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RECURSOS HUMANOS NEGOCIAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO DE CONFLITOS Danylo Augusto Armelin Rita de Cássia Medeiros Gomes http://www.unar.edu.br NEGOCIAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO DE CONFLITOS Danylo Augusto Armelin Rita de Cássia Medeiros Gomes APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA Caro acadêmico Neste primeiro contato, torna-se fundamental a compreensão de conceitos, fundamentação e aplicabilidade do material a ser apresentado, como ponto de reflexão para a futura atuação profissional. O material a seguir apresenta o assunto de forma clara, com interação de algumas vivências, atividades reflexivas, interação com o ambiente virtual de aprendizagem no fórum de debates, e vídeos que complementam os assuntos abordados. Espero que você interaja com o material aqui apresentado e que este possa auxiliá-lo no seu processo de ensino aprendizagem durante o curso. Excelente leitura e estudos!!! Abraços, Danylo Augusto Armelin Rita de Cássia Medeiros Gomes Ementa: Conceito de negociação. Características dos negociadores. Habilidades do negociador. Estratégias e técnicas de negociação. As negociações na organização. Conceitos, origens, etapas e estratégias de tratamento de conflito. Situações de Conflitos. Avaliação de desempenho na negociação. Objetivos: Propiciar a compreensão e reflexão dos aspectos teóricos referentes à área da negociação e administração de conflitos. Conteúdos: Conceito de Negociação; Características dos negociadores; Autoconhecimento e Personalidade; Habilidades do negociador; Estratégias e técnicas de negociação; Estratégias e técnicas de negociação; Os cinco passos essenciais para uma boa negociação; As negociações nas organizações; Estilos de Gestão e como Administrar os Conflitos; Conceitos, origens e etapas, estratégias de tratamento de conflitos e situações de conflitos; Estratégias de Abordagem; Avaliação de desempenho na negociação. Metodologia: Adotamos para a disciplina Negociação e Administração de conflitos, uma metodologia que alia a teoria à prática, propiciada por meios de atividades e interação ao AVA- Ambiente Virtual de Aprendizagem que permitam, leituras, participação de fórum de debates e, a partir de exemplos, a reflexão sobre a disciplina e sua aplicação prática. Avaliação: No sistema EAD, a legislação determina que haja avaliação presencial, sem, entretanto, se caracterizar como a única forma possível e recomendada. Na avaliação presencial, todos os alunos estão na mesma condição, em horário e espaço pré-determinados, diferentemente, a avaliação a distância permite que o aluno realize as atividades avaliativas no seu tempo, respeitando-se, obviamente, a necessidade de estabelecimento de prazos. A avaliação terá caráter processual e, portanto, contínuo, sendo os seguintes instrumentos utilizados para a verificação da aprendizagem: 1) Trabalhos individuais ou a partir da interatividade com seus pares; 2) Provas semestrais realizadas presencialmente; 3) Trabalhos de pesquisa. As estratégias de recuperação incluirão: 1) Retomada eventual dos conteúdos abordados nas unidades, quando não satisfatoriamente dominados pelo aluno; Bibliografia Básica: ANDRADE, R. O.; ALYRIO, R. D.; MACEDO, M. A. da S. Princípios de Negociação - Ferramentas e Gestão. São Paulo: Atlas, 2004 CHIAVENATO,I. Administração. Rio de Janeiro-Elsever: São Paulo: Anhanguera, 2010. ________. Gestão de Pessoas, Rio de Janeiro- Elsever: São Paulo: Anhanguera, 2004. MARTINELLI, D P.; ALMEIDA ,A .P. Negociação: como transformar confronto em cooperação.São Paulo:Atlas,1997 Bibliografia Complementar: LEWICKI, R.; et al. Estratégias de negociação e fechamento. Rio de Janeiro: Campos, 2003. LIKERT, R. E.; LIKERT, J. G. Administração de conflitos: novas aboradagens. São Paulo: McGraw- Hill, 1979. MILLS, H. A. Negociação: a arte de vencer. São Paulo: Makron Books, 1993. NASCIMENTO, E.; SAYED, K. M. Administração de Conflitos. Artigo disponível em: http://pt.scribd.com/doc/563878/ADMINISTRACAO-DE-CONFLITOS.Acesso em: 21 de fevereiro de 2012 WISINSKI, J. Como resolver conflitos no trabalho. Rio de Janeiro: Campos, 1995. http://pt.scribd.com/doc/563878/ADMINISTRACAO-DE-CONFLITOS.Acesso Sumário UNIDADE 01 - CONCEITO DE NEGOCIAÇÃO ................................................................................... 1 UNIDADE 02 - CARACTERÍSTICAS DOS NEGOCIADORES. .............................................................. 5 UNIDADE 03 - AUTOCONHECIMENTO E PERSONALIDADE ........................................................... 9 UNIDADE 04 - HABILIDADES DO NEGOCIADOR ........................................................................... 17 UNIDADE 05- ESTRATÉGIAS E TÉCNICAS DE NEGOCIAÇÃO ........................................................ 20 UNIDADE 06 - ESTRATÉGIAS E TÉCNICAS DE NEGOCIAÇÃO – PARTE I ..................................... 24 UNIDADE 07 - ESTRATÉGIAS E TÉCNICAS DE NEGOCIAÇÃO – PARTE II .................................... 28 UNIDADE 08 - ESTRATÉGIAS E TÉCNICAS DE NEGOCIAÇÃO – PARTE III ................................... 34 UNIDADE 09 - OS CINCO PASSOS ESSENCIAIS PARA UMA BOA NEGOCIAÇÃO ...................... 39 UNIDADE 10 - AS NEGOCIAÇÕES NAS ORGANIZAÇÕES – PARTE I ............................................ 43 UNIDADE 11 - AS NEGOCIAÇÕES NAS ORGANIZAÇÕES – PARTE II ............................................ 46 UNIDADE 12 - ESTILOS DE GESTÃO E COMO ADMINISTRAR OS CONFLITOS ........................... 51 UNIDADE 13 - CONCEITOS, ORIGENS E ETAPAS, ESTRATÉGIAS DE TRATAMENTO DE CONFLITOS E SITUAÇÕES DE CONFLITOS – PARTE I .......................................... 55 UNIDADE 14 - CONCEITOS, ORIGENS E ETAPAS, ESTRATÉGIAS DE TRATAMENTO DE CONFLITOS E SITUAÇÕES DE CONFLITOS – PARTE II ......................................... 59 UNIDADE 15 - CONCEITOS, ORIGENS E ETAPAS, ESTRATÉGIAS DE TRATAMENTO DE CONFLITOS E SITUAÇÕES DE CONFLITOS – PARTE III ........................................ 64 UNIDADE 16 - CONCEITOS, ORIGENS E ETAPAS, ESTRATÉGIAS DE TRATAMENTO DE CONFLITOS E SITUAÇÕES DE CONFLITOS – PARTE IV ........................................ 68 UNIDADE 17 - ESTRATÉGIAS DE ABORDAGEM .............................................................................. 72 UNIDADE 18 - AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO NA NEGOCIAÇÃO – PARTE I ............................. 77 UNIDADE 19 - AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO NA NEGOCIAÇÃO – PARTE II ............................ 81 UNIDADE 20 - AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO NA NEGOCIAÇÃO – PARTE III........................... 86 1 UNIDADE 01- CONCEITO DE NEGOCIAÇÃO CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivo: Propiciar a compreensão e reflexão dos aspectos teóricos referentes à área da negociação através do acesso as concepções referentes a negociação. ESTUDANDO E REFLETINDO Para compreender melhor os processos de negociação entendam-se caro acadêmico, três passos importantes para obter sucesso na arte de negociar, segundo os pesquisadores Andrade e colaboradores (2004). O primeiro passo compreende a entender que as negociações são relativas aos aspectos estratégicos, táticos ou operacionais. As negociações estratégicas são muito delicadas, porque geralmente erros no nível táticos e operacionais, mesmo que importem em sacrifícios, podem ser assimilados. Já erros no nível estratégico podem levar a empresa à falência. Assim, se as negociações no nível estratégico forem malconduzidas e concluídas, por melhor que sejam os desempenhos nas negociações táticas e operacionais, o resultado final, para a empresa, será extremamente questionável (ANDRADE, 2004, p.13). O segundo passo refere-se a que toda negociação é considerada um processo, em que o negociador se organiza, prepara antes do encontro com a outra parte interessada e, logo após selado o acordo, ocorre a implementaçãodas decisões. O terceiro passo é a pós-negociação, o que foi implementado deve estar de acordo com o que foi acordado. Portanto, uma negociação somente deverá ser considerada como finalizada quando o acordo foi cumprido e não quando foi formalizado. Sendo assim, fica necessário destacar algumas concepções referentes ao termo negociação na visão de diferentes autores: 2 Tabela 01 – Comparativo do conceito de Negociação Autores/ano Concepções Cohen (1980) Negociação é o uso da informação e do poder com o fim de influenciar o comportamento dentro de uma “rede de tensão”. Nierenberg (1981) Negociação é um processo que pode afetar profundamente qualquer tipo de relacionamento humano e produzir benefícios duradouros para todos os participantes. Fisher e Ury (1985) Negociação é um processo de comunicação bilateral, com o objetivo de se chegara uma decisão conjunta Sparks (1992) Negociação implica caracteristicamente uma troca de dar e receber entre o negociador e o oponente, que tentam chegara uma conclusão agradável ou aceitável no ajuste de um problema ou disputa. Acuff (1993) Negociação é o processo de comunicação com o propósito de atingir um acordo sustentável sobre diferentes ideias e necessidades. Kozicki (1998) Negociação é a arte de se alcançar um acordo, resolvendo as diferenças por meio do uso da criatividade. Envolve dois lados tentando chegar a um acordo, uma solução que, idealmente, deixará ambas as partes felizes- a clássica solução ganha-ganha. Steele, Murphy e Russill (1995) Negociação é um processo no qual as partes se direcionam de suas posições divergentes para um ponto em que se possa alcançar um acordo. Hodgson (1996) Negociação é uma atividade que envolve um elemento de negócio ou barganha, que permite que ambas as partes alcancem um resultado satisfatório. Scare e Martinelli (2001) Negociação é um conceito em contínua formação, que está amplamente relacionado à satisfação de ambos os lados. Andrade, Alyrio e Macedo (2004) Negociação é o processo de buscar a aceitação de idéias, propósitos ou interesses, visando ao melhor resultado possível, de tal modo que as partes envolvidas terminem a negociação conscientes de que foram ouvidas, tiveram oportunidades de apresentar toda a sua argumentação e que o produto final seja maior que a soma das contribuições individuais. Fonte: Martinelli, et al, 2009, p.16-17 3 Existem segundo Andrade (2004), duas formas de se chegar a um acordo, ou seja, a uma decisão. São elas: a barganha de propostas e a solução de problemas. Na barganha de propostas, cada uma das partes interessadas defende a sua proposta sem se preocuparem compreender ou aprofundar o entendimento do objeto a ser negociado. Na solução de problemas, os negociadores seguem as etapas do processo decisório e de solução de problemas. Primeiramente, procuram compreender a situação negociada para somente então buscar soluções cabíveis. Para o autor acima citado, o modo como se decide, barganha de propostas ou solução de problemas, conduz para três tipos de desfechos nas negociações: 1- O acordo satisfaz aos interesses de ambos os negociadores envolvidos. 