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Introdução à parasitologia médica Helmintos de interesse clínico Os helmintos são classificados como animais, então por serem animais, a maioria deles vai apresentar dimorfismo sexual (reprodução sexuada). A maioria deles causa infecção que tem como uma das fases, a fase principal: intestinal. A maioria deles colocam ovos. (Ovo - larva - verme adulto). Essas são as generalidades. São monofiléticos. Mas falando em particularidades: • Alguns podem ser hermafroditas (ex: tênia - tanto a solium como a saginata). O estrongiloide estercoralis tem a fêmea partenogenética (triploide) ou seja, gera tanto gametas haploides como gametas diploide férteis. • Alguns não colocam ovo, tem a fêmea e o macho, os dois copulam mas não colocam ovos, já nasce a larva (a gente causador da filariose: buchereria bancrofit) • Ascaris, ancilostoma e estrongiloides penetram na corrente sanguínea (vão a favor da corrente sanguínea) • Cistossoma também tem contato c a corrente sanguínea mas ele migra contra a corrente sanguínea PROTOZOÁRIOS • Tripanossoma cruzi, leshmania, giardia, tricomonas vaginalis, toxoplasma, plasmodius • Generalidades: Reino protista, domino procariontes (arquea e bactéria) • Todos são unicelulares, não formarão tecido verdadeiro, não tem desenvolvimento embriológico, a maioria são eterotropicos, são eucariontes, possuem cinetoplasto, grande quantidade de dna • Origem polifiléticos (não existe ancestral comum entre os protozoários) • Classificação pelo sistema de locomoção: flagelados (giárdia), ciliados (paramercio), pseudópode (amebas), e alguns não tem forma especializada de movimentação (plasmódio) • A maioria deles tem reprodução assexuada por divisão binária • Nem uma tem ovo ou larva • Principal sintoma da giardíase: diarreia, gases, dor abdominal, azia, perda de peso, fezes amareladas ARTRÓPODES - tunga penetrans (pulga), pediculide (pediculus humanus - piolho), acarus Nomenclatura - apenas em nível de espécie, sempre em latim, sempre em itálico c a primeira leita maiúscula (se for manuscrito, tem que grifar) Critérios para infecção • - fatores do hospedeiro (genético, estado nutricional, idade, sexo, status imunológico) • - Agente etiológico (dose infectante, tempo de exposição, entrada do patógeno, fatores de multiplicação e virulência) • - Condições ambientais (sazonalidade) • - Condições socioeconômicas e culturais Ações dos parasitas sobre o hospedeiro • - ação espoliativa/hipóxia • - Ação enzimática/tóxica • - Mecânica • - Traumática • - Irritativa MÉTODOS DIAGNÓSTICOS • Exame parasitológico (não quer dizer necessariamente que é de fezes); a gente pode evidenciar o DNA por exemplo por exame de PCR; pode ser por punção do licor; parasitológico de fezes; cultura a partir de amostra dos tecidos; exames vetoriais • Exames indiretos: sorológica e a intradermoreação • Amostras utilizadas: sangue (pesquisa direta, cultura, testes imunológicas) fezes (coprocultura ou pesquisa direta de parasita) e biópsia de tecido (pesquisa direta ou cultura) ACONDICIONAMENTO DE AMOSTRAS • - pré analítica: NOME, DATA, HORA E CONSISTÊNCIA • - FEZES FRESCAS: remessa imediata ao laboratório • - FEZES COM CONSERVANTES: formol 10%: conserva ovos e larvas de helmintos, cistos e oocistos de protozoários; MIF: mertiolato, iodo e formol: conversa ovos e larvas de helmintos, cistos e oocistos de protozoários; SAF: acetato de sódio, ácido acético e formol: conservar cistos e trofozoitos, adequados para fezes diarreicas ou formados. EXAME PARASITOLÓGICO DE FEZES Se você não colocar nenhuma especificidade: centrifugação, sedimentação espontânea (rotina, teste de hoffman: bom para ovos de helmintos mas não tanto para cistos) - Outros exames: teste de pons e jas - Oxiúro: fita gomada (graham) - Teníase: tamização - Pesquisa de hemoparasita: filariose; leishmaniose; malária; doença de chagas (fase aguda) HELMINTOS Ascaris lumbricoides, ancilostoma duaodenalis e transloides estercolaides causam a Síndrome de Loeffler (no ciclo sanguíneos: carga parasitária e a imunidade do paciente influenciam) Quadro pneumonco: febre, tosse, dispneia, eosinofilia, edema nos alvéolos, febre, bronquite, pneumonia ( sangue - fígado - coração - pulmão - tronco respiratório superior: causam ação mecânica e irritativa que causam tosse e causam a deglutição, onde passam para a segunda fase: fase intestinal) ASCARIS LUMBRICOIDES (ASCARIDÍASE) • - ovo, larva e verme adulto • - Contato com alimentos, água e objetos contaminados, autoinfecção externa • - Larvas parasitam o intestino delgado • - Síndrome de loeffler • - Dimorfismo sexual • - Cópia e oviposição do duodeno (fase adulta) • - Ciclo: ovos contendo L3 contaminam água e alimentos; ingestão de alimentos com ovos larvados; passagem do ovo pelo estômago e liberação da L3 no intestino delgado; penetração da larva na parede intestinal, larva carreada pelo sistema porta até o pulmão; larvas sofrem mudança para L4, sendo que posteriormente rompem os capilares e caem nos alvéolos sofrendo nova muda (L5). Migração de larva para faringe; Expulsação das larvas pela expectoração ou deglutição das mesmas; larvas atingem novamente o duodeno transformando-se em adultos. Fêmeas, após a copula, iniciam a oviposição; eliminação dos ovos pelas fezes e contaminação do ambiente; evolução dos ovos férteis até se tornarem larvados, com L3 • - O aumento dos vermes, a superpopulação, depende da deglutição dos ovos, isso não pode ser feito internamente. • - Sintomas gerais: fase intestinal: diarreia, dor abdominal, pode ver a eliminacao de verme adultos, falta de apetite, náuseas, obstrução intestinal, perda de peso e vomite • - Síndrome de loeffler: crise de asma, catarro com sangue, tosse.. • - Diagnóstico laboratorial: ovos nas fezes, casca, membrana mamilonada ANCILOSTOMÍASE (ANCYLOSTOMA DUODENALE) AMARELÃO • - Ovo, larva e verme adulto • - Contato com o parasita no solo • - Larvas penetram pela pele • - Ciclo na síndrome de loeffler • - Cópula e oviposição no intestino delgado • - Sintomas gerais: lesão no local onde a larva penetrou com vermelhidão, coceira e irritação, tosse, respiração com ruído, perda de peso, anemia, diarreia, palidez, dor de barriga • - Ovos com casca lisa, e dentro do ovo observamos a massa embrionária, observar a larva é mais raro. • - Ciclo biológico: os ovos do parasita são eliminados pelas fezes no solo; as larvas saem dos ovos e permanecem no solo; as larvas se desenvolvem-se e nessa fase que podem se contaminar; as larvas penetram na pele; depois de penetrar na pele as larvas chegam ao pulmão e ao coração através do sangue até se instalarem no intestino; as larvas tornam-se adultas no intestino e formam ovos. ESTRONGILOIDÍASE • - Strongyloides stercoralis • - Ovo, larva, verme adulto • - Contato com o parasita no solo • - Larvas penetram na pele • - Realizam ciclo da síndrome de loeffler • - gêmea partenogenética faz oviposição no intestino • - Ciclo biológico: penetração da larva pela pele; ANOTAR....... • - Sintomas gerais: manifestações cutâneas, alergia, pontos avermelhados, dor abdominal, diarreia, falta de apetite, enjoo, gases e flatulências, tosse seca • - Morfologia? ENTEROBÍASE • - Enterobius Vermicularis • - Ovo, larva e verme adulto • - Ingestão de ovos pela boca (mão/objetos) • - Larvas eclodem no intestino delgado • - Adultos parasitam e copulam no intestino grosso • - Fêmeas depositam ovos na região perianal • - Larvas eclodem em 4-5h (prurido anal) • - Ciclo biológico: ovos nas pregas perianais (eclosão de 4-6hrs); ingestão de ovos com embrião pela pessoa; larvaseclodem no intestino delgado; ovos no ceco; fêmeas prenhas migram para a região perianal, onde depositam seus ovos. • - Sintomas gerais: prurido perianal; insônia; irritabilidade e agitação; dor abdominal intermitente; náuseas e prolapso retal TRICURÍASE • - Trichuris trichiura • - ovo, larva, verme adulto. • - contato com alimentos, objetos ou água contaminados. • - ovos eclodem no intestino delgado • - vermes adultos parasitam e copulam no intestino grosso • - o ovo vai fazer parte