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INTERAÇÕES FARMACOLÓGICAS ADVERSAS

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A prescrição concomitante de vários medicamentos 
a um mesmo paciente ainda é uma prática comum 
tanto no Brasil quanto em outros países, apesar das 
recomendações da Organização Mundial da Saúde 
no sentido de evitá-la. 
As interações farmacológicas são modificações na 
intensidade e na duração da resposta de um 
fármaco, devido à ingestão simultânea de outro 
fármaco, álcool etílico ou determinados alimentos. 
É importante lembrar que o cirurgião-dentista é, em 
última análise, o responsável direto pelo 
procedimento odontológico, sendo, portanto, quem 
deve selecionar a solução anestésica local e os 
demais fármacos para um determinado tipo de 
paciente e/ou intervenção, em vez de transferir a 
responsabilidade aos médicos. 
 
 
 
A nomenclatura para definir as interações 
farmacológicas, classificando-as em cinco 
categorias: 
Antagonismo – Indica uma interação que diminui a 
resposta clínica de um fármaco quando um segundo 
fármaco é administrado. 
Potencialização – Quando a combinação de dois 
fármacos que não apresentam atividade 
farmacológica comum resulta em uma resposta 
maior que a normal. Inesperada – É uma reação não 
observada em relação a ambos os fármacos, quando 
administrados de forma isolada. 
Somação – Resposta aumentada que ocorre quando 
fármacos com ações e efeitos similares são 
administrados em conjunto. 
 
 
Sinergismo – Quando a interação produz uma resposta 
exagerada, maior que a conseguida com ambos os 
fármacos administrados individualmente, na máxima 
dose efetiva. 
 
 
 
 
Como se sabe, a grande maioria das soluções 
anestésicas locais de uso odontológico contém 
epinefrina ou outro vasoconstritor adrenérgico similar 
em sua composição (norepinefrina, corbadrina ou 
fenilefrina). 
Esses vasoconstritores podem interagir com 
determinados fármacos de que o paciente faz uso 
contínuo (ou até mesmo esporádico), provocando 
reações indesejáveis. 
Os seguintes fármacos podem interagir com os 
vasoconstritores adrenérgicos contidos nas soluções 
anestésicas locais de uso odontológico: 
Betabloqueadores – Os agentes β-bloqueadores são 
geralmente prescritos por seu efeito anti-hipertensivo, 
antiarrítmico e antianginoso. Também são indicados no 
tratamento de certas formas de enxaquecas e tremores 
involuntários. Esses medicamentos são classificados 
em: 
a. não seletivos: bloqueiam tanto os receptores 
adrenérgicos β1, encontrados principalmente no 
miocárdio, quanto os receptores β2, situados nos 
vasos sanguíneos, nos pulmões, no músculo liso e 
em outros órgãos. Os fármacos mais utilizados 
dessa categoria são o propranolol, o nadolol, o 
timolol e o pindolol. 
 
INTERAÇÕES FARMACOLÓGICAS ADVERSAS 
 
CLASSIFICAÇÃO DAS INTERAÇÕES 
INTERAÇÕES COM 
VASOCONSTRITORES 
b. cardiosseletivos: bloqueiam apenas os receptores β1 
adrenérgicos, presentes na maior parte no coração, e, 
portanto, sem os efeitos indesejáveis de bloqueio 
periférico. Agem dessa forma o atenolol e o metoprolol. 
c. de ação vasodilatadora: pelo antagonismo ao receptor 
alfa-1 periférico, como o carvedilol e o labetalol, ou pela 
produção de óxido nítrico, como o nebivolol. 
A epinefrina exerce ao menos duas ações farmacológicas 
no sistema cardiovascular. Causa constrição dos vasos 
arteriais em muitos órgãos pela estimulação dos receptores 
alfa-adrenérgicos, e vasodilatação das arteríolas nos 
músculos esqueléticos por meio da estimulação β-
adrenérgica. Além disso, atua nos receptores β1-
adrenérgicos no coração, provocando taquicardia. A 
injeção intravascular acidental ou a administração de 
grandes volumes de uma solução anestésica contendo 
epinefrina (ou similares), em pacientes fazendo uso de β-
bloqueadores não seletivos, pode provocar a elevação da 
pressão arterial pela sua livre ação nos α-receptores, já que 
os receptores β1 cardíacos e β2 periféricos encontram-se 
bloqueados. Quando isso ocorre, como compensação, 
segue-se uma diminuição significativa da frequência 
cardíaca (bradicardia reflexa). Esses efeitos são mais 
graves com a injeção intravascular acidental. 
 
