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O acidente radiológico de Goiânia

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ACIDENTE RADIOLÓGICO DE GOIÂNIA
Introdução
O acidente de Goiânia demonstra a importância da informação, do conhecimento. Muitas pessoas não sabem, mas o Brasil já teve sua versão de Chernobyl, com muita morte e pouca informação mesmo depois de mais de 30 anos.
A discreta capital de Goiás, no centro do Brasil, colocava em evidência o protagonista do maior acidente radiológico do mundo, uma cápsula violada de césio 137, que, negligentemente abandonada, indevidamente removida, imprudentemente aberta e inadvertidamente manipulada, espalhou o terror entre uma população que nem desconfiava da existência de tal risco tão próximo de seus lares.
Causou quatro mortes e dezenas de vítimas graves, o césio 137 passou a ser visto como um perigoso assassino, por conta de uma desastrosa sucessão de erros que levou à remoção daquele estranho material de belo brilho azulado da segurança de seu invólucro de chumbo, onde foi enclausurado para cumprir a missão de ajudar a salvar vidas, não de tirá-las.
Desenvolvimento
1- Explicações Científicas
-O que é Radioatividade? Logo após descoberta do Raio-X, o físico francês, Antorne Henri BECQUEREL descobriu determinado material, o URÂNIO, emitia radiações espontaneamente. A palavra radioatividade vem do latim radius (=”raio”) e é a desintegração espontânea do núcleo atômico. Tempos depois o casal, Pierre e Marie Curie, estudando os componentes do minério de Urânio encontram fontes radioativas muito mais fortes que o próprio elemento. Dessa forma, descobriram novos elementos químicos ao qual chamaram Rádio (Ra), Tório (Th) e o Polônio. 
-Acidente Radioativo e Radiológico_ existe uma classificação diante do material que desencadeou o acidente, o fim que esse material estava tomando, se era para fins de obtenção de energia ou fim de pesquisa é chamado de Acidente Radioativo, se for para qualquer outro fim q não esses dois é Acidente Radiológico.
	Outro conceito importante:
	Contaminação radioativa x Irradiação Radioativa_ contaminação tem contato direto com o material radioativo (Ex. Leide das Neves); se está próximo sem o contato direto é irradiação (Ex. muitas pessoas foram irradiadas no acidente), muitos alimentos são irradiados para ser conservado, evitar oxidação; assim também é feito com os órgãos transplantados. Todo contaminado irradia, mas nem toda espécie irradiada está contaminada, irradiado não contamina.
-O que é Radioterapia?
É a especialidade que ataca a doença através da emissão de radiação controlada diretamente nas células cancerígenas. E entre os elementos que têm sua radiação usada para este fim está justamente o césio-137, além do rádio-226 e o cobalto-60. 
Esses elementos ficam em uma cápsula, fonte radiativa, emitindo radiações utilizado para bombardear com precisão células cancerígenas e destruí-las sem afetar os tecidos próximos. Dentro do aparelho e da blindagem, usado sob as condições especificadas, não há contato direto entre o paciente e o material radiativo, apenas um feixe de partículas oriundo da fonte é milimetricamente direcionado à área afetada.
Materiais radiativos como césio 137 emitem radiações ionizantes, feixes de partículas ou de ondas eletromagnéticas capazes de atravessar corpos sólidos, afetando durante o trajeto suas estruturas atômicas. Radiações ionizantes de alta intensidade podem provocar lesões nas células e tecidos vivos, causando uma série de efeitos nocivos que caracterizam o chamado envenenamento por radiação.
Isso aconteceu em Goiânia porque as vítimas tiveram contato físico direto com o material radiativo removido da cápsula protetora. Assim, não só foram expostas à intensidade máxima de radiação sem nenhum controle, como a exposição se deu por tempo prolongado, fatores decisivos para que o envenenamento radiativo se dê.
Na radioterapia, intensidade, tempos de exposição e direcionamento do feixe radiativo são cuidadosamente controlados de modo que apenas as células cancerígenas sejam atingidas e destruídas. Nos equipamentos modernos de radioterapia o Cobalto-60 substitui o césio-137 como fonte radiativa por apresentar melhores resultados técnicos e terapêuticos.
-O que é césio-137?
