Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Leitura de Texto sobre Radiação - TEXTO I Enviar tarefa ● Entrega Sem prazo de entrega ● Pontos 0 ● Enviando uma caixa de entrada de texto ● Disponível 25 mar em 0:00 - 30 abr em 23:59 aproximadamente 1 mês Radiação Radiação é energia que se propaga a partir de uma fonte emissora através de qualquer meio, podendo ser classificada como energia em trânsito. A radiação pode se apresentar também em forma de onda eletromagnética, constituída de campo elétrico e campo magnético oscilantes, perpendiculares entre si e que se propagam no vácuo. Ela se apresenta em forma de partícula atômica ou subatômica energética, tais como partículas alfa, elétrons, pósitrons, prótons, nêutrons etc., que podem ser produzidos em aceleradores de partículas ou em reatores. As partículas alfa, os elétrons e os pósitrons são também emitidos espontaneamente de núcleos dos átomos radioativos. Uma onda eletromagnética é caracterizada pelo comprimento de onda ou pela frequência da onda e as várias faixas constituem o espectro eletromagnético, indo de ondas de frequência extremamente baixa, passando por ondas de rádio, de TV, micro-ondas, radiação infravermelha, luz visível, radiação ultravioleta até chegar aos raios X e raios gama. A teoria mais moderna, a da dualidade onda-partícula, desenvolvida por Max Planck e por Albert Einstein a partir de 1901 e posteriormente por Louis de Broglie, correlaciona partícula com onda, segundo a qual uma onda eletromagnética é emitida e propaga-se em forma de pequenos pacotes de energia chamados fótons. https://famonline.instructure.com/courses/6992/assignments/27428# Radiação Ionizante A radiação ionizante que é aquela capaz de arrancar um elétron de átomo. Nesse processo chamado ionização forma-se o par íon negativo e íon positivo. Os elétrons estão ligados a átomos por forças elétricas de diferentes valores, dependendo da sua localização. Quanto mais próximo do núcleo, maior é a força de atração entre o elétron e o núcleo, positivamente carregado. A radiação ionizante pode arrancar qualquer elétron de um átomo se tiver energia maior que o de ligação dele ao átomo (Okuno; Yoshimura, 2010). As partículas carregadas eletricamente como partículas alfa, betas - elétrons e pósitrons, quando possuem energia suficiente, são consideradas radiação ionizante e vão ionizando átomos que encontram em sua trajetória num dado meio até perder toda energia. De todo espectro das ondas eletromagnéticas somente os raios X e gama são radiação ionizante, isto é, têm energia suficiente para ionizar átomos. Os fótons de raios X e gama, diferentemente de partículas carregadas, perdem toda ou quase toda energia numa única interação com átomos. Os fótons podem também atravessar um meio sem interagir. Teoricamente, não há material nem forma de blindar todos os fótons e isso é um dos motivos da necessidade de proteção radiológica que dita regras quanto ao nível de radiação a que as pessoas expostas podem receber. A radiação ultravioleta para fins de fotobiologia é considerada não ionizante por não ter energia para arrancar elétron de principais átomos que constituem o corpo humano como hidrogênio, oxigênio, carbono e nitrogênio além penetrar muito pouco no corpo humano. Em radiobiologia, considera-se como sendo ionizante radiação com energia maior do que 10 eV. Neste artigo tratamos somente de radiações ionizantes, e assim, quando usarmos a palavra radiação, estamos falando dessa categoria de radiação. Radiação cósmica A radiação cósmica foi descoberta em 1912 pelo físico austríaco Victor Hess. Sua origem é extraterrestre e há fortes indícios de que ela provém de supernovas, atravessa o espaço sideral, e de 85% a 90% do que atinge a atmosfera terrestre são prótons, de 9% a 12% são partículas alfa, e 1%, núcleos de elementos pesados, todos extremamente energéticos. Essas partículas interagem com átomos da atmosfera e criam várias outras partículas. Os astronautas ficam expostos à radiação cósmica primária e os aeroviários, à radiação cósmica secundária em voos, mais do que nós, uma vez que a atmosfera terrestre a degrada. Tubo de raios X Os tubos de raios X contêm dois eletrodos, com um potencial elétrico acelerador entre eles. Os elétrons emitidos pelo catodo aquecido são atraídos para o anodo, também chamado alvo, onde a grande maioria deles perde energia em inúmeras colisões, convertendo toda sua energia cinética em calor. Alguns elétrons interagem com o campo elétrico do núcleo dos átomos do alvo, sofrem freamento e liberam um fóton de raios X. A energia do fóton de raio X produzido, que