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Protecao do Meio Ambiente - final

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Brasília-DF. 
Proteção do Meio AMbiente
Elaboração
Marcel Anderson Borges Bento
Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração
Sumário
APRESENTAÇÃO ................................................................................................................................. 4
ORGANIZAÇÃO DO CADERNO DE ESTUDOS E PESQUISA .................................................................... 5
INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 7
UNIDADE I
PROTEÇÃO DO MEIO AMBIENTE ............................................................................................................ 9
CAPÍTULO 1
MEIO AMBIENTE DO TRABALHO ................................................................................................ 9
UNIDADE II
EXPOSIÇÃO AO RUÍDO E PROTEÇÃO NO MEIO AMBIENTE LABORAL ..................................................... 26
CAPÍTULO 1
ACÚSTICA E CONSERVAÇÃO AUDITIVA ................................................................................... 26
CAPÍTULO 2
PROGRAMA DE CONSERVAÇÃO AUDITIVA .............................................................................. 44
UNIDADE III
EXPOSIÇÃO À SÍLICA E IMPLEMENTAÇÃO DE PROTEÇÃO NO MEIO AMBIENTE LABORAL ....................... 61
CAPÍTULO 1
EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL À SÍLICA E ADOÇÃO DE MEDIDAS DE CONTROLE NO 
MEIO AMBIENTE DO TRABALHO .............................................................................................. 61
UNIDADE IV
VENTILAÇÃO INDUSTRIAL E A PROTEÇÃO DO MEIO AMBIENTE............................................................... 76
CAPÍTULO 1
VENTILAÇÃO INDUSTRIAL E AS MEDIDAS DE PROTEÇÃO COLETIVA NO CONTROLE DE 
EMISSÕES DE PARTICULADOS.................................................................................................. 76
REFERÊNCIAS ................................................................................................................................ 111
4
Apresentação
Caro aluno
A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se 
entendem necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade. 
Caracteriza-se pela atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela 
interatividade e modernidade de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da 
Educação a Distância – EaD.
Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade 
dos conhecimentos a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos 
específicos da área e atuar de forma competente e conscienciosa, como convém 
ao profissional que busca a formação continuada para vencer os desafios que a 
evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo.
Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo 
a facilitar sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na 
profissional. Utilize-a como instrumento para seu sucesso na carreira.
Conselho Editorial
5
Organização do Caderno 
de Estudos e Pesquisa
Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em 
capítulos, de forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos 
básicos, com questões para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam tornar 
sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também, fontes de consulta para 
aprofundar seus estudos com leituras e pesquisas complementares.
A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos 
Cadernos de Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes 
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor 
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita 
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante 
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As 
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Sugestão de estudo complementar
Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo, 
discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso.
Atenção
Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a 
síntese/conclusão do assunto abordado.
6
Saiba mais
Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões 
sobre o assunto abordado.
Sintetizando
Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o 
entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.
Para (não) finalizar
Texto integrador, ao final do módulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem 
ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado.
7
Introdução
O presente Caderno de Estudos e Pesquisa foi elaborado com o objetivo de propiciar 
conhecimentos acerca do contexto educacional com foco na proteção do meio ambiente 
do trabalho.
Cada unidade e capítulo estudados representarão as horas dedicadas e o novo 
conhecimento adquirido que proporcionará o entendimento e a execução das atividades 
educativas bem como as práticas desenvolvidas ao longo do curso. Lembrando sempre 
que você é protagonista da história que estamos construindo a partir de agora.
Este conteúdo permitirá aos estudantes de Engenharia de Segurança do Trabalho, 
conhecer os conceitos voltados à proteção do meio ambiente do trabalho e a sua relação 
com os riscos ambientais do trabalho, e estabelecer o desenvolvimento de técnicas 
para a redução dos riscos é o principal pilar que auxiliará e determinará o avanço da 
geração de pesquisadores e profissionais altamente capacitados a exercer profissões 
diversas (áreas de segurança e saúde do trabalho). Ainda estamos longe de entender 
completamente os processos que compõem sistemas ambientais. Faz parte desse 
contexto, voltar-se ao meio ambiente como um todo para entender e integrar as funções 
de cada ambiente.
Desde o início dos tempos, quando o homem tentava dominar a energia através do controle 
do fogo, ele passou a interferir diretamente no meio ambiente. Os impactos ambientais 
sofridos pela Terra devido à ação antrópica já são discutidos há muito tempo, mas para 
confrontar a ideia de que os recursos naturais são ilimitados, a questão ambiental passou 
a ser objeto de intensa preocupação para vários países, principalmente após 1970, com 
a primeira crise do petróleo, quando a sociedade de uma forma geral despertou para os 
limites dos recursos naturais.
Na última década do século XX, a tomada da consciência mundial quanto à importância 
das questões ambientais dissemina as abordagens que se fundamentam na premissa 
que: “os custos da qualidade de vida em seu orçamento, pagando o preço de manter 
limpo o ambiente em que vive” (VALE, 1996). 
Dessa forma, várias instituições econômicas e produtivas (fábricas, firmas, comércio 
etc.) passaram a inserir em sua cadeia produtiva os custos necessários para manter a 
qualidade de vida e o bem-estar coletivo. Paradigma esse que fez com que na metade da 
década de 1990, diversos normativos internacionais, do porte da ISO, concretizassem 
de forma coerente tal demanda da sociedade, passando as instituições a buscarem 
8
marcos conceituais e metodológicos como: certificação de qualidade, meio ambiente, 
de saúde e segurança. 
Esta apostila lhes fornecerá uma visão integrada da proteção do meio ambiente do 
trabalho para o início de uma carreira profissional, respeitando o real entendimento da 
complexidade desse processo.
Bons estudos!
Objetivos
 » Capacitar o aluno a compreender os principais conceitos associados à 
preservação do meio ambiente do trabalho e de poluição ambiental. Com 
ênfase na poluição sonora e emissão de particulados, ao desenvolvimento 
sustentável visando garantira qualidade de vida para as presentes e 
futuras gerações.
 » Desenvolver o conhecimento técnico voltado à aplicação de controles 
administrativos e de engenharia voltados para a proteção coletiva.
9
UNIDADE IPROTEÇÃO DO 
MEIO AMBIENTE
CAPÍTULO 1
Meio ambiente do trabalho
Introdução
O engenheiro de segurança do trabalho tem o papel de avaliar distintos ambientes 
laborais e garantir uma permanência saudável, individual ou coletiva, ao longo de 
toda jornada de trabalho. Para tanto, essas atribuições encontram-se disponíveis na 
Resolução no 325, de 1987, do CONFEA, art. 4o.
Esse profissional deve supervisionar, coordenar e orientar o SESMT, deve analisar 
cuidadosamente os riscos físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e de acidentes que 
possivelmente encontram-se em cada setor, por estabelecimento. Além disso, deve-se 
analisar as condições de segurança das instalações e equipamentos, com o objetivo de 
identificar os problemas de controle de risco, controle de poluição, higiene do trabalho, 
ergonomia, proteção contra incêndio e saneamento.
Portanto, será necessário planejar e implementar as ferramentas de gerenciamento e 
controle de riscos. O planejamento deve estar inserido no Programa de Prevenção de 
Riscos Ambientais e nele serão definidas as ações por meio de cronograma com intuito 
de eliminar os riscos ambientais identificados.
As ações propostas pelo engenheiro de segurança do trabalho (EST) contribuem 
para propor medidas de controle sobre grau de exposição e agentes de riscos físicos, 
químicos e biológicos, tais como: poluentes atmosféricos, ruídos, calor, radiação em 
geral e pressões anormais, caracterizando as atividades, operações e locais insalubres e 
perigosos desde que ultrapassados os limites de tolerância ou conforme a classificação 
de periculosidade determinada pela legislação vigente.
Percebe-se que mapear e controlar os riscos ambientais é uma atividade primordial ao 
EST, todavia, a investigação de acidentes e falhas possuem também um elevado grau 
10
UNIDADE I │ PROTEÇÃO DO MEIO AMBIENTE
de importância em suas atribuições, visto que a prevenção de acidentes de trabalho são 
decorrentes da antecipação. No entanto, o ônus será implementar ações corretivas e 
analisar os dados estatísticos dos principais desvios ocorridos ao longo do tempo.
Geralmente, os grandes estabelecimentos que possuem sistema de gestão integrado (SGI) 
ou profissionais capacitados nessas áreas, desenvolvem propostas para a implementação 
de políticas, programas, normas e regulamentos de segurança do trabalho nas companhias 
em busca da observância e do seu cumprimento por todos os envolvidos.
A proteção do meio ambiente do trabalho, envolve o comprometimento da alta direção 
na implementação dos novos processos de gestão da empresa e na adoção de sistemas de 
proteção coletiva. Esses sistemas são conhecidos pela redução de riscos diretos e indiretos. 
Os riscos diretos são aqueles presentes no meio e estão presentes no ambiente laboral. 
Os indiretos são aqueles com potencial e podem surgir durante a ocorrência de uma 
anomalia ou reação química, como o risco de incêndio, por exemplo. 
Portanto, o EST deve avaliar e fiscalizar a eficácia dos sistemas de proteção coletiva, 
inclusive os sistemas de proteção contra incêndio, assegurando-se de sua qualidade 
e eficiência. Essa atuação, envolve a etapa de especificação, aquisição, manipulação e 
armazenamento de substâncias químicas.
As atribuições contextualizadas representam o cumprimento dos requisitos legais 
estabelecidos em nossa Constituição, e caberá ao Estado, por meio do Ministério Público, 
a sua fiscalização junto às áreas econômicas e setores que prestam serviços à sociedade. 
Dentre eles, destacamos a saúde, o saneamento básico, a educação e a segurança.
Acredita-se que futuramente o Estado deverá possuir profissionais da engenharia de 
segurança em seu quadro técnico, eles serão responsáveis por garantir o cumprimento 
das normas vigentes e proporcionarão ações que reduzam os riscos aos trabalhadores 
e à comunidade.
