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Universidade Estadual de Maringá Centro de Ciências Exatas Departamento de Física Nome: Curso/Turma Ricardo Guilherme Gonçalves Engenharia de Produção EXPERIMENTO III ASSOCIAÇÃO DE RESISTORES 1. OBJETIVOS • Medir as resistências equivalentes das associações de resistores. • Verificar a Lei de Ohm para resistores. 2. INTRODUÇÃO A resistência elétrica de um circuito é a razão entre a diferença de potencial (d.d.p.), V, aplicada aos seus extremos e a corrente, I, que a percorre (Figura 1), então: 𝑅 = 𝑉 𝐼 Figura 1: Um circuito elétrico simples, no qual uma fonte de força eletromotriz ε realiza trabalho sobre portadores de carga e mantém uma corrente constante i em um resistor de resistência R. Para alguns materiais, o valor da sua resistência elétrica R, independe dos valores de V e I, isto é, para estes materiais V/I é uma constante. Esses materiais são denominados de ôhmicos e a representação gráfica da voltagem, V, versus a corrente, I, (ou V x I) é uma função linear. Tipos de resistores fixos Os resistores fixos são geralmente especificados por três parâmetros: o valor nominal da resistência elétrica; a tolerância, ou seja, a máxima variação em porcentagem do valor nominal, e a máxima potência elétrica dissipada. Dentre os tipos de resistores fixos, destacamos os de fio, de filme de carbono e de filme metálico. Resistor de fio: Consiste basicamente de um tubo cerâmico que serve de suporte para o enrolamento de um determinado comprimento de fio de liga especial, para obter-se o valor de resistência desejado. Os terminais desse fio são conectados às braçadeiras presas ao tubo. Além desse, existem outros tipos construtivos esquematizados, conforme mostra a Figura 2 Figura 2: Resistores de Fio Os resistores de fio são encontrados com valores de resistência de alguns ohms até alguns kilo-ohms, e são aplicados onde se exige altos valores de potência, acima de 5 W, sendo suas especificações impressas no próprio corpo do resistor. Resistor de filme carbono: Consiste de um cilindro de porcelana recoberto por um filme (película) de carbono. O valor da resistência é obtido mediante a formação de um sulco, transformando a película em uma fita helicoidal. Este valor pode variar conforme a espessura do filme ou a largura da fita. Como revestimento, encontramos uma resina protetora sobre a qual será impresso um código de cores identificando seu valor nominal e sua tolerância. Os resistores de filme de carbono são destinados ao uso geral e suas dimensões físicas determinam a máxima potência (P=VI=RI2) que podem dissipar, conforme a Figura 3. Em regra geral, os resistores maiores podem suportar mais calor, sem se queimar, que os resistores menores. Figura 3: Resistores de carbono Resistor de filme metálico: Sua estrutura é idêntica ao do de filme de carbono, exceto que utiliza uma liga metálica (níquel-cromo) para formar a película, obtendo valores mais precisos de resistência, com tolerância de 1% e 2% (Figura 4) Figura 4: Resistores de filme metálico. Associação de resistores Associação em série. Existe uma tensão parcial em cada resistor, no caso de um circuito não ramificado. A soma de todas as tensões parciais é igual à tensão total. Como a intensidade de corrente num circuito não ramificado é a mesma em qualquer ponto do circuito, pode-se dividir a soma V = V1 + V2 + ..., pela intensidade de corrente, I, existente em todos os resistores: 𝑉1 𝐼1 = 𝑉2 𝐼2 = 𝑅1 = 𝑅2 se os resistores forem iguais, obviamente!) Generalizando temos: Req = R1 + R2 +... como mostra a Figura 5. Figura 5: (a) Dois resistores conectados em série conduzindo a mesma corrente. (b) Os resistores da Fig. (a) podem ser substituídos por um único resistor equivalente que dá a mesma queda de potencial total quando estiver conduzindo a mesma corrente que na Fig. (a). Fazendo-se uma análise para a associação em paralelo (Figura 6), veremos que a resistência equivalente será dada pela equação: 1 𝑅𝑒𝑞 = 1 𝑅1 + 1 𝑅2 Figura 6: (a) Dois resistores estão em paralelo quando eles estão conectados em ambas as extremidades de maneira que a diferença de potencial seja a mesma em cada um. (b) Os dois resistores na Figura (a) podem ser substituídos por uma resistência equivalente Req que está relacionada à R1 e R2 por 1 𝑅𝑒𝑞 = 1 𝑅1 + 1 𝑅2 A resistência equivalente de uma combinação de resistores em paralelo é menor que a resistência de qualquer dos resistores. 