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UMA BREVE ANÁLISE DA HISTÓRIA DA HUMANIDADE E O DIREITO DIGITAL
Carolina de Deus Tarabay DIPI[footnoteRef:1] [1: A autora é graduanda em direito, cursando o 9o termo da instituição Centro Universitário Antônio Eufrásio de Toledo de Presidente Prudente.] 
RESUMO: Esta breve dissertação apresenta como sendo um de seus objetivos principais, expor sobre o momento histórico em que a humanidade viu a necessidade da criação de normas para manter o bem estar social, alguns conceitos básicos, e o avanço do direito junto à história da humanidade, bem como o avanço das tecnologias e o surgimento do Direito Digital e a maneira como tem se desenvolvido.
Palavras-chave: Direito. História da Humanidade. Internet. Normas. Direito Digital. 
INTRODUÇÃO
A presente pesquisa buscou esclarecer, desde o início dos tempos, como se deu o surgimento do Direito, e como a história da humanidade está diretamente relacionada às mudanças, que a todo o momento, alteram questões de direito. Com o avanço das eras, o surgimento de novas questões e normas é inevitável, de modo que um complementa o outro. 
Neste ensejo, discorre-se sobre a nova área do Direito, o surgimento do Direito digital, que advém da necessidade de garantir os direitos, principalmente humanos, daqueles que desfrutam do uso da internet.
Por ora, as conclusões e o desfecho das pesquisas realizadas serão dados ao final. 
1 ORIGEM HISTÓRICA DO DIREITO
Antes de se definir o que é o Direito Digital, façamos uma breve explanada sobre o que é o Direito. 
O Direito surgiu antigamente, algo que foge a uma exatidão precisa, pois caminha lado a lado com os avanços da história da humanidade até os dias atuais. Com o surgimento de questões relacionadas à evolução das eras, foram surgindo com ela à necessidade da criação de normas, sanções, regras, visto os costumes que foram sendo criados na sociedade, tudo de modo a manter o bem estar social para todos. 
Ocorre que a história da humanidade está, desde o início dos tempos, diretamente, ligada à evolução do direito, visto que as mudanças pelas quais a sociedade é submetida ocasionam em alterações no âmbito do direito, mostrando a maneira que afetam os direitos humanos fundamentais. Conforme uma das definições do que é Direito, o Dicionário Online de Português, DICIO, dispõe que:
“Significado de Direito - substantivo masculino - Reunião das regras e das leis que mantêm ou regulam a vida em sociedade. [Jurídico] Ciência que estuda essas normas, leis e regras, em seu aspecto geral ou particular: direito civil; direito penal. [Jurídico] Reunião dessas leis e normas que vigoram num país. Que expressa justiça; correto.” [footnoteRef:2] [2: Disponível em: <http:// https://www.dicio.com.br/direito/>] 
 Assim, fica claro que o surgimento dessas regras se deu para regular a vida em sociedade. Essa ciência é um estudo infinito, que está em constante mudança, tratando de aspectos gerais, ou mesmo de casos particulares. Um dos principais objetivos do direito é, além de manter a ordem social, garantir a justiça, o que é certo. Não há como garantir esses objetivos aplicando normas ou sanções antigas a fatos novos, que talvez possam requerer uma postura diferente. E ainda, Hans Kelsen afirma que:
“(O direito é uma) “ordem normativa de coerção”, (reportada a uma) “norma fundamental”, “a que deve corresponder uma constituição efetivamente estabelecida e, em termos gerais, eficaz, bem como as normas que, de acordo com essa constituição, foram efetivamente estabelecidas e são, em termos gerais, eficazes.” É também uma “técnica específica de organização social” [footnoteRef:3]. [3: KELSEN, Hans. Teoria Pura do Direito, Editora: Wmf Martins Fontes, 2011.] 
Insta salientar, que estas regras se tratavam de uma forma de coerção, isto, pois, quem praticava determinada conduta e tinha uma “punição”, servia como exemplo para os demais, de modo que estes não fizessem o mesmo e não sofressem as consequências. Também é visto por esse lado, de que o Estado pune aqueles que não seguem as regras e sofrem as consequências para servir de exemplo aos demais membros da sociedade. 
