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Instituto Federal do Espírito Santo - IFES Lucas Lustosa Schuina Guilherme de Souza Ferreira Prática 3: Determinação do teor de álcool na gasolina, condutividade elétrica e solubilidade de compostos químicos. Vitória 2015 Lucas Lustosa Schuina Guilherme de Souza Ferreira Prática 2: Determinação do teor de álcool na gasolina, condutividade elétrica e solubilidade de compostos químicos. Relatório apresentado ao professor Alex dos Santos como requisito de avaliação da disciplina química geral e experimental I da turma de Eng. Elétrica do Instituto Federal do Espirito Santo. Vitória 2015 Sumário 1 Aspectos teóricos ................................................................................................................ 1 2 Objetivo ............................................................................................................................... 8 3 Materiais e reagentes .......................................................................................................... 8 4 Procedimentos Experimentais ............................................................................................. 9 5 Resultados e discussões ................................................................................................... 11 6 Conclusão.......................................................................................................................... 14 7 Bibliografia ......................................................................................................................... 14 1 1 ASPECTOS TEÓRICOS 1.1- Condutividade elétrica Na natureza, as cargas elétricas estão presentes em todos os materiais. Basicamente, todos os materiais são compostos de moléculas constituídas de átomos. Estes são compostos por partículas menores, os prótons, os elétrons e os nêutrons. Para entendermos a natureza das cargas elétricas vamos falar sobre os principais tipos de ligações químicas e sua relação com a condutividade elétrica. Ligações químicas são uniões estabelecidas entre átomos para formarem moléculas ou, no caso de ligações iônicas ou metálicas, aglomerados atômicos organizados de forma a constituírem a estrutura básica de uma substância ou composto. Ligações Iônicas são um tipo de ligação química baseada na atração eletrostática entre dois íons carregados com cargas opostas. Na formação da ligação iônica, um metal tem uma grande tendência a perder elétron(s), formando um íon positivo ou cátion. Isso ocorre devido à baixa energia de ionização de um metal, isto é, é necessária pouca energia para remover um elétron de um metal. Simultaneamente, o átomo de um ametal (não-metal) possui uma grande tendência a ganhar elétron(s), formando um íon de carga negativa ou ânion. Isso ocorre devido à sua grande afinidade eletrônica. Sendo assim, os dois íons formados, cátion e ânion, se atraem devido a forças eletrostáticas e formam a ligação iônica. Soluções que contém compostos iônicos conduzem eletricidade, ou seja, são condutores elétricos, tanto os dissolvidos em água, como também os puros no estado líquido. A existência de íons em meio ao processo possibilita que os mesmos tenham liberdade para se movimentar e serem atraídos pelo eletrodo, fechando assim o circuito elétrico. Ligação covalente ou molecular é aquela onde os átomos possuem a tendência de compartilhar os elétrons de sua camada de valência, ou seja, de sua camada mais instável. Neste tipo de ligação não há a formação de íons, pois as estruturas formadas são eletronicamente neutras, a exemplo de ligação covalente temos a água, onde o O necessita de dois elétrons para ficar estável e o H irá compartilhar seu elétron com o O. Sendo assim o O ainda necessita de um elétron para se estabilizar, então é preciso de mais um H e esse H compartilha seu elétron com o O, estabilizando-o. Sendo assim é 2 formado uma molécula o H2O. Os compostos covalentes quando puros, não conduzem eletricidade. A ligação metálica ocorre entre metais, isto é, átomos de alta eletropositividade (tendência a doar elétrons). A ligação metálica se dá de forma que os elétrons das últimas camadas dos átomos do metal soltam-se dos respectivos íons formados e passam a se movimentar livremente entre todos os íons de forma a mantê-los unidos Num