2- O acordo satisfaz aos interesses somente de uma das partes em prejuízo da outra. 3- A decisão não condiz com os interesses de ambas as partes, sendo contrária aos interesses dos dois lados. BUSCANDO CONHECIMENTO As Modalidades de Negociação são assim classificadas, a partir dos três possíveis resultados para uma negociação: 1. GANHA / GANHA 2. GANHA / PERDE 3. PERDE / PERDE Já citamos em outras etapas, a importância de buscar alternativas para que a modalidade vencedora seja a ganha-ganha, visto que esta é satisfatória para ambas as partes, o que possibilita novas negociações. 4 É preciso desenvolver um Quociente de Inteligência Emocional dotado de grande percepção, pois o mesmo trata da empatia e atrai a confiança no que se refere às relações interpessoais. Algumas dicas importantes para priorizar a modalidade ganha-ganha: • Separe as Pessoas do Problema (levar em conta emoções, percepções e comunicação); • Concentre-se nos interesses, não nas posições; • Crie opções de ganhos mútuos • Insista em critérios objetivos. • Faça o planejamento por escrito. • Esteja sempre preparado para uma situação de conflito • Negocie pensando no amanhã • Lei de Newton: Cada ação corresponde uma reação em sentido contrário e com a mesma intensidade. • Trace antecipadamente o perfil do outro negociador. • Saiba que há sempre uma solução benéfica para ambas as partes. • Desenvolva contra argumentos previamente. • Não se intimide com ofertas finais. • Evite negociar ao telefone para não tomar decisões rápidas. • Parta do pressuposto que as duas partes estão igualmente interessadas numa solução. • Evite posturas que denotem rigidez. • Trate o outro negociador de igual para igual, usando o mínimo de subterfúgios e o máximo de objetividade buscando sempre. 5 UNIDADE 02 - CARACTERÍSTICAS DOS NEGOCIADORES. CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivo: Propiciar condições para que o acadêmico possa: Obter acesso as diversas concepções já produzidas e estudadas sobre, principalmente referentes “a arte de negociar”, suas habilidades e características, bem como o conhecimento de seus conceitos e de sua relevância em um contexto global. ESTUDANDO E REFLETINDO Um negociador bem-sucedido consegue resolver os conflitos que surgem na negociação de forma cooperativa, podendo obter excelentes resultados para todas as partes envolvidas. A arte de negociar está baseada na tentativa de conciliar o que é melhor para um, com o que é melhor para o outro lado. (...) usa sua comunicação natural. Prepara-se muito antes, durante e depois da negociação. Usa suas habilidades de percepção e observação para entender melhor os estilos de negociação. Negocia por princípios. É exímio em saber ouvir. Concentra-se no que há por trás das posições e interesses.Cria opções de ganhos mútuos. Utiliza-se de critérios ou padrões pesquisados e objetivos para gerar confiança eliminar dúvidas e receios. É flexível e criativo quanto às propostas. Lida com as objeções de forma clara e transparente. Cumpre sempre o que foi acordado. Investiga o grau de satisfação da outra parte. É ético, porque só pensa em fazer o bem para o outro. É excelente como negociador porque acredita no que está dizendo e fazendo (MACEDO, 2004, p.15). Na arte de negociar, é de suma importância conseguir identificar as características psicológicas das pessoas com as quais se negocia, com objetivo de se tornar um profissional melhor preparado para entender o surgimento dos conflitos, a forma provável da reação das pessoas envolvidas na negociação, bem como tomar ciência das táticas a serem utilizadas para saber lidar com cada tipo de negociador e desenvolver habilidades para enfrentar situações diversas e corriqueiras de negociação. Para Martinelli et al (2009), existem variedades de estilos para se negociar, pois sugere que, reconhecendo o estilo de negociar da outra parte negociante, os negociadores apresentarão em seus comportamentos, um estilo predominante 6 e outro secundário . Teoricamente, a maioria das abordagens e classificações de estilos de negociação está fundamentada nas premissas do Modelo de Jung, que ressalta quatro estilos básicos de negociador: 1. O estilo restritivo em que o negociador acredita fechar um acordo se forçar, pois, acredita que as pessoas tomam decisões com base em seus próprios interesses e não nos interesses colaborativos. 2. O estilo ardiloso, em que os negociadores devem ser evitados ou mantidos à distância, devendo focar-se nos procedimentos e regras preconcebidos. 3. O terceiro está voltado para o estilo amigável, no qual o negociador atua para manter um bom relacionamento como opositor a negociar, uma vez que essa relação está voltada para a cooperação e pela simpatia dos envolvidos na negociação. 4. E o quarto e último estilo é o confrontador, onde o negociador visa a equidade, focada na confiança e no controle. Neste estilo, os negociadores apresentam um consenso entre as partes, porém, são apreciadores da necessidade de contestar questões que consideram relevantes. BUSCANDO CONHECIMENTO Segue quadro ilustrativo que apresenta as características e as táticas usadas na negociação segundo o Modelo Junguiano de Carl Gustav Jung. Carl Gustav Jung, médico, tornou-se conhecido graças à sua contribuição para a compreensão da psique humana, fruto de sua obra como psiquiatra e psicólogo. Embora sua atividade profissional desse o tom e a moldura para sua produção científica, Jung afirmava que os fatos exteriores tinham pouca importância para ele. Em sua autobiografia Memórias, Sonhos e Reflexões, escrita em seus últimos anos de vida, disse: “Só posso compreender-me através das ocorrências interiores. São aquelas que constituem a particularidade da minha vida e é delas que trata a minha autobiografia”. Não que Jung ignorasse quanto o processo de desenvolvimento de uma pessoa se dá em estreita relação com o 7 meio em que vive. Um dos principais conceitos de sua obra reafirma exatamente esse aspecto. A individualização é um processo de desenvolvimento da personalidade individual que só pode ser bem sucedido quando se leva em conta o tempo e o lugar onde se vive. No entanto não se tem a intenção de abarcar toda a vida de Jung e sim relacionar as suas idéias, estudos com o contexto aqui apresentado. O pensamento junguiano situa-se em um novo paradigma, regido por uma lógica complexa que integra os elementos ou partes em um todo, em uma relação ao mesmo tempo de complementaridade e de antagonismo. Nesse paradigma, caracterizado pela complexidade, o todo é sempre uma unidade complexa porque as relações entre as partes que o compõem são simbolicamente tecidas. Assim, embora opostas, as partes estão sempre relacionadas e unidas como pontas ou extremidades de um todo único. Opostos polares são portanto, opostos inseparáveis e não dicotômicos, como entendia a lógica clássica. Apoiando-se nesse modelo, Jung considera o homem uma totalidade, um complexo de antinomias, no qual identifica uma infinidade de polaridades que se complementam, se integram, se compensam, se antagonizam: natureza e cultura, unicidade e multiplicidade, racional e irracional, razão e imaginação, personalidade e persona, introversão e extroversão, sensação e intuição, pensamento e sentimento, mundo interior e exterior, consciente e inconsciente, consciência individual e consciência coletiva. É uma relação de complementaridade e antagonismo entre esses pólos que o homem, impulsionado pela libido e pelo desejo, tenta se adaptar às pressões de seu meio e constrói sua humanidade ao se relacionar consigo mesmo, com o outro e com o mundo. Enfim, educar-se no inesgotável processo de individualização. Processo que, ao contrário do que muitos de seus críticos alardeiam, não significa uma forma egoística de estar no mundo, mas uma forma de autoconhecimento, de desenvolvimento da capacidade de sintonizar-se 8 emotivamente com o outro, condição tão necessária ao ofício de ensinar, de negociar, de gerenciar, de se relacionar. Educação de si mesmo, por meio da integração das múltiplas polaridades, eis a motivação que subjaz à construção da torcida junguiana e faz dela um assunto para a educação e demais áreas de interesse. Quadro 01 - Características e as táticas usadas na negociação segundo o ”Modelo Junguiano” Estilo Características Táticas usadas na negociação Restritivo Não