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MODELO DE EMBARGOS OMISSÃO EM SENTENÇA ADVOCATÍCIO AÇÕES NO DA JUSTIÇA FEDERAL

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MODELO DE EMBARGOS – OMISSÃO EM SENTENÇA – 
ADVOCATÍCIO. AÇÕES NO DA JUSTIÇA FEDERAL. 
AO JUÍZO DA 6ª VARA FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA... 
 
 
 
 
Autos nº: XXXXXXXXX 
 
 
 
 
 
PRAIANA INFRAESTRUTURA VIÁRIA LTDA, já devidamente qualificada nos 
autos do processo de número em epígrafe, cuja parte adversa é DEPARTAMENTO 
NACIONAL DE INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES-DNIT, também 
devidamente qualificado, vem, respeitosamente, por seu advogado subscritor, à Vossa 
Excelência, com fundamento no art. 1.022 do Novo Código de Processo Civil 
(Lei 13.105/2015), opor os presentes EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, em face da 
decisão de fls. 1282-1286, pelas razões de fato e de direito a seguir aduzidas. 
 
 
 
 
 
I – DA SÍNTESE PROCESSUAL E DA DECISÃO EMBARGADA 
O embargante promoveu AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR ATO ILÍCITO, 
cujo objeto é a reparação das divergências discrepantes entre o que foi proposto, 
ajustado e o que efetivamente executado em contrato administrativo precedido de 
licitação. Em 17 de dezembro de 2020, a MM. magistrada proferiu decisão de fls. 
1282-1286, que julga improcedente a pretensão autoral, no seguinte teor: 
 
 
 
S E N T E N Ç A Tipo A/2020 
 
 
MERCANTIL MOREIRA CONSTRUÇÕES E TELECOMUNICAÇÕES 
LTDA ajuizou o presente Procedimento Comum, sem pedido de tutela 
de urgência, contra o DEPARTAMENTO NACIONAL DE 
INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES-DNIT, objetivando o 
recebimento de R$16.688.391,68(dezesseis milhões, seiscentos e 
oitenta e oito mil, trezentos e noventa e um reais e sessenta e oito 
centavos, referentes a “custos administrativos (mobilização 
desmobilização) suportados pela Autora em razão da ampliação do 
prazo de execução da obra, restando , pendentes de apuração 
reajustamentos, correção monetária por atraso de pagamento, seguros, 
despesas legais, administração local e central, correção monetário do 
capital da empresa empregado na prestação dos serviços, além de 
lucros cessantes .” (sic) 
 
Relata ter celebrado com a Ré o Contrato Administrativo nº 
PG-227/98-07, decorrente da Licitação Pública nº 0457/98-05, em 
24.12.1998, para “construção e pavimentação da Rodovia BR-135-BA, 
Trecho-Div. PI/BA-Monte Alegre, no segmento compreendido entre o 
KM0,0 e o KM 44,7, pelo valor de R$12.362.687,64(doze milhões, 
trezentos e sessenta e dois mil, seiscentos e oitenta e sete reais e 
sessenta e quatro centavos), "com cláusula de reajustamento e prazo 
para execução dos trabalhos fixados em 385 (trezentos e sessenta. e 
cinco) dias corridos, contados de 23/12/1999, obras estas iniciadas em 
23/12/1999, conforme contratualmente estabelecido, fixando-se o termo 
final para 22/12/2000, tendo por força de aditivos de prorrogação de 
prazo, em função de modificações e indefinições de projeto, falta de 
recursos financeiros, findando- se os trabalhos somente em 02/09/2009, 
alcançado o período contratual de mais que 132 meses.” 
 
Em função disso entende que a Administração Pública 
cometeu equívoco na descrição do objeto licitado ou em qualquer das 
especificações, quantidades, método e prazo de execução ou 
fornecimento, o licitante, que não pode alterar estes elementos, salvo no 
caso de impropriedades que possa de plano constatar e alertar a 
administração para regularizá-las, será induzido em erro e sua proposta 
não será adequada para executar o objeto efetivamente — não o 
descrito — pretendido, razão de ser da possibilidade de revisão 
contratual. 
 
Aduz que na fixação das despesas toma-se em 
consideração as diretas e as indiretas, isso para fazer face aos custos 
com administração, mão de obra (direta e indireta), calculadas com base 
na quantidade de serviço ou no volume de obras, considerando, 
evidentemente, o prazo da contratação. Daí, explica, se houver dilação 
de prazo e aumento do contrato, tais despesas são aumentadas. 
 
