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Brasília-DF. Logística de PetróLeo Elaboração Bruno Rafael Dias de Lucena Produção Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração Sumário APRESENTAÇÃO ................................................................................................................................. 4 ORGANIZAÇÃO DO CADERNO DE ESTUDOS E PESQUISA .................................................................... 5 INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 7 UNIDADE I INTRODUÇÃO À LOGÍSTICA E À CADEIA DE SUPRIMENTOS ...................................................................... 9 CAPÍTULO 1 EVOLUÇÃO DA LOGÍSTICA ....................................................................................................... 9 CAPÍTULO 2 PRIMEIROS CONCEITOS EM LOGÍSTICA E GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS ..................... 13 CAPÍTULO 3 ATIVIDADES LOGÍSTICAS.......................................................................................................... 19 UNIDADE II LOGÍSTICA E DISTRIBUIÇÃO DE PETRÓLEO, GÁS E SEUS DERIVADOS ...................................................... 28 CAPÍTULO 1 ATIVIDADE PETROLEIRA NO BRASIL .......................................................................................... 28 CAPÍTULO 2 MODAIS DE TRANSPORTE PARA PETRÓLEO, GÁS E SEUS DERIVADOS ........................................ 32 CAPÍTULO 3 REDE DE DISTRIBUIÇÃO DA INDÚSTRIA DO PETRÓLEO .............................................................. 38 UNIDADE II GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS ................................................................................................. 40 CAPÍTULO 1 CADEIA DE SUPRIMENTOS ....................................................................................................... 40 CAPÍTULO 2 MODELAGEM NA CADEIA DE SUPRIMENTOS ........................................................................... 48 CAPÍTULO 3 OPERAÇÕES NA CADEIA DE SUPRIMENTOS ............................................................................. 53 PARA (NÃO) FINALIZAR ..................................................................................................................... 57 REFERÊNCIAS .................................................................................................................................. 59 4 Apresentação Caro aluno A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se entendem necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade. Caracteriza-se pela atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela interatividade e modernidade de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da Educação a Distância – EaD. Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade dos conhecimentos a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos específicos da área e atuar de forma competente e conscienciosa, como convém ao profissional que busca a formação continuada para vencer os desafios que a evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo. Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo a facilitar sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na profissional. Utilize-a como instrumento para seu sucesso na carreira. Conselho Editorial 5 Organização do Caderno de Estudos e Pesquisa Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em capítulos, de forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos básicos, com questões para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam a tornar sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também, fontes de consulta, para aprofundar os estudos com leituras e pesquisas complementares. A seguir, uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de Estudos e Pesquisa. Provocação Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor conteudista. Para refletir Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões. Sugestão de estudo complementar Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo, discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso. Praticando Sugestão de atividades, no decorrer das leituras, com o objetivo didático de fortalecer o processo de aprendizagem do aluno. Atenção Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a síntese/conclusão do assunto abordado. 6 Saiba mais Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões sobre o assunto abordado. Sintetizando Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos. Exercício de fixação Atividades que buscam reforçar a assimilação e fixação dos períodos que o autor/ conteudista achar mais relevante em relação a aprendizagem de seu módulo (não há registro de menção). Avaliação Final Questionário com 10 questões objetivas, baseadas nos objetivos do curso, que visam verificar a aprendizagem do curso (há registro de menção). É a única atividade do curso que vale nota, ou seja, é a atividade que o aluno fará para saber se pode ou não receber a certificação. Para (não) finalizar Texto integrador, ao final do módulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado. 7 Introdução Os preços finais dos produtos da cadeia de petróleo têm sido influenciados sobremaneira, pelo alto custo das atividades logísticas e da pouca opção na seleção dos modais de transporte a serem utilizados, por ausência de infraestrutura adequada. Neste ambiente, o profissional em gestão de petróleo deve estar apto a lidar com as restrições impostas pelo cenário e buscar minimizar os custos logísticos de modo a alcançar vantagens competitivas para o seu negócio. A área da logística é vasta e complexa, mas que tem sido amplamente divulgada e valorizada nas últimas décadas. Quando se trata do mercado de commodities, como o petróleo e os seus derivados, que apesar de seu valor luta para obter maiores margens, a melhoria de resultados por meio da boa aplicação e conhecimentos logísticos torna-se um grande diferencial. Esse curso pretende tratar sobre assuntos técnicos e de grande aplicabilidade para o mercado do petróleo e derivados, buscando, também, atualizar o aluno sobre os principais temas que tem circulado no âmbito acadêmico e profissional sobre a aplicabilidade e importância da logística no mercado do petróleo e derivados. Objetivos: » Compreender as atividades logísticas como ferramentas de gestão. » Compreender o funcionamento da Gestão da Cadeia de Suprimentos. » Compreender o desenvolvimento da logística de petróleo, gás e derivados no Brasil. » Fornecer os conceitos básicos para as outras disciplinas do MBA em Gestão de Petróleo e Gás. 9 UNIDADE I INTRODUÇÃO À LOGÍSTICA E À CADEIA DE SUPRIMENTOS CAPÍTULO 1 Evolução da Logística Os sistemas logísticos dos produtos de uma cadeia de produção são projetados de forma a atender os requisitos do cliente nas dimensões de preço, praça e qualidade. Ou seja, todo consumidor deseja adquirir os produtos oferecidos a um preço justo, que é uma dimensão subjetiva, no local em que se encontra e com as características da qualidade desejada. Os sistemas logísticos exercem papel importante nas três dimensões apresentadas, uma vez queos custos logísticos são fortemente impactantes no custo final do produto; da distribuição depende a disponibilidade dos produtos nas praças consumidoras e a qualidade desejada pode ser perdida pelas intempéries no caminho entre a produção e a entrega do produto ao consumidor final. De fato, as grandes companhias hoje possuem altíssimo nível no controle da qualidade de seus produtos, mas ainda é difícil controlar o ambiente externo à produção. Mais tarde investigaremos com mais de detalhes os elementos envolvidos na obtenção das características de qualidade supracitadas. Nos próximos tópicos deste Caderno serão tratados assuntos técnicos de forte cunho prático sobre os sistemas logísticos da cadeia de petróleo. Muitas das observações apresentadas aqui são de autores que trouxeram informação da prática para a literatura, bem como de experiências vividas pelo professor. O Que é Logística? Logística é, segundo Ballou (1993), a parte da administração de empresas que estuda como se obter maior rentabilidade com a gestão otimizada das operações de distribuição de produtos aos clientes. A Logística tem como uma área importante a Distribuição Física – a transferência de produtos do ponto produtor ao ponto consumidor. Entretanto, com o aumento diário da competitividade do mercado, todas as atividades de suporte à produção e distribuição de produtos ou serviços são consideradas operações logísticas. 10 UNIDADE I │ INTRODUÇÃO À LOGÍSTICA E À CADEIA DE SUPRIMENTOS Breve Histórico da Logística Elementos do que hoje é a ciência logística podem ser observados há muito tempo no nosso cotidiano. Desde as guerras bíblicas sabemos que os exércitos se planejavam, organizavam suas rotas, seus veículos e equipamentos, além de controlar o consumo de recursos. Assim, as forças armadas até hoje são grandes responsáveis pelo desenvolvimento da logística. No passado, em virtude da baixa concorrência e disponibilidade de bens de consumo, a classe consumidora pagava mais pelo acesso aos produtos, mesmo com um baixo nível de serviço oferecido. Nessa ocasião, o produtor podia oferecer o produto com preço capaz de pagar seus custos e atingir sua margem desejada. Atualmente, o preço dos produtos, na maioria dos casos, é determinado pelas necessidades do mercado. Com isso, o produtor precisa ajustar seus processos para fornecer ao consumidor o seu produto a custo mínimo e tentar manter sua margem de lucro. Imagine uma situação em que você deseja consumir um determinado produto exclusivo de um determinado fornecedor, como, por exemplo, um relógio. Quanto você pagaria por ele? Certamente não só o seu valor de custo, mas também o seu valor afetivo. Em outros tempos, quase todos os produtos industrializados poderiam ser considerados produtos exclusivos, pois dificilmente dois produtores disputariam o mesmo mercado consumidor. Logo, o valor dos produtos era muito alto, independente da qualidade do serviço oferecido. Hoje, para quase todo produto de consumo você encontra similares e substitutos. Então, outros fatores determinam o preço, como a sua própria predisposição em pagar ou a capacidade do concorrente em competir em custos. O consumidor normalmente está disposto a pagar o custo de materiais, mão de obra, design, mas não o custo de deslocamento, de embalagem, de armazenamento e de outras operações auxiliares que não agregam valor ao produto. A Logística, para o ambiente empresarial, veio como uma ferramenta com o objetivo de otimizar os custos e aumentar a eficiência de processos auxiliares da produção. Você sabe o que quer dizer o famoso jargão “agregar valor ao produto”? Você acha conveniente que o consumidor pague mais por um produto porque no seu preço foram incluídas despesas com: » O frete de um produto comum (sabonete, DVD’s, celulares de baixo custo etc.)