O Direito visto como técnica de organização social nos faz perceber ainda mais, como esse ramo deve caminhar junto ao avanço da história da humanidade, sobretudo nos tempos modernos onde vivemos em uma era tecnológica.
2 O DIREITO DIGITAL
Em tempos de conexão facilitada, a problematização do direito digital torna-se necessária não apenas aos profissionais de direito. Além de advogados, os gestores de grandes empresas, investidores e empreendedores do ramo necessitam estarem atentos as modificações sofridas.
É comum nos depararmos com a expressão “mundo digital”, que tem como objetivo separar o que é do âmbito virtual e o que pertence ao “mundo real”. Apesar de ser óbvio que ambos acontecem em um mesmo lugar físico, diferencia-los possibilita a criação de normas especificas para cada situação tomada por conta.
A utilização dessas definições é dada, pois no âmbito virtual a maneira como as coisas são conduzidas, são diferentes de como se vivencia pessoalmente. Ainda cabe ressaltar que nem sempre o que já temos como norma serve para interpretar situações novas que advém do uso da internet.
Ao passo que os avanços da internet caminham, novas questões são levantadas, o que faz com que os poderes legislativo e judiciário regulem normas e entendimentos para solução de conflitos.
“O Direito Digital é o resultado da relação entre a ciência do Direito e a Ciência da Computação sempre empregando novas tecnologias. Trata-se do conjunto de normas, aplicações, conhecimentos e relações jurídicas, oriundas do universo digital.” [footnoteRef:4]. [4: NOVO, Benigno Núñez. Artigo “Direito Digital. 2019. Disponível em: <https://jus.com.br/artigos/74019/direito-digital> ] 
Desta forma o estudo realizado neste trabalho, busca levantar algumas das questões que passaram por discussões e quais foram às alternativas buscadas pelo poder responsável para regulamentação de normas e previsão legal justa para cada caso.
2.1. Conceito
	A evolução do Direito é o que possibilitou o surgimento dessa nova ramificação. O Direito Digital não só abrange os princípios fundamentais já existentes, mas também todos os outros institutos do direito que estão em vigência com aplicação até os dias atuais, trazendo novos elementos para as fundamentações jurídicas de cada área.
“O Direito Digital é o resultado da relação entre a ciência do Direito e a Ciência da Computação sempre empregando novas tecnologias. Trata-se do conjunto de normas, aplicações, conhecimentos e relações jurídicas, oriundas do universo digital.” [footnoteRef:5]. [5: SANTOS, João Vitor Rodrigues. Direito Digital, Marco Civil e Jurisprudências. 2018. Disponível em: <https://jus.com.br/artigos/68351/direito-digital>] 
Apesar de não tratar a era digital como um ramo separado a realidade desse ambiente não pode ser ignorada ou deixar de diferenciar do que é real. O direito como ciência, deve evoluir de modo a incorporar os prós e contra advindos do uso da conectividade em rede.
Essa integração deve acontecer tanto na implantação de normas novas, quanto novos posicionamentos que agreguem, ainda mais, alguns entendimentos já utilizados.
Patrícia Peck Pinheiro[footnoteRef:6], advogada e escritora da obra Direito Digital, editora Saraiva é uma das maiores especialistas no âmbito nacional. O livro atenta sobre diversos assuntos relacionados ao uso da internet e sua violação. A autora buscou explanar sobre a liberdade do indivíduo de se expressar, o direito a privacidade de dados e arquivos, o ramo do comércio digital, a responsabilidade admitida para cada caso, entre outros. [6: PINHEIRO, Patrícia Peck. HUFFPOST. Disponível em: <https://www.huffpostbrasil.com/author/patricia-peck-pinheiro/>
] 
Baseando no estudo da obra de Patrícia Pinheiro, e demais materiais de pesquisa, será analisado cada instituto por forma de tópico, facilitando a compreensão de tópicos de discussão.
2.2. Características 
Essa vertente do Direito não pode serclassificada como um ramo do direito da mesma maneira que o Direito civil e os demais são caracterizados. Patrícia Pinheiro bem como outros estudiosos da área definem como uma releitura do modo tradicional do direito, acompanhado do avanço da história da humanidade.
