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Condutas e Procedimentos em Laboratório -(Radiação)

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Leitura de Texto sobre 
Radiação - TEXTO I 
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● ​Disponível​ 25 mar em 0:00 - 30 abr em 23:59 ​aproximadamente 1 mês 
Radiação 
 ​ Radiação é energia que se propaga a partir de uma fonte emissora através 
de qualquer meio, podendo ser classificada como energia em trânsito​.​ A 
radiação pode se apresentar também em forma de onda eletromagnética, 
constituída de campo elétrico e campo magnético oscilantes, perpendiculares 
entre si e que se propagam no vácuo. 
Ela se apresenta em forma de partícula atômica ou subatômica energética, tais 
como partículas alfa, elétrons, pósitrons, prótons, nêutrons etc.​, que podem ser 
produzidos em aceleradores de partículas ou em reatores. As partículas alfa, os 
elétrons e os pósitrons são também emitidos espontaneamente de núcleos dos 
átomos radioativos. 
 Uma onda eletromagnética é caracterizada pelo ​comprimento de onda​ ou pela 
frequência da onda ​e as várias faixas constituem o espectro eletromagnético, indo 
de ondas de frequência extremamente baixa, passando por ondas de rádio, de TV, 
micro-ondas, radiação infravermelha, luz visível, radiação ultravioleta até chegar aos 
raios X e raios gama. 
A teoria mais moderna, a ​da dualidade onda-partícula​, desenvolvida por Max 
Planck e por Albert Einstein a partir de 1901 e posteriormente por Louis de Broglie, 
correlaciona partícula com onda, segundo a qual uma onda eletromagnética é 
emitida e propaga-se em forma de pequenos pacotes de energia chamados fótons. 
 
https://famonline.instructure.com/courses/6992/assignments/27428#
Radiação Ionizante 
 A radiação ionizante que é aquela capaz de arrancar um elétron de átomo. Nesse 
processo chamado ionização forma-se o par íon negativo e íon positivo. Os elétrons 
estão ligados a átomos por forças elétricas de diferentes valores, dependendo da 
sua localização. ​Quanto mais próximo do núcleo, maior é a força de atração entre o 
elétron e o núcleo, positivamente carregado​. A radiação ionizante pode arrancar 
qualquer elétron de um átomo se tiver energia maior que o de ligação dele ao átomo 
(Okuno; Yoshimura, 2010). 
 As partículas carregadas eletricamente como partículas alfa, betas - elétrons e 
pósitrons, quando possuem energia suficiente, são consideradas radiação ionizante 
e vão ionizando átomos que encontram em sua trajetória num dado meio até perder 
toda energia. De todo espectro das ondas eletromagnéticas somente os ​raios X e 
gama​ são radiação ionizante, isto é, têm energia suficiente para ionizar 
átomos. Os fótons de raios X e gama, diferentemente de partículas carregadas, 
perdem toda ou quase toda energia numa única interação com átomos.​ ​Os 
fótons podem também atravessar um meio sem interagir.​ Teoricamente, não há 
material nem forma de blindar todos os fótons e isso é um dos motivos da 
necessidade de proteção radiológica que dita regras quanto ao nível de radiação a 
que as pessoas expostas podem receber. 
 A ​radiação ultravioleta​ para fins de fotobiologia é considerada não ionizante por 
não ter energia para arrancar elétron de principais átomos que constituem o corpo 
humano como hidrogênio, oxigênio, carbono e nitrogênio além penetrar muito pouco 
no corpo humano. Em radiobiologia, considera-se como sendo ionizante radiação 
com energia maior do que 10 eV. Neste artigo tratamos somente de radiações 
ionizantes, e assim, quando usarmos a palavra radiação, estamos falando dessa 
categoria de radiação. 
Radiação cósmica 
 A radiação cósmica foi descoberta em 1912 pelo físico austríaco Victor 
Hess. Sua origem é extraterrestre e há fortes indícios de que ela provém de 
supernovas​, atravessa o espaço sideral, e de 85% a 90% do que atinge a 
atmosfera terrestre são prótons, de 9% a 12% são partículas alfa, e 1%, núcleos de 
elementos pesados, todos extremamente energéticos. Essas partículas interagem 
com átomos da atmosfera e criam várias outras partículas. Os astronautas ficam 
expostos à radiação cósmica primária e os aeroviários, à radiação cósmica 
secundária em voos, mais do que nós, uma vez que a atmosfera terrestre a degrada. 
Tubo de raios X 
 Os tubos de raios X contêm dois eletrodos, com um potencial elétrico acelerador 
entre eles. Os elétrons emitidos pelo ​catodo ​aquecido são atraídos para o ​anodo​, 
também chamado alvo, onde a grande maioria deles perde energia em inúmeras 
colisões, convertendo toda sua energia cinética ​em calor​. Alguns elétrons 
interagem com o campo elétrico do núcleo dos átomos do alvo, sofrem 
freamento e liberam um ​fóton de raios X​. A energia do fóton de raio X 
produzido, que varia desde próximo de zero até um valor máximo que 
corresponde a toda energia do elétron, ​depende do grau de freamento​, que 
depende do ​grau de aproximação​ do elétron do núcleo do átomo alvo.​ Ocorre 
liberação de energia em forma de um fóton de raio X, chamado raio X de 
fluorescência ou raio X característico. 
