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INSTITUTO MONITOR – CURSO TÉCNICO EM SECRETARIADO Daniela de Almeida Veras O PROFISSIONAL DE SECRETARIADO NO PROCESSO DE NEGOCIAÇÃO E MEDIAÇÃO DE CONFLITOS. Águas Lindas de Goiás. Goiás 2020 1 INSTITUTO MONITOR – CURSO TÉCNICO EM SECRETARIADO Daniela de Almeida Veras O PROFISSIONAL DE SECRETARIADO NO PROCESSO DE NEGOCIAÇÃO E MEDIAÇÃO DE CONFLITOS. Trabalho de Conclusão de Curso entregue ao Instituto Monitor para obtenção do título de Técnico em secretariado. Orientador: Profª Márcia Águas Lindas de Goiás. Goiás 2020 2 RESUMO Este trabalho apresenta as formas e as técnicas utilizadas pelo profissional de secretariado frente a conflitos institucionais, sejam organizacionais ou interpessoais. Descreve a importância do profissional como auxiliar do gestor para eventuais negociações de maneira profissional, técnica e ao mesmo tempo humanitária. Palavras-chave: 1 Profissional de secretariado. 2 Solução de Conflitos 3 Negociação RESUME This work presents the forms and techniques used by the secretarial professional in the face of institutional conflicts, whether organizational or interpersonal. Describes the importance of the professional as an assistant to the manager for eventual negotiations in a professional, technical and at the same time humanitarian manner. Keywords: 1 Secretarial professional. 2 Conflict Resolution 3 Negotiation 3 SUMÁRIO INTRODUÇÃO .....................................................................................................04 1 GESTÃO DE CONFLITOS ORGANIZACIONAIS. .............................................05 2 A NEGOCIAÇÃO COMO MEIO DE RESOLUÇÃO DE CONFLITO...................09 2.1 As Fases da negociação. ................................................................................11 2.1.1 Preparação....................................................................................................11 2.1.2 A criação. ......................................................................................................12 2.1.2 .1 A importância dos ganhos mútuos.............................................................12 2.1.3 A distribuição..................................................................................................12 2.1.4 - O fechamento...............................................................................................13 2.1.5 - A reconstrução.............................................................................................13 3 O PROFISSIONAL DE SECRETARIADO NO PROCESSO DE NEGOCIAÇÃO E MEDIAÇÃO DE CONFLITO. ..................................................................................14 ESTUDO DE CASO ................................................................................................16 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................18 REFERÊNCIAS .......................................................................................................20 APÊNDICE ..............................................................................................................22 4 INTRODUÇÃO Desde a criação do homem e a necessidade de convivência, o homem busca entender o ambiente e as relações naturais existentes entre si. A partir da convivência e proteção familiar à relações externas organizacionais como escola e trabalho. Viver para o homem sempre aparentou ser tão difícil quanto conviver, pois as características do indivíduo são confirmadas pela ciência como atributo subjetivo. E não contrariando esse dado, o choque existente entre os sentimentos, as vontades e o comportamento alcançam os estudos sobre a natureza do comportamento humano desde a Grécia antiga. A saber a competitividade sempre foi uma medida humana de sobrevivência, e com o desenvolvimento social essa necessidade de estar a frente está presente em todos os âmbitos em que o ser humano se faz presente. Assim a problemática gira em torno das razões motivacionais da existência dos conflitos internos ao ambiente laboral. Esta pesquisa tem como objetivo geral examinar as características do Secretário em frente aos conflitos existentes nas organizações apresentando objetivos específicos sobre a conceituação dos conflitos organizacionais, técnicas e meios éticos de tornar o conflito um problema ainda maior. Explorando também os métodos, técnicas e estudos voltados a negociação realizadas pelo profissional de secretariado apresentando perfis próprios desses agentes para alcançar êxito nas decisões sobre soluções dos conflitos. Para o desenvolvimento deste estudo utilizou-se como metodologia uma abordagem qualitativa de caráter exploratório e descritivo, utilizando artigos e bibliografias com dados já existentes associado a um estudo de caso como método de investigação. 