Antidepressivos – O número de usuários de medicamentos 
antidepressivos é cada vez maior atualmente, aumentando 
a probabilidade de o cirurgião-dentista atender pacientes 
que fazem uso contínuo desse tipo de medicação. Os 
antidepressivos são empregados não somente para o 
tratamento de estados de depressão ou transtornos 
bipolares, mas também para outras finalidades, como o 
tratamento de anorexia nervosa, ansiedade, pânico, 
bulimia, déficit de atenção, estresse pós-traumático e 
certos tipos de enxaqueca. 
Os vasoconstritores adrenérgicos das soluções anestésicas 
locais de uso odontológico podem ter seu efeito 
potencializado na anestesia de pacientes fazendo uso 
crônico de antidepressivos tricíclicos, em caso de injeção 
intravascular acidental ou uso de grande número de 
tubetes. 
Essa interação pode causar o aumento da pressão arterial, 
pelo fato de os antidepressivos tricíclicos impedirem a 
recaptação e a inativação fisiológica da norepinefrina na 
junção neuroefetora, provocando o acúmulo desse mediador 
químico na fenda sináptica. 
A norepinefrina, já “em excesso”, agora é somada ao 
vasoconstritor adrenérgico contido na solução anestésica 
injetada pelo dentista, o que faz aumentar seus níveis 
plasmáticos e provocar a crise hipertensiva. 
 
Anfetaminas e derivados – Até há pouco tempo era bastante 
comum se falar em tratamentos da obesidade ou “regimes 
de emagrecimento” que, além da dieta alimentar e de 
exercícios programados, incluíam prescrições de “fórmulas 
naturais” manipuladas em farmácias, que continham 
anorexígenos ou moderadores do apetite, sendo que os mais 
empregados eram os derivados das anfetaminas, como o 
femproporex, o mazindol e a anfepramona. 
Cocaína - O uso de drogas ilícitas tem alcançado índices 
dramáticos em todo o mundo, independentemente do nível 
cultural ou socioeconômico da população, sendo a cocaína 
uma das mais empregadas e, talvez, a mais perigosa. 
A cocaína é um agente simpatomimético que estimula a 
liberação de norepinefrina e inibe sua recaptação nas 
terminações nervosas adrenérgicas. 
Fenotiazínicos – Grupo de psicotrópicos empregado 
geralmente no tratamento de doenças psicóticas de maior 
gravidade, tendo a clorpromazina como substância-padrão. 
 
 
 
 
Devido ao risco potencial de interações farmacológicas 
adversas com os vasoconstritores adrenérgicos (epinefrina, 
norepinefrina, corbadrina e fenilefrina), é sugerido o 
seguinte protocolo de anestesia local e cuidados gerais, no 
atendimento de pacientes que fazem uso dos fármacos 
anteriormente descritos: 
 
PROTOCOLO DE ATENDIMENTO 
1. Por meio da anamnese, identificar as drogas ou 
medicamentos de que atualmente o paciente faz uso 
contínuo. 
2. Documentar no prontuário clínico que o paciente foi 
esclarecido sobre os riscos da interação, com a 
assinatura dele (especialmente no caso da cocaína), 
pois muitas informações são omitidas na anamnese. 
3. . Na técnica infiltrativa, aplicar pequenos volumes das 
soluções anestésicas contendo epinefrina 1:100.000 
ou 1:200.000, respeitando o limite de 2-4 tubetes, 
respectivamente. Paracetamol + Varfarina – Já foi 
demonstrado em um estudo clínico que a 
administração de doses terapêuticas de paracetamol 
para pacientes tratados com varfarina pode provocar 
um aumento do efeito anticoagulante desta última, 
predispondo o paciente a hemorragias.23 Isso é devido 
ao paracetamol interferir no sistema de enzimas 
hepáticas (citocromo P450) que metaboliza a 
varfarina, aumentado sua concentração plasmática. 
Por esse motivo, a prescrição de paracetamol, na 
forma pura ou em associações (com codeína, por 
exemplo), deve ser evitada para pacientes que façam 
uso contínuo de varfarina 
4. Nos bloqueios regionais, empregar solução com 
felipressina (associada à prilocaína 3%).Nos 
procedimentos de curta duração, pode-se aplicar a 
solução de mepivacaína 3% sem vasoconstritor, que 
propicia anestesia pulpar de 20 min para intervenções 
na maxila, e de até 40 min para intervenções na 
mandíbula. 
5. Seja qual for a técnica ou solução empregada, a 
injeção deve ser lenta (razão de 1 mL/min), após 
aspiração negativa. 
6. Nas urgências odontológicas, caso o paciente se 
encontre sob efeito da cocaína ou do crack, avalie o 
risco/benefício de atendê-lo no consultório ou em 
ambiente hospitalar. Em ambas as hipóteses, não 
empregar solução anestésica que contenha epinefrina, 
norepinefrina, corbadrina ou fenilefrina, nem utilizar 
fios de retração gengival impregnados com epinefrina. 
 