São raros os casos onde não é necessário o aprofundamento em busca de solucionar os pré-questionamentos. Em nosso país ainda não existe um Tribunal especial com finalidade de solucionar práticas criminosas e demais conflitos que acontecem no uso da rede.
 Por outro lado, a Polícia Civil possui núcleos especiais para combate ao “cibercrime”, mesmo não atendendo todo o território nacional, o fato de alguns estados serem atendidos por essa ferramenta judicial já auxilia no combate aos crimes praticados na internet.
O que acontece é o surgimento de adaptações decorrentes de novas questões legais e que os poderes jurídicos do Brasil se adaptam conforme a tecnologia avança. Muitas dessas discussões são solucionadas por meio da criação de novos institutos legais.
 Quando esse tipo de solução não funciona os julgamentos são levados as instâncias superiores que se valem de precedentes legais existentes. Por isso caracteriza-se o Direito Digital por duas principais vertentes.
A primeira delas é a legislativa que possui a condição de criar normas que regulamentem as práticas dos usuários, bem como determinar uma nova tipificação penal para condutas realizadas no âmbito virtual. 
A Segunda vertente é a interpretativa responsável por aplicar as normas vigentes e as que já são conhecidas, levando em conta cada caso com sua particularidade na internet. 
2.3. Exemplos de aplicação
Por se tratar de um instituto novo, que acompanha as evoluções que sofre, as aplicações de normas são ainda muito sucintas. Sabe-se que muito sobre deve evoluir e alcançar um melhor posicionamento e aplicação de normas.
 Um dos mais conhecidos exemplos de aplicabilidade do direito digital é a lei conhecida como “Lei Carolina Dieckmann” sob o nº 12.737/2012.
A referida lei adiciona ao Código Penal o artigo 154-A, que regulamenta um novo tipo penal, de modo a criminalizar a prática de indivíduos que invadem aparelhos de terceiros com o objetivo de apropriar-se, danificar ou modificar dados e informações de um usuário sem que tenha sido dada autorização para tal.
“Art. 154-A. Invadir dispositivo informático alheio, conectado ou não à rede de computadores, mediante violação indevida de mecanismo de segurança e com o fim de obter, adulterar ou destruir dados ou informações sem autorização expressa ou tácita do titular do dispositivo ou instalar vulnerabilidades para obter vantagem ilícita:
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa” [footnoteRef:7]. [7: Lei 12.737 de 30 de novembro de 2012. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12737.htm>
] 
 O nome da atriz foi colocado, pois a mesma viveu uma situação particular, tendo vazado fotos intimas, motivando a aprovação da lei, para os demais casos possuírem um mesmo julgado legal. O caso vivenciado pela atriz não é algo como um furto, ou roubo de dados pessoais, pois o crime não fora praticado em sua forma física, lesando a vítima. 
Os crimes cometidos virtualmente, não possibilitam que quem o pratica tenha acesso físico aos dados, mas sim ao que tem na rede, por mais distante que a vitima se encontre. Esse meio de praticar crime afeta muito mais a vitima, pois com os avanços tecnológicos, o alcance de compartilhamento pela internet é muito mais fácil do que em anos atrás.
Pelas particularidades que essa modalidade requer, o poder legislativo se viu na necessidade de descrever cada conduta criminosa de maneira especifica enquadrando-a no delito correto.
O artigo 154-A prevê a pena de três meses a um ano de detenção e multa (com agravantes) ou em situações mais graves pena de seis meses a dois anos de reclusão e multa, neste caso os agravantes também causam o aumento da pena.
Outro exemplo de suma importância e que possui um maior interesse em criação de norma para conformidade da legislação do Brasil, país que cada vez mais conquista avanços tecnológicos é o Marco Civil da Internet, que será melhor explanado no decorrer deste trabalho.
Exemplos que não deixam de existir são os que se referem a normas que já são conhecidas e elencadas em texto de lei nacional. As práticas mais comuns são as de injuriar, caluniar ou ameaçar alguém por meio de alguma rede social ou aplicativo que utiliza a internet.
Outras questões que são bastante comuns são sobre compras realizadas em lojas online que envolvem diretamente a relação de consumo ao direito do consumidor sob o viés da utilização pela rede.