varia desde próximo de zero até um valor máximo que corresponde a toda energia do elétron, depende do grau de freamento, que depende do grau de aproximação do elétron do núcleo do átomo alvo. Ocorre liberação de energia em forma de um fóton de raio X, chamado raio X de fluorescência ou raio X característico. Efeitos biológicos das radiações ionizantes Os átomos do nosso corpo estão unidos, formando moléculas muito pequenas como a molécula da água, e outras muito grandes como a molécula de DNA. Esses átomos estão unidos por forças elétricas. Quando uma partícula ionizante arranca um elétron de um dos átomos de uma molécula do nosso corpo, pode causar sua desestabilização que resulta em quebra da molécula. As várias características da forma de atuação da radiação no corpo humano são Estágios da ação A sequência dos estágios é a seguinte: ● estágio físico em que ocorre a ionização de um átomo; ● estágio físico-químico, quando ocorrem as quebras das ligações químicas das moléculas que sofreram ionização; ● estágio químico, quando os fragmentos da molécula se ligam a outras moléculas; ● estágio biológico que pode durar dias, semanas ou até várias dezenas de anos quando surgem efeitos bioquímicos e fisiológicos com alterações morfológicas e funcionais dos órgãos. obs.: no exame de “raios X” provavelmente esses radicais livres interagindo com a máquina produz um efeito luminescente que permite que o paciente seja avaliado dessa forma. (Pensamento meu) Mecanismos de ação Eles podem ser de dois tipos: ● mecanismo direto, quando a radiação interage diretamente com as moléculas importantes como as de DNA, podendo causar desde mutação genética até morte celular; • mecanismo indireto, quando a radiação quebra a molécula da água, formando assim radicais livres que podem atacar outras moléculas importantes. Esse mecanismo é importante, uma vez que nosso corpo é composto por mais de 70% de água. Natureza dos efeitos biológicos Quanto à natureza, os efeitos podem ser classificados em reações teciduais e efeitos estocásticos: ● Reações teciduais: resultam de dose alta e somente surgem acima de certa dose, chamada dose limiar cujo valor depende do tipo de radiação e do tecido irradiado. Um dos principais efeitos é a morte celular: se poucas células morrerem, o efeito pode nem ser sentido, mas se um número muito grande de células de um órgão morrer, seu funcionamento pode ser prejudicado. Nessas reações, quanto maior a dose, mais grave é o efeito. Um exemplo é a queimadura que pode ser desde um leve avermelhamento até a formação de bolhas enormes. Os estudos epidemiológicos dos sobreviventes das bombas atômicas lançadas pelos americanos no Japão começaram a mostrar evidências de que há efeitos bastante tardios que resultam de danos nos tecidos e são doenças vasculares cardíacas e cerebrais além da opacificação do cristalino, a catarata. Esses efeitos estão sendo recentemente comprovados com a coleta de dados de pessoas submetidas a radioterapia e no caso da catarata em médicos intervencionistas. ● Efeitos estocásticos: são alterações que surgem em células normais, sendo os principais o câncer e o efeito hereditário. As recomendações de proteção radiológica consideram que esse tipode efeito pode ser induzido por qualquer dose, inclusive dose devido a radiação natural; são sempre tardios e a gravidade do efeito não depende da dose, mas a probabilidade de sua ocorrência aumenta com a dose. Os efeitos hereditários ocorrem nas células sexuais e podem ser repassadas aos descendentes. Dose limiar para reações teciduais A Comissão Internacional de Proteção Radiológica definiu dose limiar como sendo a dose estimada que causa incidência de reações teciduais em 1% dos tecidos irradiados. O limiar de dose para indução de catarata foi estabelecido como sendo de 0,5 Gy, tanto para exposição aguda quanto para crônica. Foi também proposto o valor de 0,5 Gy como limiar de dose para doenças circulatórias, tanto para morbidade quanto para mortalidade. O gray, abreviado Gy, é unidade de dose absorvida de radiação; corresponde à energia média da radiação ionizante depositada por unidade de massa da matéria. A dose absorvida no tumor em uma sessão de radioterapia é de 2 Gy. A dose letal que mata 50% dos seres humanos irradiados no corpo todo, cerca de 30 dias após a irradiação, é de 4 Gy. Para esterilizar sementes, pimenta do reino, por exemplo, através da eliminação de microrganismos indesejáveis, empregam-se doses absorvidas de 10 kGy a 20 kGy (quilo Gray). São vários os tratamentos proporcionados pela irradiação. O uso de baixas doses (até 1 kGy) permite