? » Um design mais arrojado de um móvel? » O custo do armazenamento do fornecimento de tijolos? 11 INTRODUÇÃO À LOGÍSTICA E À CADEIA DE SUPRIMENTOS │ UNIDADE I » A potência adicional de um motor automobilístico? » A redução de emissão de gases poluentes de um aparelho de refrigeração? » O excesso de segurança em uma embalagem de um produto de baixo valor? Provavelmente, todos os itens com os quais você não concordou, não agregam valor ao produto e são associados a atividades logísticas. O profissional de logística precisa focar na redução de custos e na eficiência dessas atividades para tornar os produtos mais competitivos. Por Que Estudar Logística? Um aspecto importante de se considerar é que, atualmente, todo gestor é cobrado por conhecimentos associados à logística já que essa parte da administração possui um conjunto de operações que podem ser responsáveis pela viabilidade de manter ou não um produto competitivo no mercado. Atualmente, o mercado na área de logística está aquecido no Brasil e no mundo, principalmente na área de Petróleo e Gás. A Petrobras, ao apresentar seu novo modelo regulatório de exploração e produção para a comunidade do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia – Confea, apresentou suas estimativas de investimentos para os anos de 2009 a 2013, em que constam os investimentos de US$92 bi para a área de E&P e 46,9 para a área do Abastecimento (http://www.agenciapetrobrasdenoticias.com.br). Esses investimentos se referem principalmente ao desenvolvimento do petróleo na camada pré-sal e à implantação de cinco novas refinarias no Brasil até o ano de 2013. Acompanhando esses investimentos, é de se esperar que um forte investimento no setor de logística dessas duas áreas de negócios venha a reboque. Afinal, se o petróleo ou o produto refinado não chegar ao consumidor nacional ou internacional a preços competitivos de nada valerá o investimento de exploração, produção e refino. Também a Petrobras, em seu site, aponta o desenvolvimento da fase inicial da implantação de projetos do Corredor de Exportação de Álcool, envolvendo a construção de alcooldutos para escoamento de etanol para exportação. Este é apontado como um dos principais projetos da Petrobras no Plano de Aceleração do Crescimento – PAC, bem como o projeto de Ampliação e Modernização no Transporte de Petróleo e Derivados, que visa construir no Brasil 42 navios petroleiros. A expectativa, que de certa forma vem se concretizando, é que varias companhias de engenharia, suporte e logística se instalem e se estruturem para suportar essa nova fase de crescimento da indústria nacional do petróleo. 12 UNIDADE I │ INTRODUÇÃO À LOGÍSTICA E À CADEIA DE SUPRIMENTOS A Importância da Logística para as Empresas Brasileiras 31 de outubro de 2004 Autor: Dr. Hélio Meirin <hrmeirim@ig.com.br> Consultor de Empresas e Professor Universitário Atualmente as Empresas Brasileiras vivem um momento extremamente desafiador. Este novo cenário é caracterizado pela busca por maior competitividade, maior desenvolvimento tecnológico, maior oferta de produtos e serviços adequados às expectativas dos Clientes e maior desenvolvimento e motivação de seu capital intelectual (seus recursos humanos). Para superar esses desafios, algumas Empresas buscam tomar ações voltadas para redução de custos de uma forma isolada (por meio da eliminação de posições em seu quadro de colaboradores, eliminação do cafezinho, controle de ligações telefônicas e outras tão conhecidas). Essas ações às vezes se fazem necessárias; no entanto, quando tomadas de forma isolada, não garantem o resultado desejado. Por outro lado, temos Empresas que enxergam a Logística como uma estratégia competitiva bastante eficaz. Essas Empresas planejam e coordenam suas ações gerenciais de uma forma integrada, avaliando todo o processo desde o Fornecimento da Matéria-Prima até a certeza de que o Cliente teve suas necessidades e expectativas atendidas pelo produto ou serviço entregue. O resultado é a superação dos desafios apresentados e consequentemente um melhor posicionamento no mercado. Como pontos centraisda Logística podemos destacar: » Visão integrada e sistêmica de todos os processos da Empresa. A ausência desse conceito faz com que cada área / departamento da empresa pense e trabalhe de forma isolada. Isso gera conflitos internos por poder e faz com que os maiores concorrentes de uma empresa estejam dentro dela mesma. » Fazer com que as “coisas” (materiais e informações) se movimentem o mais rápido possível, conseguindo assim otimizar os investimentos em ativos (estoques). » Enxergar toda a cadeia de suprimentos como parte importante do seu processo. Seus Fornecedores, Colaboradores, Comunidade e Clientes são como elos de uma corrente e estão intimamente interligados. Por isso, devemos sempre avaliar se suas necessidades e expectativas estão sendo plenamente atendidas. » O Planejamento (Estratégico, Tático e Operacional) e a constante Avaliação de Desempenho, por meio de indicadores, são ferramentas gerenciais essenciais para o desenvolvimento de um bom sistema logístico. Fonte: <www.administradores.com.br>. 13 CAPÍTULO 2 Primeiros Conceitos em Logística e Gestão da Cadeia de Suprimentos Atividades Primárias da Logística Segundo o Council of Logistics Management (BYRNE, 1991), a Logística é o processo de planejar, implementar e controlar um fluxo efetivo e eficiente, além de propiciar armazenamento de bens, serviços e informações, desde o seu ponto de origem até os seus pontos de consumo com o objetivo de atender as necessidades dos consumidores. São algumas das atividades da logística consideradas primárias por comporem grande parte dos custos logísticos: » Movimentação e Distribuição. » Gestão de Estoques. » Processamento de Pedidos. Movimentação e Distribuição A movimentação de materiais se preocupa em definir a melhor forma para executar o deslocamento de materiais, produtos semiacabados e acabados dentro dos locais de produção e armazenamento, com problemas similares aos estudados na distribuição física, porém de menor complexidade. A distribuição física é a parte da Logística que trata das operações associadas ao fluxo de materiais e produtos desde o ponto de origem até o seu consumo e é uma das mais importantes atividades logísticas. Segundo Ballou (1993), a Distribuição Física é responsável por 2/3 dos custos logísticos das empresas e os principais problemas associados a essa atividade são as definições de rotas e a seleção de modais de transporte e das capacidades associadas a esses modais. A distribuição pode agregar valor de localização ao produto, o que dependerá apenas da disponibilidade de produtos equivalentes e preços dos concorrentes nos pontos de consumo. Isso quer dizer que só pode se afirmar que a distribuição agrega valor de localização ao produto se o consumidor não conseguir adquirir produtos concorrentes por preços mais baixos. 14 UNIDADE I │ INTRODUÇÃO À LOGÍSTICA E À CADEIA DE SUPRIMENTOS Gestão de Estoques A gestão de estoques é necessária para tornar mais viável o atendimento das necessidades dos consumidores. A demanda precisa de uma resposta rápida que nem sempre pode ser obtida pelo processamento imediato (produção Just-in-time) e entrega do pedido. Para esses casos, que compõem a maioria, as companhias mantêm estoques entre processos. Os estoques têm por objetivo principal absorver impacto nas variações dos processos e da demanda, ou seja, em períodos de pico de demanda repentino, como recentemente com o aumento do consumo de álcool gel em virtude do surto de gripe A (H1N1), os fornecedores só conseguem absorver o impacto na medida da sua capacidade de manter estoques. Há algum tempo, a ideia de que manter estoques é desperdício de dinheiro com capital empatado vem perdendo força, especialmente em mercados com muitas variações. A questão importante é que os estoques devem ser mantidos, mas com muita cautela. Os estoques devem ser geridos de forma econômica, com o estabelecimento de meta realisata, comumente chamada de “nível de serviço”, para o estabelecimento das necessidades do mercado. Para manter estoques de forma racional, a empresa deve optar por uma política de estoques que pode conter muita ou pouca ciência em seu conteúdo. Certamente, a política de manter como estoque duas vezes o valor da maior demanda já registrada pela companhia seria muito cara e pouco efetiva uma vez que a probabilidade do mercado exigir tal quantidade é muito pequena. Mais adiante estudaremos as técnicas mais comuns disponíveis para controle de estoques. Processamento de Pedidos O processamento de pedidos corresponde a todas as operações exceto as de distribuição, movimentação e de estoques. Em relação ao custo, é uma atividade de baixo custo, porém é de extrema relevância para a eficiência das operações logísticas. A atividade de processamento de pedidos envolve recebimento de pedidos, separação de itens do estoque, controle de qualidade, embalagem, seleção de modal, programação de entrega, despacho de pedidos, atendimento ao consumidor, entre outras. O processamento de pedidos é característica muito peculiar de cada tipo de atividade. Na indústria do petróleo as atividades mais importantes são recebimento de pedidos, programação de entrega, seleção de modal e despacho de pedidos. Custos Logísticos Os custos logísticos são compostos pelos custos de estoque, transporte e processamento de pedidos. Esses custos possuem um comportamento típico que ajuda ao decisor a equilibrar o investimento em cada uma das dimensões acima citadas. 