3. MATERIAIS • Protoboard • Resistores • Multímetro Analógico (Voltímetro, Amperímetro e Ohmímetro) • Fonte de Alimentação de Corrente Contínua • Cabos. 4. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL I - Associação em série 1) Escolha dois resistores ôhmicos, meça suas resistências e anote as potências nominais e os valores das resistências medidas, na Tabela 1. 2) Com a fonte zerada, monte o circuito da Fig. 7; 3) Com a fonte desconectada do circuito, meça a resistência equivalente (REQexp), e anote o valor na Tabela 1. 4) Ajuste a fonte de tensão para 10 V; 5) Com o multímetro de escala selecionável, meça a d.d.p em cada resistor e a total (VT), e anote os valores na Tabela 1. 6) Com o multímetro de escala selecionável, meça a corrente elétrica em cada resistor e a total (iT), e anote os valores na Tabela 1. Figura 7. Esquema para a associação em série de resistores Tabela 1. Dados obtidos para a associação em série. (R ±ΔR) (Ω) Pnominal (W) (V±ΔV) (V) (i±Δi) (mA) R1 99,75 ± 0,01 2,17 × 10-³ 0,464 ± 0,001 4,680 ± 0,001 R2 2,215 × 10³ ± 0,001 48,5 × 10-³ 10,360 ± 0,001 4,680 ± 0,001 REQexp = 2,315 × 10³ ± 0,001 50,64 × 10-³ VT = 10,821± 0,001 iT = 4,680 ± 0,001 7) Calcule a resistência equivalente (REQindireta) utilizando os valores de VT e iT. REQindireta = 2,312 × 10³ ± 0,708. 8) Calcule a resistência equivalente (REQcalculada) utilizando os valores das resistências de R1 e R2. REQcalculada = 2,31475 × 10³ ± 0,011. II - Associação em Paralelo 1) Utilizando os mesmos resistores R1 e R2 e a mesma tensão na fonte da associação anterior, calcule a potência dissipada para cada resistor e anote os valores na Tabela 2. 2) Monte o circuito da Fig. 8; 3) Com a fonte desconectada do circuito, meça a resistência equivalente (REQexp), e anote o valor na Tabela 2. 4) Com o multímetro de escala selecionável, meça a d.d.p em cada resistor e a total (VT), e anote os valores na Tabela 2. 5) Com o multímetro de escala selecionável, meça a corrente elétrica em cada resistor e a total (iT), e anote os valores na Tabela 2. Figura 8. Esquema para a associação em paralelo de resistores. Tabela 2. Dados obtidos para a associação em paralelo. (R ±ΔR) (Ω) Pnominal (W) (V±ΔV) (V) (i±Δi) (mA) R1 99,75 ± 0,01 1,140 10,846 ± 0,001 105,18 ± 0,01 R2 2,215 × 10³ ± 0,001 0,053 10,848 ± 0,001 4,89 ± 0,01 REQexp = 95,44 ± 0,01 1,192 VT = 10,849 ± 0,001 iT = 109,91 ± 0,01 6) Calcule a resistência equivalente (REQindireta) utilizando os valores de VT e iT. REQindireta = 98,7 ± 0,09. 7) Calcule a resistência equivalente (REQcalculada) utilizando os valores das resistências de R1 e R2. REQcalculada = 96,15 ± 0,011. III - Associação mista Escolha cinco resistores ôhmicos, meça suas resistências, e anote as potências nominais e os valores das resistências medidas na Tabela 3. Monte o circuito da Fig. 8; Meça a resistência entre os pontos A e B, B e C, C e D e A e D (Fig. 8), e anote os valores na Tabela 3. Conecte a fonte ao circuito (Fig. 9), e ajuste-a para uma tensão de 10 V; Conecte o voltímetro (multímetro de escala selecionável) e o amperímetro (multímetro de escala automática), conforme mostra a Fig. 9, e meça, simultaneamente, a d.d.p total (VT) e a corrente elétrica total (iT), e anote os valores na Tabela 3. Observação: A escolha domultímetro para as funções amperímetro e voltímetro influenciam na medida, pois a resistência interna de cada escala do multímetro com escala selecionável tem contribuições entre 100 e 10 KΩ; Meça as d.d.p’s em cada resistor e suas respectivas corrente elétricas e anote os valores medidos na Tabela 3. Figura 8. Associação mista de resistores. Figura 9. Esquema para a associação mista de resistores (R±ΔR) (Ω) Pnominal (W) (V±ΔV) (V) (i±Δi) (mA) R1 99,64 ± 0,01 1,17 × 10-³ 0,342 ± 0,001 3,43 ± 0,01 R2 1,879 × 10³ ± 0,001 5,91 × 10-5 0,342 ± 0,001 0,18 ± 0,01 R3 2,215 × 10³ ± 0,001 0,029 8,014 ± 0,001 3,62 ± 0,01 R4 4,695 × 10³ ± 0,001 1,83 × 10-³ 2,933 ± 0,001 0,63 ± 0,01 R5 0,979 × 10³ ± 0,001 8,77 × 10-³ 2,933 ± 0,001 2,99± 0,01 RAB 0,094 × 10³ ± 0,001 VAB = 0,342 ± 0,001 * RBC 2,215 × 10³ ± 0,001 VBC = 8,020 ± 0,001 * RCD 0,810 × 10³ ± 