sólido, os átomos estão dispostos de maneira variada, mas sempre próximos uns aos outros, compondo um retículo cristalino. Enquanto certos corpos apresentam os elétrons bem presos aos átomos, em outros, algumas dessas partículas permanecem com certa liberdade de se movimentarem no cristal. É o que diferencia, em termos de condutibilidade elétrica, os corpos condutores dos isolantes. Nos corpos condutores, muitos dos elétrons se movimentam livremente no cristal. Normalmente, o processo de condução elétrica acontece nos metais. Este tipo de substância possui um bom ordenamento em sua estrutura cristalina, e também elétrons livres que podem se locomover através da rede de átomos. Os ácidos puros, sendo compostos covalentes, não conduzem a eletricidade, mesmo se forem líquidos ou estiverem fundidos, pois não apresentam íons no estado puro. Bases e sais puros conduzem corrente elétrica quando fundidos. Ao passarem para o estado líquido, permitem que seus íons se dissociem e se movimentem de forma semelhante à encontrada em solução. 1.2- Solubilidade A solubilidade pode ser definida como a máxima quantidade possível de um soluto que pode ser dissolvida em certa quantidade de solvente a uma dada temperatura. Essa quantidade máxima que pode ser dissolvida é também conhecida por coeficiente de solubilidade ou grau de solubilidade. A solubilidade de qualquer substância depende, entre outras coisas, do tipo de solvente no qual o soluto está disperso. Por exemplo, o NaCl (cloreto de sódio - sal de cozinha) é bem solúvel em água mas, quando o solvente muda para a gasolina, nas mesmas condições de volume, temperatura e pressão, o sal não se dissolve. Um dos fatores é a polaridade dos compostos envolvidos. No exemplo citado, temos que o sal é polar, a água também é polar e a gasolina é apolar. O sal é https://pt.wikipedia.org/wiki/Liga%C3%A7%C3%A3o_met%C3%A1lica https://pt.wikipedia.org/wiki/Metal https://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%B3lido https://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81tomo https://pt.wikipedia.org/wiki/El%C3%A9tron 3 formado por átomos de sódio (Na) e cloro (Cl) que se ligam por meio de ligações iônicas, em que o sódio doa definitivamente um elétron para o cloro, formando os íons Na+ e Cl-. Como esses íons possuem cargas opostas, eles se atraem e se mantêm unidos ( Na+Cl-). Isso nos mostra que o sal é realmente polar, toda ligação iônica é polar, pois existe a diferença de carga elétrica no composto. Já no caso da água, a ligação existente é covalente, na qual dois átomos de hidrogênio compartilham elétrons com um átomo de oxigênio. A molécula de água possui dois dipolos, com o oxigênio tendo a carga parcialmente negativa e o hidrogênio com a carga parcialmente positiva (δ- O ─ H δ+). Mas, esses dipolos não se cancelam, porque a molécula de água se encontra em um ângulo de 104,5º, mostrando que a distribuição e carga ao longo da molécula não são uniformes. Há uma maior densidade de carga negativa sobre o átomo de oxigênio da molécula. Isso nos mostra que a molécula de água é realmente polar. Assim, quando misturamos o sal na água, a parte positiva do sal, que são os cátions Na+, é atraída pela parte negativa da água, que é o oxigênio, e a parte negativa do sal (ânions Cl-) é atraída pela parte positiva da água (H+). Consequentemente, a união Na+Cl- é desfeita, solubilizando o sal na água. Já a gasolina é formadapor uma mistura de diferentes hidrocarbonetos, sendo eles apolares, ou seja, a distribuição da carga elétrica da gasolina é uniforme. Assim, não há interação dos íons do sal com a gasolina e ele não se dissolve. Substâncias formadas por moléculas polares geralmente dissolvem bem em solventes formados por moléculas também polares. Substâncias formadas por moléculas apolares geralmente se dissolvem bem em solventes formados por moléculas apolares. Ou seja, Semelhante dissolve semelhante. 