Há também situações em que pela falta de regulamentação específica levantam-se questionamentos a despeito de como enquadrar legalmente e adequadamente uma tipificação, o que instiga a vontade de criar uma normatização.
Neste ponto, o caso entre os motoristas de aplicativo e os taxistas, que obedecem a um licenciamento específico seguindo as normas do município para que trafeguem.
Muitas cidades brasileiras passaram por situações que deram ensejo a aprovação de lei que regulamenta o modo como deve funcionar o trabalho de quem se utiliza do aplicativo, criando a lei federal 13.640/2018.
“Art. 1º Esta Lei altera a Lei nº 12.587, de 3 de janeiro de 2012 , que institui as diretrizes da Política Nacional de Mobilidade Urbana, para regulamentar o transporte remunerado privado individual de passageiros, nos termos do inciso XIII do art. 5º e do parágrafo único do art. 170 da Constituição Federal[footnoteRef:8].”  [8: Lei 13.640 de 26 de março de 2018. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2018/lei/l13640.htm>
] 
Dadas às considerações, a conquista da regulamentação foi essencial tanto para os trabalhadores que seguem a regulamentação dos motoristas de aplicativo, tal qual para os taxistas que se viam injustiçados e perdendo seu espaço no mercado de trabalho.
O que fica claro é que o direito digital tem conseguido acompanhar os avanços da tecnologia, ainda que lentamente, mas criando normas regulamentadoras necessárias.
3 O Marco Civil da Internet
A lei 12.965/2014 é chamada de Marco civil da Internet, pois esta estabelece todos os princípios, direitos e deveres na utilização da internet. Tudo que esta estabelecido é direcionado aos usuários em escala mundial.
 O início da discussão desse assunto surgiu em meados de 2007, visando à projeção de uma lei contra “cibercrimes”. Entre alterações e aprovações nas fases por que passou e a final sanção pelo Presidente, passaram-se sete anos, tornando realidade apenas no ano de 2014.
3.1. Funcionamento do Marco Civil
Um dos principais objetivos do texto de lei do Marco Civil da Internet refere-se à vontade em neutralizar a rede, no sentido de não poder existir diferenciação no modo de utilização da rede.
No meio prático isso diz respeito ao direito da operadora em cobrar apenas valores divergentes ao contratado, mas não pelo serviço que esta utiliza. Desse modo, um plano de internet utilizado em um aparelho celular para acesso ao aplicativo WhatsApp, não é permitido.
Ao que tange a privacidade do usuário, a previsão da lei é clara sobre o fato de serem invioláveis os meios de comunicação digital, filtrando e criptografando mensagens o que dificulta a violação de informações.
O acesso a informações contidas em e-mails, somente pode ser dado por determinação judicial obtida para o fim único de investigação de algum crime que tenha sido cometido pelo indivíduo.
4 DIREITO DIGITAL SOBRE O PRISMA DO PRINCÍPIO DA TERRITORIALIDADE
No mundo atual em que tudo se encontra interligado e conectado graças à internet, um importante escopo que devemos ter ao analisarmos o Direito Digital e as interações que ele aborda, é o do Princípio da Territorialidade, devido ao fato de que os avanços tecnológicos dinamizaram e expandiram imensuravelmente o âmbito em que as relações jurídicas ocorrem, fazendo com que tenhamos uma maior dificuldade em sabermosqual norma será aplicada.
Essa complicação se dá, pois, a internet não é um campo demarcável assim como os territórios geográficos, sendo muito árdua na maioria das vezes a identificação do local onde o se deu o fato.
Outro aspecto a ser analisado, é que importância devemos dar à proteção jurídica em relação a pessoas de origens distintas, com culturas distintas, já que o Direito tem o dever de cautelar os cidadãos e seus direitos.
Algo que merece destaque é o domínio dos sites, ou seja, onde estes estão registrados. Os sites brasileiros, por exemplo, tem a terminação “.com”, acompanhadas do sufixo “.br”, o país a qual aquele site é registrado. O problema se dá quando o site apenas está registrado em um país, no entanto, não apresenta nenhuma existência física no mesmo. Uma possível solução para este fato, é assumir definitivamente o endereço eletrônico como localização da origem ou efeito do fato.
