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Fisiologia da gestação e do parto

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Julia Alves Santos - UNIT - Turma XVII 
 
 
Fisiologia da Gestação e do Parto 
 
 
MATURAÇÃO E FERTILIZAÇÃO DO 
ÓVULO: 
 
- A Entrada do Óvulo na Trompa de 
Falópio (Tuba Uterina): 
 
Quando ocorre a ovulação, o óvulo, em 
conjunto com centena ou mais de células 
anexas da granulosa que constituem a coroa 
radiada, é expelido diretamente para a 
cavidade peritoneal e deve, então, entrar em 
uma das trompas de Falópio. As superfícies 
internas dos tentáculos fimbriados são 
revestidas de epitélio ciliado, e os cílios são 
ativados pelo estrogênio ovariano, que faz 
com que eles batam na direção da abertura, 
ou óstio, da trompa de Falópio envolvida. Na 
verdade, é possível ver uma corrente de 
líquido fluindo lentamente na direção do 
óstio. Assim, o óvulo entra em uma das 
trompas de Falópio. 
 
Enquanto isso, os espermatozóides 
depositados no trato reprodutor feminino 
devem passar pela etapa de maturação final, 
a capacitação, que permitirá que o 
espermatozóide nade rapidamente e fertilize 
o ovócito. A ​capacitação​, faz com que: (1) os 
batimentos semelhantes a ondas e 
previamente regulares da cauda do 
espermatozóide sejam substituídos por uma 
ação mais semelhante a chicotadas, que 
propele o espermatozóide para frente em 
ondas fortes; e (2) a membrana plasmática 
do espermatozoide seja alterada, de modo 
que se torne capaz de se fundir com a 
membrana de superfície do óvulo. 
 
OBS :Normalmente, a capacitação ocorre no trato reprodutor 
feminino, o que apresenta um problema para a fertilização in 
vitro. Estes espermatozoides devem ser artificialmente 
capacitados, sendo colocados em presença de uma solução salina 
fisiológica suplementada com soro humano.  
 
- A Fertilização do Óvulo: 
 
A fertilização do ovócito pelo espermatozóide 
é o resultado de um encontro ao acaso, 
possivelmente auxiliado por moléculas 
químicas de atração produzidas pelo ovócito. 
Um ovócito pode ser fertilizado durante 
apenas cerca de 12 a 14 horas após a 
ovulação. No trato reprodutor feminino, os 
espermatozoides permanecem viáveis por 
cerca de 5 a 6 dias. Aparentemente, eles 
ligam-se ao epitélio das tubas uterinas 
enquanto aguardam os sinais químicos 
liberados pelo ovócito recém-ovulado. 
Depois que o homem ejacula sêmen na vagina 
da mulher durante a relação sexual, alguns 
espermatozóides são transportados, de 5 a 10 
minutos, na direção ascendente da vagina e 
através do útero e das trompas de Falópio até 
as ampolas das trompas de Falópio, próximas 
às terminações ovarianas das trompas.  
 
Esse transporte dos espermatozóides é 
auxiliado por contrações do útero e das 
trompas de Falópio, estimuladas por 
prostaglandinas no líquido seminal masculino 
e também por ocitocina liberada pela 
hipófise posterior da mulher durante o seu 
orgasmo. 
 
Para fertilizar o ovócito, o espermatozóide 
deve penetrar uma camada externa de células 
frouxamente unidas, chamadas de células da 
granulosa (a corona radiata), e uma capa 
protetora de glicoproteínas, chamada de zona 
pelúcida. Para passar por essas barreiras, o 
espermatozóide capacitado libera enzimas 
poderosas a partir do acrossomo da cabeça 
do espermatozóide, em um processo 
 
 Julia Alves Santos - UNIT - Turma XVII 
 Julia Alves Santos - UNIT - Turma XVII 
 
 
conhecido como​ reação acrossômica​. As 
enzimas dissolvem as junções celulares e a 
zona pelúcida, permitindo que o 
espermatozóide siga seu caminho em direção 
ao ovócito. 
 