das fezes • - ciclo biológico: ovos são liberados nas fezes; ficam depositados no solo; podem grudar e contaminar os alimentos; os ovos são ingeridos com os alimentos; os ovos chocam e liberam larvas; as larvas entram na fase adulta e liberam novos ovos. • Dimorfismos entre macho e fêmea, e fêmea maior que o macho. • Sintomas gerais: maioria é assintomática • Alta carga parasitaria causa: diarreia crônica; muco ou sangue nas fezes; distensão abdominal; enjoos; perda de peso; flatulência. • Característica diferencial: parte final do corpo em forma de chicote FILARIOSE • Wuchereria bancrofti • Transmitido por: culex quinquefasciatus (pernilongo ou muriçoca) • Larva e verme adulto • Larvas transferidas na picada tornam- se adultos nos vasos linfáticos • Liberam microfilarias que infectam o mosquito • Ciclo biológico: penetração da larva na pele durante a hematofagia; adultos nos vasos linfáticos; adultos produzem microfilárias que migram nos canais linfáticos e sanguíneos; culex infecta- se com microfilárias durante a hematofagia; microfilárias migram para os músculos torácicos do inseto; larva L se desenvolve e por fim a larva migra para a probóscida do inseto. • Sintomas gerais: na fase aguda podem aparecer fenômenos inflamatórios, entre eles: inflamação dos vasos linfáticos e linfadenites; febre, dor de cabeça, mal estar, entre outros; os pacientes podem apresentar edema de membros, e/ou mamas no caso das mulheres, e edema por retenção de líquido nos testículos no caso dos homens (elefantíase) • Diagnóstico por pesquisa sanguínea TENÍASE/CISTICERCOSE • Taenia solium/saginata • Ovo, larva (cisticerco) e verme adulto. • Ingestão de carne mal cozida com cisticerco • Vermes adultos se desenvolvem no intestino delgado • As tênias são hermafroditas – na proglote ocorre a liberação de espermatozoide e óvulo • Liberação de ovos ou proglotes gravídicas nas fezes • Ciclo biológico: indivíduo humano se infecta por ingestão de carne crua ou mal cozida contendo cisticerco; T saginata T solium – o parasita se fixa a parede intestinal pelo escólex; adultos se desenvolvem no intestino delgado; ovos ou proglotes grávidos são eliminados para o ambiente por meio das fezes; bovinos (T. saginata) ou suínos (Tsolium) contaminam-se ingerindo alimento contaminado por ovos ou proglotes do parasita; larva penetra pela parede intestinal e migra para a musculatura, por meio da corrente sanguínea; larva se desenvolve em cisticerco na musculatura.. ciclo reinicia • Sintomas gerais: dor de cabeça, dores abdominais; perda de peso; falta de apetite; náusea; irritação; fadiga (cansaço); insônia; diarreia • Ovos ingeridos que entrem na corrente sanguínea podem chegar ao cérebro causando neurocisticercose e provocando danos no sistema nervoso central • Podem causar convulsão episódica ou recorrente, cegueira, meningite ou hidrocefalia ESQUISTOSSOMOSE • Schistosoma mansoni • Ovo, miracídio, esporocisto, cercaria, esquistossômulo, verme adulto. • Penetração de cercarias na pele (locais de água doce) • Vermes adultos desenvolvem-se no fígado. • Migram para vênulas mesentéricas intestinais, copulam e depositam ovos que vão para as fezes. Sintomas gerais: Em alguns casos não apresentam sintomas, mas as pessoas podem ter: • Dores locais: nas articulações, no abdômen ou nos músculos. • Dores circunstanciais: durante a micção ou durante a relação sexual • No TGI: diarreia, edema, liquido no abdômen ou sangue nas fezes • No corpo: calafrios, fadiga febre ou mal- estar. • No desenvolvimento: crescimento lento ou dificuldade de aprendizagem • No trato urinário: micção frequente ou sangue na urina • Também é comum: coceira, dor de cabeça, falta de apetite, infertilidade, irritação na pele, perda de peso, sangramento vaginal ou tosse. PROTOZOÁRIOS Amebíase: • parasitismo por Entamoeba histolytica e E. díspar, com ou sem manifestações clínicas • Morfologicamente idênticas • Diferem: características bioquímicas, imunológicas, genéticas e epidemiológicas - E. hstolytica – patogênica - E. díspar – não patogênica - grande espectro clínico da amebíase • Estrutura celular simples • Metabolismo semelhante ao das bactérias • Transmissão orofecal – contaminação de água e alimentos com cistos • Epidemiologia: distribuição geográfica mundial (maior prevalência nas regiões tropicais e subtropicais – baixar condições sociais e sanitárias); transmissão oral através da ingestão de cistos maduros nos alimentos e água; apesar de poder atingir todas as idades, é mais frequentes nos adultos (entre 20 e 60 anos); algumas profissões são mais atingidas trabalhadores de esgotos, etc); os cistos permanecem viáveis (ao abrigo da luz solar e em condições de umidade) durante cerca de vinte dias • Diferentes cepas, em diferentes locais, influindo na patogenicidade • Aspectos biológicos: - TROFOZOÍTOS Pleomórficos; 15 a 20 Mc; movimentação e alimentação por pseudópodes; divisão binaria simples; núcleo único: aglomerado central de cromatina= cariossoma ou endossoma; cromatina periférica delicada, homogeneamente distribuída; citoplasma: nítida separação entre ectoplasma e endoplasma. - PRÉ- CISTOS - CISTOS: Esféricos ou ovais; 10 a 15 Mm; parede rígida; divisão múltipla por esquizogonia; 1-4 núcleos; cistos imaturos -1 ou 2 núcleos + corpo cromatóide = ribossomos agrupados; únicas formas que sobrevive no meio externo - habita o intestino grosso - os trofozoítos atingem as últimas porções do intestino grosso e fazem a formação da membrana cística e são liberados nas fezes, contaminam água e alimentos – ocorre a ingestão pelo homem – vão para o final do intestino delgado e inicio do intestino grosso – vão se transformar em metacistos e liberar 8 trofozoitos que passa a colonizar o epitélio do intestino grosso - na forma invasiva os trofozoítos conseguem a penetrar no epitélio intestinal e dividem-se intensamente na submucosa: eliminados nas fezes em pacientes com disenteria grave; ulcerações extensas; disseminação hematogênica; grandes com hemácias no citoplasma • Forma invasiva 1. Adesão das amebas às células epiteliais do colón 2. Morte das células do epitélio intestinal (citólise – proteína formadora de poros – amoebapore – apoptose) 3. Produção de IL-1b, ativação do fator de transcrição nuclear NF-kB; IL-1ª, IL-8; IL-6; COX-2; GM- CSF e recrutamento de neutrófilos 4. Migração de neutrófilos: agravamento da lesão epitelial • Aspectos clínicos da amebíase 3 a 10% portadores são sintomáticos em 1 ano • 4 formas clinicas: disenteria amebiana ou diarreia sanguinolenta: 90% dos casos: 3 a 5 evacuações/dia, precedidas de cólica e com tenesmo, sem febre; colite fulminante – 0.5%: 30 ou + evacuações/dia com cólicas intensas e tenesmo; letalidade de 40%; apendicite amebiana; ameboma do cólon: lesões pseudotumorais resultantes de necrose, inflamação e edema da mucosa e submucosa do cólon • Amebíase extraintestinal: abscesso hepático: inicio súbito; dor no hipocôndrio D que aumenta à inspiração profunda; muita febre; 3x mais comuns nos homens; lesões únicas ou múltiplas; e pode chegar ao pulmão direito atingido por contiguidade.• Diagnóstico laboratorial EPF + microscopia: fezes diarreicas ou disentéricas – trofozoitos; método de Hoffman ou faust Cultivo – não utilizado Métodos sorológicos (permitem distinguir entre E. histolytica e E. díspar) Métodos moleculares • Abcesso hepático Dados críticos/epidemiológicos Imagem Punção e métodos sorológicos + molecular • Tratamento forma intestinal assintomática: amebicidas de ação luminal (etofamida 500mg 2x/d, 3 dias ou Teclosan 500mg 8/8hrs, 1 dia ou 100mg 8/8hrs, 5 dias) • Amebíase invasiva ou extraintestinal: metronidazol 500-750mg 8/8hrs, 10 dias ou tinidazol 2g/d, 2-5 dias. • Controle de cura: EPF 7, 14, 21 e 28 dias após o término do tratamento GIARDÍASE (giárdia duodenalis) • Tem uma distribuição mais global • Podem acometer animais domésticos • G. duodenalis • Possuem mitossoma (organelas responsáveis por geração de energia) • Monoxeno (só precisam de um hospedeiro) • Ciclo vital: TROFOZOÍTOS (não são infectantes) 12-15 Mm Piriformes + quatro pares de