O césio-137 é um radioisótopo, ou seja, um isótopo radiativo do césio. Isótopos de um elemento químico são as variações de massa atômica que este elemento pode apresentar. Assim, os isótopos de um mesmo elemento têm o mesmo número atômico (Prótons) e diferentes números de massa.
O número de massa é a soma dos prótons e nêutrons presentes no núcleo do átomo. Na maioria dos elementos o número de prótons e nêutrons é igual ou próximo, mas alguns isótopos possuem muito mais nêutrons do que prótons, e em virtude disso seus núcleos se tornam instáveis e emitem radiações. Por isto são chamados de isótopos radiativos ou radioisótopos.
Descoberto em 1860, por Kirchhoff e Bunsen, o elemento químico césio tem número atômico (Prótons) 55 e seus isótopos mais relevantes são o 133 e o radiativo 137. Assim, o césio-137 é um radioisótopo do césio que tem em seu núcleo 55 prótons e 82 nêutrons. Libera esses nêutrons excedentes em forma de energia afim de reduzir sua massa. Essa energia liberada é a popular radiação que, no caso do césio-137, propaga-se em forma de raios Gama. 
Sua meia-vida, o tempo necessário para que sua atividade radiativa caia pela metade, é de trinta anos e, conforme se desintegra pela emissão radiativa, forma Bário-137. Na natureza apresenta-se como um metal alcalino, mas pode ser obtido da fissão nuclear do urânio ou plutônio.
Como em sua forma alcalino-metálica o césio se apresenta no estado líquido à temperatura ambiente, sua utilização era feita no formato de sais, como o cloreto de césio, muito parecido com o sal de cozinha, mas que no escuro emite o brilho cristalino azulado que fascinou e contaminou em Goiânia.
O desastre brasileiro com Césio-137 
Mas tudo isso foi só para você entender que radiação é uma coisa normal na natureza (produzida pelo nosso corpo, inclusive) e não é, necessariamente, perigosa. O próprio césio-137 é seguro contanto que não entre em contato direto com a sua pele ou que você não seja exposto à sua radiação por tempo excessivo e sem as medidas de segurança sendo rigorosamente respeitadas. 
E essa mesma radiação que é empregada na radioterapia. Através de uma máquina isolada com chumbo o enfermo tem a parte acometida pela doença exposta à radiação e pronto. É só deixar a natureza seguir o seu curso. As células cancerígenas irão absorver a radiação emitida, maximizando o dano no tumor e minimizando o dano em tecidos vizinhos normais, já que, por se dividirem com muita frequência, as células tumorais são mais sensíveis à radiação do que as células sadias. Dessa forma a radiação interrompe a metástase e mata o tumor.  
Além da medicina o Césio-137 tem diversas outras aplicações, principalmente naquilo que diz respeito à aferição. Ele é usado para calibrar equipamentos de detecção de radiação, em medidores de vazão, medidores de espessura, medidores de densidade de umidade e em dispositivos que medem a profundidade geológica de algum buraco, entre outras coisas. O césio-137 é usado até mesmo para datar em vinhos e evitar falsificações. 
O isótopo só não tem uma aplicação mais ampla porque é quimicamente reativo e difícil de manusear. Além disso os sais de césio são solúveis em água, o que pode fazer com que o menor vazamento acabe incorrendo em uma contaminação de proporções enormes se atingir um manancial ou fonte de abastecimento.
2-História
Em 13 de setembro de 1987, dois catadores de material reciclável encontraram um aparelho utilizado em radioterapias que estava dentro do Instituto Goiano de Radioterapia, desativado em 1985, localizado no Centro de Goiânia, capital de Goiás. 
Ocorre que o aparelho de radioterapia utilizava o Cloreto de Césio 137 em pó como fonte de energia. Com intuito de vendar o aparelho, os catadores levam a máquina para casa, em dois dias sentem os primeiros sintomas de radioatividade: náuseas, vômitos, tonturas e diarreia.
Os catadores vendem a máquina a um ferro-velho (18.09.87),o dono do ferro-velho pede a dois funcionários para desarmar a máquina, eles encontram a cápsula onde estava o Césio 137, conseguem abrir e retirar 19g do pó Césio 137.