 
Efeitos biológicos das radiações ionizantes 
 Os átomos do nosso corpo estão unidos, formando moléculas muito pequenas 
como a molécula da água, e outras muito grandes como a molécula de DNA. Esses 
átomos estão unidos por forças elétricas. Quando uma ​partícula ionizante​ arranca 
um elétron de um dos átomos de uma molécula do nosso corpo, pode causar sua 
desestabilização que resulta em quebra da molécula. As várias características da 
forma de atuação da radiação no corpo humano são 
Estágios da ação 
A sequência dos estágios é a seguinte: 
● estágio físico em que ocorre a ionização de um átomo; 
● estágio físico-químico, quando ocorrem as quebras das ligações químicas 
das moléculas que sofreram ionização; 
● estágio químico, quando os fragmentos da molécula se ligam a outras 
moléculas; 
● estágio biológico que pode durar dias, semanas ou até várias dezenas de 
anos quando surgem efeitos bioquímicos e fisiológicos com alterações 
morfológicas e funcionais dos órgãos. 
 obs.: no exame de “raios X” provavelmente esses radicais livres interagindo com a 
máquina produz um efeito luminescente que permite que o paciente seja avaliado 
dessa forma. (Pensamento meu) 
Mecanismos de ação​ Eles podem ser de dois tipos: 
● mecanismo direto, quando a radiação interage diretamente com as 
moléculas importantes como as de DNA, podendo causar desde mutação 
genética até morte celular; • mecanismo indireto, quando a radiação 
quebra a molécula da água, formando assim ​radicais livres​ que podem 
atacar outras moléculas importantes. Esse mecanismo é importante, uma 
vez que nosso corpo é composto por mais de 70% de água. 
Natureza dos efeitos biológicos 
Quanto à natureza, os efeitos podem ser classificados em ​reações teciduais​ e 
efeitos estocásticos​: 
● Reações teciduais​: resultam de dose alta e somente surgem acima de 
certa dose, chamada dose limiar cujo valor depende do tipo de radiação e 
do tecido irradiado.​ Um dos principais efeitos é a morte celular: se 
poucas células morrerem, o efeito pode nem ser sentido, mas se um 
número muito grande de células de um órgão morrer, seu 
funcionamento pode ser prejudicado. ​Nessas reações, quanto maior a 
dose, mais grave é o efeito. Um exemplo é a queimadura que pode ser 
desde um leve avermelhamento até a formação de bolhas enormes. Os 
estudos epidemiológicos dos sobreviventes das bombas atômicas 
lançadas pelos americanos no Japão começaram a mostrar evidências de 
que há efeitos bastante tardios que resultam de danos nos tecidos e são 
doenças ​vasculares cardíacas​ e ​cerebrais​ além da opacificação do 
cristalino, ​a catarata​. Esses efeitos estão sendo recentemente 
comprovados com a coleta de dados de pessoas submetidas a 
radioterapia e no caso da catarata em médicos intervencionistas. 
● Efeitos estocásticos:​ são alterações que surgem em células normais, 
sendo os principais o câncer e o efeito hereditário.​ As recomendações 
de proteção radiológica consideram que ​esse tipode efeito pode ser 
induzido por qualquer dose​, inclusive dose devido a radiação natural; 
são sempre tardios e a gravidade do efeito não depende da dose, mas a 
probabilidade de sua ocorrência aumenta com a dose. Os efeitos 
hereditários ocorrem nas células sexuais e podem ser repassadas aos 
descendentes. 
 
Dose limiar para reações teciduais 
 ​ A Comissão Internacional de Proteção Radiológica definiu dose limiar como 
sendo a dose estimada que causa incidência de reações teciduais em 1% dos 
tecidos irradiados.​ O limiar de dose para indução de catarata foi estabelecido como 
sendo de 0,5 Gy, tanto para exposição aguda quanto para crônica. Foi também 
proposto o valor de 0,5 Gy como limiar de dose para doenças circulatórias, tanto 
para morbidade quanto para mortalidade.​ O ​gray, abreviado Gy​, é unidade de 
dose absorvida de radiação; corresponde à energia média da radiação 
ionizante depositada por unidade de massa da matéria.​ A dose absorvida no 
tumor em uma sessão de radioterapia é de 2 Gy. A dose letal que mata 50% dos 
seres humanos irradiados no corpo todo, cerca de 30 dias após a irradiação, é de 4 
Gy.​ Para esterilizar sementes, pimenta do reino, por exemplo, através da 
eliminação de microrganismos indesejáveis​, empregam-se doses absorvidas de 
10 kGy a 20 kGy (quilo Gray). 
 São vários os tratamentos proporcionados pela irradiação. O uso de baixas doses 
(até 1 kGy) permite eliminar insetos, ovos e larvas (desinfestação),​ podendo 
prolongar em anos a vida útil de grãos e farináceos na condição em que são 
irradiados ​(se processados nas embalagens plásticas utilizadas no varejo). Essa 
aplicação é também uma eficaz alternativa ao perigoso uso da fumigação com 
brometo de metila. 