5 1 GESTÃO DE CONFLITOS ORGANIZACIONAIS. O ambiente organizacional composto por pessoas, detentoras de opiniões e personalidades próprias, justificam os fatos das existências de conflitos, objetivando assim a necessidade adoção de medidas voltadas para gerir conflitos. Para este estudo é necessário a exploração de conceitos referentes a temática discutida, tal como o próprio conflito. Apesar da palavra parecer comum a nossa leitura, exige-se um conhecimento sobre este para reconhecimento do ambiente de pesquisa. Em vários conceitos apresentados, destaca-se o de Chiavenato (2010) que em acordo com o conceito também apresentado pelo dicionário Aurélio (2020), o conflito é a diferença de objetivos e interesses pessoais e que se trata de uma característica inevitável da natureza humana, ainda apresentando o lado contrário da colaboração e da cooperação que envolve desacordo e discórdia. E, para complemento desse raciocínio Burbridge e Burbridge (2012) acrescenta que a natureza do homem traz provocação a necessidade de conflito intensificando as mudanças, mas também podem aparecer de uma forma desnecessária desconstruindo valores e trazendo prejuízos para pessoas e empresas. (BURBRIDGE E BURBRIDGE, 2012) Para Muszkat (2012) o conflito poderá ser entendido como um mero aborrecimento entre partes que discordem de opiniões e escolhas. Ainda que haja ciências próprias ao estudo do comportamento, o autor expõe que o conflito é gerado no momento em que os indivíduos na sua subjetividade têm as expectativas frustradas em relação atividade da outra parte, e, em meio ao constrangimento destas inicia-se o conflito de interesses ou ainda interpessoais. (MUSZKAT, 2012) A saber, o conflito não pode ser considerado apenas como impedimento de alcance para satisfação pessoal da parte, mas ainda proporciona condições de crescimento e transformação por meio de resultados alternativos em favor das necessidades, sentimentos e desejos de outras partes interessadas, podendo apresentar novos caminhos para revisão de reparações e negociações. Mesmo que o termo apresenta certa limitação, o reconhecimento do conflito interpessoal não envolve apenas o meio de trabalho, mas organizacional, escolar e variados ambientes que exigem do homem anecessidade de convivência com outro. (MUSZKAT,2012) E com base na necessidade de colaboração à relação de convivência social, a ciência desenvolveu o método de conciliação e mediação de conflitos. Que ainda 6 segundo Muszkat (2012) o maior interesse existente na mediação, é encontrar um acordo entre as pessoas em litígio através de uma forma diferenciada frente aos interesses em comum, contribuindo com a evolução do resultado e satisfação para ambas as partes. (MUSZKA,2012) Para Berg (2012) a existência do conflito organizacional não é fundamentada em relações pessoais, mas sobretudo aos resultados nas dinâmicas organizacionais. (BERG. 2012) .O Fato é que frente a existência do conflito organizacional, o autor esclarece a existência de potencializadores desses conflitos tais como mudanças não só no mercado mas em sua totalidade podendo ser estrutural, tecnológica, demissões e promoções, limitação de recursos, metas e objetivos podendo ainda inserir nos motivos, causas pessoais quanto a diferença de personalidade, status social e valores pessoais. Ainda Chiavenato, acrescenta ao rol de potencializadores a falta de gestão e a falha na hierarquia. E para o melhor desenvolvimento da solução do conflito não há estratégia melhor que conhecê-lo, que para esse fim Chiavenato (2008) apresenta três níveis de gravidade classificando-os da seguinte forma (CHIAVENATO, 2008). a) Conflito percebido ou latente: Umas das partes sente-se lesionado quanto aos seus interesses e objetivos, sendo percebido por ambas as partes, mas com a possibilidade de uma interferência imediata. b) Conflito experienciado: Apresentam sensações de raiva e desavenças entre as partes, conhecido também como velado quando apresenta dissimulação, ocultação e obscuridades. c) Conflito manifesto ou aberto: E apresentado pelo comportamento de interferência ativa ou passiva de alguma das partes. Portanto pela necessidade de reconhecimento dos fatos e dos interesses a proposta é solucionar o conflito sem que haja injustiças, tentando considerar benefícios para ambas as partes ainda que uma delas não tenha os seus objetivos totalmente satisfeitos. Chiavenato (2004) põe a disposição três modalidades sugestivas para administrar o conflito. Quais sejam 1)Abordagem estrutural, em que as condições de diferenciação, limitação de recurso e escassez de interdependência são recursos para utilização do gestor; 2) Abordagem do processo a qual busca um redução de conflito por meio de mudanças externas promovendo reuniões e acordos entre as partes, podendo ter a participação de uma terceira pessoa visando a desativação do conflito resultando no acordo, ou uma apresentação mais aberta e 