Deslumbrado com o “pó que brilha” no escuro, o dono do ferro-velho (Devair), leva para sua casa, pensando ser algo de valor. Logo muitos curiosos foram a sua casa para conferir a novidade. Assim como os catadores, todos que tiveram perto da substância tiveram os mesmos sintomas de indisposição, mas até então não se suspeitava da causa, os médicos trataram como uma intoxicação alimentar.
O irmão (Ivo) do dono do ferro-velho (Devair), que também o visitou, levou um pouco da substância para casa (24.09.87). Mostrou para toda a família, sua filha Leide de 6 anos pegou a substância e adorou, manuseou o mesmo por alguns minutos. Com as mãos contaminadas Leide ingere um avo cozido, ingerindo assim diretamente o Césio 137.
Dia 28 de setembro, Maria Gabriela, esposa do dono do ferro-velho (Devair), percebe que todas as pessoas que adoeceram, tiveram contato com o material brilhante, resolveu leva a cápsula onde estava o Césio 137 à Vigilância Sanitária que, esperando um técnico, deixou a cápsula por dois dias sobre uma cadeira, o técnico identificou que era um material altamente radioativo, evitando a tempo que bombeiros descartassem o material em um rio da região que abastecia a cidade.
Somente dois dias depois os técnicos da Comissão de Energia Nuclear e policiais militares começaram a descontaminação da região. 
3- Ações Realizadas
Demora na detecção
O físico Walter Mendes Ferreira, membro da equipe da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) deslocada até Goiânia, foi o primeiro profissional a descobrir que se tratava de um acidente radiológico: através do uso de dois detectores - em momentos distintos - Walter determinou os altos níveis de radiação, o que permitiu a adoção de uma série de medidas de remediação, incluindo o correto diagnóstico das vítimas. A atuação do profissional inclusive foi decisiva na não ampliação da tragédia: um bombeiro, por desconhecimento, iria descartar o material em fluxo de água corrente. 
O governo da época tentou minimizar o acidente escondendo dados da população, que foi submetida a uma "seleção" no Estádio Olímpico Pedro Ludovico; os governantes da época escondiam a tragédia da população, que aterrorizada procurava por auxílio, dizendo ser apenas um vazamento de gás. Outra razão é que Goiânia sediava, na época, o GP Internacional de Motovelocidade no Autódromo Internacional Ayrton Senna e o governador do estado Henrique Santillo não queria que o pânico fosse instalado nos estrangeiros.
Dois dias depois os técnicos da Comissão de Energia Nuclear e policiais militares começam a descontaminação da região. Mais de 112 mil pessoas formaram filas no Estádio Olímpico em Goiânia onde foram analisadas em meio a tendas do exército e pessoas com "roupas de astronauta". Destes, mais de uma centena delas continha níveis críticos de césio-137 no organismo. Pessoas fazem fila para verificarem seus níveis de radiação no organismo.
A CNEN mandou examinar toda a população da região. No total 1000 pessoas foram expostas aos efeitos do césio, muitas com contaminação corporal externa revertida a tempo. Destas, 129 pessoas apresentaram contaminação corporal interna e externa concreta, vindo a desenvolver sintomas e foram apenas medicadas. Porém, 49 foram internadas, sendo que 21 precisaram sofrer tratamento intensivo; destas, quatro não resistiram e acabaram morrendo. 
Após terem sido feitos os testes de níveis de radiação na população, aqueles que tiveram contato direto com o material foram imediatamente transferidas para o Rio de Janeiro onde passariam a ser tratadas no Hospital da Marinha. Um dos encarregados em medir o nível de contaminação conta que pensou estar quebrado a máquina de testes já que a garotinha Leide marcou um valor de 2500 rads, unidade usada para medir radiação, quando um ser humano com uma quantidade acima do normal é de cerca de 20 rads.
Muitas casas foram esvaziadas, e limpadores a vácuo foram usados para remover a poeira antes das superfícies serem examinadas para detecção de radioatividade. Para uma melhor identificação, foi usada uma mistura de ácido e tintas azuis. Telhados foram limpos a vácuo, mas duas casas tiveram seus telhados removidos. Objetos como brinquedos, fotografias e utensílios domésticos foram considerados material de rejeito. O que foi recolhido com a limpeza foi transferido para o Parque Estadual Telma Ortegal. Até hoje todos os contaminados ainda desenvolvem enfermidades relativas à contaminação radioativa, fato este muitas vezes não noticiado pela mídia brasileira.
