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1 UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ CURSO DE PEDAGOGIA (EAD) ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM ORGANIZAÇÕES NÃO ESCOLARES ALINE SANTIAGO CAVALCANTE DO NASCIMENTO MATRÍCULA: 201801270341 LAR DE CRIANÇAS SARA E BURTON DAVIS ENDEREÇO: PRAÇA ARAÇÁS, 14, PATACAS, AQUIRAZ-CE TELEFONE: (85) 3361-9098 AQUIRAZ 2020 https://www.google.com/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&ved=2ahUKEwjd46_Ky-HiAhUtE7kGHbnODs8QjRx6BAgBEAU&url=https://www.passeidireto.com/arquivo/36762967/logomarca&psig=AOvVaw0Ina9mug3PyWObwgna1ror&ust=1560348034878763 2 UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ CURSO DE PEDAGOGIA (EAD) ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM ORGANIZAÇÕES NÃO ESCOLARES Relatório exigido como exigência da disciplina Estágio Supervisionado em Organizações Não Escolares. AQUIRAZ 2020 https://www.google.com/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&ved=2ahUKEwjd46_Ky-HiAhUtE7kGHbnODs8QjRx6BAgBEAU&url=https://www.passeidireto.com/arquivo/36762967/logomarca&psig=AOvVaw0Ina9mug3PyWObwgna1ror&ust=1560348034878763 3 SUMÁRIO 1. Introdução ............................................................................................................. 04 2. Metodologia e Fundamentação ............................................................................. 05 3. Observação e Prática ............................................................................................. 07 4. Análise dos materiais de suporte ............................................................................ 08 5. Considerações finais ............................................................................................. 09 6. Referência .............................................................................................................. 10 7. Anexos .................................................................................................................. 11 4 1. Introdução Esse relatório descreve a experiência vivida e o aprendizado, tanto teórico como prático, adquirido no estágio supervisionado em organizações não escolares desenvolvido no Lar de Crianças Sara e Burton Davis, chamado apenas por Lar Davis, situado na comunidade de Araçás, bairro Patacas, município de Aquiraz, no Ceará, no período de 24 de agosto a 30 de setembro de 2020. O Lar Davis é uma OSC (Organização da Sociedade Civil) que acolhe crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social envidas pela Vara da Criança e do Adolescente, através do Conselho Tutelar. Atualmente 35 crianças e adolescentes, de 0 a 18 anos, encontram-se acolhidos lá. Os registros feitos nesse relatório mostram o impacto do investimento tempo e recursos no desenvolvimento educacional de crianças e adolescentes em situação de acolhimento institucional, e salientam a importância da atuação do pedagogo no campo dado como social e o potencial educativo das instituições de acolhimento. As Orientações Técnicas para o Serviço de Acolhimento para Crianças e Adolescentes norteiam o trabalho a ser desenvolvido nas instituições de acolhimento, bem como evidenciam a equipe de referência mínima que deve compor o quadro funcional. Essas normativas exigem um coordenador para cada unidade; um educador/cuidador e um auxiliar de educador/cuidador para até dez acolhidos, por turno; um assistente social e um psicólogo para atender, no máximo, vinte acolhidos em até duas instituições. A quantidade de profissionais deverá ser aumentada quando houver usuários com demandas específicas, como deficiência, pessoas soropositivas, necessidades específicas de saúde ou idade inferior a um ano (BRASIL, 2006a; 2009).Vale ressaltar que o profissional de pedagogia não é obrigatório em tais instituições, de acordo com legislação vigente, embora reconhecendo que, além do assistente social e do psicólogo, outras categorias profissionais em nível superior, como o pedagogo, poderão integrar as equipes técnicas. Apesar do fato de o pedagogo não ser exigido em instituições de acolhimento, esse profissional é encontrado atuando em equipes técnicas de instituições, não sendo este o foco de atuação do pedagogo no Lar Davis. Vivendo o país e situação de calamidade devido a pandemia de corona vírus, 5 diversas áreas, como saúde, economia e educação, tiveram que se adaptar a uma nova realidade, para que os prejuízos fossem amenizados da melhor maneira possível. Trazendo à tona as tentativas de amenizar os prejuízos causados na educação, o ensino híbrido veio como uma solução razoável. Famílias, escolas, governos e profissionais tiveram que se adaptar à educação à distância e ao uso da tecnologia. A partir desses ajustes, entra em cena o foco da atuação do pedagogo no Lar Davis. Facilitar a continuidade do processo de ensino aprendizagem dos estudantes em situação de acolhimento institucional, visando o menor prejuízo acadêmico possível. 