 
 
Uma vez que o espermatozóide tenha entrado 
no óvulo (que ainda se encontra no estágio de 
desenvolvimento de oócito secundário), o 
oócito se divide mais uma vez, formando o 
óvulo maduro, mais um segundo corpo polar, 
que é expelido. O óvulo maduro ainda carrega 
em seu núcleo (agora denominado pronúcleo 
feminino) 23 cromossomos. Um desses 
cromossomos é o cromossomo feminino, 
conhecido como cromossomo X. Nesse 
ínterim, o espermatozóide fertilizador 
também passa por alterações. Ao entrar no 
óvulo, sua cabeça incha, formando o 
pronúcleo masculino, posteriormente, os 23 
cromossomos sem pares do pronúcleo 
masculino e os 23 cromossomos sem pares do 
pronúcleo feminino alinham-se para formar o 
complemento final de 46 cromossomos. 
 
 
A, O óvulo maduro cercado pela coroa radiada. B, 
Dispersão da coroa radiada. C, Entrada do 
espermatozoide. D, Formação dos pronúcleos masculino e 
feminino. E, Reorganização do complemento total de 
cromossomos e início da divisão do óvulo. 
 
A viabilidade do óvulo recém-fertilizado, 
agora denominado zigoto, depende da 
capacidade de impedir a entrada de outros 
espermatozóides. Esse ​bloqueio da 
polispermia​ é mediado por um mecanismo 
específico. A fusão inicial das membranas 
plasmáticas do espermatozóide e do óvulo 
desencadeia uma reação que modifica o 
potencial de membrana, impedindo a ligação 
de outros espermatozóides.  
 
Subsequentemente, durante a ​reação cortical​, 
as vesículas secretoras do citosol, localizadas 
ao redor da periferia do óvulo, liberam o seu 
conteúdo por exocitose dentro do espaço 
estreito existente entre a membrana 
plasmática do óvulo e a zona pelúcida. 
Algumas dessas moléculas são enzimas que 
entram na zona pelúcida e causam inativação 
de seus locais de ligação de espermatozóides, 
bem como endurecimento de toda a zona 
pelúcida. Esse processo impede a ligação de 
outros espermatozoides à zona pelúcida, bem 
como o prosseguimento dos espermatozóides 
que já estão avançando através dela. 
 
Uma vez que um ovócito é fertilizado e dá 
origem ao zigoto, ele inicia a mitose e 
lentamente segue pela tuba uterina até o 
útero, onde permanecerá ao longo de todo o 
período da gestação. 
 
 
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OBS: Depois da formação do espermatozóide maduro, metade deles 
carrega em seu genoma o cromossomo X (o cromossomo 
feminino) e metade carrega o cromossomo Y (o cromossomo 
masculino). Portanto, se um cromossomo X de um 
espermatozóide combinar-se com o cromossomo X de um óvulo, 
gerando a combinação XX, nascerá uma criança do sexo feminino. 
Se o cromossomo Y do espermatozóide se combinar com o 
cromossomo X do óvulo, gerando a combinação XY, nascerá uma 
criança do sexo masculino.  
 
- O TRANSPORTE DO OVO 
FERTILIZADO NA TROMPA DE 
FALÓPIO: 
 
O ​concepto​ – um termo coletivo para 
referir-se a tudo que deriva, em última 
análise, do zigoto original (óvulo fertilizado) 
durante toda a gravidez – permanece na tuba 
uterina por 3 a 4 dias. Esse transporte é feito, 
basicamente, pela fraca corrente de líquido 
na trompa, decorrente da secreção epitelial 
mais a ação do epitélio ciliado que reveste a 
trompa; os cílios sempre batem na direção do 
útero. Contrações fracas da trompa de 
Falópio também podem ajudar a passagem 
do ovo. Além disso, o istmo da trompa de 
Falópio (os últimos 2 centímetros antes da 
entrada da trompa no útero) permanece 
contraído por cerca dos primeiros três dias 
após a ovulação. Depois desse tempo, a 
progesterona secretada cada vez mais 
rapidamente pelo corpo lúteo ovariano 
primeiro promove mais receptores de 
progesterona nas células do músculo liso da 
trompa de Falópio; em seguida, a 
progesterona ativa os receptores, exercendo 
um efeito de relaxamento tubular que permite 
a entrada do ovo no útero. Durante a sua 
permanência na tuba uterina, o concepto 
sofre diversas divisões celulares mitóticas, um 
processo conhecido como ​clivagem​. Durante 
esse tempo, as células secretoras da trompa 
de Falópio produzem grande quantidade de 
secreções usadas para nutrir o blastocisto em 
desenvolvimento. 
 
