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Fisiologia da reprodução- Gestação, parto e lactação

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Gestação 
Fecundação 
Fecundação ou concepção ou ainda fertilização 
é o processo em que o espermatozoide penetra 
no óvulo, daí resultará em um novo ser vivo. 
Gestação ou gravidez é um processo que 
acorre após a fecundação, onde a célula ovo 
(zigoto) desenvolve-se dentro do útero da mãe, 
formando inicialmente o embrião e depois o feto 
e, no final da gestação, ocorre o nascimento ou 
parto da criança. A gestação compreende, 
então, o período desde a fecundação até o 
nascimento. 
O tempo de gestação é variável em função da 
espécie. Humanos tem uma gestação de 266 
dias (ou 40,2 semanas após a última 
menstruação). 
As principais causas da infertilidade do casal 
podem ser: 
Infertilidade Feminina: Hiposecreção dos 
hormônios gonadotróficos (ciclos anovulatórios), 
inflamação nos ovários, tubas uterinas ou útero, 
miomas uterinos, endometriose (!), secreção 
anormal de muco uterino, idade avançada, 
anormalidade anatômica do útero, hipotireoidismo 
grave e fatores genéticos ou autoimunes, entre 
outros. 
Infertilidade Masculina: Hiposecreção dos 
hormônios gonadotróficos, diminuição do 
número ou motilidade dos espermatozoides, 
espermatozoides anormais, orquite (pela 
caxumba), varicocele, criptorquia, radiação tipo 
ionizante e fatores genéticos ou autoimunes, 
entre outros. 
Pouco antes da ovulação, o oócito primário se 
divide por meiose e o corpo polar é expelido do 
núcleo, o oócito fica haploide, formando o oócito 
secundário o qual é expelido para a cavidade 
abdominal (ovulação) e captado pelas fímbrias de 
uma trompa uterina. Este óvulo (ou oócito) que 
é captado por uma trompa uterina apresenta 
também várias células da granulosa que constitui 
a coroa radiada, que é impulsionada pelos cílios 
da tuba uterina em direção ao útero, sob ação 
estrogênica. Quando ocorre a conjugação do 
gameta feminino com o masculino, este 
processo é denominado de fecundação, 
concepção ou fertilização. 
Quando o homem ejacula na vagina da mulher 
durante o ato sexual os espermatozoides são 
transportados até a ampola das tubas uterinas 
em cerca de 5 a 20 minutos, contribui para isso 
a movimentação do flagelo (cauda) do 
espermatozoide e as contrações da vagina, útero 
e trompas uterinas em direção à ampola. 
Contribui também as prostaglandinas presentes 
no líquido seminal e a ocitocina liberada pela 
neurohipófise da mulher durante o orgasmo. A 
fertilização ocorre, em geral, na ampola de uma 
trompa uterina (ou de Falópio). Em cada 
ejaculação tem-se um volume de 2 a 5 ml, com 
cerca de 50 a 250 milhões de espermatozoides, 
no útero chega cerca de 5 milhões e na ampola 
cerca de 100 a 200 e apenas um irá fertilizar o 
óvulo. 
 
Assim que o espermatozóide entra no óvulo, 
este se divide novamente, expelindo novo corpo 
polar e formando o pró-núcleo feminino. O 
espermatozóide fertilizador tem um aumento 
das dimensões da cabeça pela descondensação 
do núcleo, formando o pró-núcleo masculino. Os 
dois pró-núcleos (feminino e masculino) se 
alinham, forma uma célula diploide (23 pares de 
cromossomas) e esta estrutura é denominada de 
ovo fertilizado ou zigoto, o início de um novo ser. 
Um esquema destes diferentes momentos pode 
ser visto na figura seguinte. 
 
1. Passagem do espermatozóide pela corona 
radiata pela digestão de sua matriz extracelular 
(ação da enzima hialuronidase). 
2. Contato do espermatozóide com a zona 
pelúcida do oócito (liberação de enzimas 
acrossômicas). 
3. Penetração do espermatozóide na zona 
pelúcida. 
4. Fusão das membranas plasmáticas do oócito 
e do espermatozóide. 
5. Formação e fusão dos pró-núcleos masculino 
e feminino, mecanismo de sinalização pelo cálcio 
(enzimas do óvulo impede a polispermia) e 
posterior alinhamento dos DNAs. 
 
Após a fecundação, o zigoto caminha em 
direção ao útero (3 a 5 dias), o istmo da tuba 
uterina se alarga (ação da progesterona), 
facilitando a chegada do zigoto (agora blastócito) 
no útero e sua implantação (ou nidação) no dia 
22 do ciclo menstrual. 
 
Nidação 
Quando o blastócito chega no útero ocorre um 
processo denominado de nidação ou 
implantação, no qual os trofoblastos vão 
desencadear a formação da futura placenta. 
Trofoblastos é uma camada celular que circunda 
o blastócito e pode ser considerado como um 
anexo embrionário importante. É formado por 
duas camadas celulares diferentes, o 
citotrofoblasto e o sinciciotrofoblasto (camada 
externa). Os sinciciotrofoblastos dirigem-se para 
o endométrio, junto aos capilares uterinos e esta 
é a primeira “conexão” entre mãe e feto. Os 
citotrofoblastos formam colunas ao redor dos 
sinciciotrofoblastos e originam-se as vilosidades 
primárias. A evolução destas vilosidades garante 
a oferta de nutrientes e oxigênio ao embrião e 
tem-se início a formação da placenta. 
Placenta 
Já no 6º dia após a fecundação os trofoblastos 
sofrem transformações devido às proteínas 
denominadas de cadeinas e integrinas que 
permite uma “ligação” com o endométrio uterino. 
A placenta é uma estrutura bem complexa, pois 
já tem a propriedade de sintetizar hormônios 
ainda quando está nos estágios iniciais de 
formação. No 3º mês de gestação, a placenta é 
mais pesada (50 g) que o feto, no 4º a 5º mês 
ambos têm, aproximadamente o mesmo peso 
(150 g), no 7º mês a placenta pesa cerca de 380 
g e ao nascer de 500 a 800 g. 
O conjunto da placenta, o âmnion e o córion 
formam as membranas fetais. Já a placenta é 
constituída por uma porção fetal e materna. A 
porção fetal tem origem no saco coriônico e a 
porção materna de origem no endométrio 
(decídua). É dividida em decídua basal (forma o 
componente materno), decídua capsular (a parte 
superficial que recobre o feto) e a decídua 
parietal (outras partes da decídua). 
Âmnion: camada de tecido que protege o 
embrião/feto e dentro âmnion há o líquido 
amniótico. 
Córion: membrana extraembrionária na parede 
do embrião e forma as vilosidades da futura 
placenta madura. 
Tampão Mucoso ou rolha de Schroeder: 
formado pelo útero no início da gestação, 
impede a passagens de microrganismos para 
dentro do útero, está localizado no colo do útero, 
é gelatinoso e de cor amarelada à rósea. 
 