flagelos Simetria bilateral Fissão binária longitudinal 2 núcleos + 2 axonemas + 2 corpos parabasais Disco suctorial (parte externa do núcleo, responsáveis pela adesão à mucosa do intestino) Alimentam-se por pinocitose CISTOS (apenas esse transmite pro homem) Ovalados – 12Mm Estruturas internas = trofozoítos 10 a 100 cistos para infectar um homem Viáveis na água a 4graus por até 3 meses FISIOPATOGENIA • Pode ir de assintomáticos para síndromes graves de má absorção Isso vai depender de: virulência das cepas, número de cistos ingeridos, idade e imunidade • Infecções prévias = formas menos graves em áreas endêmicas: crianças e viajantes • Trofozóitos não invadem as células intestinais do hospedeiro • Parasitos aderidos formam uma barreira mecânica para a absorção de nutrientes • Causam a atrofia de vilos e hiperplasia das criptas = redução da superfície de absorção • Afetam maturação do enterócito Aspectos clínicos • Assintomática • Diarreia transitória • Giardíase aguda: doença diarreica (2 a 4 semanas); esteatorréia; desconforto abdominal; náuseas, vômitos, perda de peso • Auto limitada (cura sozinha de 30 a 50% dos pacientes em 2 semanas); e em 25% das primo-infecções (7 semanas ou mais) Diagnóstico • EPF: Fezes diarreicas – trofozoitos; fezes formadas – cistos; Hoffman, Fauts; trofozoitos e cistos eliminados de forma intermitente (recomenda-se colher 23 amostras ao longo de 7 dias) • Enterotest • Elisa de captura – detecção de antígenos nas fezes – alta S e E • Detecção de anticorpo • Métodos moleculares (avaliação de material genético) • Cultivo do parasito in vitro Tratamento • Tinidazol, secnidazol, ornidazol, nimorazol – 2g DU • Metronidazol – 250mg 3x/dia, 5 a 10 dias • Albendazol – 400mg/dia/5dias • Controle de cura: EPF 7, 14, 21, dias após o fim do tratamento Trichomonas Vanginalis • Trato urogenital humano • DST nã viral mais prevalente no mundo • OMS – 173 milhões de caso/ano • S-74% em mulheres • Menos de 20% das mulheres parasitadas são sintomáticas (mulheres saudáveis – ph entre 3,8 – 4,4 -) • Vulvovaginite e DIP • 14-60% dos parceiros infectados albergam o parasito – trofozoítos na uretra, epidídimo e próstata (assintomático,uretrite ou prostatite) • Condições em que se desenvolve: baixa tensão de oxigênio; ph entre 5 – 7,5; temperatura entre 20 e 40graus MORFOLOGIA • Flagelados monóxenos • TROFOZOITOS - 3 ou 4 flagelos anteriores - 1 membrana ondulante - citoesqueleto complexo = feixe de microtúbulos = axóstilo (sustentação) - costa – estrutura de sustentação nas proximidades da membrana ondulante - corpo parabasal - fibras com estrias transversais formando lamelas com forma de gancho - hidrogenossomos – metabolismo de carboidratos dispostas em torno da costa e do axóstilo - núcleo único FISIOPATOLOGIA • Etapas de interação entre T. vaginalis e as células epiteliais do hospedeiros 1. Adesão por interação com a mucina 2. Secreção de muquinases: solubilizam o revestimento mucoso e liberam o parasito 3. Parasito liberado penetra a matriz mucosas solubilizadas e interage com as células epiteliais subjacentes 4. Parasito degrada proteínas da matriz extracelular e rompe a junção intercelular causando lesão epitelial • Reação inflamatória local: efeito citotóxico em neutrófilos • Fagocita bactérias saprófitos, células do epitélio vaginal, eritrócitos e células do sistema imune. • Degrada IgG e IgA e proteínas de complemento • Inflamação da mucosa urogenital – recrutamento de células do sistema imune – produção de citocinas pró inflamatórias – extensa lesão epitelial – aumento da vulnerabilidade às infecções oportunistas por bactérias, fungos, vírus e aos adenocarcinomas Aspectos clínicos • Amplo espectro: fatores genéticos do parasito e do hospedeiro; interação entre organismos da flora vaginal; fase do ciclo menstrual no momento do contágio • Raramente trato urinário superior e tubas uterinas • 25% a 50% são assintomáticas • Processo inflamatório crônico: vulvovaginite persistente • Mucosa vaginal edemaciada e hiperemiada • Pequenos focos de hemorragia • Leucorreia profusa de odo fétido (exsudato sero-purulento espumoso amarelado ou esverdeado, às vezes com bolhas, no fórnix posterior da vagina • Prurido e ardor • Disúria, dispareunia e dor pélvica baixa • 6x risco de adquirir HIV • Ruptura prematura das membrana, parto prematuro e baixo peso ao nascer • Homens – geralmente assintomáticos - causa 3 a 17% das uretrites - secreção pouco abundante, purulenta ou mucoide e mais frequente pela manhã - complicações: contrição uretral, prostatite, balanopostite e epididimite DIAGNÓSTICO • Exame microscópico direto de uma amostra de secreção vaginal fresca + 1 gota de solução salina - trofozoitos se movem ativamente na amostra - possível ver seu batimento flagelar quando o protozoário está em repouso • Cultivo do parasito (2 a 7 dias) • Testes imunocromatográficos – OSOM trichomonas rapid test e xenostrip-Tv - simples e rápidos TRATAMENTO • Metronidazol – 2G EM du – TAXA DE CURA DE 82 A 97% • Metronidazol 500mg – 12/12 hrs por 7dias – taxa de cura 85 – 90% • Tinidazol – 2g e DU – taxa de cura de 86% a 100% • Resistência – 10% dos casos: metronidazol – 2 a 4g/dia, divididos em duas doses, por 10 a 14 dias Toxoplasma gondii • parasita intracelular obrigatório • qualquer célula nucleada de mamíferos e aves • 3 estágios infectantes - taquizoitos: alongados e encurvados, em forma de arco ou decrescentes; núcleo central; multiplicação rápida. - bradizoitos: multiplicação lenta - esporozoitos: interior dos oocistos; disseminação no ambiente externo. • Complexo apical: adesão e invasão - anéis polares - conoide – rede de microtúbulos enovelados envolta pelos anéis polares - micronemas – organelas tubulares alongadas - roptrias – organelas vesiculares que se estendem do conoide até a porão medial da célula - rede de microtúbulos subpeliculares • Apicoplasto: genoma circular - múltiplas membranas - função desconhecida x sensibilidade a antibióticos - clindamicina (tratamento) age nos ribossomos do apicoplasto • Se multiplicam por endodiogenia • Taquizoítos liberados a cada 6-9 h - invasão de células vizinhas - disseminação hematogênica ou linfática • Cisto tecidual = célula parasitada envolta por membrana espessa: bradizoítos - células epiteliais, musculares e nervosas e etc – viáveis por longos períodos. - inibe a apoptose da célula hospedeira - não induzem resposta inflamatória - ingestão de cistos – bradizoítos invadem intestino: taquizoítos - reativação• Complexo apical e superfície da célula a ser invadida: exocitose do conteúdo das roptrias e micronemas - MIC2: adesina liberada do micronema – conecta fibras de actina e miosina as superfície do parasito e do hospedeiro • Invaginação da MC vacúolo parasitóforo - parede revestida por proteínas das roptrias e micronemas: entrada apenas de pequenas moléculas; impede ligação com lisossomos da célula parasitada • Invasão de diversos tipos celulares • Ciclo biológico 3 a 10 dias – gatos e outros felinos ingerem cistos teciduais de roedores, quando chegam no intestino esses bradizoitos no lúmem e tem a penetração no epitélio intestinal - ciclo assexuado: esquizogonia – esquizonte – merozoítos - ciclo sexuado = GAMETOGONIA: merozoítos – macrogametócitos e microgametócitos – zigoto – oocisto – lúmen – fezes – hospedeiro intermediário - esporogonia – 1 a 5 dias = esporulação do oocisto no solo: 2 esporocistos com 4 esporozoítos cada: oocistos viáveis no solo por até 18 meses; resistentes a desinfetantes e outros agente químicos; inativados em temp > 55graus por 2 min Quadro clínico • Assintomático • 10% síndrome mono-like • Raro – infecção aguda disseminada: exantema, febre alta e prostração, meningoencefalite, hepatite, pneumonite e miocardite • - reavivação de foco ocular • - imunocomprometidos – reativação de infecções crônicas latentes - risco de 10-50% na SIDA - SNC – encefalite: febre, letargia e alteração do nível de consciência, convulsões e déficits motores focais - TC: reforço em anel, 1 ou + lesões hiperdensas com edema ao redor Infecção congênita - maior risco no terceiro