eliminar insetos, ovos e larvas (desinfestação), podendo prolongar em anos a vida útil de grãos e farináceos na condição em que são irradiados (se processados nas embalagens plásticas utilizadas no varejo). Essa aplicação é também uma eficaz alternativa ao perigoso uso da fumigação com brometo de metila. Além disso, mesmo doses da ordem de 0,1 kGy são capazes de inibir a ação de enzimas responsáveis por alguns processos fisiológicos, permitindo estender em vários meses o tempo de conservação de bulbos e tubérculos por inibição do brotamento; e de frutas (em algumas semanas), por retardo do amadurecimento (banana, mamão, manga, goiaba, melão etc). Doses intermediárias (entre 1 e 10 kGy) promovem a melhoria da qualidade higiênica e a extensão da vida útil (tipicamente, em algumas semanas) de vários produtos (ex.: morango e carnes), seja por redução da carga microbiana; inativação de fungos (ex: amendoim) ou eliminação completa de bactérias patogênicas em alimentos vulneráveis à contaminação por Salmonella spp.; E. Coli OH:157; Staphylococcus aureus e Listeria monocytogenes, dentre várias outras bactérias perigosas. Exemplos de alimentos tratados com doses entre 2 e 7 kGy são: carnes bovina e suína, frangos, frutos do mar e crustáceos. Tais doses permitem descontaminar os produtos sujeitos ao ataque de vários tipos de agentes patogênicos (inclusive o vibrião da cólera); melhora a qualidade sanitária, reduzindo a microbiota deteriorante e viabiliza a armazenagem de peixes, sem escamar nem estripar, por mais de 30 dias sob refrigeração, sem a necessidade do uso do congelamento. Algumas bebidas também podem ser envelhecidas com o uso de doses intermediárias de irradiação. Alimentos crus, prontos para o consumo e minimamente processados constituem ótimos exemplos de candidatos ao tratamento por irradiação, visando à garantia da segurança alimentar. Por fim, doses elevadas (iguais ou superiores a 10 kGy) são usadas na descontaminação de especiarias e condimentos, como por exemplo, a pimenta do reino, na esterilização de rações especiais para militares e pacientes imunodeprimidos, ou no tratamento de rações animais. Esporos das bactérias Clostridiumbotulinum e Bacillus cereus podem ser completamente inativados pela aplicação de doses (12D10) iguais a 31 kGy e 46 kGy, respectivamente. Os astronautas da NASA, por exemplo, consomem refeições esterilizadas por radiação gama, as quais, mantidas em embalagens apropriadas, continuam frescas, saborosas e apropriadas para o consumo por um período de até cinco anos à temperatura ambiente. Modificado de https://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/tecnologia_de_alimentos/arvore/CON T000fjlb22hl02wyiv80sq98yq94hs31y.html (Links para um site externo.) http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40142013000100014 Leitura dos Textos sobre Radiação TEXTO II Enviar tarefa ● Entrega 30 abr por 23:59 ● Pontos 0 ● Enviando uma caixa de entrada de texto 5 acidentes radioativos recentes que chocaram o mundo e deixaram mortos 08/02/2016 às 09:48 3 min de leitura 1. Máquina Therac-25, 1985-1987 https://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/tecnologia_de_alimentos/arvore/CONT000fjlb22hl02wyiv80sq98yq94hs31y.html https://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/tecnologia_de_alimentos/arvore/CONT000fjlb22hl02wyiv80sq98yq94hs31y.html https://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/tecnologia_de_alimentos/arvore/CONT000fjlb22hl02wyiv80sq98yq94hs31y.html http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40142013000100014 https://famonline.instructure.com/courses/6992/assignments/27425# O Therac-25 é o nome de uma máquina de radiografia fabricada pela Atomic Energy of Canada (AECL) em 1985. Esse dispositivo "assassino" foi responsável pela morte de três pacientes entre 1985 e 1987. A causa da morte dessas pessoas foi o envenenamento por radiação. O problema estava na quantidade de radiação emitida em seu funcionamento. Enquanto um paciente deveria receber cerca de 200 rads, a Therac-25 bombardeava as pessoas com o valor absurdo de 15 mil e 20 mil rads. Cinco dessas máquinas foram enviadas para os Estados Unidos, e seis delas permaneceram no Canadá. 2. Césio-137, Goiânia, 1987 Um dos casos mais recentes de desastre envolvendo a radiação no Brasil aconteceu em 1987, na cidade de Goiânia, em Goiás. A situação só foi contornada porque a esposa de um dos catadores levou a cápsula de Césio-137 para a sede da Vigilância Sanitária, que identificou o elemento e conteve o problema. 