7 direta quanto aos motivos do conflito entre os interessados, e a colaboração com o acordo para resultado positiva para ambas as partes; 3) Abordagem mista que envolverá a adoção de métodos e normas direcionadas apenas para soluções de conflitos, estruturando o processo e delimitando as ações dos envolvidos. Esta modalidade ainda apresenta uma estratégia de criação de papéis integradores que cria partes dentro da organização disponíveis a colaborarem de forma pacífica e favoráveis paras as partes. (CHIAVENATO, 2004) Diante das prerrogativas de conflito, Burbridge e Burbridge (2012) explicam a necessidade de conhecimento por parte de gestor em como e quando deve ser usado as ferramentas disponíveis como negociação, litígio, arbitragem, ouvidoria, conciliação, etc. E, com o grande número de conflitos possíveis dentro do ambiente de trabalho, a equipe de gestão de conflitos administra as desavenças entre as possíveis parte de um litígio seja indivíduos, grupos e organizações dentro do mesmo ambiente de trabalho. Em que esse desafio prevê o uso das medidas de forma inteligente. Para Berg (2012) não há estilo totalmente correto de gerir os conflitos mas que algumas formas apresentam critérios apropriados para tais fins, em que as estratégias utilizadas poderão estar separadas por um grau de individualidade, observando sobretudo os interesses particulares denominada assertividade e, um grau de interesse sobre os desejos de ambas as parte, a cooperação. O autor sugere a utilização do método criado por Kenneth Thomas e Ralph Kilmann com as seguintes formas para gerir os conflitos. (BURBRIDGE E BURBRIDGE, 2012) a) Competição: Decisão assertiva e não cooperativa em que a prevalência é o uso do poder, onde o indivíduo busca seus objetivos por meio do poder que ela tem. b) Acomodação: Assertiva, cooperativa e auto sacrificante, oposto da competição em que ao acomodar-se objetiva-se em satisfação de outrem, tendo como características a generosidade. c) Afastamento: Assertiva e não cooperativa, por viabilizar o afastamento da pessoa sem a solução do conflito, ficando a margem do conflito recuando ou adiando situações de risco emergente. d) Acordo: intermediário entre a assertiva e a cooperação, onde a busca é pela satisfação de ambos os lados utilizando-se do benefício em meio termo. e) Colaboração: Tanto assertiva quanto cooperativa, em que ao colaborador o indivíduo procura trabalhar os interesses das duas partes completamente. 8 Ao gerir o conflito, cabe ao gestor analisar os estilos usuais quanto ao conflito. A colaboração por meio de estilo integrativo, promovem a colaboração no intuito de pensarem e formularem meios e estratégias voltadas à solução do problema juntamente com as partes envolvidas com objetivo de solucionar de forma aceitável a todos. No primeiro momento trata-se de um confronto para demonstração dos valores e princípios causadores do conflito, essa etapa é essencial para construção de soluções cabíveis para interessados. Assim a finalidade última dessa estratégia é alcançar a resolução antes do conflito tornar-se um problema ainda maior. (BURBRIDGE E BURBRIDGE, 2012) Na estratégia de acomodação, uma das partes sacrifica seus interesses em prol dos interesses opostos, o contrário da estratégia de dominação em que o objetivo é literalmente uma execução rígida sobre o acordo, mas com equilíbrio de benfeitoria a ambos. Ainda conta com o evitamento como estratégia caracterizada pela fuga ou negação da existência de um problema, dando às partes a autonomia de abdicar algo com a finalidade de solucionar o conflito. (BURBRIDGE E BURBRIDGE, 2012) Portanto a importância da gestão incide sobre a eficácia da aplicação dos métodos de resolução de conflito. Conforme Burbridge e Burbridge (2012) esses métodos são aplicados com objetivo de alcançarem mudanças necessária e crescimento organizacional, trazendo benefícios não somente as partes, mas à organização por completo. (BURBRIDGE E BURBRIDGE, 2012) 9 2 A NEGOCIAÇÃO COMO MEIO DE RESOLUÇÃO DE CONFLITO. Viabilizando meios de Resoluções Pacíficas e desobstrução do sistema judiciário, o administrativo passou a ter capacidade assumindo posição relevante para solucionar os conflitos institucionais. Além de auxiliar a economia governamental do judiciário, auxilia também o financeiro da organização.Baseado na fundamentação do manual técnico da Escola de Harvard, os meios de negociação são apresentados com objetivo de superar paradigmas sobre parte vencedora e parte perdedora, o que geralmente não implica em ganhas e perdas e sim em soluções. (BURBRIDGE E BURBRIDGE, 2012) O incentivo pela composição consensual dos conflitos é sempre recomendado seja por meio da conciliação, da mediação, da arbitragem ou da negociação. A negociação apresenta conceitos básicos de referência como ser uma modalidade estratégica de conseguir do outro algo que se almeja; uma comunicação bidirecional para chegar a um acordo onde ambos possuem interesses em comum ou opostos (FISHER; URY; PATTON, 2005). A relembrar as diferenças comportamentais, as maneiras de negociações também são ajustadas conforme o comportamento das partes, ora podendo ser empática a fim de evitar o conflito, ora rigorosa com fim de "vencer" a quaisquer custas. Visando essas possibilidades o estudo sobre Negociação de Harvard desenvolveu ideias e meios de soluções.