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W B A 0 10 7 _v 2 .1 Jennifer Bazilio Licitações e Lei de Responsabilidade Fiscal © 2018 por Editora e Distribuidora Educacional S.A. Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, por escrito, da Editora e Distribuidora Educacional S.A. Presidente Rodrigo Galindo Vice-Presidente de Pós-Graduação e Educação Continuada Paulo de Tarso Pires de Moraes Conselho Acadêmico Carlos Roberto Pagani Junior Camila Braga de Oliveira Higa Carolina Yaly Danielle Leite de Lemos Oliveira Juliana Caramigo Gennarini Mariana Ricken Barbosa Priscila Pereira Silva Coordenador Camila Braga de Oliveira Higa Revisor Christianne de Carvalho Stroppa Editorial Alessandra Cristina Fahl Daniella Fernandes Haruze Manta Flávia Mello Magrini Leonardo Ramos de Oliveira Campanini Mariana de Campos Barroso Paola Andressa Machado Leal Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Bazilio, Jennifer B363l Licitações e lei de responsabilidade fiscal /Jennifer Bazilio. – Londrina : Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2017. 89 p. ISBN 978-85-522-0604-0 1. Licitações. 2. Planejamento. 3. Responsabilidade fiscal. I. Bazilio, Jennifer. II. Título. CDD 330 2018 Editora e Distribuidora Educacional S.A. Avenida Paris, 675 – Parque Residencial João Piza CEP: 86041-100 — Londrina — PR e-mail: editora.educacional@kroton.com.br Homepage: http://www.kroton.com.br/ Responsável pela ficha catalográfica: Thamiris Mantovani CRB: 8/9491 SUMÁRIO Tema 1: Administração pública ...........................................5 Tema 2: Lei de responsabilidade fiscal e lei de acesso à informação .....................................................................19 Tema 3: Licitações no direito brasileiro ................................30 Tema 4: Formas de contratação .........................................42 Tema 5: Contratos administrativos......................................56 Tema 6: Publicidade e fiscalização ......................................66 Tema 7: Recursos administrativos nas licitações ...................79 Tema 8: Crimes no processo de licitação .............................90 A disciplina de Licitações e Lei de Responsabilidade Fiscal busca estimular a reflexão dos alunos acerca dos temas explicitados na ementa deste curso. Vamos conhecer os componentes existentes dentro da administração pública, os entes que os compõe, também saber como nos colocarmos frente à Cons- tituição Federativa Brasileira, e qual a sua relação direta com os processos envolvidos nos componentes de licitação pública. Ao decorrer desta, veri- ficaremos como é composta a Lei de responsabilidade fiscal, seus artigos e incisos atos permitidos e vetados. Aprofundando, assim, o conhecimento nas modalidades licitatórias e a forma de contratação direta. Ressaltaremos de que forma isso envolve diretamente o direito à concorrência entre as empresas. Também abordaremos as formas de contratação mais comuns e usuais da Administração Pública. As cláusulas dos contratos e a ocorrência das cláusulas exorbitantes. Para nos embasarmos, iremos discutir as normas e a Lei de Responsabilidade Fiscal (LEI Nº 101/2000), o Decreto 5.504 e a Lei Complementar 123/06, para podermos compreender como ocorrem os processos de compra e as transferências de verbas destinadas a esta finali- dade. Passaremos, assim, à compreensão acerca das formas de contratação da administração pública, mencionando as regras referentes ao Regime Dife- renciado de Contratação tanto quanto a transparência, que permite a visu- alização de todo gasto de dinheiro público e as implicações legais em não cumprir com o estabelecido nas leis referentes a estas ações públicas. APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA 1 Administração pública 6 Objetivos Específicos • Compreender o conceito de administração pública; • Conhecer as principais configurações estruturais da administração pública; • Compreender o processo orçamentário; • Conhecer a necessidade das áreas de conhecimento no processo de auditoria. Introdução A administração pública é um conceito que pode nos conduzir aos aspectos práticos de administrar- -se o bem público, bem como todas as diretrizes, normas e condutas a serem seguidas neste processo. Para compreendermos sobre estes conceitos e podermos nos tornar administradores de maior ido- neidade dentro do serviço público, a compreensão da Constituição Federativa e seus artigos se faz necessária. Por ser um assunto extenso, copilaremos os principais pontos e conceitos a serem discu- tidos para sua total compreensão. Dentro da administração pública todos os processos devem ser realizados com total lisura e trans- parência, pois o serviço defende os interesses da população e qualquer improbidade pode levar a com- prometer diretamente a vida dos cidadãos. Todas as ações dentro do serviço público devem seguir um planejamento, muitas vezes realizados anos antes do início das ações voltadas para aquela meta. Os recursos destinados para tais ações tam- bém caminham nesta temporalidade, sendo assim, estipular o gasto orçamental, casado ao planeja- mento das ações e metas, pode favorecer a gestão e evitar questões jurídicas. 1.1 Administração Pública e poderes A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos previstos dentro da Constituição Federativa do Brasil (CF). 7 Ou seja, a União representa a pessoa jurí- dica de direito público, sendo uma entidade federativa autônoma em relação aos outros Estados, Municípios e Distrito Federal. É muito comum confundir a União com a República Federativa do Brasil (Estado Federal), uma vez que se integram. Podemos pensar que: a República Federativa é o todo, o Estado Federal brasi- leiro, pessoa jurídica de direito público inter- nacional, integrada pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Estes entes são regidos de diferentes formas, os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem, o Município rege-se por leis orgânicas, votadas e aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará, ambos devem respeitar os princípios estabelecidos na Constituição, e na Constituição do respectivo Estado. A Constituição Federal de 1988 sofreu uma emenda em 2017, trazendo novos direcionamentos jurídicos à Administração Pública, assim como as Leis que a regem, em seu artigo 37. O conteúdo denota padrões e critérios que devem ser seguidos e realizados sem ferir a CF, pois estas são os pila- res de sustentação a todas às Leis em geral e devem ser respeitados para evitarmos ferir o sistema Constitucional do país, em que os princípios norteadores são a legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, que se mantêm também na Redação dada pela EC nº 19/1998. O conceito de Administração Pública é provindo da área de direito e se caracteriza por um conjunto de serviços e órgãos estabelecidos pelo Estado com o objetivo de gerir áreas da sociedade e realizar ações administrativas. Toda administração pública tem as principais primícias voltadas em defender os interesses públicos, os direitos e interesses dos cidadãos que administra. Em um conceito mais prático, todas as ações voltadas à forma e como o Estado pratica o direito administrativo seguindo conceitos estipulados na CF. Link A Constituição da República Federativa do Brasil foi aprovada apenas em 1988, é a Lei suprema, mais importante do nosso país. Ela é o parâmetro de val- idade de todasas outras Leis. Na gestão pública, o seu conhecimento, mesmo que em partes, se torna essencial. Disponível em: <http://www.stf.jus.br/ arquivo/cms/legislacaoConstituicao/anexo/CF.pdf>. Acesso em: 14 jan. 2018. http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/legislacaoConstituicao/anexo/CF.pdf http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/legislacaoConstituicao/anexo/CF.pdf 8 Entre os entes Federativos é comum existir a descentralização administrativa, no caso da adminis- tração pública indireta, possibilitando que o Estado transfira a execução de suas atividades a outras pessoas jurídicas ligadas a ele, como autarquias, fundações, empresas públicas e outras entidades de direito privado, desde que estes tenham interesse neste tipo de administração, como ocorre com o INSS, Petrobras, Correios, entre outras. Estas empresas são comumente conhecidas como estatais, ou seja, possuem um CNPJ totalmente ou parcialmente vinculado ao controle do Estado, e podem ser vistas como empresas públicas e socie- dades de economia mista. Estas entidades que possuem CNPJ próprio, e personalidade jurídica constituindo assim, patrimô- nio, autonomia administrativa e orçamento próprio ou não. Como exemplos, temos as autarquias, as fundações públicas, empresas públicas, estatais e sociedades de economia mista. Definiremos algumas de maior importância para este: • Autarquias: são serviços autônomos, executam atividades típicas da Administração Pública, com certa descentralização da gestão administrativa e financeira dos órgãos públicos, pois podem assim otimizar tempo e custos. Ex.: Agência Nacional de Saúde (ANS), Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). • Fundações públicas: possuem personalidade jurídica, não visam lucro, são criadas para desen- volver atividades sem a participação de órgãos ou entidades de direito público. Possuem auto- nomia administrativa, são geridos e financiados pelos respectivos órgãos de direção, com recur- sos da União e demais fontes. Ex.: Fundação Nacional do Índio (FUNAI) e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). • Empresas públicas: possuem personalidade jurídica, direito privado, com capital/patrimônio exclusivo da União, criadas para a exploração de atividades econômicas