 
 
 
 
 
 
Os benzodiazepínicos (diazepam, midazolam, alprazolam, 
lorazepam, etc.) são comumente empregados na sedação 
mínima do paciente odontológico. Apesar de apresentarem 
boa margem de segurança clínica e serem administrados em 
dose única pré-operatória, esses fármacos também podem 
interagir com outros medicamentos, acarretando efeitos 
indesejáveis. 
 
 
 
Álcool etílico (etanol) – Toda prescrição de 
benzodiazepínicos, mesmo quando utilizados em dose única 
ou por período restrito, deve ser acompanhada de um alerta* 
quanto aos riscos de interação com o álcool etílico, que deve 
ser proibido pelo período de 24 h antes e 24 h após o uso da 
medicação. 
Tal recomendação se deve ao fato de que essa interação pode 
provocar uma depressão pronunciada do SNC, ainda maior se 
for empregado um grande número de tubetes anestésicos (não 
esquecer que todo sal anestésico também é depressor do 
SNC). 
Dipirona – Não foram encontrados estudos clínicos sobre 
possíveis interações farmacológicas adversas com este 
analgésico. Segundo informações técnicas dos próprios 
fabricantes, a dipirona pode potencializar a ação do álcool 
etílico, não devendo, portanto, ser administrada 
simultaneamente com bebidas alcoólicas. Também pode 
reduzir a ação da ciclosporina (imunossupressor empregado 
em pacientes transplantados ou portadores de doenças 
autoimunes). Por fim, pode ainda potencializar as reações 
adversas provocadas pela clorpromazina (antipsicótico), 
especialmente a hipotermia. 
 
 
 
INTERAÇÕES COM ANSIOLÍTICOS 
INTERAÇÕES COM ANALGÉSICOS 
 
 
 
 
Os anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) constituem 
um grupo de uso frequente na prática odontológica e são 
indicados para o controle da dor e do edema inflamatório. 
Anticoagulantes – São fármacos utilizados na profilaxia 
das tromboembolias associadas ao infarto do miocárdio, 
aos acidentes vasculares encefálicos e aos distúrbios das 
valvas cardíacas protéticas, e também na prevenção ou 
tratamento das tromboses venosas profundas. O 
anticoagulante mais empregado é a varfarina. Por 
possuírem alto grau de ligação às proteínas do plasma, os 
AINEs competem com a varfarina por essa ligação, 
deslocando-a e potencializando seus efeitos. O resultado 
clínico de tal interação reside no aumento do risco de 
hemorragia durante ou após um procedimento cirúrgico 
odontológico. 
Antiagregantes plaquetários – Os anti-inflamatórios não 
esteroides, por si só, são inibidores reversíveis da síntese 
de tromboxanas das plaquetas, o que diminui a agregação 
plaquetária. Portanto, outra possível interação adversa que 
merece destaque é a que ocorre entre os anti-inflamatórios 
não esteroides com a aspirina e o clopidogrel, 
antiagregantes plaquetários empregados rotineiramente na 
prevenção do infarto do miocárdio e do tromboembolismo 
cerebral. 
Anti-hipertensivos – Tem sido relatada uma importante 
interação adversa quando se prescreve um anti-
inflamatório não esteroide a pacientes portadores de 
hipertensão arterial, particularmente os que se encontram 
sob tratamento com fármacos dos seguintes grupos: 
1. Inibidores da enzima conversora de angiotensina 
(IECAs): captopril, enalapril, fosinopril e lisinopril. 
2. Diuréticos: furosemida e hidroclorotiazida. 
3. β-bloqueadores: propranolol, nadolol, metoprolol e 
atenolol 
 