(FISHER; URY; PATTON, 2005). O método da negociação baseada em princípios, desenvolvido no Projeto de Negociação de Harvard, consiste em decidir as questões a partir de seus méritos, e não através de um processo de regateio centrado no que cada lado se diz disposto a fazer e não fazer. Ele sugere que você procure benefícios mútuos sempre que possível e que, quando seus interesses entrarem em conflito, você insista em que o resultado se baseie em padrões justos, independentes da vontade de qualquer dos lados. O método da negociação baseada em princípios é rigoroso quanto aos méritos e brando com as pessoas. Não emprega truques nem a assunção de posturas. (FISHER; URY; PATTON, 2005). A negociação exige cautela nas decisões, mantendo a concepção de que o outro não é um oponente, mas interessados em um mesmo objetivo, contando assim com a colaboração de todos. O negociador, contudo, deverá agir sempre de maneira 10 imparcial com o intuito de resolver apenas o conflito e nada além. E para que haja eficácia no procedimento deve-se distinguir as diferenças existentes entre as pessoas e os problemas evitando acusações pessoais e desavenças ainda maiores. Não observar posições e sim os interesses buscando sempre o diálogo e evitando disputas por posições, tendo o negociador a missão de compreender o problema e atender os objetivos. Ou seja, é essencial conhecer a motivação e os interesses das partes e atuar com imparcialidade (MOURÃO, 2008). Para atuar como um bom negociador, não basta apenas conhecer os métodos ou ainda dominar manuais sobre Teorias de Negociações, aplica-se a este os requisitos dimensionais sobre o emocional, o conhecimento do objeto e a técnica (MOURÃO, 2014). E para identificação os elementos básicos da negociação, cabe ao negociador conhecer os interesses com produção de argumentos simples como o POR QUE SIM? e o POR QUE NÃO? COMO VOCÊ DESEJA? O QUE MAIS? ; O QUE É MAIS IMPORTANTE PRA VOCÊ? (FISHER; URY, 2014 pág. 60). Para tanto o Programa de Negociação de Harvard pela teoria do estudo desses autores, trazem referências a sete elementos fundamentais sobre a negociação, listado em interesses, opções, alternativas, legitimidade, comunicação, relacionamento e o compromisso. Como já citado anteriormente as partes e os interesses devem ser conhecidos para que haja referências para solucionar o conflito existente buscando critérios que sejam objetivos não posições subjetivas. (MOURÃO, 2008). Os elementos alternativos foram introduzido a negociação também como elemento objetivo apresentando os conceitos de Melhor Alternativa Para Acordo Negociado (MAPAN) ou Melhor Alternativa Sem Acordo (MASA), apresentando as modalidades que o gestor poderá escolher caso não seja alcançado o sim durante as negociações, dando alternativa de participação de outro negociador ao processo. (FISHER; URY, 2014) A qualidade da negociação está em saber quando e se é um bom momento para um bom negócio. Dominar o conteúdo e o objeto e produzir o melhor resultado da negociação atribuiu ao negociador mais poder sobre as negociações. Promover uma lista de alternativas, aperfeiçoá-las e apresentar as melhores possíveis e ainda reconhecer os requisitos da outra parte, valorizam a atuação do gestor. (MOURÃO, 2008). Outro elemento base é a comunicação, a qual sem nunca se chegará a uma decisão conjunta (FISHER; URY, 2014 Pág. 51). Em que a necessidade prévia de conhecimento sobre os valores e os interesses poderão ser identificados, além do 11 diálogo poder expor as regras sobre o procedimento de negociação, não restringindo o elemento apenas a um diálogo de linguagem " verbal ", mas compreendendo expectativas, ações, reações, gestos, movimentos, mensagens e outros meios. Cabendo ao negociador saber falar bem como ouvir. (FISHER; URY, 2014) O relacionamento entre as partes como elemento subjetivo pode demonstrar confiança e praticidade em resolver o conflito, onde o princípio fundamental de um bom relacionamento é a boa convivência entre as partes firmando juntamente com o último elemento necessário, o compromisso. Este por sua vez apresenta a ação dos interessados a prática futura do acordo, visando não somente o acordo em sim, a solução total visando a importância não reincidência futura. (FIGUEIREDO MOURÃO, 2008) 2.1 As Fases da negociação. Ainda seguindo a Construção de Fisher e Ury, a fases