 
 
Placenta - funções 
A placenta é um órgão transitório, fundamental 
na gestação e funciona como uma interfase 
entre o feto (trofoblastos) e a mãe (decídua). 
Suas principais funções são: 
1. Função nutricional (oferta de nutrientes). 
2. Função respiratória (oferta de oxigênio e 
remoção do CO2). 
3. Função excretora (eliminação dos metabólitos 
fetais). 
4. Função endócrina (biossíntese de vários 
hormônios). 
5. Estímulo à função hipofisária materna. 
6. Diferenciação sexual no feto masculino. 
Transportes pela placenta: 
1. Difusão Simples: gases respiratórios, íons, 
carboidratos, água. 
2. Difusão Facilitada: glicose, alguns aminoácidos. 
3. Transporte Ativo: aminoácidos, íons, vitaminas. 
4. Osmose: água. 
5. Pinocitose e Fagocitose: hormônios proteicos, 
proteínas e imunoglobulinas 
As trocas pela placenta têm uma área média de 
11 a 14 m2 e os capilares fetais têm 24 m2 ou até 
50 km de forma linear. 
Hormônios 
 Os principais hormônios da gestação advêm da 
placenta ou da mãe, são: 
 
 
Placentários 
 1. Gonadotrofina Coriônica Humana (GCH). 
2. Somatomamotrofina Coriônica Humana (SCH) 
ou Lactogênio. 
3. Estrogênios (E2). 
4. Progestinas (P4). 
5. Relaxina. 
6. Fator de Crescimento Placentário (PLGF) 
7. Pró-opiomelanocortina (POMC) 
Maternos 
1. Prolactina (PRL, pela adenohipófise). 
2. Ocitocina (OC pela neurohipófise, no parto). 
3. Estrogênios (E2 pelo corpo lúteo até a 12ª 
semana de gestação). 
4. Progestinas (P4, pelo corpo lúteo até a 12ª 
semana de gestação). 
Hormônios placentários 
Gonadotrofina Coriônica Humana 
(GCH): é um hormônio glicoproteico, com 92 
aminoácidos, PM de 39.000 e com duas cadeiaspolipeptídicas, alfa (semelhante ao TSH, LH e 
FSH) e beta (semelhante ao LH). É o primeiro 
hormônio produzido pelos trofoblastos da futura 
placenta (de 1 a 4 dias após a nidação, 
concentração sérica de 5 a 15 UI/ml), atinge seu 
valor máximo (100 a 150 Ui/ml) entre a 10ª a 12ª 
semana de gestação, depois há uma redução 
até a 20ª semana e daí permanece praticamente 
constante (20 a 40 UI/ml). 
A presença deste hormônio no sangue ou urina 
da mulher indica uma gestação a caminho 
(reação imunológica à cadeia beta do CGH) é o 
teste de gravidez, detectável em até 1 a 2 
semanas após a fertilização. 
Funções do GCH: 
a) é o hormônio que mantém o corpo lúteo até 
que a placenta assuma a produção de 
progestinas e estrogênios (impede a luteólise); 
b) promove o crescimento do endométrio e 
ativação das glândulas uterinas (decídua) para 
nutrição do embrião (ação sinérgica com E2 e 
P4 do corpo lúteo); 
c) é o responsável por estimular as células 
intersticiais de Leydig (testículo) em fetos 
masculinos para a produção de testosterona e o 
“imprint” do SNC. É o hormônio responsável pelo 
enjoo matinal nas primeiras semanas de 
gestação. 
Somatomamotrofina Coriônica Humana 
(SCH) ou Lactogênio Placentário: é um 
hormônio proteico, com 90 aminoácidos, PM de 
25.000 e produzido pelas sinciciotrofoblastos e é 
semelhante a PRL e GH. Aparece a partir da 4ª 
semana de gestação; suas concentrações (mg/l) 
na gestação são de: 4ª semana: 0,07; 20ª 
semana: 3,0; 30ª semana: 6,3; 40ª semana: 8,2 
mg/l (gradual elevação). 
Funções: 
a) crescimento e preparo das mamas; 
b) leva ao crescimento e desenvolvimento fetal 
(ação similar ao GH); 
c) aumenta a lipólise materna (poupa o uso de 
glicose pela mãe); 
d) aumenta a oferta de glicose para o feto 
(diminui a sensibilidade à insulina) e 
e) aumenta a produção de IGF 1 no feto (efeitos 
metabólicos). 
Estrogênios (E2): são hormônios esteroides 
produzidos pelo corpo lúteo materno (até 
aproximadamente a 12ª semana de gestação) e 
depois exclusivamente pela placenta. É 
constituído pelo estradiol, estrona e estriol (maior 
concentração). Na verdade os trofoblastos não 
produzem os estrógenos, apenas convertem os 
androgênios das adrenais materna e fetal (que é 
muito desenvolvida) nos 3 tipos de estrogênios. 
Sua produção eleva-se ao longo do período 
gestacional. 
Funções: 
a) aumento do útero e do miométrio materno; 
b) acúmulo de água e eletrólitos uterinos; 
c) angiogênese uterina; 
d) crescimento das mamas e ductos mamários; 
e) alongamento da genitália externa e 
amolecimento dos ligamentos pélvicos; 
f) aumento da contratibilidade uterina (inibida 
pelas P4) e 
g) inibição da secreção de FSH materna. 
Progestinas (P4): são também hormônios 
esteroides produzidos pelo corpo lúteo materno 
(até a 12ª semana de gestação, ação do GCH) e 
depois pela placenta. As progestinas são: 
progesterona (principal) e a 17 
hidroxiprogesterona e sua concentração eleva-
se durante a gestação; seus valores (em pg/ml) 