Por meio desse arranjo de atribuições o EST dará visibilidade à proteção do meio 
ambiente do trabalho, da sociedade, da cultura e também do patrimônio histórico.
Portanto, essas atividades são definidas pela Resolução do CONFEA, elas buscam discernir 
e interpretar o direito ao trabalho, previsto no artigo 6o da Carta Magna, à luz das diretrizes 
fundamentais da dignidade da pessoa humana e do valor social do trabalho.
Sendo assim, cabe ao Estado garantir o Direito ao Trabalho para todo cidadão, ou seja, 
esse ambiente de trabalho deve atender às condições mínimas de higiene, de saúde e de 
segurança. O seu cumprimento corrobora na redução dos riscos inerentes ao ambiente 
laboral e configura o atendimento ao direito social (CF/1988, art. 7o, XXII).
11
PROTEÇÃO DO MEIO AMBIENTE │ UNIDADE I
Por fim, a adoção de medidas preventivas resulta na redução ou eliminação de 
ambientes e processos geradores de doenças ocupacionais, e na prevenção da 
integridade física e psíquica no ambiente laboral. Além disso, ela garante o controle, 
eliminação ou neutralização dos agentes nocivos à saúde, o que é direto fundamental 
do trabalhador.
O objetivo principal é o desenvolvimento do setor econômico, mantendo-se uma relação 
harmoniosa entre aqueles que estão envolvidos diretamente no processo de produção. 
Nesse caso, os trabalhadores, e a sociedade (relação indireta ou paralela) a fim de 
garantir a qualidade e preservação da vida às presentes e futuras gerações envolvidas 
em entidades públicas e/ou privadas.
Videoaula 1 – A introdução (apresentação e objetivos da proteção do meio 
ambiente do trabalho).
O meio ambiente do trabalho e os princípios 
da precaução e prevenção
O meio ambiente pode ser definido de diversas formas, dependendo do seu referencial. 
Para melhor contextualização da disciplina, daremos ênfase ao conceito dado pela 
Política Nacional de Meio Ambiente, ela definiu meio ambiente como um conjunto 
de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que 
permite, abrigar e reger a vida em todas as suas formas (art. 3o, inciso I, da Lei no 
6.938/1981).
Essa definição permitiu o surgimento normativo e legal, envolvendo todos os aspectos 
que promovem a vida em determinadas condições ambientais, visto que os ambientes 
são distintos e as formas de vida ali presentes também. 
Dessa forma, pode-se destacar a segregação conceitual de outros ambientes, dentre 
eles destacamos os de ordem natural, artificial, cultural e do trabalho, que receberam 
as seguintes definições: 
1. Meio ambiente natural.
2. Meio ambiente artificial.
3. Meio ambiente cultural.
4. Meio ambiente laboral.
12
UNIDADE I │ PROTEÇÃO DO MEIO AMBIENTE
Meio ambiente natural ou físico
É composto pelos recursos naturais: água, solo, ar atmosférico, fauna e flora (TENORIO, 
2018).
Está explicitado no Art. 225 da Constituição Federal, sendo que sua tutela imediata se 
encontra no Parágrafo I, incisos I e VII do referido Artigo:
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente 
equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de 
vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-
lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
§ 1o Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:
I – preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o 
manejo ecológico das espécies e ecossistemas;
[...]
VII – proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas 
que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de 
espécies ou submetam os animais a crueldade.
Fonte: Brasil, 1998.
Meio ambiente artificial
O meio ambiente artificial é formado pelos espaços urbanos, incluindo as edificações 
que são os espaços urbanos fechados, como, por exemplo, um prédio residencial e os 
equipamentos públicos urbanos abertos, como uma via pública, uma praça, dentre 
outros (TENORIO,2018).
Complementando essa conceituação, pode-se definir o meio ambiente artificial como 
o local onde o trabalhador exerce suas funções laborativas e que passa grande parte 
de sua vida. Não necessariamente o ambiente de uma empresa ou fábrica, mas o local 
onde se trabalha, que pode ser externo como o caso dos agricultores ou em máquinas 
como carros e ônibus.
Meio ambiente cultural
Conforme descrito nos artigos 215 e 216 da Constituição, considera-se meio ambiente 
cultural o patrimônio cultural nacional, incluindo as relações culturais, turísticas, 
arqueológicas, paisagísticas e naturais (TENORIO, 2018).
13
PROTEÇÃO DO MEIO AMBIENTE │ UNIDADE I
Esse patrimônio está previsto expressamente nos Artigos 215 e 216 da Constituição 
Federal:
Art. 215. O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos 
culturais e acesso às fontes da cultura nacional, e apoiará e incentivará 
a valorização e a difusão das manifestações culturais.
§ 1o O Estado protegerá as manifestações das culturas populares, 
indígenas e afro-brasileiras, e das de outros grupos participantes do 
processo civilizatório nacional.
§ 2o A lei disporá sobre a fixação de datas comemorativas de alta 
significação para os diferentes segmentos étnicos nacionais.
§ 3o A lei estabelecerá o Plano Nacional de Cultura, de duração 
plurianual, visando ao desenvolvimento cultural do País e à integração 
das ações do poder público que conduzem à:
I – defesa e valorização do patrimônio cultural brasileiro;
II – produção, promoção e difusão de bens culturais;
III – formação de pessoal qualificado para a gestão da cultura em suas 
múltiplas dimensões;
IV – democratização do acesso aos bens de cultura;
V – valorização da diversidade étnica e regional.
Fonte: Brasil, 1988.
Videoaula 2 – Principio da prevenção e da precaução e sua relação com o meio 
ambiente do trabalho.
Meio ambiente do trabalho
De acordo com Nogueira (2018), o meio ambiente do trabalho envolve um conjunto de 
fatores físicos, químicos, climáticos ou quaisquer outros que interligados, ou não, estão 
presentes e envolvem o local de trabalho do indivíduo, é natural admitir que o homem 
passou a integrar plenamente o meio ambiente no caminho para o desenvolvimento 
sustentável preconizado pela nova ordem ambiental mundial.
Para Grott (2003), o meio ambiente do trabalho faz parte do conceito mais amplo 
de ambiente, de forma que deve ser considerado como bem a ser protegido pelas 
14
UNIDADE I │ PROTEÇÃO DO MEIO AMBIENTE
legislações para que o trabalhador possa usufruir de uma melhor qualidade 
de vida.
O meio ambiente do trabalho é o local onde homens e mulheres desenvolvem suas 
atividades laborais (TENORIO, 2018).
Desse modo, para que o local seja considerado adequado para o trabalho, deverá 
apresentar, além de condições salubres, ausência de agentes que coloquem em risco o 
corpo físico e a saúde mental dos trabalhadores.
A tutela mediata do meio ambiente do trabalho se encontra no Art. 225, já transcrito, 
enquanto que no Art. 200, VIII, a CF/1988 tutela imediatamente o meio ambiente 
do trabalho, ao afirmar que compete ao Sistema Único de Saúde (SUS), colaborar na 
proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho (TENORIO, 2018).
Proteger o meio ambiente do trabalho significa proteção aos trabalhadores, mas 
também à saúde de agentes indiretos (comunidades periféricas aos estabelecimentos 
de labor), posto que um meio ambiente poluído por indústrias, por exemplo, afeta o 
meio ambiente interno e externo (NOGUEIRA, 2018).
A garantia de um meio ambiente do trabalho seguro e saudável está entre as prioridades 
de atuação do Ministério Público do Trabalho (MPT). Em sua atuação nessa área, o MPT 
se baseia no conceito de saúde e segurança elaborado pela Organização Mundial da 
Saúde (OMS), nas normas da Organização Internacional do Trabalho, na Constituição 
Federal, na CLT, bem como nas Portarias e Normas Regulamentadoras do Ministério 
do Trabalho e Emprego. O objetivo principal da atuação do MPT é prevenir para dar 
reais condições de saúde e segurança no trabalho visando aos interesses individuais e 
coletivos (NOGUEIRA, 2018).
Albuquerque (2011) complementa a função do MPT, apoiada pela Constituição Federal 
do Brasil (BRASIL, 1988) conferindo a efetividade ao mandamento constitucional do 
dever do Estado e direito de todos, a saúde do trabalhador custeada por todos e em 
especial pelas empresas, no tocante ao seguro acidentário, expressamente definido na 
Carta Magna, para cujo cometimento depende diretamente do complexo e amplíssimo 
Sistema Tributário Nacional por ela engendrado e estabelecido, conforme Art. 7o, inciso 
XXVIII e Art. 196 da CF.
Para tanto, entende-se ser importante o estudo e a aplicação dos princípios da 
prevenção e da precaução no âmbito do meio ambiente do trabalho. Essas ações 
visam distinguir tais princípios, sabendo-se que a prevenção diz respeito aos danos 
previsíveis e à precaução aos danos sobre os quais ainda não há certeza científica 
(NOGUEIRA, 2018).
15
PROTEÇÃO DO MEIO AMBIENTE │ UNIDADE I
Videoaula 3 – Meio Ambiente do Trabalho e a Carta Magna.
 
O meio ambiente do trabalho e a aplicabilidade 
dos princípios da precaução e prevenção
O ordenamento jurídico brasileiro, no âmbito do Direito Ambiental, tem como pilares 
diversos princípios, dentre eles os da prevenção e da precaução. Milaré (2005, p. 165) 
afirma que especialistas fazem uso do princípio da prevenção, enquanto outros se 
reportam ao princípio da precaução. “Outros, utilizam ambas as expressões, supondo 
ou não diferença entre elas”.
Apesar de aparentemente terem o mesmo significado, são princípios distintos, mesmo 
que sutilmente, que possuem relação entre si de gênero e espécie. Como bem destaca 
Sirvinskas (2008, p. 57):
[...] prevenção é gênero das espécies, ou seja, agir de forma a antecipar 
um fato. Precaução é agir com cautela, ou seja, ser preditivo e tomar 
atitudes de forma antecipada para evitar danos ao meio ambiente ou 
a terceiros. O conceito de prevenção é mais amplo do que precaução 
ou cautela.