3. Kramatorsk, Ucrânia, 1989 No ano de 1989, em Kramatorsk, na Ucrânia, duas famílias que moravam em um mesmo prédio sentiram na pele o perigo da radiação. Em uma delas, a mãe viu as suas duas crianças morrerem por conta de uma leucemia contraída de forma desconhecida. Na segunda família, o filho mais velho também morreu, enquanto outro ficou gravemente ferido. O motivo das mortes só foi descoberto depois que essas duas famílias contrataram especialistas para analisar o ocorrido. Eles constataram que uma cápsula de Césio-137 estava armazenada em uma parede de concreto existente entre os dois apartamentos. Esse elemento químico é utilizado em dispositivos de controle de processo radioisótopo. 4. Rio de Janeiro, 2011 Em outubro de 2011, uma menina de apenas 7 anos chamada Maria Eduarda estava em tratamento de leucemia no Hospital Venerável da Terceira Ordem de São Francisco da Penitência, no Rio de Janeiro. Ela havia sido diagnosticada com a doença em 2010 e já tinha completado um ciclo de quimioterapia quando os médicos indicaram o tratamento radioterápico. Ao iniciar as sessões, seus pais ficaram preocupados com o repentino aparecimento de queimaduras na pele de Maria Eduarda. Os médicos disseram que a reação era normal, o que despreocupou os responsáveis pela menina. Porém, os ferimentos na cabeça de Maria Eduarda pioraram e logo ela começou a apresentar danos cerebrais, como dificuldade para andar e falar. Foi aí que finalmente diagnosticaram a radiação citânea na menina. Além das graves queimaduras, a radiação também afetou o seu cérebro, o que ocasionou danos irreversíveis no lobo frontal. Infelizmente, Maria Eduarda não resistiu e faleceu em junho de 2012. 5. Tepojaco, México, 2013 O último desastre nuclear da lista envolve o roubo e acidente com um caminhão que transportava uma carga de cobalto-60. Esse elemento era uma fonte de teleterapia radiativa proveniente de um hospital para um centrode armazenamento de resíduos radioativos. O veículo foi roubado em um posto de gasolina em Tepojaco, no México, em dezembro de 2013. Quando foi localizado, cerca de 2,3 km de onde foi roubado, o caminhão havia sofrido um acidente, o que liberou a carga nuclear que carregava. Preocupadas, as autoridades emitiram um alerta para que qualquer um que tivesse entrado em contado com o material procurasse ajuda, caso contrário morreriam. Os ladrões nunca foram encontrados e provavelmente faleceram por conta da radiação do cobalto-60. Japão planeja jogar ao mar água contaminada por Fukushima Governo japonês afirma que os tanques que armazenam o líquido estarão cheios até 2022 MACARENA VIDAL LIY (Links para um site externo.) PEQUIM 11 SEP 2019 - 18:07 BRT Até 2022 a empresa proprietária da usina nuclear japonesa de Fukushima, a Tepco, ficará sem espaço para armazenar a água contaminada após o acidente de 2011 (Links para um site externo.) . O ministro do Meio Ambiente, Yoshiaki Harada, disse nesta terça-feira que, em sua opinião, o país não tem escolha senão "jogar [a água] no mar e diluí-la", algo que causou indignação dos pescadores e preocupação nos países vizinhos. Em 11 de março de 2011, um terremoto de magnitude 9 e um tsunami de 15 metros causaram uma das piores crises nucleares da história: o sistema elétrico da Fukushima Daiichi se desativou; três de seus seis reatores sofreram fusões e um foi danificado pelas explosões de hidrogênio. Mais de 160.000 pessoas se viram forçadas a deixar a região (Links para um site externo.) . Desde o acidente a Tepco passou a armazenar em cerca de mil tanques instalados na central mais de um milhão de toneladas de água contaminada, resultante da mistura da água do subsolo com a proveniente dos tubos de refrigeração para resfriar os reatores. Continua construindo contêineres, cada um com capacidade para receber entre 1.000 e 1.200 toneladas de água. https://elpais.com/autor/macarena_vidal_liy/a/ https://elpais.com/autor/macarena_vidal_liy/a/ https://brasil.elpais.com/tag/accidente_fukushima/a https://brasil.elpais.com/tag/accidente_fukushima/a https://brasil.elpais.com/brasil/2016/04/30/eps/1462052785_347240.html https://brasil.elpais.com/brasil/2016/04/30/eps/1462052785_347240.html https://brasil.elpais.com/brasil/2016/04/30/eps/1462052785_347240.html Cada um leva cerca de sete a dez dias para ficar cheio. A empresa estima que em três anos ficará sem espaço. Um painel de especialistas deve enviar um relatório sobre possíveis opções ao Governo japonês, que será responsável por tomar a decisão final. A empresa proprietária se limitará a acatá-la. Outras possibilidades incluem o armazenamento prolongado em terra ou a vaporização da água. "A