do processo de negociação estão divididos em cinco. A preparação, a criação, a negociação, o fechamento e a reconstrução. Em que serão apresentados nos tópicos a seguir. (FIGUEIREDO MOURÃO, 2008) 2.1.1 Preparação. O preparo é a essência para uma boa negociação, uma vez que decisões mal tomadas podem trazer prejuízos irreparáveis, fatores emocionais podem apresentar riscos aos resultados esperados. Quanto mais preparados estiverem o negociador e o procedimento, em termos de tempo, adequação, check list, mais eficaz será o processo. Inclusive a alternativa de retrocesso a fase de preparo é cabível caso haja impasses que distanciam o objetivo principal da negociação. Um dos pontos a serem levantados para preparo do processo consiste no levantamento dos interesses das partes e quais as finalidades da negociação, a satisfação desse questionamento apresentará foco para determinar as soluções que serão encontradas por meio das melhores alternativas possíveis, ainda sendo possível a metodologia MASSA e SOPA aos casos em que as partes não contribuam positivamente para o fim da negociação. Ainda se acrescenta a necessidade de atribuir melhores meios de comunicação e a informações completas sobre o objeto do conflito. Em que este momento apresenta a comunicação não somente como verbal, oral ou escrita. Comunicar-se através da postura, da atenção, da vestimenta, 12 a educação e o cumprimento aos presentes são fatores que fazem diferenças na obtenção dos interesses pretendidos. (FIGUEIREDO MOURÃO, 2008) 2.1.2 A criação. As opções de criação de oportunidades e novasidentificações podem trazer ao processo meios que permitam soluções criativas, diferentemente das decisões judiciárias que apenas o juiz sem conhecer os objetivos reais das partes, determinam os fins dos objetos. Os interesses deverão ser observados e deverão existir compatibilidade de objeto de ambas as partes. Com o interesse mútuo as chances de êxito aos resultados são ainda maiores. (FIGUEIREDO MOURÃO, 2008) 2.1.2 .1 A importância dos ganhos mútuos. Ainda que em um conflito de interesses a solução do problema não deve ser objeto de ganha ou perda como citado outrora, é possível que haja ganhos para ambas as partes. Portanto para gerar ganhos reais para as partes, é necessária muita organização por parte do negociador em favor do conhecimento das oportunidades e dos interesses encobertos nos fatos, considerando com equilíbrio os interesses subjetivos.(FIGUEIREDO MOURÃO, 2008) O fato de as partes terem visões diferentes sobre alguns requisitos necessários no processo de negociação como o tempo, é possível que haja oportunidades de apresentar benefícios mútuos as partes dando a valorização necessária ao que corresponde seus anseios na relação futura. Entretanto reduz a criação a definição concreta dos objetivos e benefícios existentes no acordo. (FIGUEIREDO MOURÃO, 2008) 2.1.3 A distribuição. Com objetivo de distribuir os benefícios da negociação, alguns acreditam ser a parte mais importante do processo, é exatamente onde os interesses se materializam. Nesse momento o método MASA poderá ser utilizado como a melhor alternativa em favor no negócio não acordado, entretanto devem ser avaliadas os conceitos políticos, credibilidade, garantias para não haver desvalorização ou supervalorização quanto aos interesses das partes. A literatura nomeia de ancoragem a realização da primeira proposta, que apresenta influência sobre as expectativas dos interessados quanto a negociação indicando para a parte melhor 13 resultado. O importante é o negociador estar atento sempre ao que é dito pela outra parte e entender o objetivo para uma distribuição justa. (FIGUEIREDO MOURÃO, 2008) 2.1.4 - O fechamento. No fechamento, a negociação apresenta o objetivo de materialização dos interesses em forma de satisfação da distribuição do objeto do conflito, almejando um impacto positivo na consolidação do relacionamento entre as partes, contando minimamente com os interesses satisfatórias para os interessados, apresentando um resultado de possível execução pois somente assim será comprovado o êxito da negociação. (FIGUEIREDO MOURÃO, 2008) 2.1.5 - A reconstrução. Percebe-se que a negociação apesar de aparentar, não é um processo simples pois fundamenta-se em vários aspectos a serem analisados, implicando ainda em riscos sobre o inadimplemento do acordo por alguma das partes. E para evitar que haja tal descumprimento. Portanto alternativa trazida por meio dessa fase, trata-se de um encontro posterior ao acordo. firmando o bom relacionamento e possíveis relações futuras entre as partes (FIGUEIREDO MOURÃO.2008). Portanto por meio da negociação, prevista como meio alternativo de solução de conflito não incluso aos meios judiciais apresenta-se como facilitador de alcances aos objetivos das partes. Ainda que apresente um processo detalhado, a burocracia e os impedimentos são porventura ainda menores que o previsto pelo judiciário. Abrangendo ainda como vantagem as possibilidades de promoção de tal processo por via administrativa, em face do profissional de executivo de secretariado. Portanto é extremamente relevante para o processo de negociação, que haja a pesquisa e o planejamento durante a fase anterior para que os objetivos sejam alcançados além da possível tomada de decisão por parte do negociador seja eficaz e justa para ambos os lados(FIGUEIREDO MOURÃO, 2008). 