que o Governo necessite exercer por força de contingência. Ex.: Caixa Econômica Federal. • Sociedades de economia mista: possuem personalidade jurídica de direito privado, concedida por Lei para a exploração de uma determinada atividade econômica, cujas ações são controladas pelo Poder Público. Ex.: Banco do Brasil e Petrobras. https://www.ibge.gov.br/ https://www.ibge.gov.br/ 9 • Agência Reguladora: autarquia criada sob regime especial, tem a função de exercer controle e regulação de instituições públicas. Ex.: na polícia, fiscalizando e controlando a atuação dos con- cessionários e permissionários. Já na Administração Direta, o Estado exerce suas funções por meio dos três poderes, o Executivo (administrar o bem público), o Legislativo (cria as Leis), e o Judiciário, (julgar as ações) de forma que os órgãos públicos pertencentes a ela estão ligados diretamente ao poder executivo federal, estadual ou municipal, sendo integrantes das pessoas federativas, respondendo diretamente pelas atividades administrativas do Estado. Assim estes não possuem um CNPJ próprio, patrimônio ou autonomia administrativa, sendo seu orçamento subordinado às esferas das quais participam. Podemos destacar como exemplos, as secre- tárias dos estados federativos, dos municípios e até mesmo os ministérios do governo federal. Além dos três poderes e dos modelos de administração pública, existe o poder público que pode ser representado pela população de forma geral e representada pelo funcionalismo público. Dentre o funcionalismo público, aqueles indicados pelos poderes para executar funções administrativas são conhecidos como gestores públicos. Os gestores públicos existem em todas as esferas e têm a grande responsabilidade para com a sociedade e nação, devendo fazer a gestão e administração de matérias públicas, de forma trans- parente e ética, em concordância com as normas legais estipuladas. No caso de um agente público cometer uma prática ilegal contra os princípios da Administração Pública, ele poderá ser julgado por improbidade administrativa conforme a Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992, que foi novamente atu- alizada em 2017, também citada no artigo 37 da CF, onde respondera civilmente e não administrati- vamente por este crime. 10 1.2 orçamento público O surgimento do orçamento público está intimamente ligado à ideia de controle e pela necessidade de regular a transparência dos governantes no destino dos recursos públicos. A ideia do orçamento público já era evidente na Magna Carta inglesa, outorgada no ano de 1215, pelo Rei João Sem Terra, sendo este apenas um esboço do que consideramos como orçamento público nos dias atuais. Desde então, muitas técnicas orçamentárias foram desenvolvidas, fazendo frente às exigências e necessidades entre o Estado e a sociedade. O orçamento público é o instrumento de gestão de maior relevância. É um instru- mento utilizado para as entidades organizar os seus recursos financeiros e a forma de gerir seus custos e receitas. No Brasil, o orçamento é regido e prote- gido por diversas formalidades legais. Sua existência está prevista constitucionalmente, planejada anu- almente mediante Lei específica que prevê uma receita e fixa despesas para um determinado exercí- cio. Assim, uma instituição só poderá realizar despesas se estas estiverem previstas ou incorporadas ao orçamento. A Constituição Federal, em sua Seção II, no Art. 165, Leis de Iniciativa do Poder Executivo, estabe- lece que para a execução das finanças orçamentais seja respeitado: i. o plano plurianual (PPA); ii. as diretrizes orçamentárias (LDO); iii. os orçamentos anuais (LOA). Podemos evidenciar também o ditame constitucional. É importante observar o citado no art. 2º Para saber mais Preocupada com a necessidade de mais projetos vol- tados à criança e ao adolescente, a UNICEF criou uma cartilha de manejo simples trazendo os princi- pais conceitos em gestão pública, vale a pena ler. 11 da Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964, transcrito a seguir: Art. 2º. A Lei de Orçamento conterá a discriminação da receita e despesa de forma a evi- denciar a política econômica, financeira e programa de trabalho do governo, obedecidos os princípios de unidade, universalidade e anualidade. O plano plurianual estabelece de forma regionalizada as diretrizes, obje- tivos e as metas da administração pública para as despesas e outras que delas decorrer, também para aquelas relativas aos progra- mas continuados. O PPA é elaborado no pri- meiro ano do mandato do gestor/governante eleito e tem duração de 4 anos, com vigên- cia a partir do segundo ano de mandato. O projeto elaborado para a execução no PPA deverá ser enviado pelo Poder Executivo ao Congresso até quatro meses antes do final do primeiro exercício financeiro do mandato do novo pre- sidente, e devolvido para a sanção até o encerramento da sessão legislativa. A Lei de diretrizes orçamentárias é composta das metas prioritárias da administração pública fede- ral, incluindo as despesas para o exercício financeiro, orientando a elaboração da Lei orçamentária anual, estabelecendo também a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento. A LDO orienta a elaboração orçamentária, compreendendo as prioridades e metas em consonância com o PPA, porém, se referindo apenas ao exercício financeiro subsequente. Seu conteúdo deve ser publicado até trinta dias após o encerramento de cada bimestre, com o relatório resumido da execu- ção orçamentária. Com a instituição da Lei de Responsabilidade Fiscal, a LDO incorporou novas atribuições associa- das ao equilíbrio entre receitas e despesasque norteia todo ciclo de alocação dos recursos públicos. Para saber mais Esta Lei institui normas gerais de direito financeiro para a elaboração e controle dos orçamentos e bal- anços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal. Foi decretada pelo Congresso Nacio- nal em 1964 antes até mesmo da promulgação da Constituição da República Federativa do Brasil. 12 A ela compreende: i. o orçamento referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive aquelas mantidas pelo Poder Público; ii. o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto; iii. o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público (BRASIL, 2017). Ou seja, todas as formas administrativas compostas pelo poder público estão compreendidas nes- tas Leis. A Lei orçamentária anual não poderá conter despesas desconhecidas à previsão da receita, apenas nos casos de abertura de créditos suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da Lei. Na Lei complementar, segundo a Constituição Federal, podemos observar as seguintes disposições a serem obedecidas nesta e nas demais ordens para a execução das finanças orçamentais: i. dispõe sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração e a organização do plano plurianual, da Lei de diretrizes orçamentárias e da Lei orçamentária anual; ii. estabelece as normas de gestão financeira e patrimonial da administração direta e indireta, bem como condições para a instituição e funcionamento de fundos; iii. dispõe sobre critérios para a execução equitativa, além de procedimen- tos que serão adotados quando houver impedimentos legais e técnicos, cum- primento de restos a pagar e limitação das programações de caráter obriga- tório, para a realização do disposto no § 11 do art. 166 (Incluído pela EC nº 86/2015) (BRASIL, 2017). Exemplificando Se um administrador investe em alguma obra um val- or maior que o previsto no orçamento ou emite notas com valores diferentes dos valores praticados. Como você entenderia estes atos? Este administrador agiu contra a Lei de responsabilidade fiscal e cometeu im- probidade administrativa. 13 1.2.1 Técnicas e práticas orçamentárias As práticas orçamentarias vêm se modificando e atualizando ao longo dos anos. Neste momento, iremos apresentar de forma resumida alguns modelos de orçamento tradicional, de desempenho e por programas, podendo assim compararmos algumas das técnicas ou práticas orçamentárias mais difundidas. • Orçamento Tradicional: processo orçamentário em que é explicitado apenas o objeto de gasto. Apresenta valores para as despesas com pessoal, material, serviços etc., sem relacionar os gas- tos a nenhuma finalidade (programa ou ação). Também é conhecido como orçamento clássico. • Orçamento de Desempenho: processo orçamentário que apresenta as dimensões, objeto de gasto e o programa de trabalho, contendo as ações desenvolvidas. Esta prática enfatiza o desem- penho organizacional e pode ser também conhecida como orçamento funcional. • Orçamento-programa: orçamento que expressa os programas de trabalho de governo, possibili- tando a integração do planejamento com o orçamento, sendo possível a quantificação de obje- tivos e a fixação de metas. Nesta prática, são apontados os insumos, as alternativas programá- ticas seguidas do acompanhamento e a avaliação de resultados. • Orçamento Participativo: aquele que contempla a população no processo decisório, por meio de lideranças ou audiências públicas. Nesta prática existe uma coparticipação do Executivo e Legislativo na elaboração dos orçamentos, favorecendo a transparência dos critérios e infor- mações que nortearão a tomada de decisões. Pelo modo que é praticado, necessidade de uma maior discricionariedade do governo na alocação dos gastos, a fim de que possa atender os anseios da sociedade, pois requer alto grau de mobilização social. Assim, muitos gestores evitam esta modalidade, sendo necessário a disposição do poder público em descentralizar e repartir o poder. • Orçamento Base Zero: se apoia na necessidade da justificativa de todos