na 8ª semana é de 0,04; na 20ª de 0,10 ; na 30ª 
de 0,22 e na 40ª semana de 0,30 pg/ml. Desta 
produção, 25% vão para o feto (função 
desconhecida) e 75% para a mãe. 
Funções: 
a) desenvolver e manter o endométrio; 
b) impedir as contrações do miométrio (ação 
antagônica à E2, evita-se o aborto); 
c) estimula o desenvolvimento dos alvéolos 
mamários preparando para a lactação; 
d) estimula as glândulas endometriais (decídua) a 
secretar nutrientes nas primeiras semanas de 
gestação e 
e) no endométrio aumenta a adesividade uterina 
(facilita a nidação). 
Relaxina: é um hormônio proteico, com 48 
aminoácidos, PM de 9.000 e produzido pelas 
células do corpo lúteo (na gestação ou não) e 
pela placenta (na gravidez) sob o estímulo do 
GCH. Sua concentração aumenta até a 12º 
semana de gestação, depois reduz-se e se 
mantém quase constante até o momento do 
parto. 
Funções: 
a) relaxamento dos ligamentos pélvicos e 
amolecimento do colo do útero próximo ao 
parto (sempre sob ação do GCH); 
b) alarga o canal de parto; 
c) distende o útero à medida que o feto cresce; 
d) reduz a contratilidade do miométrio uterino e 
e) aumento da síntese de glicogênio e captação 
de água pelo miométrio 
Fator de Crescimento Placentário (PLGF): é um 
hormônio pouco conhecido, é uma proteína 
produzida possivelmente pelos embrioblastos e 
atua principalmente sobre os trofoblastos. É 
semelhante ao fator de crescimento endotelial de 
todos os tecidos extra placentários. Valores de 
PLGF abaixo de 200 pg/ml entre as semanas 35 
a 38 de gestação é indicativo de pré-eclâmpsia. 
Funções: 
a) potencia o crescimento dos trofoblastos; 
b) induz angiogênese no útero (decídua) e 
placenta e 
c) aumenta a circulação placentária. 
Pró-opiomelanocortina (POMC): é uma 
molécula grande, com 211 aminoácido, PM 28.500, 
produzida na hipófise, SNC, TGI e placenta que 
gera, por quebra proteica, outros hormônios, 
entre eles o ACTH, o MSH (hormônio 
estimulante dos melanócitos) e alguns peptídeos 
opióides (endorfinas e encefalinas). Sua 
concentração cresce até a 20ª semana e se 
mantém estável até o parto (0,7 a 0,8 UI/ ml) O 
POMC não é secretado na circulação fetal, mas 
está presente no líquido amniótico e na 
circulação placentária. 
Funções do POMC Placentário: 
a) ativar o eixo hipotálamo-hipófiseadrenal 
materna; 
b) incrementa níveis de ACTH e cortisol na mãe; 
c) controle vaso ativo na circulação placenta-feto 
e 
d) escurecimento dos mamilos e aréolas pelo 
MSH (ação também dos E2 e P4). 
Hormônios maternos 
Prolactina (PRL): é um hormônio produzido 
pela adenohipófise materna sob a estimulação do 
PRH hipotalâmico (e inibição do PIH), apresenta 
198 aminoácidos, PM 22.000 e meia vida de 10 
minutos. Sua concentração sérica na mulher não 
grávida é da ordem de 3 a 30 ng/ml, nas grávidas 
de 20 a 450 ng/ml e no líquido amniótico de 25 
a 250 ng/ml (porém não se conhece as razões 
deste valor). Prepara a mama para a lactação 
(ação potenciada pelo SCH, E2 e P4), apesar de 
não haver a lactogênese, pois os níveis elevados 
de estrogênios e progestinas tem ação 
supressora sobre esta função, a qual é 
estabelecida somente após o parto (mas pode 
haver a secreção de colostro). 
Funções: 
a) ação trófica sobre as mamas; 
b) desenvolvimento dos alvéolos e ductos 
mamários e 
c) preparo para a lactogênese. 
Ocitocina (OC): é um hormônio com 9 
aminoácidos produzido pelo hipotálamo e 
armazenado na neurohipófise. Durante toda a 
gestação as concentrações plasmáticas na mãe 
são baixas e elevam-se próximo ao parto. 
Valores (em pg/ml), mulher não grávida: 1,5; 20ª 
semana: 8,3; 35ª semana: 20,8; 40ª semana: 
275,5 e no parto: 312,0. A OC parece não 
participar nos mecanismos gestacionais, somente 
no trabalho de parto (ação sinérgica do cortisol 
fetal). A dilatação do canal de parto ativa o eixo 
hipotálamo – neurohipófise – ocitocina, tanto na 
mãe como no feto. 
Funções na gestação: praticamente não há. 
Funções no pré e durante o parto: 
a) promove contrações do miométrio uterino; 
b) reduz o sangramento durante o parto e 
c) promove a lactopoiese. 
 
Estrogênios e Progestinas: nas primeiras 12 
semanas de gestação a secreção de E2 e P4 
advém do corpo lúteo ovariano, e depois é 
substituído unicamente pela secreção 
placentária. As funções destes hormônios são as 
mesmas, independentemente de seu local de 
secreção. 
Funções (resumidas): 
a) promover o aumento do útero, do 
endométrio e do miométrio; 
b) propiciar condições ideais de nutrição do feto; 
c) desenvolvimento da placenta; 
d) preparo e crescimento dos alvéolos e dos 
ductos mamários; 
e) controle da atividade contrátil do miométrio 
(efeitos antagônicos). 
 