0,001 VCD = 2,935 ± 0,001 * RAD 3,121 × 10³ ± 0,001 3,12 × 10-³ VT = 11,294 ± 0,001 iT = 3,62 ± 0,01 IV. Discussão dos resultados obtidos: 1) Mostre, utilizando a Lei de Ohm, que as resistências equivalentes para as associações em série e em paralelo são respectivamente, 𝑅𝑒𝑞 =∑𝑖 𝑛 𝑖=1 𝑅𝑒𝑞 −1 =∑𝑅𝑖 −1 𝑛 𝑖=1 Quando há uma associação de resistores em série, o circuito é percorrido pela mesma corrente elétrica, desta forma para achar a resistência equivalente basta somar todas as resistências de cada resistor presente no circuito. Para associações em paralelo a corrente se divide ao passar em cada resistor, com isso o valor da resistência equivalente é obtido ao somar o inverso de cada resistência no circuito. 2) Com base nos resultados obtidos no item I: a. O que você conclui sobre o comportamento das correntes elétricas quando os resistores estão associados em série? Para associações em série a corrente permanece igual durante todo o circuito. b. Qual a relação entre as d.d.p. medidas em cada resistor e a d.d.p total fornecida pela fonte? As d.d.p. em cada resistor são frações da d.d.p. fornecida pela fonte, de modo que para obter a d.d.p. total é necessário somar as tensões em cada resistor. 3) Com base nos resultados obtidos no item II: a. O que você conclui sobre o comportamento das d.d.p quando os resistores estão associados em paralelo? Para associações em paralelo as d.d.p. são iguais por todo o circuito. b. Qual a relação entre as correntes elétricas medidas em cada resistor e a corrente elétrica total do circuito? Cada resistor possui uma medida de corrente elétrica diferente visto que a corrente se divide para passar por cada um deles. 4) Com base nos resultados obtidos no item III: a. Compare a resistência RAB, medida entre os pontos A e B, com a resistência equivalente obtida por meio dos valores das d.d.p e correntes elétricas medidas para os resistores R1 e R2 e com a resistência equivalente calculada utilizando os valores destas resistências. Quais são as características deste trecho do circuito? Neste trecho há uma associação em paralelo dos resistores, pois, a REq é menor que a menor das resistências, a corrente elétrica é diferente para cada resistor e as tensões permanecem iguais nesse intervalo. b. Compare a resistência RCD, medida entre os pontos C e D, com a resistência equivalente obtida por meio dos valores das d.d.p e correntes elétricas medidas para os resistores R4 e R5 e com a resistência equivalente calculada utilizando os valores destas resistências. Quais são as características deste trecho do circuito? O trecho CD também apresenta uma associação em paralelo, pois, suas tensões em cada resistor são iguais, as correntes elétricas são diferentes e a REq menor que a menor das Resistências. c. Compare a resistência RAD, medida entre os pontos A e D, com a resistência equivalente obtida por meio dos valores das d.d.p e correntes elétricas medidas para os resistores R1, R2, R3, R4 e R5 e com a resistência equivalente calculada utilizando os valores destas resistências. Quais são as características deste trecho do circuito? É possível perceber uma associação mista entre resistores, sendo R1 e R2, R4 e R5 associações em paralelo e R3 um resistor em série dentro do conjunto, a tensão total é obtida ao somar as d.d.p. em todos os trechos e a corrente elétrica total pode ser analisada ao olhar o R3 visto que a corrente elétrica se dividiu ao passar por R1 e R2 e se junto novamente em R3. Referências: DANIELE TONIOLO DIAS. TEXTOS DE LABORATÓRIO. FÍSICA 3. ELETRICIDADE E MAGNETISMO. Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Departamento Acadêmico de Física (DAFIS). Ponta Grossa, 2013 Ester Avila Mateus, Irineu Hibler e Luzia Weiller Daniel. Eletricidade e Magnetismo, Universidade Estadual de Maringá, 2010. Disponível em: http://site.dfi.uem.br/wp- content/uploads/2016/10/ap_fis_geralexpIII.pdf Alice Sizuko Iramina, Antonio Medina Neto, Francielle Sato, Gustavo Sanguino Dias e Wilson Ricardo Weinand. Atividades para experimentos de Física Experimental III, Universidade Estadual de Maringá, 2017. Disponível em: http://site.dfi.uem.br/wp- content/uploads/2017/04/Atividades-para-Fisica-Experimental-Eletricidade-e-Magnetismo.pdf
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