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UNIVERSIDADE VILA VELHA FLAVIA FREIRE JOYCE SUAVE JULIA SILVA JULIE SANTANA MAYARA THOMAS OVINOCULTURA DE CORTE VILA VELHA – 2020 UNIVERSIDADE VILA VELHA FLAVIA FREIRE JOYCE SUAVE JULIA SILVA JULIE SANTANA MAYARA THOMAS OVINOCULTURA DE CORTE Trabalho apresentado no curso de Medicina Veterinária na disciplina de Projetos Agropecuários para obtenção de pontuação bimestral. VILA VELHA – 2020 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 1 2. PREÇOS HISTÓRICOS ................................................................................................ 2 3. DADOS SOBRE EXPORTAÇÃO ................................................................................. 3 4. CUSTO DE PRODUÇÃO .............................................................................................. 8 5. PERSPECTIVA DE MERCADO...............................................................................9 6. REFERÊNCIAS ............................................................................................................ 11 1. INTRODUÇÃO O mercado de ovinocultura de corte encontra-se em crescimento no Brasil. A região nordeste concentra o maior número de rebanho de ovinos, seguido da região sul, conforme tabela abaixo. Apesar da região nordeste concentrar o maior número de rebanhos de ovinos, o Rio Grande do Sul é o estado que possui o maior número de rebanhos ovinos, seguido da Bahia, Ceará, Pernambuco e Piauí. 2014 2015 2016 2017 2018 1 Brasil 17.614.454,00 18.410.551,00 18.403.947,00 18.606.767,00 18.948.934,00 2 Nordeste 10.126.799,00 11.149.336,00 11.597.530,00 12.058.840,00 12.634.412,00 3 Sul 5.166.225,00 4.877.671,00 4.406.362,00 4.258.404,00 4.010.916,00 4 Centro-Oeste 982.434,00 1.027.552,00 1.045.425,00 1.009.579,00 1.027.452,00 5 Sudeste 704.831,00 700.336,00 669.680,00 623.693,00 610.784,00 6 Norte 634.165,00 655.656,00 684.950,00 656.251,00 665.370,00 Fonte: IBGE - Pesquisa da Pecuária Municipal Tabela 3939 - Efetivo dos rebanhos, por tipo de rebanho - Ranking descendente Variável - Efetivo dos rebanhos (Cabeças) Ovinos 2014 2015 2016 2017 2018 1 Rio Grande do Sul 4.223.266,00 3.957.275,00 3.496.904,00 3.436.402,00 3.187.776,00 2 Bahia 2.815.438,00 3.168.650,00 3.497.190,00 3.793.502,00 4.179.667,00 3 Ceará 2.229.327,00 2.304.996,00 2.294.035,00 2.228.713,00 2.318.568,00 4 Pernambuco 1.924.342,00 2.416.977,00 2.479.122,00 2.295.269,00 2.350.121,00 5 Piauí 1.210.967,00 1.200.079,00 1.207.807,00 1.615.224,00 1.635.678,00 6 Rio Grande do Norte 860.037,00 872.795,00 843.968,00 851.160,00 794.126,00 7 Paraná 650.231,00 614.749,00 596.193,00 562.712,00 556.512,00 8 Mato Grosso do Sul 502.678,00 505.537,00 503.821,00 460.083,00 435.618,00 9 Paraíba 442.533,00 501.362,00 523.103,00 572.688,00 610.214,00 10 São Paulo 408.857,00 385.853,00 374.166,00 357.975,00 342.122,00 Fonte: IBGE - Pesquisa da Pecuária Municipal Tabela 3939 - Efetivo dos rebanhos, por tipo de rebanho Variável - Efetivo dos rebanhos (Cabeças) # Unidade da Federação Tipo de rebanho x Ano Ovino 2. PREÇOS HISTÓRICOS Os dados do Centro de Inteligência e Mercado de Caprinos e ovinos (2018) indicam que o preço médio ponderado (R$/kg vivo) da carne de ovinos no Brasil no período de maio a setembro de 2018 variou de R$ 5,80 a 5,88. Considerando as variações de preço médio ponderado por região, temos a região sudeste com os preços mais elevados, variando entre R$ 8,20 a R$ 9,00. A região Norte de R$ 6,40 a R$ 7,60. A Região Sul R$ 6,60 a R$ 6,80. A região Centro Oeste de R$ 6,10 a R$ 7,60 e a região nordeste com os preços mais baixos, variando entre R$ 5,00 e R$ 5,50. 