Gestação 
Durante a gestação, o tamanho da hipófise 
materna pode aumentar em até 50%, 
evidenciando a hipertrofia de suascélulas, em 
resposta a ações tróficas do hipotálamo. A 
hipófise pode ser considerada a glândula “mestra” 
pois controla outras glândulas endócrinas, atua 
em controles metabólicos/hormonais e mantém 
uma gestação. A placenta, quando se forma e 
torna-se funcional (madura), também tem a 
capacidade de produzir vários hormônios 
importantes, como a gonadotrofina coriônica 
humana, lactogênio placentário, estrogênios, 
progestinas, fator de crescimento placentário, 
pró-opiomelanocortina e relaxina. Há evidencias 
também que a placenta tem a capacidade de 
produzir outros hormônios “semelhantes” ao 
GnRH, TSH, GH e ACTH no controle 
metabólico/hormonal durante a gestação; a 
placenta poderia então ser considerada uma 
“segunda glândula mestra”. 
 
 
Crescimento fetal 
A taxa de crescimento fetal (peso fetal estimado) 
ao longo da gestação permite avaliar o bem-
estar fetal e o seu crescimento. Na nidação o 
embrião (blastócito) pesa apenas 0,3 gr. e no 
nascimento (266 dias após) pesa em média 3,5 
kg, um aumento de 1,17 milhões % ou em torno 
de 44% ao dia, com ganho de peso diário, em 
média, de 13,16 gramas. 
 
 
 
 
 
 
Parto 
Definimos parto como o processo fisiológico 
durante o qual ocorre a expulsão do feto, 
placenta e anexos fetais do interior da cavidade 
uterina da mãe e deve-se a mecanismos 
maternos e fetais. 
1. Fatores hormonais do parto. 
2. Fatores mecânicos do parto. 
3. Fases do parto e nascimento. 
4. Contrações do útero gravídico. 
5. Fatores uterolíticos e uterotônicos. 
6. 6. Parto por cesária. 
Após a gestação, com mudanças anatômicas, 
bioquímicas, hormonais e fisiológicas na mulher, 
quando a termo, tem-se o parto e este deve-se 
a: 
1. Fatores hormonais 
2. Fatores mecânicos (reflexo neuroendócrino) 
Eles se associam de forma harmoniosa para a 
função do nascimento do feto. Os hormônios 
relacionados ao parto são: estrógenos, 
progesterona, ocitocina, cortisol. 
Um mecanismo mecânico de dilatação do canal 
de parto e a posição da cabeça do feto, em 
forma de cunha, promove maior abertura do 
canal de parto e contração do miométrio para a 
expulsão do feto; aqui tem-se envolvido um 
reflexo neuroendócrino. 
Fatores Hormonais 
Relação Estrógenos / Progesterona: Até o final 
da gestação tem-se uma concentração maior de 
Progesterona (P4) em relação aos Estrógenos 
(E2) e na indução do parto estas concentrações 
se invertem. Lembre-se que os estrógenos 
aumentam a contratilidade do miométrio. Na 
gestação, os níveis de E2 continuam sempre a 
aumentar, porém a partir do 7º mês os níveis de 
P4 mantém-se quase que constante. 
Outro fator é relativo ao número e sensibilidade 
dos receptores de E2 e P4, pois nas últimas 
semanas há uma dessensibilização dos 
receptores de P4, na faixa de 25 a 30%, e maior 
atividade dos receptores de E2. Pode-se não 
haver, então, grandes variações nas 
concentrações séricas da mãe de E2 e P4, 
porém grandes variações nos efeitos fisiológicos. 
Ocitocina: há uma elevação da concentração 
plasmática de OC e do número de seus 
receptores no miométrio, promovendo 
vigorosas contração uterinas. 
Cortisol: a retroalimentação positiva para as 
contrações uterinas tem uma ação sinérgica 
deste hormônio e parece ser os níveis de cortisol 
que iniciam o trabalho de parto espontâneo. 
Prostaglandinas: as membranas fetais 
liberam tipos de prostaglandinas (ação 
estrogênica) que promovem distensão do canal 
de parto e contrações uterinas. 
Fatores mecânicos 
Quando das ações hormonais coordenadas 
próximo ao parto, faz com que haja alguma 
dilatação do canal do parto e a cabeça do feto 
se posiciona próximo ao cérvix uterino e força 
para baixo. Sinais neurais levam informações até 
o hipotálamo que aumenta a secreção de 
ocitocina da neurohipófise. Níveis séricos maiores 
de OC, levam maior dilatação do canal de parto, 
deslocamento da cabeça do feto, maior número 
de sinais neurais que culminam com maior 
secreção de OC e assim continuadamente, 
caracterizando este reflexo neuroendócrino uma 
retroalimentação tipo positiva. 
No reflexo neuroendócrino observa-se aos 
seguintes momentos: 
a) a cabeça do feto distende o colo uterino; 
b) a distensão cervical excita a contração fúndica 
(papel da OC); 
c) a contração fúndica empurra o feto para baixo 
e distende ainda mais o colo; d) o ciclo se repete 
várias vezes. 
 