cooperativo. Age de acordo com seus interesses Coerção, medo e ameaça. Ardiloso Cuidadoso. Acredita que o contato entre os negociadores deve ser evitado Abstenção, adiamento e atraso. Amigável Simpático. Acredita no relacionamento de confiança Cordialidade e paciência Confrontador Cooperativo e questionador. Busca a eqüidade e o acordo global de acordo com as circunstâncias dadas. Tática hibrida entre a colaboração e o confronto Fonte: Martinelli et al, 2009,p.31 (...) quando se conhece o estilo dos negociadores, consegue-se compreender seus impulsos e atitudes, tornando-se possível prever algumas reações e definir melhor as táticas a serem utilizadas na negociação. No entanto, não basta apenas conhecer o estilo da outra parte e se valer de táticas para agir perante as reações e as atitudes desse negociador. É importante e fundamental considerar esse aspecto sob um prisma mais amplo e sistêmico, que envolve (como já enfatizamos) conhecer as habilidades dos negociadores, seus valores éticos, o tempo, o poder, a informação e a comunicação que influencia diretamente esse processo, bem como o planejamento que foi definido por ambos (MATINELLI et al, 2009, p.32) 9 UNIDADE 03 - AUTOCONHECIMENTO E PERSONALIDADE CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivos: Possibilitar compreender quanto à personalidade e suas combinações existentes tanto no âmbito empresarial como social Autoconhecimento é fator determinante para uma gestão de conflitos eficaz, assim como excelência em negociação. Conhecer a si mesmo, identificando seus pontos fortes e a serem trabalhados, saber seus limites. São aprendizados fundamentais para conhecer o outro e exercitar o respeito a cada dia. O objetivo desta unidade é identificar, através da ferramenta MBTI, explicada logo mais, sua personalidade, assim como dar um panorama de todas as personalidades e combinações existentes. Faça o teste e descubra-se. O autoconhecimento é uma etapa importantíssima para a evolução do bom gestor de conflitos e negociador. ESTUDANDO E REFLETINDO Personalidade é derivada da palavra latina persona, usada para identificar as máscaras utilizadas pelos autores teatrais na antiga Grécia. Com o tempo, ela passou a ser descrita como a máscara que usamos para o mundo ver. Somos uma combinação de vários estilos de personalidades, variando de extrovertido a introvertido, sociável a tímido, do agressivo ao passivo, etc..., formando-se em nós na infância. Digamos que seja uma forma de nos mostrarmos ao mundo, da maneira que queremos. Baseado na psicologia de Carl Gustav Jung, psiquiatra suíço que criou a teoria dos tipos psicológicos, o MBTI é composto por um questionário cujos resultados apontam as diferenças existentes entre as pessoas. Ele não visa prescrever as habilidades dos indivíduos e sim o seu estilo mais natural de funcionamento, confirmando que todas as preferências são igualmente importantes. 10 Assim, o conhecimento dessa diversidade pode auxiliar as pessoas a se entenderem melhor e essa é a principal função do MBTI. Salientando aqui a importância de não rotular as pessoas, mas sim, o objetivo deste capítulo que é fazer o líder se conhecer melhor, e desta forma, conhecer melhor seus liderados. O MBTI ou Myers-Briggs Type Indicator é um tipo de teste psicológico utilizado para identificar características e preferências pessoais. Katharine Cook Briggs e sua filha Isabel Briggs Myers desenvolveram o indicador durante a II Guerra Mundial, inspiradas nas teorias de Carl Jung sobre os Tipos Psicológicos. O indicador é freqüentemente utilizado nas áreas de aconselhamento de carreira, pedagogia, dinâmica de grupo, orientação profissional, treino de liderança, aconselhamento matrimonial e desenvolvimento pessoal, entre outros. O MTBI estabelece 16 combinações para demonstrar as preferências de cada indivíduo. As pessoas podem preferir: - Concentrar sua atenção na Extroversão ou Introversão; - Obter informações pela Sensação ou Intuição; - Tomar decisões pelo Pensamento ou Sentimento; - Se orientar em relação ao mundo exteriorpelo Julgamento ou Percepção. Logo mais demonstraremos como são obtidas, através de um questionário. O resultado do questionário gera a combinação das letras e leva ao estabelecimento das preferências. Exemplificando: uma pessoa que seja ISTJ: - Tira energia do seu mundo interior e é bastante ligado a ele (I); - Gosta de obter informações através dos sentidos (S); - Prefere usar o pensamento para tomar decisões (T); - Relaciona-se com o mundo exterior através do julgamento (J). Uma pessoa com preferências totalmente opostas seria ENFP, ou seja, tira energia do mundo exterior, das pessoas e dos acontecimentos (E); gosta de obter http://pt.wikipedia.org/wiki/Katharine_Cook_Briggs http://pt.wikipedia.org/wiki/Katharine_Cook_Briggs http://pt.wikipedia.org/wiki/Isabel_Briggs_Myers http://pt.wikipedia.org/wiki/Carl_Jung http://en.wikipedia.org/wiki/Psychological_Types 11 informações sobre o "todo" e relaciona os fatos entre si (N); prefere usar o sentimento para tomar decisões (F); e relaciona-se com o mundo exterior através da percepção (P). As quatro dimensões da personalidade: Jung identificou quatro dimensões da personalidade ou funções psicológicas que chamou de fundamentais: pensamento, sentimento, sensação e intuição. E cada uma dessas funções pode ser experienciada de diversas formas. São elas: 1. Pensamento: Jung via o pensamento e o sentimento como maneiras alternativas de elaborar julgamentos e tomar decisões. O Pensamento, por sua vez, está relacionado com a verdade, com julgamentos derivados de critérios impessoais, lógicos e objetivos. De acordo com Verlag, 1985, p. 8: “...exprime o que uma coisa é. Dá nome a essa coisa e junta-lhe um conceito, pois pensar é perceber e julgar.” As pessoas nas quais predomina a função do Pensamento são chamadas de Reflexivas. Esses tipos reflexivos são grandes planejadores e tendem a se agarrar a seus planos e teorias, ainda que sejam confrontados com contraditória evidência. 2. Sentimento: “O sentimento nos informa, através de percepções que lhe são inerentes, acerca do valor das coisas. É ele que nos diz, por exemplo, se uma coisa é aceitável, se ela nos agrada ou não.” (VERLAG, 1985, p. 8). Tipos sentimentais são orientados para o aspecto emocional da experiência. Eles preferem emoções fortes e intensas ainda que negativas, a experiências apáticas e mornas. 12 A consistência e princípios abstratos são altamente valorizados pela pessoa sentimental. Para ela, tomar decisões deve ser de acordo com julgamentos de valores próprios, como por exemplo, valores do bom ou do mau, do certo ou do errado, agradável ou desagradável, ao invés de julgar em termos de lógica ou eficiência, como faz o reflexivo. 3. Sensação: Jung classifica a sensação e a intuição juntas, como as formas de apreender informações, diferentemente das formas de tomar decisões. A Sensação se refere a um enfoque na experiência direta, na percepção de detalhes, de fatos concretos. “É a soma total das percepções de fatos externos, vindas por meio dos sentidos. A sensação diz que alguma coisa é; não exprime o que é, nem qualquer outra particularidade da coisa em questão”, define Verlag, 1985, p. 8. A Sensação reporta-se ao que uma pessoa pode ver, tocar, cheirar. É a experiência concreta e tem sempre prioridade sobre a discussão ou a análise da experiência. Os tipos sensitivos tendem a responder à situação vivencial imediata, e lidam eficientemente com todos os tipos de crises e emergências. Em geral eles estão sempre prontos para o momento atual, adaptam-se facilmente às emergências do cotidiano, trabalham melhor com instrumentos, aparelhos, veículos e utensílios do que qualquer um dos outros tipos. 4. Intuição: A intuição é uma forma de processar informações em termos de experiência passada, objetivos futuros e processos inconscientes. É a função pela qual se antevê o que se passa pelas esquinas, coisa que habitualmente não é possível. 13 A intuição é um fator dos mais naturais e necessários, pois nos coloca em contato com o que não podemos perceber, pensar, ou sentir devido a uma falta de manifestação concreta. “Não consigo dizer como essas coisas acontecem, entretanto, a realidade aí está, e tais fenômenos são comprovados.” (VERLAG, 1985, p. 11). As implicações da experiência (o que poderia acontecer, o que é possível) são mais importantes para os intuitivos do que a experiência real por si mesma. Pessoas fortemente intuitivas dão significado às suas percepções com tamanha rapidez que, via de regra, não conseguem separar suas interpretações conscientes dos dados sensoriais brutos obtidos. ´ Os intuitivos processam informação muito depressa e relacionam, de forma automática, a experiência passada com as informações relevantes da experiência imediata. Em liderança, buscamos obter uma harmonização de todos estes tipos, para que os objetivos fluam bem e saia tudo de acordo com o que se busca por todos. Este é o momento em que o líder deve responder o questionário a seguir de forma que escolher a melhor resposta, aquela com que mais se identifique. O modo de conduzir este teste é muito simples. Lembrando que, em se tratando de extroversão, ou introversão, refere-se a como uma pessoa é. Em se tratando de sensação ou intuição, refere-se àquilo que a pessoa presta mais atenção. Já em pensamento ou sentimento, refere-se a como uma pessoa toma suas decisões. E em julgamento ou percepção, refere-se ao tipo de vida que uma pessoa adota. BUSCANDO CONHECIMENTO Os Tipos Psicológicos Normalmente, uma combinação das quatro funções resulta numa abordagem equilibrada do mundo para a pessoa. 