Pesquise a respeito das ações preditivas, preventivas e corretivas. Cada 
significado corresponde à forma como o EST atua no dia a dia.
O princípio da prevenção é aquele que impõe a adoção de medidas mitigatórias de 
danos previsíveis. Antunes (2008) considera que o princípio está atrelado aos impactos 
ambientais já conhecidos e, dessa forma, é possível estabelecer um conjunto de ações 
baseadas na casualidade, sendo suficientes para a identificação de impactos futuros.
As fases decorrentes do estudo de licenciamento ambiental podem ser consideradas 
importantes ações do princípio da prevenção e, além disso, os estudos de impacto 
ambiental (EIA) e os relatórios de controle ambiental (RCA) são ferramentas importantes 
que integram a conceituação da prevenção. As condicionantes ambientais emitidas em 
cada fase do licenciamento ambiental têm o objetivo de prevenir os danos ambientais 
e age de forma a eliminar (sempre que possível) os danos que uma determinada 
atividade degradante causaria ao meio ambiente, caso não fosse solicitado ao órgão de 
licenciamento ambiental.
16
UNIDADE I │ PROTEÇÃO DO MEIO AMBIENTE
É no âmbito da prevenção/precaução que se destacam os estudos de impacto ambiental, 
os processos de licenciamento prévio e também as medidas punitivas, como forma de 
“estimulante negativo contra a prática de agressões ao meio ambiente” (FIORILLO, 2009).
Quanto ao princípio da precaução, segundo Milaré (2005), a incerteza científica milita 
em favor do meio ambiente, dando ao interessado o ônus de provar que as intervenções 
pretendidas não trarão consequências indesejadas para o meio ambiente. Por sua vez, 
o postulado da precaução pretende evitar o risco mínimo ao meio ambiente, nos casos 
de incerteza científica acerca de sua degradação (RODRIGUES, 2002).
Os princípios da prevenção e da precaução sejam eles entendidos como expressões 
sinônimas ou distintas, mas inter-relacionadas,apresentam-se como normas basilares 
do Direito Ambiental, ao passo que impõem que se deve priorizar medidas prévias de 
proteção ambiental ante a usual impossibilidade de reparação efetiva do meio ambiente. 
Nesse sentido, Milaré (2005) afirma que sua atenção está voltada para o momento 
anterior ao da consumação do dano – o do mero risco. Ou seja, diante da pouca valia 
da simples reparação, sempre incerta e, quando possível, excessivamente onerosa, a 
prevenção é a melhor, quando não a única, solução.
Feitas essas considerações acerca dos princípios da prevenção e da precaução, abordar-
se-á a sua aplicabilidade no meio ambiente do trabalho.
Os conceitos e definições a respeito dos princípios da prevenção e da precaução, no 
âmbito do Direito Ambiental, podem e devem ser utilizados para o entendimento 
no meio ambiente do trabalho, visto que as ações aplicadas em saúde e segurança 
do trabalho possuem o objetivo principal de prevenção e precaução. As ferramentas 
utilizadas nesse processo são os programas de prevenção, controle, laudos e registros 
para liberação e acompanhamento de atividades.
Como exposto, os princípios da prevenção e da precaução apresentam-se como base 
do Direito Ambiental. O meio ambiente do trabalho, como aspecto do conceito amplo 
de meio ambiente, por óbvio, não poderia ser uma exceção da influência desses dois 
princípios. Com efeito, o meio ambiente, inclusive o do trabalho, é correlacionado 
diretamente na Constituição Federal ao bem objeto de direito sobre o qual incide o 
interesse da coletividade: a saúde humana (DINIZ, 2009). 
Sabe-se que a legislação constitucional, atrelada às convenções internacionais e às 
normas regulamentadoras, procura dar consistência ao meio ambiente do trabalho e, 
dessa forma, representa a garantia de um ambiente seguro e que apresente menos riscos.
A Constituição Federal, ao tratar especificamente da saúde, em seu art. 196, deixa claro 
o caráter preventivo das políticas públicas. Evidencia que as normas constitucionais 
17
PROTEÇÃO DO MEIO AMBIENTE │ UNIDADE I
impõem caráter preventivo não só às políticas públicas diretamente relacionadas ao 
meio ambiente, mas também àquelas que com ele se relacionam:
Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido 
mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco 
de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações 
e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. 
Fonte: Brasil, 1988.
A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), em seu capítulo V, dispõe sobre as normas 
de segurança e a medicina do trabalho. De uma forma geral, esse capítulo se dedica a 
estabelecer a necessidade de promover os direitos e deveres dos empregados e empregadores 
a todas as normas legais vinculadas que tratem da segurança do trabalhador bem como da 
obrigação do Estado de regular, coordenar e fiscalizar a aplicação dessa normatização.
Nele percebe-se o tratamento das medidas necessárias à prevenção de acidentes ou 
de doenças adquiridas no ambiente laboral. Para tanto, recorre-se à necessidade da 
realização de exames admissionais, periódicos, mudança de função e retorno ao trabalho.
O capítulo aborda também a aquisição e fornecimento de equipamentos de proteção 
individuais e estabelece critérios para a construção de ambientes de trabalho, desde a 
estrutura física até as condições de conforto acústico, térmico e de iluminação.
As Normas Regulamentadoras (NR), aprovadas pela Portaria no 3.214/1978, tratam 
justamente do capítulo V, título II da CLT e têm como meta dar tratativa às condições 
ambientais do trabalho e apresentam caráter eminentemente preventivo. Destacam-se 
dentre elas as NR nos 2, 3, 7, 9, 15, 16, 17, 18, 31, 32, 33, 35 e 36, que preveem inspeções 
prévias nas instalações de estabelecimentos antes do início de suas atividades e ainda 
quando submetidas essas instalações a modificações substanciais; situações em que existe 
a possibilidade de embargo e interdições; a proposta para a elaboração e gestão do controle 
de saúde médico ocupacional bem como a elaboração de programa de prevenção de riscos 
ambientais onde existe uma interface com os estudos de avaliações ambientais para a 
conclusão de ambiente laboral salubre ou insalubre e condições perigosas de trabalho.
Por fim, a NR 18 vem tratar justamente do projeto do meio ambiente do trabalho e 
das proteções coletivas necessárias para a condução segura. Para Diniz (2009), a mera 
semelhança advém, por exemplo, dos Estudos de Impactos Ambientais (EIA) visto 
que a implementação de projetos depende efetivamente desses estudos para assim 
garantir a preservação e a conservação dos recursos naturais para as atuais e futuras 
gerações. Logo, essa ação é uma imposição constitucional.
A experiência jurídica brasileira, no entanto, demonstra que a norma constitucional tem 
suscitado muitas dúvidas e divergências no que se refere à sua adequada compreensão 
18
UNIDADE I │ PROTEÇÃO DO MEIO AMBIENTE
(ANTUNES, 2008). Assim, é difícil afirmar categoricamente que se trata de instituto 
preventivo e de precaução que presta a tutelar com eficiência prática o meio ambiente do 
trabalho, dadas as peculiaridades desse aspecto do meio ambiente e o fato de ter sido o 
EIA um instituto pensado especialmente para o meio ambiente em seu aspecto natural. 
Porém, as normas regulamentadoras buscaram tratar do assunto, a fim de permitir que 
o meio ambiente do trabalho possua os seus institutos conforme um Laudo Ambiental, 
PPRA, PCMSO, PGR e/ou PCMAT.
A Política Nacional de Meio Ambiente, instituída pela Lei no 6.938/1981, escolheu como 
um dos instrumentos de gestão ambiental as ações preventivas a serem realizadas pelo 
Estado, dentre elas, a avaliação de impactos ambientais para a instalação de obras ou 
atividades potencialmente poluidoras. Milaré (2005, p. 482) ressalta que a avaliação 
de impacto ambiental pode ser implementada tanto para projetos que envolvam 
execução física de obras e processos de transformação como para políticas e planos 
que contemplem diretrizes programáticas, limitadas ao campo das ideias, nesse caso 
denominada Avaliação Ambiental Estratégica.
Nos termos do art. 1o, III, da Resolução CONAMA no 237/1997, a Avaliação de Impacto 
Ambiental, por ela denominada de “Estudos Ambientais”, é gênero do qual são espécies 
todos os estudos para análise da licença ambiental, tais como: relatório ambiental, plano 
e projeto de controle ambiental, relatório ambiental preliminar, diagnóstico ambiental, 
plano de manejo, plano de recuperação de área degradada e análise preliminar de risco. 
Essas outras espécies de Estudos Ambientais poderão ser requisitadas na hipótese de 
não se exigir o EIA.
Nesse contexto, a conteúdo previsto nas NR nos 9, 15 e 16 podem ser consideradas como 
uma medida de avaliação de impacto sobre o ambiente do trabalho, funcionando como 
mecanismo de prevenção e também de precaução, na medida em que pode se prestar a 
apontar situações em que não se tenha certeza científica quanto aos possíveis danos ao 
ambiente e determinar a aplicação de medidas preventivas e até corretivas.
Videoaula 4 – A aplicação do princípio da prevenção e da precaução no meio 
ambiente do trabalho.
O meio ambiente do trabalho e a aplicabilidade 
do princípio do poluidor pagador
O conceito de meio ambiente do trabalho tem relação direta entre o trabalhador, o 
ambiente laboral e seus riscos específicos, diferentemente das outras divisões didáticas 
do Direito Ambiental. 
19
PROTEÇÃO DO MEIO AMBIENTE │ UNIDADE I
De acordo com Fiorillo (2003), o local é onde as pessoas desempenham suas atividades 
laborais, sejam remuneradas ou não, cujo equilíbrio está baseado na salubridade do 
meio e na ausência de agentes que comprometem a incolumidade físico-psíquica 
dos trabalhadores, independentemente da condição individual (por gênero: homens 
ou mulheres, idade: maiores ou menores de idade, vínculo empregatício: celetistas, 
servidores públicos, autônomos etc.).