As vítimas foram enterradas em caixões lacrados de fibra de vidro e revestidos com chumbo, pesando mais de 700 kg cada um. Além de serem enterrados em um local do cemitério que até hoje está impossibilitado de receber "vizinho" as covas foram tapadas com centenas de quilos de concreto puro. A incerteza sobre o impacto da contaminação era tão grande na época que 11 caixões especiais chegaram a ser confeccionados. 
Mas nem mesmo a morte de quatro inocentes pode ser considerada a parte mais triste deste episódio. No momento a ignorância causada pela falta de informação veio à tona e populares tentaram barrar o enterro atirando nos funcionários do cemitério pedras, tijolos, madeiras e todo o tipo de coisa que pudessem encontrar. O "protesto" era contra o sepultamento dos corpos naquele local. Caixões precisaram ser levantados por guindastes. 
Após trinta anos do desastre radioativo, as várias pessoas contaminadas pela radioatividade reclamam por não estarem recebendo os medicamentos, que, segundo leis instituídas, deveriam ser distribuídos pelo governo. E muitas pessoas contaminadas ainda vivem nas redondezas da região do acidente, entre as Ruas 57, Avenida Paranaíba, Rua 74, Rua 80, Rua 70 e Avenida Goiás; essas pessoas não oferecem, contudo, mais nenhum risco de contaminação à população.
Em uma casa em que o césio foi distribuído, a residente, esposa do comerciante vizinho à Devair, jogou o elemento radioativo no vaso sanitário e, em seguida, deu descarga. O imóvel ficou conhecido como "casa da fossa". Entretanto, a Saneago alegou que a casa não possuía fossa, sendo construída com cisterna, para a população não pensar que a água da cidade estaria hipoteticamente contaminada.
Lixo atômico
A limpeza produziu 13 500 quilogramas de lixo atômico, que necessitou ser acondicionado em 14 contêineres que foram totalmente lacrados. Dentro destes estão 1 200 caixas e 2 900 tambores, que permanecerão perigosos para o meio ambiente por 180 anos[8]. Para armazenar esse lixo atômico e atendendo às recomendações do IBAMA, da CNEN e da CEMAM, o Parque Estadual Telma Ortegal foi criado em Goiânia, hoje pertencente ao município de Abadia de Goiás, onde se encontra uma "montanha" artificial onde foram colocados no nível do solo, revestida de uma parede de aproximadamente 1 (um) metro de espessura de concreto e chumbo.
A CNEN ativou, posteriormente, o Centro Regional de Ciências Nucleares do Centro-Oeste (CRCN-CO), como Unidade Técnico-Científica com competência principal de exercer o controle institucional do Depósito Final de rejeitos radioativos do Césio-137.
Revitalização da região
Somente no final dos anos 90, a região começou a passar uma imagem menos "assustadora" para os novos inquilinos, através de ações do município e do governo estadual para a revitalização da região, revalorizando as casas que estavam nas imediações do acidente. 
Em questão de poucos anos, o valor das casas da região central já era entre duas a três vezes maior do que na época do acidente. No início de 2006, a prefeitura de Goiânia resolveu revitalizar o antigo Mercado Popular, sendo reinaugurado em novembro de 2006 com a edição 2007 da Casa Cor Goiás, com a presença de autoridades municipais e estaduais. Em fevereiro de 2007, o Mercado Popular passou a ser um ponto turístico da cidade, por possuir uma feira gastronômica todas as sextas-feiras à noite,sempre acompanhada de música ao vivo.
Aos poucos, a região atingida pelo acidente vem sendo valorizada, aumentando o interesse de grandes empreiteiras construírem prédios de luxo, onde antes eram apenas casebres abandonados. 
4- Consequências
Vítimas fatais
· Leide das Neves Ferreira, de 6 anos (6,0 Gy, 600 REM), era filha de Ivo Ferreira e foi a vítima com a maior dose de radiação do acidente. Inicialmente, quando uma equipe internacional chegou a tratá-la, ela estava confinada a um quarto isolado no hospital porque os funcionários estavam com medo de chegar perto dela. Ela desenvolveu gradualmente inchaço na parte superior do corpo, perda de cabelo, danos nos rins, pulmões e hemorragia interna. Ela morreu em 23 de outubro de 1987 de septicemia e infecção generalizada no Hospital Naval Marcílio Dias, no Rio de Janeiro. Ela foi enterrada em um cemitério comum em Goiânia, em um caixão especial de fibra de vidro revestida com chumbo para evitar a propagação da radiação. Apesar destas medidas, ainda houve um início de tumulto no cemitério, onde mais de 2 000 pessoas, temendo que seu cadáver envenenasse toda a área, tentaram impedir seu enterro usando pedras e tijolos para bloquear a rua do cemitério. Depois de dias de impasse, Leide foi enterrada em um caixão de chumbo lacrado, erguido por um guindaste, devido às altas taxas de radiação e para que esta fosse contida.