Ressalta que na execução do contrato em apreço houve 
diversas paralisações, gerando termos aditivos em 20.12.1999, 
20.11.2000, 18.04.2001, 
20.08.2001, 11.12.2002, 09.09.2003, 29.11.2006 e 27.11.2008, nos quais 
 
foram tratados 
temas como suspensão da obra, retomada, prazos restantes, 
reajustamento etc, termos aditivos esses que atribuem ao Réu os fatos 
impeditivos da consecução da obra na data fixada(exemplo atraso na 
entrega do projeto executivo) eventos que impuseram custos adicionais 
à Autora, pois durante todo o extenso| período execução/prorrogação — 
o prazo de execução (-) - manteve a contratada mobilizados os 
equipamentos e a mão de obra, arcando com os custos de 
administração/manutenção/financeiro dos mesmos, sem a 
correspondente retribuição. 
 
Afirma ter protocolado pedido administrativo, em 
01.11.2012, solicitando o ressarcimento dessas despesas, mas até o 
momento em que ajuizada a presente, não obteve resposta, por isso, 
busca o socorro do Poder Judiciário. 
 
Procede à argumentação jurídica, formula os pedidos de 
praxe e junta procuração mais documentos. 
 
Contestação (Id. 193774858-págs. 52/61), invocando 
prejudicial de prescrição, ao argumento de que a obra findou-se em 
29.07.2008 e somente em 2015 foi ajuizada a presente. No mais 
argumenta que o Contrato nº PG-227/98-07 passou por oito aditamentos, 
alterando, inclusive, o valor contratado que passou de R$ 12.269.678;26 
para R$ 26.908.021,93, não se podendo falar em desequilíbrio 
econômico-financeiro; durante toda a execução da obra a Autora 
recebeu os pagamentos pela medição e pelos custos que alega 
incrementados. 
 
Juntados documentos. 
 
Réplica (Id. 193774866-págs. 142/149), com juntada de 
documentos e pedido de produção de prova pericial. 
 
Admitida a prova pericial (Id. 193774877-pág. 62). Quesitos da Autora 
(Id.193774877-págs. 67/69). Quesitos do DNIT (Id. 193774877-págs. 
127/129). A Autarquia trouxe mais documentos. Revogada a decisão que 
admitiu a prova pericial ( Id. 193774877-págs. 154/155), porque a Autora 
deixou de depositar os honorários periciais. 
 
Alegações finais da Autora (Id. 193774877-págs. 157/160); do DNIT (Id. 
193774877-págs. 163/173). 
 
É O 
RELAT
ÓRIO. 
 
DEC
IDO. 
 
Sobre a prescrição, segundo se vê dos autos, o Contrato 
entabulado entre as partes teve fim no ano de 2008, mas a presente 
ação iniciou-se em 2015, logo, em tese, transcorrido prazo superior a 
05(cinco) anos. A Autora afirma que efetuou pedido de indenização no 
âmbito administrativo, dizendo ter feito isso no ano de 2012. Isso é 
confirmado no documento de Id. 193774877-pág. 98, no qual o DNIT 
afirma que referido pleito foi apresentado em 01.11.2012, mas esse 
 
mesmo documento também afirma que o contrato encerrou-se em 
27.02.2008, motivo pelo qual o pleito foi negado 
administrativamente, na consideração de que descabe revisão 
contratual para readequação de equilíbrio econômico financeiro 
em contrato(s) encerrado(s). Considerando essas datas, não há 
prescrição, pois entre o encerramento do contrato e o ajuizamento desta 
ação, apesar de ter fluído prazo superior a cinco anos, é identificada 
interrupção com o pleito administrativo de 2012. Esse prazo sequer 
voltou a fluir antes do ajuizamento desta ação, nem pela metade, nem 
pelo lhe faltava. 
 
No mais, pretende, na verdade, a Autora, recomposição de 
preços, visando restabelecimento de equilíbrio econômico financeiro. 
O artigo 65 da Lei nº 8.666/93 admite alteração contratual, dentre 
outras coisas, “quando necessária a modificação da forma de 
pagamento, por imposição de circunstâncias supervenientes, mantido o 
valor inicial atualizado, vedada a antecipação do pagamento, com 
relação ao cronograma financeiro fixado, sem a correspondente 
contraprestação de fornecimento de bens ou execução de obra ou 
serviço; para restabelecer a relação que as partes pactuaram 
inicialmente entre os encargos do contratado e a retribuição da 
administração para a justa remuneração da obra, serviço ou 
fornecimento, objetivando a manutenção do equilíbrio econômico-
financeiroinicial do contrato, na hipótese de sobrevirem fatos 
imprevisíveis, ou previsíveis porém de consequências incalculáveis, 
retardadores ou impeditivos da execução do ajustado, ou, ainda, em 
caso de força maior, caso fortuito ou fato do príncipe, configurando 
álea econômica extraordinária e extracontratual.” 
 