O mecanismo de ação anti-hipertensiva desses fármacos 
depende, pelo menos em parte, da síntese de prostaglandinas 
renais (prostaciclinas), que modulam a vasodilatação, a 
filtração glomerular, a secreção tubular de sódio e água e o 
sistema da renina-angiotensina-aldosterona. Ao reduzirem a 
produção das prostaciclinas, os AINEs podem interferir 
negativamente na homeostasia renal e provocar o aumento 
da pressão arterial sanguínea.25 Anti-hipertensivos que não 
dependem das prostaglandinas renais para exercer sua ação, 
como ocorre com os inibidores dos canais de cálcio 
(nifedipina, verapamil ou diltiazem) parecem não estar 
implicados nesse tipo de interação. 
Hipoglicemiantes orais – Por possuírem alta taxa de ligação 
às proteínas plasmáticas, os AINEs podem deslocar as 
sulfonilureias (clorpropamida e glibenclamida) de seus 
sítios de ligação à albumina. Como consequência, pode 
ocorrer um episódio de hipoglicemia. Embora quase sempre 
os AINEs sejam empregados por tempo restrito na clínica 
odontológica, essa interação pode limitar sua prescrição a 
pacientes diabéticos. O bom senso manda que, antes de 
receitá-los, haja a troca de informações com o médico 
endocrinologista para avaliação do risco/ benefício. Mais 
uma vez, os corticosteroides (em dose única) podem ser 
boas alternativas. 
 
 
 
 
Embora o arsenal de antibióticos empregados na profilaxia 
ou tratamento das infecções bacterianas seja amplo, a 
escolha para o seu emprego em odontologia recai em um 
número mais restrito de agentes. Além disso, a duração do 
tratamento das infecções bucais agudas é quase sempre 
menor do que a preconizada na maioria das especialidades 
médicas. 
Álcool etílico (etanol)- As características químicas de um 
determinado antibiótico podem modificar sua absorção pelo 
organismo: substâncias levemente ácidas ou alcalinas e com 
comportamento apolar dissolvem- -se bem nos fluidos 
corporais, por se encontrarem na forma não ionizada. 
INTERAÇÕES COM ANTI-
INFLAMATÓRIOS NÃO ESTEROIDES 
INTERAÇÕES COM ANTIBIÓTICOS 
Dependendo das condições de acidez do meio em que se 
encontram, elas podem se converter à forma ionizada, que 
é pouco absorvida. 
O etanol, por sua vez, estimula diretamente as membranas 
do aparelho digestório, promovendo maior produção de 
ácido clorídrico e aumento dos movimentos peristálticos 
do estômago e do intestino, podendo provocar diarreia e 
vômitos. Isso acarreta a passagem mais rápida e menor 
absorção dos fármacos pelo estômago e pelo duodeno.28 
Dessa forma, a ação do álcool não ocorreria diretamente 
sobre as moléculas do antibiótico, mas sim interferindo 
negativamente na sua absorção. Uma menor absorção 
implicaria menores concentrações do antibiótico na 
corrente sanguínea, diminuindo sua ação. Já foi 
demonstrado que o álcool pode inibir a absorção e 
aumentar a degradação das penicilinas no estômago por 
um período de até 3 h após sua ingestão. 
Hepatotoxicidade – Outro risco de beber e tomar 
antibióticos é que o álcool pode promover um dano maior 
que o normal ao fígado, quando o antibiótico já possui por 
si só uma atividade tóxica para esse órgão, como é o caso 
da eritromicina (na sua forma de estolato) e da 
azitromicina. No entanto, os efeitos tóxicos são maiores 
para os usuários crônicos de álcool. Para aqueles que 
bebem moderadamente, não causará maiores danos, 
embora possam surgir náuseas, vômitos e dores 
abdominais. 
Aumento da diurese – O álcool pode promover ainda um 
efeito diurético, pois inibe a liberação de vasopressina 
(hormônio antidiurético) da hipófise posterior. Com isso, 
ocorre um aumento na excreção de diversas substâncias, 
entre elas os antibióticos. Para que o antibiótico tenha 
efeito, é necessário que ele esteja com uma concentração 
san guínea e tecidual acima da chamada concentraçãoinibitória mínima (CIM), ou seja, a menor concentração 
necessária para matar as bactérias ou inibir seu 
crescimento, um dos principais motivos para que os 
antibióticos sejam tomados em intervalos regulares, nos 
horários prescritos. 
Contraceptivos orais (CO) – Considerados como a forma 
mais eficiente de contracepção reversível, são usados por 
milhões de mulheres em todo o mundo. 
A eficácia das “pílulas anticoncepcionais” depende da 
manutenção de níveis hormonais regulares, os quais inibem 
a ovulação, pela supressão dos hormônios folículo-
estimulante e luteinizante. 
Protocolo para a prescrição de antibióticos a mulheres em 
idade fértil 
O cirurgião-dentista deve estar ciente das possíveis 
implicações legais, decorrentes do não conhecimento 
disso ou da omissão de informações a suas pacientes. No 
Brasil, o profissional pode estar sujeito à aplicação de 
penalidades no âmbito ético, pelos Conselhos Regionais 
de Odontologia; e também no âmbito administrativo, no 
local de emprego, além da responsabilidade civil e 
criminal. 
A Associação Americana de Odontologia39 recomenda 
algumas medidas preventivas aos cirurgiões-dentistas 
norte-americanos, quando da prescrição de antibióticos a 
pacientes que fazem uso de CO: 
Informar a paciente sobre o risco potencial de redução de 
efetividade do CO pelo uso concomitante com 
antibióticos. 
2. Sugerir que a paciente procure seu médico para receber 
orientações sobre outros métodos de contracepção 
adicionais (não hormonais). 
3. Mostrar a importância de a paciente aderir ao tratamento 
proposto. 
Também recomendam que as pacientes devam assinar um 
termo de esclarecimento e responsabilidade, em duas vias, 
atestando estarem cientes dos riscos da interação quanto a 
uma possível gravidez não planejada, com uma delas 
sendo anexada ao prontuário clínico. Por concordarmos 
com essa conduta, nos propusemos a sugerir um modelo 
de documento, ilustrado a seguir: 
 