2. Metodologia e fundamentação teórica Este trabalho fora desenvolvido por meio de participação e observação da atuação do pedagogo no Lar Davis, relacionando seu trabalho às obrigações e deveres do pedagogo em ambiente não escolar. Através do estágio em espaços não escolares, é possível perceber o amplo leque de possibilidades dessa formação, além de, como um divisor de águas, oportunizar a descoberta do interesse e identificação pela pedagogia em outros setores; bem como a certeza preferir seguir na docência em ambientes formais. O estágio é capaz de fazer com que o aluno relacione a teoria com a prática, reforçando as abordagens teóricas apresentadas em sala de aula quanto estudante de pedagogia em formação. A resolução CNE/CP nº 1, de 15 de maio de 2006 (BRASIL, 2006 Art. 4º), que institui as diretrizes curriculares para o curso de pedagogia, licenciatura, o pedagogo deverá desenvolver atividades como planejar, executar, acompanhar, avaliar e coordenar não apenas tarefas escolares, mas também experiências educativas fora desse contexto; suas atividades envolvem, ainda, a produção e difusão, em contextos escolares e não escolares, de conhecimentos científico-tecnológicos sobre a educação. § 2º O curso de Pedagogia, por meio de estudos teórico-práticos, investigação e reflexão crítica propiciará: I – o planejamento, execução e avaliação de atividades educativas; Art. 4º Parágrafo Único. As atividades docentes também compreendem participação 6 na organização e gestão de sistemas e instituições de ensino, englobando: II – planejamento, execução, coordenação, acompanhamento e avaliação de projetos e experiências educativas não-escolares; IV – trabalhar, em espaços escolares e não-escolares, na promoção da aprendizagem de sujeitos em diferentes fases do desenvolvimento humano, em diversos níveis e modalidades do processo educativo; XIII – participar da gestão das instituições planejando, executando, acompanhando e avaliando projetos e programas educacionais, em ambientes escolares e não escolares; (BRASIL, 2006). Esse profissional também deverá sair do curso apto a participar da gestão das instituições; promover a aprendizagem em espaços não escolares, em diversos níveis e modalidades que envolvam o processo educativo; ajudar a superar os mais diversos tipos de exclusões; desenvolver trabalhos em equipe; participar da elaboração, do acompanhamento e da avaliação do projeto pedagógico; planejar, executar, acompanhar e avaliar programas e projetos voltados à educação nos ambientes escolares ou não escolares; etc. Profissional que atua em várias instâncias da prática educativa, direta ou indiretamente ligadas à organização e aos processosde transmissão e assimilação de saberes e modos de ação, tendo em vista objetivos de formação humana previamente definidos em sua contextualização histórica. (LIBÂNEO, 2001, p.09). Como destaca Vasconcelos (2012, p. 11): Certamente, o Estágio em Contextos Não Escolares trará diversas contribuições para a sua formação, propiciando a sua inserção na realidade de diferentes instituições e a possibilidade de desenvolvimento de um conhecimento mais aprofundado sobre as práticas do pedagogo em contextos distintos da escola [...] A educação não formal vem confirmando essa diversidade de áreas para a atuação do pedagogo, enfatizando a necessidade de um profissional que seja capaz de lidar diretamente com os grupos de pessoas dentro das instituições objetivando o desenvolvimento pessoal desses indivíduos, seja, em empresas, museus, hospitais, penitenciárias, ONGs. Sendo assim, o pedagogo pode contribuir de forma enriquecedora nas diferentes práticas educativas que permeiam a educação no âmbito do acolhimento institucional. Sua atuação pode acontecer desde a qualificação do quadro profissional, trazendo 7 reflexões e discussões sobre as finalidades e valores relativos à educação que ocorre nesses espaços, até as práticas voltadas às crianças e adolescentes, como o suporte e o acompanhamento da vida acadêmica, à rotina dada ou construída, à construção da individualidade, de regras, do autoconhecimento, dente outras. 