única opção será lançar [a água] ao mar e diluí-la", disse Harada em entrevista coletiva em Tóquio, quando lhe perguntaram sobre as possibilidades que estão sendo consideradas. "O Governo como um todo vai debater a questão, mas gostaria de apresentar minha simples opinião", acrescentou. O ministro não especificou quanto líquido acredita que seria necessário jogar no Pacífico. O acúmulo de fluido radioativo é um problema com o qual a Tepco tem de lidar desde o início da crise. Os porões dos prédios que abrigam os reatores chegaram a conter 500 toneladas de água subterrânea, procedente das colinas próximas. Após a construção de uma “parede de gelo” de terra congelada que isola esses edifícios e desvia a água subterrânea para o mar, a quantidade se reduziu para 100 toneladas. A mistura resultante com a água da tubulação é bombeada, tratada e armazenada. Mas o tratamento para limpar os resíduos radioativos não permite a eliminação do trítio, um isótopo de hidrogênio considerado relativamente inofensivo. Depois das palavras de Harada, o porta-voz do Governo japonês, Yoshihide Suga, saiu imediatamente em sua ajuda para esclarecer que a declaração do ministro era apenas uma opinião pessoal e que ainda não foi tomada uma decisão. Em uma reunião no início deste mês entre representantes do Executivo japonês e de embaixadas estrangeiras, as autoridades japonesas disseram que também não há um calendário para escolher uma opção definitiva, informou o jornal The Japan Times. As associações de pescadores não demoraram para criticar o ministro: após a catástrofe nuclear, os peixes capturados na área apresentavam altos níveis de radiação e foi totalmente proibido pescar nessas águas. Faz apenas dois anos que os leilões de peixes em Fukushima foram retomados e ainda hoje as vendas estão 20% abaixo do que alcançavam antes de março de 2011. Qualquer medida que possa afetar a confiança do público em seu produto será um duro golpe para esses profissionais. O presidente da federação de cooperativas de Fukushima, Tetsu Nozaki, qualificou as declarações como "insensatas, dada a posição" de Harada. "Queremos que haja um debate calmo", acrescentou, em declarações publicadas pelo Times. "É errado declarar que essa é a única opção num momento em que os debates prosseguem na comissão governamental", disse Takayuki Yanai, funcionário de uma das cooperativas. A possibilidade de verter a água no Pacífico é algo que alarma vizinhos como a Coreia do Sul (Links para um site externo.) https://brasil.elpais.com/tag/corea_del_sur https://brasil.elpais.com/tag/corea_del_sur , que nos últimos meses vive um período de fortes tensões em seu relacionamento com o Japão por causa de uma disputa histórica. O Governo sul-coreano anunciou recentemente que está suspendendo sua colaboração com Tóquio para troca de informações de inteligência sobre a Coreia do Norte e ambos os Estados retiraram mutuamente o status de país mais favorecido, que concede benefícios em suas relações comerciais. A Coreia do Sul já havia pedido ao Japão explicações sobre seus planos em relação à água contaminada. O órgão japonês regulador da energia nuclear já aprovou a possibilidade de realizar esses derramamentos no mar. Em março, o presidente da Autoridade Reguladora Nuclear, Toyoshi Fuketa, fez um chamado para que o Governo tomasse logo uma decisão: "Estamos entrando em um estágio em que nenhum atraso adicional será tolerado na hora de decidir qual opção implementar". A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), que em janeiro publicou um novo relatório sobre o desmantelamento da usina afetada pelo terremoto de 2011, recomenda desde 2013 descargas controladas. E nesse relatório de janeiro lembrou que o Governo japonês estava considerando a "possível retomada das descargas controladas". Esses despejos são feitos "rotineiramente" pelas usinas nucleares no Japão e em todo o mundo, informava a AIEA. Leitura de Texto TEXTO III O que foi o acidente com o césio-137 em Goiânia (GO)? O vazamento do material, em 1987, foi considerado um dos maiores desastre radiológicos da história. Por Mariana Nadai access_time19 set 2018, 20h30 - Publicado em 23 ago 2011, 18h13 Foi um desastre radioativo que aconteceu em Goiânia, em 1987. Ocorreu após dois catadores de lixo entrarem em contato com uma porção de cloreto de césio, o césio-137. O componente químico ficava dentro de um aparelho de tratamento de câncer, que estava em uma clínica abandonada na capital de Goiás. Foram necessários apenas 16 dias para que o “brilho da morte”, como a substância ficou popularmente conhecida, matasse quatro pessoas e contaminasse centenas. “O acidente atingiu tantas pessoas porque aconteceu em uma zona urbana”, explica Alfredo Tranjam, presidente das Indústrias Nucleares do Brasil (INB). Considerado um dos maiores desastre radiológico da história, ele é tido como uma referência mundial pela Agência Internacional de Energia Atômica quando se pensa em intervenção para futuros acidentes. 