15 INTRODUÇÃO À LOGÍSTICA E À CADEIA DE SUPRIMENTOS │ UNIDADE I É importante perceber que quanto maior o número e a diversidade de locais de armazenagem, próximos aos centros consumidores, o custo de transportes tende a diminuir. Por outro lado, os custos de armazenagem devem aumentar fortemente, já que haverá custos fixos e indiretos em todas as unidades de armazenamento implantadas. Os custos de processamento aumentam levemente com o aumento do número de armazéns, pois aumento o número de interfaces entre a comercialização e as unidades de armazenamento. Vamos ilustrar essas situações: Caso 1 – Centro de Armazenagem Caso 2 – Vários Centros de Armazenagens Na media em que o número de depósitos aumenta, o custo de transporte diminui. Isso por que carregamentos mais volumosos podem ser feitos para os armazéns por um custo de frete mais baixo. Além disso, a distância a ser percorrida pelos veículos menores, de custo unitário de frete maior, se reduz, logo o custo total de transporte também diminuirá. Já os custos de armazenamento e de processamento de pedidos apresentam um comportamento contrário e vão aumentando na medida em que aumenta o número de centros de armazenagem. O gráfico 1, a seguir, mostra o comportamento do custo logístico total conforme o número de unidades de armazenamento. Para a decisão do número de pontos de armazenagem, o decisor deve tentar equilibrar esses custos de modo a obter o menor custo logístico total. 16 UNIDADE I │ INTRODUÇÃO À LOGÍSTICA E À CADEIA DE SUPRIMENTOS Gráfico 1 – Comportamento dos custos logísticos de acordo com o número de centros de armazenagem Fonte: Baseado em Ballou, 1993. Como se pode observar na figura 1, o custo logístico mínimo fica num local intermediário entre os custos mínimos de armazenagem e de transporte. Esse conceito é importante pois daí se tira a conclusão de que administrar as atividades de estocagem, processamento de pedidos e distribuição gera resultados mais eficientes que a administração dessas atividades em separado. Na cadeia do petróleo, a logística se preocupa em definir o número de terminais de armazenamento, tanques e vias de escoamento (dutos). Pré-Sal Exigirá Revolução na Logística da Petrobras Petrobras fará até Ilha Artifical para Explorar o Pré-Sal Autor: Danilo Fariello A exploração e produção do pré-sal vão exigir uma revolução logística da Petrobras. Os principais campos da empresa, atualmente na Bacia de Campos, estão localizados auma distância entre 120 e 150 quilômetros da costa, e os poços de exploração do pré-sal estarão, em geral, a uma distância ente 200 e 300 quilômetros. Por isso, serão necessários novos investimentos em infraestrutura para que a operação no mar tenha o máximo de autonomia possível. “Estamos diante de circunstâncias totalmente diferentes das conhecidas”, diz o gerente-geral da unidade de serviços de transporte e armazenagem do setor de Exploração e Produção da Petrobras, Ricardo Albuquerque. “Como os campos são gigantes e distantes, isso leva a um planejamento distinto daquele já conhecido.” Apesar das muitas incertezas, há dados preliminares suficientes para planejar. Já está definido, por exemplo, que a estratégia envolverá o modelo de “hub” (termo em inglês que significa ponto de conexão) para três itens específicos. 17 INTRODUÇÃO À LOGÍSTICA E À CADEIA DE SUPRIMENTOS │ UNIDADE I Um é a adaptação do que já ocorre na Bacia de Campos, para a distribuição de óleo diesel às unidades marítimas da Petrobras. Atualmente, os navios-tanque ficam atracados em zona próxima às diferentes plataformas alimentando, “no varejo”, as necessidades de óleo combustível de cada unidade, explica Albuquerque. A ideia do “hub” de diesel nasceu dentro da Petrobras especificamente para a Bacia de Campos e hoje já são três os navios-tanque na região. A empresa entendeu que a concepção de “hub” adotada no caso do óleo diesel será usada no pré-sal de forma ampliada. Isso leva aos dois outros itens, que são os fluidos químicos e passageiros. Na perfuração e produção dos poços, são necessários fluidos específicos para se manter a produtividade dos poços. São elementos que resultam da operação e que devem ser processados quimicamente e reinseridos nos poços. Hoje, isso é feito no continente, mas a ideia da Petrobras é adaptar um navio-tanque com os elementos necessários a essa operação. O desafio tecnológico para isso é grande, pois se trata de uma infraestrutura que nunca foi levada ao mar. Roberto Ramos, da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), acha que a solução pode ser a construção de uma plataforma fixa para operar os fluidos, porque são necessários equipamentos de compressão complexos e torres acima de 60 metros. É no sistema de transporte de passageiros, porém, que a Petrobras prepara a grande novidade logística para o pré-sal. Hoje, apenas na Bacia de Campos, a empresa transporta 10 mil passageiros por mês (ou 20 mil, contando ida e volta). No Sul e Sudeste, o transporte chega a quase 60 mil passageiros por mês. A ampliação e construção de bases aeroportuárias já estão nos planos. No entanto, para o pré-sal está planejado também um ponto de interconexão no meio do mar. Para baratear esse transporte, a estratégia é a criação de unidades marítimas que servirão como estações intermediárias. Será um meio de caminho aonde os passageiros chegam por meio de uma lancha ultrarrápida para, de lá, pegar helicópteros de médio porte rumo ao seu destino final. No entanto, esse projeto também carrega diversos desafios tecnológicos. O primeiro refere-se à manutenção dos helicópteros, explica Albuquerque. É mais eficiente fazê-la em terra e à noite. Portanto, eles teriam de ser trazidos de volta ao continente diariamente. Na primeira e na última viagem do dia, portanto, seria possível que alguns passageiros não tivessem de passar pelo “hub” de transbordo marítimo – que poderá ser mais de um, dependendo do ritmo de exploração e da distância entre os poços. A dificuldade maior é fazer essa viagem agradável ao passageiro, de forma que ele mantenha sua capacidade de trabalho ao chegar ao destino final. Para isso, a Petrobras encomendou à americana Lockheed Martin um modelo de lancha específico para as suas necessidades, com espaço para 150 pessoas. A empresa já fornece embarcações similares para empresas que exploram campos no golfo do 18 UNIDADE I │ INTRODUÇÃO À LOGÍSTICA E À CADEIA DE SUPRIMENTOS México, no território americano. O projeto já vem sendo desenvolvido pela empresa para a Petrobras por mais de dois anos, para a Bacia de Campos. Agora terá que ser adaptado para o pré-sal. Segundo Albuquerque, é relativamente fácil ter uma lancha rápida com pouca movimentação, para evitar enjôo dos passageiros, mas a grande dificuldade é montar uma estrutura no mar em que, parada, a lancha não balance demais e seja firme e grande o suficiente para os helipontos. É necessário ainda, que ela torne rápida a mudança de meio de transporte. Essa estrutura flutuante, com nome técnico de “gangway”, é chamada pelos funcionários da estatal de “ilha artificial”. Um modelo que vem sendo desenvolvido confidencialmente por uma empresa tem uma forma similar à de uma rampa, com uma escada articulada – como aquelas de caminhões de bombeiros. “São vários modelos de ‘gangways’”, mas todos os existentes mostram dificuldades principalmente em dois pontos: segurança e agilidade no transbordo”, explica Albuquerque. Por isso, a necessidade de desenvolvimento específico. A empresa também planeja que a “ilha artificial” possa servir como escala ou mesmo permanência por um tempo de passageiros que trabalhem em diferentes plataformas. Apesar da inovação, Albuquerque diz que não se tratam de projetos suntuosos financeiramente. “A simplicidade é o destaque e a meta é reduzir custos.” No caso dos navios-tanque de diesel a solução foi simples e barata, porque foram adaptados navios ociosos da Transpetro. A lancha não será mais cara que a média das 165 embarcações que a Petrobras já possui. Valor Econômico – 5/10/2009 19 CAPÍTULO 3 Atividades Logísticas Neste capítulo iremos explorar de forma mais detalhada as atividades logísticas já apresentadas brevemente no capítulo 2 deste Caderno. As atividades de movimentação e distribuição, gestão de estoques e processamento de pedidos podem ser desdobradas em outras operações que serão descritas a seguir: Movimentação de Materiais Como apresentado no capítulo anterior, a atividade de movimentação de materiais corresponde a todas as operações necessárias para efetuar o deslocamento de cargas de um ponto a outro em uma planta de armazenamento. A movimentação de materiais é importante, pois pode tanto gerar benefícios adicionando valor de posição às cargas e equipamentos, movimentação ativa, quanto gerar apenas custos não reconhecidos pelo mercado consumidor e que serão assumidos pela empresa, movimentação parasita (GURGEL, 2008). Esta atividade é normalmente considerada perigosa, principalmente quando tratamos de