os programas a cada novo ciclo orçamentário. Em seu disposto analisa, revê e avalia todas as despesas propostas e 14 não apenas as das solicitações que ultrapassam o nível de gasto já existente. • Orçamento Incremental/Inercial: é elaborado por meio de ajustes nos seus itens de receita e despesa. Repete o orçamento anterior acrescido da variação de preços ocorrida no período de sua execução. • Orçamento com Teto Fixo: critério de alocação de recursos mediante o estabelecimento de um teto fixo, obtido por meio da aplicação do percentual único sobre as despesas em determi- nado período. O percentual único serve de base para que os órgãos elaborem propostas orçamentárias parciais. Questão para reflexão Como você avalia a participação da população nas questões orçamentais públicas? São suficiente- mente eficazes? Considerações Finais • Dentro da administração pública todos os processos devem ser realizados com total lisura e transparência, pois o serviço defende os interesses da população e qualquer improbidade pode levar a comprometer diretamente a vida dos cidadãos. • A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos previstos dentro da Constituição Federativa do Brasil. • O orçamento público é o instrumento de gestão de maior relevância. É um instrumento utilizado Assimile O conceito de Administração Pública é provindo da área de direito e se caracteriza por um conjunto de serviços e órgãos estabelecidos pelo Estado com o objetivo de gerir áreas da sociedade e realizar ações administrativas. Toda administração pública tem as principais primícias voltadas em defender os interess- es públicos, os direitos e interesses dos cidadãos que administra. 15 para as entidades organizar os seus recursos financeiros e a forma de gerir seus custos e receitas. • de forma a amparar os gestores na realização das práticas orçamentais existem algumas técnicas mais utilizadas respeitando os princípios constitucionais. Glossário Entes federativos: é a organização político-administrativa da República Federativa do Brasil que compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios. Personalidade jurídica: conceito próprio da área do direito que se refere ao elemento essencial dentro do conjunto das normas jurídicas, reconhecimento do ser humano como indivíduo livre e que não se submete de forma alguma à escravidão. Verificação de leitura QUESTÃO 1-Qual a lei máxima brasileira? a) Leis Estaduais. b) Lei nº 8.429. c) Constituição Federativa do Brasil. d) Lei nº 13.303. e) Leis municipais orçamentares. QUESTÃO 2-Qual o significado da sigla PPA? a) Projeto Participativo Administrativo. b) Participação Pública Administrativa. c) Plano Plurianual. 16 d) Parcela Pública Administrativa. e) Protocolo Parlamentar Anual. QUESTÃO 3-A Constituição Federativa do Brasil foi escrita em que ano? a) 1994 b) 1934 c) 1889 d) 1988 e) 1964 Referências bibliográficas BRASIL. Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000. Estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade fiscal e dá outras providências. Diário Oficial da União, 05 de maio de 2000. BRASIL. Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964. Estatui normas gerais de Direito Finan- ceiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal. BRASIL. Lei 12.527/2011. Lei n.º 4,320 de 17 de março de 1964: promulgada em 4 de maio de 1964. Disponívelem: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L4320.htm>. Acesso em: 14 jan. 2017. BRASIL. Senado Federal. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, Senado Federal, 2017. MATIAS, P. J. Manual de gestão pública contemporânea. São Paulo: Atlas, 2009. MATOS, J. C. Administração pública gerencial. Anais do ENIC, v. 1, n. 4, 2015. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L4320.htm 17 SILVA, A. C. Evolução da administração pública no Brasil e tendências de novos modelos organizacionais. Mato Grosso: Instituto Cuiabano de Educação, 2013. Gabarito QUESTÃO 1-Alternativa C. A Constituição da República Federativa do Brasil foi aprovada apenas em 1988, é a Lei suprema, 18 mais importante do nosso país. Ela é o parâmetro de validade de todas as outras Leis. QUESTÃO 2-Alternativa C. O plano plurianual é parte integrante do processo orçamentar. QUESTÃO 3-Alternativa D. A Constituição da República Federativa do Brasil foi aprovada apenas em 1988. 2 Lei de responsabilidade fiscal e lei de acesso à informação 20 Objetivos Específicos • Conhecer a Lei de responsabilidade fiscal; • Compreender a Lei de responsabilidade fiscal; • Conhecer a Lei de acesso à Informação; • Compreender a Lei de acesso à Informação. Introdução O grande desequilíbrio fiscal no país, os gastos metodicamente superiores às receitas, predominou na administração pública do Brasil por anos. Assim, consequentemente, a economia tornou-se nega- tiva impactando diretamente na população por mais de uma geração. A inflação totalmente descontrolada, a dívida externa e interna, convivia com taxas de juros cada vez mais altas. A população estava cada vez mais endividada de forma expressiva e a carga tributária relativamente alta, quando comparada com países ao nosso entorno. Esta realidade acabou levando as finanças públicas a tal situação que limitou o atendimento das necessidades fundamentais da população, como educação, moradia, saúde, saneamento, causando efeitos indesejáveis sobre sua parcela mais pobre, e que mais sofre as sequelas da ausência de inves- timentos por parte do governo. Visto a necessidade governamental em regular e equiparar as dívidas, um conjunto de medidas foram criadas, entre elas a criação da Lei de Responsabilidade Fiscal. Junto a ela, a transparência nos gastos públicos tornou-se necessário propiciando que o cidadão acompanhasse os gastos e investi- mentos voltados à população. 21 2.1 Lei de responsabilidade fiscal A Lei de responsabilidade fiscal, como é mais conhecida popularmente, na realidade é a Lei Complementar 101, da Seção I, integrante das normas gerais, entrou em vigor no ano de 2000, no dia 4 de maio. Ela foi criada com o objetivo de regulamentar a Constituição Federal, no que diz respeito à Tributação e Orçamentar em atendimento ao artigo 163 desta constituição. Em sua criação, os políticos envolvidos tinham o objetivo de controlar os gastos dos gestores públicos em todas as esferas governamentais, pois se acreditava que estes eram os principais responsáveis pelos gastos desnecessários e mal planejados com gastos sistematicamente superiores às receitas. Mesmo com parte dos presidentes e da câmara dos Deputados contra esta Lei, ela foi aprovada. Em seu contexto, no Art. 163, a Lei complementar dispõe sobre: I – Finanças públicas; II – Dívida pública externa e interna, incluída a das autarquias, fundações e demais entidades controladas pelo Poder Público; III – concessão de garantias pelas entidades públicas; IV – Emissão e resgate de títulos da dívida pública; V – Fiscalização financeira da administração pública direta e indireta; (Redação dada pela EC nº 40/2003); VI – Operações de câmbio realizadas por órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; VII – Compatibilização das funções das instituições oficiais de crédito da União, resguardadas as características e condições operacionais plenas das voltadas ao desenvolvimento regional (BRASIL, 2017, on-line). 22 Portanto, a Lei prevê mecanismos de controle para as despesas públicas, tornando assim todo o processo mais transparente e com maior rigor nos gastos, evitando que o governo adquira grandes dívidas que possam impedir a gestão como um todo. O planejamento dos gastos públicos deve ocorrer dentro de padrões orça- mentais que podem ser utilizados alguns instrumentos de gestão para sua exe- cução. Seriam estes aqueles previstos pela Constituição Federal em sua Seção II, no Art. 165. Que dispõe a Lei de Iniciativa do Poder Executivo estabelecendo que para a execu- ção das finanças orçamentais seja respeitado e utilizado: 1. o plano plurianual (PPA); 2. as diretrizes orçamentárias (LDO); 3. os orçamentos anuais (LOA). A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) procura retomar a prática de planejamento para a execução dos gastos públicos, incluindo a responsabilidade social em seu disposto. Com tal inclusão, a partici- pação popular nas discussões e elaboração dos planos e orçamentos até a apresentação pública do projeto, contando também com a transparência, dispondo todas as contas a qualquer momento para a consulta de qualquer cidadão e instituição. Prevê a emissão de relatórios periodicamente com fins fiscais de execução orçamentária. Com o advento da internet, estes tornaram-se de domínio público assim que publicados, muitas vezes causando grande movimentação popular. Como toda Lei, a LRF é composta de vários pontos e um conjunto de normas e princípios estabe- lecidos, dentre eles alguns merecem mais destaque por serem de aplicabilidade comum aos gestores. Assim os abordaremos a seguir: Link BRASIL. Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000. Estabelece normas de finanças públicas vol- tadas para a responsabilidade na gestão fiscal e dá outras providências. Diário Oficial da União, 2000. 