Convémsalientar que há distinção entre proteção ao meio ambiente de trabalho 
e a proteção do direito do trabalho, pois o primeiro tem por objeto jurídico a saúde 
e a segurança do trabalhador, para que desfrute a vida com qualidade, por meio de 
processos adequados para que se evite a degradação e a poluição em sua vida. Já o 
Direito do Trabalho vincula-se às relações unicamente empregatícias com vínculos de 
subordinação (ENDO, 2014).
A regulamentação dessa divisão – meio ambiente do trabalho, segurança e saúde do 
trabalhador – está baseada na Constituição Federal de 1988, pois foi ela que elevou à 
categoria de direito fundamental a proteção à saúde do trabalhador e aos demais 
destinatários inseridos nas normas constitucionais (ENDO, 2014).
Dois são os patamares dessa regulamentação. Como ação imediata, está inserida no art. 
200, VIII, que específica: 
Art. 200. Ao sistema único de saúde, compete, além de outras atribuições, 
nos termos da lei: 
[...]
VIII – colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o 
do trabalho.
[...]
O artigo 225, caput, IV, VI e § 3o, afirma que: “Todos têm direito ao meio ambiente 
ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade 
de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-
lo para as presentes e futuras gerações.” 
[...]
IV – exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade 
potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, 
estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade; 
[...]
20
UNIDADE I │ PROTEÇÃO DO MEIO AMBIENTE
VI – promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino 
e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente.
Cabe ao empregador atender ao estabelecido no inciso VI por meio da adoção e implantação 
de um programa de treinamento em atendimento aos requisitos estabelecidos no item 
18.28 (NR no 18) onde torna obrigatória a realização de treinamento admissional e 
periódico, visando garantir a execução das atividades com segurança. No entanto, esse 
treinamento deverá abordar os riscos a que estão submetidos os trabalhadores e as 
medidas de controle e prevenção.
Convém também lembrar o art. 170 da Constituição, argumenta a necessidade de 
valorização do trabalho humano e ter, por finalidade, que assegurar a todos existência 
digna conforme os ditames da justiça social, tendo como princípio a defesa do meio 
ambiente – no caso, o meio ambiente do trabalho como novo direito da personalidade.
Outras fontes que direcionam para a proteção do meio ambiente do trabalho são 
encontradas, conforme a seguir:
 » Constituição Federal.
 » Leis estaduais, municipais e do Distrito Federal.
 » Consolidação das Leis do Trabalho, Capítulo V – Segurança e Medicina 
do Trabalho.
 » Normas Internacionais da Organização Internacional do Trabalho (OIT).
 » Normas Regulamentadoras – NR (Portaria no 3.214/1978).
 » Código de Penal.
 » Lei de Crimes Ambientais.
Destaca-se, portanto, como princípio basilar, o inciso III do art. 1o da referida Carta 
Magna, que é o princípio fundamental da dignidade da pessoa humana. Portanto, todo 
ser humano tem direito a uma vida digna, e o meio ambiente do trabalho deve tê-lo 
como parte integrante de sua plataforma, pois, como preceitua o art. 225, a vida deve 
ser de qualidade, e para que o trabalhador tenha uma vida com qualidade, torna-se 
necessário um trabalho decente e em condições seguras (ENDO, 2014).
A validação desse contexto depende da compreensão de alguns princípios, para tanto, eles 
devem ser mencionados e avaliados, como o da prevenção e da precaução. Para Endo (2014) 
prevenção significa adoção de medidas tendentes a evitar riscos ao meio ambiente e ao ser 
humano. No ambiente de trabalho, o trabalhador é atingido pelos riscos ambientais 
21
PROTEÇÃO DO MEIO AMBIENTE │ UNIDADE I
direta e imediatamente, portanto, esse princípio é um dos fundamentais previstos na 
Constituição1 Federal.
Entretanto, dois outros princípios devem ser mencionados, o da informação e o 
princípio do poluidor-pagador.
A informação é entendida pelo relacionamento entre os trabalhadores, sindicatos e 
federações, logo, ela acaba criando um elo entre os atores com o intuito comum de 
garantir a defesa da vida e da saúde dos próprios trabalhadores, e da população direta 
e indiretamente afetada, como é o caso da emissão de poluentes em ambientes fabris.
O princípio do poluidor-pagador possui duas razões fundamentais: primeiro, prevenir 
o dano ambiental e segundo, em não havendo prevenção, impõe-se a reparação da 
forma mais integral possível, ou seja, o poluidor deve prevenir danos à sua atividade 
para evitar problemas maiores ao meio ambiente, cabendo-lhe o ônus de utilizar todos 
os equipamentos e meios necessários para evitá-lo. Por isso, o meio ambiente do 
trabalho deve ser visto e integrado às ações de prevenção, cabe ao empregador garantir 
total segurança no tocante à exposição do trabalhador aos agentes físicos, químicos, 
biológicos, ergonômicos e de acidentes.
Infelizmente, no Brasil, a falta de cultura empresarial prevencionista adequada para 
prevenir e precaver os riscos ambientais no trabalho tem impossibilitado a realização 
de regras e normas voltadas à Educação Ambiental (ambiente e trabalho) necessária 
nesse contexto.
Basta verificar os índices de acidentes divulgados pelo Tribunal Superior do Trabalho 
(TST), neles percebemos uma elevada ocorrência de acidentes e as principais causas 
geralmente são:
 » falta de investimento na prevenção de acidentes por parte das empresas;
 » falta da criação do setor especializado em saúde e segurança do trabalho 
(SESMT);
 » barreira entre a classe patronal e profissional no que diz respeito à 
priorização da prevenção dos acidentes do trabalho;
 » falta de atendimento às normas regulamentadoras;
 » foco no lucro e na produtividade elevado;
 » ineficiência dos órgãos reguladores quanto à fiscalização dos ambientes de 
trabalho;
1 Constituição Federal de 1988, inserido em seu artigo 7o, inciso XXII, que estabelece como direito do trabalhador urbano e rural 
a redução dos riscos inerentes ao trabalho por meio de normas de saúde, higiene e segurança.
22
UNIDADE I │ PROTEÇÃO DO MEIO AMBIENTE
 » falta de qualificação dos profissionais lotados nos ministérios e 
superintendências;
 » normas com aplicação genérica sem embasamento técnico científico.
A visão tributária referente à exposição ocupacional em ambientes que geram riscos aos 
trabalhadores requer o cumprimento normativo previdenciário por meio do adicional 
de aposentadoria especial, confirmado pela Lei no 8.213/1991 em seu no art. 57 que diz: 
O exercício de atividade em condições especiais que prejudiquem a 
saúde ou a integridade física do trabalhador, com exposição a agentes 
nocivos de modo permanente, não ocasional nem intermitente, é fato 
gerador de contribuição social previdenciária adicional para custeio da 
aposentadoria especial.
Entretanto, a caracterização do poluidor-pagador deixará de existir se forem adotadas 
medidas de proteção coletivas ou individuais que neutralizem ou reduzam o grau de 
exposição do trabalhador a níveis legais de tolerância, afastando-se a contribuição e a 
concessão da aposentadoria especial, conforme previsto nesta Instrução Normativa do 
INSS IN 77, no art. 291 (BRASIL, 2015).
Videoaula 5 – O meio ambiente do trabalho e o princípio do poluidor pagador.
Meio ambiente do trabalho e o atendimento 
aos requisitos
A implementação de medidas preventivas, que venham a reduzir os riscos à saúde e à 
segurança do trabalhador, é direito fundamental (...).
Como diz o art. 157, inciso I, da CLT, não basta o empregador (contratante e contratada) 
cumprir as normas de saúde e segurança do trabalho, mas também deve fazê-las 
cumprir, de modo a dar efetividade às ações de qualquer das partes.
Comprovado o descumprimento, o empregador poderá ser julgado como 
poluidor pagador?
O atendimento àsnormas regulamentadoras do trabalho denotam a adequação, 
quando necessária, de ambientes laborais onde existam riscos, porém, específicos 
para cada caso. 
23
PROTEÇÃO DO MEIO AMBIENTE │ UNIDADE I
O trabalho em espaços confinados requer avaliações ambientais constantes e o 
monitoramento intenso. A exposição de trabalhadores em altura superior a 2,0 m 
requer estudos detalhados conforme a evolução de um empreendimento, logo, as 
proteções coletivas e individuais deveram estar presentes no PCMAT, conforme a NR 
18. No tocante protetivo de máquinas e equipamentos, a NR 12 visa garantir que todo o 
trabalhador faça uso de maquinários e equipamentos com a segurança necessária.
Figura 1. Sinalização para identificação de espaços confinados.
Fonte: Brasil, 2006.
O cumprimento deverá ser comprovado através da emissão de listagem de presença, 
emissão de certificado e permissões de entrada de trabalho.
Figura 2. Modelo de Certificado de Trabalho em Altura.
CERTIFICADO
Certificamos que o funcionário: 
(Nome do Participante), 
CPF: xxx.xxx.xxx-xx
Participou do treinamento para TRABALHO EM ALTURA, conforme estabelecido na 
NR35: na data de [Data] de [Mês] de [Ano], com duração de 08:00 horas.
[Local de Realização], [Data] de [Mês] de [Ano]
_________________________ _________________________
 [Nome do Participante] [Nome do Instrutor]
 [Formação do Instrutor]
 [No Registro do Instrutor] 
Fonte: próprio autor.
24
UNIDADE I │ PROTEÇÃO DO MEIO AMBIENTE
Esse atendimento trata-se, pois, de direito de ordem fundamental cujos titulares 
encontram-se dispersos no seio da sociedade, de nítido caráter difuso, transcendendo 
a esfera do direito meramente individual, de forma a beneficiar, de uma só vez, todos 
os componentes de um meio social. Portanto, a impossibilidade de se assegurar um 
meio ambiente salubre e a apenas uma parte de determinada coletividade, sem alcançá-
la em sua plenitude. A observância do direito de um perpassa necessariamente pelo 
cumprimento do direito de todos.
O artigo 225, caput, da Constituição da República, destaca o direito de todos ao meio 
ambiente ecologicamente equilibrado.