Didaticamente, os mecanismos que 
desencadeiam o parto são 7, a saber: 
1) Papel do feto: quando o feto atinge o 
nível apropriado de maturação, a adrenal 
do feto aumenta a secreção de cortisol, 
que contribui para o início do trabalho de 
parto e para a maturação final dos 
pulmões. O feto secreta também no 
trabalho de parto (mecanismo não bem 
esclarecido) ADH (pode atuar como um 
fator de liberação de ACTH da 
adenohipófise do feto) e OC; a OC (que 
passa do sangue fetal para o materno e 
causa contrações uterinas). O sangue 
materno apresenta altos níveis 
plasmáticos de OC de duas fontes: a fetal 
e a materna (a de maior concentração). 
2) Papel das Prostaglandinas: formada 
pelas membranas fetais tem dois efeitos 
principais: 
a) aumentam o número de receptores para 
a OC (ação ocitócica) e 
b) amadurecimento do colo uterino. 
3) Papel dos Estrógenos e Progesterona: 
na mulher grávida a termo, os níveis de E2 
aumentam as contrações uterinas (ação 
agonista sobre o marca passo uterino) e ainda 
aumentam a sensibilidade à OC. O número de 
receptores de E2 (ou sua sensibilidade) 
aumentam, enquanto para o P4 há sensível 
redução. 
4) Papel da Ocitocina Materna e Fetal: na 
mãe há um aumento das concentrações 
plasmáticas de OC e de seus receptores, 
com ativação das contrações uterina e age 
na decídua para a síntese de prostaglandinas. 
No feto há elevada taxas de OC na circulação 
fetal que passa para a mãe. 
5) Papel das Junções das Células 
Miometriais: as junções apertadas entre as 
células do miométrio reduzem a sua 
resistência elétrica próximo ao parto (ação do 
E2), de tal forma que o útero passa a ser um 
sincício funcional, isto, é quando há a 
despolarização da região do marca passo, 
esta ativação se propaga por todo o útero, 
uma onda contrátil do fundo (próximo à 
chegada das trompas uterinas) para o colo 
uterino. 
6) Papel da Inervação Autonômica: o 
útero recebe inervação autonômica 
simpática e parassimpática, mas que 
apresentam pouca importância no parto 
(prevalece os mecanismos hormonais). 
Talvez o simpático estimula e o 
parassimpático iniba o marca passo uterino. 
7) Papel da Dor e da Contração dos 
Músculos Abdominais: as dores na parte 
final do parto, por um mecanismo reflexo, 
promovem rápida inspiração e fechamento 
da glote, seguido de uma forte contração da 
musculatura abdominal, auxiliando na fase 
expulsiva (puxo). 
Fases do parto 
Fase zero: o útero é mantido quiescente 
durante toda a gestação, mas há a formação 
de pequenas “ondas” contráteis. 
Fase um: contrações uterinas fracas, 
ativação do eixo hipotálamo – hipófise – 
adrenal do feto e aumento da concentração 
das prostaglandinas. A ruptura, natural ou 
provocada, da bolsa amniótica com a perda 
de líquido, pode facilitar o acesso do feto ao 
canal de parto. Duração: horas. 
Fase dois: contrações uterinas fortes, 
estimulada pelas ações da OC, E2, 
prostaglandinas e, talvez, CRH/ACTH/cortisol. 
Aqui ocorre o nascimento (expulsão). 
Duração: de 10 a 60 minutos. 
Fase três: expulsão da placenta (dequitação), 
redução das contrações uterinas 
gradativamente (algumas horas). Duração: 5 
a 10 minutos. 
Contrações do útero grávido 
As contrações do útero grávido podem ser 
divididas em 6 momentos: 
1. Gestação: Conforme visto na figura, 
durante as primeiras 30 semanas a 
pressão intrauterina é de (valores médios) 
10 mm Hg e 10 UI (Unidades Montevideo 
= pressão x tempo de contração) (parte 
A) e eventualmenteuma pressão maior 
de 10 a 15 mm Hg (contração de Braxton-
Hicks). 
 
2. Pré-parto: Após a 35ª semana produz-
se um progressivo aumento na 
intensidade e frequência das contrações, 
entre as semanas 35 a 38, seu valor 
pressórico é de 18 mm Hg e 20 UM (parte 
B) e nas semanas 39 a 40 a pressão 
eleva-se para 30 mm Hg e 45 UM (parte 
C). 
 
3. Parto: Pode ser dividida em 3 partes 
(dilatação inicial, avançada e expulsiva). 
Algumas horas antes do parto (dilatação 
inicial) a contração tem uma intensidade 
de 30 mm Hg, 110 UM e frequência média 
de 3 contrações para cada 10 minutos 
(parte D). Já no início da dilatação 
avançada, cerca de 10 a 20 minutos antes 
do nascimento, a pressão é da ordem de 
45 mm Hg, 180 UM e a frequência de 
contração é de 5 a 6 a cada 10 minutos 
(parte E). 
 
 
No nascimento, na fase expulsiva, a pressão 
agora é muito alta, de 60 mm Hg e 250 UM 
(visto na parte F) e a cabeça do feto faz efeito 
cunha sobre o cérvix (reflexo neuroendócrino). 
Esta fase é muito rápida (de 1 a 3 minutos). Neste 
momento a atividade elétrica do miométrio 
demora cerca de 15 segundos para propagar-se 
por todo o útero e mantém a intensa força 
contrátil por 30 a 60 segundos. 
 
4. Dequitação da placenta: 
Imediatamente após o nascimento (2 a 10 
minutos) o útero realiza fortes contrações 
para a expulsão da placenta, a pressão é 
de 50 mm Hg e 220 UM (parte G) que 
regride com o tempo (partes H e I) e são 
indolores. Um dia após, a pressão é de 10 
mm Hg e 30 UM (parte J). Em 1 a 2 
semanas o útero não se contrai mais. 
 
5. Puerpério: É o período de até 6 
semanas após o nascimento no qual o 
útero volta às condições anteriores à 
gestação (redução de: tamanho e peso 
do útero, do canal de parto e vulva, 
afrouxamento dos ligamentos pélvicos), 
alterações endócrinas e amenorreia. 
Neste período o útero pode apresentar 
contrações durante a amamentação (a 
ocitocina que promove a descida do leite 
também contrai o útero, até a regressão 
dos receptores de OC no útero). 
 