· Maria Gabriela Ferreira, de 37 anos (5,7 Gy, 570 REM), esposa do proprietário do ferro-velho Devair Ferreira, ficou doente cerca de três dias depois de entrar em contato com a substância. Seu estado de saúde piorou e ela desenvolveu hemorragia interna, principalmente nos membros, nos olhos e no trato digestivo, além da perda de cabelo. Ela morreu em 23 de outubro de 1987, cerca de um mês após a exposição.
· Israel Baptista dos Santos, de 22 anos (4,5 Gy, 450 REM), foi um empregado de Devair Ferreira que trabalhou na fonte radioativa principalmente para extrair o chumbo. Ele desenvolveu doença respiratória grave e complicações linfáticas. Acabou por ser internado no hospital e morreu seis dias depois, em 27 de outubro de 1987.
· Admilson Alves de Souza, de 18 anos (5,3 Gy, 530 REM), também foi funcionário de Devair Ferreira, que também trabalhou na fonte radioativa. Ele desenvolveu lesão pulmonar, hemorragia interna e danos ao coração. Morreu em 28 de outubro de 1987.
Outras vítimas posteriores
· Devair Alves Ferreira, o dono do ferro-velho sobreviveu em primeira mão à exposição, apesar de ter recebido 7 Gy de radiação. Os efeitos corporais incluíram a perda de cabelo e problemas em diversos órgãos. Sentindo-se culpado por abrir a cápsula, tornou-se alcoólatra e contraiu câncer pela radiação, morrendo 7 anos depois, em 1994.
· Ivo Ferreira, pai da menina Leide das Neves Ferreira, teve baixa contaminação. No entanto, tornou-se depressivo depois da morte da filha e passou a fumar em torno de seis maços de cigarro por dia, falecendo por enfisema pulmonar em 2003, 16 anos depois.
Além das quatro mortes imediatas o Estado de Goiás admite, oficialmente, que 16 pessoas morreram até hoje em decorrência do desastre. Segundo o Ministério Público estadual esse número de mortes sobe para 66 vítimas, ou, mais de 80 de acordo com associações de amparo às vítimas.
Entre as vítimas não fatais mais graves estão os catadores dos quais um deles teve o antebraço amputado na época do acidente e o outro corre o risco, ainda hoje, de ter de amputar o pé por conta das queimaduras provocadas pelo período de longa exposição à radiação. Isso sem contar os diversos dedos, queimaduras, enxertos, etc. que muitas pessoas precisaram fazer. Mas segundo estes sobreviventes o pior de tudo foi o estigma e preconceito pelos quais eles passaram na época da tragédia.
A Associação das Vítimas do Césio 137 afirma que até o ano de 2012, quando o acidente completou 25 anos, cerca de 104 pessoas morreram nos anos seguintes pela contaminação, decorrente de câncer e outros problemas, e cerca de 1 600 tenham sido afetadas diretamente. Os resultados para as 46 pessoas com maior nível de contaminação estão mostrados no gráfico de barras acima. Várias pessoas sobreviveram, apesar das altas doses de radiação. Isto pode ter acontecido, em alguns casos, porque receberam doses fracionadas. Com o tempo, os mecanismos de reparo do corpo poderão reverter o dano celular causado pela radiação. 
Após o acidente, os imóveis em volta do acidente radiológico tiveram os seus valores reduzidos, pois quem morava na região queria sair daquele lugar, mas o medo da população da existência de radiação no ar impedia a compra e construção de novas habitações[8]. Além da desvalorização dos imóveis, por muito tempo a população local passou por uma certa discriminação devido ao medo de passar a radiação para outras pessoas, dificultando o acesso aos serviços, educação e viagens. Muitas lojas e o comércio que existiam antes do acidente acabaram fechando ou mudando de endereço, sobrando alguns poucos comerciantes que ainda resistiam em continuar na região.