Além disso, mesmo doses da ordem de 0,1 kGy são capazes de inibir a ação de 
enzimas responsáveis por alguns processos fisiológicos, permitindo estender em 
vários meses o tempo de conservação de bulbos e tubérculos por inibição do 
brotamento; e de frutas (em algumas semanas), por retardo do amadurecimento 
(banana, mamão, manga, goiaba, melão etc). 
 
 
 Doses intermediárias (entre 1 e 10 kGy) promovem a melhoria da qualidade 
higiênica e a extensão da vida útil (tipicamente, em algumas semanas) de vários 
produtos (ex.: morango e carnes), seja por redução da carga microbiana; inativação 
de fungos (ex: amendoim) ou eliminação completa de bactérias patogênicas em 
alimentos vulneráveis à contaminação por ​Salmonella​ spp​.; ​E​. ​Coli​ OH:157; 
Staphylococcus aureus​ e ​Listeria monocytogenes​, dentre várias outras bactérias 
perigosas. 
 Exemplos de alimentos tratados com doses entre 2 e 7 kGy são: carnes bovina 
e suína, frangos, frutos do mar e crustáceos. Tais doses permitem descontaminar os 
produtos sujeitos ao ataque de vários tipos de agentes patogênicos (inclusive o 
vibrião da cólera); melhora a qualidade sanitária, reduzindo a microbiota deteriorante 
e viabiliza a armazenagem de peixes, sem escamar nem estripar, por mais de 30 
dias sob refrigeração, sem a necessidade do uso do congelamento. Algumas 
bebidas também podem ser envelhecidas com o uso de doses intermediárias de 
irradiação. Alimentos crus, prontos para o consumo e minimamente processados 
constituem ótimos exemplos de candidatos ao tratamento por irradiação, visando à 
garantia da segurança alimentar. 
 Por fim, doses elevadas (iguais ou superiores a 10 kGy) são usadas na 
descontaminação de especiarias e condimentos, como por exemplo, a pimenta do 
reino, na esterilização de rações especiais para militares e pacientes 
imunodeprimidos, ou no tratamento de rações animais. Esporos das bactérias 
Clostridiumbotulinum​ ​e ​Bacillus cereus​ podem ser completamente inativados pela 
aplicação de doses (12D10) iguais a 31 kGy e 46 kGy, respectivamente. 
 Os astronautas da NASA, por exemplo, consomem refeições esterilizadas por 
radiação gama, as quais, mantidas em embalagens apropriadas, continuam frescas, 
saborosas e apropriadas para o consumo por um período de até cinco anos à 
temperatura ambiente. 
 
 
Modificado de 
https://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/tecnologia_de_alimentos/arvore/CON
T000fjlb22hl02wyiv80sq98yq94hs31y.html 
 (Links para um site externo.) 
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40142013000100014 
Leitura dos Textos 
sobre Radiação 
TEXTO II 
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5 acidentes radioativos recentes que chocaram o mundo e deixaram mortos 
08/02/2016 às 09:48 3 min de leitura 
1. Máquina Therac-25, 1985-1987 
https://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/tecnologia_de_alimentos/arvore/CONT000fjlb22hl02wyiv80sq98yq94hs31y.html
https://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/tecnologia_de_alimentos/arvore/CONT000fjlb22hl02wyiv80sq98yq94hs31y.html
https://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/tecnologia_de_alimentos/arvore/CONT000fjlb22hl02wyiv80sq98yq94hs31y.html
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40142013000100014
https://famonline.instructure.com/courses/6992/assignments/27425#
O Therac-25 é o nome de uma máquina de radiografia fabricada pela Atomic Energy 
of Canada (AECL) em 1985. Esse dispositivo "assassino" foi responsável pela morte 
de três pacientes entre 1985 e 1987. A causa da morte dessas pessoas foi o 
envenenamento por radiação. O problema estava na quantidade de radiação emitida 
em seu funcionamento. Enquanto um paciente deveria receber cerca de 200 rads, a 
Therac-25 bombardeava as pessoas com o valor absurdo de 15 mil e 20 mil rads. 
Cinco dessas máquinas foram enviadas para os Estados Unidos, e seis delas 
permaneceram no Canadá. 
2. Césio-137, Goiânia, 1987 
Um dos casos mais recentes de desastre envolvendo a radiação no Brasil aconteceu 
em 1987, na cidade de Goiânia, em Goiás. A situação só foi contornada porque a 
esposa de um dos catadores levou a cápsula de Césio-137 para a sede da Vigilância 
Sanitária, que identificou o elemento e conteve o problema. 