terminais de armazenamento de produtos combustíveis. Em um terminal de distribuição, a operação de movimentação não se refere à movimentação de produtos, mas sim à movimentação de equipamentos e insumos para o processo de armazenamento e distribuição. Outros tipos de movimentação comuns nos terminais são as de refugos, embalagens, material de obra, manutenção, água, entre outros. O manuseio é o deslocamento de materiais e equipamentos pelo esforço exclusivo do operário e, em alguns casos, também pode ocorrer dentro de um terminal. Alguns importantes equipamentos de movimentação utilizados na cadeia do petróleo são os guindastes e, em menor número, as empilhadeiras. Os guindastes são utilizados com o objetivo de movimentar e posicionar, grandes materiais como dutos, bombas, compressores, entre outros. Já as empilhadeiras são utilizadas na movimentação de produtos vendidos em pequenas embalagens como os lubrificantes. Outros dispositivos podem ser utilizados para movimentar o material necessário para que sejam executadas obras ou serviços de manutenção dentro de uma planta de distribuição. Embalagem Conforme citado anteriormente as embalagens somente são utilizadas para os produtos da cadeia do petróleo que possam ser comercializados em pequena escala, como aditivos, lubrificantes, fertilizantes, agentes redutores de emissão de poluentes etc.20 UNIDADE I │ INTRODUÇÃO À LOGÍSTICA E À CADEIA DE SUPRIMENTOS O sistema de embalagem interage com todas as atividades ligadas à logística e a muitas ligadas ao marketing. É importante perceber que os casos de subembalagem e superembalagem são comuns, porém não desejados. As subembalagens são aquelas que não atendem completamente aos requisitos de proteção, identificação e informação. Nesse caso, pode-se perder no processo de movimentação e armazenagem todo o esforço realizado na linha de produção. Já as superembalagens demonstram desperdícios. Para não se incorrer no problema das embalagens sub ou superdimensionadas deve-se analisar os seguintes critérios: » Canal logístico: exame criterioso dos canais de distribuição, instalando acelerômetros nas cargas e registrando os pontos do canal em que a solicitação da embalagem é máxima. » Fragilidade: revisão do projeto do produto, relacionando-se todos os pontos de fragilidade de projeto e adotando-se ações corretivas no produto e reforço na embalagem. » Tecnologia: reprojeto da embalagem, utilizando novas tecnologias sem elevação do custo, para se evitar a improdutividade repetitiva, representada pelos custos adicionais da embalagem. A embalagem é um contendedor que tem por objetivo primário unitizar o produto a ser comercializado, ou seja, a embalagem deve conter o produto em quantidade adequada para o consumo final. Porém a embalagem dos produtos é composta de camadas que serão detalhadas adiante: Embalagem de Contenção Embalagem em contato direto com o produto, com compatibilidade entre o produto e o material da embalagem. É normalmente utilizado para contenção de produtos líquidos, alimentos, medicamentos, entre outros. Figura 1 – Embalagem de contenção para lubrificantes Fonte: Disponível em: <images.google.com>. Embalagem de Apresentação É aquela que envolve produtos que não necessitam de contenção ou as próprias embalagens de contenção. Nesse tipo de embalagem se apresentam aos usuários as características dos produtos nos pontos de venda. As embalagens de apresentação podem conter informações definidas por lei, 21 INTRODUÇÃO À LOGÍSTICA E À CADEIA DE SUPRIMENTOS │ UNIDADE I certificações, instruções de utilização, informações promocionais, além do nome do produto, é claro. No caso dos produtos derivados de petróleo para uso automotivo e os fertilizantes, a embalagem de apresentação é a própria embalagem de contenção. Figura 2 – Embalagem de apresentação (esquerda) ao lado da embalagem de contenção Fonte: Disponível em: <images.google.com>. Embalagem de Comercialização É a embalagem que contém uma determinada quantidade de embalagens de apresentação. Determinar a unitização, pode ser em um conjunto único como, por exemplo, na embalagem de uma TV de 29” ou em um conjunto de unidades de bombonas de fertilizantes. Esse tipo de embalagem normalmente traz informações sobre os cuidados no seu manuseio para a preservação da integridade dos produtos. Para a preservação da integridade dos produtos contidos na unidade de comercialização poderão ser utilizados acessórios como calços, cantoneiras etc. Figura 3 – Embalagem de Comercialização Embalagem de Movimentação É o múltiplo da embalagem de comercialização, que pode ser movimentada de forma padronizada por equipamentos mecânicos. É a unidade que representa a paletização: Figura 4 – Embalagem de Movimentação 22 UNIDADE I │ INTRODUÇÃO À LOGÍSTICA E À CADEIA DE SUPRIMENTOS Paletização A paletização é necessária para a utilização de equipamentos eletromecânicos de movimentação. Os paletes são engradados de madeira de tamanho padronizado que permitem o encaixe de palhetas para movimentação vertical. Encontramos uma definição mais detalhada no Manual Prático de Sistemas de Armazenagem, de Norberto A. Marcolin: palete (pallet) é uma plataforma disposta horizontalmente para carregamento, constituída de vigas ou blocos com uma simples face sobre os apoios, cuja altura é compatível com a introdução de garfos de empilhadeira e paleteira ou outros sistemas de movimentação. Permite o arranjo e o agrupamento de materiais, possibilitando o manuseio, estocagem, movimentação e transporte como uma única carga. A utilização de paletes facilita muito o transporte das mercadorias, uma vez que as embalagens, a unidades e os modais são projetados para o seu uso, o que facilita a gestão da logística e torna possível a redução do tempo de movimentação de carga e descarga dos produtos. Atualmente, os paletes possuem dimensão de 1,00m x 1,20m x 1,40m, e têm utilização largamente difundida, em virtude da adequação ao berço de caminhões de utilização urbana. Quando os produtos não permitem a adequação perfeita das unidades aos paletes, deve-se deixar pequenos espaços entre as unidades de modo a, equilibrá-los. Por questões de segurança e de adequação ao transporte não se deve ultrapassar os limites do palete. O equipamento mais comum para a sua movimentação é a empilhadeira; entretanto, a paletadeira manual ainda é utilizada em pequenos armazéns. Figura 5 – Empilhadeira Atualmente, já existem equipamentos que permitem embalar as unidades no palete. A Figura 6, a seguir, apresenta um esquema de embalagem do palete com filme em bobina. 23 INTRODUÇÃO À LOGÍSTICA E À CADEIA DE SUPRIMENTOS │ UNIDADE I Figura 6 – Bobinadeira de filme Fonte: Disponível em: <images.google.com>. O mecanismo por fitas ainda é o mais utilizado para a imobilização em paletes. Figura 7 – Palete imobilizado por fitas A utilização de unidades de movimentação proporciona eliminação das improdutividades repetitivas que aumentam o custo das empresas, que não é reconhecido pelo consumidor. Já que isso ocorre, temos que diminui-lo o quanto possível. As vantagens dos módulos de armazenamento da mercadoria são principalmente: » Volume: melhor utilização dos espaços verticais do armazém com a liberação de área para a produção e elevação da capacidade de armazenamento. » Segurança: redução de acidentes com os trabalhadores que atuam na movimentação das cargas. » Custos: economia de até 40% dos custos de deslocamentos das mercadorias. » Velocidade: redução do tempo de deslocamento e aumento da velocidade de atendimento aos pedidos. » Proteção: melhor qualidade do acondicionamento das mercadorias e redução das perdas. 24 UNIDADE I │ INTRODUÇÃO À LOGÍSTICA E À CADEIA DE SUPRIMENTOS » Controle: simplificação do controle das existências devido à pré-contagem e melhor funcionamento do sistema de informação. » Destino: entrega do produto ao cliente com aparência de novo. » Etiquetagem: facilidade na etiquetagem das unidades de movimentação. » Furtos: introdução de dificuldades para a ocorrência de extravio de mercadorias. » Endereçamento: possibilidade de introdução do armazenamento com endereçamento aleatório. » Vertical: aproveitamento dos paletes com aba para o deslocamento com cintas via área. » Racionalização: melhoria substancial dos custos de transporte, pela redução drástica do tempo de carga e descarga dos caminhões. » Provimento: facilidade de esvaziamento da cabeceira da linha de montagem, possibilitando o aumento da velocidade de produção. » Valorização: deslocamento dos funcionários para as atividades produtivas de agregação de valor. Armazenamento O armazenamento na cadeia do petróleo se dá principalmente no acondicionamento de insumos e produtos em grandes tanques. Peças de reposição, materiais de segurança, manutenção e produtos como lubrificantes e fluidos automotivos são acondicionados em armazéns geralmente endereçados para garantir a especificação do produto armazenado. Para proceder ao armazenamento desses tipos de itens deve-se utilizar a sua classificação e endereçamento previamente realizados e então verificar a melhor forma de movimentação do material até seu destino. Vários são os equipamentos utilizados para a movimentação desses tipos de itens. Itens unitizados e paletizados sãomovimentados geralmente por paleteiras em caso de movimentação apenas horizontal e empilhadeiras para o caso de movimentação também vertical. Itens pesados podem ser também movimentados por guindastes nos locais de armazenamento. Carregamento As operações de carregamento são de maior ou menor complexidade dependendo do modal escolhido. As operações de carga e descarga de caminhões-tanques são relativamente simples. No 25 INTRODUÇÃO À LOGÍSTICA E À CADEIA DE SUPRIMENTOS │ UNIDADE I entanto, segundo Cardoso (2004), é necessário que os operadores envolvidos tenham o treinamento