2. Observação Prática A atuação do pedagogo no Lar Davis mais se assemelha a atuação do pedagogo na sala de aula, uma vez que todo seu trabalho é voltado para amenizar os prejuízos na aprendizagem das crianças e adolescentes lá acolhidos, devido a crise sanitária no país, causada pela pandemia de corona vírus. No quesito pedagogia social, pedagogia em instituição não escolar, a unidade de acolhimento não detém um profissional da área para atuar, que detenha conhecimento das noções básicas de direito da família, de direitos humanos, de como lidar com as emoções e com comportamentos de indivíduos em situação de acolhimento, com adolescência, com as relações parentais, pois são estas as principais necessidades deste público ao chegar à instituição acolhedora. Seria parte do papel de um pedagogo neste segmento aproximar a escola da instituição, incluir integralmente a criança na educação, ou seja, para além de uma matrícula, mas a permanência na escola, o desejo de aprender, de estar na escola, de se sentir parte daquele contexto e processo e de construir por meio da educação, projetos de vida. Seria também incumbência deste pedagogo trabalhar a inclusão social por meio da inserção em cursos e de preferência fora da instituição; da participação em eventos representando a instituição; do trabalho com as famílias e com a comunidade; de encontros com discussão de temáticas como: Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), drogas, família, profissão, escola. Sem falar nas ações de fortalecimento da autonomia da criança, do adolescente e do jovem e preparação para desligamento do serviço, e capacitação do quadro de colaboradores da unidade de acolhimento. Durante o período de estágio foi possível perceber a dificuldade de adaptação dos professores da escola e da OSC com as ferramentas tecnológicas do ensino à distância, e consequentemente a necessidade de qualificação, não apenas de lidar com as 8 tecnologias de ensino, como também de atuar nesse modelo, que possui formas de interação, de entrega de conteúdo e de desenvolvimento do processo educativo bem particulares. A construção da relação entre as duas equipes docentes se deu de forma tranquila, todavia os docentes da OSC mencionaram suas inquietações quanto a qualidade do material audiovisual e gráfico enviado pelos docentes da escola para uso com os alunos. Ficou nítida a distribuição das funções de cada um, sendo o professor da escola o conteudista, mais voltado à elaboração das estratégias pedagógicas e conteúdos a serem desenvolvidos em cada disciplina, e o professor da OSC o professor-tutor, fazendo a mediação pedagógica para que o aluno consiga desenvolver o que foi proposto como atividade, além de acompanha-lo no seu processo de aprendizagem. O novo modelo de aula, imposto tão abruptamente pelo isolamento necessário para conter a pandemia de Covid-19, trouxe consigo a necessidade de aplicar técnicas que proporcionem conciliar qualidade de conteúdo com ferramentas e linguagem que ajudem a prender a atenção dos alunos, sem falar em ter que manter os alunos sempre sob a supervisão profissional. Em se tratando dos alunos, foi preciso estabelecer uma nova rotina de estudos devido a quantidade de acolhidos no Lar Davis, a diversidade de séries cursadas e as várias demandas específicas de cada acolhido. Em sua grande maioria, a inabilidade com a tecnologia foi mínima, tornado as questões emocionais e comportamentais em sinalizadores das dificuldades de aprendizado, expressadas tanto de forma internalizada, por meio de ansiedade, retraimento e sentimentos de inferioridade, quanto externalizada, por meio de comportamentos e atitudes conflituosas com o ambiente. 