14 3 O PROFISSIONAL DE SECRETARIADO NO PROCESSO DE NEGOCIAÇÃO E MEDIAÇÃO DE CONFLITO. O profissional de secretariado tem sido valorizado ao longo do tempo por suas atribuições se tornarem ainda mais constantes dentro das organizações. Portanto é indispensável que tal profissional conheça seu papel e suas funções as quais atribuem ao perfil como ser empreendedor, inovador, revolucionário, polivalente e ainda resiliente. (CHING,2006) [...] capazes de ofuscar a sensação de impotência diante de certas situações; conquistar espaço pelo carisma; trabalhar com a paciência no limite; organizar agendas, viagens e documentos; lembrar os menores até os mais importantes assuntos; lidar com diversas falhas do departamento; beirar a perfeição e, acima de tudo, manter o ânimo da equipe [...] (Ching, 2006, p 13). O secretário definido por Wamser (2009) tem uma formalidade social com critérios modernos sendo organizador e harmonizador do ambiente de trabalho. otimizador de tempo para questões internas, manutenção do equilíbrio das relações interpessoais, criador de vínculos entre clientes internos e externos. Cabendo dizer que a atuação deste se vale pela natureza e estrutura da organização delegando funções à suas necessidades. (WAMSER, 2009) Atualmente, estas profissionais buscam ferramentas para administrar eficazmente o tempo; aplicam as funções gerenciais (planejamento, organização, controle e direção); dão ênfase ao relacionamento com os clientes (internos e externos); valorizam os princípios de um sistema de comunicação; possuem habilidade para o trabalho em equipe na busca de sinergia; resolvem problemas inerentes ao seu trabalho, melhorando a qualidade e a produtividade dos serviços; procuram obter uma visão geral da cultura da organização; conhecem e aplicam elementos de psicologia, cultivando a habilidade nas relações pessoais, ou seja, habilidade no trato das pessoas, respeitando suas diferenças individuais e as diversas situações que as envolvem; assim como habilidade e capacidade para perceber a necessidade constante de aperfeiçoamento profissional, acompanhando a evolução científica e tecnológica (Carvalho e Grisson, 2002, p. 452). 15 Assim, atribuído de mudanças e valorização, identifica-se a capacidade do secretário em administrar conflitos em representação da organização é necessário que o indivíduo possua atributos que exponham senso de equidade e justiça, além de ater-se ao bem-estar dos envolvidos e utilizar-se da ética e moral independente da relação de conflito existente. Contudo, para Fiorelli, Fiorelli e Malhadas Júnior (2008) alguns atributos pessoais do profissional poderão atribuir para o melhor resultado da negociação como a idade, que independente da faixa etária apresenta certa conexão com as pessoas a partir do quesito vivência e relação interpessoal. A questão da formação em nível superior ainda é um requisito relevante por demonstrar uma certa capacitação, melhores raciocínio e interpretação dos eventuais problemas existentes no conflito, todavia esse requisito além de não ser obrigatório inexiste comprovação de eficácia. Mas a competência interpessoal, o domínio da língua portuguesa e compreensão dos interesses, equilíbrio emocional,paciência bem como o mínimo de conhecimento do o Direito estabelecem credibilidade e desenvolvimento nas soluções dos conflitos organizacionais. (FIORELLI, FIORELLI E MALHADAS JÚNIOR, 2008). 16 ESTUDO DE CASO A existência de conflitos pode ser necessária dentro do ambiente laboral. Demonstra além de competitividade, valores pessoais positivos quanto ao desenvolvimento do trabalho e o mérito em ocupar uma "posição superior” dentro da organização. Um dos potencializadores de conflitos são exatamente as mudanças que podem acontecer no âmbito trabalhista. O questionário elaborado apresenta critérios que poderão ser conhecidos antes da existência do conflito e estes poderão ser solucionados de maneira mais prática em consequência da "intimidade" que poderá ser construída entre os gestores e os empregados. Conforme apresentado no desenvolvimento da pesquisa os elementos que impulsionam certos conflitos advém dos interesses subjetivos, portanto para evitar que haja conflitos contenciosos o conhecimento e integração entre os indivíduos da organização torna-se necessário, visando não somente análises