3. Kramatorsk, Ucrânia, 1989 
No ano de 1989, em Kramatorsk, na Ucrânia, duas famílias que moravam em um 
mesmo prédio sentiram na pele o perigo da radiação. Em uma delas, a mãe viu as 
suas duas crianças morrerem por conta de uma leucemia contraída de forma 
desconhecida. Na segunda família, o filho mais velho também morreu, enquanto 
outro ficou gravemente ferido. O motivo das mortes só foi descoberto depois que 
essas duas famílias contrataram especialistas para analisar o ocorrido. Eles 
constataram que uma cápsula de Césio-137 estava armazenada em uma parede de 
concreto existente entre os dois apartamentos. Esse elemento químico é utilizado 
em dispositivos de controle de processo radioisótopo. 
4. Rio de Janeiro, 2011 
Em outubro de 2011, uma menina de apenas 7 anos chamada Maria Eduarda estava 
em tratamento de leucemia no Hospital Venerável da Terceira Ordem de São 
Francisco da Penitência, no Rio de Janeiro. Ela havia sido diagnosticada com a 
doença em 2010 e já tinha completado um ciclo de quimioterapia quando os médicos 
indicaram o tratamento radioterápico. Ao iniciar as sessões, seus pais ficaram 
preocupados com o repentino aparecimento de queimaduras na pele de Maria 
Eduarda. Os médicos disseram que a reação era normal, o que despreocupou os 
responsáveis pela menina. Porém, os ferimentos na cabeça de Maria Eduarda 
pioraram e logo ela começou a apresentar danos cerebrais, como dificuldade para 
andar e falar. Foi aí que finalmente diagnosticaram a radiação citânea na menina. 
Além das graves queimaduras, a radiação também afetou o seu cérebro, o que 
ocasionou danos irreversíveis no lobo frontal. Infelizmente, Maria Eduarda não 
resistiu e faleceu em junho de 2012. 
5. Tepojaco, México, 2013 
O último desastre nuclear da lista envolve o roubo e acidente com um caminhão que 
transportava uma carga de cobalto-60. Esse elemento era uma fonte de teleterapia 
radiativa proveniente de um hospital para um centrode armazenamento de resíduos 
radioativos. O veículo foi roubado em um posto de gasolina em Tepojaco, no México, 
em dezembro de 2013. 
Quando foi localizado, cerca de 2,3 km de onde foi roubado, o caminhão havia 
sofrido um acidente, o que liberou a carga nuclear que carregava. Preocupadas, as 
autoridades emitiram um alerta para que qualquer um que tivesse entrado em 
contado com o material procurasse ajuda, caso contrário morreriam. Os ladrões 
nunca foram encontrados e provavelmente faleceram por conta da radiação do 
cobalto-60. 
Japão planeja jogar ao mar água contaminada por Fukushima 
Governo japonês afirma que os tanques que armazenam o líquido estarão cheios até 
2022 ​MACARENA VIDAL LIY 
 (Links para um site externo.) 
 PEQUIM 11 SEP 2019 - 18:07 BRT 
Até 2022 a empresa proprietária da usina nuclear japonesa de Fukushima, a Tepco, 
ficará sem espaço para armazenar a​ água contaminada após o acidente de 2011 
 (Links para um site externo.) 
. O ministro do Meio Ambiente, Yoshiaki Harada, disse nesta terça-feira que, em sua 
opinião, o país não tem escolha senão "jogar [a água] no mar e diluí-la", algo que 
causou indignação dos pescadores e preocupação nos países vizinhos. Em 11 de 
março de 2011, um terremoto de magnitude 9 e um tsunami de 15 metros causaram 
uma das piores crises nucleares da história: o sistema elétrico da Fukushima Daiichi 
se desativou; três de seus seis reatores sofreram fusões e um foi danificado pelas 
explosões de hidrogênio. Mais de 160.000 ​pessoas se viram forçadas a deixar a 
região 
 (Links para um site externo.) 
. Desde o acidente a Tepco passou a armazenar em cerca de mil tanques instalados 
na central mais de um milhão de toneladas de água contaminada, resultante da 
mistura da água do subsolo com a proveniente dos tubos de refrigeração para 
resfriar os reatores. Continua construindo contêineres, cada um com capacidade 
para receber entre 1.000 e 1.200 toneladas de água. 
https://elpais.com/autor/macarena_vidal_liy/a/
https://elpais.com/autor/macarena_vidal_liy/a/
https://brasil.elpais.com/tag/accidente_fukushima/a
https://brasil.elpais.com/tag/accidente_fukushima/a
https://brasil.elpais.com/brasil/2016/04/30/eps/1462052785_347240.html
https://brasil.elpais.com/brasil/2016/04/30/eps/1462052785_347240.html
https://brasil.elpais.com/brasil/2016/04/30/eps/1462052785_347240.html
Cada um leva cerca de sete a dez dias para ficar cheio. A empresa estima que em 
três anos ficará sem espaço. Um painel de especialistas deve enviar um relatório 
sobre possíveis opções ao Governo japonês, que será responsável por tomar a 
decisão final. A empresa proprietária se limitará a acatá-la. Outras possibilidades 
incluem o armazenamento prolongado em terra ou a vaporização da água. "A única 
opção será lançar [a água] ao mar e diluí-la", disse Harada em entrevista coletiva em 
Tóquio, quando lhe perguntaram sobre as possibilidades que estão sendo 
consideradas. "O Governo como um todo vai debater a questão, mas gostaria de 
apresentar minha simples opinião", acrescentou. O ministro não especificou quanto 
líquido acredita que seria necessário jogar no Pacífico. 