14 Jung considera que, para nos orientarmos, temos que ter uma função que nos assegure do concreto que está aqui (sensação). Em seguida, uma segunda função que estabeleça o que é esse concreto percebido (pensamento), depois, uma terceira função que declare se isto nos é ou não apropriado ou que valor isso tem (sentimento), finalmente, uma quarta função que indique de onde isto veio e para onde vai (intuição). Entretanto, ninguém desenvolve igualmente bem todas as quatro funções. Elas são dotadas de energia específica. Não se pode anular um sentimento ou uma sensação (ou qualquer uma das outras funções), pois cada função tem uma expressão própria e não pode ser substituída por outra. Por exemplo: uma pessoa com agudo senso de observação objetiva irá valer-se principalmente de sua sensação. Esta é a função dominante que dá a cada indivíduo a sua espécie particular de psicologia. Um homem que age dirigido preponderantemente pelo intelecto, constitui um tipo inconfundível, e a partir de seu traço dominante pode-se deduzir qual seja a condição de seu sentimento. Quando o pensamento é a função superior, o sentimento só poderá ser a inferior. E a mesma regra se aplica às outras funções. FIGURA 01 - AS FUNÇÕES PSICOLÓGICAS. Fonte: VERLAG, 1985. 15 No centro está o ego (E) dotado de certa quantidade de energia disponível, que é a força da vontade. No caso do tipo pensamento, essa força será canalizada para o raciocínio, para o pensamento (P), então, sentimento (St) será colocado no extremo oposto, sendo nesse caso a sua função relativa inferior. Isto se deve ao fato de que, ao pensarmos, excluímos o sentimento. E devemos mesmo deixar o sentimento e seus valores de lado, pensamos, pois eles são uma sobrecarga para o pensamento. Entretanto, os que se guiam pelos valores, não se valem do pensamento, no que estão certos, pois as duas funções são igualmente ativas e diferenciadas, nenhum indivíduo possui os dois opostos agindo simultaneamente no mesmo grau de desenvolvimento. Cada pessoa tem uma dessas funções fortemente predominante, e tem também uma segunda função auxiliar, parcialmente desenvolvida. As outrasduas funções restantes em geral são inconscientes e a eficácia de sua ação será bem menor. Quanto mais desenvolvidas e conscientes forem as funções dominante e auxiliar, mais profundamente inconscientes serão as funções opostas. E quais seriam, segundo Jung, as funções consideradas opostas? O Sentimento se opõe ao Pensamento e a Sensação se opõe à Intuição. Assim sendo, a pessoa jamais seria predominantemente sentimental tendo em segunda prevalência o Pensamento, ou seja, jamais seria Sentimental-Reflexiva, mas poderia ser Sentimental-Intuitiva, por exemplo. Segundo essa caracterização de personalidade de Jung, teríamos 4 tipos psicológicos mistos: Reflexiva-Sensitiva (caso prevaleça o Pensamento em primeiro plano e a Sensação em segundo, sobre as outras duas bastantes apagadas); Sensitiva-Reflexiva, Intuitiva-Sentimental e Sentimental-Intuitiva. Nosso tipo funcional indica nossas forças e fraquezas relativas e o estilo de atividade que tendemos a preferir. Se prestarmos bastante atenção em um homem que trabalha com as percepções sensoriais, veremos que as linhas de direção de seus olhos têm a tendência de convergir, de encontrar-se num determinado ponto; ao mesmo 16 tempo, a expressão ou o olhar da pessoa intuitiva apenas cobre a superfície das coisas. Ela não olha fixamente, mas globaliza os objetos num todo, e entre as muitas coisas que percebe, estabelece um ponto na periferia do campo de visão. “Com bastante segurança é possível dizer, a partir dos olhos de uma determinada pessoa se ela é intuitiva ou não.” (Apud VERLAG, 1985, p. 14). É inerente ao caráter do intuitivo o não se prender à observação de detalhes; ele sempre busca aprender a totalidade da situação, e então, repentinamente, qualquer coisa emerge dessa globalização. Se uma pertence ao tipo sensação, é comum que observa os fatos em sua realidade imediata, mas a intuição não o orientará, devido à incompatibilidade de atuação simultânea particular às duas funções. A dificuldade está em que uma exclui a outra. A tipologia de Jung é especialmente útil no relacionamento interpessoal, ajudando-nos a compreender os relacionamentos sociais. Ela descreve como as pessoas percebem, usam critérios, agem e fazem julgamentos. Jung chamou as funções menos desenvolvidas em cada pessoa de funções inferiores. Inferior é a função menos consciente, mais primitiva e menos diferenciada. 17 UNIDADE 04 - HABILIDADES DO NEGOCIADOR CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivos: Propiciar condições para que o acadêmico possa: Os negociados devem desenvolver e utilizar de suas habilidades buscando lograr êxitos constantes em suas negociações ESTUDANDO E REFLETINDO O chefe habilidoso conquista as tropas inimigas sem luta;toma suas cidades sem submetê-las a cerco; derrota o reinado sem operações de campo muito extensas.Com as forças intactas, disputa o domínio do Império e, com isso , sem perder um soldado, sua vitória é completa. (Sun Tzu em : A arte da guerra, século VI a.C) Uma vez conhecida as características de um bom negociador, questiona-se: Quais seriam as habilidades necessárias ao negociador que busca êxitos constantes em suas negociações? Em tempos atuais, o progresso acelerado dos meios de comunicação resultou na mais variada oferta e acessibilidade de informação. A “era digital” é um dos meios mais divulgados e utilizados, com seus computadores de alta resolução, monitorando a sociedade, fornece aos indivíduos o sentimento de segurança e controle em um ambiente virtual moderno e geralmente preciso. Neste contexto, torna-se comum que a maioria das pessoas se mantenha informada há todos os momentos, sobre os acontecimentos globais de todos os campos e neles, os empresariais. Geralmente se espera que algum instrumento tecnológico, ou que a decisão de determinado gestor empresarial, direcione as grandes corporações, e também o mundo, para uma nova ordem. No entanto, no campo empresarial, a negociação, do negociar ao agir é constante. O destino das organizações é determinado por pessoas comuns, falíveis, limitadas, são seres humanos, com capacidades especificas. 18 Logo, o que difere então, grandes negociadores de pessoas comuns? A resposta para essa questão pode ser o talento. Mas,não o talento natural , proveniente de alguma combinação genética superior,mas o talento desenvolvido ao longo do tempo, fruto de muito esforço e dedicação.Certamente , as pessoas possuem características distintas, que resultam em diferentes “pontos fortes”.Assim, um bom contador pode ter facilidade para cálculos matemáticos,enquanto um publicitário talvez tenha uma criatividade acentuada.De uma forma ou de outra, todos os indivíduos precisam desenvolver uma série de ferramentas pessoais que lhe permitam agir de maneira correta nas decisões do dia- a-dia, essas “ferramentas”serão aqui denominadas habilidades (MARTINELLI, 2009, p.109). A concepção de habilidade varia de autor para autor. Geralmente, as habilidades são consideradas como algo menos amplo do que as competências. Assim, a competência estaria constituída por várias habilidades. No entanto, uma habilidade não "pertence" a determinada competência, uma vez que uma mesma habilidade pode contribuir para competências diferentes. Uma pessoa, por exemplo, que tenha uma boa expressão verbal (considerando que isso seja uma habilidade) pode se utilizar dela para ser um bom professor, um radialista, um advogado, ou mesmo um demagogo. Em cada caso, essa habilidade estará compondo competências diferentes. O mesmo procede para as negociações para cada situação distinta, em que serão necessárias diferentes habilidades para alcançar a melhor negociação. Em várias consultas de diversos dicionários pode-se constatar que a, palavra habilidade, aparece relacionada aos termos como: aptidão, capacidade e inteligência. Segundo Albrecht(1995) citado por Martinelli (2009), (...) o estilo de negociação de cada pessoa é, em grande parte, resultado dos sentimentos e atitudes experimentados no início de suas vidas. As diferentes experiências “colecionadas” como passar dos anos são fundamentais para a formação do perfil psicológico. Desse modo, negociadores experientes podem agir de maneira diferente durante um processo de negociação, mesmo que possuam as mesmas habilidades. No entanto, independentemente dos estilos distintos, na maioria das vezes, será a utilização correta das habilidades que definirá o sucesso no final da negociação (MARTINELLI, 2009, p.111). 19 Mesmo que pareça comum o ato de negociarem nossas vidas, tanto profissionalmente como pessoalmente, em termos empresariais, essa não é uma função simples. Negociadores profissionais devem apresentar alta qualificação, pois suas decisões envolvem constantemente grandes valores financeiros e podem direcionar o futuro de determinada organização. Tais profissionais não devem cometer erros banais ou de tomar decisões baseados somente a partir da intuição, como boa parte das atitudes tomadas no dia-a-dia das pessoas. Conhecer e desenvolver habilidades essenciais torna-se, imprescindível as pessoas que pretendem realizar constantemente negociações de sucesso, atingindo, ao final, os fins almejados inicialmente, através das metas e objetivos traçados pela organização. BUSCANDO CONHECIMENTO Segundo Martinelli (1998), o uso dos estilos de negociação é conveniente para se buscar a resposta para certas questões fundamentais: O que é um comportamento efetivo de negociação? Seria um tipo de comportamento de negociação mais bem-sucedido ou mais efetivo do que outro? Um entendimento do conceito dos estilos de negociação e de seus limites pode ser útil, tanto em termos conceituais quanto em termos práticos, no que se refere ao desenvolvimento de suas habilidades ou para enfrentar uma situação corrente de negociação.Segundo Martinelli (1998), o uso dos estilos de negociação é conveniente para se buscar a resposta para certas questões fundamentais: O que é um comportamento efetivo de negociação? Seria um tipo de comportamento de negociação mais bem-sucedido ou mais efetivo do que outro? Um entendimento do conceito dos estilos de negociação e de seus limites pode ser útil, tanto em termos conceituais quanto em termos práticos, no que se refere ao desenvolvimento de suas habilidades ou para enfrentar uma situação corrente de negociação. 