É da tônica do mesmo artigo (§§1º) que o “ contratado 
fica obrigado a aceitar, nas mesmas condições contratuais, os 
acréscimos ou supressões que se fizerem nas obras, serviços ou 
compras, até 25% (vinte e cinco por cento) do valor inicial atualizado 
do contrato, e, no caso particular de reforma de edifício ou de 
equipamento, até o limite de 50% (cinquenta por cento) para os seus 
acréscimos. Nenhum acréscimo ou supressão poderá exceder os limites 
estabelecidos no parágrafo anterior.” 
 
Como se vê, a lei permite alteração dos termos do contrato 
para inclusão ou supressão de “obra” até o limite de 50%, mantidas as 
condições contratadas. O caso dos autos revela que não houve 
acréscimo significativo na obra, apenas algumas pequenas modificações 
por conta de exigências alusivas ao licenciamento ambiental, mas, 
mesmo assim, ao fim e ao cabo, a Autora recebeu mais que o dobro 
do valor contratado. É óbvio que se não houve acréscimo 
significativo da obra, o pagamento de mais que o dobro do valor 
contratado (que não é pouco), serviu para remunerar com dignidade 
tanto o trabalho da empresa(Autora), como também o tempo que 
apenas esteve 
com seus equipamentos e recursos disponibilizados para o DNIT. 
 
De fato, entre 1998 e 2008 (prazo de duração do contrato- 
dez anos), foram entabulados alguns termos aditivos, a grande maioria 
deles apenas para
 rede
finir data inicial e final da obra (v.g. Id. 193774867, págs. 5, 9, 14 e 
17). Apenas no 8º Termo Aditivo foi feita Revisão de Projeto, mesmo 
 
assim, tão insignificante que sequer surtiu efeito financeiro. Disso 
resulta claro, repita-se, toda a recomposição de preço serviu para 
remunerar não só o trabalho, mas o tempo de disponibilidade da 
empresa. Cite-se como exemplo, a Cláusula Quinta do 5º Termo Aditivo, 
de seguinte teor: “— o valor estimado do presente Contrato, passa a 
ser de R$ 20.519.678,26 (vinte milhões, quinhentos e dezenove mil, 
seiscentos e setenta e oito reais e vinte seis centavos), sendo R$ 
12.269.678,26 (doze milhões, duzentos e sessenta e nove mil, 
seiscentos e setenta e oito reais e vinte e seis centavos);a preços 
iniciais, e R$ 8.250.000,00 (oito milhões duzentos e cinquenta mil reais), 
como previsão para reajustamento de preços, em decorrência de 
acréscimo autorizado desta última parcela” (Id. 193774867-pág. 21). 
 
Por fim, a Autora teve a opção de buscar rescisão 
contratual e também repactuação na forma e nos limites contratados e 
também legais, durante a vigência do contrato. Mas, optou pela 
assinatura de todos os aditivos, ponderando, certamente, serem-lhes 
interessantes. Encerrada a avença e um bom tempo depois, mostra-se 
indignada solicitando indenização. Esse comportamento, tal como disse 
o DNIT, por ter concordado com todos os aditivos, assinando-os, revela, 
agora, aparente venire contra factum proprium, pois os aditivos 
celebrados sem ressalva indica inexistência de prejuízo anterior a 
ser recomposto. Nada justifica, com efeito, mais de quatro anos depois 
de encerrado o contrato, utilizar os termos aditivos como fundamento 
para supressão de eventual prejuízo, especialmente se se tomar em 
consideração que todos foram celebrados de forma consensual. 
 