A presença virtual em um país representa a hipótese de ser acessado juridicamente por qualquer Indivíduo do mundo.
É importante pensarmos que a discussão sobre territorialidade não se restringe apenas na solução de casos práticos, mas sim questões muito mais complexas e profundas como soberania e a concepção do próprio Estado.
Sobre o viés da Territorialidade, são aplicados diversos princípios para se estabelecer qual lei será aplicável, como podemos citar: o do local onde a conduta ocorreu ou exerceu seus efeitos, o do domicilio do consumidor, o princípio do endereço eletrônico, o da eficácia na execução judicial e o do domicilio do réu.
A primeira legislação que tratou especificamente sobre o tema em nosso território foi a Lei 12.965/2014, que trata sobre questões de empresas localizadas fora do Brasil, mas que de alguma forma tenha relação com os dados dos usuários brasileiros. 
“Art. 1º Esta Lei estabelece princípios, garantias, direitos e deveres para o uso da internet no Brasil e determina as diretrizes para atuação da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios em relação à matéria[footnoteRef:9]”. [9: Lei 12.965 de 23 de abril de 2014. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/l12965.htm>
] 
O artigo 1˚ da lei faz referencia ao modo de utilização da internet pelos usuários. E determina os meios de atuação de cada poder nacional.
5 A MANEIRA QUE AFETA O PROFISSIONAL DE DIREITO
	O Direito Digital é apresentado aos advogados como área de especialização do ramo. A maneira como a internet influencia várias situações da vida, conhecer bem sobre ela faz com que se tenha vantagem por tal saber.
Como foi anteriormente salientado, o direito digital possui influencia sob diversos ramos do direito, modificando em alguns casos a forma de se decidir.
Ao profissional que pretende atuar na área, o empenho em buscar informações e conhecimentos diversos sobre particularidades tecnológicas dá a ele um diferencial em especialidade, por saber do que se esta falando.
O entendimento sobre as mensagens criptografadas, que recém surgiram é válido em um questionamento sobre inviolabilidade de privacidade e segurança de determinado usuário.
O advogado que tiver interesse em aprender tecnologia e que mantenha o foco de nunca deixar de estudar e se atualizar sobre o tema tem muito a ganhar, o estudo continuo se dá ao fato de que a cada dia que passa os avanços tecnológicos crescem e junto com eles os conflitos e questionamentos a despeito de legalidades.
Sobretudo, além de possuir essa propriedade na fala técnica, mostrando conhecimento no assunto, é exigido do profissional jurídico que leve de forma aberta e dinamizada a interpretação de casos novos que surgirem. 
6 O POSICIONAMENTO DO SUPREMO TRIBUNAL DE JUSTIÇA 
O fato de muitas vezes não conseguir resolver o conflito em instância de primeiro grau, faz-se necessário que leve os casos aos órgãos de máxima superioridade, como o Superior Tribunal de Justiça (STJ). 
Algumas dessas questões serão abordadas de movo a esclarecer a complexidade dos casos que levam os advogados a procurarem as instâncias supremas. 
A despeito de e-mails o STJ tomou posicionamento sobre como o provedor de caixa eletrônica responde por não revelar dados de usuários que utilizam a rede para compartilhar mensagens de ódio e de ofensa à terceiro.Dentro dessa possibilidade a empresa em julgamento foi inocentada.
“Recente julgamento da 3ª Turma do Superior Tribunal de Justiça, sob a relatoria da ministra Nancy Andrighi, parece ter criado verdadeiro “leading case” na jurisprudência brasileira sobre a questão da responsabilidade civil dos intermediários da comunicação informática. O julgado acatou a tese de que os provedores de serviço na Internet não podem ser responsabilizados por material informacional ilícito que transitam em seus sistemas, quando produzidos diretamente por seus usuários”[footnoteRef:10]. [10: Julgados sobre responsabilidade de provedores. 2011. Disponível em: <https://www.conjur.com.br/2011-fev-20/jurisprudencia-responsabilidade-provedores-internet> 
] 
O julgado é claro quanto à inocência do responsável pelo provedor, pois este é apenas responsável por aquilo que produz, o meio que sua ferramenta é utilizado pelo usuário independe da ação do provedor.