23 Limites de gasto com pessoal: a Lei fixa limites para este tipo de despesa, em relação à receita corrente líquida para os três Poderes e para cada nível de governo. Limites para o endividamento público: serão estabelecidos pelo Senado Federal por proposta do Presidente da República abarcando o endividamento interno e externo. Definição de metas fiscais anuais: previstas para os três exercícios seguintes. Mecanismos de compensação de despesas de caráter permanente: o governante não poderá criar uma despesa de ordem continuada pelo prazo superior a dois anos, sem indicar uma fonte de receita ou uma redução de outras despesas. Mecanismo para o controle das finan- ças públicas durante o período eleitoral: a Lei impede a contratação de operações de crédito por antecipação de receita orçamen- tária, no último ano de mandato e proíbe o aumento das despesas com pessoal nos 180 dias que antecedem o final do mandato (BRASIL, 2011). O descumprimento à aplicação de dispositi- vos regidos pela LRF pode implicar em crimes de responsabilidade fiscal. Esse tipo de crime pode levar à cassação do mandato do gestor. 2.1.1 Lei de acesso à Informação Todo e qualquer cidadão tem o direito de acesso às informações sob a guarda de órgãos e enti- dades públicas. É direito fundamental do cidadão, e dever do Estado. Direito inscrito na Constituição brasileira e regulamentado pela Lei Federal nº 12.527, sancionada em 18 de novembro de 2011 pela Presidenta da República. No Governo Federal, a Lei de Acesso à Informação foi regulamentada pelo Decreto nº 7.724/2012. Para saber mais Você sabia que a primeira nação no mundo a desen- volver um marco legal sobre acesso foi a Suécia, em 1766. Já os Estados Unidos aprovaram sua Lei de Liberdade de Informação, conhecida como FOIA (Freedom of Information Act), em 1966. Na América Latina, a Colômbia foi pioneira ao estabelecer, em 1888, um Código que franqueou o acesso a docu- mentos de Governo. No México, a Lei de 2002 é considerada uma referência, com sistemas rápidos de acesso. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/Decreto/D7724.htm24 Este marco regulatório foi um importante passo na trajetória de transparência pública no Brasil, estabelecendo também mecanismos de obtenção de informações e documentos, partindo do princípio de que o acesso é a regra e o sigilo a exceção. Toda e qualquer informação sob a guarda do Estado é sempre pública, devendo o acesso a ela ser restringido apenas em casos específicos. Isto significa que a informação produzida, guardada, organi- zada pelo Estado é um bem público. Considera-se que os dados e o acesso a eles, como documentos, arquivos, estatísticas, levanta- mentos e estudos, fortalecem a capacidade dos indivíduos de participar de modo efetivo da tomada de decisões que possam os afetar diretamente. O cidadão bem informado tem melhores condições de conhecer e acessar seus direitos essenciais, como educação, benefícios sociais e saúde, vindo assim consolidar em um dos fundamentos da democracia. Por este e por outros motivos, o acesso à informação pública tem sido, cada vez mais, reconhecido como um direito em várias partes do mundo. Cerca de 90 países possuem Leis que o regulamentam (BRASIL, 2011). No Brasil, o acesso à informação pública está inscrito no capítulo I da Constituição, dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos no inciso 33 do artigo 5, que dispõe: todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado (on-line). Ele define e consolida o marco regulató- rio sobre o acesso à informação pública sob a guarda do Estado e estabelece procedi- mentos para que a Administração responda a pedidos de informação do cidadão, sendo esta a regra e não a exceção. Assimile A Lei nº 12.527/2011 regulamenta o direito con- stitucional de acesso às informações públicas. Essa norma entrou em vigor em 16 de maio de 2012 e criou mecanismos que possibilitam, a qualquer pes- soa, física ou jurídica, sem necessidade de apresentar motivo, o recebimento de informações públicas dos órgãos e entidades. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/lei/l12527.htm 25 A Lei de aceso à informação é válida para todas as formas administrativas, incluindo assim os casos de indireta, bem como a todos os Poderes e entes federativos. Muito se discute sobre a cultura de segredo que, muitas vezes, prevalece na gestão pública. Nada mais é do que dificul- dades impostas pelos gestores, com justifi- cativas pautadas no senso comum para evi- tar ou muitas vezes burocratizar os proces- sos para evitar que a população tenha acesso direto a algumas documentações. A explicação sempre está baseada em discursos, como: • O cidadão só pode solicitar informações que lhe digam respeito direto. • Os dados podem ser utilizados de forma indevida por grupos oposicionistas. • A demanda do cidadão sobrecarrega os servidores e compromete outras atividades na gestão. • Cabe sempre à chefia decidir pela liberação. • Os cidadãos não estão preparados para exercer o direito de acesso à informação. O governo federal coloca que para garantir a efetividade do acesso à informação pública, uma legislação sobre o direito à informação deve observar um conjunto de ações e padrões estabelecidos, em concordância com os melhores critérios e práticas internacionais. Dentre esses princípios, pode- mos destacar: • Acesso é a regra, o sigilo, a exceção (divulgação máxima). • Requerente não precisa dizer por que e para que deseja a informação (não exigência de motivação). • Hipóteses de sigilo são limitadas e legalmente estabelecidas (limitação de exceções). • Fornecimento gratuito de informação, salvo custo de reprodução (gratuidade da informação). Exemplificando Como cidadã não concordei com a preferência do prefeito do município em que moro ter realizado um investimento em um programa social, acho que ele deveria investir em merenda. Acredito que o valor pago por este serviço foi absurdo e não sei se o pro- cesso para aquisição deste bem foi correto. Eu posso ter acesso a este processo de compra ou investimen- to? Sim pode, a Lei de acesso às informações públi- cas garante este direito a todo e qualquer cidadão, independentemente de ser munícipe ou não. 26 • Divulgação proativa de informações de interesse coletivo e geral (transparência ativa). • Criação de procedimentos e prazos que facilitam o acesso à informação (transparência passiva) (BRASIL, 2017). Questão para reflexão Como você consegue compreender a relação entre as leis de responsabilidade fiscal e a lei de acesso à informação? Considerações Finais • A Lei de responsabilidade fiscal, como é mais conhecida popularmente, na realidade é a Lei Complementar 101, da Seção 1, foi criada com o objetivo de regulamentar a Constituição Federal, no que diz respeito à Tributação e Orçamento. • A Lei prevê mecanismos de controle para as despesas públicas, tornando assim todo o processo mais transparente e com maior rigor nos gastos, evitando que o governo adquira grandes dívidas que possam impedir a gestão como um todo. • Todo e qualquer cidadão tem o direito de acesso às informações sob a guarda de órgãos e enti- dades públicas. É direito fundamental do cidadão, e dever do Estado. • É regulamentado pela Lei Federal nº 12.527, sancionada em 18 de novembro de 2011 pela Presidenta da República. Glossário Operações de câmbio: é a prática de troca de moedas entre países diferentes. 27 Verificação de leitura QUESTÃO 1-Qual Lei foi criada com o objetivo de regulamentar a Constituição Federal no que diz respeito à Tributação e Orçamento? a) Lei Complementar 101. b) Lei Complementar 165. c) Lei nº 12.527. d) Art. 12.527. e) Decreto nº 7.724/2012. QUESTÃO 2-Em que ano foi criada a Lei Complementar 101? a) 2001 b) 1966 c) 1998 d) 2000 e) 2013 QUESTÃO 3-Quem eram os acusados de serem os principais responsáveis pelos gastos des- necessários no país? a) A população. b) O presidente. c) Os gestores. d) O ministro da economia. e) Os deputados federais. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/Decreto/D7724.htm 28 Referências bibliográficas BRASIL. Constituição de 1988. Brasília, DF: Senado; 1988. Lei Complementar 101/2000. Brasília, DF: Senado, 2000. BRASIL. Controladoria-Geral da União. Acesso à Informação Pública: Controladoria-Geral da União: Uma introdução à Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011. Disponível em: <http://www.acessoainformacao.gov.br/assuntos/conheca-seu-direito/a-lei-de-acesso-a- -informacao>. Acesso em: 16 jan. 2018. MAZZA, Alexandre. Lei de Responsabilidade Fiscal. In: Manual de Direito Administrativo. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2016. Gabarito QUESTÃO 1-Alternativa A. A Lei criada com o objetivo de regulamentar a Constituição Federal, no que diz respeito à Tributação https://bit.ly/1KKeR7L https://bit.ly/1KKeR7L https://jus.com.br/tudo/direito-administrativo 29 e Orçamento, é a Lei Complementar 101. QUESTÃO 2-Alternativa D. A Lei Complementar 101 foi promulgada em 2000. QUESTÃO 3-Alternativa C. Os políticos envolvidos na criação da Lei tinham o objetivo de controlar os gastos dos gestores públicos em todas as esferas governamentais. 3 Licitações no direito brasileiro 31 Objetivos Específicos • Conhecer os princípios da legislação dobre a Lei nº 8.666/93; • Compreender as implicações desta Lei quanto aos processos licitatórios; • Verificar quais as formas de contratação. Introdução Dados históricos relatam que a Licitação surgiu na Europa Medieval, devido à necessidade de se adquirir bens, executar obras ou realizar serviços que a administração pública não poderia realizar. Então, o Estado realizava chamadas para que os interessados se inscrevessem para realizar o serviço do qual a administração precisasse. Este procedimento também era regido porregras, era necessário um representante do Estado onde se acendia uma vela iniciando o certame. Neste momento, os participantes ofereciam lances enquanto a vela se mantivesse acesa ou apagasse por si só, o vencedor seria aquele que ofertasse o último lance com menor preço, nesta época onde ainda imperava o regime monárquico. Em meados do século XIX, no tempo da Administração Pública Burocrática, os interesses já se vol- tavam na defesa do Estado, evitando a corrupção e, consequentemente, a perda do tesouro. Neste modelo, os processos de licitação se aperfeiçoaram, as regras foram mais bem estabelecidas em con- formidade às novas exigências deste momento histórico. Com o passar dos anos verificou-se que a burocracia engessava o processo administrativo, com vários procedimentos tentando evitar atos corruptos. O sistema era cheio de brechas legais e os entes públicos eram mal preparados para conduzir estes processos. Em meio a esta problemática surge a administração gerencial, vinculada a uma melhor gestão dos gastos e enfim a licitação pública, do qual passa por modificações constantes sempre à procura de manter um processo legal, na legislação brasileira. 