3.Análise dos materiais de suporte O Lar de Davis não contava com estrutura física para o fim específico de ensino aprendizagem à distância. Diante da situação pandêmica vivida pelo país e necessidade de adaptação a tal metodologia, desenvolveu um projeto visando minimizar o máximo possível o prejuízo acadêmico de seus acolhidos a vigorar até 31 de dezembro de 2020. Os objetivos do projeto eram a construção ou adaptação de espaço físico para servir de sala de estudos, contendo mesas, cadeiras, quadro branco, notbooks, impressora e acesso à internet. No projeto também constava a aquisição de material escolar e de escritório, bem como as contratações de dois pedagogos sob regime de prestação de serviço autônomo de 100 horas aula por mês, cada. O passo seguinte foi captar recursos e desenvolver parcerias que tornassem viável o 9 desenvolvimento do projeto, uma vez que a OSC se mantém através de doações. Conseguidos os recursos e contratados os pedagogos, a OSC deu início às atividades de ensino atendendo a todas as idades e séries de suas crianças e adolescentes acolhidos, em parceria com a escola e seu corpo docente, utilizando aplicativo de mensagens e plataforma de ensino desenvolvida pela escola. As apostilas e atividades eram enviadas pela escola através de e-mail para que fossem impressas pela OSC. Já o material didático era entregue pela escola à coordenação da OSC. Durante o período do estágio, pode-se dizer que não houve falta de qualquer recurso que pudesse trazer ônus à vida acadêmica dos alunos acolhidos no Lar Davis. 4.Considerações Finais Tecendo minhas considerações quanto a esta experiencia, é certo que me proporcionou, possibilitou momentos de ponderação sobre as minhas práticas pedagógicas e aprofundamento do meu conhecimento teórico. Mesmo a pedagogia institucional não sendo o foco do pedagogo no Lar Davis, a minha visão sobre tal passou por um “despertar”, devido das situações vividas, presenciadas e percebidas, ali na unidade de acolhimento. Esse despertar aguçou a criatividade, a vontade “do fazer”, e o entendimento do sentido do que consiste em ser a pedagogia institucional e o impacto positivo que ela pode causar em uma instituição. Posso dizer que é imensurável a importância que tem um profissional capacitado para atuar com segurança no ambiente não escolar, conhecedor e investigador do campo educativo e social, ampliador de visão de mundo. O proposto em sala de aula (virtual), ou seja, foi dito na teoria, foi aplicado na prática, tendo o total acompanhamento da responsável pelo estágio. Posso afirmar que vivi uma experiência que faráparte da minha vida e somará na construção do meu olhar crítico e inovador, levando para minha vida profissional mais um aprendizado. Desse modo, conclui que o objetivo do estágio em organizações não escolares apresenta um outro modo de enxergar as coisas e perceber que existem outros ângulos e que não devemos nos desesperar. Encerro este relatório tomando este estágio como proposta da abertura de um leque de opções possíveis e prováveis profissionalmente, como a quebra de paradigmas e abertura de um novo ciclo, com a certeza que me dediquei a cada dia a aprender mais e a me tornar melhor como profissional “pedagogo”, não somente como “professor”, jornada que escolhi percorrer. 10 5. Referências BRASIL. Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente e Conselho Nacional de Assistência Social (Coord.). Orientações Técnicas para o Serviço de Acolhimento para Crianças e Adolescentes. Brasília: Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente/Conselho Nacional de Assistência Social, 2009. BRASIL. Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente − CONANDA et al (Coord.). Plano Nacional de Promoção, Proteção e Defesa do Direito de Crianças e Adolescentes à Convivência Familiar e Comunitária. Brasília: Secretaria Especial dos Direitos Humanos/Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, 2006a. BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Resolução CNE/CP nº 1, de 15 de maio de 2006. Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Graduação em Pedagogia, licenciatura. Brasília: Conselho Nacional de Educação, 2006. Revista Científica da FASETE 2016.2 | 86 ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM ESPAÇOS NÃO ESCOLARES: (im)possibilidades na formação inicial do pedagogo. Willian Lima Santos | Eliana de Jesus Menezes GONH, Maria da Glória. Educação não formal e o educador social: atuação no desenvolvimento de projetos sociais. São Paulo: Cortez, 2010. LIBÂNEO, José Carlos. Pedagogia e pedagogos: inquietações e buscas. Educar em Revista, n. 17, 2001. Curitiba: UFPR. p. 153-176. VASCONCELOS, Maria Celi Chaves. Estágio em contextos não escolares. UERJ. Volume único. Rio de Janeiro. Fundação CECIRJ, 2012. 11 6. Anexos (Aula através da plataforma da escola) (Aula através da plataforma da escola - AEE) 12 (orientações enviadas pelo professor conteudista por aplicativo de mensagens) (Atividade – Educação infantill)
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