Cada uma dessas células é ​totipotente​ – ou 
seja, trata-se de ​células-tronco​ que têm a 
capacidade de desenvolver-se em um 
indivíduo completo. Por conseguinte, ocorrem 
gêmeos idênticos (monozigóticos) quando, em 
algum momento durante a clivagem, as 
células em divisão tornam-se totalmenteseparadas em duas massas celulares de 
crescimento independente. Em contrapartida, 
conforme descrito anteriormente, os gêmeos 
dizigóticos resultam de ovulação e 
fertilização de dois óvulos. 
 
Quando o embrião em desenvolvimento chega 
ao útero, ele consiste em uma bola oca de 
cerca de 100 células, denominada blastocisto, 
quando as células já perderam a sua 
natureza totipotencial e começaram a se 
diferenciar. O blastocisto consiste em uma 
camada externa de células, denominada 
trofoblasto​, uma ​massa celular interna​ e uma 
cavidade central preenchida de líquido. 
Durante o desenvolvimento subsequente, a 
massa celular interna dará origem ao ser 
humano em desenvolvimento – denominado 
embrião​ durante os primeiros 2 meses e, a 
partir daí, ​feto​ – e algumas das membranas 
associadas a ele. O trofoblasto circunda o 
embrião e o feto durante todo o 
desenvolvimento e está envolvido na sua 
nutrição, bem como na secreção de vários 
hormônios importantes. 
 
 
 
 
- A IMPLANTAÇÃO DO BLASTOCISTO 
NO ÚTERO: 
Durante esse período, o revestimento uterino 
está sendo preparado pela progesterona 
(secretada pelo corpo lúteo) para receber o 
 
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blastocisto. Aproximadamente no dia 21 do 
ciclo, começa a ​implantação​ – a inserção do 
blastocisto no endométrio 
 
 
 
Depois de atingir o útero, o blastocisto em 
desenvolvimento, geralmente, permanece na 
cavidade uterina por mais 1 a 3 dias antes de 
se implantar no endométrio; assim, a 
implantação normalmente ocorre em torno 
do quinto ao sétimo dia depois da ovulação. 
Antes da implantação, o blastocisto obtém 
sua nutrição das secreções endometriais 
uterinas, denominadas “leite uterino”. 
 
A implantação resulta da ação de células 
trofoblásticas que se desenvolvem na 
superfície do blastocisto. Essas células 
secretam enzimas proteolíticas que digerem e 
liquefazem as células adjacentes do 
endométrio uterino. O endométrio também 
sofre alterações no local de contato. A 
implantação exige comunicação – por meio 
de vários sinais parácrinos – entre o 
blastocisto e as células do endométrio. A 
implantação é logo concluída, e as células 
endometriais ricas em nutrientes fornecem o 
combustível metabólico e a matéria-prima 
necessários para o crescimento inicial do 
embrião. 
 
Uma vez tendo ocorrido a implantação, as 
células trofoblásticas e outras células 
adjacentes (do blastocisto e do endométrio 
uterino) proliferam rapidamente, formando a 
placenta e as diversas membranas da 
gravidez. A massa celular interna do 
blastocisto desenvolve-se, formando o 
embrião e três outras membranas 
extraembrionárias. Essas membranas incluem 
o âmnio, que secreta o líquido amniótico em 
que o embrião em desenvolvimento ficará 
mergulhado; o alantoide, que fará parte do 
cordão umbilical que une o embrião à mãe; e 
o saco vitelino, que se degenera no início do 
desenvolvimento humano. 
 