[...] de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, 
impondo ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e 
preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
Albuquerque (2011 e 2010) afirma que existem três espécies de tributos relacionados ao 
meio ambiente do trabalho com efeitos fiscais e parafiscais, que são: o Seguro Acidente 
do Trabalho (SAT) e seus derivativos: Financiamento da Aposentadoria Especial (FAE) 
e o Fator Acidentário de Prevenção (FAP).
Cabe ao SAT custear toda e qualquer incapacidade laboral ou acidentária, esse tributo 
instrumenta-se pela presunção dinâmica de risco coletivo atribuído a um grupo 
homogêneo de exposição sintetizado pela Classificação Nacional de Atividade Econômica 
(CNAE) cujos patamares definidores de alíquotas são produzidos pela epidemiologia 
acidentária das empresas do mesmo segmento (ALBUQUERQUE, 2011).
Serve como ferramenta de melhoria do meio ambiente do trabalho ao passo que 
funciona como externalidade positiva por intermédio do FAP por distinguir à empresa 
(CNPJ) um risco individual em comparação ao risco coletivo dado pelo CNAE ao qual 
pertence (ALBUQUERQUE, 2011).
O atendimento aos requisitos, para alguns casos, independe de constatação quantitativa, 
isso acontece quando a nocividade do agente se dá de forma presumida e independente 
de mensuração, constatada pela simples presença do agente no ambiente de trabalho, 
conforme constantes nos Anexos 6 (trabalho sob condições hiperbáricas), 13 (agentes 
químicos, exceto os Anexos 11 e 12), 13- A (Benzeno) e 14 (agentes biológicos) da NR 15 
da Portaria no 3214/1978 do MTE (ALBUQUERQUE, 2011; 2010).
Para os demais anexos da NR15, deve-se considerar a avaliação quantitativa e concluir 
que há nocividade se e somente se os resultados ultrapassarem os limites de tolerância 
estabelecidos. Essa metodologia atende aos Anexos 1, 2, 3, 5, 8, 11 e 12 da NR 15 e da 
Portaria no 3214/1978 do MTE.
25
PROTEÇÃO DO MEIO AMBIENTE │ UNIDADE I
Na prática, as atividades cujas avaliações para o enquadramento no Anexo IV do RPS 
se dão de forma qualitativa, quando não há limite de tolerância estabelecido pela NR 
15. Essa norma estabelece que nesses casos, deve-se avaliar a insalubridade sob a ótica 
quantitativa, como, por exemplo, na perfuração de rochas, cuja avaliação da sílica 
cristalizada deve ser feita de forma quantitativa na zona de respiração do trabalhador.
Como a IN 77/2015 reporta ao Anexo 13 da NR 15, para fins de enquadramento para 
aposentadoria especial, deve-se entender que se houver limite de tolerância para o 
agente químico, a avaliação quantitativa deve prevalecer.
Ex.: Trabalhador exercendo uma atividade permanente em uma mina de subsolo 
exposto aos seguintes agentes: Ruído = 105 dB(A); Sílica Livre de 4,90 mg/m3 
(LT = 1,15 mg/m3).
Entretanto, deve-se manter atenção ao parágrafo único que diz:
Para caracterização de períodos com exposição aos agentes nocivos reconhecidamente 
cancerígenos em humanos, listados na Portaria Interministerial no 9, de 7 de outubro 
de 2014, Grupo 1 que possuem CAS e que estejam listados no Anexo IV do Decreto no 
3.048, de 6 de maio de 1999, será adotado o critério qualitativo, não sendo considerados 
na avaliação os equipamentos de proteção coletiva e ou individual, uma vez que esses 
não são suficientes para elidir a exposição a esses agentes, conforme Parecer Técnico da 
Fundacentro, de 13 de julho de 2010 e alteração do § 4o do art. 68 do Decreto no 3.048, 6 
de maio de 1999.
Por fim, a Constituição buscou construir o elo entre as diferentes áreas do Direito que 
reconhecem a conservação do meio ambiente como permanência e prevalência do ser 
humano. Por isso, destacam-se a legislação ambiental, previdenciária e a trabalhista.
Videoaula 6 – O meio ambiente do trabalho e o cumprimento das normas e 
requisitos legais.
Videoaula 7 – Discussão relativa aos exercícios de fixação.
26
UNIDADE II
EXPOSIÇÃO AO RUÍDO 
E PROTEÇÃO NO MEIO 
AMBIENTE LABORAL
CAPÍTULO 1
Acústica e conservação auditiva
Introdução
O ambiente do trabalho nem sempre é alvo de gestão por parte dos empregadores e 
dentre os agentes nocivos à saúde, o ruído é o mais frequente nos ambientes. Assim como 
no dia a dia, ele tem sido o responsável pela alteração temporária e permanente do 
sistema auditivo, atingindo também o nervoso e o fisiológico.
A profundidade ou grau do dano auditivo dependem da intensidade da pressão sonora, 
duração (tempo), exposição, da frequência do ruído e da suscetibilidade de cada 
indivíduo exposto.
O controle do ruído, classificado como um agente físico, necessita uma avaliação geral, 
desde o contexto anatômico até as estruturas e materiais utilizados para a construção 
de barreiras, a fim de protegerem um ou mais trabalhadores expostos ao risco físico, 
o ruído.
Esse capítulo visa abordar os principais conceitos e as relações da acústica para, por 
meio desse entendimento, esclarecer as ações necessárias para a adoção de gestão 
através de um Programa de Conservação Auditiva.
A elaboração e implementação de um Programa de Conservação Auditiva (PCA) tem 
o objetivo de propor ações administrativas e de controle que visam à proteção e à 
manutenção da qualidade de vida dos trabalhadores expostos ao ruído ocupacional, 
a fim de eliminar o risco e o desenvolvimento de perda auditiva induzida por ruído 
ocupacional, conhecida como PAIR.
O controle do ruído propõe o apoio de técnicos de diversas especialidades (civil, 
mecânica, medicina e segurança do trabalho) a elaboração e implementação de um PCA 
27
EXPOSIÇÃOAO RUÍDO E PROTEÇÃO NO MEIO AMBIENTE LABORAL │ UNIDADE II
tende a garantir uma maior qualidade de vida do grupo de trabalhadores expostos e a 
consequente redução de passivos de ordem econômica.
O embasamento para garantir o sucesso do PCA advêm das Normas Regulamentadoras 
do Ministério do Trabalho, Norma de Higiene Ocupacional (NHO – 01) e de artigos 
publicados em revistas científicas.
Videoaula 1 – A introdução (apresentação e objetivos da proteção acústica e 
conservação auditiva).
Ondulatória
A ondulatória é uma área de conhecimento da física com o objetivo de definir quais as 
formas de propagação de uma determinada onda.
Onda é qualquer perturbação que se propaga em um meio, seja ele, sólido, líquido ou 
gasoso. Um exemplo comum acontece ao lançar um objeto em um rio ou piscina (a fonte), 
o impacto do objeto provocará ondas na água, pois houve uma perturbação. Essa onda 
se propagará para todos os lados (HALLIDAY, 1996).
Qualquer objetivo que possa propagar ondas é conhecido como fonte, nomenclatura 
muito utilizada na Engenharia de Segurança do Trabalho. 
Figura 3. Apresentação gráfica de um comprimento de onda, conhecido como lambda.
 - Lambda 
Comprimento de Onda 
Amplitude 
Vale 
Crista 
Fonte: Halliday, 1996.
O gráfico acima possui duas áreas distintas conhecidas como crista ou picos (pontos 
superiores) e o vale ou depressões (pontos inferiores). O comprimento de onda é a distância 
entre duas cristas ou entre dois vales, ele é representado pela letra grega λ (lambda).
Com relação ao gráfico da figura 3, ele representa meio comprimento de onda. 
As ondas podem ser classificadas seguindo dois critérios: quanto à sua natureza e direção 
de propagação.
28
UNIDADE II │ EXPOSIÇÃO AO RUÍDO E PROTEÇÃO NO MEIO AMBIENTE LABORAL
Quanto à natureza, elas são divididas em ondas mecânicas e eletromagnéticas:
 » As ondas mecânicas são aquelas que se propagam através de um meio 
sólido, líquido ou gasoso. Os exemplos comumente identificados são: as 
ondas sonoras e as ondas do mar.
 » As ondas eletromagnéticas são aquelas que se propagam sem a necessidade 
de um meio material. Nesse caso, a emissão de raio-X, ondas de rádio e a 
luz são tipos clássicos identificáveis no dia a dia.
Quanto à direção de propagação, elas são classificadas em ondas unidirecionais, 
bidimensionais, tridimensionais, longitudinais e transversais. As ondas unidirecionais 
apresentam característica de propagação em apenas uma dimensão. As ondas 
bidimensionais se propagam em duas direções, como o caso da queda de objeto na 
água, proporcionando o efeito “ondulatório”. As tridimensionais se propagam em 
todas as direções e são identificadas pelas ondas sonoras e a luz, enquanto isso, as 
ondas longitudinais seguem o mesmo deslocamento da fonte. Nesse caso, temos os 
autofalantes (fonte) com vibração no eixo X, e as ondas seguindo a mesma direção. Por 
fim, as ondas transversais que possuem movimento perpendicular em relação à sua 
propagação, um exemplo são as ondas eletromagnéticas. 
Figura 4. Propagação de ondas transversais, conforme o eixo de oscilação/vibração em conjunto ao eixo de 
propagação da onda.
Campo de Oscilação 
Campo de Oscilação 
Comprimento de Onda 
Propagação 
Fonte: adaptado de Washington, 2018.
As ondas são classificadas por suas grandezas físicas, dentre elas: a frequência, o 
período, comprimento de onda, velocidade e amplitude.
A frequência é encontrada por meio do número de oscilações da onda, em um período 
de tempo. Sua unidade definida pelo Sistema Internacional (SI), é o hertz (Hz), que 
equivale a 1 segundo, e é representado pela letra f. Identificado o valor em hertz, isso 
significa dizer que uma onda está oscilando em hertz por segundo. 