trimestre x maior gravidade no primeiro trimestre - 5 – 15% abortamento - 8 – 10% calcificações intracanianas, coriorretinite (geralmente grave bilateral), hidrocefalia ou microcefalia, alterações psicomotoras e convulsões. - 75% - 85%: sintomas ou distúrbios leves Diagnóstico laboratorial - isolamento: pesquisa no creme leucocitário; inoculação em peritônio de camundongos; semear amostras em culturas celulares - PCR em LA e LCR - detecção de antígenos - pesquisa de anticorpos específicos – IFI, ELISA ou HÁ: fase aguda: IgM, IgA, IgE e IgG –altos títulos de IgG ou rápida elevação em 2 semanas- IgG ou baixa avidez - fase de transição: altos tituls de IgG ou avidez crescente + ausência de IgA e IgE + IgM em baixos títulos – semanas ou meses - Fase crônica: baixos títulos de IgG de alta avidez + ausência de Ac das demais classes Tratamento - Infecções primárias sintomáticas e reativações: sulfadiazina + pirimetamina + ácido folínico – 4 a 6 semanas - gravidez: espiramicina ou clinda – 21 semanas ou até o fim da gestação - coriorretinite: corticoide - congênita: sulfadiazina + pirimetamina + ácido folínico – 12 meses MALÁRIA • Picada da fêmea • Plasmódio falciparum (80 – 90% das infecções na África) • P. vivax (espécie predominante nas américas) • P. malariae • P. ovale • Ciclo vital 1. Inoculação do esporozoíto no tecido subcutâneo: glândulas salivares das fêmeas do gênero Anopheles (15 – 200 esporozoítos) 2. Corrente sanguínea ou linfática (no sangue, chega até as células de Kupffer hepáticas e migram por diversos hepatócitos – esporozoítos dão origem ao esquizonte) - P. vivax e P. ovale: forma intermediária = hipnozoítos - linfáticos: o ciclo é interrompido porém há estimulo a uma resposta imune 3. Esquizonte: célula multinucleada: esquizogonia hepática 4. 8 – 15 dias: hepatócitos libera milhares de MEROZOÍTOS nos sinusóides hepáticos 5. Merozoítos invadem hemácias em 5 etapas (mesma coisa que do toxoplasma) – apicomplexa 6. Merozoítos vão se multiplicar e se transformar em trofozoítos no interior das hemácias - esquizogonia intra- eritrocitária= os trofozoítos se multiplicam dando origem aos equizontes eritrocitário, esses esquizontes vão romper as hemácias e entram na corrente sanguínea 7. Merozoítos – trofozoítos – gametócitos – ingeridos pelo mosquito 8. Esporogonia – duração de 10 a 17 dias - ocorre no mosquito - exflagelação do gametócito masculino: 6 a 8 microgametas - gametócito feminino: macrogameta - micro + macro = zigoto – oocineto - penetração na parede do estômago: OOCINETO – OOCISTO - oocisto formara os esporozoítos - ruptura oocisto – esporozoítos migram para a glândula salivar do mosquito Aspectos clínicos • Imunidade parcial e de curta duração - imunidade clínica: permanecem susceptíveis porém fazem formas mais leves ou assintomáticos - gestantes – malária grave - moradores de área endêmica que saem da sua área por longos períodos: malária grave • Paroxismos ou acessos palúdicos - geralmente ausente nos constantemente expostos - calafrios + mal estar + cefaleia + mialgia e artralgia - náuseas e vômitos - algumas horas depois: febre alta com adinamia e prostração; sudorese profusa; melhora do quadro - P. falciparum, P. vivax e P. ovale – 48h (febre terçã) - P. malarie – 72h (febre quartã) • Assintomático ou formas leves: geralmente anemia, esplenomegalia e hepatomegalia • DX DIF: degue, FA e outras arboviroses e bacteremia • P. falciparum tem maior capacidade de produzir doença grave e resistência a antimaláricos • Malária grave ou complicada = malária falciparum • HOSPITALIZAÇÃO: incapacidade de ingerir os antimaláricos; disfunção de órgãos vitais; altas parasitemias; gestantes com malária falciparum • Fisiopatologia das formas graves: - Citoaderência: principal fator de virulência de P. falciparum; adesão das hemácias parasitadas por estágios maduros do parasito ao endotélio - trofozoítos maduros e esquizontes sanguíneos: PfEMP-1 (proteína 1 da membrana do eritrócito) – Knobs – aderência a receptores endoteliais • Formação de rosetas • Obstrução