adequado para atingir os requisitos necessários de segurança pessoal e das instalações. Algumas observações são importantes para se executar o carregamento de um caminhão tanque com eficiência: » O caminhão tanque precisa estar conectado a um aterramento para evitar faíscas oriundas da eletricidade estática. » O caminhão deve estar em piso plano para aferição do nível de combustível carregado. » A aferição do volume deve ser realizada na temperatura de 20oC. » O carregamento deve ser realizado até que a seta indicadora de nível chegue à capacidade nominal do tanque. » O descarregamento deve ser realizado até que se constate o completo esvaziamento do tanque. Para realizar o carregamento de um navio é necessário a elaboração de um plano de carga que é elaborado pelo comandante ou imediato do navio, seguindo um modelo estabelecido pelo Sistema de Gerenciamento de Segurança e Prevenção de Poluição da Fronape (CARDOSO, 2004), com a finalidade de estabelecer todas as instruções que serão dadas aos envolvidos nas operações de carregamento (temperatura, segurança, resíduos etc.). O carregamento de um vagão tanque é realizado de forma simples e segura, desde que executado por pessoal qualificado. As observações para o carregamento de um vagão tanque são bem similares às de um caminhão tanque, entretanto é necessário também que se observe a presença de água no fundo do tanque. Sobre a questão da distribuição verificaremos nos capítulos seguintes vários conceitos associados a essa atividade. Atividades Logísticas 21/8/2009 Autor: Aldo Albieri – Engenheiro eletrônico e consultor de negócios No passado, a logística era conhecida como sendo o transporte e armazenagem de produtos e estava associada às operações militares onde os comandantes precisavam ter sob suas ordens uma equipe que assegurasse a disponibilidade, na hora certa, de equipamentos, alimentos, munição e socorro médico nos campos de batalha. Na antiga Grécia, os militares com o título de Logistikas eram os responsáveis por garantir os recursos e suprimentos para a guerra. Mais recentemente, segundo definição do Council of Logistics Management, 1991, logística refere-se ao processo de planejamento, implantação e controle eficaz do fluxo e da armazenagem de mercadorias, serviços e informações relacionadas, 26 UNIDADE I │ INTRODUÇÃO À LOGÍSTICA E À CADEIA DE SUPRIMENTOS desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o objetivo de atender às necessidades dos clientes. Ampliando o conceito e seus próprios objetivos, a logística é responsável em assegurar a disponibilidade do produto certo, na quantidade certa, em condições adequadas, no local certo, no momento certo, com o preço certo e para o cliente certo. É necessário que o processo logístico comece pelo estudo, análise e compreensão do projeto ou do processo que precisa ser implantado e dos objetivos a serem atingidos, seguidos pelo planejamento e detalhamento das atividades tradicionais da logística como: planejamento de demanda, inventário, suprimentos e de produção, manuseio de pedidos, ordens de produção e documentos de identificação, processos de importação, exportação e de armazenagem, planejamento da distribuição etc. As atividades logísticas podem ser classificadas em: » Atividades Principais: Transportes, Gerenciamento de estoques, Processamento de pedidos, Definição dos níveis de serviço baseados nas reações dos clientes. » Atividades Secundárias: Armazenagem, Manuseio de materiais e embalagem de proteção, Obtenção do necessário, Programação de produção, Manutenção de sistemas de informação, dando suporte às atividades principais. Estima-se que em uma empresa industrial os custos de produção giram em torno de 53% do total dos custos, enquanto que os custos logísticos estão na ordem de 20%, ocupando o segundo lugar no ranking de todos os custos. Portanto, gerir esses custos é crucial para a operação, isto é, os custos da existência do estoque, da armazenagem, do processamento das encomendas, de transporte etc. precisam ser continuamente reavaliados visando à competitividade e sobrevivência da empresa. A logística Integrada é constituída por três grupos de atividades, representando segmentos do processo: » Logística de suprimentos: refere-se às atividades de adquirir e receber os materiais necessários às operações. » Logística interna: refere-se às atividades de armazenar, manusear e transformar os materiais envolvidos na operação, exceto o ato de produzir. » Logística de distribuição: refere-se às atividades que se iniciam na expedição até a entrega do produto ao cliente final. Quando esses três grupos de atividades estão operando de forma cooperativa, sincronizada, somando resultados e combatendo todo e qualquer desperdício, de acordo com o princípio Enxuto (Lean), considera-se que a Logística está integrada. O termo enxuto como tradução de Lean surgiu para adjetivar o sistema de produção desenvolvido pela Toyota nos anos 1970. 27 INTRODUÇÃO À LOGÍSTICA E À CADEIA DE SUPRIMENTOS │ UNIDADE I É enxuto porque requer menos esforços e custos para produzir mais, com menor custo e melhor qualidade, o que é possível por meio do combate a todo e qualquer desperdício. Tudo que não agrega valor é desperdício. Com a aplicação dos conceitos Lean aos serviços logísticos criou-se a Logística Enxuta. Na mesma linha de pensamento, se todos os departamentos da empresa conhecem as atividades logísticas envolvidas e necessárias para o sucesso da operação e estiverem trabalhando de forma cooperativa na aplicação dos conceitos Lean, podemos conceituar que está ocorrendo a integração da empresa na Logística. A busca da competência logística requer mudança na atitude das pessoas envolvidas. Porém, com o desenvolvimento tecnológico atual não é mais possível imaginar realizar esse trabalho sem o apoio de um sistema de gestão empresarial seguro, eficaz e completo como o Omega desenvolvido pela ABC71, possibilitando tomadas de decisões de forma eficaz. Benefícios da Integração na logística, segundo Waters: » Cooperação genuína entre todas as partes da cadeia logística, compartilhando informações e recursos, combatendo todo e qualquer desperdício. » Custos diminuídos, devido a previsões mais exatas, estoques menores, menos expedição, economia de escala e eliminação das atividades que não criam valor. » Melhoria no desempenho, maior produtividade e prioridades racionais. » Melhoria no fluxo de produtos, com movimentos mais rápidos e confiáveis. » Maior flexibilidade e rapidez de reação às condições de mudança. » Procedimentos padronizados, tornando-se rotina e bem praticados, com menor duplicidade de esforço e planejamento. » Qualidade de confiança e menos inspeções, com programas de Gestão de Qualidade integrados. Cabe ao gestor conhecer e extrair o pleno potencial do ERP utilizado, visando perpetuar de forma lucrativa a instituição no mercado. Podemos afirmar que o uso adequado das funcionalidades da solução de gestão, ferramentas valiosas para gerenciar o que, quando e quanto comprar ou produzir considerando a capacidade atual e planejando a capacidade futura ainda é a melhor estratégia para atingir o objetivo citado acima. Além disso, é imprescindível o suporte Administrativo e Financeiro fornecido pelo sistema de gestão como formade controlar e conferir os resultados em processo. Fonte: PC Magazine <http://pcmag.uol.com.br>. 28 UNIDADE II LOGÍSTICA E DISTRIBUIÇÃO DE PETRÓLEO, GÁS E SEUS DERIVADOS CAPÍTULO 1 Atividade Petroleira no Brasil A Indústria de Petróleo engloba o conjunto de atividades relacionadas com a exploração, desenvolvimento, produção, refino, processamento, transporte, importação, exportação de petróleo, gás natural, outros hidrocarbonetos e seus derivados. Neste capítulo serão discutidos aspectos da história da exploração e desenvolvimento do petróleo no Brasil, tendo em vista as questões legais, regimentais e de logística. Histórico do Petróleo O petróleo já era desenvolvido em escala comercial em Baku, no Azerbaijão, para os padrões da época, quando Marco Polo viajou pelo norte da Pérsia, em 1271, com o objetivo de suprir diversos mercados como o de pavimentação de estradas, calefação de grandes construções, aquecimento e iluminação de casas, lubrificantes e até laxativo. A partir do século XIX, novas aplicações foram encontradas e o petróleo passou a fazer parte da matriz energética mundial, complementando a utilização do carvão juntamente com a utilização da energia hidrelétrica. O petróleo em pouco tempo transformou-se na principal forma de energia utilizada no mundo, até os dias atuais. Foi nessa época que ocorreu a invenção dos motores de combustão interna a gasolina e outros derivados de petróleo e a invenção da lâmpada elétrica. O petróleo passou a ser essencial à economia mundial, fator gerador de conflitos entre países e principal agente de poluição atmosférica (MENDONÇA, 2009). Não há relatos muitos precisos sobre a atividade petroleira no Brasil. Segundo o historiador Rainer Souza (2009), o Marquês de Olinda, ainda na época do regime imperial, já havia cedido a José Barros de Pimentel o direito de exploração de betume nas margens do Rio Marau, na Bahia. Em 1930, foi registrado o primeiro caso de sucesso na exploração de petróleo. O agrônomo Manoel Inácio Bastos e pioneiro Oscar Cordeiro, a partir de informações da população local de um bairro do subúrbio de Salvador realizaram testes e atestaram a existência de petróleo nesta região (SOUZA, 2009). 