29
EXPOSIÇÃO AO RUÍDO E PROTEÇÃO NO MEIO AMBIENTE LABORAL │ UNIDADE II
Ex.: Quando identificamos que uma onda vibra a 500Hz, significa que ela oscila 500 
vezes por segundo. Portanto, a alteração da frequência é possível quando for alterada 
a sua fonte.
Por isso, o SESMT deve conhecer o layout de um empreendimento e as fontes de ruído. 
Dessa forma, atendem-se as diretrizes estabelecidas pela Norma Regulamentadora no 
09, item 9.3.2 e 9.3.3 que definem:
9.3.2. A antecipação deverá envolver a análise de projetos de novas 
instalações, métodos ou processos de trabalho, ou de modificação dos já 
existentes, visando identificar os riscos potenciais e introduzir medidas 
de proteção para sua redução ou eliminação.
9.3.3. O reconhecimento dos riscos ambientais deverá conter os seguintes 
itens, quando aplicáveis:
a) a sua identificação;
b) a determinação e localização das possíveis fontes geradoras;
c) a identificação das possíveis trajetórias e dos meios de propagação 
dos agentes no ambiente de trabalho;
d) a identificação das funções e determinação do número de trabalhadores 
expostos;
e) a caracterização das atividades e do tipo da exposição;
f) a obtenção de dados existentes na empresa, indicativos de possível 
comprometimento da saúde decorrente do trabalho;
g) os possíveis danos à saúde relacionados aos riscos identificados, 
disponíveis na literatura técnica;
h) a descrição das medidas de controle já existentes.
Esses itens denotam a importância do mapeamento detalhado para a definição técnica 
das medidas de controle a fim de garantirem a segurança e a permanência em ambientes 
laborais críticos.
O tempo demandado para a fonte produzir uma onda completa é conhecido como período. 
A sua representação pelo SI (Sistema Internacional), é feita pela letra T (segundos).
Logo, a relação da frequência e do período formam uma equação matemática:
f = 1/T; ou
T = 1/f
30
UNIDADE II │ EXPOSIÇÃO AO RUÍDO E PROTEÇÃO NO MEIO AMBIENTE LABORAL
Onde:
f = frequência.
T = período.
O comprimento de onda é a distância percorrida entre dois picos gerados pela onda, 
conforme definido na figura 3 do gráfico.
No caso da velocidade ela é determinada pela distância percorrida por uma determinada 
onda em um período de tempo. Essa representação é definida pela equação a seguir:
v = λ / T ou;
v = λ * 1/T ou ainda;
v = λ . f
Onde:
V = velocidade.
λ = comprimento de onda.
T = período.
A amplitude é conhecida pela distância percorrida entre o eixo da onda até a crista. 
Por definição, quanto maior a amplitude, maior será a energia.
Videoaula 2 – Aplicabilidade qualitativa recomendada pela NR09.
Som e ruído
O som caracteriza-se por flutuações de pressão em um meio, entretanto, essas variações 
ou flutuações de pressão devem estar dentro do limiar audível, possibilitando a audição 
humana. Portanto, o som é uma forma de energia que é transmitida pela vibração de 
moléculas que colidem umas com as outras ao longo de um meio, sendo percebida pelo 
ouvido humano. Ele é caracterizado por apresentar uma sensação agradável. 
No entanto, o ruído é definido por apresentar um som irritante e desagradável, ele pode 
ser mais ou menos perigoso, dependendo da sua frequência e intensidade. 
De acordo com Gerges (2000) uma pequena variação de pressão acústica é suficiente 
para produzir um ruído desconfortável (≅ 10-1 milibar). 
31
EXPOSIÇÃO AO RUÍDO E PROTEÇÃO NO MEIO AMBIENTE LABORAL │ UNIDADE II
Figura 5. Representação gráfica e reconhecimento de som e ruído através da variação de pressão atmosférica.
Som / Ruído 
Silêncio Silêncio 
Tempo 
Pr
es
sã
o 
Fonte: adaptado de Diogo, 2008.
Existe uma variação de frequência audível em que o ouvido humano é sensível, essa 
variação está na faixa entre 20 Hz e 20 kHz e em uma pressão mínima de 20 µPa. 
Por outro lado, a exposição a uma pressão máxima (limiar de dor) é de 20 Pa. A utilização 
de uma escala linear em Pascal é pouco difundida. Logo, a representação é feita em 
escala logarítmica, utilizando-se a variável em decibel (dB). O nível de pressão sonora 
(NPS) é obtido pela multiplicação do logaritmo da relação entre os quadrados do NPS, 
correspondendo ao limiar de audição encontramos 20 x 10-6Pa.
Figura 6. Representação gráfica do nível de pressão sonoraem decibéis.
In
te
ns
id
ad
e 
(d
B)
 
2000 
Limiar de dor 
Limiar de auditivo 
10000 100 20 Frequência 
0 
20 
40 
60 
80 
100 
120 
200 1000 
Fonte: Fletcher, 2005.
32
UNIDADE II │ EXPOSIÇÃO AO RUÍDO E PROTEÇÃO NO MEIO AMBIENTE LABORAL
De acordo com o gráfico acima, o limiar mínimo de audição é determinado para baixa 
pressão (≅ 25 dB) e frequência entre 100 e 200 Hz. Logo, essa faixa é considerada o 
campo audível mínimo. Além disso, observa-se que os humanos não escutam em baixas 
frequências, sendo necessário o aumento da pressão sonora.
O gráfico acima demonstra que o ouvido humano não responde de forma linear em 
relação às variações de frequência. Ele demonstra que os níveis de pressão sonora são 
pouco variavéis em relação às variações de frequência, conforme pode-se observar na 
faixa entre 100 Hz e 2000 Hz.
Gerges (2000) afirma que o ouvido humano não é sensível a todas as frequências, mas 
é mais sensível à faixa entre 2000 Hz e 5000 Hz, e menos sensível para frequências 
extremamente baixas ou altas.
Na tentativa de encontrar à resposta do ouvido humano, podem ser utilizadas as curvas 
de ponderação denominadas de A, B e C. Elas são obtidas para níveis de pressão baixos 
(40 dB), intermediários (70 dB) e altos (100 dB).
A tabela 1, abaixo, apresenta os níveis de pressão sonora médios de acordo com a fonte 
de ruído e os efeitos para os seres humanos.
Tabela 1. Representação da sensibilidade audível.
Efeito do Ruído / Som 
em Humanos
Nível Sonoro 
em dB(A)
Tipo de Fonte
Limiar de Dor
140
130
120
Decolagem de avião
Banda de rock/boate
Disparo de arma
Perigoso
110
101
Motosserra em operação
Martelo pneumático
Fatigante
100
90
81
Operação de perfuratriz 
Caminhão em condução
Alarme de viatura
Irritante
80
70
60
55
Ambiente com dificuldade de conversação
Ambiente irritante devido à necessidade de silêncio
Repouso
50
40
30
20
10
Conversação baixa
Ambiente de escritório (requer concentração)
Biblioteca
Fonte: próprio autor, inclusão dos efeitos conforme OIT, 2009. p. 8.
33
EXPOSIÇÃO AO RUÍDO E PROTEÇÃO NO MEIO AMBIENTE LABORAL │ UNIDADE II
Tipos de ruídos
A caracterização do ruído no ambiente é dada por amostragem, por meio da mensuração 
em pequenos períodos de tempo. O objetivo é representar em uma perspectiva 
de exposição a longo prazo. Para ambientes onde haja emissão de ruído de forma 
contínua, considerando a mesma fonte, isso corresponde a uma medição contínua. 
No caso de não serem efetuadas medições contínuas, devido ao deslocamento do receptor 
(trabalhador), esse ruído poderá ser caracterizado como intermitente. Para tanto, a 
avaliação por meio de amostragem, com intervalo de tempo que atenda toda a jornada 
laboral, atingirá resultados confiáveis e significativos.
Devido à variabilidade temporal dos níveis de pressão sonora podem-se considerar 3 
(três) tipos de ruídos (BRASIL, 2014, p. 3):
 » Ruído contínuo: o nível de pressão sonora (NPS) emitido nesse caso 
não varia em relação ao tempo, por exemplo, o funcionamento de um 
motor veicular.
 » Ruído intermitente: o NPS emitido nesse caso varia ao longo do 
tempo, permanecendo a sua variação por um período considerável.
 » Ruído de impacto: são aqueles que apresentam picos de energia 
acústica com duração inferior a 1 (um) segundo, a intervalos superiores 
a 1 (um) segundo.
Segundo Smalt et al. (2016) existe um quarto tipo de ruído, o ruído complexo, que 
combina o ruído de fundo (contínuo ou intermitente) e o ruído de impacto (impulsivo), 
contribuindo cada um independentemente na indução de mudanças temporárias de 
limiar sonoro.
Na prática, os dados de dosimetria podem ser coletados com campo livre, ou na região 
auricular, conforme determina a NHO 01 da Fundacentro.
Ambientes com ruídos reverberantes em espaços fechados pode produzir níveis de 
ruído espacialmente variáveis e de alto risco, podendo haver acréscimo de até 10 dB(A), 
dependendo do posicionamento em relação à fonte de ruído.
Essa variabilidade é crítica para ruído de impacto, devido, em parte, ao seu amplo 
espectro.
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Quadro 1. Representação gráfica para classificação de ruídos.
Classificação de Ruído
Ruído Contínuo
Pequenas variações de ruído durante o período 
avaliado
Ruído Intermitente
Considerável variação do nível de ruído durante 
o período avaliado
Ruído de Impacto
Elevado nível de pressão sonora e queda em 
curto período de tempo (menor que 01 segundo)
Exemplos
Máquina em operação contínua Ruído de fundo variável em intervalos Uso de armas de fogo ou perfuração com 
bate-estaca
Fonte: SMALT et al. (2016, p.44) com adaptações.
Videoaula 3 – Som e ruído e os tipos de ruído.
Equipamentos de medição 
Os equipamentos mínimos necessários para a medição de ruído consistem de um 
microfone de alta qualidade capaz de converter a pressão acústica em sinal elétrico, 
passará por circuitos de compensação (A, B, C ou D) e, por fim, os dados são transmitidos 
de forma digital ou analógica.