32 3.1 Licitações No Brasil, o processo licitatório sofreu várias transformações, passando por evolução de várias Leis e Decretos até se materializar na forma em que a conhecemos hoje. Muito disso se deve à necessi- dade de um modelo gerencial de gestão administrativa, capaz de processar as necessidades públicas de forma eficiente acompanhando a evolução econômica e social, sem que seja ferido qualquer prin- cípio da constituição brasileira. A crescente demanda por obras e serviços no Brasil, fez com que procedimentos de controle de gastos de grandes volumes fossem pautados em mecanismos de contenção de recursos, levando os processos serem mais rápidos, eficientes e transparentes. Uma destas medidas foi a utilização das licitações. Como na história o processo licitatório trabalha com a apresentação de prestadores de serviço, interessados em prestar um determinado serviço. Todos interessados apresentam suas propostas o mais idêntico possível à necessidade do contratante. Em um prazo determinado, todas as propostas são avaliadas. Os interessados procuram se superar, cada um reduz seu preço, um a um são vencidos e, enfim, o prestador de serviços com menor preço e com melhor proposta ganha . A Constituição Federativa Brasileira de 1988, art. 37, inc. XXI, criou as bases, para quais a regulamentação deste ocorresse em 21 de junho de 1993, onde apresentou-se a Lei Federal nº 8.666/93/93, que instituiu o Estatuto das Licitações e Contratos Administrativos. Sendo de grande amplitude os termos desta Lei, dificilmente conseguiríamos defi- ni-la com apenas um conceito. Como diria Sayagues (1978, p. 9): [...] licitação pode ser definida como um procedimento relativo ao modo de celebrar deter- minados contratos, cuja finalidade é a determinação da pessoa que ofereça à Administração condições mais vantajosas, após um convite a eventuais interessados para que formulem propostas, as quais serão submetidas a uma seleção. Link Busque a Lei na íntegra e tire suas dúvidas sobre os processos de licitações. Busque no site do planalto. gov 33 A Lei nº 8.666/93 segue alguns princípios básicos que sustentam todo o disposto, que são: Segundo o Art.3º. Princípio da legalidade: obriga a Administração Pública, ao comprar algum serviço, contratar obras ou em casos de alienação, proceder de acordo com o que diz a Constituição Federal. O seu descumpri- mento causará vícios no processo licitatório, sendo ele passível de nulidade como consequência . Princípio da impessoalidade: seu objeto é evitar a preferência por alguma empresa específica, cuja opção implicaria prejuízo para a lisura do processo licitatório e nulidade do processo. Princípio da igualdade: assegura a igualdade e isonomia no tratamento a todos que venham par- ticipar do certame licitatório. Princípio da publicidade: busca atender ao interesse público, julgando a melhor proposta, e tor- nando todo o processo de conhecimento público, garantindo aos cidadãos acesso a todo e qualquer documento referente à licitação, bem como sua participação em audiências públicas. Princípio da moralidade: está pautada em padrões éticos e morais exigindo por parte do admi- nistrador um comportamento honesto e, consequentemente, dentro da Lei em toda a execução do processo licitatório. Probidade administrativa: se baseia em consoante com o princípio da moralidade, mantendo o processo obediência a pautas de moralidade, lealdade e boa-fé não apenas no processo licitatório, mas em toda condução administrativa do início ao fim. Princípio do julgamento: se refere em o julgamento ser objetivo e seguir apenas o que foi estipu- lado no edital. Existem também alguns princípios que, ao interpretarmos o artigo, poderíamos nomeá-los como: Princípio da competitividade: garante a livre participação a todos os prestadores, porém desde que o produto apresentado seja objeto do certame. Princípio da economicidade: garante que a proposta mais vantajosa também seja a mais barata, para que o produto adquirido pela administração pública não venha causar mais custos adicionais que outro produto onde a princípio seria mais caro. 34 3.1.1 Modalidades de Licitação O processo de licitação, para que qualquer órgão público realiza compras e obras, necessita abar- car vários tipos de processos de diferentes modalidades com o mesmo fim. Estas estão dispostas na própria Lei Federal em vigor nº 8.666/93/1993, artigos 20 a 23, são elas: • Concorrência Pública; • Tomada de Preços; • Carta Convite; • Concurso; • Leilão. Concorrência: os interessados na fase inicial de habilitação preliminar devem comprovar possuir os requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital para a execução de seu objeto. Tomada de preços: modalidade entre interessados devidamente cadastrados ou que atenderem a todas as condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas, observada a necessária qualificação. Convite: modalidade em que os interessados do ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em número mínimo de 3 (três) pela unidade administrativa, a qual afi- xará, em local apropriado, cópia do instrumento convocatório e o estenderá aos demais cadastrados na correspondente especialidade que manifestarem seu interesse com antecedência de até 24 (vinte e quatro) horas da apresentação das propostas. Concurso: modalidade em que quaisquer interessados para escolha de trabalho técnico, cientí- fico ou artístico, mediante a instituição de prêmios ou remuneração aos vencedores, conforme crité- rios constantes de edital publicado na imprensa oficial com antecedência mínima de 45 (quarenta e cinco) dias. Leilão: é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para a venda de bens móveis inservíveis para a administração ou de produtos legalmente apreendidos ou penhorados, ou para a 35 alienação de bens imóveis prevista no art. 19, a quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação. 3.1.2 Formas de dispensa Outra forma de se realizar compras man- tendo os princípios de moralidade e da iso- nomia, mas quebrando um pouco da rigidez envolvida nestes processos, é a contratação por meio da dispensa. Esta forma deve limitar-se apenas a aquisição de bens e serviços indispensáveis ao atendimento em situações de franca urgência e não a qualquer tipo bem. Os casos especiais permitidos por compras de dispensa estão fundamentados no artigo 24 da Lei nº 8666/93 e podem ser em situações de emergência, por motivo de licitação frustrada por fraude ou abuso de poder econômico, intervenção no domínio econômico, dispensa para contratar com enti- dades da administração pública, contratação de pequeno valor, dispensa para complementaçãode contratos, ausência de interessados, imóvel destinado a administração, gêneros perecíveis, ensino, pesquisa e recuperação social do preso, acordo internacional, aquisição de componentes em garantia, abastecimento em trânsito, compra de materiais de uso pelas forças armadas e associação de porta- dores de deficiência física. Podemos vincular a utilização de dispensa aos casos em que, embora viável a competição, sua rea- lização se mostra contrária ao interesse público, assim podemos conhecê-las como: Licitação dispensada: ocorre nos casos em que não é realizada a licitação por razões de interesse público devidamente justificado. Como no caso da alienação de bens da Administração Pública que será precedida de avaliação e não de licitação (art. 17 da Lei nº 8666/93). Licitação dispensável: ao haver possibilidade de competição entre os fornecedores, a licitação é dispensada, pois o fim da Administração Pública é o interesse público. As suas hipóteses estão taxa- tivamente dispostas na Lei de Licitações e Contratos Administrativos, no art. 24, que esclarece os Para saber mais Leia o artigo recomendado, ele nos traz mais conhe- cimentos sobre a Lei de licitações e nos faz refletir sobre este processo. PEIXOTO, Marco Aurélio Ventura. Modalidades de lic- itação: da concorrência ao pregão. A inversão do pro- cedimento de habilitação e julgamento e a polêmica Medida Provisória nº 2026/00. Jus Navigandi, Tere- sina, v. 6, 2002. 36 casos elencados pela Lei de Licitações e Contratos Administrativos, como já dito, são taxativos, não podendo ser ampliados. 3.1.3 A inexigibilidade Em seu disposto, o Art. 25 da Lei nº 8.666/93, se refere aos casos em que a competição é inviá- vel ou impossível de ocorrer. Ou seja, nos casos em que um produto é o único no mercado, quando o produto pode não ser único, mas traz um benefício único. Possível também nos casos de contratação de um determinado palestrante ou profissional especializado, sendo possível claro desde que se prove documentalmente tal condição. No cotidiano da administração pública é muito comum encontrarmos as seguintes justificativas: • especificação do serviço técnico-profissional; • exposição da singularidade do serviço; • declaração e comprovação da notória especialização; • comprovação de que os serviços objeto da contratação não configuram atribuições de cargos do quadro de pessoal. 