Repercussão
O acidente foi descrito em vários documentários internacionais, além de filmes, programas de televisão, canções, artigos acadêmicos, teses e dissertações e livros. 
Cinema
· O acidente radioativo é mencionado no premiado curta-metragem Ilha das Flores, escrito e dirigido por Jorge Furtado.
· Em 1990, Roberto Pires dirigiu o filme Césio 137 - O Pesadelo de Goiânia, que faz uma dramatização do acidente.
Livros
· O livro "Além do véu da morte" de Thiago Lucarini tem um capítulo reservado ao incidente. Nele um homem acompanha a morte e assiste ao desastre.
· O livro Blindfold Game de Dana Stabenow faz uma menção ao incidente.
· O conto "Witch Baby" de Francesca Lia Block menciona o acidente; muitos dos personagens foram criados a partir de um artigo que a autora leu sobre o incidente.
· O livro "Goiânia rua 57 o nuclear na terra do sol" de Fernando Gabeira faz uma análise do ocorrido.
· O livro "A Menina que Comeu Césio", do jornalista Fernando Pinto, descreve os acontecimentos a partir de depoimentos e relatos colhidos in loco pelo autor.
· O livro "De pernas pró ar- A escola do mundo ao avesso" de Eduardo Galeano também menciona o episódio.
· O livro "Radiation Narratives and Illness: The politics of memory on the Goiânia Disaster", da antropóloga Telma Camargo da Silva analisa este evento crítico.
· O livro "Sapo Césio", um conto sobre um sapo que foi contaminado ainda quando girino, quando o césio que foi despejado na privada, chegou até o lago onde morava, fazendo uma ponte ao incidente.
· O livro Estética da Catástrofe, do historiador Eliézer Cardoso de Oliveira, analisa as produções estéticas e culturais inspiradas no Acidente ocorrido em Goiânia.
· O livro "Pão Cozido debaixo de brasa", do escritor Miguel Jorge, é uma representação do acidente.
Música
· Em 1988, o cantor e compositor italiano Angelo Branduardi lançou a canção "Miracolo a Goiânia" no álbum Pane e Rose. Esta canção conta o diálogo que teria ocorrido entre as pessoas envolvidas no acidente.
· Em 1992, o cantor e compositor panamense Rubén Blades lançou a canção "El Cilindro" no álbum Amor y Control. Esta canção conta uma história que teria ocorrido com um dos protagonistas do acidente.
· Na música "O Bandido da Lupa Vermelha", Patrick Horla faz menção ao ocorrido.
· Em 1995, a dupla uruguaia Larbanois-Carrero gravou a música "Goiânia" no álbum "Identidades" falando do episódio.
· Em 1988, foi formado em Goiânia a banda Horrores do Césio-137(HC 137). O som da banda caracterizava-se pela pegada Hardcore e Punk-rock com letras que tratavam dos efeitos da radioatividade.
Televisão
· O episódio "Thine Own Self" de Star Trek: The Next Generation, que foi ao ar em 14 de fevereiro de 1994, apresenta algumas similaridades ao acidente.
· O episódio do dia 9 de agosto de 2007 do programa Linha Direta da Rede Globo teve como tema o acidente, que completava vinte anos.
· O episódio "Daddy's Boy" da segunda temporada do seriado americano House, M.D. apresenta uma trama similar à do incidente,onde o pai de um menino é dono de um ferro-velho, e dá a ele uma espécie de chaveiro feito de chumbo que é radioativo, e causa uma série de problemas à saúde do garoto.
· Um episódio do desenho animado The New Adventures of Captain Planet foi escrito fazendo um paralelo com o incidente. Nele, um grupo de crianças encontram uma fonte radioativa em um equipamento médico abandonado e, consequentemente, contaminam-se, embora os heróis intervenham antes que as mortes ocorram.
5-Responsabilização
A Bomba de Césio-137, funcionava numa máquina de radioterapia modelo CESAPAN F/ 3.000, fabricada na Itália, marca Generaly, adquirida em São Paulo, no ano de 1972.
Posteriormente, foi solicitado autorização para operar uma Bomba de Cobalto-60, modelo “Júpiter Jr. II”, da Generaly.