20 UNIDADE 05- ESTRATÉGIAS E TÉCNICAS DE NEGOCIAÇÃO CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivos: Propiciar condições para que o acadêmico possa desenvolver estratégias e técnicas de negociação. ESTUDANDO E REFLETINDO Segue algumas visões teóricas diferenciadas referentes às habilidades dos negociadores: QUADRO 01 – Habilidades dos negociadores Autores Visões referentes às habilidades dos negociadores Martinelli e Almeida (1997, p.88)) “Ressaltam as divergências existentes na teoria sobre negociação relativamente ao que deve ser negociado, como se deve fazê-lo e como considerar o outro lado“. Habilidades essenciais que a maioria dos estudiosos na área de negociação ressaltam: Concentrar-se nas ideias, discutir as proposições,proporcionar alternativas a outra parte, ter objetividade no equacionamento dos problemas, apresentar propostas concretas, saber falar e saber ouvir, colocar-se no lugar da outra parte, ter consciência de que se negocia o tempo todo,saber interpretar o comportamento humano e as reações das pessoas, separar os relacionamentos pessoais dos interesses, evitar estruturar um relacionamento em função de um acordo. (MARTINELLI, 2009, p.113) Mills (1993, p.78) Apresenta dezesseis fatores críticos do sucesso em uma determinada negociação. São eles: 1- Prepare-se cuidadosamente. 2- Focalize os interesses, não as posições. 3- Use um BATNA (método de não acordo padrão, utilizado para julgar qualquer acordo proposto. Apresenta-se em três etapas: relacionar tudo o que seria possível fazer se não se chega r ao acordo, explorar o melhor de suas opções na tentativa de melhorá-las e, finalmente, escolher a melhor opção). 4- Conheça as suas prioridades. 5- Procure fazer o tempo trabalhar por você. 6- Levante muitos questionamentos. 7- Ouça atentamente. 8- Confirme suas necessidades. 9- Faça um teste com propostas condicionais. 10- Explore várias opções. 11- Inicie alto, concedendo lentamente. 12- Verifique o que foi combinado. 13- Revise o seu desempenho. 14- Construa relacionamentos de trabalho a longo prazo. 15- Maximize seu poder. 16- Adapte sua estratégia para adequar situação Kozicki (1998) Apresenta quatro habilidades que deverão estar presentes nos grandes negociadores: criatividade versatilidade, motivação e habilidade para manter-se afastado. Segundo Martilnelli (2009), a capacidade de manter-se afastado, refere-se à habilidade do negociador em não se envolver pessoalmente durante o processo. Steele, Murphy e Russil (1995) Os autores elucidam 18 sugestões referentes as atitudes que um bom negociador deve tomar em suas negociações, porém aponta-se para este momento, quatro sugestões. São elas: 1-Seja claro sobre o seu ponto de vista. 2-Utilize-se do poder com muita cautela e sabedoria. 3-Realize uma pausa na negociação quando se sentir pressionado, cansado, incomodado. 4-Escute antes de falar Fonte: Martinelli et al, 2009,p.31 21 No entanto, da mesma forma que vários pesquisadores e estudiosos na área descrevem atitudes importantes em busca da negociação eficaz, o mesmo existe, na literatura sobre negociações, infinitas propostas de ações que devem ser evitadas por serem consideradas prejudiciais. Alguns pontos ressaltados por Martinelli (2009), são: Não fornecer, com muita facilidade, concessões à outra parte. Não se comprometer com a outra parte logo no início da negociação. Nunca demonstrar “triunfo”. Não ir sozinho a negociações complexas ou muito extensas. Não ser “ganancioso”. Não apresentar decisões muito rapidamente. Segundo Martinelli (2009), em que cita como referência os pesquisadores, Albrecht e Albrecht (1995), existem condições em que alguns fatores psicológicos podem bloquear a negociação. Para os autores, determinados reflexos naturais ou bloqueios emocionais presentes no negociador poderão prejudicar a sua atuação e capacidade de obter um bom acordo, resultado para si próprio e para a empresa em que trabalha. Ilustra-se o assunto acima em quadro referente: QUADRO 02- Bloqueios psicológicos para a negociação Necessidade de ser simpático Pelo fato de a maneira das pessoas não gostar de conflitos, a necessidade de ser simpático poderá fazer que o negociador acabe aceitando condições menos favoráveis apensa para evitar aborrecimentos. Necessidade de ser aceito e aprovado Abrir mão de grandes quantias em uma negociação apenas para ouvir a outra parte dizer que o negociador é uma boa pessoa ou, então, que é um jogador de equipe, é uma outra forma pela qual as pessoas acabam comprometendo suas próprias necessidades. Temor de confrontação, conflito ou desarmonia Esse temor pode induzir o negociador a realizar concessões para evitar confrontação “cara a cara” com a outra parte. 22 Sentimento de culpa por defender seus próprios interesses Esse sentimento poderá fazer que o negociador sinta-se trapaceando ou que talvez esteja obtendo mais do que teria direito. A outra parte pode acabar se aproveitando dessa situação. Temor de ser logrado O medo de ser enganado faz que negociador torne quase impossível que outras pessoas negociem honestamente com ele. Ser intimidado por pessoas dominadoras Negociadores acanhados e reservados, ao negociarem com uma pessoa truculenta e intimidadora, podem sentir-se inferiorizados e, assim, reduzir suas chances de sucesso. Falta de autoconfiança A falta de confiança pode levar o negociador a realizar concessões em demasia, apenas para terminar logo a negociação. Dificuldade para pensar sob pressão O negociador pode ser pressionado pela outra parte a responder imediatamente a inúmeras questões e tomar várias decisões, podendo cometer alguns erros de julgamento. Perspectiva de remorso do negociador Insegurança em relação aos resultados da negociação, possuindo dúvidas como: “Será que tomei a decisão correta?”; “Será que paguei um preço muito elevado?”; “Será que fiz um bom negócio?”; “Será que fui ludibriado?”. Temor de perder prestígio perante o chefe ou os colegas Se estiver em vias de realizarem negócio de maior porte, a pressão adicional dos supervisores ou colegas de trabalho poderá tornar o negociador mais agressivo do que havia planejado se inicialmente. Fonte: Martinelli et. al.,2009, p. 117. BUSCANDO CONHECIMENTO Gestores de sucesso adaptam suas metodologias de atuação à cada novo desafio, e, na maioria das vezes, essas metodologias são mais importantes que o próprio conhecimento técnico referente a situação. Por conta, os grandes executivos são preparados para administrar e ou gerenciar negócios completamente distintos. Veja-se um caso curioso referente a uma reportagem sobre o executivo Henrique Meirelles, na época presidente do Fleet Boston Global, publicado por M. Gomes, autor do livro: Vendedor de sonhos e ilustrado pelo autor Martilnelli (2009): 23 Entre um sonho e um projeto realizado, há muito trabalho. As chances de sucesso aumentam bastante se esse trabalho seguir uma estratégia e for realizado por pessoas qualificadas e motivadas. Meirelles usa essa forma mesmo quando o assunto não é o banco. Foi assim que ele conseguiu, há dois anos, ser notícia no Boston Globe, o maior jornal de Boston. Sob o comando de Meirelles, a Boston Pops, uma orquestra local, quebrou o recorde de arrecadação em seu jantar anual para levantar fundos: 1 milhão de dólares numa únicanoite. Como um brasileiro conseguiu isso na mais aristocrática cidade americana? Com estratégia e equipe. Sua primeira providência ao ser convidado para a tarefa foi apresentar seu sonho para a orquestra: quebrar o recorde de faturamento do jantar. Para isso era preciso vender antecipadamente todos os ingressos. Só assim seria possível preço integral, sem descontos. Em seguida, distribuiu tarefas à equipe. Uma delas era analisar os anos de sucesso e de insucesso do jantar todos os anos. A elas bastava enviar a carta – convite. A segunda lista era da pessoa que, mesmo convidadas, nunca compareciam. Estas foram esquecidas. A terceira turma era a dos indecisos. A estes foi de a atenção extrapor uma legião de voluntários recrutados por Meirelles. Resultado: 12 dias antes do jantar, os ingressos já estavam esgotados. Revista Você S.A, n 33, 2001, p.40-47. Através do caso acima se percebe que as habilidades podem ser utilizadas para atingir objetivos em diferentes situações. Cabe ressaltar a importância de utilizar as experiências anteriores como fonte de aprendizado. (...) para aperfeiçoar as habilidades, deve-se analisar em profundidade os erros e acertos ocorridos em uma negociação, a fim de servirem de “lições” para futuras negociações.O domínio de habilidades de negociações também servirá como fonte de segurança para o negociador.Sabe-se que acalma e a segurança são características importantes dos executivos,mas como manter essa imagem em situações difíceis? Sem dúvida, o domínio das habilidades essenciais fornecerá ao negociador um sentimento de capacidade, por meio da certeza de que possui “armas” prontas para auxiliá-lo em momentos obscuros. Com a convicção de que realizará uma boa negociação, o individuo deixa de temer a outra parte, passando do sentimento de rivalidade para o de cooperação, estabelecendo, assim, um ambiente favorável para negociações ganha-ganha (MARTINELLI, 2009,p.121). 