O acúmulo de fluido radioativo é um problema com o qual a Tepco tem de lidar 
desde o início da crise. Os porões dos prédios que abrigam os reatores chegaram a 
conter 500 toneladas de água subterrânea, procedente das colinas próximas. Após a 
construção de uma “parede de gelo” de terra congelada que isola esses edifícios e 
desvia a água subterrânea para o mar, a quantidade se reduziu para 100 toneladas. 
A mistura resultante com a água da tubulação é bombeada, tratada e armazenada. 
Mas o tratamento para limpar os resíduos radioativos não permite a eliminação do 
trítio, um isótopo de hidrogênio considerado relativamente inofensivo. Depois das 
palavras de Harada, o porta-voz do Governo japonês, Yoshihide Suga, saiu 
imediatamente em sua ajuda para esclarecer que a declaração do ministro era 
apenas uma opinião pessoal e que ainda não foi tomada uma decisão. Em uma 
reunião no início deste mês entre representantes do Executivo japonês e de 
embaixadas estrangeiras, as autoridades japonesas disseram que também não há 
um calendário para escolher uma opção definitiva, informou o jornal The Japan 
Times. As associações de pescadores não demoraram para criticar o ministro: após 
a catástrofe nuclear, os peixes capturados na área apresentavam altos níveis de 
radiação e foi totalmente proibido pescar nessas águas. Faz apenas dois anos que 
os leilões de peixes em Fukushima foram retomados e ainda hoje as vendas estão 
20% abaixo do que alcançavam antes de março de 2011. Qualquer medida que 
possa afetar a confiança do público em seu produto será um duro golpe para esses 
profissionais. 
O presidente da federação de cooperativas de Fukushima, Tetsu Nozaki, qualificou 
as declarações como "insensatas, dada a posição" de Harada. "Queremos que haja 
um debate calmo", acrescentou, em declarações publicadas pelo Times. "É errado 
declarar que essa é a única opção num momento em que os debates prosseguem 
na comissão governamental", disse Takayuki Yanai, funcionário de uma das 
cooperativas. A possibilidade de verter a água no Pacífico é algo que alarma 
vizinhos como a ​Coreia do Sul 
 (Links para um site externo.) 
https://brasil.elpais.com/tag/corea_del_sur
https://brasil.elpais.com/tag/corea_del_sur
, que nos últimos meses vive um período de fortes tensões em seu relacionamento 
com o Japão por causa de uma disputa histórica. O Governo sul-coreano anunciou 
recentemente que está suspendendo sua colaboração com Tóquio para troca de 
informações de inteligência sobre a Coreia do Norte e ambos os Estados retiraram 
mutuamente o status de país mais favorecido, que concede benefícios em suas 
relações comerciais. A Coreia do Sul já havia pedido ao Japão explicações sobre 
seus planos em relação à água contaminada. O órgão japonês regulador da energia 
nuclear já aprovou a possibilidade de realizar esses derramamentos no mar. Em 
março, o presidente da Autoridade Reguladora Nuclear, Toyoshi Fuketa, fez um 
chamado para que o Governo tomasse logo uma decisão: "Estamos entrando em 
um estágio em que nenhum atraso adicional será tolerado na hora de decidir qual 
opção implementar". A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), que em 
janeiro publicou um novo relatório sobre o desmantelamento da usina afetada pelo 
terremoto de 2011, recomenda desde 2013 descargas controladas. E nesse relatório 
de janeiro lembrou que o Governo japonês estava considerando a "possível 
retomada das descargas controladas". Esses despejos são feitos "rotineiramente" 
pelas usinas nucleares no Japão e em todo o mundo, informava a AIEA. 
Leitura de Texto TEXTO 
III 
 
O que foi o acidente com o césio-137 em Goiânia (GO)? 
O vazamento do material, em 1987, foi considerado um dos maiores desastre 
radiológicos da história. 
Por Mariana Nadai access_time19 set 2018, 20h30 - Publicado em 23 ago 2011, 
18h13 
Foi um desastre radioativo que aconteceu em Goiânia, em 1987. Ocorreu após dois 
catadores de lixo entrarem em contato com uma porção de cloreto de césio, o 
césio-137. O componente químico ficava dentro de um aparelho de tratamento de 
câncer, que estava em uma clínica abandonada na capital de Goiás. Foram 
necessários apenas 16 dias para que o “brilho da morte”, como a substância ficou 
popularmente conhecida, matasse quatro pessoas e contaminasse centenas. 
“O acidente atingiu tantas pessoas porque aconteceu em uma zona urbana”, explica 
Alfredo Tranjam, presidente das Indústrias Nucleares do Brasil (INB). Considerado 
um dos maiores desastre radiológico da história, ele é tido como uma referência 
mundial pela Agência Internacional de Energia Atômica quando se pensa em 
intervenção para futuros acidentes. 