Nutrição inicial do embrião: 
A progesterona secretada pelo corpo lúteo 
ovariano durante a última metade de cada 
ciclo sexual mensal tem efeito no endométrio 
uterino, convertendo as células do estroma 
endometrial em grandes células inchadas 
contendo quantidades extras de glicogênio, 
proteínas, lipídios e mesmo de alguns 
minerais necessários ao desenvolvimento do 
concepto. Então, quando o concepto se 
implanta no endométrio, a secreção contínua 
de progesterona faz com que as células 
endometriais inchem ainda mais e 
armazenem mais nutrientes. Essas células são 
agora chamadas células decíduas, e a massa 
total de células é denominada decídua.  
À medida que as células trofoblásticas 
invadem a decídua, digerindo-a e 
embebendo-a, os nutrientes armazenados na 
decídua são usados pelo embrião para 
crescimento e desenvolvimento. Na primeira 
semana após a implantação, esse é o único 
meio pelo qual o embrião consegue obter 
nutrientes; ele continua a obter pelo menos 
parte da sua nutrição, dessa forma, por até 
oito semanas, embora a placenta também 
comece a prover nutrição pouco mais de uma 
semana depois da implantação. 
Entretanto, esse sistema nutritivo simples só é 
adequado para suprir o embrião durante as 
primeiras semanas, quando ele está muito 
pequeno. A estrutura que assume essa função 
é a ​placenta​, uma combinação de tecidos 
fetais e maternos entrelaçados, que atua 
como órgão de troca entre a mãe e o feto 
durante o resto da gravidez. 
 
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Parte da camada externa (trofoblasto) de 
células do blastocisto dará origem ao cório, 
uma membrana extraembrionária que 
envolverá o embrião e dará origem à 
placenta. Projeções digitiformes das células 
do trofoblasto, denominadas ​vilosidades 
coriônicas​, estendem-se a partir do córion 
até o endométrio. As vilosidades contêm uma 
rica rede de capilares, que fazem parte do 
sistema circulatório do embrião. O 
endométrio ao redor das vilosidades é 
alterado por enzimas e por outras moléculas 
parácrinas secretadas pelas células das 
vilosidades invasoras, de modo que cada 
vilosidade se torna totalmente circundada 
por um reservatório, ou ​seio​, de sangue 
materno suprido por arteríolas maternas. O 
sangue do embrião e o da mãe não se 
misturam, porém os nutrientes, gases e 
resíduos são trocados através das 
membranas das vilosidades.  
 
 
O sangue materno entra nesses seios 
placentários por meio da artéria uterina; o 
sangue flui através dos seios e, em seguida, 
sai pelas veias uterinas. Simultaneamente, o 
sangue flui do feto para dentro dos capilares 
das vilosidades coriônicas por meio das 
artérias umbilicais​ e para fora dos capilares 
de volta ao feto por meio da ​veia umbilical​. 
Todos esses vasos umbilicais estão contidos 
no ​cordão umbilical​, uma longa estrutura 
semelhante a uma corda, que conecta o feto à 
placenta. 
 
Cinco semanas após a implantação, a 
placenta já está bem-estabelecida; o coração 
fetal começou a bombear sangue; todo o 
mecanismo para nutrição do embrião e, 
subsequentemente, do feto e para a excreção 
de produtos de degradação está funcionando.  
 
A camada epitelial que reveste a cavidade 
deriva da massa celular interna e é 
denominada ​âmnio​, ou ​saco amniótico​. Por 
fim, funde-se com a superfície interna do 
córion, de modo que o feto é circundado por 
uma única camada combinada. O líquido na 
cavidade amniótica, denominado ​líquido 
amniótico​, assemelha-se ao líquido 
extracelular fetal e tampona os distúrbios 
mecânicos e as variações de temperatura. O 
feto flutua na cavidade amniótica e está 
fixado à placenta pelo cordão umbilical​. 
 