As contrações do parto iniciam-se nos marca 
passos uterinos (em número de dois), localizados 
próximos à inserção das tubas uterinas no fundo 
do útero. A contração segue do fundo para o 
colo do útero e a região do cérvix faz pequena 
contração contrária, favorecendo a dilatação do 
canal de parto. A dor do parto advém do útero, 
do canal de parto e períneo, o que leva, de 
forma involuntária, o bloqueio voluntário da 
respiração e contração da musculatura 
abdominal, que auxilia na expulsão fetal. Em 
alguns casos especiais, para evitar lacerações 
períneas graves, é realizado, sob anestesia, a 
episiotomia, uma incisão no períneo para ampliar 
o canal de parto. 
Parto 
Definimos parto como o processo fisiológico 
durante o qual ocorre a expulsão do feto, 
placenta e anexos fetais do interior da cavidade 
uterina da mãe e deve-se a mecanismos 
maternos e fetais. 
1. Fatores hormonais do parto. 
2. Fatores mecânicos do parto. 
3. Fases do parto e nascimento. 
4. Contrações do útero gravídico. 
5. Fatores uterolíticos e uterotônicos. 
6. Parto por cesária. 
As contrações do parto iniciam-se nos marca 
passos uterinos (em número de dois), localizados 
próximos à inserção das tubas uterinas no fundo 
do útero. A contração segue do fundo para o 
colo do útero e a região do cérvix faz pequena 
contração contrária, favorecendo a dilatação do 
canal de parto. A dor do parto advém do útero, 
do canal de parto e períneo, o que leva, de 
forma involuntária, o bloqueio voluntário da 
respiração e contração da musculatura 
abdominal, que auxilia na expulsão fetal. Em 
alguns casos especiais, para evitar lacerações 
períneas graves, é realizado, sob anestesia, a 
episiotomia, uma incisão no períneo para ampliar 
o canal de parto. 
Fatores uterolíticos e uterotônicos 
Os fatores uterolíticos predominam fora do 
trabalho de parto (até a 40ª semana), sob a ação 
principal da progesterona que diminui a 
contratibilidade do miométrio uterino. Os fatores 
uterotônicos predominam acentuadamente no 
trabalho de parto, desencadeiam o parto em um 
mecanismo de retroalimentação positiva, 
elevando a contratibilidade uterina. Os principais 
fatores uterotônicos são: estrógenos, ocitocina, 
prostaglandinas e íons cálcio. 
 
 
Reflexo neuroendócrino 
 
Dilatação 
Dilatação Progressiva do colo uterino: 
a) 1ª Fase (Início do trabalho de Parto): 
duração de 12 a 24 horas, o colo vai 
perdendo a rigidez; dilatação < 1 cm. 
b) 2ª Fase (Fase Ativa): duração de 2 a 3 
horas, dilatação progressiva com as 
contrações (1 a 3 cm/h); dilatação média 
de 4 cm. 
c) 3ª Fase (Expulsiva): duração de 10 a 30 
minutos, contrações a cada 1 a 2 minutos 
(fortes e rítmicas); dilatação de 10 a 12 cm. 
 
Parto por cesária 
A Organização Mundial da Saúde (OMS) 
recomenda o parto natural. A Cesária é indicada 
quando existe algum risco para a mãe ou para a 
criança. As principais causas que indicam a 
Cesária são: posição da criança no útero, 
dilatação insuficiente, fraca ou ausência de 
contrações, gravidez múltipla, hipóxia fetal, 
eclampsia, alguma anormalidade no corpo da 
mãe, hipertensão materna ou doenças 
respiratórias graves, outros partos Cesárias 
anteriores, malformações fetais, sem progressão 
do trabalho de parto, dor intensa, doença 
infectocontagiosa da mãe, entre outras. No 
entanto, por comodidade da mãe ou do médico, 
a opção pela Cesária eletiva tem crescido muito. 
Uma Cesária demora de 30 a 90 minutos, mas o 
parto normal pode demorar de 2 a 8 horas. 
 
Etapas de uma cesária: 
1. Anestesiar a parturiente, geral ou espinhal (mãe 
consciente neste caso). 
2. Limpeza da região abdominal com antisséptico. 
3. Incisão transversal no abdômen inferior, cerca 
de 10 a 15 cm. 
4. Divulsionar os músculos abdominais (as 6 
camadas). 
5. Nova incisão no útero. 
6. Retirada da criança, corte do cordão umbilical 
e já encaminhar ao pediatra para avaliação. 
7. Retirada da placenta do útero. 
8. Sutura das incisões. Avaliação clínica da mãe. 
Internação hospitalar por 1 a 3 dias. 
Cicatrização completa em 6 semanas. 
Lactação 
No início da adolescência ocorre a mamogênese 
que é um crescimento da parte glandular e a 
deposição de gordura subcutânea dando forma 
e volume às mamas. A glândula mamária é 
constituída por cerca de 20 lobos, cada qual com 
um ducto lactífero que se abre em diferentes 
pontos no mamilo. Nestes lobos há estruturas 
secretoras do leite chamados de alvéolos 
mamários e os alvéolos e os ductos são envoltos 
por células mioepiteliais, responsáveis pela 
ejeção do leite. O início da mamogênese ocorre 
com o início da puberdade, entre 10 a 12 anos e 
termina entre os 15 a 19 anos, quando a forma e 
volume tornam-se definitivos, mesmo que possa 
haver grandes modificações com os períodos da 
gestação e amamentação. 
 