1)​ A história começa em 1985, quando um instituto de tratamento de câncer desativa 
sua unidade de Goiânia. Quase todos os equipamentos foram levados, mas uma 
máquina de teleterapia (espécie de radioterapia)é deixada para trás. O aparelho 
usava cloreto de césio em pó como fonte de energia 
2)​ Em setembro de 1987, o aparelho chama a atenção de dois catadores de lixo. 
Pensando em vender as peças, eles a levam para casa, desmontam-na e entram em 
contato com uma cápsula de césio-137. Em dois dias, os catadores sentem os 
primeiros sintomas da intoxicação radioativa: náuseas, vômitos, tonturas e diarreia 
3)​ O dono de um ferro-velho compra a máquina e manda dois de seus funcionários 
retirarem as peças mais valiosas. Dentro do aparelho, eles acham a cápsula com 19 
g de césio. À noite, seu brilho verde-azulado chama a atenção. Pensando ser algo 
de grande valor, o proprietário do ferro-velho a leva para casa. 
4)​ Orgulhoso de ter em mãos algo que parecia muito valioso, o dono do ferro-velho 
recebe a visita de muita gente. Assim como os dois catadores de lixo, todas as 
pessoas que chegam perto da substância têm os mesmos sintomas de indisposição, 
mas ninguém suspeita da causa. 
5)​ O irmão do dono do ferro-velho o visita e leva um pouco da substância para casa. 
Durante o jantar, ele o mostra para seus filhos e contamina a comida sobre a mesa. 
Sem perceber, sua filha de 7 anos ingere pão com um pouco do pó. Um mês depois, 
Leide das Neves Ferreira morre. É a primeira vítima do césio-137 
6)​ Duas semanas depois, a esposa do dono do ferro-velho percebe que todas as 
pessoas expostas ao pó brilhante ficavam doentes. Intrigada, leva a cápsula para a 
Vigilância Sanitária, que imediatamente identifica a substância radioativa. A mulher 
que ajudou a desvendar o mistério é a segunda vítima fatal 
7)​ Em 30 de setembro, técnicos da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) 
e policiais militares começam a descontaminação da região. Mais de 112,8 mil 
pessoas são monitoradas (129 estavam gravemente contaminadas) e 6 mil 
toneladas de material contaminado vão para um depósito especial. Oficialmente, 
quatro pessoas morreram devido à exposição à radiação. 
Mas, de acordo com a Associação de Vítimas do Césio-137, o número de vítimas é 
bem maior e chega a 80. 
HERANÇA RADIOATIVA 
Anos depois do acidente, o tratamento das pessoas contaminadas continua. 
Passados 30 anos do acidente, 975 pessoas são monitoradas pela Superintendência 
Leide das Neves (SuLeide), instituição que presta assistência às vítimas. 
Para direcionar o tratamento, as pessoas são divididas em grupos, conforme a 
intensidade da contaminação. 
O grupo I, com 87 pessoas, é o que inspira mais cuidados: é formado por aqueles 
que tiveram contato direto com o composto (e foram gravemente contaminados) e 
por seus filhos. 
FONTES Alfredo Tranjam, presidente das Indústrias Nucleares do Brasil (INB), e 
Superintendência Leide das Neves (SuLeide). 
 
Maior acidente radiológico do mundo, césio-137 completa 26 anos 
No âmbito radioativo, tragédia só não foi maior do que a de Chernobyl. 
Sobreviventes reclamam de descaso; lixo contaminado foi enterrado. ​13/09/2013 
18h17 - Atualizado em 13/09/2013 18h17 
Há exatos 26 anos, ​Goiânia 
 (Links para um site externo.) 
 era atingida por aquele que é considerado o maior acidente radiológico do mundo. A 
tragédia envolvendo o césio-137 deixou centenas de pessoas mortas contaminadas 
pelo elemento e outras tantas com sequelas irreversíveis. No ano passado, o 
G1​publicou uma série de reportagens especiais relembrando os 25 anos do 
acidente. 
 (Links para um site externo.) 
No âmbito radioativo, o Césio 137 só não foi maior que o acidente na usina nuclear 
de Chernobyl, em 1986, na Ucrânia, segundo a Comissão Nacional de Energia 
Nuclear (Cnen). O incidente teve início depois que dois jovens catadores de papel 
encontraram e abriram um aparelho contendo o elemento radioativo. A peça foi 
achada em um prédio abandonado, onde funcionava uma clínica desativada. 