Os nutrientes específicos, não apenas as 
calorias totais, também são de grande 
importância. Por exemplo, observa-se uma 
incidência aumentada de defeitos neurais nos 
recém-nascidos de mães com deficiência da 
 
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vitamina B, o folato (também denominado 
ácido fólico ou folacina). Qualquer agente 
passível de causar defeitos congênitos no feto 
é conhecido como ​teratógeno​. Como metade 
dos genes fetais – os provenientes do pai – 
difere dos genes da mãe, o feto é, em 
essência, um transplante estranho na mãe. A 
integridade da barreira do sangue 
feto-materna também protege o feto do 
ataque pelo sistema imune da mãe. 
 
ANATOMIA E FUNÇÃO DA PLACENTA: 
A placenta secreta diversos hormônios que 
previnem a menstruação durante a gestação, 
incluindo gonadotrofina coriônica humana, 
hormônio lactogênio placentário humano, 
estrogênio e progesterona.  
 
 
 
 
Simultaneamente ao desenvolvimento das 
células trofoblásticas do ovo 
recém-fertilizado, o hormônio gonadotropina 
coriônica humana é secretado pelas células 
trofoblásticas sinciciais paraos líquidos 
maternos. O corpo lúteo permanece ativo 
durante o início da gestação devido à 
gonadotrofina coriônica humana (hCG), um 
hormônio peptídico secretado pelas 
vilosidades coriônicas e pela placenta em 
desenvolvimento. A hCG é estruturalmente 
relacionada ao LH e se liga aos receptores do 
LH. Sob a influência da hCG, o corpo lúteo 
continua produzindo progesterona para 
manter o endométrio intacto. Entretanto, por 
volta da sétima semana de desenvolvimento, a 
placenta assume a produção de 
progesterona, e o corpo lúteo não é mais 
necessário. Neste ponto, ele finalmente se 
degenera. O pico de produção de hCG pela 
placenta ocorre aos três meses de 
desenvolvimento e depois diminui. 
 
OBS : A gonadotropina coriônica humana também exerce 
efeito estimulador das células intersticiais nos 
testículos do feto masculino, resultando na produção de 
testosterona em fetos masculinos até o nascimento. 
 
Outro hormônio peptídico produzido pela 
placenta é o hormônio lactogênio placentário 
(hPL), também conhecido como 
somatomamotrofina coriônica humana (hSC). 
Provavelmente, o hPL contribui para a 
lactação, mas mulheres que não produzem 
hPL durante a gestação devido a um defeito 
genético também apresentam 
desenvolvimento das mamas e produção de 
leite adequados. Um segundo papel do hPL é 
a alteração do metabolismo da glicose e dos 
ácidos graxos da mãe para sustentar o 
crescimento fetal. 
 
O estrogênio e a progesterona são 
produzidos continuamente durante a 
gestação, primeiro pelo corpo lúteo sob a 
influência da hCG e depois pela placenta. 
Com os altos níveis circulantes desses 
hormônios esteroides, a supressão por 
retroalimentação da adeno-hipófise continua 
durante toda a gestação, impedindo que 
outro conjunto de folículos comece a se 
desenvolver. Durante a gestação, as 
 
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quantidades extremas de estrogênios causam 
(1) aumento do útero materno; (2) aumento 
das mamas maternas e crescimento da 
estrutura dos ductos da mama; e (3) aumento 
da genitália externa feminina da mãe.  
 
A progesterona faz com que células deciduais 
se desenvolvam no endométrio uterino. Essas 
células têm papel importante na nutrição do 
embrião inicial. A progesterona diminui a 
contratilidade do útero grávido, evitando, 
assim, que contrações uterinas causem 
aborto espontâneo. A progesterona contribui 
para o desenvolvimento do concepto mesmo 
antes da implantação, pois especificamente 
aumenta as secreções das trompas de Falópio 
e do útero, proporcionando material nutritivo 
apropriado para o desenvolvimento da 
mórula. 
 