O microfone é o item mais caro em um sistema de medição, e quanto menor o seu 
diâmetro menor a sua sensibilidade.
Porque não é recomendado o uso de decibelímetro para avaliar o nível de 
pressão sonora?
Os dosímetros de ruído são equipamentos que medem a dose de ruído equivalente 
durante uma jornada de trabalho, a avaliação ocorre de forma individualizada. Esses 
equipamentos atendem as especificações técnicas conforme as normas atuais. De 
acordo com a Norma ANSI S1 25/1991 e atualizações, os dosímetros devem possuir 
classificação mínima do tipo 2 (exatidão ±1,dB) e estar ajustados com os parâmetros 
descritos no item 4.6.1.
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EXPOSIÇÃO AO RUÍDO E PROTEÇÃO NO MEIO AMBIENTE LABORAL │ UNIDADE II
Conforme mencionado anteriormente, o dosímetro é usado para medição da dose de 
ruído durante a jornada de trabalho, a sua principal característica é mapear as variações 
apresentadas nos níveis de ruído, indicando se a dose de ruído equivalente ultrapassou 
o valor estabelecido pela norma, de acordo com os ambientes de trabalho. É um 
equipamento portátil, leve e com microfone sensível às variações de pressão sonora 
captadas (GERGES, 2000).
Calibradores acústicos
De acordo com a NHO 01 (2001), os equipamentos utilizados na calibração dos 
medidores de nível de pressão sonora, devem atender as especificações da Norma ANSI 
S1.40-1984 ou IEC 942-1988.
Os calibradores devem ser da mesma marca que o medidor e, obrigatoriamente, 
permitir o adequado acoplamento entre o microfone e o calibrador.
A frequência do calibrador é de tom puro, entre 200 e 1250 Hz. O nível de pressão sonora 
normalmente varia entre 90 e 125 dB, com variação até ± 0,2dB o que permite a realização 
de calibração em ambiente com alto nível de ruído de fundo (GERGES, 2000).
Certificação dos equipamentos
A certificação dos equipamentos faz-se necessária devido à possibilidade de existirem 
interferências externas tais como: ventos, umidade, calor, partículas e/ou impactos 
sofridos. Portanto, os equipamentos devem ser calibrados antes de iniciar as medições 
e, além disso, o uso dos medidos em ambientes na presença de campos magnéticos 
significativos requer avaliação prévia e conhecimento a respeito das limitações do 
equipamento conforme as recomendações do fabricante (NHO 01, 2001).
Os medidores de nível de pressão sonora (dosímetro) e calibradores acústicos devem ser 
calibrados e certificados pelo fabricante, assistência técnica autorizada ou laboratórios 
credenciados, ligados à Rede Brasileira de Calibração (RBC).
O dosímetro de ruído é um dispositivo que mede a exposição ao ruído e relata a dosagem 
acumulada ao longo de um período de tempo. Os desafios para avaliação dosimétrica 
dependem de uma série de fatores, incluindo a variedade dos tipos de ruído e ambientes 
encontrados, e as demandas que essa variedade coloca aos dosímetros e ao seu uso.
Ambientes com diversidade de ruídos tendem a conter variáveisno tempo e isso poderá 
ser um ponto importante para a identificação da amostragem adequada durante a coleta 
de dados e subsequente determinação do risco auditivo e das medidas de controle.
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A calibração deve seguir as instruções do fabricante e normas vigentes (padrão de 
referência), acompanhado do Certificado de Calibração com validade mínima de um 
ano ou conforme o tempo de uso.
Os laudos de levantamento ambiental elaborados por engenheiro de segurança ou 
médico do trabalho deverão incluir no documento, cópia autenticada do Certificado 
de Calibração de cada aparelho utilizado, histograma de avaliação para cada função e 
anotação de responsabilidade técnica.
Figura 7. Modelo de dosímetro e calibrador de ruído.
Fonte: Instrutherm, 2015. p.10.
Videoaula 4 – Critérios mínimos dos equipamentos de medição.
Monitoramentos pessoais
O monitoramento pessoal tem o objetivo de levantar quantitativamente os níveis de 
pressão sonora representativos a uma atividade específica ou para um conjunto de 
atividades desenvolvidas ao longo da jornada de trabalho. Geralmente, o monitoramento 
atende a um determinado grupo devido à similaridade das atividades desenvolvidas e 
à exposição nos mesmos ambientes. Esse grupo é conhecido como Grupo Homogêneo 
de Exposição (BENTO, 2018).
A etapa de interpretação dos dados quantitativos é importante, pois, nela são definidas 
as ações que serão empregadas para o controle do risco de exposição a NPS elevados 
e implementar os controles de engenharia necessários para a redução desse risco 
(BENTO, 2018).
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EXPOSIÇÃO AO RUÍDO E PROTEÇÃO NO MEIO AMBIENTE LABORAL │ UNIDADE II
Quais são as etapas para atingir os objetivos do monitoramento pessoal?
As etapas do monitoramento pessoal visam:
 » Conhecer todas as áreas do empreendimento, incluindo os tipos de 
equipamentos de acordo com as linhas de produção e analisar in loco as 
funções para a construção do mapa de ruído x função.
 » Elaborar o mapa de ruído ambiental e inserir os dados quantitativos 
obtidos durante o levantamento ambiental (dosimetria).
 » Elaborar os grupos homogêneos de exposição (GHE) e concatenar junto 
ao mapa de ruído, vinculando-se essa informação ao PPRA.
 » O GHE que possuir um número inferior a 5 trabalhadores, recomenda-se 
a avaliação total da amostra.
 » Conforme a NHO 01 (2001), o monitoramento deverá atingir no mínimo 
75% da jornada de trabalho, e existir correlação verdadeira entre as 
atividades e o ambiente avaliado. Denota-se que os monitoramentos 
devem apresentar as condições normais de operação e as variabilidades 
existentes devem ser analisadas (p. ex.: fonte de ruído interrompida por 
mau funcionamento) e realizada nova avaliação posteriormente.
 » Todas as avaliações devem ser de forma aleatória e os monitoramentos 
devem ocorrer de forma periódica, conforme determinado pelo 
engenheiro responsável ou quando houver alterações nas fontes de ruído, 
no posicionamento dos equipamentos e nos procedimentos de trabalho.
Um desafio no monitoramento pessoal está na condição de avaliar a exposição ao longo 
de 24 horas de exposição para identificar o nível de recuperação audível. Na ausência 
de dados de exposição ao ruído durante as folgas, é típico supor que as contribuições 
de ruído fora de serviço são insignificantes, o que pode introduzir um viés de baixa no 
total estimado de dose diária. 
Além disso, essa hipótese avaliativa serve apenas para indivíduos expostos a níveis de 
pressão sonora elevados, dessa forma, avaliar-se-á o período de recuperação após a 
exposição. Smalt (2016) afirma que esse período de recuperação permite que o ouvido 
se recupere para níveis normais de audição.
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UNIDADE II │ EXPOSIÇÃO AO RUÍDO E PROTEÇÃO NO MEIO AMBIENTE LABORAL
Videoaula 5 – Critérios de avaliação 1 – Identificação e elaboração do GHE.
Videoaula 6 – Critérios de avaliação 2 – Análise do Mapa de Ruído e do GHE.
Parâmetros de medição
Os parâmetros para determinar os níveis de pressão sonora, requerem a ausência do 
avaliador durante o levantamento das condições ambientais visando eliminar qualquer 
possibilidade de alteração da dosimetria. 
Portanto, o aparelho deverá estar devidamente calibrado e deverão ser adotados os 
seguintes parâmetros em sua configuração: utilizar o circuito de ponderação (A) em 
circuito de resposta lenta slow para avalição de ruído contínuo ou intermitente, caso 
contrário, o ruído de impacto deverá ser em resposta fast, o critério de referência será 
de 85 dB(A), correspondente a uma dose de 100%, equivalente a uma exposição de 
8 horas e nível limiar de 80 dB(A) e fator de incremento de dose valor q = 3, bem 
como indicação da ocorrência de valores > 115 dB(A).
As medições devem ser realizadas na altura da zona auditiva, posicionando-se o 
microfone próximo dos ouvidos, com uso de protetor de vento sobre o microfone. 
Esses parâmetros atendem a Norma Regulamentadora NR-15, anexo 01, da Portaria 
no 3.214/1978 do MTE, bem como a Norma de Ruído NHO01 - Fundacentro.
Os monitoramentos em áreas administrativas servem para avaliar o NPS dos setores 
e promover a elaboração de parecer conclusivo relacionado ao conforto acústico, 
conforme determina a NBR 10151 e 10152.
Análise e prevenção de ruído contínuo, 
intermitente e de impacto
O estudo detalhado para a determinação de ruído contínuo ou intermitente será 
abordado na disciplina de higiene do trabalho, riscos físicos. Recomenda-se a leitura 
da NR15, Anexo I e a Norma de Higiene Ocupacional no 1 – Avaliação da Exposição 
Ocupacional do Ruído elaborado por especialista da Fundacentro.
Para a disciplina proteção do meio ambiente, o objetivo é garantir o entendimento com 
relação aos requisitos mínimos para avaliação ambiental e interpretação com intuito 
de propor novas ações preventivas. No caso da exposição ao ruído, a exposição ao NPS 
identificado não deve exceder o tempo permitido pela norma. 
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EXPOSIÇÃO AO RUÍDO E PROTEÇÃO NO MEIO AMBIENTE LABORAL │ UNIDADE II
Analisar os histogramas ajuda os especialistas a proporem ações que minimizem tais 
exposições a níveis elevados.
Conforme determina a NR15, Anexo I, quando a jornada de trabalho possui dois ou mais 
períodos de exposição, os efeitos devem ser combinados e seguir a seguinte equação 
para a determinação do nível de exposição normalizada.
( )1 2 3
1 2 3
+ + … +
C C C Cn 
T T T Tn
Onde:
Cn = tempo total em horas a um nível de ruído específico;
Tn = exposição máxima permissível a esse nível, segundo o Anexo I, NR 15.