3.1.4 Licitações por menor preço ou melhor técnica A modalidade de licitação tipo menor preço são as mais comuns, sendo que por meio delas o fator principal para a escolha da proposta será o preço, ou menor valor ofer- tado, desde que atendidas às exigências do edital. A seleção do critério de julgamento pelo menor preço é comumente adotada em licitações cujo objeto se apresente de forma mais simples, sem maiores complexidades técnicas, e que permitam um julgamento igualitário entre as propos- tas. Este fato não significa que o gestor deverá renunciar a critérios técnicos, para assim não adquirir Assimile A Lei nº 8.666/93 regulamenta o artigo 37, no inciso XXI, da Constituição Federativa do Brasil, que dispõe sobre as normas para licitação e contratos adminis- trativos pertinentes a obras, serviços e locações no ambiente do serviço público. 37 produtos de má qualidade. Diante disso se faz necessário que o edital estipule de maneira clara, minuciosa e objetiva todas as condições do objeto licitado, garantindo assim que o produto, obra ou serviço atenda às necessidades da Administração. Os itens mais comuns a serem detalhados são baseados na garantia e prazos de entrega e execu- ção, devem conter no edital, obrigando as partes a cumpri-los durante a execução do contrato, não sendo critérios de julgamento, mas valores de regra a serem cumpridos. Para melhor julgamento da proposta, amostras podem ser pedidas para análise, preço por unidade ou preço global. Portanto, a decisão para a aquisição pelo menor preço global deverá ser motivada e justificada. Já os tipos de licitação por melhor técnica e preço são utilizados exclusivamente para serviços de natureza predominantemente intelectual, em especial na elaboração de pro- jetos, cálculos, fiscalização, supervisão e gerenciamento e de engenharia con- sultiva em geral e, em particular, para a elaboração de estudos técnicos preli- minares e projetos básicos e executivos. Nesta forma de licitar alguns procedimen- tos se diferenciam para a avaliação da pro- posta técnica, onde todos os procedimentos são descritos no Art. 45 da Lei nº 8.666/93. 3.1.5 Lei nº 13.303/2016 e seu diferencial A Lei nº 13.3003, em todo deu disposto, regulamenta a exploração direta de atividade econômica pelo Estado pelas empresas públicas e sociedades de economia mista. Passando também a regu- lar a realização de licitações e contratos no âmbito das empresas públicas e sociedades de economia mista, independentemente da natureza da atividade que esta se dispõe a prestar. Sendo assim, a Lei nº 8.666/93/93 deixou de ser aplicada a esta categoria administrativa, com exceção ao que dispõe a própria Lei nas normas penais e parte dos critérios de desempate. Para saber mais Podemos observar ao ler as Leis que muitas delas são regulamentadas por outras Leis, tornando assim a Constituição Federativa um compêndio do qual di- ficilmente conheceremos totalmente. 38 Passa desde então o pregão a ser preferencialmente adotado nas empresas públicas e sociedades de economia mista, não mais obrigatório em sua íntegra. As modalidades licitatórias como convite, concorrência, tomada de preços, concurso e leilão deixam de ser utilizadas. A mudança na Lei faz com que as administrações de economia mista tenham um regime próprio para execução dos procedimentos de compra, outro aspecto importante que a Lei de publicidade para tal regime passa a ser diferenciado, sendo o orçamento com estimativa de preços em regra sigiloso, somente podendo ser divulgado mediante justificativa ou quando o julgamento for por maior desconto. Questão para reflexão Reflita em sua casa: a modalidade licitatória que utiliza o menor preço realmente pode garantir o melhor produto? Considerações Finais • A Lei nº 8.666/93 regulamenta o artigo 37, no inciso XXI, da Constituição Federativa do Brasil, que dispõe sobre as normas para licitação e contratos. • A Lei nº 8.666/93 segue alguns princípios básicos que sustentam todo o disposto e auxiliam em sua execução. • Os casos especiais permitidos por compras de dispensa estão fundamentados no artigo 24 da Lei nº 8666/93. • As modalidades de licitação tipo menor preço são as mais comuns, sendo que por meio delas o fator principal para a escolha da proposta será o preço. Glossário Nulidade: qualidade de tornar nulo, anular, cancelar algo. 39 Alienação: quando um bem é transferido ou fica à disposição da Justiça para uma possível garan- tia de pagamento. Verificação de leitura QUESTÃO 1-Pelo que foram necessárias medidas de controle de gastos? a) Pela crescente demanda por obras. b) Pela crescente demanda por licitações. c) Pela crescente demanda de trabalho. d) Pela crescente demanda de gastos. e) Pela crescente demanda custos. QUESTÃO 2-A Lei nº 13.3003 em todo deu disposto regulamenta: a) a Lei nº 8.666/93 sobre os processos licitatórios em instituições públicas. b) a exploração direta de atividade econômica pelo Estado, pelas empresas públicas e so- ciedades de economia mista. c) a exploração direta de atividade econômica pelo Estado apenas e pelas empresas públi- cas. d) a exploração direta de atividade econômica pelo Estado apenas e pelas empresas de eco- nomia mista. e) a Lei nº 8.666/93 sobre os processos licitatórios em instituições de economia mista. QUESTÃO 3-A Lei nº 8.666/93 regulamenta o artigo 37, no inciso XXI, da Constituição Fe- derativa do Brasil, foi decretada em que ano? a) 1943 40 b) 2000 c) 1993 d) 1963 e) 1988 Referências bibliográficas BRASIL.Lei nº 8.666/93, de 21 de junho de 1993. Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 22 jun. 1993. Disponível em: <https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8666cons.htm>. Acesso em: 11 fev. 2018. RIBEIRO, G. L. V. A evolução da licitação. Revista Contábil e Empresarial, 2007. SAYAGUES L. E. La Licitación pública. 4. ed. atual. por Daniel H. Martins. Montevideo: Acali Ed., 1978. Gabarito QUESTÃO 1-Alternativa A. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8666cons.htm 41 A crescente demanda por obras e serviços no Brasil fez com que procedimentos de controle de gastos de grandes volumes fossem pautados em mecanismos de contenção. QUESTÃO 2-Alternativa B. A Lei nº 13.3003, em todo deu disposto, regulamenta a exploração direta de atividade econômica pelo Estado, pelas empresas públicas e sociedades de economia mista. Passando também a regu- lar a realização de licitações e contratos no âmbito das empresas públicas e sociedades de economia mista, independentemente da natureza da atividade que esta se dispõe a prestar. QUESTÃO 3-Alternativa C. A Lei nº 8.666/93 regulamenta o artigo 37, no inciso XXI, da Constituição Federativa do Brasil, foi decretada no ano de 1993. 4 Formas de contratação 43 Objetivos Específicos • Conhecer as principais modalidades de contratação segundo a Lei nº 8.666/93; • Verificar de quais formas ocorrem; • Compreender as implicações legais nas formas de execução destes processos. Introdução Nesta aula, procuraremos refletir um pouco mais sobre os principais pontos referentes às modali- dades pregão e Regime Diferenciado de Contratação Pública - RDC. Aprofundaremos na sua execução, passando pelas suas formas interna e externa, revendo um pouco sobre os princípios de licitações. Novamente, nas fases do pregão entenderemos os critérios de julgamento, habilitação, entre outros. Terminaremos compreendendo sobre as diferenças entre o Pregão Presencial, Pregão Eletrônico e um outro regime, mais recente o Regime Diferenciado de Contratação, que vem causando várias inda- gações no meio jurídico. Estas modalidades são de grande importância para gestores no serviço de saúde, todas as compras e aquisições devem se enquadrar nestas modalidades trazendo segurança e transparência necessária aos processos na Administração Pública. 4.1 Pregão Das modalidades licitatórias, uma das mais conhecidas, e arrisco dizer ser a mais utilizada, é a modalidade pregão. Esta traz ao licitante garantias de um processo transparente e onde a concorrência por preços acontece de forma livre, evitando desvios ou possíveis manipulações do processo. O pregão é a sexta modalidade de licitação, instituída pela Lei nº 10.520/2002. No Governo Federal foi regulamentada pelos Decretos nºs 3.555/2000 e 5.450/2005. Tem como maior característica a economicidade dos processos e pouca burocracia. O pregão foi instituído primeiramente apenas no 44 âmbito da União, podendo hoje ser aplicado na Administração Pública Federal, compreendidos aos três Poderes e também disciplinada aos entes Federativos. Tal modalidade é destinada à aquisição de bens e serviços comuns onde a disputa é realizada por sessão pública, por meio de propostas e lances dos proponentes, para classificação e a habilitação do licitante objetivando a proposta de menor preço e melhor qualidade. Diferente das outras modalidades o pregão reduz a burocracia, pois apenas a documentação dos participantes que apresentarem o menor preço, dependendo do critério utilizado, serão analisadas. Além do que a definição da proposta mais vantajosa para a Administração é feita pelo meio da avaliação da proposta de preço escrita em seguida a disputa mediante lances. Após os lances serem fechados ainda poderá ocorrer uma negociação entre o lici- tante e o pregoeiro, podendo ainda diminuir o valor ofertado. As formas de disputa de pregão se divi- dem em eletrônico e presencial. No pre- gão presencial, os licitantes se credenciam e apresentam suas propostas em envelopes lacrados, com toda documentação necessária e solicitada no edital. O pregoeiro irá separar as melhores propostas dentro de uma margem de 10% da melhor pro- posta, caso nenhum licitante se enquadre, pode ser iniciado o processo com três licitantes e abre-se a fase inicial de lances, ao término é avaliada a melhor proposta com menor preço e classifica-se assim sequencialmente os mais vantajosos, sendo vencedora a que propor o melhor preço com melhor qualidade. Já no pregão eletrônico, os licitantes devem se cadastrar no site, normalmente mediado por algum banco credenciado, ou portal de compras públicas. Lá serão cadastrados os respectivos valores de todos os licitantes para o certame. Para saber mais Bens e serviços comuns são aqueles objetivamente definidos pelo edital, por meio de especificações co- muns no mercado. Portanto, serviços geralmente oferecidos por diversos fornecedores de fácil com- paração permitem a decisão de compra com base no menor preço. 