Outro caso que passou pela decisão do Superior Tribunal foi relacionado ao uso de e-mails como prova em Ação de Cobrança de dívidas. A despeito deste o Superior decidiu: 
Um e-mail pode ser usado como prova para fundamentar ação monitória, desde que o magistrado se convença da veracidade das informações e que a validade da correspondência eletrônica seja verificada com os demais elementos apresentados pelo autor da cobrança.” [footnoteRef:11]. [11: E-mail pode ser usado como prova em ação judicial de cobrança de dívida. 2016. Disponível em: <https://www.conjur.com.br/2016-nov-23/mail-usado-prova-acao-cobranca-divida> 
] 
Um último, mas não menos importante julgado, ocorreu em fevereiro do ano de 2018, onde foi determinada a quebra de sigilo de dados de determinada conta de um usuário, onde seu e-mail tinha suas informações armazenadas em país diverso o que ocasionou em um acordo de cooperação entre país estrangeiro e o Brasil.
Além dos casos envolvendo o uso de e-mail pela rede, casos de segurança foram julgados pelo STJ, onde apurava-se a forma que se envolviam quadrilhas e organizações do crime, especializadas no tráfico de anabolizantes, julgadas pela 5ª Vara Federal de Guarulhos que determinou que todas as informações de usuários da rede social Facebook fossem fornecidas, por determinação judicial obtida em fevereiro do ano de 2018.
Além disso o Supremo Tribunal de Justiça condenou ao pagamento de R$3,96 milhões (três milhões e noventa e seis mil reais) à qualquer empresa que viesse a descumprir a determinação judicial.
A liberdade de expressar o que pensa e o que acredita também foi motivo de julgamento pelo Supremo, pois, muito está sujeito a censura nos dias atuais de modo que no ano de 2010, a Folha de São Paulo, jornal conhecido pelo Estado por sua seriedade, buscou e obteve êxito em solicitar uma liminar em face do site Falha de São Paulo que realiza versão diversa do que é publicada pelo principal.
A questão chegou ao julgamento pela 4ª turma do STJ, que entendeu por decidir que tal pedido buscava censurar direito da outra parte em expor sua versão e opinião a despeito do que tinha sido comentado.
Quanto as informações monitoradas a 3ª turma do STJ optou por contrariar decisão tida pelo TJ (Tribunal de Justiça de SP) que determinava que a rede social “Facebook” não precisaria acompanhar todos os passos que o usuário toma até concluir uma publicação na rede.
7 A LIBERDADE DE SE EXPRESSAR NA REDE
De acordo com o que conhecemos pelo estudo realizado da Constituição Federal o que encontramos disposto no artigo 5˚, inciso IX é o seguinte:
“IX- é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença;”
O Marco Civil da Internet busca reforçar o disposto neste artigo, argumentando o disciplinado adespeito do uso da rede no Brasil referente a liberdade de expressão que cada indivíduo possui.
De modo a assegurar ao usuário o livre pensamento e meio de expressão, esse dispositivo determina que o “provedor de conexão à internet não será responsabilizado civilmente por danos recorrentes de conteúdos gerados por terceiros”.
O ideal é que com essa norma, as empresas tecnológicas viabilizem a troca de informações e que não barrem mensagens pelo que é determinado pelo judiciário.
Porém, a normatização não trata de atitudes pela empresa que mesmo sendo guardadas legalmente (por não serem responsáveis pelo que usuários publicam dentro de seu dispositivo), exclui atividades publicadas por usuários que ofendem os princípios do site.
O assunto foi tomado por nota, quando a rede social “Facebook” optou por excluir perfis de usuários que espalhavam informações inverídicas expondo ao ridículo os usuários atingidos. Essa forma de cometimento criminal é mais conhecido como “fake News”.
Os maiores argumentadores a despeito das novas redes sociais afirmam que as normas aplicadas ao Marco Civil servem para que a censura na edição entre os provedores não elimine o que fora estudado para finalmente ser argumentado.
Uma exemplificação é que mesmo que sejam inovados os meios de regularização de discussões polemicas, as complexidades referidas as aplicações e questões levantadas pelo uso da rede digital.