1.3- Teor de álcool na gasolina As forças nas moléculas que originam as ligações covalentes influenciam a forma espacial molecular, as energias de ligação e muitos aspectos do comportamento 4 químico. Entretanto, as propriedades físicas de líquidos e sólidos moleculares são relativas em grande parte às forças intermoleculares. As forças intermoleculares são forças de atração que ocorrem entre as moléculas (intermoleculares), mantendo-as unidas, e são bem mais fracas, quando comparadas às forças intramoleculares (ligação iônica e covalente), encontradas entre íons e átomos, que formam a substância. As moléculas de uma substância sólida ou líquida se mantêm unidas através da atração existente entre elas. Quanto maior for a força de atração maior será a coesão entre as moléculas. Isso ocasionará um aumento nos pontos de fusão e ebulição da substância. As moléculas dos gases praticamente não exercem forças de atração entre si. Por isso os gases apresentam baixo ponto de ebulição e extrema facilidade de se expandir. Ligações de Hidrogênio: As ligações de hidrogênio são forças de atração mais intensas que as de forças dipolo-dipolo e as de Van der Waals. Ocorre quando a molécula possui o hidrogênio ligado a um elemento muito eletronegativo, como o flúor, por exemplo. A atração ocorre pelo hidrogênio de uma molécula com o elemento eletronegativo da outra molécula. Sendo uma atração bastante forte, as moléculas que são atraídas por pontes de hidrogênio possuem altos pontos de fusão e ebulição. As ligações de hidrogênio ocorrem entre muitas substâncias orgânicas, conferindo diferentes propriedades a elas, como solubilidade em água e temperaturas de fusão e ebulição mais elevadas. Figura1: Ligações de hidrogênio entre as moléculas de água. 5 Dipolo-dipolo: Esta interação intermolecular também pode ser chamada de dipolo-permanente ou dipolar. As forças dipolo-dipolo são responsáveis pela atração de moléculas polares. É menos intensa que as ligações de hidrogênio. Existem entre moléculas de éteres, cloretos, ácidos, ésteres, entre outros. Quando a molécula é polar, há de um lado um átomo mais eletropositivo e do outro, um átomo mais eletronegativo. Assim, as moléculas polares possuem um dipolo elétrico permanente, estabelecido de tal forma que a extremidade negativa do dipolo de uma molécula se aproxima da extremidade positiva do dipolo de outra molécula (figura 2). As interações dipolo-dipolo são mais fracas do que as forças entre íons, e caem rapidamente com a distância, isto é, quanto maior a distância entre estas moléculas menor será a interação, isso ocorre especialmente nas fases líquidas e gasosas. Figura 2: Forças dipolo-dipolo Forças de London: Ligações intermoleculares do tipo Forças de London, que são caracterizadas pela formação de um dipolo induzido na molécula por interação com outras moléculas. Como as moléculas apolares apresentam geralmente muitos elétrons, ela se torna altamente negativa. Quando uma molécula apolar se aproxima de outra molécula apolar, os elétrons se repelem, e estes elétrons tendem a "migrar" para o outro lado da molécula, 6 formando um pólo negativo neste lado para onde vão os elétrons e formando um pólo positivo no lado de onde os elétrons saíram. Isso faz com que se formem pólos de cargas diferentes e capazes de se atraírem. Porém, esta ligação é muito fraca, principalmente em moléculas formadas por átomos iguais e de grande raio atômico. Figura 3: Forças de Van der Waals. Forças íon-dipolo: Quando um dipolo elétrico sofre influência de um campo elétrico gerado por um íon, ele irá alinhar-se ao campo e manter-se unido a fonte geradora. Os íons se aproximam das moléculas, e de forma análoga ao que acontece na interação entre duas moléculas, a extremidade positiva é atraída pelas cargas negativas, os ânions, e a extremidade negativa é atraída pelas cargas positivas, os cátions (figura 4). Figura 4: Forças íon-dipolo. Gasolina: A gasolina é um combustível constituído basicamente por hidrocarbonetos e, em menor quantidade, por produtos oxigenados. Esses hidrocarbonetos são, em geral, mais "leves" do que aqueles que compõem o óleo diesel, pois são formados por moléculas de menor cadeia carbônica (normalmente de 4 a 12 átomos de carbono). 