29 GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS │ UNIDADE II Ainda na década de 1930, o Brasil passou a nacionalizar seus recursos do subsolo (EDUCACIONAL, 2009) e, em 1938, foi criado o Conselho Nacional do Petróleo – CNP, com o objetivo de avaliar os pedidos de pesquisas e lavras das jazidas de petróleo no Brasil. Uma de suas primeiras ações foi determinar que todas as jazidas nacionais de petróleo pertencessem à união. De acordo com o relato registrado no site pessoal.educacional.com.br, o interesse pela pesquisa e petróleo, no Brasil, começou no século XIX e as primeiras concessões foram registradas em 1958. Em 1941, a descoberta de um poço deu origem ao campo de Candeias, o primeiro a permitir o desenvolvimento da produção de petróleo no país. Essa descoberta levou o governo brasileiro, por intermédio de Getúlio Vargas, a assinar, no ano de 1953, a Lei no 2.004, que instituia o monopólio estatal de pesquisa e lavra, refino e transporte do petróleo e seus derivados. Ainda nessse ano foi criada a empresa Petróleo Brasileiro S.A., conhecida pela maioria dos brasileiros simplesmente por Petrobras. Na época de sua criação, a Petrobras produzia cerca de 2700 barris de petróleo por dia, enquanto que o consumo nacional chegava a 170000 barris no mesmo período. No início da década de 1960, a empresa teve sua atuação ampliada, passando a ser também a única a poder exercer as atividades de importação e exportação de petróleo e seus derivados. No ano de 1968, a Petrobras iniciou suas atividades de exploração de petróleo em águas profundas. O desenvolvimento da indústria petrolífera nacional foi constante e bem-sucedido até que, em 1974, foi descoberta a reserva da Bacia de Campos, a maior do país e uma das maiores em águas profundas do mundo. Durante o governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, em 1997, foi aprovada a Lei no 9.478, que extinguiu o monopólio estatal do petróleo e permitiu que empresas do setor privado competissem com a Petrobras em todos os ramos de negócios de suas atividades. Além disso, essa lei criou também a Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis – ANP e o Conselho Nacional de Política Energética – CNPE. A ANP é o órgão regulador das atividades que integram a indústria do petróleo e gás natural e a dos biocombustíveis no Brasil. Essa entidade estabelece regras para a indústria do petróleo, promove licitações em nome da União para a exploração, desenvolvimento e produção do petróleo e gás, alem de fiscalizar as atividades da indústria regulada. Já o CNPE, órgão de assessoramento do Presidente da República, tem como suas principais funções: formular políticas e diretrizes de energia com vistas a promover o aproveitamento racional dos recursos energéticos, assegurar o abastecimento energético mesmo em locais mais remotos no país, atualizar a matriz energética do país e rever os programas das fontes de energia e estabelecer diretrizes para importação e exportação de recursos energéticos. Em 2006, o Brasil, pela primeira vez, produziu em maior volume do que a demanda nacional atingindo sua autossuficiência. Vale lembrar que a maior parte da produção nacional é de petróleo 30 UNIDADE II │ GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS pesado, que é de menor valor no mercado nacional. As atuais refinarias não conseguem processar todo esse petróleo pesado que é vendido e é comprado petróleo leve para o processamento nas refinarias. Como o valor obtido com venda do petróleo pesado ultrapassa os gastos com a compra do petróleo leve, fica estabelecida a autossuficiência econômica. Em 2007, a Petrobras anunciou a descoberta da área de Tupi, na Bacia de Santos, com grande concentração de petróleo e gás em áreas de pré-sal. Essa descoberta, segundo a Petrobras, poderá aumentar em 50% as reservas de óleo e gás no país. O Brasil deverá ser inserido em um novo cenário da indústria mundial do setor. Em 1o de maio de 2009, teve início a produção de petróleo na área de Tupi. As jazidas do pré-sal podem mudar o perfil das reservas da Petrobras que, em sua maior parte, é de petróleo pesado, reduzindo a importação de óleo leve e gás natural (PETROBRAS, 2009). Perfil da Indústria do Petróleo no Brasil O Brasil atualmente é a nona maior economia do mundo, com um PIB de US$1,8 trilhões no ano de 2008. Com um PIB per capita de, aproximadamente, US$9.000, o Brasil ocupa a 88ª posição no ranking mundial nesse critério de desenvolvimento econômico e o seu consumo de petróleo é de cerca de 1,96 MM barris/dia (ANP, 2009). Segundo o site da Agência Nacional de Petróleo – ANP, a cada rodada de licitações para exploração de blocos Brasil o número de empresas habilitadas a participar das rodadas de negociação se altera. Isso porque, a cada nova rodada se modificam os interesses do mercado e as exigências para o bloco. Desde o início do funcionamento da ANP, em 1997, as rodadas de negociação já contaram com até 42 empresas habilitadas na concorrência. O Brasil tem 12,6 MM barris de reservas provadas de petróleo e 331,69 MM m³ de reservas provadas de gás natural. Com a descoberta do Pré-Sal estima-se que as reservas provadas cheguem a 50 MM de barris, colocando o país em 8o lugar em reservas provadas no mundo (BRITISH PETROLEUM, 2006). Ainda sobre o aspecto de E&P, a produção atual de petróleo no Brasil é de 1,95 MM barris/dia; de gás natural gira em torno de 57,66 MM m³/dia (ANP, 2009). Em de setembro de 2009, a produção da Petrobras atingiu um recorde de produção diário de 2,00 MM barris/dia. Segundo a ANP (2009), a capacidade nacional do refino e processamento de óleo é de 1,9 MM barris/dia e de gás é de 50,9 MM m³/dia, produzindo 291.427 m³/dia de derivados. A demanda por derivados no Brasil é de 1,8 MM barris/dia e de gás natural é de 53 MM m³/dia. A importação líquida(importação – exportação) de óleo, no ano de 2009 (até o mês de setembro), foi de aproximadamente -20 M barris/dia, a de gás foi, em média, 24,9 MM m³/dia, enquanto que a importação líquida de derivados foi próxima de zero. 31 GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS │ UNIDADE II A infraestrutura dutoviária do Brasil possui, atualmente, 16.986 km de extensão, segundo a própria ANP. Esses dutos são classificados em dois tipos de acordo com o seu objetivo: » Os dutos de transferência, que são aqueles utilizados para transferir os fluidos de um ponto a outro sem fins comerciais. Normalmente, no Brasil esses dutos pertencem a Petrobras S.A. » Os dutos de transporte, que além de transferirem os fluidos de um ponto a outro são utilizados para permitir a comercialização. Esses dutos, no Brasil, geralmente são operados pela Transpetro e podem ser utilizados por quaisquer concessionárias mediante o pagamento de taxas de utilização e participação no lastro (parte de fluido que fica retido nos dutos). 32 CAPÍTULO 2 Modais de Transporte para Petróleo, Gás e seus Derivados Na atividade de distribuição petróleo, gás e derivados, os principais modais utilizados são o dutoviário, o ferroviário, o hidroviário e o rodoviário. No geral, os produtos a serem movimentados entre pontos de produção e refinarias, ou refinarias e distribuidoras utilizam, prioritariamente, dutos e ferrovias, já para o transporte ao consumidor final são utilizados os caminhões tanques. Os custos de transporte, em geral, são maiores quanto menor for a capacidade do modal. Em seguida, serão detalhadas algumas características desse modais. As definições apresentadas serão baseadas fortemente na obra de Cardoso (2004), “Logística do Petróleo – Transporte e Armazenamento” resenhadas e acrescidas de comentários do autor desse Caderno. Modal Dutoviário Os dutos são as tubulações utilizadas para o escoamento de grandes quantidades de petróleo, gás, derivados e álcool. É a forma mais segura e econômica para se transportar cargas fluidas. A economia se dá pela diminuição expressiva do valor do frete. Os dutos ligam pontos de produção, armazenamento e consumo, tais como plataformas, refinarias, terminais de armazenagem e distribuição, além de polos consumidores. Além dos dutos, o sistema depende da instalação de bombas, válvulas e, em alguns casos, de tanques intermediários. As bombas têm por finalidade principal conferir velocidade ao deslocamento da carga; já as válvulas são equipamentos que permitem controlar a vazão do fluido. Os tanques intermediários são instalados muitas vezes como forma de possibilitar a parada de um trecho do duto para manutenção. Um importante benefício intangível da utilização do modal dutoviário é o aumento da segurança nas estradas, rios etc. No Brasil, a utilização dos dutos é livre para a utilização de qualquer companhia que deseje transportar seus produtos fluidos; entretanto, além da taxa de utilização dos dutos, existe também uma cota de perda que é rateada por todos os seus usuários. O Sistema Petrobras, por meio da Transpetro, opera os dutos nacionais e a maior parte dos produtos transportados pertence, de fato, à Petrobras S.A. Um mesmo duto pode servir para o transporte de diferentes tipos de produtos; isso faz com que se gere uma interface entre estes. A interface é a zona de contaminação onde os produtos transportados se misturam. Essas áreas costumam gerar produtos de menor qualidade e retirá-los de especificação. Cabe, então, à área de programação do escoamento enviar os produtos na ordem em que as interfaces tenham menor índice de contaminação possível. 