3. DADOS SOBRE EXPORTAÇÃO Os dados obtidos foram referentes ao mercado externo brasileiro de produtos ovinos e caprinos. Considerado o período entre janeiro e setembro, as exportações de produtos da ovinocultura e caprinocultura somaram US$ 21.252.665, superando em 24,7% o valor do mesmo período do ano anterior. O grupo de produtos que se destaca na exportação do Brasil de produtos da ovinocultura e caprinocultura é aquele que abrange diversos tipos de lãs. De janeiro a setembro, na comparação entre os anos de 2018 e 2017, ocorreu um crescimento de 42,9% no valor exportado desse grupo, o qual tem participação de 75,5% das exportações até setembro em 2018 (figura 1). Figura 1. Distribuição das exportações de produtos ovinos e caprinos por grupos, Brasil, Janeiro a setembro de 2018. Fonte: Brasil (2018) O segundo segmento de produtos da ovinocultura e caprinocultura em valor exportado até setembro de 2018 foi o de peles e couros, com 12,3% de participação, tendo uma redução de 38,2% em relação ao mesmo período de 2018. Deve-se ressaltar que em 2018, dadas as conjunturas políticas e o cenário econômico internacional, houve uma forte desvalorização cambial, o que favorece as exportações, e poderá trazer um efeito positivo no balanço final do ano. Apesar do cenário desfavorável à importação, houve um crescimento de 2,8% dos produtos da ovinocultura e caprinocultura até setembro de 2018 em relação ao mesmo período de 2017, chegando ao valor de US$ 41.696.732, onde o grupo que inclui carnes e carcaças tem a maior representação, com 76,4% nesse período em 2018 (Figura 2). Esse grupo, também, apresenta um crescimento de 19,0% no valor importado nesse período, o que puxou esse crescimento das importações, frente à redução de outros itens relevantes como Tripas de ovinos, que teve redução de 36,7% e Peles e couros, com redução de 13,4%. Figura 2. Distribuição das importações de produtos ovinos e caprinos por grupos Brasil, janeiro a setembro de 2018. Apesar do encarecimento das importações houve um pequeno incremento, pautado prioritariamente na compra de carnes e carcaças, o que reitera o crescimento desse mercado que está se valendo da produção de outros países para suprir a demanda, apontando um mercado potencial de, pelo menos, US$ 31.842.634, que foi o valor registrado até setembro de compra desse grupo de produtos em 2018. É uma sinalização positiva para o setor produtivo que pode enxergar nesse indicador um balizador da demanda a ser atendida, devendo levar em consideração o contexto econômico, ou seja, em uma situação mais favorável do ponto de vista cambial é provável que houvesse um crescimento maior das importações. 4. CUSTO DE PRODUÇÃO Sistema de custos é um conjunto de procedimentos administrativos que registra, de forma sistemática e contínua, a efetiva remuneração dos fatores de produção empregados nos serviços rurais (SANTOS, et al. 2002, p.34). Para a realização da análise dos custos de produção, é necessária a escolha de uma sequência metodológica a fim de se chegar a um resultado comum. Em termos econômicos, os componentes do custo são agrupados, de acordo com sua função no processo produtivo, nas categorias de custos variáveis, custos fixos, custo operacional e custo total. A. CUSTO VARIÁVEL I. Despesas de Custeio com a Produção 1. Operação com máquinas 2. Aluguel de máquinas 3. Mão-de-obra permanente 4. Mão-de-obra temporária 5. Sementes, adubos e fertilizantes 6. Despesas administrativas 7. Insumos gerais 8. Medicamentos veterinários 9. Agrotóxicos 10. Combustíveis e lubrificantes II. Despesas Pós-Produção 1. Transporte 2. Comissões 3. Limpeza, secagem, armazenagem (grãos) III. Despesas Financeiras 1. Juros 2. Impostos e taxas B. CUSTO FIXO IV. Depreciações 1. Depreciação de benfeitorias e instalações 2. Depreciação demáquinas e implementos V. Outros Custos Fixos 1. Manutenção de máquinas e implementos 2. Conservação de benfeitorias e instalações 3. Seguro do capital fixo C. CUSTO OPERACIONAL = (A + B) VI – Renda dos Fatores 1. Custo de oportunidade do capital 2. Custo de oportunidade da terra D. CUSTO TOTAL = (C + VI) Estudos indicam que para se iniciar na produção de ovinos de corte, é necessário um investimento inicial de cerca de 80 mil reais, sendo que a alimentação dos ovinos corresponde a 30% do custo de produção e tem como principal item a pastagem; os custos por animal variam em torno de sete reais por quilo de carne. 