7 Além dos hidrocarbonetos e dos oxigenados, a gasolina contém compostos de enxofre, compostos de nitrogênio e compostos metálicos, todos eles em baixas concentrações. A faixa de destilação da gasolina automotiva varia de 30 a 220ºC. A gasolina é considerada de boa qualidade quando resiste à compressão sem sofrer combustões prematuras, mas explodindo na hora certa. Visto que a composição de uma gasolina para a outra diferencia, o desempenho desse combustível também varia, sendo que algumas resistem mais à compressão do que outras. A octanagem consiste na resistência à detonação de um determinado combustível utilizado em motores no ciclo de Otto. Quanto mais elevada for a octanagem, maior será a capacidade do combustível ser comprimido, sob altas temperaturas, na câmara de combustão sem que ocorra a detonação. Muitos donos de postos de combustíveis e de distribuidoras fazem adulterações na gasolina, misturando-a com outros solventes mais baratos, com a finalidade de lucrar em cima do prejuízo dos proprietários dos veículos. Um dos solventes utilizados com frequência é o etanol (álcool). Segundo a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a porcentagem obrigatória de etanol anidro combustível que deve ser adicionado na gasolina é de 25%, sendo que a margem de erro é de 1% para mais ou para menos. Isso é feito porque o etanol funciona como um antidetonante da gasolina nessas proporções, ou seja, ele aumenta o seu índice de octanagem, resistindo a maiores compressões, porque o poder calorífico do etanol é menor. Além disso, a gasolina com etanol libera menos monóxido de carbono para o meio ambiente. No entanto, a adição de etanol à gasolina acima do limite traz danos ao veículo, por exemplo, o carro começa a falhar, sendo preciso dar a partida várias vezes para voltar a funcionar, as peças do sistema de injeção eletrônica são corroídas, além dos outros problemas mostrados no texto que foi mencionado acima. http://www.anp.gov.br/ http://www.anp.gov.br/ 8 2 OBJETIVO Testar a condutividade elétrica de algumas soluções e classificá-las em soluções iônicas ou moleculares. Testar a solubilidade de compostos químicos e fazer inferências sobre a polaridade destes. Compreender as forças intermoleculares e determinar o teor de álcool na gasolina. 3 MATERIAIS E REAGENTES 3.1 Condutividade e solubilidade Aparato para verificar passagem de corrente elétrica com lâmpada; 4 Béqueres de 50 ml; 30 ml de cada uma das soluções: - Vinagre; - Solução de soda caustica; - Ácido clorídrico - HCl; - Hidróxido de amônio; - Água + sal; - Água + açúcar; - Hidróxido de cálcio; - Água destilada; - Água da torneira. 9 tubos de ensaio; Amostra de gasolina; Água destilada; Permanganato de Potássio (KMnO4); Iodo sólido (I2); Álcool. 9 3.2 Teor de álcool na gasolina 2 Provetas de 50 ml; Gasolina; Solução saturada de NaCl; Pisseta com água destilada; Conta-gotas; Plástico filme.4 PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS 4.1 Condutividade Para o teste de condutividade elétrica foi utilizado o aparato com uma lâmpada. Este aparato consiste de um circuito que fornece energia a uma lâmpada, porém, o fio que alimenta a lâmpada esta cortado para poder ser imerso na solução e verificar a condutividade. Para se realizar o experimento foi imersa as extremidades do fio cortado nas soluções e verificado a intensidade luminosa da lâmpada. Depois de cada imersão dos eletrodos nas soluções foi feita a lavagem dos fios com água destilada para verificar a condutividade da próxima solução. Este procedimento foi repetido para todas as soluções. 4.2 Solubilidade Para verificar a solubilidade das soluções e, consequentemente, suas polaridades foram separados nove tubos de ensaio e em cada tubo foi realizado uma determinada mistura. Utilizou-se aproximadamente 3 ml das substâncias líquidas (água destilada, gasolina e álcool) e uma pequena quantidade dos sólidos (iodo e permanganato de potássio). As misturas realizadas foram as seguintes: - Tubo de ensaio 1: Água + éter; - Tubo de ensaio 2: Água + iodo; - Tubo de ensaio 3: Água + permanganato de potássio; - Tubo de ensaio 4: Gasolina + éter; - Tubo de ensaio 5: Gasolina + iodo - Tubo de ensaio 6: Gasolina + permanganato de potássio; 10 - Tubo de ensaio 7: Água + gasolina; - Tubo de ensaio 8: Água + gasolina + iodo; - Tubo de ensaio 9: Água + gasolina + permanganato de potássio; Após todas as análises e registro dos resultados as misturas foram descartadas em um béquer grande e as vidrarias foram devidamente higienizadas. 