Mesmo passadas mais de duas décadas da tragédia, o acidente ainda deixa 
resquícios de medo. Um exemplo é a situação do local onde morava uma das 
pessoas que encontraram a peça. A casa em que vivia o catador foi demolida no 
mesmo ano em que tudo ocorreu. Apesar de o solo ter sido todo retirado e ter sido 
substituído por várias camadas de concreto, nunca mais qualquer tipo de construção 
foi feito no local. 
http://g1.globo.com/go/goias/cidade/goiania.html
http://g1.globo.com/go/goias/cidade/goiania.html
http://g1.globo.com/goias/noticia/2012/09/serie-lembra-os-25-anos-da-tragedia-com-o-cesio-137-em-goiania.html
http://g1.globo.com/goias/noticia/2012/09/serie-lembra-os-25-anos-da-tragedia-com-o-cesio-137-em-goiania.html
http://g1.globo.com/goias/noticia/2012/09/serie-lembra-os-25-anos-da-tragedia-com-o-cesio-137-em-goiania.html
Riscos 
Segundo o supervisor de radiodivisão César Luis Vieira, que também trabalhou na 
época do acidente, o risco de contaminação em Goiânia foi praticamente extinto. "Se 
for comparar o resultado de hoje com o da época, é uma diferença [de radiação] 
quase mil vezes menor", afirma. 
César explica ainda que o nível de radiação da cidade é considerado dentro dos 
padrões normais. "Não há nenhum lugar que não tenha material radioativo, como, 
por exemplo, o urânio, que está no solo. É o que a gente chama de radiação natural, 
mas que não oferece risco", complementa. 
Cerca de 6 mil toneladas de lixo radioativo foram recolhidas na capital goiana após o 
acidente. Todo esse material com suspeita de contaminação foi levado para a 
unidade de do Cnen em ​Abadia de Goiás 
 (Links para um site externo.) 
, na Região Metropolitana da capital, onde foi enterrado. Passadas mais de duas 
décadas, os resíduos já perderam metade da radiação. No entanto, o risco completo 
de radiação só deve desaparecer em pelo menos 275 anos. 
Reclamações 
Para relembrar o acidente, aconteceu nesta sexta-feira uma reunião na Assembleia 
Legislativa com mais de 100 vítimas do Césio 137. A maioria deles ainda tem 
sequelas contraídas durante o episódio. 
O aposentado Teodoro Bispo, que trabalhou na descontaminação da área afetada 
pelo acidente, teve problemas em várias partes do corpo, principalmente na visão, 
por causa do contato com o elemento radioativo. Ele cobrou melhorias na 
assistência hospitalar e mais atenção do poder público para as vítimas. 
"Eles falam que não iríamos ter nada, mas tem muita gente morrendo. A gente se 
sente abandonado. Nós que descontaminamos Goiânia recebemos apenas R$ 622", 
lamenta. 
 
 
Contaminação 
A tragédia começou quando dois jovens catadores de materiais recicláveis abrem 
um aparelho de radioterapia em um prédio público abandonado, no dia 13 de 
setembro de 1987, no Centro de Goiânia. Eles pensavam em retirar o chumbo e o 
http://g1.globo.com/go/goias/cidade/abadia-de-goias.html
http://g1.globo.com/go/goias/cidade/abadia-de-goias.html
metal para vender e ignoravam que dentro do equipamento havia uma cápsula 
contendo césio-137, um metal radioativo. 
Apesar de o aparelho pesar cerca de 100 kg, a dupla o levou para casa de um deles, 
no Centro. Já no primeiro dia de contato com o material, ambos começaram a 
apresentar sintomas de contaminação radioativa, como tonteiras, náuseas e 
vômitos. Inicialmente, não associaram o mal-estar ao césio-137, e sim à 
alimentação. 
Depois de cinco dias, o equipamento foi vendido para Devair Alves Ferreira, dono de 
um ferro-velho localizado no Setor Aeroporto, também na região central da cidade. 
Neste local, a cápsula foi aberta e, à noite, Devair constatou que o material tinha um 
brilho azul intenso e levou o material para dentro de casa. 
Devair, sua esposa Maria Gabriela Ferreira e outros membros de sua família 
também começaram a apresentar sintomas de contaminação radioativa, sem fazer 
ideia do que tinham em casa. Ele continuava fascinado pelo brilho do material. Entre 
os dias 19 e 26 de setembro, a cápsula com o césio foi mostrada para várias 
pessoas que passaram pelo ferro-velho e também pela casa da família. 
Leide das Neves 
A primeira vítima fatal do acidente radiológico foi a garota Leide das Neves Ferreira,de 6 anos. Ela se tornou o símbolo dessa tragédia e morreu depois de se encantar 
com o pó radioativo que brilhava durante a noite. 
A menina ainda fez um lanche depois de brincar com a novidade, acabou ingerindo, 
acidentalmente, partículas do pó misturadas ao alimento. Isso aconteceu longe dos 
olhos da mãe, Lourdes das Neves Ferreira. 
Em entrevista concedida ao ​G1​ no ano passado 
 (Links para um site externo.) 
, Lourdes disse que se sente culpada pela morte da filha. “Fica passando um filme 
na minha cabeça. São 25 anos de sofrimento, de dor, de tristeza e de angústia. Eu 
me arrependo e cobro de mim mesma. Se eu não tivesse ido tomar banho, talvez ela 
não tivesse ingerido [partículas de pó do césio]", disse. 