Insta salientar que até os dias atuais, mesmo com diversos ambientes o que é postado na rede pode ser pessoal e argumentado livremente, o que causa ao judiciário um aumento de julgados e questões discutidas, onde alguns casos deixam de respeitar o outro e acabam tornando-se crimes contra a dignidade de outem.
8 CONCLUSÃO
Ademais, se conclui que o Direito, que surgiu muito antes, em outros tempos da historia da humanidade. E este instituto tem muito a evoluir ainda, isto, pois, o direito esta em constante mudança e compete às leis acompanhar essa evolução.
Neste sentido, a legislação brasileira, tem muito a evoluir, ao passo que o Direito Digital necessita caminhar junto às evoluções históricas, pois, caso não acompanhe as novidades a lei fica desatualizada, dificultando os julgados.
Ao final, abordados julgados relacionados ao posicionamento do STJ, foram argumentados de forma a apresentar uma nova interpretação, acompanhando as evoluções da internet e concluindo decisões e aplicando normas específicas aos casos. 
A lei da atriz Carolina Dieckmann, também foi um dos principais meios de alavanque para o estudo do que o avanço da internet requer da legislação. Conforme avançam os precedentes, novas situações aparecem tornando a criação de normas um loop extremo.
O Marco Civil da Internet, também foi fundamental para complementar toda a evolução sofrida com os avanços tecnológicos. Um dos principais marcos de todo o estudo dessa área, seria indispensável a utilização deste para classificar e aprimorar normas.
Além disso há no que se falar sobre os diferentes tipos de julgamento em todo o planeta, pois enquanto o Brasil pouco tem sobre o Direito Digital, outros países encontram-se muito mais avançados e com julgamentos que no Brasil não chegaram nem a ser discutidos.
Em suma, o presente trabalho buscou abordar um assunto de extrema importância nos dias atuais. O assunto abordado é novidade em nosso ordenamento jurídico e requer profundas análises e debates sobre o tema, visando a complexidade e importância do tema. 
Por fim, dispõe o fato de que muito tem a ser estudado e argumentado sobre o assunto. No sentido de evoluir cada vez mais, não deixando que nenhuma situação fique sem normatização especifica para julgado.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Artigo “Direito Digital. NOVO, Benigno Núñez. 2019. Disponível em: <https://jus.com.br/artigos/74019/direito-digital>
Conceito de Direito. Resumos. Julho de 2006. Disponível em: <https://www.direitonet.com.br/resumos/exibir/10/Conceito-de-Direito>
Dicionário de Língua Portuguesa online. Disponível em: <https://www.dicio.com.br/direito/>
Direito Digital, Marco Civil e Jurisprudências. SANTOS, João Vitor Rodrigues. 2018. Disponível em: <https://jus.com.br/artigos/68351/direito-digital>
Direito Digital. PINHEIRO, Patrícia Peck. Disponível em: <file:///C:/Users/Carol/Downloads/Direito%20Digital%20_%205a%20Ed.%202013%20-%20Patricia%20Peck%20Pinheiro.PDF> 
Distinção entre Direito e Moral, Direito Objetivo e Direito Subjetivo, Positivo e Natural (Jusnaturalismo), Público e Privado, Direitos Congênitos (da personalidade) e Adquiridos. 2006. Disponível em: <https://www.direitonet.com.br/resumos/exibir/10/Conceito-de-Direito>
E-mail pode ser usado como prova em ação judicial de cobrança de dívida. 2016. Disponível em: <https://www.conjur.com.br/2016-nov-23/mail-usado-prova-acao-cobranca-divida> 
Julgados sobre responsabilidade de provedores. 2011. Disponível em: < https://www.conjur.com.br/2011-fev-20/jurisprudencia-responsabilidade-provedores-internet> 
Lei 12.965 de 23 de abril de 2014. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/l12965.htm>
Lei 12.737 de 30 de novembro de 2012. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12737.htm>
Lei 13.640 de 26 de março de 2018. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2018/lei/l13640.htm>
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Resumo do livro Teoria Pura do Direito – Hans Kelsen. Maria Brito. 2016. Disponível em: <https://mariajosetbx.jusbrasil.com.br/artigos/397919429/teoria-pura-do-direito-hans-kelsen> 
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