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Universidade Salgado de Oliveira - Campus BH TRABALHO: ANÁLISE DOS CRIMES DISCIPLINA: DIREITO PENAL III Professor: Vinicius da Costa Gomes Turma: M1 Período: 6º Alunas: Ariana Luiza Barbosa Ferreira – 600732239 Gabriela Coelho Rodrigues – 600741597 BELO HORIZONTE, OUTUBRO DE 2020. Sumário FALSIDADE IDEOLÓGICA ..................................................................................................................... 2 JURISPRUDÊNCIA ............................................................................................................................... 4 ARTIGO: ............................................................................................................................................. 5 PERGUNTA: ........................................................................................................................................ 7 BIBLIOGRAFIA .................................................................................................................................... 8 2 FALSIDADE IDEOLÓGICA Elencado no rol de crimes contra a fé pública, a falsidade ideológica estabelecida no art. 229 caput do Código Penal, como sendo o fato de “omitir em documento publico ou particular, declaração que dele devia constar ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante. Para que a todo momento não fosse necessário a obrigação de provar a veracidade de um documento, sob o aspecto objetivo indicando a autenticidade do documental e sob aspecto subjetivo a confiança que os cidadãos depositam nos sinais, documentos, objetos e etc, se dá o nome de fé publica, documentos nos quais o Estado dar valor probatório através das legislações existentes. Para complementar nossa analise, vale destacar a diferença entre falsidade material e falsidade ideológica. Para Damasio (p. 45-46) na falsidade material o vicio incide sobre a parte exterior do documento recaindo sobre o elemento físico do papel escrito e verdadeiro. O sujeito modifica as características originais do objeto material, por meio de rasuras, borrões ou emendas, substituições de palavras ou letras, números, etc. Na falsidade ideológica (ou pessoal, também chamada assim), o vicio incide sobre as declarações que o objeto material deveria possuir, sobre o conteúdo das ideias. O documento sob aspecto material é verdadeiro, falso e a ideia que ele contém, dai também chamar-se falso ideal. A qualificação doutrinaria da falsidade ideológica é o crime comum formal. Damasio nos diz que a maioria dos delitos de falsidade, são formais. Para a existência do crime de falso e suficiente a possibilidade da ocorrência de dano. Não exige que outra pessoa sofra efetivamente um prejuízo. Rogerio Grecco, concorda com a essa ideia. Os sujeitos dos delitos de falsidade ideológica, damasio nos conta que pode ser qualquer pessoa pode ser sujeito ativo dos delitos de falso, sendo esse um crime comum. Assim a falsidade ideológica quando cometida por funcionário publico a pena deve ser cumprida observando o art 299 parágrafo único do código penal. 3 Na falsidade ideológica é identificado dois sujeitos passivos, sendo o sujeito passivo principal, o estado e o sujeito passivo secundário a pessoa que sofre ou pode sofrer o dano referido no tip. O sujeito ativo segundo Grecco é qualquer pessoa, vale lembrar que o código penal \em seu art.299 não exige nenhuma qualidade ou condição especial. Como já vimos anteriormente, a falsidade ideológica fere o principio da fé publica, então pode concluir que o bem jurídico protegido é então a fé publica, a veracidade contida em determinado documento. O objeto material é o documento no qual teve sua informação omitida, ou declaração falsa ou e alterada, sendo assim prejudicial a alguém ou criando obrigação indevida. Na explicação de Damasio o delito atinge a consumação com a omissão ou inserção direta ou indireta de declaração, no momento em que o documento, contendo a falsidade completa. Grecco, apresenta duas modalidades, a primeira quando da confecção do documento publico ou particular, sem a declaração que dele devia constar em virtude da omissão dolosa do agente. E na segunda modalidade, ocorre a consumação, quando o agente efetivamente insere ou faz inserir, em documento púbico ou particular, declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita. Grecco e Damasio nos apresenta que é o elemento subjetivo do crime de falsidade ideológica é o dolo, mas Damasio acrescenta um segundo elemento subjetivo do tipo que é a intenção de lesar contida na expressão “com fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante” dizeres esses, descrito no art 299 do código penal. A falsidade ideológica dentro das modalidades omissiva e comissiva, vem apresentada por Rogerio Grecco como o núcleo de omitir, induz a uma conduta negativa por parte do agente, cuidando-se nesse caso de um crime omissivo próprio e os núcleos de inserir e fazer inserir pressupõe um comportamento comissivo por parte do agente. 