 
 
O crescimento mamário na adolescência deve-
se aos efeitos secundários dos estrógenos 
ovarianos dos ciclos menstruais. Durante a 
gestação ocorre grande aumento e 
transformações nas mamas, preparando-as para 
a lactogênese. Os hormônios envolvidos nesta 
fase são os estrogênios placentários (principal), o 
GH, prolactina (PRL), glicocorticoides adrenais 
(cortisol), insulina, progesterona e lactogênio 
placentário. A progesterona atua no 
desenvolvimento do sistema lóbulo-alveolar. As 
ações do GH, cortisol e insulina sobre as mamas 
na gestação não estão totalmente esclarecidas, 
mas mulheres com deficiência destes hormônios, 
em geral, apresentam algum tipo de problemas 
na amamentação; possivelmente atuam como 
uma ação sinérgica para os demais hormônios e 
em fornecer aminoácidos, glicose, ácido graxos 
e cálcio para a formação do leite 
A prolactina (PRL) é o hormônio principal na 
lactogênese (formação do leite). Quando este 
hormônio foi descoberto em 1960, observou 
seus efeitos sobrea lactogênese, no entanto ele 
é também um hormônio metabólico presente na 
mulher não gestante ou em amamentação e em 
homens. Ele é um hormônio polipeptídio, com 198 
aminoácidos, é produzido pela adenohipófise, sob 
estimulação do hormônio liberador da prolactina 
(PRH). Durante a lactação a liberação de PRL é 
pulsátil (4 a 20 pulsos), variando suas 
concentrações plasmáticas diárias entre 20 a 180 
ng/dl, com pico em cerca de 1 hora após o 
término da amamentação, devido a sinais neurais 
advindo do mamilo. Esta PRL seria a responsável 
pela indução da lactogênese para a mamada 
seguinte 
 
 
Alterações patológicas nos níveis de PRL, podem 
ocasionar: 
a) Hipoprolactinemia: preparo inadequado das 
mamas durante a gestação, inibição da 
lactogênese; possível causa de ovários 
policísticos. 
b) Hiperprolactinemia: alterações menstruais 
importantes, infertilidade. No homem: redução da 
libido, piora a qualidade do esperma e 
ginecomastia. 
A ocitocina (OC), sintetizado em 1950, é o 
principal hormônio responsável pela ejeção do 
leite (ou lactopoiese). É produzido no hipotálamo 
e armazenado na neurohipófise e, por 
estimulação neural, é secretado para a circulação. 
Seus efeitos fisiológicos são: promover 
contrações do miométrio uterino durante o 
parto, promover a ejeção do leite durante a 
amamentação, reduzir o sangramento durante o 
parto, possível indutor psicossocial entre a mãe 
e filho ou sociedade, participação ativa na 
sensação do orgasmo (por isso também é 
chamado de hormônio do amor), modulação do 
sistema límbico, motivação de natureza sexual 
(principalmente em homens), facilita o transporte 
dos óvulos e espermatozoides, promove a 
contração da próstata e vesículas seminais, reduz 
a agressividade e diminuição da sensação de 
medo (inibição do circuito neural na amigdala). 
A lactogênese deve-se à prolactina. Ação 
sinérgica do hormônio placentário 
Somatomamotropina Coriônica Humana (SCH), 
também chamado de Lactogênio Placentário 
Humano. 
A ejeção do leite e a indução do trabalho de 
parto devem-se à ocitocina, importante no 
reflexo neuroendócrino durante a amamentação. 
O leite materno humano é a primeira e principal 
alimentação dos recém-nascidos; ele é 
fundamental para a saúde das crianças nos 
primeiros 6 meses de vida, mesmo que haja 
diferentes suplementações nutricionais (leite em 
pó ou de vaca, frutas, legumes, sopinhas e chás). 
O leite materno é isento de contaminações, têm 
as calorias necessárias para o crescimento e 
desenvolvimento do recém-nato/infante, bem 
como as proteções pelos anticorpos e 
propriedades anti-infecciosas. A sua composição 
inclui água, carboidratos, proteínas, lipídios, 
vitaminas, diferentes íons (sódio, potássio, ferro, 
cálcio, magnésio, fósforo etc.) além de leucócitos, 
macrófagos, imunoglobulinas, lipases, lisozimas, 
gama interferon, entre outros. 
O leite pode ser classificado em 3 
tipos/momentos, a saber: 
1. Leite Colostro (até o 5º dia do recém-nato (RN)). 
2. Leite de Transição (de 5 dias até 2 a 3 
semanas. 
3. Leite Maduro (de 3 semanas até o final da 
amamentação). 
No primeiro dia após o parto, a produção de 
colostro é de 50 ml/dia; no terceiro dia de 100 a 
150 ml, no sétimo dia a produção de leite é de 
500 a 700 ml e após cerca de 3 semanas pode 
chegar de 1,0 a 2,5 litros. O colostro é mais 
amarelado, denso, pouco calórico, porém é vital 
pelas suas propriedades imunológicas. O leite 
maduro é constituído por carboidratos 
(principalmente a lactose), proteínas (caseína 
(25%) e as proteínas do soro (lactoalbumina, 
lactoferritina e imunoglobulinas)) e os lipídeos 
(triglicerídeos e fosfolipídeos). 
 
A secreção dos constituintes do leite é realizados 
da seguinte forma: 
a) Proteínas: sintetizadas no Retículo 
Endoplasmático Granular (REG), vão para o 
Aparelho de Golgi e daí secretado para o lúmen 
do alvéolo. 
b) Lactose: sintetizado no Aparelho de Golgi e 
secretado para o alvéolo. 
c) Lipídios: sintetizado no Retículo 
Endoplasmático Liso e se movem em forma de 
gotículas até a membrana apical e daí para o 
alvéolo. 
d) Água: difusão direta e osmótica e dos íons. 
 
A lactação (amamentação) é um reflexo 
neuroendócrino. A sucção do mamilo pela 
criança gera potenciais de ação que, no 
hipotálamo, leva a estimulação (PRH) e secreção 
de PRL pela adenohipófise (lactogênese) e de 
potenciais de ação para a neurohipófise com a 
secreção de ocitocina (ejeção do leite); outros 
reflexos da amamentação são condicionados 
pela mãe, tais como o choro da criança, horário 
da mamada, presença da criança etc. 
 