45 Após este credenciamento inicia-se a fase de lances, sem a necessidade de vincular o lance de um licitante a outro, apenas não se pode aumentar o lance, assim normalmente os preços cadastrados se encontram acima do que o prestador pratica, não podendo estar além do praticado no mercado. O fim dos lances é dado por tempo aleatório, muitas vezes estipulado pelo mediador. Todo o processo ocorre por meio eletrônico, via Internet. Para a realização deste processo, alguns passos anteriores são necessários. Veremos, a seguir, deta- lhadamente cada um deles. 4.1.1 Fases do pregão 4.1.1.1 Preparatória (fase interna): a. Inicia com a elaboração do termo de referência pelo órgão requisitante. Neste documento irá constar o serviço ou bem que se faz necessário adquirir, com indicação do objeto de forma pre- cisa e clara, evitando as especificações que, por excessivas, irrelevantes ou desnecessárias, limi- tem ou frustrem a competição ou sua realização. b. Aprovação do termo de referência pelas autoridades competentes. c. Apresentação de justificativa da necessidade da contratação (todos os atos devem ser devida- mente fundamentados e motivados). d. Elaboração do edital, estabelecendo critérios de aceitação das propostas. Elabora-se também nesta etapa os anexos, levantamento de impedimentos fiscais e recursos financeiros, com a cota- ção de preços. No edital sempre é bom constar o número de série e ordem do pregão, modali- dade de licitação e fazer menção que será regido pelas Leis nº 8.666/93/93 e nº10.502/02. e. Definição das exigências de habilitação, das sanções aplicáveis, inclusive no que se refere aos prazos e às condições relevantes para a celebração e execução do contrato e o atendimento das necessidades da administração. f. Designação do pregoeiro e de sua equipe de apoio. g. Publicação do extrato do edital. 46 4.1.1.2 Fase Externa A fase externa do pregão é mais extensa que a interna e se inicia com a convocação dos interes- sados por meio de publicação no Diário Oficial ou jornal de grande circulação. O início da fase externa do pregão se dá com a publicação do edital, onde constará a data, horá- rio, proposta, local e objeto a ser licitado. As regras para a convocação constam no Art. 11, inciso I, do Decreto nº 3.555/2000, onde de acordo com o valor destinado ao objeto, a publicação segue por meio de internet, Diário Oficial da União ou jornal de grande circulação de acordo com a abrangência deste. a. A divulgação do edital corresponde a, no mínimo, 8 dias úteis, entre a data de divulgação do edital e o prazo em que os interessados poderão entregar suas propostas que serão abertas apenas na data e horário designados para a abertura da sessão pública, no caso do pregão presencial. b. O credenciamento ocorre quando os licitantescomparecem no local, hora e dia agendados, ou seus representantes legais, para identificação e comprovação dos poderes exigidos para a apre- sentação de propostas e participação no pregão. c. No recebimento dos envelopes são verificadas as credenciais de todos os licitantes presentes, onde se declarada então, aberta a sessão, sem interrupções até o término do tempo. d. Ao pregoeiro são entregues as propostas e documentação de habilitação, em dois envelopes separados, um contendo a proposta, e outro contendo a documentação de habilitação do interessado. e. Procede-se, então, a abertura dos envelopes imediatamente após a sua entrega, são abertos e rubricados pelo pregoeiro, equipe de apoio e participantes. Será verificada a conformidade com o Edital, no caso de não conformidade isso implica na desclassificação do participante. Este momento requer especial empenho e atenção da equipe, no preenchimento das planilhas de custo e, em particular, da exatidão dos somatórios, evitando manter nas propostas erros que possam ser cometidos pelo licitante, que poderá realizar a correção antes de encerrada esta etapa do pregão, desde que não sejam referentes aos valores da proposta. 47 f. Após todos os documentos dos envelopes revisados inicia-se a fase onde ocorrem os lances, e as negociações entre o pregoeiro e o licitante. g. Esgotada a sessão de lances verbais, o pregoeiro passa ao julgamento da proposta de menor preço. Ocorrendo a classificação do último lance apresentado por cada licitante, conforme ordem crescente de preço. Neste momento, se verifica a compatibilidade da proposta com o preço esti- mado pela Administração Pública na elaboração do Edital. O pregoeiro poderá negociar direta- mente com o licitante, a fim de reduzir preços. O exame de aceitabilidade também considera os prazos de fornecimento, parâmetros de desempenho, especificações técnicas e de qualidade. h. A fase de habilitação ocorre somente após a classificação e julgamento das propostas de forma que o procedimento do pregão prevê a inversão entre as fases de julgamento e de habilitação, conforme a Lei nº 8.666/93/93. Os procedimentos de habilitação só são realizados para o lici- tante que apresentar o menor preço na proposta. Os documentos a serem verificados compre- endem: habilitação jurídica, qualificação técnica, qualificação econômico-financeira e regulari- dade fiscal e trabalhista. i. A fase recursal consiste na manifestação por parte dos licitantes em interesse ao recurso. Concede-se, então, o prazo de três dias corridos para que apresente as razões do seu recurso. Os demais licitantes ficam intimados a apresentarem contrarrazões ao recurso em igual prazo. Como recurso e as contrarrazões, o Pregoeiro realiza a análise onde sua decisão poderá ser revista. j. Terminado o prazo de recursos a aa k. A adjudicação será realizada pelo pregoeiro, ao término da sessão do pregão, sempre que não houver qualquer manifestação dos participan- tes em apresentar recurso. Se houver interposição de recurso, este será jul- gado pela Autoridade Competente que será responsável pela posterior homo- logação da licitação e adjudicação do objeto ao vencedor. Para saber mais A licitação na modalidade de pregão, na forma eletrônica, não se aplica às contratações de obras de engenharia, bem como às locações imobiliárias e alienações em geral, conforme previsto no Art. 6º do Decreto Federal nº 5.450/2005. 48 Basicamente, estas são as etapas do pregão. A fim de melhor diferenciar- mos o pregão eletrônico do presencial, veja a Tabela a seguir: Pregão Presencial Pregão Eletrônico Sessão Pública Com a presença de licitantes. Envio de informações via internet. Abertura Credenciamento dos licitantes interessados em participar. Os licitantes poderão participar da sessão pública na internet utilizando uma chave de acesso e senha. Classificação das propostas O pregoeiro abrirá os envelopes com as propostas de preço e classifica o autor da proposta de menor preço. O pregoeiro verifica as propostas, desclassificando aquelas em não conformidade com o edital. Lances Os licitantes da menor proposta até àqueles detentores de propostas 10% superiores a ela estão classificados para a fase de lances. Caso não haja pelo menos três licitantes que atendam essas condições, deverão ser convocados para a fase os demais, obedecida a ordem de classificação das propostas, até o máximo de três, quaisquer que sejam os preços oferecidos. Todos os licitantes, cujas propostas não foram desclassificadas, podem oferecer lances. Autoria dos lances Os presentes na sessão pública sabem quem são os autores das propostas. É vedada a indicação dos licitantes responsáveis pelos lances. Ordem dos lances Os licitantes são classificados, de forma sequencial e apresentam lances verbais, a partir da proposta de maior preço e os demais em ordem decrescente de valor. Os licitantes podem oferecer lances sucessivos independente da ordem de classificação. Link Acesse as Leis sobre o pregão na íntegra para au- mentar seu conhecimento. Busque no site do plan- alto.gov 49 Pregão Presencial Pregão Eletrônico Término da fase de lances Ocorre quando não houver lances menores que o último ofertado. Ocorre por decisão do pregoeiro e o sistema eletrônico encaminha aviso de fechamento dos lances, após o período de até 30 minutos, aleatoriamente determinado. Habilitação A documentação deverá ser apresentada em envelope lacrado. Os documentos deverão ser enviados após a solicitação do pregoeiro, ou de acordo com o encerramento da fase, conforme previsto no edital. Recurso A intenção do licitante de recorrer deve ser feita de forma verbal, no final da sessão com registro em ata das razões. A intenção de recorrer pode ser realizada pelo licitante, de forma imediata e motivada, em campo próprio no sistema eletrônico. Adjudicação A falta de manifestação autoriza o pregoeiro a adjudicar o item ao vencedor do certame. A falta de manifestação autoriza o pregoeiro a adjudicar o item ao vencedor do certame. Fonte: SEBRAE (2014). 