Em torno de 21 dias após a fertilização, o 
sangue também começa a ser bombeado pelo 
coração do embrião humano. 
Simultaneamente, sinusoides sanguíneos, 
supridos de sangue materno, desenvolvem-se 
em torno das partes externas dos cordões 
trofoblásticos. As células trofoblásticas 
enviam cada vez mais projeções, que se 
tornam vilosidades placentárias nas quais 
capilares fetais crescem. Assim, as 
vilosidades, carregando sangue fetal, são 
rodeadas por sinusoides que contêm sangue 
materno. 
 
A principal função da placenta é 
proporcionar difusão de nutrientes e oxigênio 
do sangue materno para o sangue do feto e 
difusão de produtos de excreção do feto de 
volta para a mãe. Nos primeiros meses de 
gravidez, a membrana placentária ainda é 
espessa porque não se desenvolveu 
completamente. Por conseguinte, sua 
permeabilidade é baixa. Além disso, a área 
superficial é pequena porque a placenta 
ainda não cresceu significativamente. 
Portanto, a condutância total por difusão é 
mínima, no primeiro momento 
 
OBS: Cerca de 5 a 10% das mulheres grávidas retêm uma 
quantidade excessiva de líquido (edema), apresentam proteína na 
urina e hipertensão. Trata-se de sintomas de ​pré-eclâmpsia​. 
Quando ocorrem também convulsões, o distúrbio é denominado 
eclâmpsia​. Essas duas síndromes são coletivamente denominadas 
toxemia da gravidez​ e podem resultar em diminuição da taxa de 
crescimento e morte do feto. 
 
PARTO: 
Durante as últimas semanas de gestação, 
ocorrem diversos eventos no útero e no feto, 
culminando no nascimento (parto) do 
lactente, seguido da eliminação da placenta. 
Todos esses eventos, incluindo o parto, são 
coletivamente denominados ​parturição​. 
 
Durante a maior parte da gravidez, as células 
musculares lisas do miométrio estão 
relativamente desconectadas umas das 
outras, e o útero é selado em sua saída por 
fibras colágenas firmes e inflexíveis, que 
compõem o colo do útero. Essas 
características são mantidas principalmente 
pela progesterona. A teoria de feedback 
positivo sugere que a distensão do colo 
uterino pela cabeça do feto torna-se, 
finalmente, tão grande que provoca forte 
reflexo no aumento da contratilidade do 
corpo uterino. Isso empurra o bebê para 
frente, o que distende mais o colo e 
desencadeia mais feedback positivo ao corpo 
uterino. Assim, o processo se repete até o 
bebê ser expelido.  
 
O colo do útero amolece e torna-se flexível, 
graças à degradação de suas fibras 
colágenas, mediada enzimaticamente. A 
síntese das enzimas é mediada por uma 
variedade de mensageiros, incluindo 
estrogênio e prostaglandinas placentárias, 
cuja síntese é estimulada pelo estrogênio. O 
estrogênio também induz a expressão de 
receptores miometriais para o hormônio da 
neuro-hipófise, a ocitocina – um poderoso 
estimulante da contração do músculo liso 
uterino. 
 
Durante o último mês, todo o conteúdo do 
útero desloca-se para baixo, de modo que o 
feto quase a termo entra em contato com o 
colo do útero. No início do trabalho de parto 
 
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e no parto ou antes dele, a bolsa amniótica 
sofre ruptura, e o líquido amniótico flui pela 
vagina. Quando o trabalho de parto começa 
de fato, as contrações uterinas tornam-se 
fortes e ocorrem a intervalos de 
aproximadamente 10 a 15 minutos. As 
contrações começam na parte superior do 
útero e propagam-se para baixo.  
 
 Nos dias que antecedem o início do trabalho 
de parto ativo, o colo do útero torna-se mais 
macio (“amadurece”), e os ligamentos que 
mantêm os ossos pélvicos unidos se afrouxam 
à medida que as enzimas desestabilizam o 
colágeno do tecido conectivo. O controle 
desses processos não é claro e pode ser 
devido ao estrogênio ou ao hormônio 
peptídico relaxina, a qual é secretada pelos 
ovários e pela placenta.  
 