1) A história começa em 1985, quando um instituto de tratamento de câncer desativa sua unidade de Goiânia. Quase todos os equipamentos foram levados, mas uma máquina de teleterapia (espécie de radioterapia)é deixada para trás. O aparelho usava cloreto de césio em pó como fonte de energia 2) Em setembro de 1987, o aparelho chama a atenção de dois catadores de lixo. Pensando em vender as peças, eles a levam para casa, desmontam-na e entram em contato com uma cápsula de césio-137. Em dois dias, os catadores sentem os primeiros sintomas da intoxicação radioativa: náuseas, vômitos, tonturas e diarreia 3) O dono de um ferro-velho compra a máquina e manda dois de seus funcionários retirarem as peças mais valiosas. Dentro do aparelho, eles acham a cápsula com 19 g de césio. À noite, seu brilho verde-azulado chama a atenção. Pensando ser algo de grande valor, o proprietário do ferro-velho a leva para casa. 4) Orgulhoso de ter em mãos algo que parecia muito valioso, o dono do ferro-velho recebe a visita de muita gente. Assim como os dois catadores de lixo, todas as pessoas que chegam perto da substância têm os mesmos sintomas de indisposição, mas ninguém suspeita da causa. 5) O irmão do dono do ferro-velho o visita e leva um pouco da substância para casa. Durante o jantar, ele o mostra para seus filhos e contamina a comida sobre a mesa. Sem perceber, sua filha de 7 anos ingere pão com um pouco do pó. Um mês depois, Leide das Neves Ferreira morre. É a primeira vítima do césio-137 6) Duas semanas depois, a esposa do dono do ferro-velho percebe que todas as pessoas expostas ao pó brilhante ficavam doentes. Intrigada, leva a cápsula para a Vigilância Sanitária, que imediatamente identifica a substância radioativa. A mulher que ajudou a desvendar o mistério é a segunda vítima fatal 7) Em 30 de setembro, técnicos da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) e policiais militares começam a descontaminação da região. Mais de 112,8 mil pessoas são monitoradas (129 estavam gravemente contaminadas) e 6 mil toneladas de material contaminado vão para um depósito especial. Oficialmente, quatro pessoas morreram devido à exposição à radiação. Mas, de acordo com a Associação de Vítimas do Césio-137, o número de vítimas é bem maior e chega a 80. HERANÇA RADIOATIVA Anos depois do acidente, o tratamento das pessoas contaminadas continua. Passados 30 anos do acidente, 975 pessoas são monitoradas pela Superintendência Leide das Neves (SuLeide), instituição que presta assistência às vítimas. Para direcionar o tratamento, as pessoas são divididas em grupos, conforme a intensidade da contaminação. O grupo I, com 87 pessoas, é o que inspira mais cuidados: é formado por aqueles que tiveram contato direto com o composto (e foram gravemente contaminados) e por seus filhos. FONTES Alfredo Tranjam, presidente das Indústrias Nucleares do Brasil (INB), e Superintendência Leide das Neves (SuLeide). Maior acidente radiológico do mundo, césio-137 completa 26 anos No âmbito radioativo, tragédia só não foi maior do que a de Chernobyl. Sobreviventes reclamam de descaso; lixo contaminado foi enterrado. 13/09/2013 18h17 - Atualizado em 13/09/2013 18h17 Há exatos 26 anos, Goiânia (Links para um site externo.) era atingida por aquele que é considerado o maior acidente radiológico do mundo. A tragédia envolvendo o césio-137 deixou centenas de pessoas mortas contaminadas pelo elemento e outras tantas com sequelas irreversíveis. No ano passado, o G1publicou uma série de reportagens especiais relembrando os 25 anos do acidente. (Links para um site externo.) No âmbito radioativo, o Césio 137 só não foi maior que o acidente na usina nuclear de Chernobyl, em 1986, na Ucrânia, segundo a Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen). O incidente teve início depois que dois jovens catadores de papel encontraram e abriram um aparelho contendo o elemento radioativo. A peça foi achada em um prédio abandonado, onde funcionava uma clínica desativada. Mesmo passadas mais de duas décadas da tragédia, o acidente ainda deixa resquícios de medo. Um exemplo é a situação do local onde morava uma das pessoas que encontraram a peça. A casa em que vivia o catador foi demolida no mesmo ano em que tudo