 
 
 
 
Varfarina – Anticoagulante oral bastante empregado 
pelos cardiologistas, que age como antagonista da 
vitamina K, mas que também possui baixo índice 
terapêutico, exigindo constante monitoramento de suas 
concentrações sanguíneas. Assim, a administração 
concomitante de outras substâncias pode levar a um 
aumento da atividade anticoagulante, acarretando 
hemorragia. Um aumento acentuado nos efeitos da 
varfarina tem sido relatado em alguns pacientes que 
fizeram uso simultâneo de eritomicina, claritromicina 
ou metronidazol, em tratamentos de 5-8 dias. Embora 
o aumento da atividade anticoagulante ocorra em 
poucos indivíduos, essa interação é potencialmente 
grave por ter suporte em dados farmacocinéticos. 
Portanto, recomenda-se trocar informações com o 
médico para se avaliar, em conjunto, o risco/benefício 
do uso desses antimicrobianos em pacientes 
anticoagulados com a varfarina. 
Digoxina – A digoxina, também conhecida como 
digitálico, é utilizada no controle de doenças cardíacas, 
como arritmias e doença cardíaca congestiva. 
Entretanto, pode apresentar interações medicamentosas 
com macrolídeos, como a claritromicina. O uso 
concomitante de eritromicina ou claritromicina pode 
promover a diminuição da microbiota intestinal, 
elevando os níveis sanguíneos da digoxina e causando 
toxicidade no paciente. Cogita-se também que a 
claritromicina interfira na excreção renal da digoxina, 
elevando o seu nível e levando a sintomas como 
distúrbios de visão e arritmias cardíacas. 
 
 
 
São utilizados sem prescrição médica por tal motivo 
esses produtos são considerados inofensivos pelos 
pacientes, e por acreditarem que são “naturais”, em 
muitos casos não relatam seu uso ao profissional de 
saúde. 
O maior risco para a intervenção odontológica ocorre 
especialmente nos procedimentos invasivos ou com 
envolvimento de maior sangramento. 
 Dentre os fitoterápicos que causam maior preocupação 
nessas situações estão a erva-de- -são-joão, a Ginko biloba 
e o ginseng, e o fármaco convencional mais afetado é a 
varfarina, que pode levar a um risco de maior sangramento 
no transoperatório.Diante disso, é importante que o 
profissional também tenha um cuidado adicional para 
identificar na anamnese usuários desses produtos, com a 
finalidade de evitar possíveis intercorrências em 
procedimentos cirúrgicos. 
 
 
 
 
 
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