4 Os meios de execução do crime de falsidade ideológica é a alteração de documento, ferindo a fé publica e se pode constatar que existem milhares de situações que facilitam a ocorrência desse crime. JURISPRUDÊNCIA 5 ARTIGO: BREVE DISCUSSÃO SOBRE FALSIDADE MATERIAL E IDEOLÓGICA Lucy Aparecida de Oliveira Zague Rodrigo de Paula André Prof. Ms. Flávio Augusto MarettiSgrilli Siqueira O ordenamento jurídico, diante da multiplicidade das relações sociais, elevou à categoria de imperativo de convivência a necessidade de crença na legitimidade e autenticidade dos documentos. Haveria obstáculo ao progresso se, a todo momento, em face de uma transação ou demonstração de um fato, surgisse a obrigação de provar-se a veracidade de um documento. Daí a aceitação geral de que os documentos, até prova em contrário, são autênticos. A isso, sob o aspecto objetivo e o subjetivo, dá-se o nome de fé pública. Objetivamente, indica a autenticidade documental; subjetivamente, aponta a confiança a priori que os cidadãos depositam na legitimidade dos sinais, documentos, objetos etc., aos quais o Estado, por intermédio da legislação pública ou privada, atribui valor probatório. Para que o documento falso seja tipificado nos delitos em tela faz mister que engane o homo medius, logo a imitação grosseira não acarretará no delito de falso, podendo eventualmente caracterizar outro crime. Na falsidade material, o vício incide na parte exterior do documento, altera o aspecto formal do documento, construindo um novo ou apenas alterando o verdadeiro, consoante Rogério Greco a “chamada teoria ampla... considera-se documento todo suporte material que expresse ou incorpore dados, fatos ou narrações com eficácia probatória ou qualquer outro tipo de relevância jurídica” (2011, p.266). No tocante a falsidade ideológica é sobre o conteúdo do documento, total ou parcialmente, mantendo inalterado o seu aspecto formal. Destarte, o documento é perfeito, a ideia, no entanto, nele lançada é que é falsa, fazendo com que os doutrinadores classifiquem este delito também como falso ideal, falsointelectual e falso moral. Rogério Greco faz uma citação de Hungria, distinguindo os delitos em estudo “fala-se em falsidade ideológica (ou intelectual), que é modalidade do falsum documental, quando a genuinidade formal do documento não corresponde a sua veracidade intrínseca. O documento é genuíno ou materialmente verdadeiro (isto é, emana realmente da pessoa que nele figura como seu autor ou signatário), mas o seu conteúdo intelectual não exprime a verdade. Enquanto a falsidade material afeta a autenticidade ou inalterabilidade do documento na sua forma extrínseca e conteúdo intrínseco, a falsidade ideológica afeta-o tão somente na sua ideação, no pensamento que as suas letras encerram” (2011, p.282). Mirabete em seus ensinamentos aduz “... enquanto na falsidade 6 material o crime é apurado pelo exame do escrito para se verificar se houve contrafação ou alteração, na ideológica somente pode ser constatado pela verificação dos fatos a que se refere o documento” (2010, p.212). O delito de falso deve ter relevância no mundo jurídico, haja vista que, a sua prática traz, de alguma forma, prejuízo a fé pública, ou seja, para uma relevante relação de confiança que deve nortear o comportamento social. Palavras-chave: Falsidade material. Falsidade ideológica. Fé pública. Direito Penal. 7 PERGUNTA: Victor é funcionário de uma drogaria onde trabalha de segunda a sexta. O mesmo se sentiu mal e foi ao posto de saúde próximo de sua casa, onde foi atendido pelo médico Cláudio. Cláudio constatou que Victor está com uma virose e que ele deveria ficar afastado de suas atividades por 4 dias. Cláudio emitiu o atestado assinado e carimbado, mas por um descuido acabou não preenchendo a quantidade de dias do atestado; Victor logo percebeu mas não informou ao médico, e ao sair do consultório ele mesmo preencheu o atestado, porém colocando o afastamento por 9 dias, diferentemente do que o médico determinou. Visto a situação hipotética, assinale a alternativa correta: A) Victor não cometeu crime algum, já que alguns dias a mais de atestado não fazem diferença para a drogaria em que trabalha. B) Apenas Victor cometeu crime de falsidade ideológica. C) Apenas Cláudio cometeu crime de falsidade ideológica, visto que o médico assinou e carimbou o documento. D) Victor e Cláudio cometeram crime de falsidade ideológica. Resposta: Letra B, apenas Victor cometeu crime de falsidade ideológica, tendo em vista que Cláudio estava de boa fé, não compactuando com a conduta de Victor, tampouco ficando ciente do fato. Heleno Fragoso explica esse tipo de situação na qual podemos relacionar neste caso: “Se a folha, total ou parcialmente em branco, estiver na posse legítima do agente, para que ele a preencha de acordo com entendimento havido com o signatário, seu preenchimento abusivo será falsidade ideológica. Neste caso, o agente insere ou faz inserir declaração ‘diversa da que deveria ser escrita’.” 8 BIBLIOGRAFIA GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal: Parte Especial. [S. l.]: Impetus, 2017. v. 3. DE JESUS, Damásio. Direito Penal 4: Parte Especial. [S. l.]: Saraiva, 2020. Revista Juridica da Libertas Faculdade Integrada - acesso em 18/10/2020 as 15:58 https://www5.tjmg.jus.br/jurisprudencia/pesquisaPalavrasEspelhoAcordao.do?&nume roRegistro=6&totalLinhas=2196&paginaNumero=6&linhasPorPagina=1&palavras=Fa lsidade%20Ideologica&pesquisarPor=ementa&orderByData=2&referenciaLegislativa =Clique%20na%20lupa%20para%20pesquisar%20as%20refer%EAncias%20cadastr adas...&pesquisaPalavras=Pesquisar& - acesso em 18/10/2020 as 16:51 FALSIDADE IDEOLÓGICA JURISPRUDÊNCIA ARTIGO: PERGUNTA: BIBLIOGRAFIA
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