4.3 Teor de álcool na gasolina Método 1 – Análise absoluta com NaCl: Na proveta de 50 ml que estava limpa, seca e desengordurada, foi adicionado 25 ml de gasolina sempre observando o menisco. A seguir foi adicionado outros 25 ml da solução de NaCl na mesma proveta, completando-a. Para não adicionar mais do que era necessário foi utilizado um conta-gotas para ter uma precisão maior nos últimos mililitros adicionados. Logo após, a parte superior da proveta foi envolvida com plástico filme e com a mão firmemente segurando a parte superior da proveta (para evitar perda de volume) foram feitas três ou mais inversões sucessivas da proveta. Foi necessário deixar em repouso durante 5 minutos de modo a permitir a separação completa das duas camadas. Em seguida do volume da fase aquosa foi registrado. Método 2 – Análise absoluta com água ultrapura: Primeiramente foi adicionado 25 ml de gasolina na proveta de 50 ml que estava limpa, seca e desengordurada. Utilizou-se o conta-gotas para adicionar os últimos mililitros de gasolina para evitar que fosse colocado volume a mais do que o necessário, observando sempre o menisco. A seguir foi adicionado mais 25 ml de água ultrapura, completando o volume total de 50 ml. A parte superior da proveta foi envolvida com plástico filme e foram feitas três ou mais inversões sucessivas da proveta, tomando o cuidado para não haver perda do volume. Foi necessário deixar em repouso durante 5 minutos de modo a permitir a separação completa das duas camadas. Em seguida do volume da fase aquosa foi registrado. 11 5 RESULTADOS E DISCUSSÕES 5.1- Condutividade elétrica Os resultados obtidos nos testes de condutividade elétrica estão na tabela 1 abaixo junto com a ligação química resultante de cada ligação. Solução Condutividade elétrica Ligação Química Vinagre Não conduziu Covalente Solução de Soda Cáustica (NaOH) Conduziu Iônica HCl Conduziu Covalente Hidróxido de amônio Não conduziu Covalente e Iônica Água + sal Conduziu Iônica Água + açúcar Não conduziu Covalente Água destilada Não conduziu Covalente Água da torneira Não conduziu Covalente e Iônica Hidróxido de cálcio (CaOH2) Conduziu Iônica Tabela 1 - Condutividade e tipo de ligação em cada solução Durante o experimento foi possível observar que dentre as soluções que conduziram eletricidade algumas fizeram a luz acender com mais intensidade do que outras, o que pode nos mostrar que algumas soluções possuíam mais elétrons livres em relação a outras. Em relação as ligações químicas podemos ver que as ligações iônicas conduziram eletricidade, o que já era de se esperar, visto que compostos iônicos em meio aquoso se dissociam, liberando íons (cátions e ânions), os quais permitirão a passagem de corrente elétrica. Também é possível observar que o HCl é uma solução covalente porém conduz energia elétrica, isto ocorre porque o vinagre e o ácido clorídrico são ácidos, ou seja, possuem a característica de produzirem íons em meio aquoso. 5.2 - Solubilidade Os resultados obtidos no teste de solubilidade estão apresentados na tabela 2 a seguir: 12 Solução ou Mistura Número de Fases Observações Água + éter 2 Água e éter imiscíveis Água + iodo 2 Iodo insolúvel em água Água + Permanganato de Potássio 1 Permanganato de potássio solúvel em água Gasolina + éter 1 Homogênea Gasolina + Iodo 1 Iodo solúvel em gasolina Gasolina + Permanganato de Potássio 2 Permanganato de potássio insolúvel em gasolina Água + Gasolina 2 Gasolina e água imiscíveis Água + Gasolina + Iodo 2 Iodo solúvel apenas em gasolina Água + Gasolina + Permanganato de Potássio 2 Permanganato de potássio solúvel apenas em água Tabela 2 - Número de fases das soluções ou misturas e observações quanto à solubilidade dos compostos. Para que possamos analisar melhor a respeito da solubilidade destas misturas precisamos saber as polaridades das substancias utilizadas, sabemos que outros critérios tem que ser analisado para saber se a substancias irão se misturar, porém, como não vamos fazer uma análise muito profunda e detalhada, somente a polaridade das substancias já será suficiente. A polaridade de cada substância está na tabela abaixo: Substância Polaridade Água Polar Gasolina Apolar Éter Parte polar e parte apolar Iodo Apolar Permanganato de Potássio Polar Tabela 3 - Polaridade das substâncias Fazendo um comparativo entre as tabelas 2 e 3 vemos que a solubilidade foi condizente com o tipo de substância e suas polaridades, seguindo o conceito apresentado na introdução teórica de que semelhante dissolve semelhante. 