24 UNIDADE 06 - ESTRATÉGIAS E TÉCNICAS DE NEGOCIAÇÃO – PARTE I CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivos: Propiciar condições para que o acadêmico possa desenvolver estratégias e técnicas de negociação. Obter acesso as diversas concepções já produzidas e estudadas sobre as estratégias e técnicas de negociação, principalmente referentes a condição, o negociador e o negociado durante a negociação, bem como o conhecimento de seus conceitos e de sua relevância em um contexto global. ESTUDANDO E REFLETINDO Conceito de Negociação Para o negociador obter sucesso além dos temas elencados acima fica necessário também elaborar um bom planejamento e, nele suas estratégicas e técnicas de negociar. Os grandes negociadores reconhecem a importância da preparação para uma negociação e não desconsideram de forma alguma de se prepararem para tal. Planejamento é uma tática ou processo que as pessoas e as organizações utilizam para administrar suas relações com o futuro, o qual, normalmente, é incerto. Segundo o autor, o processo de planejamento, que busca influenciar esse futuro, reduzindo seu grau de incerteza, tem diversos objetivos: definir objetivos ou resultados a serem alcançados; definir meios para possibilitar a realização de resultados; interferir na realidade para passar de uma situação conhecida a outra desejada, dentro de um intervalo de tempo; tomar, no presente, decisões que afetem o futuro, a fim de diminuir sua incerteza (MARTINELLI, 2009, P.146). Pela sua origem, o processo de negociação está marcado pela incerteza. Não existe, antecipadamente, segurança sobre as questões, os objetivos e os limites da negociação, e muito menos sobre o comportamento dos negociadores que estão do outro lado. Essa incerteza, por sua vez, tende a ser sempre maior quando existem poucas informações sobre o processo de negociação. 25 O planejamento da negociação em si, consiste, no entanto, na busca das informações necessárias ao processo, na formulação de um roteiro ou plano de ação e na preparação para o desenvolvimento da negociação, objetivando prever os eventuais problemas e obstáculos que poderão surgir no decorrer do processo de negociar com eficiência e eficácia. (...) Eficácia é uma medida normativa do alcance de resultados, ao passo que eficiência é uma medida normativa da utilização dos recursos nesse processo.Em termos econômicos, a eficácia de uma de uma empresa se refere a sua capacidade de satisfazer uma necessidade da sociedade por meio do suprimento de seus produtos (bens ou serviços), enquanto a eficiência é uma relação técnica entre entradas e saídas. Nesses termos, a eficiência é uma relação entre custos e benéficos.O conceito de eficiência é a razão entre o esforço e o resultado, entre a despesa e a receita, entre o custo e o benefício resultante(CHIAVENATO,2010,p.130) QUADRO 01 – Principais procedimentos da negociação Procedimentos Autores Colaiácovo (1997) Fisher e Ury (1980) Lewicki, Saunders e Minton (2002) Donaldson e Donaldson (1999) Sparks (1992) Aculf (1998) Mapeamento Definir o problema Separar as pessoas do problema; concentrar- se Nos interesses Buscar informações; definir questões; definir interesses. Levantar e listar as informações; identificar “agendas ocultas”. Reunir e organizar dados; identificar apoios às questões; examinar dados. Identificar questões; priorizar questões. Parâmetros Acertar a negociação Buscar alternativas Identificar limites; estabelecer alvos. Definir limites; definir metas ou objetivos Definir limites; identificar alternativas e penalidades. Estabelecer limites; definir acordos alternativos. Cenário ______ ___________ __________ Definir agenda, local, participante. Definir atitude, ambiente e horário ________ Preparação _______ Encontrar critérios objetivos Desenvolver a argumentação; consultar os outros; analisar a outra parte ___________ Simular a negociação; fortalecer pontos fracos; listar dados que deverão ser passados para o outro lado. Desenvolver estratégias e táticas Fonte: Martinelli, 2009, p.157. 26 BUSCANDO CONHECIMENTO Segundo o autor acima: 1. Mapeamento da situação: é a etapa do processo de planejamento da negociação, cuja função é munir os negociadores de um arsenal de dados e informações, de tal forma que eles sejam capazes de perceberem a situação em que irão atuar, bem como obter segurança no momento decisivo das discussões com a outra parte. Para tal fica necessário: 1. Levantar e listar as informações- o levantamento de todas as informações necessárias à negociação, tanto as relativas às questões em pauta quanto os dados sobre os negociadores do outro lado, é o primeiro passo nesta etapa. Os autores citados no quadro acima ressaltam a importância das informações para balizar os procedimentos a serem adotados ao longo desse processo. o Levantar e registrar as informações- tarefa importante e necessária no processo de planejamento da negociação. È válida não somente para a aquisição de mercadorias, mas também para qualquer tipo de negociação. Negociar no obscuro, sem dados e informações referentes ao objeto da negociação ou sobre o outro lado, é o primeiro passo rumo ao fracasso, na tentativa de obter o objeto desejado ou alcançar o objetivo definido. o Identificar e priorizar as questões – necessita identificar corretamente os interesses ou o problema objeto da negociação. Essa etapa da preparação para a negociação envolve, portanto, a identificação e a definição clara das questões e interesses envolvidos na disputa, ou do problema que se pretende efetivamente solucionar. 27 2. Estabelecer parâmetros para a negociação- estabelece um balizamento para a ação do negociador, ou seja, defini claramente quais são as metas ou os objetivos a serem atingidos com a negociação, os limites máximo e mínimopara o acordo, bem como outras alternativas viáveis ao contexto envolvido. 3. Elaborar cenário para a negociação- O objetivo nesta etapa é tratar dos aspectos e procedimentos formais da negociação: a agenda, o local e os procedimentos. 4. Definir a agenda: O estabelecimento antecipado de uma agenda formal para a reunião, apresentando os elementos anteriormente citados, minimiza a possibilidade de inclusão de outros assuntos durante o debate desnecessário dos participantes com essas questões em um momento inadequado na negociação. Conhecida também como pauta organiza e centra os assuntos a serem abordados na negociação. 4-Preparação final para a negociação: envolve análise mais apurada dos dados e informações disponíveis, destinada à averiguação da adequação, qualidade e profundidade. O objetivo da simulação é identificar e corrigir os pontos fracos ou falhas nas argumentações e demais aspectos que possam prejudicar a atuação do negociador. (...) analisar a outra parte: avaliar as informações sobre o outro lado é de vital importância para que o negociador possa definir, de forma segura, a linha e os procedimentos a serem adotados durante a negociação. A análise das informações deverá abranger os recursos, as necessidades, os interesses, os objetivos, a reputação, o estilo, a autoridade para o acordo, as estratégias e as táticas que costuma utilizar (MARTINELLI, 2009,p.163). 28 UNIDADE 07 - ESTRATÉGIAS E TÉCNICAS DE NEGOCIAÇÃO – PARTE II CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivos: Propiciar condições para que o acadêmico possa desenvolver estratégias e técnicas de negociação. Obter acesso as diversas concepções já produzidas e estudadas sobre as estratégias e técnicas de negociação, principalmente referentes a condição, o negociador e o negociado durante a negociação, bem como o conhecimento de seus conceitos e de sua relevância em um contexto global. ESTUDANDO E REFLETINDO Lewicki & Hiam apresentam no livro Estratégias de negociação e fechamento (2003), a ideia que negociar é um jogo e para tal precisa ser analisado passo-a-passo, tomadas de decisões, ações, planejamento. Veja alguns desses procedimentos importantes para a negociação obter sucesso: 1. Coloque-se no lugar dos outros: você precisa alcançar um certo grau de objetividade pessoal para conseguir o insight necessário sobre os outros jogadores. É necessário encarar os seus adversários abertamente e francamente não deixando que seus próprios desejos e receios distorçam essa visão. Do contrário, não conseguirá obter o insight (ideia) necessário a respeito dos outros jogadores. Alguns negociadores garantem a objetividade em relação a seus adversários ou colegas utilizando a técnica de imaginar ser outra pessoa, como professores, que trabalham para o sucesso de outras. Outros negociadores se vêem como estudantes que encaram a negociação como uma das várias lições de vida, algo que deve ser vivido intensamente, mas sem receio do fracasso, pois, sempre haverá outra oportunidade de aplicar o que se aprendeu. 2. Crie oportunidades para estudar os outros jogadores: no transcorrer das negociações, haverá muitas oportunidades para conhecer melhor a outra parte, e você deverá explorá-las da melhor maneira. Investir em um tempo 29 frente a frente m a outra parte é muito importante. Outra condição é fazer perguntas a alguém que já fez negócios com a outra parte, como também pesquisar seu histórico para saber mais a respeito de sua posição e necessidades. 