4.2 Regime Diferenciado de Contratações Públicas O Regime Diferenciado de Contratações Públicas, conhecido pela sigla RDC, foi instituído em nosso ordenamento jurídico por meio da Lei nº 12.462/2011, e consiste em um novo regime de licitações e contratos para a Administração Pública. Tal norma gerou para os operadores do Direito, desde a sua concepção, uma enorme discussão acerca de seus dispositivos. Parte daqueles que sobre a Lei se debruçaram defendem a revogação de parte de seus dispositivos, ou mesmo sua revogação total, em virtude de sua possível inconstitucionalidade. Assimile Pregão é a modalidade de licitação em que a dispu- ta pelo fornecimento de bens ou serviços comuns do Governo Federal é realizada em sessões públicas, por meio de propostas de preços escritas e lances verbais. Artigo 2º do Anexo I do Decreto Federal nº 3.555/2000. 50 Outros afirmam que não é possível, dada a ausência de viabilidade, aplicar alguns dispositivos da Lei. Há ainda os que defendem, em todos os aspectos, a nova legislação licitatória. A RDC cria um regime licitatório e contratual específico para eventos esportivos, inicialmente vol- tada apenas para eventos esportivos específicos como a Copa das Confederações da FIFA, a Copa do Mundo FIFA em 2014 e os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos, aplicável exclusivamente às obras, servi- ços e compras relacionadas aos eventos supracitados. Após o início de sua utilização, o Governo Brasileiro concluiu que a forma licitatória tratada na Lei nº 8.666/93/1993, era demasiadamente burocrática e não atendia a necessidades de rapidez e o resultado adequado para a realização dos eventos esportivos. Assim, expediu a Medida Provisória nº 527/2011, convertida na Lei nº 12.462/2011, e por meio do Decreto Federal nº 7.581/2011, queregu- lamentou o Regime Diferenciado de Contratações Públicas na Administração Pública Federal. A legislação regida pela Lei nº 12.462/2011 foi sofrendo alterações com o passar do tempo. A pri- meira delas que se deu, a Lei nº 12.688, de 18 de julho de 2012, considerou que o RDC também seria aplicável às licitações e contratos necessários à realização das ações integrantes do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que nada mais é que um conjunto de obras de infraestrutura social, urbana, energética e logística do país, que são consideradas como fundamentais ao desenvolvimento do Brasil, segundo o governo. Em outubro de 2012, por meio da Lei nº 12.722, ampliou-se o âmbito de alcance do RDC, apli- cando a Lei às licitações e contratos necessários à realização de obras e serviços de engenharia no âmbito dos sistemas públicos de ensino. Posteriormente, a Lei nº 12.745, de 19 de dezembro de 2012, estabeleceu que o RDC também se aplicava a obras e serviços de engenharia no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Por último, no dia 24 de dezembro de 2013, foi exarada a Medida Provisória nº 630 (que, posteriormente, foi convertida em Lei) trouxe em seu conteúdo que as obras e servi- ços de engenharia para construção, ampliação e reforma de estabelecimentos penais e unidades de atendimento socioeducativo também poderão ser licitadas e contratadas pelo Regime Diferenciado de Contratações Públicas. A Lei nº 12.980/2014 incluiu, em definitivo, as áreas anteriormente elencadas no artigo 1º da Lei nº 12.462/2011. 51 As alterações continuaram, com o Art. 1º, VI, da Lei nº 12.462/2011, alterada pela Lei nº 13.190/2015, tornou possível sua utilização em ações no âmbito da segurança pública, obras e serviços de engenha- ria, relacionadas a melhorias na mobilidade urbana ou ampliação de infraestrutura logística. Também houveram alterações para os casos de contratos de locação de bens móveis e imóveis pela Lei nº 13.190/2015, assim como tornou possível a contratação de construção ou reforma substancial, com ou sem aparelhamento de bens, por si mesmo ou por terceiros, do bem especificado pela administra- ção, ações, obras e serviços de engenharia em órgãos e entidades dedicados à ciência, à tecnologia e à inovação. As principais diferenças do RDC e da Licitação disposta na Lei nº 8.666/93/1993, se diferem em vários sentidos, como: • Possuem regras próprias na aquisição de bens. • Possibilitam a contratação integrada de obras permitindo agilidade no período de obras. Repartição dos riscos entre a administração e a contratada. • Permitem que a remuneração seja variável vinculada ao desempenho da contratada baseada em metas, padrões de qualidade, critérios de sustentabilidade ambiental e prazo de entrega definidos. • As fases do processo de licitação podem ser invertidas no momento da habilitação e julgamento. Podemos também observar uma modifi- cação no orçamento que vem a ser sigiloso, não será divulgado aos licitantes, mas dis- ponibilizado aos órgãos de controle, a licita- ção pode adotar os modos de disputa aberto e fechado, que poderão ser combinados na forma do regulamento, sendo possível, inclu- sive, a apresentação de lances intermediá- rios, entre outras. Exemplificando Que forma de pregão realizar-se-á quando a dispu- ta pelo fornecimento de bens ou serviços comuns for feita à distância em sessão pública, por meio de sistema que promova a comunicação pela internet fundamentado no Decreto nº 5.455/2005? Segun- do nosso conteúdo, seria a modalidade na forma eletrônica, como modalidade de licitação do tipo menor preço, ou seja, pregão eletrônico. 52 Questão para reflexão A RDC é uma forma de contratação que gera muitas discussões sobre a transparência deste pro- cesso no meio jurídico. Leia a Lei na íntegra, e elabore um Quadro comparativo entre as Leis nº 8.666/93/1993 e nº 12462/2011. Considerações Finais • O pregão é a sexta modalidade de licitação, instituída pela Lei nº 10.520/2002 e regulamentada pelos Decretos nº 3.555/2000 e nº 5.450/2005. • O pregão é a modalidade destinada à aquisição de bens e serviços comuns onde a disputa é realizada por sessão pública, mediante propostas e lances dos proponentes, para a classificação e habilitação do licitante com a proposta de menor preço. • As formas de pregão se dividem em eletrônico e presencial. • O Regime Diferenciado de Contratações Públicas, conhecido pela sigla RDC, foi instituído em nosso ordenamento jurídico por meio da Lei nº 12.462/2011, e consiste em um novo regime de licitações e contratos para a Administração Pública. Glossário Pregoeiro: servidor formalmente designado pela autoridade competente nas pequenas unidades administrativas e em face de exiguidade de pessoal disponível para a condução do processo licitatório, com capacitação específica para as atividades de pregoeiro. 53 Verificação de leitura QUESTÃO 1-O Pregão se encaixa em qual das modalidades licitatórias? a) Primeira. b) Nenhuma. c) Sexta. d) Quarta. e) Quinta. QUESTÃO 2-Quando foi a primeira ampliação no âmbito de alcance do RDC? a) outubro de 2012. b) janeiro de 2011. c) agosto de 2012. d) novembro de 2013. e) março de 2012. QUESTÃO 3-Na fase externa, o pregão tende a ser: a) curto. b) ineficaz. c) útil. d) extenso. e) comum. 54 Referências bibliográficas BRASIL. Lei nº 10.462, de 04 de agosto de 2011. Institui o Regime Diferenciado de Contra- tações Públicas – RDC e dá outras providências. Presidência da República. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 5 ago. 2011. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/ Leis/2002/L10462.htm>. Acesso em: 29 jan. 2018. MEIRELLES, H. L. Direito Administrativo Brasileiro. 32. ed. São Paulo: Malheiros, 2006. MENEZES, N. J. Pregão presencial e eletrônico. Belo Horizonte: Editora Fórum, 2011. SEBRAE. Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Pregão Presencial e Eletrônico. Brasília: Sebrae, 2014. https://bit.ly/2kCAT73 https://bit.ly/2kCAT73 55 Gabarito QUESTÃO 1-Alternativa C. O pregão é a sexta modalidade de licitação, instituída pela Lei nº 10.520/2002. QUESTÃO 2-Alternativa A. Em outubro de 2012, por meio da Lei nº 12.722, ampliou-se o âmbito de alcance do RDC, apli- cando a Lei às licitações e contratos necessários à realização de obras e serviços de engenharia. QUESTÃO 3-Alternativa D. A fase externa do pregão, é uma fase mais extensa que a interna, se inicia com a convocação dos interessados por meio de publicação no Diário Oficial. 5 Contratos administrativos 57 Objetivos Específicos • Conhecer os principais contratos administrativos; • Verificar quais os principais componentes dos contratos; • Compreender as implicações legais nas formas de execução de contratos. Introdução O objetivo desta aula é demonstrar os conceitos, elementos e as principais características do con- trato administrativo. Veremos também os atributos próprios de um contrato que pretende buscar o interesse público. A teoria geral dos contratos descreve, entre seus princípios, uma preocupação com o resguardo do equilíbrio contratual . Assim não são admitidas cláusulas protestativas, ou seja, aquelas que benefi- ciam uma das partes de forma desproporcional, em detrimento de outra. Entretanto, esta premissa se aplica apenas aos contratos de natureza privada. Ao se tratar de um contrato administrativo, este não admite que as partes sejam tratadas de forma igual, visto que permitem a inclusão de cláusu- las exorbitantes, entendidas inicialmente, como aquelas que beneficiam única e exclusivamente a Administração Pública. Agora, iremos nos aprofundar um pouco nestes assuntos. 5.1 contratos administrativos O contrato é um instrumento da Administração Pública para consolidar e atuar frente a acordos necessários ao adquirir algum bem, obras ou serviço s. Na Lei nº 8.666/1993 da Constituição Federal, encontramos no Capítulo III, seção I, no
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