ocorreu. Apesar de o solo ter sido todo retirado e ter sido substituído por várias camadas de concreto, nunca mais qualquer tipo de construção foi feito no local. http://g1.globo.com/go/goias/cidade/goiania.html http://g1.globo.com/go/goias/cidade/goiania.html http://g1.globo.com/goias/noticia/2012/09/serie-lembra-os-25-anos-da-tragedia-com-o-cesio-137-em-goiania.html http://g1.globo.com/goias/noticia/2012/09/serie-lembra-os-25-anos-da-tragedia-com-o-cesio-137-em-goiania.html http://g1.globo.com/goias/noticia/2012/09/serie-lembra-os-25-anos-da-tragedia-com-o-cesio-137-em-goiania.html Riscos Segundo o supervisor de radiodivisão César Luis Vieira, que também trabalhou na época do acidente, o risco de contaminação em Goiânia foi praticamente extinto. "Se for comparar o resultado de hoje com o da época, é uma diferença [de radiação] quase mil vezes menor", afirma. César explica ainda que o nível de radiação da cidade é considerado dentro dos padrões normais. "Não há nenhum lugar que não tenha material radioativo, como, por exemplo, o urânio, que está no solo. É o que a gente chama de radiação natural, mas que não oferece risco", complementa. Cerca de 6 mil toneladas de lixo radioativo foram recolhidas na capital goiana após o acidente. Todo esse material com suspeita de contaminação foi levado para a unidade de do Cnen em Abadia de Goiás (Links para um site externo.) , na Região Metropolitana da capital, onde foi enterrado. Passadas mais de duas décadas, os resíduos já perderam metade da radiação. No entanto, o risco completo de radiação só deve desaparecer em pelo menos 275 anos. Reclamações Para relembrar o acidente, aconteceu nesta sexta-feira uma reunião na Assembleia Legislativa com mais de 100 vítimas do Césio 137. A maioria deles ainda tem sequelas contraídas durante o episódio. O aposentado Teodoro Bispo, que trabalhou na descontaminação da área afetada pelo acidente, teve problemas em várias partes do corpo, principalmente na visão, por causa do contato com o elemento radioativo. Ele cobrou melhorias na assistência hospitalar e mais atenção do poder público para as vítimas. "Eles falam que não iríamos ter nada, mas tem muita gente morrendo. A gente se sente abandonado. Nós que descontaminamos Goiânia recebemos apenas R$ 622", lamenta. Contaminação A tragédia começou quando dois jovens catadores de materiais recicláveis abrem um aparelho de radioterapia em um prédio público abandonado, no dia 13 de setembro de 1987, no Centro de Goiânia. Eles pensavam em retirar o chumbo e o http://g1.globo.com/go/goias/cidade/abadia-de-goias.html http://g1.globo.com/go/goias/cidade/abadia-de-goias.html metal para vender e ignoravam que dentro do equipamento havia uma cápsula contendo césio-137, um metal radioativo. Apesar de o aparelho pesar cerca de 100 kg, a dupla o levou para casa de um deles, no Centro. Já no primeiro dia de contato com o material, ambos começaram a apresentar sintomas de contaminação radioativa, como tonteiras, náuseas e vômitos. Inicialmente, não associaram o mal-estar ao césio-137, e sim à alimentação. Depois de cinco dias, o equipamento foi vendido para Devair Alves Ferreira, dono de um ferro-velho localizado no Setor Aeroporto, também na região central da cidade. Neste local, a cápsula foi aberta e, à noite, Devair constatou que o material tinha um brilho azul intenso e levou o material para dentro de casa. Devair, sua esposa Maria Gabriela Ferreira e outros membros de sua família também começaram a apresentar sintomas de contaminação radioativa, sem fazer ideia do que tinham em casa. Ele continuava fascinado pelo brilho do material. Entre os dias 19 e 26 de setembro, a cápsula com o césio foi mostrada para várias pessoas que passaram pelo ferro-velho e também pela casa da família. Leide das Neves A primeira vítima fatal do acidente radiológico foi a garota Leide das Neves Ferreira,de 6 anos. Ela se tornou o símbolo dessa tragédia e morreu depois de se encantar com o pó radioativo que brilhava durante a noite. A menina ainda fez um lanche depois de brincar com a novidade, acabou ingerindo, acidentalmente, partículas do pó misturadas ao alimento. Isso aconteceu longe dos olhos da mãe, Lourdes das Neves Ferreira. Em entrevista concedida ao G1 no ano passado (Links para um site externo.) , Lourdes disse que se sente culpada pela morte da filha. “Fica passando um filme na minha cabeça. São 25 anos de sofrimento, de dor, de tristeza e de angústia. Eu me arrependo e cobro de mim mesma. Se eu não tivesse ido tomar banho, talvez ela não tivesse ingerido [partículas de pó do césio]", disse. Chernobyl brasileiro: Goiás teve um dos piores acidentes nucleares até hoje 06/06/2019 às 20:19 5 min de leitura Pouco mais de 30 anos depois, o pior acidente nuclear (Links para um site externo.) http://g1.globo.com/goias/noticia/2012/09/mae-da-menina-simbolo-da-tragedia-com-o-cesio-137-diz-se-sentir-culpada.html http://g1.globo.com/goias/noticia/2012/09/mae-da-menina-simbolo-da-tragedia-com-o-cesio-137-diz-se-sentir-culpada.html http://g1.globo.com/goias/noticia/2012/09/mae-da-menina-simbolo-da-tragedia-com-o-cesio-137-diz-se-sentir-culpada.html http://g1.globo.com/goias/noticia/2012/09/mae-da-menina-simbolo-da-tragedia-com-o-cesio-137-diz-se-sentir-culpada.html https://www.tecmundo.com.br/energia-nuclear/ https://www.tecmundo.com.br/energia-nuclear/ já acontecido no mundo está sendo recontado pela série “Chernobyl (Links para um site externo.) ”, da HBO. A história dessa catástrofe está fresca na cabeça das pessoas e é bastante conhecida — inclusive, já falamos sobre ela (Links para um site externo.) aqui no TecMundo —, mas o que poucas pessoas sabem é que um dos episódios mais preocupantes do mundo envolvendo radioatividade se passou no interior do Brasil. Tudo aconteceu há pouco mais de 30 anos, em setembro de 1987, apenas um ano e cinco meses após o acidente da Usina Nuclear de Chernobyl. Em Goiânia, capital do estado de Goiás, um instituto de radiologia havia sido fechado e abandonou no prédio onde funcionava um aparelho usado para realizar radioterapia, uma modalidade de tratamento para eliminar tumores cancerígenos. Esse aparelho utiliza o isótopo césio-137 para gerar radiações ionizantes com pequeno comprimento de onda e alta frequência. O aparelho abandonado no prédio desocupado foi encontrado por catadores de sucata, que buscavam materiais dentro da antiga clínica para venderem para ferros-velhos. Foi o comprador da sucata dos catadores, Devair Ferreira, quem acessou o material radioativo — o césio-137 — que estava dentro do aparelho de radioterapia. Tratava-se de cloreto de césio, um sal muito parecido com o sal de cozinha (cloreto de sódio), mas que emitia uma luz azulada quando em ambientes escuros. Essa característica chamou atenção de Devair, que levou o césio para casa para mostrar para familiares e amigos. Acidente de alto risco Na época, logo após o acidente, mais de 112 mil pessoas foram levadas pelo Cnen (Comissão Nacional de Energia Nuclear) para o Estádio Olímpico de Goiânia e foram testadas em busca de níveis de radiação. Dessas, 271 apresentaram contaminação pelo césio-137. No aniversário de 25 anos do acidente, em 2012, em torno de 104 pessoas vieram a falecer nos anos após o desastre por causa da contaminação, seja decorrente de câncer ou de outros problemas, e cerca de 1.600 haviam sido afetadas diretamente pela radiação. O acidente com o césio-137 em Goiânia foi considerado de nível 5 na Escala Internacional de Acidentes Nucleares, que vai de 1 até 7, sendo que Chernobyl é classificada no valor máximo e Fukushima apresentou nível 6. De acordo com essa https://www.minhaserie.com.br/serie/1965-chernobyl https://www.minhaserie.com.br/serie/1965-chernobyl https://www.tecmundo.com.br/ciencia/141908-chernobyl-causou-o-pior-acidente-nuclear-historia.htm https://www.tecmundo.com.br/ciencia/141908-chernobyl-causou-o-pior-acidente-nuclear-historia.htm escala, o nível 5 apresenta “liberação de quantidade limitada de materiais radioativos com várias mortes ou grande quantidade dentro de uma instalação.” Rescaldo do acidente A limpeza da área afetada pelo acidente com o césio-137 gerou 13,4 toneladas de resíduo radioativo que foram armazenadas em contêineres especiais, enterrados sob uma montanha artificial de terra e camadas de concreto e chumbo para evitar a propagação de radioatividade. Hoje, Odesson Alves Ferreira, outro irmão de Devair, é presidente da Associação de Vítimas do Césio-137 (AVCésio), formada para defender os direitos das vítimas da contaminação. Ele tinha 32 anos na época do acidente e foi gravemente afetado. “Eu me contaminei e acabei virando uma fonte radioativa. As pessoas que passaram por mim foram irradiadas por mim, inclusive a minha família”, disse Ferreira para a BBC em uma entrevista em 2011. A história é profundamente triste e preocupante, mas, da mesma maneira que acontece com o caso de Chernobyl, retratado com perfeição na minissérie da HBO, precisa servir como lição e aviso sobre os perigos do uso de tecnologias nucleares sem cuidado. As consequências são gravíssimas e muita gente acaba pagando pelos erros de poucos, que geralmente saem ilesos quando coisas assim acontecem.
Compartilhar