33 GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS │ UNIDADE II De forma geral, a densidade e viscosidade dos produtos devem ser semelhantes e crescentes cronologicamente. Costuma-se utilizar também um fluido como “selo” entre os produtos para se detectar com maior facilidade a interface entre os produtos. O óleo diesel é muito utilizado com este fim por possuir especificação flexível. Figura 8 – Faixa de Dutos Fonte: Disponível em: <images.google.com>. Modal Ferroviário A utilização de ferrovias e seus vagões tanques para o transporte de petróleo, álcool e combustíveis é uma alternativa a ser considerada pela grande capacidade de transporte desse modal. Entretanto, a malha ferroviária no Brasil é ainda muito escassa e a velocidade de deslocamento dos trens é bem inferior a de outros tipos de modais. Para que se tenha uma possibilidade de utilização da malha ferroviária, os terminais de armazenamento e distribuição, bem como as refinarias, devem ser posicionados desde sua instalação em áreas que permitam a chegada da malha ferroviária. Quando o modal ferroviário for uma alternativa concreta, um planejamento antecipado da sua utilização permite que um montante significativo seja economizado com as taxas de frete. Figura 9 – Réplica de Vagão Tanque Fonte: Disponível em: <images.google.com>. Modal Hidroviário O modal hidroviário é composto pelos transportes náuticos, fluviais e marítimos, e suas vias de deslocamento, as hidrovias, pelos rios e mares. O modal hidroviário é utilizado prioritariamente na distribuição de produtos na costa ou para importação e exportação de produtos. 34 UNIDADE II │ GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS Atualmente, um aspecto muito relevante na escolha da localização de uma instalação é o posicionamento perto de uma via de escoamento fluvial ou marítimo. Pela grande capacidade dos navios atuais, apesar da extrema complexidade das operações náuticas, o deslocamento de grandes quantidades de petróleo e derivados por esse modal é sempre significativo, principalmente quando voltado para o mercado internacional. Por outro lado, a transferência de pequenos volumes de carga torna a utilização do modal hidroviário inviável. Um importante tipo de transporte marítimo é o de cabotagem. Este tipo de transporte é aquele realizado ao longo da faixa costeira. Hoje, ainda é o que há de mais importante na movimentação de cargas no modal hidroviário. Atualmente, o número de navios voltados ao mercado nacional de óleo e gás é insuficiente. O Sistema Petrobras, em parceria com o Governo Federal, por meio do PAC, deu início à construção de 42 novos navios petroleiros. Essa obra é necessária e útil também para a revitalização dos estaleiros nacionais, fortalecimento das atividades logísticas, porém torna mais crítica a situação da capacidade dos portos nacionais que devem receber tratamento similar com pesados investimentos das três esferas de governo. Figura 10 – Navio Petroleiro Suezmax Fonte: Disponível em: <images.google.com>. Os principais tipos de navios utilizados no transporte de óleos e derivados são os navios Suezmax (Figura 10), Aframax e Panamax. É fácil perceber que essa classificação é baseada no tipo de percurso que o navio terá de percorrer: primeiro está fisicamente preparado para vencer os obstáculos no Canal de Suez, o segundo é preparado para percorrer a costa da África, e o último tem a capacidade de atravessar, sem problemas, o Canal do Panamá. Modal Rodoviário O modal rodoviário é o mais comumente utilizado no Brasil. Desde o início, o país investiu preponderantemente em estradas para a integração nacional. Assim, a flexibilidade do modal rodoviário é maior do que em qualquer outro tipo de modal, possibilitando a chegada das cargas aos locais mais remotos do país. 35 GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS │ UNIDADE II A maior parte da distribuição dos derivados de petróleo no Brasil é feita por modal rodoviário. Os caminhões são carregados nos terminais de distribuição e levados a pequenos pontos consumidores em praticamente qualquer lugar do país (bombas de abastecimento). Os caminhões tanques, atualmente, já podem ser de tanques exclusivos e também de tanques segmentados, que permitem o transporte de mais de um produto. Hoje, estão em andamento no Brasil 5 projetos de novas refinarias, associados ao advento do pré-sal e ao novo marco regulatório,além de uma nova planta industrial de fertilizantes que utiliza como insumo principal o gás natural. O pacote logístico associado a esses projetos são muito significativos, trazendo a perspectiva da construção de novos píeres nos portos, novas hidrovias, novos navios, adição de malha ferroviária, novas estradas, além de novas frotas de caminhões tanques. Essa demanda força a necessidade de profissionais qualificados para o planejamento e operação da estrutura logística do petróleo, gás, álcool e derivados. Figura 11 – Caminhão Tanque Fonte: Disponível em: <images.google.com>. Transporte Intermodal Cada meio de transporte oferece uma combinação de vantagens próprias em relação aos aspectos de custo, velocidade, disponibilidade e capacidade. Podemos observar que o transporte aéreo é caro, rápido, somente é disponível em cidades de maior porte e é útil para o transporte de pequenos volumes. Já o transporte marítimo é barato, lento, disponível apenas em cidades portuárias e é muito útil para o transporte de volumes grandiosos de produtos. Na utilização de um caminhão, por exemplo, é muito mais barato utilizar a modalidade de caminhão cheio do que cargas menores para embarcar. Quando as entregas são realizadas dentro de espaço geográfico limitado e de percurso simples é selecionado apenas um modal de transporte para realizar essa atividade. Por outro lado, quando é necessário percorrer longas distâncias para realizar a entrega em um destino determinado é comum que se utilize uma combinação de modais de transportes. Essa prática é conhecida como transporte intermodal (TAYLOR, 2005). 36 UNIDADE II │ GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS Por exemplo, a Refinaria do Nordeste está sendo construída próximo ao porto Suape, em Pernambuco. Assim, é possível que os combustíveis produzidos devam ser transportados por cabotagem para outras regiões do país ou atravessarão o oceano para distribuição. Ao chegar aos portos de destino, eles deverão ser entregues aos pontos consumidores por meio de outro modal de transporte, seja dutoviário, rodoviário ou ferroviário. Usinas buscam alternativas ao modal rodoviário 26/10/2007 Na falta de dutos e por pouca opção ferroviária, o caminhão garante o escoamento. Enquanto não saem do papel os projetos de alcooldutos da Petrobras e das usinas, os fabricantes de açúcar e álcool do País buscam no modal ferroviário uma opção para reduzir os custos com transporte. Na região de Ribeirão Preto, num caso raríssimo, a Usina São Martinho, de Pradópolis, filiada à Coopersucar, tem a sorte de receber, dentro de suas instalações, a linha férrea da América Latina Logística (ALL). Como consequência, consegue reduzir em até 30% o custo do transporte do açúcar e do álcool em comparação com o modal rodoviário, que ainda é, de longe, o mais utilizado pelo setor. Em Pradópolis, nos vagões da ALL, saem 90% da produção de açúcar e 25% da produção de álcool da São Martinho, que, em 2006, atingiram, respectivamente, volumes de 500 mil toneladas e 286 milhões de litros. O açúcar embarcado em vagões pela Usina São Martinho demora seis dias para chegar ao porto de Santos, a 520 quilômetros de distância. Dali, é exportado pela Coopersucar, principalmente para os Emirados Árabes. O álcool, no entanto, chega, depois de dois dias de viagem, apenas à base de distribuição de Paulínia, a 280 quilômetros, e tem como destino somente o mercado doméstico. Segundo a São Martinho, todo o álcool para a exportação segue para o porto de Santos exclusivamente via rodoviária, em caminhões-tanque cativos, que voltam vazios até a usina. Devido às exigências do mercado externo, o álcool não pode conter resíduos de hidrocarbonetos, e é por isso que não se usam vagões para exportar o combustível nem caminhões que não movimentem outro produto que não o álcool da cana. Tanques que movimentaram gasolina ou diesel terão resíduos de hidrocarbonetos e não poderão ser usados para transportar álcool cujo destino é o mercado externo. “Fizemos até testes de limpeza em vagões, para tentar escoar o álcool para exportação via ferroviária, mas não deu certo”, diz Vandualdo Roberto Bigotto, gerente de logística da Crystalsev, empresa de Ribeirão Preto que comercializa a produção de mais de uma dezena de usinas de São Paulo e Minas Gerais. A Crystalsev irá comercializar neste ano 1,5 bilhão de litros de álcool e 2,1 milhões de toneladas de açúcar. Para o mercado externo, serão 200 milhões de litros de álcool, 37 GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS │ UNIDADE II que chegarão aos terminais marítimos pelo modal rodoviário. O açúcar exportado pela Crystalsev totaliza 1,4 milhão de toneladas, mas somente 400 mil toneladas, a granel, chegarão por trem aos terminais de exportação, via FCA, informa Bigotto. “Os vagões que poderiam trabalhar com álcool transportam diesel e gasolina e contaminariam com resíduos de hidrocarboneto o álcool”, diz Bigotto. “Temos procurado alternativas ao transporte rodoviário, mas o que encontramos são dificuldades operacionais. No modal ferroviário, não existe infraestrutura suficiente para o transporte de cargas regulares, nem no carregamento, na origem, nem na descarga”, afirma o gerente da Crystalsev. Um problema, diz Bigotto, é a ausência da possibilidade de transporte ferroviário pela bitola estreita, existente nas linhas férreas do interior paulista mas que não dá acesso aos terminais de exportação em Santos. A MRS prometeu para o início de 2008 um terceiro trilho para resolver a questão. Mas a própria empresa informa que não transporta álcool nem tem planos de o fazer. É unanimidade no setor sucroalcooleiro que a melhor opção para o transporte e exportação do álcool são os dutos. A União da Indústria da Cana-de-Açúcar – Unica informa que em seis meses deverá concluir estudo com o objetivo de construir alcoodutos em parceria com o governo do Estado. A Petrobras, por sua vez, informa que, até 2012, junto com parceiros, destinará US$3,4 bilhões à produção, armazenamento e ao transporte do combustível. Até lá, a maior parte do transporte fica com caminhões. Fonte: Gazeta Mercantil – SP – Transportes & Logística. Pense como a cadeia de álcool está ligada à cadeia de petróleo e derivados no Brasil. Até que ponto é favorável o desenvolvimento da cadeia do álcool combustível para não se canibalizar o mercado de derivados? A infraestrutura da cadeia de petróleo pode ser utilizada para o melhoramento da cadeia do álcool? As respostas a essas questões estão ligadas prioritariamente à sustentabilidade da atividade e ao aproveitamento do valor. Talvez o desenvolvimento da atividade alcooleira deva ocorrer de forma suave para que todos os recentes recursos de petróleo descobertos no Brasil possam gerar o máximo de riqueza possível. Por outro lado, o desenvolvimento precisa ocorrer não só na cadeia do álcool como nas demais fontes de energia de modo que não sejamos dependentes de um recurso esgotável. Assim, a instalação de infraestrutura com capacidade para processar outros recursos enérgicos que não só o petróleo deve ser sempre uma alternativa considerada. 