negativas, mas alcançando as positivas por meios do desempenho e crescimento organizacional. O questionário (apêndice 1) foi respondido somente pelo gestor da empresa. Empresário de 58 anos com 15 anos de mercado, mas com visão estendida sobre o posicionamento dos funcionários de acordo com as perspectivas envolvidas na prevenção e no desenvolvimento de um processo de negociação ou mediação de conflitos no ambiente de trabalho. A empresa atua no ramo de colchões e possui um quadro de 7 funcionários. A análise foi realizada conforme as respostas obtidas pelo questionário e o problema gira em torno da competitividade entre funcionários dos setores de estoque e vendas. O conflito existente no ambiente de trabalho atribui excessos por não haver conhecimento sobre técnicas e meios de comunicação eficazes sobre negociações de conflito. Apresentando alto número de rescisões contratuais, em razão da falta de técnica e estratégias de desenvolvimento e colaboração corporativa, pois nem sempre o gestor de micro empreendimento detém conhecimento ou estudo sobre a metodologia aplicada a resolução pacífica de conflitos, levando ainda parte interessada a procurar meios judiciais para alcançar seus objetivos. Após a elaboração e conclusão da pesquisa, foi entregue ao empregador um folder informativo com orientações básicas para solucionar de imediato um conflito e fora incluso ao conteúdo a importância da participação do Secretário na solução e 17 resolução de conflitos organizacionais (apêndice 2). Com objetivo de diminuir os conflitos internos e reduzir a rotatividade de funcionários. 18 CONSIDERAÇÕES FINAIS. Ao final dessa pesquisa pode-se perceber a complexidade que envolve um procedimento aparentemente simples que é a solução do conflito por meio negociação e da mediação pelo secretário O conflito existe por consequência da racionalidade humana e da necessidade de crescimento social em virtude de satisfação de interesses particulares. E durante o estudo ainda se observa que o administrativo tem estudado e trabalhado meios para apaziguar as relações sociais das organizações, sejam internas ou externas. Ainda os conflitos em âmbito interno não possuem um quantitativo pequeno. Com a finalidade de diminuir as demandas e a sobrecarga do poder judiciário bem como as custas judiciais e empresariais, a promoção de meios inovadores tais como a conciliação, mediação e negociação tratados neste, abriu portas e credibilidade para o profissional de secretariado. Observa-se que os requisitos não exigem tantas formalidades por parte do indivíduo que ocupa o cargo, mas exige além de humanidade a compreensão e gestão das próprias emoções, ética e determinados conhecimentos. Foram apresentadas modalidades, requisitos e sistemas éticos para desenvolver um bom acordo, satisfazendo inteiramente as necessidades e objetivos das partes interessadas dentro do conflito, em que o objetivo não é apenas a singularidade da resolução, mas ainda a preocupação em manter relações posteriores entre todos os envolvidos. Percebe-se, portanto, a valorização do profissional em relação ao tempo de existência da profissão, uma vez que anteriormente era visto apenas como "atendente de telefone" ou ainda " controlador de agenda". Esta pesquisa demonstrou a importância absoluta de uma profissional de Secretariado por difundir atualmente responsabilidade de iniciativa inovadora, autonomia, multidisciplinaridade de conhecimentos, ações proativas ganhando frequentemente respeito entre as classes trabalhistas pertencentes ao sistema administrativo. Segundo o estudo de caso concretizado, observa-se a necessidade de conhecimento direcionado aos métodos de soluções de conflito. A partir desse estudo de caso, nota-se que a instituição percebe a competitividade dentro do ambiente de trabalho, algo que não é incomum, porém apresenta a necessidade do 19 auxílio de um secretário ao gestor. Não somente para controle de conflitos, mas em razão de várias relações interpessoais internas e externas, envolvendo também relações estratégicas. Assim, quando apresentado um modelo de organização a fim de evitar conflitos internos, a proposta representou certa "expectativa" de diminuição de conflitos internos ao meio de convivência trabalhista. Ainda pode-se notar que com a preparação desse material o Secretário desenvolve um papel inovador com objetivo de melhorar as relações e ainda trazer benefícios para a gestão da organização, alcançando resultados além do esperado. Assim, o Secretário apresenta não somente para instituição o valor da profissão, mas também a valorização da atuação em favor do mercado de trabalho e do âmbito salarial quando demonstrado caráter de multifuncionalidade de carreira. Algumas doutrinas atribuem ao secretário determinadas atividades, mas com a clareza da competitividade no âmbito profissional, a exigência