Nesse contexto, trago à tona, porque pertinentes, trecho da 
manifestação do DNIT (Id. 193774877-pág. 167): 
 
À toda evidência, encerrado o prazo de duração e prorrogado o contrato, 
sem que o interessado tenha arguido qualquer direito decorrente de 
evento do contrato originário, entende-se que há preclusão lógica, 
consubstanciada na prática de ato incompatível com o pedido posterior, 
somente formulado após o recebimento do objeto. A Instrução Normativa 
02, de 30/04/08, do Ministério Planejamento, Orçamento e Gestão, foi 
alterada pela Instrução Normativa n.º 03, de 16 de outubro de 2009, 
para dispor que: “as repactuações a que o contratado fizer jus e não 
forem solicitadas durante a vigência do contrato, serão objeto de 
preclusão com a assinatura da prorrogação contratual ou com o 
encerramento do contrato”. O art. 3º da Lei 10.192/01 estabelece, em 
linha de conformidade, que os contratos “serão reajustados ou 
corrigidos monetariamente de acordo com as disposições desta Lei, e, 
no que com ela não conflitarem, da Lei no 8.666, de 21 de junho de 
1993”. O preço inseridono contrato, no dia da sua assinatura, traduz a 
objetiva mensuração, realizada, livremente, pela empresa autora, em 
processo concorrencial público do qual participaram outras sociedades 
empresárias, sob a tutela da Lei 8.666/93(...)Considerando, em 
conclusão, que não versa o contrato sobre relação de 
hipossuficiência, é inquestionável que a contratada, ao assinar os 
aditivos, tinha plena ciência da cláusula geral de imutabilidade, 
ainda mais que houve o reajustamento de preços.” – original sem 
destaque 
 
A par do exposto, JULGO IMPROCEDENTES os pedidos. 
 
 
Custas pela Autora. Condeno-a no pagamento de 
honorários advocatícios em percentual mínimo, segundo a gradação 
contida no art. 85, §§ 3º e 5º, incidente sobre o valor atribuído à causa, 
devidamente corrigido, segundo o Manual de Orientação para os 
Cálculos na Justiça Federal, desde o ajuizamento da ação. 
 
Publique-se. Intimem-se. 
 
Brasília, 17 de dezembro de 2020. 
 
 
Juíza Federal Edna Márcia Silva Medeiros Ramos 
 
Contudo, data venia, houve omissão na referida decisão, tendo em vista que o 
fundamento principal que enseja a pretensão reparatória sequer fora avaliado nas 
razoes de decidir da MM. juíza sentenciante, devendo, portanto, ser sanada. 
Ressalte-se que a presente demanda visa compensação pelo desvirtuamento do 
Contrato Administrativo nº PG-227/98-07, decorrente da Licitação Pública nº 0457/98-
05, para “construção e pavimentação da Rodovia BR-135-BA, Trecho-Div. PI/BA-
Monte Alegre, no segmento compreendido entre o KM0,0 e o KM 44,7.”. 
Como bem delineado na exordial e provado através dos documentos do bojo do 
presente processo, a causa de pedir da ação é atinente às obrigações excessivamente 
onerosas assumidas pela parte autora ao longo do contrato. 
Deste modo, não restou alternativa ao embargante senão a oposição dos 
presentes embargos de declaração. 
II – DA OMISSÃO 
Como já se afirmou anteriormente, a decisão embargada deixou de enfrentar 
fundamentadamente acerca das inúmeras hipóteses de reparação da espécie, situações 
que estão legalmente respalda na Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993 que 
regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, institui normas para 
licitações e contratos da Administração Pública e dá outras providências. 
Exemplo disso são incisos I, II, III, IV, V e VI, do Art. 57, da referida Lei, que 
prescrevem in verbis o seguinte teor: 
Art. 57. A duração dos contratos regidos por esta Lei ficará adstrita à 
vigência dos respectivos créditos orçamentários, exceto quanto aos relativos: 
§ 1
o
 Os prazos de início de etapas de execução, de conclusão e de entrega 
admitem prorrogação, mantidas as demais cláusulas do contrato e 
assegurada a manutenção de seu equilíbrio econômico-financeiro, desde 
 