38 CAPÍTULO 3 Rede de Distribuição da Indústria do Petróleo Os produtos derivados de petróleo chegam aos consumidores por meio de uma complexa rede de distribuição. Essa estrutura de recebimento, armazenamento e distribuição é composta por unidades terminais, bases, armazéns e fábricas. Para o setor de distribuição da indústria petrolífera, a abertura do mercado ocorrida em 1997 significou a necessidade de reestruturação em todos os aspectos da logística do setor, com a tendência de adaptação ao mercado global, com produtos sendo adquiridos de fornecedores de qualquer parte do mundo, contratação de transporte internacional e armazenamento e distribuição interna para o consumidor final. (CAMPOS; LOON, 2002) A Petrobras Distribuidora é uma subsidiária do Sistema Petrobras responsável pela distribuição da maiorparte dos combustíveis comercializados no país. Entretanto, essa empresa não é exclusivamente distribuidora dos produtos originados na Petrobras, ela está inserida no âmbito do mercado aberto e tem por objetivo gerar lucro à companhia. A Infraestrutura da Rede de Distribuição de Produtos de Petróleo, Gás e Derivados Ao se desenvolver uma rede de distribuição, têm-se como objetivo transferir os produtos de seus pontos de origem até os pontos de demanda (BALLOU, 2001). Para isso, é necessário determinar que tipos de instalações devem ser utilizadas, quantas e onde deveriam ser instaladas. É importante também definir quais os produtos a serem transportados e a quais clientes eles devem atender. Tendo essas definições, é chegada a hora de definir quais modais de transporte deveriam ser utilizados entre os pontos dessa rede (SOARES et al., 2006). De acordo com esses autores, a estrutura logística da indústria do petróleo pode ser subdivida em dois grandes grupos: o setor upstream e o setor downstream. O primeiro engloba todas as atividades de exploração e produção de petróleo, enquanto o segundo trata do refino do petróleo e da aquisição, armazenagem, comercialização e distribuição de derivados. A estrutura logística da indústria petrolífera do país conta com diversas figuras dentro da cadeia de suprimentos. O petróleo pode ser desenvolvido nos pontos de produção ou obtido por meio de importação. Independente de sua forma de obtenção, o petróleo é transferido para terminais de armazenagem. Esses terminais são o primeiro ponto de estoque da cadeia do petróleo. O petróleo armazenado nesses terminais é transportado por dutos e caminhões tanques para os seus pontos de consumo, sejam estes refinarias ou bases primárias de distribuição. As bases 39 GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS │ UNIDADE II primárias de distribuição são as instalações munidas das facilidades necessárias ao recebimento, armazenamento, mistura e distribuição de derivados de petróleo, em uma dada área de mercado. As bases de distribuição representam os centros de distribuição de combustíveis e assumem o papel da armazenagem de produtos das distribuidoras. As refinarias são as plantas industriais que processam o petróleo e outros insumos e resultam em derivados como gasolina, diesel, querosene de aviação. Atualmente, o Brasil possui 14 refinarias, sendo 2 privadas e 12 pertencentes a Petrobras (SOARES et al., 2008). A última construída foi a Refinaria Henrique Lage – REVAP, em 1980. Atualmente estão sendo construídas as refinarias Abreu e Lima, em Pernambuco, Clara Camarão, no Rio Grande do Norte e o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro, na cidade de Itaboraí. Além disso, duas outras estão em fase de planejamento: as Refinarias Premium I e II, localizadas, respectivamente, no Maranhão e no Ceará. A revitalização do parque nacional de refino é uma iniciativa para garantir o abastecimento nacional, entrar no mercado inicial e dar vazão às recentes descobertas de reservas no Brasil. As refinarias escoam seus produtos por meio da utilização de dutos ou navios tanques dependendo de sua localização. Seus produtos também são utilizados como insumos da petroquímica, que gera os polímeros, os termoplásticos, entre outros. As bases primárias transferem seus produtos às grandes indústrias ou a bases secundárias. As bases secundárias de distribuição são as instalações utilizadas para armazenagem dos produtos derivados de petróleo, mas que são utilizadas prioritariamente para o atendimento dos mercados consumidores nacionais mais distantes. Considerações sobre a Atual Infraestrutura Logística de Petróleo e Derivados do Brasil A tecnologia e recursos utilizados na indústria do Petróleo no Brasil são similares a qualquer país. Sobre a rede de distribuição, segundo Soares et al. (2003), as refinarias brasileiras estão concentradas principalmente na Região Sudeste, embora a maioria das refinarias em construção ou em planejamento estejam na Região Nordeste. Uma importante comparação citada pelos autores é que o número de refinarias instaladas no Brasil é muito pequeno em comparação à Europa, com média de 80 refinarias distribuídas pelos países. Também na Europa, o modal dutoviário é o meio mais utilizado para o transporte dos produtos, por ocasião de seu baixo custo. Mas vimos que os investimentos foram realizados prioritariamente na malha rodoviária com objetivo de integrar o Brasil. Esse modal e o ferroviário,com custos unitários mais elevados, são os tipos de transporte mais utilizados no Brasil. O número de terminais e bases de distribuição no Brasil reflete o pequeno número de refinarias, gerando a necessidade de pontos de armazenamento em diversos locais para manter o abastecimento da cadeia. 40 UNIDADE III GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS CAPÍTULO 1 Cadeia de Suprimentos A cadeia de suprimentos é um conjunto de instalações, facilidades e pontos de consumo conectados por rotas de transportes (TAYLOR, 2005). O entendimento de que gerenciar a cadeia de suprimentos e não simplesmente cada elo dela, de forma isolada, é mais eficiente e mais barato, mas não é tão fácil de conseguir. Por outro lado, esse entendimento propicia ao gestor “pensar fora da caixa”, ou seja, abre um grande leque de oportunidades para as suas decisões futuras e sua sobrevivência no mercado. Neste capítulo serão apresentados os principais conceitos ligados à cadeia de suprimentos e como é composta a cadeia de suprimentos de petróleo e gás. Cadeia de Suprimentos: Aspectos Essenciais Serão chamadas instalações todos os pontos de uma cadeia de suprimentos que tenham por objetivo produzir, armazenar ou consumir. Assim, classificamos as instalações como instalações de produção, armazenagem ou consumo, de acordo com a sua principal função (TAYLOR, 2005). São exemplo dessas instalações: fornecedores de matéria-prima, plantas produtivas, centros de distribuição, varejistas, estoque em trânsito, produtos intermediários, produtos acabados entre as instalações e consumidores. Em uma representação gráfica da cadeia de suprimentos os ícones representam as instalações e as flechas representam as rotas de transporte. As rotas de transporte são os meios pelos quais os modais de transporte se deslocam, sendo esses: rodovias, ferrovias, rotas marítimas, dutos e rotas aéreas. A Figura 12 abaixo representa uma cadeia de suprimentos: Figura 12 – Cadeia de Suprimentos do Feijão para Uso Doméstico Colheita de Feijão Beneficiamento / Embalagem Armazenagem / Distribuição Mercados Você Fonte: Baseado em Taylor, 2005. 41 GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS │ UNIDADE III De forma geral, as cadeias de suprimentos englobam todas as atividades desde a extração da matéria- prima até a chegada dos produtos acabados ao consumidor, que utilizará o produto em sua forma final. É fácil perceber então que quanto maior for a complexidade de um produto mais complexa será também a sua cadeia de suprimentos. Os estoques são as quantidades de materiais armazenados nas instalações para assegurar a continuidade dos processos dentro da cadeia. As instalações de produção possuem três tipos de estoque: o estoque de matérias primas, que se refere ao acúmulo de materiais para serem transformados na produção; o estoque em processo, que se refere a todos os materiais semiacabados que estão entre dois estágios diferentes de processamento; e o estoque de produtos acabados, que é a quantidade de produtos prontos para embarque dentro da instalação de produção. As instalações de armazenagem podem ser classificadas em depósitos e centros de distribuição. Os depósitos são instalações cujo principal objetivo é preservar o produto acabado para posterior transferência; já os centros de distribuição possuem processo de preparação de pedidos que pode envolver separação de produtos para o atendimento de pedidos, quebrando as unitizações e criando novas combinações ou, até mesmo, a montagem de produtos nessa instalação. As rotas
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