3. Para entender seus adversários, pense e sinta como eles: observar a outra parte da negociação é de suma importância, pois um bom entendedor da linguagem corporal pode aprender muito com essa tática da observação. A capacidade de negociar entendendo o outro lado, leva a perceber as dicas não verbais que o outro lado está oferecendo. É muito importante em negociações, e deve-se praticá-la a cada oportunidade. Uma maneira fácil de fazer isso é trabalhar a sua empatia- sua compreensão emocional dos sentimentos dos outros, em seus relacionamentos diários. Existem pesquisas que revelam que as habilidades da inteligência emocional, como a empatia, podem ser aperfeiçoadas em qualquer momento da vida. Portanto, o objetivo de praticar e aperfeiçoar suas habilidades de ler os sentimentos dos outros é um objetivo realista. 4. Planeje a negociação da outra parte: Descobrir situações e o intuito a respeito da outra parte à medida que a negociação segue seu curso é de suma importância, mas não o suficiente. É necessário prever suas necessidades e reações (como no jogo de xadrez, por exemplo) e, adotar uma estratégia em função disso. Essa é uma das razões para elaborar um plano eficaz para qualquer negociação. A outra condição é claro, é que você tem necessidades e sentimentos que devem ser levados em consideração. 5. Antes de iniciar sua minuciosa pesquisa sobre a outra parte da negociação, repense seu relacionamento com ela. Qual é a importância desse relacionamento? Seu relacionamento direcionará o processo de coleta de dados e influenciará na sua escolha da melhor estratégia de negociação? 30 Para enxergar seu adversário claramente, você não pode sentir medo Burke Frannklin é proprietário de uma bem-sucedida empresa de software, chamada JIAN. Ele resolveu dar esse nome à empresa porque é um termo tradicional japonês para mestres Zen, e seu conselho para lidar com concorrentes fundamenta-se na tradição Zen- muito apreciada por Burke, faixa preta que dedica muitas horas semanais em combates individuais de Tae Kwon Do . Eis o seu conselho: Entre na competição sem medo. Quando se tem a sabedoria d e negociar sem medo, você tem muito mais tempo para pensar , pois sua mente não está bloqueada pelo medo. Por que temer seus concorrentes? Faça diferente, use-os para treinamento, foco e motivação. Por que atacar seus concorrentes? Basta ser forte para não se deixar atacar por eles. Burke Franklin Texto extraído do livro: Estratégias de negociação e fechamento de Lewicki e Hiam (2003,p. 89). http://www.youtube.com/watch?feature=player_detailpage&v=05HQ___BTK0 BUSCANDO CONHECIMENTO O que pesquisar? Segundo Lewicki (2003), a sua pesquisa referente aos outros negociadores deverá incluir: seus objetivos, seus interesses e necessidades, suas alternativas, seus recursos, sua reputação, estilo de negociação e comportamento, sua autoridade para fazer um acordo, suas prováveis estratégias e táticas. Faça perguntas simples, de cunho informativo, para descobrir os verdadeiros interesses da outra parte. Evite fazer perguntas que denotem algum tipo de julgamento, embora seu primeiro instinto seja fazer justamente esse tipo de pergunta. O modo de formular as perguntas vai ajudá-lo ou impedi-lo de ter respostas. Se, por exemplo, você perguntar: O que o leva a acreditar que conseguirá atingir esse objetivo? Você estará colocando a outra parte na defensiva. No entanto, se disser: Não sei se entendi bem por que esse objetivo é tão importante para você. Você pode me explicar suas razões? é bem mais provável que você receba informações úteis sobre as verdadeiras preocupações da outra parte (LEWICKI, 2003,p. 96). http://www.youtube.com/watch?feature=player_detailpage&v=05HQ___BTK0 31 Algo a desejar: conhecimento prévio das concessões da outra parte. É útil tomar conhecimento em que pontos a outra parte estará disposta a fazer concessões durante a negociação, mas é muito difícil saber antecipadamente. Provavelmente não saberá até o momento em que eles manifestarem. Entretanto, uma vez realizada, é possível adivinhar se haverá outras, e sua provável extensão. Você pode basear-se em suas expectativas em função do comportamento presenciado até o momento da negociação. Coloque-se no lugar do outro Nesse momento, se o relacionamento entre as partes for importante,você pode se colocar no lugar deles através da técnica de troca de papéis, ajudando muito a compreender as motivações e necessidades da outra parte. A troca de papéis consiste em fingir ser a outra parte envolvida na negociação e argumentar a favor dela. Você pode fazer isso mentalmente e informalmente, porém é mais eficaz se o fizer com um amigo ou colega ao se preparar para uma comunicação. O método consiste em você primeiro desenvolver seu ponto e depois examinar as possíveis contra-argumentações, elaborando respostas para as mesmas, é como se colocar no lugar deles por alguns instantes. Saber trocar papéis é uma habilidade muito útil quando é necessário se concentrar nos problemas dos outros e ajudá-los. Através dessa técnica, um representante do setor de atendimento ao consumidor saberia o que é ser um cliente frustrado com um produto, ou ainda, um funcionário saberia que tipo de decisões um gerente precisa tomar. Pacientes normalmente criticam médicos por seu comportamento ao lado do leito, ou seja, queixam-se de que o médico não ouve nem compreende o que o paciente está sentindo. No entanto, você poderá utilizar a técnica de troca de papéis para entender a psicologia de um adversário ao simular uma negociação em que simula ser ele. 32 Defender o ponto de vista da outra parte, como se você realmente fosse a outra parte, pode ajudá-lo a: entender a posição da outra parte; enxergar as semelhanças entre as duas posições; melhorar o resultado se os dois pontos de vista forem basicamente compatíveis, reduzir distorções na comunicação. Segue quadro referente aos estilos básicos do negociador , segundo Martinelli (2009, p.228): TABELA 01 – Estilos dos negociadores Estilos Racional Sociável Metódico Decidido Centrado Em ideias No esforço No processo da discussão Na solução mais rápida Características Preocupado em orientar-se para os objetivos estabelecidos. Quer discutir a filosofia das questões colocadas, levantar e discutir idéias e colocar fatos como elemento de convicção. Motivado para relacionamentos, deseja estabelecer previamente laços afetivos, confraternizadores. Atento para os regulamentos, a legislação específica, os métodos de discussão, a tradição, os usos e os costumes. Por ser pouco flexível às mudanças, quer a observância estrita das regras do jogo. Não quer perder tempo em detalhes e questionamentos, atacando os pontos sensíveis da questão, na esperança de solucioná-la prontamente. Riscos O risco maior é o de cair em pragmatismos que limitam a visão mais ampla dos problemas ou em subjetividades que levem a divergências puramente semânticas Há o risco de a conversação desviar-se para assuntos aleatórios, com perda de tempo, ameaça de saturação e desgaste. A discussão pode se desviar dos objetivos e dos resultados para a estrutura formal da comunicação e para os aspectos rigorosamente legalistas da matéria negociada. É o comportamento típico do tecnocrata. O excesso de objetividade pode levar ao risco da omissão de pontos importantes, por falta de adequado dimensionamento do problema, percepção truncada e, conseqüentemente, diagnóstico imperfeito. Táticas Estar atento à fixação de pontos convergentes que dêem objetividade à discussão e conduzam ao acordo Apresentação do foco principal da discussão, deixando pouco tempo para o debate dos outros aspectos, visto que muito tempo é investido na construção e na manutenção dos relacionamentos. Preservar o tempo inicial, cronometrado para a discussão dos aspectos formais, findo o qual se passa a focar o problema em essência, com propostas claras e incisivas. Recomenda-se, já no início da conversação, a apresentação de um confiável quadro- diagnóstico da situação, com as várias alternativas solucionadoras. Fonte: Martinelli, 2009, p.228): 33 Para Behr (1998), os estilos de negociadores são muito semelhantes aos estilos de administradores e de lideres discutidos na literatura de administração e de psicologia organizacional. Para cada teoria de administração surge um novo estilo de administrador, de gestor, de líder, de negociador. 34 UNIDADE 08 - ESTRATÉGIAS E TÉCNICAS DE NEGOCIAÇÃO – PARTE III CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivos: Propiciar condições para que o acadêmico possa desenvolver estratégias e técnicas de negociação. Obter acesso as diversas concepções já produzidas e estudadas sobre as estratégias e técnicas de negociação, principalmente referentes a condição, o negociador e o negociado durante a negociação, bem como o conhecimento de seus conceitos e de sua relevância em um contexto global. ESTUDANDO E REFLETINDO Os estilos mais comuns de negociadores e o que se espera em uma negociação. Mais que isso, esta unidade mostra como chegar à excelência em negociação. A seguir, alguns estilos de negociadores: • Controlador: (necessidade de metas e resultados). O controlador é aquele que toma decisões rápidas, está sempre preocupado com o uso do seu tempo, com redução de custos; nas discussões não faz rodeios, vai direto ao assunto, é organizado, conciso, objetivo, sua meta básica é conseguir resultados. Eventualmente pode ser visto como insensível às pessoas. • Analítico: (necessidade de dados e pesquisas). O analítico é aquele que adora fazer perguntas, obter o máximo de informações, coletar todos os dados disponíveis, sempre se preocupando em saber todos os detalhes de cada empreendimento antes de iniciar qualquer tarefa ou tomar qualquer decisão. Eventualmente este negociador pode ser visto como sendo perfeccionista, detalhista em excesso, procrastinador. • Catalisador: (necessidade de inovação). O negociador/comunicador com este estilo tende a ser extremamente criativo sempre com 35 novas ideias, entusiasta dos grandes empreendimentos, empreendedor. É