinidade de mudanças sociais, fez com que a distinção crua entre burgueses e proletários não mais representasse inteiramente as relações sociais de produção. De forma similar, o Estado moderno, ainda que continue a atender interesses capitalistas corporativos, não atua da mesma forma como a descrita por Marx. Podemos concluir que Karl Marx não aceitava a maneira com que o modo de produção era imposto e por isso criticava o capitalismo, já que as pessoas se submetiam a trabalhar por salários baixos e beneficiando os donos de indústrias e gerando a mais- valia. Ele acreditava que o homem não deveria ter mais do que o necessário para sobreviver, e assim ele abordava o fato dos trabalhadores nem receberem o valor necessário para se sustentarem. Grande parte dos trabalhadores não conseguiram ter acesso aos produtos que eles mesmo produziam, pois o salário não era suficiente. Eles também não tinham direito à saúde, moradia, educação. Isso era direito exclusivo de quem tinha dinheiro, causando essa desigualdade social. Todos os problemas advindos dessa situação não começaram nem ficaram na época de Marx ou de Engels. Começaram no início do capitalismo e seguem até os dias de hoje, na sociedade contemporânea, mas estão diminuindo devido à priorização dos direitos humanos, leis e direitos trabalhistas, aumentando assim a expectativa daqueles que esperam por melhoria de vida. 5 REFERÊNCIA SIQUEIRA, Sandra M. M e PEREIRA, Francisco. Marx Atual: a vigência do marxismo e os desafios da luta socialista. Salvador, BA: Arcadia, 2013. BEER, Max. História do Socialismo e das lutas sociais. São Paulo, Expressão Popular, 2006. LORA, Guillermo. A Revolução Permanente em Marx, Engels, Lênin e Trotsky. São Paulo: Edições Massas, 2009 Marx, Karl e Engels, Friedrich Manifesto do Partido Comunista. Estudos Avançados [online]. 1998, v. 12, n. 34 COSTA, Cristina. Sociologia :introdução à ciência da sociedade. 2. ed. São Paulo: Moderna, 1997. (p. 83- 98) https://www.ebiografia.com/karl_marx_ideias/ Materiais da disciplina
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