 
 
 
 
Experimento: Duas ratas em período de 
amamentação foram separadas de seus filhotes 
(com uma semana de vida) por 6 horas. Em uma 
das ratas foi aplicado nos mamilos uma pomada 
sem fármacos (controle) e na outra rata uma 
pomada de xilocaína (anestésico que bloqueia os 
sinais aferentes do mamilo da rata). Os filhotes 
foram pesados e colocados junto das mães por 
20 minutos. Decorrido este tempo os filhotes 
foram novamente pesados (para quantificar 
quanto conseguiram mamar) e os valores médios 
estão na tabela abaixo. Em uma coleta de sangue 
das ratas foram dosados os níveis plasmáticos de 
prolactina (PRL) e ocitocina (OC) no final do 
experimento. 
 
Observe que os filhotes da rata com xilocaína 
não ganharam peso, pois o reflexo 
neuroendócrino para a ejeção do leite não 
ocorreu, devido ao anestésico. Na rata controle 
os filhotes conseguiram mamar e ganharam 
peso. Já os níveis séricos de PRL e OC elevaram-
se durante a amamentação na rata controle, mas 
o mesmo não ocorreu na rata com xilocaína 
(não houve a ejeção do leite e a lactogênese da 
próxima mamada estará reduzida pelos níveis 
baixos de PRL). 
 
Contracepção 
A contracepção são diferentes métodos para 
evitar uma gravidez e uma forma adequada do 
planejamento familiar. Algumas culturas, no 
entanto, evitam estes métodos contraceptivos. 
Todos os métodos contraceptivos tem 
vantagens e desvantagens ou efeitos colaterais 
diversos e o grau de eficácia do método 
também varia. Os métodos de barreira dos 
gametas (principalmente o preservativo 
masculino) também evita as doenças 
sexualmente transmissíveis (DST), tendo um 
papel relevante na medicina social. A educação 
sexual é o ensino/estudo sobre a anatomia e 
fisiologia do trato reprodutor, sobre a psicologia 
e aspectos comportamentais, dos aspectos 
religiosos e culturais para prevenir problemas da 
gravidez indesejada, em especial entre os 
adolescentes. 
Os métodos contraceptivos podem ser 
classificados em: 
1) Abstinência sexual. 
2) Administração de hormônios ou drogas 
farmacológicas. 
3) Barreira mecânica dos gametas. 
4) Corpo estranho no útero. 
5) Atos cirúrgicos. 
 
 
Pílula anticoncepcional 
Finalidades: método anticoncepcional, controle do 
ciclo menstrual e do metabolismo, cuidados com 
a pele. 
Composição: 0,03 mg de etinilestradiol + 2,0 mg 
ciproterona 
Tipos: Monofásicas, Multifásicas, Minipílula, Nova 
Pílula. Número de comprimidos orais: 21, 24 ou 21 
+ 7. 
Ação: Inibição do eixo hipotálamo-adenohipófise-
ovário. 
Tipos de pílulas anticoncepcional 
Monofásicas: possui a mesma dosagem em toda 
a cartela (ciclo). Diferentes marcas podem ter 
dosagens diferentes, mas é raro. Exemplos: 
Diane 35, Elany 28 (sem interrupção), Alestra 20 
ou 30, Yasmin, Microvilar, Gynera, Evanor, 
Mercilon (28 sem interrupção), Ciclo 21, Tamisa, 
Microgynon, Microdiol, Selene etc. 
Multifásica: podem ser bifásicas, trifásicas ou 
multifásicas, com variação das concentrações ao 
longo da cartela (ordem de tomadas dos 
comprimidos deve ser mantida). 
Exemplos: Bifásicas: Mercilon, Conti, Binovum. 
Trifásicas: Trinovum, Logynon. Multifásica: Qlaira. 
Exemplo dosagem de trifásica: 7 compr. Brancos 
(0,035 mg etinilestradiol + 0,5 mg noretisterona) 
+ 7compr. Rosas (0,035 + 0,75) + 7 compr. 
Vermelhos (0,035 + 1,0). 
Mini-pílula: possui somente progesterona, ideal 
para mulheres em amamentação, sangramento 
irregular, endometriose. Exemplo: Cerazete. 
Nova pílula: 24 compr. com 3 mg de 
drosperinona + etilestradiol. Ideal para ovários 
policísticos, dismenorreia, evitar sintomas 
emocionais e TPM. Exemplos: Yaz, Diva. 
Pílula do dia seguinte: é um contraceptivo de 
emergência e deve ser tomada até 72 horas 
após o ato sexual desprotegido; não é um 
método contraceptivo regular. A pílula é 
composta de 1,5 mg de levonorgestrel em 
tomada única (ou duas de 0,75 mg) e é uma 
dose grande de progesterona. Ações na pílula 
antes da ovulação: altera a maturação folicular e 
impede a ovulação e dificulta o transporte dos 
espermatozóides. Ações da pílula após a 
ovulação: dificulta o transporte dos 
espermatozóides e do óvulo, modifica o muco 
cervical e altera o endométrio, dificultando a 
nidação e leva ao início da menstruação. Ação: 
ocorre rápida elevação da progestina plasmática, 
seguida de queda brusca e isto é o sinal para o 
início da menstruação após 3 a 5 dias. Nomes 
Comercial: Evanor, Postinor, Neodia e Previdez, 
entre outras 
Mecanismo de ação das pílulas 
anticoncepcionais 
A crescente e elevada concentração de 
estrogênios e progestinas exógenas (da pílula) 
leva a uma retroalimentação negativa no eixo 
hipotálamo – hipófise – ovários, de sorte que os 
níveis plasmáticos de FSH e LH tornam-se 
baixos e assim impede a ovulação. 
O estrogênio inibe a secreção do FSH. 
A progestina inibe a secreção do LH. 
 
 
Os métodos anticoncepcionais baseado 
em hormônios são classificados em: 
1) Pílula anticoncepcional. 
2) Contraceptivo hormonal injetável. 
3) Contraceptivo hormonal de implante. 
4) Contraceptivo hormonal e de barreira por anel 
vaginal. 
5) Contraceptivo hormonal por adesivos 
cutâneos. 
6) Pílula do dia seguinte (contraceptivo de 
emergência). 
7) Contraceptivo hormonal e de corpo estranho 
no útero – DIU.

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