que ocorra algum dos seguintes motivos, devidamente autuados em 
processo: 
I - alteração do projeto ou especificações, pela Administração; 
II - superveniência de fato excepcional ou imprevisível, estranho à 
vontade das partes, que altere fundamentalmente as condições de 
execução do contrato; 
III - interrupção da execução do contrato ou diminuição do ritmo de 
trabalho por ordem e no interesse da Administração; 
IV - aumento das quantidades inicialmente previstas no contrato, nos 
limites permitidos poresta Lei; 
V - impedimento de execução do contrato por fato ou ato de terceiro 
reconhecido pela Administração em documento contemporâneo à sua 
ocorrência; 
VI - omissão ou atraso de providências a cargo da Administração, 
inclusive quanto aos pagamentos previstos de que resulte, diretamente, 
impedimento ou retardamento na execução do contrato, sem prejuízo 
das sanções legais aplicáveis aos responsáveis. [grifo nosso] 
Dessa forma, evidentemente que a obrigação de reparação de danos imposta à 
Administração pelos fatos retardadores que causar não se esgota nos limites impostos as 
partes no §§ 1º e 2º do Art. 65 do mesmo diploma legal, pois não se trata mais de 
alteração contratual, mas de indenização, prevalecendo o comando do artigo 65, inciso 
II, alínea “d”, que é taxativo, ao determinar o respeito ao equilíbrio econômico-
financeiro pactuado. Senão, vejamos: 
Art. 65. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados, com as 
devidas justificativas, nos seguintes casos: 
I - unilateralmente pela Administração: 
a) quando houver modificação do projeto ou das especificações, para melhor 
adequação técnica aos seus objetivos; 
b) quando necessária a modificação do valor contratual em decorrência de 
acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto, nos limites permitidos 
por esta Lei; 
II - por acordo das partes: 
a) quando conveniente a substituição da garantia de execução; 
b) quando necessária a modificação do regime de execução da obra ou 
serviço, bem como do modo de fornecimento, em face de verificação técnica 
da inaplicabilidade dos termos contratuais originários; 
 
c) quando necessária a modificação da forma de pagamento, por imposição 
de circunstâncias supervenientes, mantido o valor inicial atualizado, vedada a 
antecipação do pagamento, com relação ao cronograma financeiro fixado, 
sem a correspondente contraprestação de fornecimento de bens ou execução 
de obra ou serviço; 
d) (VETADO). 
d) para restabelecer a relação que as partes pactuaram inicialmente 
entre os encargos do contratado e a retribuição da administração para a 
justa remuneração da obra, serviço ou fornecimento, objetivando a 
manutenção do equilíbrio econômico-financeiro inicial do contrato, na 
hipótese de sobrevirem fatos imprevisíveis, ou previsíveis porém de 
conseqüências incalculáveis, retardadores ou impeditivos da execução do 
ajustado, ou, ainda, em caso de força maior, caso fortuito ou fato do 
príncipe, configurando álea econômica extraordinária e extracontratual. 
[grifo nosso] 
Vale lembrar que a inexecução contratual consubstanciada na oneração 
imprevista do ajuste pela Administração contratante enseja a responsabilização civil 
decorrente, nos termos do art. 66 da Lei das licitações, que dispõe: 
Art. 66. O contrato deverá ser executado fielmente pelas partes, de acordo 
com as cláusulas avençadas e as normas desta Lei, respondendo cada uma 
pelas consequências de sua inexecução total ou parcial. 
Dessa forma, uma vez a Douta magistrada deixou de enfrentar os fundamentos 
supramencionados, instada deve ser a se manifestar para suprir a omissão de seu último 
ato decisório, cf. preleciona o inciso II, do Art. 1022, do Novo Código de Processo Civil 
porque não fundamentada a sentença retro (vide Art. 489, § 1º, do mencionado Diploma 
Legal). 
Nas lições da professora Évelyn Cintra Araújo
1
, com os presentes embargos – 
tendo em vista que não há outra alternativa senão esta – espera-se que o juízo reabra a 
atividade decisória, examinando a questão sobre a qual permanecera omisso. 
III – DA CONCLUSÃO 
Diante de todo o exposto, requer sejam acolhidos os presentes embargos de 
declaração para suprimento da omissão apontada, atribuindo-lhes assim os efeitos 
infringentes do inciso II, Art. 494, do Novo Código de Processo Civil, para então 
julgar procedente o pedido de indenização por desequilíbrio econômico-financeiro na 
execução do contrato no valor estimado e apropriado de R$ 16.688.391,69: (dezesseis 
milhões, seiscentos e oitenta e oito mil, trezentos e noventa e reais e sessenta e oito 
 
1
 ARAÚJO, Evelyn Cintra. Direito Processual Civil V. Goiânia, 2016. p. 31. 
 
centavos) conforme demonstrado nas planilhas anexas referente a custos administrativos 
(mobilização desmobilização) suportados pela Autora em razão da ampliação do prazo 
de execução da obra, restando, pendentes de apuração reajustamentos, correção 
monetária por atraso de pagamento, seguros, despesas legais, administração local e 
central, correção” monetário do capital da empresa empregado na prestação dos 
serviços, além de lucros cessantes. 
 
Nesses termos, 
Pede deferimento. 
Cidade, 13 de janeiro de 2020. 
 
Advogado 
OAB

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