Tanto a progesterona quanto o estrogênio 
são secretados em quantidades 
progressivamente maiores durante grande 
parte da gravidez, mas, a partir do sétimo 
mês, a secreção de estrogênio continua a 
aumentar, enquanto a de progesterona 
permanece constante ou até mesmo diminuí 
um pouco. Por isso, já se postulou que a 
produção estrogênio-progesterona aumenta 
o suficiente até o final da gravidez para ser 
pelo menos parcialmente responsável pelo 
aumento da contratilidade uterina.  
Outro possível desencadeante do trabalho de 
parto é a ocitocina, um hormônio peptídico 
que causa a contração do músculo uterino. 
Quando a gestação se aproxima do final, o 
número de receptores para ocitocina no útero 
aumenta.  
 
 
À medida que as contrações aumentam de 
intensidade e de frequência, o colo do útero é 
gradualmente forçado a se abrir (dilatação) 
até alcançar um diâmetro máximo de 
aproximadamente 10 cm. Até esse ponto, as 
contrações ainda não moveram o feto para 
fora do útero. Nesse estágio, as contrações 
passam a mover o feto através do colo do 
útero e da vagina. 
 
Os vasos umbilicais e a placenta ainda estão 
funcionando, de modo que o lactente ainda 
não se desligou da mãe; entretanto, dentro de 
poucos minutos após o parto, tanto os vasos 
umbilicais quanto os vasos placentários 
sofrem constrição completa, interrompendo o 
fluxo sanguíneo para a placenta.Toda a 
placenta separa-se da parede uterina 
subjacente, e uma onda de contrações 
uterinas expulsa a placenta.​ ​As contrações 
uterinas comprimem os vasos sanguíneos 
maternos e ajudam a impedir o sangramento 
excessivo. 
 
 
 
 
 Julia Alves Santos - UNIT - Turma XVII 
Respostas maternas à gravidez. 
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Placenta  Secreção de estrogênio, progesterona, gonadotropina coriônica 
humana, inibina, lactogênio placentário humano e outros 
hormônios 
Adeno-hipófise  Secreção aumentada de prolactina 
Secreta uma quantidade muito pequena de FSH e LH 
Córtex suprarrenal  Secreção aumentada de aldosterona e cortisol 
Neuro-hipófise  Secreção aumentada de vasopressina 
Paratireoides  Secreção aumentada de paratormônio 
Rins  Secreção aumentada de renina, eritropoetina e 
1,25-di-hidroxivitamina D 
Retenção de sal e de água 
Causa:​ aumento da aldosterona, vasopressina e estrogênio 
Mamas  Aumentam e desenvolvem uma estrutura glandular madura 
Causa:​ estrogênio, progesterona, prolactina e lactogênio 
placentário humano 
Volume sanguíneo  Aumentado 
Causa:​ aumento do número total de eritrócitos pela 
eritropoetina e aumento do volume plasmático pela retenção de sal e 
de água; entretanto, o volume plasmático aumenta habitualmente 
mais do que os eritrócitos, levando, assim, a uma pequena 
diminuição do hematócrito 
Renovação óssea  Aumentada 
Causa:​ aumento do paratormônio e da 1,25-di-hidroxivitamina D 
Peso corporal  Aumento médio de 12,5 kg, dos quais 60% consistem em água 
Circulação  Aumento do débito cardíaco, diminuição da resistência periférica 
total (vasodilatação no útero, na pele, nas mamas, no tubo GI e nos 
rins), porém a pressão arterial média permanece constante 
Respiração  Ocorre hiperventilação (diminuição da ​P​CO2 arterial), graças aos 
efeitos do aumento da progesterona 
Metabolismo 
orgânico 
Aumento da taxa metabólica 
Aumento da glicose plasmática, da gliconeogênese e da mobilização 
dos ácidos graxos 
Causa:​ hiporresponsividade à insulina, graças ao 
antagonismo da insulina pelo lactogênio placentário humano e 
pelo cortisol 
Apetite e sede  Aumento (particularmente depois do primeiro trimestre) 
RDA nutricional*  Aumento 
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