 
Chernobyl brasileiro: Goiás teve um dos piores acidentes nucleares até hoje 
06/06/2019 às 20:19 5 min de leitura 
Pouco mais de 30 anos depois, o pior acidente ​nuclear 
 (Links para um site externo.) 
http://g1.globo.com/goias/noticia/2012/09/mae-da-menina-simbolo-da-tragedia-com-o-cesio-137-diz-se-sentir-culpada.html
http://g1.globo.com/goias/noticia/2012/09/mae-da-menina-simbolo-da-tragedia-com-o-cesio-137-diz-se-sentir-culpada.html
http://g1.globo.com/goias/noticia/2012/09/mae-da-menina-simbolo-da-tragedia-com-o-cesio-137-diz-se-sentir-culpada.html
http://g1.globo.com/goias/noticia/2012/09/mae-da-menina-simbolo-da-tragedia-com-o-cesio-137-diz-se-sentir-culpada.html
https://www.tecmundo.com.br/energia-nuclear/
https://www.tecmundo.com.br/energia-nuclear/
 já acontecido no mundo está sendo recontado pela série “​Chernobyl 
 (Links para um site externo.) 
”, da HBO. A história dessa catástrofe está fresca na cabeça das pessoas e é 
bastante conhecida — inclusive, já ​falamos sobre ela 
 (Links para um site externo.) 
 aqui no ​TecMundo​ —, mas o que poucas pessoas sabem é que um dos episódios 
mais preocupantes do mundo envolvendo radioatividade se passou no interior do 
Brasil. 
Tudo aconteceu há pouco mais de 30 anos, em setembro de 1987, apenas um ano e 
cinco meses após o acidente da Usina Nuclear de Chernobyl. Em Goiânia, capital do 
estado de Goiás, um instituto de radiologia havia sido fechado e abandonou no 
prédio onde funcionava um aparelho usado para realizar radioterapia, uma 
modalidade de tratamento para eliminar tumores cancerígenos. Esse aparelho utiliza 
o isótopo césio-137 para gerar radiações ionizantes com pequeno comprimento de 
onda e alta frequência. 
O aparelho abandonado no prédio desocupado foi encontrado por catadores de 
sucata, que buscavam materiais dentro da antiga clínica para venderem para 
ferros-velhos. 
 
Foi o comprador da sucata dos catadores, Devair Ferreira, quem acessou o material 
radioativo — o césio-137 — que estava dentro do aparelho de radioterapia. 
Tratava-se de cloreto de césio, um sal muito parecido com o sal de cozinha (cloreto 
de sódio), mas que emitia uma luz azulada quando em ambientes escuros. Essa 
característica chamou atenção de Devair, que levou o césio para casa para mostrar 
para familiares e amigos. 
Acidente de alto risco 
Na época, logo após o acidente, mais de 112 mil pessoas foram levadas pelo Cnen 
(Comissão Nacional de Energia Nuclear) para o Estádio Olímpico de Goiânia e 
foram testadas em busca de níveis de radiação. Dessas, 271 apresentaram 
contaminação pelo césio-137. No aniversário de 25 anos do acidente, em 2012, em 
torno de 104 pessoas vieram a falecer nos anos após o desastre por causa da 
contaminação, seja decorrente de câncer ou de outros problemas, e cerca de 1.600 
haviam sido afetadas diretamente pela radiação. 
O acidente com o césio-137 em Goiânia foi considerado de nível 5 na Escala 
Internacional de Acidentes Nucleares, que vai de 1 até 7, sendo que Chernobyl é 
classificada no valor máximo e Fukushima apresentou nível 6. ​De acordo com essa 
https://www.minhaserie.com.br/serie/1965-chernobyl
https://www.minhaserie.com.br/serie/1965-chernobyl
https://www.tecmundo.com.br/ciencia/141908-chernobyl-causou-o-pior-acidente-nuclear-historia.htm
https://www.tecmundo.com.br/ciencia/141908-chernobyl-causou-o-pior-acidente-nuclear-historia.htm
escala, o nível 5 apresenta “liberação de quantidade limitada de materiais 
radioativos com várias mortes ou grande quantidade dentro de uma 
instalação.​” 
Rescaldo do acidente 
A limpeza da área afetada pelo acidente com o césio-137 gerou 13,4 toneladas de 
resíduo radioativo que foram armazenadas em contêineres especiais, enterrados 
sob uma montanha artificial de terra e camadas de concreto e chumbo para evitar a 
propagação de radioatividade. 
Hoje, Odesson Alves Ferreira, outro irmão de Devair, é presidente da Associação de 
Vítimas do Césio-137 (AVCésio), formada para defender os direitos das vítimas da 
contaminação. Ele tinha 32 anos na época do acidente e foi gravemente afetado. “Eu 
me contaminei e acabei virando uma fonte radioativa. As pessoas que passaram por 
mim foram irradiadas por mim, inclusive a minha família”, disse Ferreira para a BBC 
em uma entrevista em 2011. 
A história é profundamente triste e preocupante, mas, da mesma maneira que 
acontece com o caso de Chernobyl, retratado com perfeição na minissérie da HBO, 
precisa servir como lição e aviso sobre os perigos do uso de tecnologias nucleares 
sem cuidado. As consequências são gravíssimas e muita gente acaba pagando 
pelos erros de poucos, que geralmente saem ilesos quando coisas assim 
acontecem.

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