A diferença entre o ruído contínuo e intermitente em relação ao de impacto refere-se à 
forma de monitoramento devido a esse apresentar picos de energia acústica de duração 
inferior a 1 (um) segundo, a intervalos superiores a 1 (um) segundo (BRASIL, 2014).
Geralmente, os equipamentos de monitoramento amplamente usados são configurados 
para realizarem suas leituras no circuito de resposta rápida (FAST) e circuito de 
compensação “C”. 
Videoaula 7 – Entendendo a atividade 1.
Videoaula 8 – Entendendo a atividade 2.
Isolamento acústico
Segundo Gerges (2000), no estudo acústico em ambientes fechados, devem-se 
considerar diversas variáveis, dentre elas, destacam-se: a forma geométrica do 
ambiente, a posição das fontes sonoras, os materiais utilizados para absorção acústica, 
a presença de reflexões e difrações de paredes e outros materiais.
Os materiais absorventes de ruído não devem ser instalados sem a definição dos pontos 
estratégicos com vistas à redução do campo reverberante (campo afastado das fontes). 
Essa prática busca utilizar materiais absorventes nas paredes e/ou suspensos nos 
ambientes.
Gerges (2000) afirma que é possível uma redução de 3 dB dobrando-se a área revestida, 
ou o coeficiente de absorção, portanto, o nível de pressão sonora (NPS) próximo ao 
campo sofre pouca atenuação pelo revestimento, no entanto, o NPS reduz à medida que 
nos afastamos da fonte de ruído.
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UNIDADE II │ EXPOSIÇÃO AORUÍDO E PROTEÇÃO NO MEIO AMBIENTE LABORAL
Barreiras ou biombos acústicos são empregados em ambientes internos e externos. 
Para os ambientes internos, as barreiras devem ser revestidas com materiais de 
absorção no lado da fonte, incluindo as bordas, visando atenuar a parcela da energia 
sonora dobrada por difração (GERGES, 2000). Vale ressaltar que essas barreiras não 
são efetivas em campos difusos, apenas para campo direto.
Vale ressaltar que o controle de ruído deve sempre ser efetuado na fonte, usando-se 
equipamentos e máquinas silenciosos. Entretanto, por razões de dimensionamento dos 
equipamentos, layout e custo nem sempre é possível seu controle na fonte.
Por isso, devem-se conhecer os materiais de absorção sonora, os dispositivos reativos e os 
silenciadores resistivos. Com relação aos materiais absorvedores, eles são responsáveis 
em transformar parte da energia acústica em energia térmica por meio da viscosidade 
do ar. Esse tipo de situação ocorre por meio do uso de materiais porosos (espumas) 
e fibrosos (algodão e lã de vidro). Esse tipo de material possui aplicabilidade no 
revestimento interno de paredes, dutos e nas paredes de silenciadores (GERGES, 2000).
Formas de isolamento 
A redução do nível de pressão sonora por meio de estruturas e materiais de isolamento, 
podem ser definidos e implantados de três formas:
 » construção de barreira física (isolamento de transmissão aérea);
 » tratamento absorvente na fonte (diminuição do ruído interno);
 » barreira e tratamento absorvente (isolar a transmissão por impacto e 
vibrações).
A perda por transmissão por meio da construção de barreira física é representada pelo 
processo de transmissão, o qual se dá por via aérea e via estrutural, a figura 8 demonstra 
o desnível de pressão sonora entre o meio I e III devido à presença do meio II como 
obstáculo/barreira de propagação acústica.
Figura 8. Perda por transmissão fluido/sólido (meio I), sólido/sólido (meio II) e sólido/fluido (meio III).
 
Meio I 
Wa 
Meio III 
Wt 
Meio II 
Fonte: adaptado de Gerges, 2000, p.198.
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EXPOSIÇÃO AO RUÍDO E PROTEÇÃO NO MEIO AMBIENTE LABORAL │ UNIDADE II
Observa-se que a perda por transmissão (Pt) ocorre através da dissipação das ondas 
propagadas pelo ruído, ocorrendo uma redução na transmissão via sólido/fluido.
Pt = Wa / Wt
Onde:
Pt = coeficiente de absorção acústica.
Wa = energia absorvida.
Wt = energia acústica incidente. 
O coeficiente de absorção acústica é positivo, variando de zero a um. A sua variação 
depende dos seguintes fatores: frequência, ângulo de incidência do som, tipo de campo 
sonoro, densidade, espessura e tipo de material (estrutura interna).
A quantificação de atenuação apresentada pelos materiais é dada por três parâmetros: 
a resistividade ao fluxo de ar, porosidade e fator estrutural. Por fim, a escolha do 
material para absorção acústica depende dos seguintes fatores: custo de implantação 
e manutenção, resistência a altas temperaturas, peso e volume em relação ao espaço 
disponível, rigidez mecânica e aparência (GERGES, 2000).
Isoladores de vibrações
Segundo Gerges (2000), muitos problemas com ruído e vibrações em instalações 
industriais e edificações são devidos à montagem incorreta dos maquinários. 
Geralmente, instalam-se isoladores de vibrações, blocos de inercia e/ou outros materiais 
de amortecimento para redução e minimização dos impactos anteriormente sofridos.
Em linhas de produção, tais como áreas de britagens e transportadores automáticos, 
a vibração é esperada, porém, controlada. Entretanto, a vibração é um fenômeno 
indesejável, visto que a sua ocorrência gera a quebra de peças nos equipamentos 
industriais. 
Para tanto, a adoção de sistemas de isolamento de vibrações que consistem na instalação 
de molas e/ou amortecedores entre a máquina e a base propriamente dita.
Isoladores de vibrações devem ser aplicados entre a fonte e o receptor para oferecer 
proteção dinâmica ao sistema receptor (GERGES, 2000). Existem dois tipos de 
isolamentos, o isolamento ativo e o passivo.
O isolamento é ativo com o objetivo de reduzir a vibração transmitida pelo emissor 
(equipamento) para a base (fundação) e essa ação protege os outros equipamentos que 
estão no raio de ação. 
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UNIDADE II │ EXPOSIÇÃO AO RUÍDO E PROTEÇÃO NO MEIO AMBIENTE LABORAL
O isolamento é passivo quando a vibração é gerada no meio ambiente e busca-se a 
redução da vibração oriunda da base ou estrutura para os equipamentos. Um exemplo 
clássico é o tráfego de veículos em pista irregular, transmitindo a vibração para as 
estruturas dentro do raio de ação.
Materiais de absorção acústica
Os principais materiais de absorção acústica amplamente utilizados são:
 » Espumas: são polímeros com poros abertos, com alta capacidade 
de absorção. Esse material apresenta tendência de ser contaminado 
por impurezas devido à presença dos poros abertos e elevado risco 
de inflamabilidade. O uso de espumas requer a aplicação de aditivos 
retardantes de fogo, no entanto, o uso desse aditivo reduz a capacidade 
de absorção do material, diminuindo o seu tempo de vida útil.
Na ocorrência de incêndio, esse produto emite gases tóxicos, fato esse 
ocorrido na Boate Kiss, em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, em 27 de 
janeiro de 2013, dizimando a vida de 241 pessoas.
Leia mais sobre o caso, acessando o link: <http://g1.globo.com/topico/boate-
kiss>. 
 » Lã de vidro: possui ampla disponibilidade comercial na forma de painéis, 
mantas, feltros, cordões ou aplicados por jateamento. Suas aplicações 
vão desde o isolamento de fontes diretas (biombos) até o uso em dutos. 
A temperatura de trabalho vai até 450º C, sendo possível atingir o limite 
de 540º C na aplicação de aditivos.
 » Lã de rocha: são materiais obtidos a partir da fusão de diversos tipos de 
rocha e/ou escória a uma temperatura de cerca de 1.500º C. Esse material 
é incombustível e pode ser adquirido na forma de manta ou painel.
Redução do ruído de ventiladores e exaustores
O uso de silenciadores resistivos é recomendado para a atenuação de ruído de ventiladores 
e exaustores. Esses silenciadores recebem revestimento das paredes internas dos dutos 
com materiais de absorção acústica. Esses silenciadores são utilizados na entrada e na 
saída de ventiladores e exaustores para reduzir o ruído de medidas e altas frequências.
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EXPOSIÇÃO AO RUÍDO E PROTEÇÃO NO MEIO AMBIENTE LABORAL │ UNIDADE II
Os silenciadores consistem em um duto circular ou retangular revestido por lã de vidro 
ou lã de rocha, envolto por tecido e protegido por chapa perfurada ou tela metálica. 
A função das células divisórias visa garantir o contato da energia sonora com os 
materiais absorventes.
Os silenciadores podem ser classificados em silenciadores de células, off-set, silenciador 
de escape, tubo flexível, corpo central e silenciador de entrada de motor a jato.
A eficiência de sua atenuação depende de alguns fatores, são eles:
 » forma, dimensões dos sistemas de passagem do ar;
 » espessura e comprimento dos materiais absorventes usados;
 » temperatura no local implantado (risco de incêndio devido escolhe 
inadequada);
 » as características acústicas dos materiais do revestimento usado e sua 
fixação e proteção.
Videoaula 9 – Isolamento acústico e sua importância na implementação de 
proteções coletivas.
Videoaula 10 – Características e aplicações dos materiais para atenuação de 
ruído.
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CAPÍTULO 2
Programa de Conservação Auditiva
Programa de Conservação Auditiva
O Programa de Conservação Auditiva (PCA) deve ser implantado sempre que houverem 
suspeitas de ambientes onde o ruído ocupacional alcance níveis superiores a 80 dB(A), 
conhecido como nível de ação.
O PCA deve ser compreendido como o instrumento ou metodologia a ser empregada 
para prevenir qualquer dano ao sistema auditivo, uma vez que esse programa não 
consiste em definir apenas a proteção do ouvido às pessoas expostas.
Logo, o objetivo do PCA visa possibilitar a exposição do trabalhador em ambientes 
laborais