de qualificação desses profissionais torna-se cada vez mais susceptíveis nas organizações em razão do conhecimento técnico. Assim, para que a negociação seja alcançada a solução com o êxito almejado pelas partes faz-se necessário que haja atribuições pertinentes não somente a negociações, mas completando com outros requisitos institucionais como reuniões, estratégias, feedbacks, gerenciamentos e outras formas de organização para o bom desempenho da instituição. Inclusive, não somente pode contar com a participação do secretário em desenvolver soluções exclusivamente para conflitos. A saber uma organização depende ainda de negociações externas como em âmbito internacional necessitando de um bom representante por se tratar de negociações mais complexas, onde avalia-se comportamentos, culturas e costumes, e o profissional capacitado e qualificado poderá representar a empresa juntamente com a equipe alcançando objetivos e proporcionando possibilidadesmaiores de uma negociação satisfatória para a empresa. Atualmente, em razão da pandemia do Covid-19 as organizações têm optado pelas plataformas digitais para realização de negociações, abrindo possibilidades externas para diversos profissionais atuarem na mediação e negociação de conflitos, sejam internos (trabalhistas) sejam externos (consumerista), oportunizando profissionais atuarem ainda de forma independente. 20 REFERÊNCIAS. BERG, Ernesto Artur. Administração de conflitos: abordagens práticas para o dia a dia. 1 ed. Curitiba: Juruá, 2012 BURBRIDGE, R. Marc; BURBRIDGE, Anna. Gestão de conflitos: desafios do mundo corporativo. São Paulo: Saraiva, 2012 CHIAVENATO, Idalberto. Administração nos Novos Tempos. 2.ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010 CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração: uma visão abrangente da moderna administração das organizações. 7.ed rev. e atual. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003 CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração: uma visão abrangente da moderna administração das organizações. 7.ed rev. e atual. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008 FIGUEIREDO MOURÃO, Alessandra Nascimento Silva e. Técnicas de negociação para advogados. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2008 . Fiorelli, José Osmir; Fiorelli, Maria Rosa & Malhadas Júnior, Marcos Julio Olivé. (2008). Mediação e solução de conflitos: teoria e prática. São Paulo: Atlas. FISHER, Roger et URY, William. Como chegar ao sim: A negociação de Acordos Sem Concessões. 2. ed. Revisada e ampliada. Rio de Janeiro: Imago, 1994. p. 51. FISHER, Roger; URY, William. Como chegar ao sim: como negociar acordos sem fazer concessões. Rio de Janeiro: Solomon, 2014. FISHER, Roger; URY, William; PATTON, Bruce. Como chegar ao sim: negociação de acordos sem concessões. Imago, 2005. Manual de Negociação Baseado na Teoria de Harvard / Escola da Advocacia-Geral da União Ministro Victor Nunes Leal. – Brasília: EAGU, 2017. MANUAL DE NEGOCIAÇÕES DO MPSP. Disponível em http://www.mpsp.mp.br/portal/page/portal/documentacao_e_divulgacao/doc_bibliotec a/bibli_servicos_produtos/BibliotecaDigital/BibDigitalLivros/TodosOsLivros Manual-de-negociacao-baseado-na-teoria-Harvard.pdf . acesso em 26/08/2020 MOURÃO, Alessandra Nascimento Silva e Figueiredo (Coord.). Resolução de conflitos: fundamentos para negociação para o ambiente jurídico. São Paulo: Saraiva, 2014, p. 44-45 21 MOURÃO, Alessandra Nascimento Silva e Figueiredo. Técnicas de Negociação para Advogados. 3 ed. São Paulo: Saraiva, 2008, p. 18-19. MUSZKAT, Malvina. Guia prático de mediação de conflitos. Grupo Editorial Summus, 2008. 22 APÊNDICE (1) QUESTIONÁRIO As perguntas do questionário foram elaboradas para compreensão da existência dos conflitos, como eles poderão ser evitadas e ainda como são solucionados os conflitos internos. Entendendo que as relações internas são necessárias não somente entre os "empregados" da mesma classe. Contudo deve haver um relacionamento conjunto para que haja um ambiente leve, confiável e satisfatório. O trabalhador reconhece a finalidade e importância dele dentro da organização? Existe Avaliação de desempenho para aumento salarial, hierarquia ou abono salarial? Já pensou em organizar uma pesquisa interna sobre a satisfação dos funcionários em razão acessibilidade, da confiança e das relações dos funcionários e gestores? Com que frequência os funcionários recebem e dão feedback sobre o trabalho em equipe? A empresa já pensou em conhecer a fundo os interesses particulares dos funcionários tais como objetivos de crescer na empresa estudos, sonhos? Quando ocorre um conflito necessário para solucionar de imediato dentro da empresa, qual a primeira decisão a ser tomada? Entender os motivos ou encontrar os culpados? 23 APÊNDICE (2)
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