13 5.3 – Teor de álcool na gasolina O etanol possui uma parte polar e outra apolar, sendo que sua parte apolar é atraída pelas moléculas da gasolina, que também são apolares, pela força de dipolo induzido. Mas, a sua parte polar, caracterizada pela presença do grupo OH é atraída pelas moléculas de água, que também são polares, realizando ligações de hidrogênio que são bem mais fortes que as ligações do tipo dipolo induzido. Após a inversão da proveta, o álcool que estava misturado na gasolina sob as forças de dipolo induzido, vão passar a ser atraídas pelas moléculas de água, pelas ligações de hidrogênio, isto porque as ligações de hidrogênio são mais intensas. Esta é a explicação química para o etanol se dissolver preferencialmente na água. A presença do NaCl na água torna a água mais polar, assim, de acordo com o método 1 deveria haver maior volume de solução aquosa, consequentemente, um maior volume de álcool, como pôde ser observado. Nos dois métodos feitos para verificar o teor de álcool na gasolina inicialmente as provetas tinham 25ml de gasolina e 25ml de fase aquosa. Após as inversões das provetas e aguardar alguns minutos foi obtido os resultados apresentados na tabela 4 abaixo: Gasolina (ml) Fase aquosa (ml) Método 1 16 34 Método 2 16 34 Tabela 4 – Volume da gasolina e da fase aquosa nas provetas. Observando a tabela acima vemos que o volume da fase aquosa aumentou. Isso já era de se esperar pois o etanol que estava contido na gasolina foi absorvido pela água. Agora para saber o volume de etanol que estava presentena gasolina basta diminuirmos o volume da fase aquosa final pelo volume da fase aquosa inicial. Sendo assim concluímos que a gasolina possuía 9 ml de álcool em sua composição. Para o cálculo da porcentagem de álcool na gasolina foi utilizada a seguinte relação: % á𝑙𝑐𝑜𝑜𝑙 = 𝑉 á𝑙𝑐𝑜𝑜𝑙 𝑉 𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙_𝑔𝑎𝑠𝑜𝑙𝑖𝑛𝑎 ∗ 100 Com isso concluímos que a porcentagem de álcool na gasolina é de 36%. 14 Vimos que nos dois métodos o resultado foi o mesmo, isto mostra que a solução aquosa com NaCl não produziu efeitos satisfatórios e portanto foi insignificante. Pode-se observar que a porcentagem de álcool na gasolina está acima do permitido por lei, o que pode nos mostrar que esta gasolina foi adulterada. 6 CONCLUSÃO No experimento de condutividade elétrica foi possível observar a condução em determinadas soluções. A condutibilidade elétrica está relacionada com a liberação de íons de alguns compostos em solução aquosa. Foi verificado que todos os compostos iônicos se dissociaram, liberando íons, ocorrendo a condução de eletricidade e a lâmpada se acendeu. Já os compostos formados por ligações covalentes devem ser analisados, nem todos conduziram eletricidade. No experimento de solubilidade podemos verificar a importância de conhecer a polaridade das substâncias e a sua relação com a solubilidade, e verificamos que as soluções reagiram como esperado, onde, semelhante dissolveu semelhante. Por último no experimento, de verificação de teor de álcool na gasolina verificamos a influência das ligações intermoleculares nos compostos e observamos que a amostra de gasolina não seguia os critérios regulamentados por lei e que ela pode estar adulterada, 7 BIBLIOGRAFIA http://www.mundoeducacao.com/quimica/determinacao-teor-alcool-na-gasolina.htm http://www.agracadaquimica.com.br/index.php?acao=quimica/ms2&i=22&id=266 http://www.soq.com.br/conteudos/em/ligacoesquimicas/p5.php http://www.brasilescola.com/quimica/relacao-entre-polaridade-solubilidade-das-substancias.htm http://www.brasilescola.com/quimica/polaridade-das-moleculas.htm http://www.ebah.com.br/content/ABAAAeyrUAL/polaridade-solubilidade http://www.ebah.com.br/content/ABAAABPdQAD/relatorio-ii-1-condutividade https://pt.wikipedia.org/wiki/Liga%C3%A7%C3%A3o_qu%C3%ADmica Todos acessados em 31/10/2015 http://www.mundoeducacao.com/quimica/determinacao-teor-alcool-na-gasolina.htm http://www.agracadaquimica.com.br/index.php?acao=quimica/ms2&i=22&id=266 http://www.soq.com.br/conteudos/em/ligacoesquimicas/p5.php http://www.brasilescola.com/quimica/relacao-entre-polaridade-solubilidade-das-substancias.htm http://www.brasilescola.com/quimica/polaridade-das-moleculas.htm http://www.ebah.com.br/content/ABAAAeyrUAL/polaridade-solubilidade http://www.ebah.com.br/content/ABAAABPdQAD/relatorio-ii-1-condutividade https://pt.wikipedia.org/wiki/Liga%C3%A7%C3%A3o_qu%C3%ADmica