ao fluxo sanguíneo • Diagnóstico laboratorial: - estágios intra-eritrocitários em amostras de SP examinadas ao microscópio óptico com objetiva de imersão - GOTA ESPESSA – alta S - esfregaço sanguíneo – melhor forma para distinguir entre as espécies - Sorologias – estudos epidemiológicos e triagem em banco de sangue – não diferencia infecção atual de pregressa - PCR – elevada S, permite diferenciar as espécies x alto custo e complexidade - testes rápidos imunocromatográficos – alto custo, baixa sensibilidade e dificuldades na diferenciação entre espécies. • Tratamento - objetivo primário: erradicação dos estágios assexuados - objetivos secundários: eliminar os estágios hepáticos latentes (hipnozoitos de P. vivax e P. ovale) e interromper a transmissão vetorial - Antimaláricos: esquizonticidas (tecidual ou sanguíneo); hipnozoiticidas; gametocitocidas; esporonticidas DOENÇAS DE CHAGAS • Ocorre exclusivamente nas Américas • Vetores: insetos hemípteros hematófagos da família Reduviidae - 140 espécies – 18 gêneros - Algumas dos gêneros Triatoma, Panstrongylus e Rhodnius (Triatoma infestans, Rhodius prolixus e Triatoma dimidiata) • Hospedeiros: mais de 150 espécies de animais domésticos e silvestres • Taxonomia - Ordem Kinetoplastidae: protozoários com conetoplasto = estrutura composto de DNA mitocondrial fibrilar - Família Trypanosomatidae: KDNA em forma de rede, flagelo único que emerge de bolso flagelar anterior ou lateral, unido ao corpo - todos são parasitos - mesma família da Leshimania • Transmissão - vetorial: oral – caldo de cana e polpa ou suco açaí ou outras palmeiras amazônicas; ingestão de carne de caça crua ou mal cozida - aleitamento materno: transfusional; probabilidade de 10 a 20% de infecção; parasitemia do doador e o tipo de hemoderivado transfundido - transplacentária: 1 a 18% de infecção congênita; acidentes de laboratorial; transplante de órgãos• Trypanosoma cruzi - grande polimorfismo morfológico e de comportamento biológico - extensa diversidade genética (6 grupos de T. cruzi) - estágios no tubo digestivo do vetor: epimastigotas: se dividem mas não infectam; tripomastigotas metacíclicos: infectantes, mas não se dividem - estágios no hospedeiro mamífero: amastigotas – dividem, mas são pouco infectantes; tripomastigotas: infectantes, porém não se dividem - AMASTIGOTAS: arredondadas ou ovoides; flagelo incipiente que não emerge no bolso flagelar; cinetoplasto próximo ao núcleo; ciclo intracelular na infecção dos mamíferos; fissão binária - TRIPOMASTIGOTAS: formas extracelulares alongadas; flagelo único emerge do bolso flagelar na parte posterior e vai até a parte anterior, ligado à membrana, movimento ondulatório: flagelo + membrana = membrana ondulante; cinetoplasto posterior ao núcleo; encontrados no sangue; nos triatomídeos: extremidade distal do tudo digestivo tripomastigotas metacíclicos; não se reproduzem; principais formas infectantes - EPIMASTIGOTAS: estágios extracelulares alongados; cinetoplasto anterior e próximo ao núcleo; membrana ondulante curta; intestino médio dos triatomíneos; se multiplicam abundantemente por fissão binária; únicas formas que podem ser cultivadas • Todas as formas tem um único flagelo • BOLSO FLAGELAR = invaginação da MC - região de emergência do flagelo - sítio ativo de troca de moléculas entre os meios extra e intracelular - CITÓSTOMA – endocitose • MITOCÔNDRIA - rede única de túbulos com dupla membrana que percorre o interior da célula - próximo ao local de emergência do flagelo – CINETOPLASTO – contém o DNA mitocondrial ou kDNA – 30% do DNA total da célula • Ciclo de vida – triatomíneos: tripomastigotas sanguícolas – intestino médio do inseto – epimastigotas – reprodução por fissão binária – colonização do intestino médio e posterior do inseto – adesão as células epiteliais da porção distal do tudo digestivo – tripomastigotas metacíclicos – perda de aderência – tripomastigotas metacíclicos nas fezes durante repasto – penetração do hospedeiro mamífero
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