5. PERSPECTIVA DE MERCADO “Com diversas vantagens econômicas em seu ciclo produtivo quando comparada com a bovinocultura, a ovinocultura de corte pode apresentar índices zootécnicos que elevam seus preços e fazem com que a mesma seja uma atividade muito promissora no setor pecuário (CABRAL E RODRIGUES, 2009).” “A produção e carne ovina no Brasil atualmente está crescendo muito, porém ainda não está próximo de suprir o mercado interno. O potencial de expansão da ovinocultura de corte é grande e é uma das proteínas animais com maior tendência de aumento no consumo, devido ao aumento na produtividade e aos mais variados benefícios apresentados na composição da carne, como os ótimos níveis de colesterol bom, High Density Lipoproteins (HDL), e baixos níveis do colesterol ruim, Low Density Lipoproteins (LDL), e um bom equilíbrio entre Ômegas 3 e 6 (SELAIVEVILLARROEL; OSÓRIO, 2017).” Os principais produtores de carne ovina mundiais, com maiores rebanhos, são China, União Europeia, Austrália, Nova Zelândia, Índia, Irã e Sudão. Nacionalmente, com maior tradição do consumo da carne de ovinos, em feiras, em churrascarias e em festas populares estão o Nordeste e Sul do Brasil. Há algum tempo, os produtores estavam desanimados com os preços pagos pela indústria, pela falta de qualidade dos animais distribuídos. Mas com o aumento da qualidade, o rendimento da carcaça dos ovinos passou de 46% para 50% (há produtores alcançando 58%). Existem indústrias que bonificam os produtores que entregam cordeiros de 8 meses com rendimento de carcaça maior que 50%. Assim, quem produz uma carcaça de 15 quilos de aproveitamento, pelos preços praticados mais a bonificação, receberá em torno de R$ 200,00, bem superior à arroba de boi. Em alguns mercados, chega-se ao dobro dela, o que vem gerando aumento da ovinocultura profissional. A previsão é de que a ovinocultura tende a crescer muito em nosso país, pois temos condições climáticas e área suficiente para isso. Porém, também é sabido que, os produtores precisam apostar em modelos de gestão moderna e atualização de tecnologias. O mercado já aponta a direção para onde vai o consumo interno. As mais difundidas no Brasil são: Suffolk, Hampshire Down, Texel, Ile de France e Dorper (lanadas e específicas para carne). A Corriedale e Romney Marsh são de dupla aptidão (carne e lã), além das nacionais deslanadas, como a Santa Inês e a Morada- Nova (carne e couro). A sulfok, representante das raças produtoras de carne, possui alta eficiência na engorda, o que determina alta velocidade de crescimento e ganho de peso. https://www.cpt.com.br/cursos-ovinos javascript:; A coorriedale, representante das raças mistas, foi criada a partir da combinação entre raças especializadas em lã e raças com melhor aptidão para carne. https://www.cpt.com.br/cursos-ovinos A Santa Inês, raça típica brasileira, representante das ovelhas deslanadas, é muito comum na região Nordeste para obtenção de carne e pele. https://www.cpt.com.br/cursos-ovinos Os estudos indicam que o consórcio de ovinos com bovinos pode ser uma das saídas para o aumento do rebanho, pois ambos são ruminantes e possuem algumas similaridades no processo, entretanto, os ovinos exigem um pouco mais de manejo. 6. REFERÊNCIAS . 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