Em 1985 a médica Isis retirou-se da sociedade, permanecendo o médico Carlos e foram incluídos como sócios os médicos Orlando e Criseide. Nessa época a bomba de césio já estava em desuso. 
Naquela ocasião, havia uma demanda judicial entre a Santa Casa de Misericórdia e Amaurillo, proprietário do prédio situado na Av. Paranaíba, nº 1587, uma vez que a construção era sobre o terreno da Santa Casa, àquele cedido.
Com a venda pela Santa Casa de Misericórdia do terreno ao Instituto de Previdência e Assistência do Estado de Goiás – IPASGO, com total conhecimento e acompanhamento do Governo do Estado de Goiás, intensificaram-se as pressões para que o Instituto Goiano de Radioterapia – I.G.R. desocupasse a área.
Por intermédio do então Presidente do IPASGO, os proprietários do I.G.R. obtiveram empréstimo junto à CAIXEGO, e construíram nova sede na Rua 1-A, nº 305, Setor Aeroporto, para onde levaram apenas a Bomba de Cobalto-60, abandonando, sem qualquer cautela, a Bomba de Césio-137, no prédio da Av. Paranaíba, embora soubessem do risco que isso representava.
Em momento algum, os proprietários do I.G.R., ou o físico nuclear por estes contratado, Flamarion, comunicaram à CNEN ou à Secretaria Estadual de Saúde, que estavam desativando a Bomba de Césio-137, e tampouco que haviam abandonado nas antigas instalações da Clínica, na Av. Paranaíba.
Até mesmo a mudança da Bomba de Cobalto-60, se deu sem autorização da CNEN, uma vez que sua instalação, na nova sede, ainda não havia sido aprovada.
Com a mudança de sede, o prédio da Av. Paranaíba ficou abandonado, sendo que em 04 maio de 1987, Amaurillo contratou pedreiros para retirar do prédio os materiais de construção que ainda pudessem ser reaproveitados, pois este já se encontrava em ruínas. Contudo, no momento em que o material era colocado em dois caminhões, a Polícia Militar de Goiás o apreendeu, levado para o depósito do IPASGO, que já era o novo proprietário do imóvel.
Responsabilidade Civil objetiva da União_ Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) órgão Federal
Responsabilidade Civil objetiva por dano ambiental privado_
Os responsáveis por abandonar a cápsula no prédio desativado do Instituto Goiano de Radiologia foram denunciados pelo Ministério Público Federal em Goiás por homicídio e lesão corporal culposos em  novembro de 1987. 
Os médicos Carlos de Figueiredo Bezerril, Criseide Castro Dourado, Orlando Alves Teixeira, Amaurillo Monteiro de Oliveira e o físico responsável, Flamarion Barbosa Goulart, foram condenados nos anos 1990. Eles cumpriram pena em regime semi-aberto, à exceção de Amaurillo. Após recorrer da sentença, obtiveram habeas corpus e prestaram um ano de serviços comunitários. Em 1998, a pena foi extinta por decreto presidencial.
Conclusão
30 anos se passaram desde o desastre acontecido com o vazamento de césio-137 em Goiás, mas o assunto, que deveria ser ensinado nas escolas para que não fosse esquecido e nunca mais se repetisse, é cada vez menos lembrado, sendo desconhecido pelas gerações mais novas.
E ne você é um daqueles que nunca havia ouvido falar, conheceu um pouco uma triste história causada por um misto de negligência, desinformação e ignorância que causou a morte de dezenas de pessoas e deixa marcas até hoje.
Referências
 Frederico Borges de Almeida. «O Acidente Radioativo em Goiânia». Brasil Escola. Consultado em 16 de julho de 2012 
  «Escala Internacional de Acidentes Nucleares» 
  «O maior acidente radiológico do mundo». G1. Consultado em 18 de junho de 2019 
  «Goiânia´s Legacy Two Decades On». International Atomic Energy Agency. Consultado em 18 de junho de 2019 
  Vanessa Andrade. «Césio 137 e o maior acidente nuclear do Brasil». Cola da Web. Consultado em 16 de julho de 2012 
  International Atomic Energy Agency. The Radiological Accident in Goiânia. Vienna, 1988, pp. 18-22, ISBN 92-0-129088-8 
  «Idem, p. 18.» 
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