o homem das coisas novas, dos grandes projetos e decisões. Eventualmente, este negociador pode ser visto como superficial, irreal, estratosférico em suas decisões e ações. • Apoiador: (garantia de satisfação). O apoiador é aquele que considera que os seres humanos são mais importantes que qualquer trabalho; aprecia atuar sempre em equipe, procura agradar os outros, fazer amigos. Eventualmente pode ser visto como incapaz de cumprir prazos, desenvolver projetos, enfim mais como um missionário do que um executivo. Suas decisões são mais lentas e ele sempre busca não melindrar a outra parte. Como negociar com cada estilo: • Catalisador: Ênfase na inovação, criatividade, exclusividade, grandes projetos, ideias. • Apoiador: Ênfase no trabalho em equipe, preocupação com pessoas, no bem estar geral, na eliminação de conflitos, problemas. • Controlador: Ênfase em redução de custos, tempo, prazos, resultados, metas, independência em relação aos outros. • Analítico: Ênfase em informações, dados, detalhes, perfeição, preocupação com o micro, segurança, garantia. Algumas atitudes do bom negociador: confiabilidade, firmeza, seriedade, comprometimento e respeito, que traduzem-se em: • Facilitar a troca estimulando a participação do parceiro através do reconhecimento da importância de suas declarações; • Ficar atento ao tempo da reunião permitindo a participação do outro; • Ficar atento a linguagem não verbal da outra parte; 36 • Facilitar as entradas da outra parte com seus depoimentos em detalhes; • Fortalecer e reconhecer a expressão sincera dos sentimentos; • Facilitar o diálogo entre clientes-funcionários-empresa; • Proporcionar soluções de comunicação (feedback ); • Buscar soluções de relacionamento; • Estimular o ouvir atentamente a outra parte. No site de Dale Carnegie (http://dalecarnegie.com.br) há matérias importantes acerca deste assunto, bem como oferece o download gratuito de seu livro Estratégiasde resolução de conflitos na equipe. BUSCANDO CONHECIMENTO Antes de explanarmos sobre as táticas, convém expormos as etapas importantes da negociação: 1-Preparação (1. Pré-negociação) Nesta etapa o negociador deve levantar todos os dados sobre a contraparte, que possam vir a interferir no processo de negociação, buscando entender melhor o seu próprio posicionamento, e permitindo-lhe produzir cenários, se necessário. Essas informações podem ser acessadas em relatórios, livros, artigos, internet ou outras fontes de informação. Nesta etapa, há a intensa coleta, análise e manipulação de dados que podem ser classificados, categorizados e utilizados em um novo contexto. O negociador define, assim, a sua amplitude de atuação, através da análise: do perfil da contraparte, de históricos de negociações passadas, de dados econômicos, das demais informações que influenciem a negociação, do BATNA* de cada lado. http://dalecarnegie.com.br/ 37 *Os pesquisadores da Escola de Negociação de Harvard desenvolveram o conceito de BATNA (Best Alternative to a Negotiated Agreement). A sigla foi traduzida para o português, sendo chamada de MAANA (Melhor Alternativa a um Acordo Negociado), da qual falaremos mais a respeito. 2. Construção do Relacionamento (2. Negociação) É o início dos diálogos, quando as partes se conhecem, e pode acontecer pessoalmente ou não. Dependendo da importância estratégica do negócio é interessante buscar o fechamento em um encontro pessoal. Envolve trocas de mensagens, ofertas e contraofertas para obter o acordo. Nesta etapa, as partes agem segundo uma estratégia. Pode incluir refeições, tours e apresentações, ou apenas uma breve conversa. 3. Troca de Informação (2. Negociação) Tem início quando uma das partes começa a comunicar sua posição a negociação. Geralmente inclui uma apresentação formal, seguida de explanações e perguntas e respostas. 4. Persuasão (2. Negociação) Como diz o nome, é quando se tenta convencer a contraparte a aceitar a sua proposta. Isto pode envolver as duas partes trabalhando juntas em uma modalidade ganha-ganha ou envolver uma parte tentando influenciar a outra. 5. Acordo (2. Negociação) É quando ambas as partes concordam sobre uma solução para o caso. Na divisão em três etapas, há ainda um momento que sucede o fechamento do acordo: 6. Pós-negociação Corresponde a verificação do que foi obtido em função dos objetivos estabelecidos na pré-negociação para que se agregue experiência e abra-se a possibilidade de acompanhamento do acordo. A importância de dividir o processo de negociação é a necessidade de delineá-lo, como em qualquer sistema, classificando-o de acordo com os 38 diferentes tipos de ações e intenções, o que pode ajudar a identificar e concentrar energia no aperfeiçoamento de uma fase potencial. No mundo da comunicação global, há cinco disciplinas de inteligência estratégica e “ingenuidade tática” que podem ser usadas para gerenciar a si próprio ou sua equipe em uma negociação: 1. Autocontrole: Envolve a capacidade de ir além da autoconsciência e empregar a habilidade de quebrar espirais negativas e comportamentos reativos. A cada rodada deve-se manter fiel a seus interesses de longo prazo. 2. Modelos mentais: Analise os seus modelos mentais que limitam o que você acredita ser possível ou previsões sobre áreas que não foram discutidas. 3. Visão: Você deve saber o que deseja e ter uma visão do que considera sair-se bem sucedido. Não misture suas posições motivadas por temores com seus interesses motivados por coragem. Muitas pessoas não sabem o que desejam e criam soluções reativas de curto prazo baseadas em recursos e posicionamentos correntes. 4. Funcionalidade: Deve-se ser capaz de apresentar sua visão a outros e construir sua solução de forma que faça sentido a partir da perspectiva deles. 5. Integração: Integre estas cinco disciplinas em um único sistema de processos interligados para criar um sistema integrado de negociação. 39 UNIDADE 09 – OS CINCO PASSOS ESSENCIAIS PARA UMA BOA NEGOCIAÇÃO CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivos: Conhecer os cinco passos essenciais para uma boa negociação. Analisado quanto um dos momentos da negociação e também os tipos de negociadores é essencial compreender quais são os cinco passos para a negociação. ESTUDANDO E REFLETINDO A seguir, uma definição interessante de perfil ideal do negociador: “A ideia básica é ser firme e amistoso. É preciso ser franco e persuasivo sem usar coerção. As pessoas não devem querer falar o tempo todo e precisam ouvir interessadamente. Em outras palavras, devem saber apresentar seus pontos de vista e também compreender as preocupações dos outros. Isso é incrivelmente importante. Acredito também em ser criativo, produzir ideias nunca antes ventiladas” (FISHER, 2012) 1º passo: Planejamento é fundamental - pense antes de negociar Antes de iniciar a negociação de algo, reflita sobre os seus critérios e limites para a aquisição ou venda do bem: qual é o preço mínimo/máximo, condições de pagamento, etc. O mesmo vale para negociações profissionais: vá para a conversa sabendo exatamente o tipo de acordo que você espera e quais são as limitações da firma. 2º passo: Observar para conhecer - preste atenção Preste atenção em tudo o que está sendo dito. Não deixe espaço para entrelinhas e assuntos mal esclarecidos: entenda toda a questão e, enquanto escuta, desenvolva contra-argumentos e novas propostas. 40 3º passo: Controle suas emoções - controle sua postura Saiba se posicionar durante a argumentação – não só se posicionar com argumentos, mas também fisicamente. Evite cobrir a boca, ficar curvado ou assumir a postura de quem está tenso. Lembre-se: o seu corpo fala e é por isso que incluímos neste curso o Quociente de Inteligência Emocional para que se possa desenvolvê-lo. 4º passo: Seja estratégico em suas palavras - não fale mais do que deve Ao contrário do que alguns pensam, falar muito não demonstra que você tem conhecimento do assunto, tampouco que está se saindo bem na negociação. O que acontece é justamente o contrário. A pessoa que não permite que o outro fale está cometendo um erro gravíssimo, pois para fechar um negócio é necessário chegar a um consenso, e isso só será conseguido conciliando ambas as opiniões. Tenha em mente que quando apenas uma pessoa fala não existe uma conversa, mas sim um monólogo. 5º passo: Empatia - saiba ver o outro lado Tal como você, a pessoa que está na negociação também deseja obter o máximo de vantagens possível. Logo, se os dois assumirem posturas irredutíveis, dificilmente um bom negócio será fechado. Procure sempre conciliar ideais da melhor forma e ouvir o que a outra parte tem a dizer, pois é dessa forma que as possibilidades de fechar um negócio perfeito surgirá. BUSCANDO CONHECIMENTO Com relação às táticas de negociação, sempre deveremos considerar diversos fatores, como: • TEMPO: 1. Estender o tempo (Vencer pelo cansaço...Ter paciência...) 41 2. Precipitar o desfecho (Ë agora ou nunca... É pegar ou largar...) 3. Adiar (Vamos aguardar uma melhor oportunidade...) 4. Fixar limites (Vamos manter a reserva até... Vamos manter o desconto até...) 5. Usar o elemento surpresa (Aceito sua condição...) • INFORMAÇÃO: 1. Simulação de cenários ( Que aconteceria se...) 2. Mudança de perspectiva (Coloque-se no meu lugar...) 3. Comparação de alternativas (A opção “A” tem as seguintes vantagens...) 4. Dissimulação (Não vem ao caso dar ênfase a esse aspecto...) 5. Confusão (Colocar todos os dados possíveis sem obediência a critérios ou prioridades) 6. Fornecer informações parciais ou tendenciosas (só os aspectos positivos ou só os negativos) 7. Usar informações privilegiadas (Soube por tal fonte que... Sob o ponto de vista técnico...)
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