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Caster Semenya

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Campeã olímpica e mundial nos 800 metros, Caster Semenya foi diagnosticada com 
hiperandrogenismo por produzir uma quantidade de testosterona maior do que as mulheres 
geralmente têm. Sua luta nos tribunais vem levantando discussões sobre os limites do 
esporte e a interferência de meios externos no corpo feminino. 
 
A Federação Internacional de Atletismo (IAAF) tem uma regra controversa que obriga 
mulheres com diferenças de desenvolvimento sexual a usarem medicamentos para diminuir 
a quantidade de testosterona. Semenya no entanto questionou essa ação na mais alta 
autoridade esportiva. A Corte internacional do esporte não atendeu ao pedido por entender 
que a legislação era necessária para preservar o esporte feminino. 
 
A IAAF alegou que a atleta tinha nível de testosterona semelhante ao dos homens, logo 
influenciaria diretamente nas provas de 400, 500 e 1500m que Semenya também compete. 
A equipe da atleta argumentou que outros esportistas consagrados também possuíam 
vantagens biológicas porém não sofriam represálias; Michael Phelps é o maior nadador da 
história mas é reconhecido que levou vantagens nas disputas por ter tronco e braços longos 
que favoreciam seus movimentos na piscina, porém não perdeu credibilidade. 
 
Em competições escolares, corredores de ambos os sexos têm resultados parecidos até os 
10 anos. A partir da puberdade o corpo masculino é bombardeado com cerca de 95% mais 
testosterona que as mulheres, fazendo com que a discrepância de resultados seja nítida na 
fase adulta. 
 
Apesar de ser um tema essencialmente esportivo, outras entidades internacionais 
enxergaram violação dos direitos humanos nessa polêmica. A ONU classificou essa lei da 
federação de atletismo como humilhante e desnecessária.

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