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UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO CURSO DE GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS SOCIAIS NEEMIAS DA SILVA SOUZA A CARÊNCIA DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NOS PROJETOS POLÍTICOS PEDAGÓGICOS DE ESCOLAS PÚBLICAS NO SUBMÉDIO DO VALE DO SÃO FRANCISCO PETROLINA 2018 NEEMIAS DA SILVA SOUZA A CARÊNCIA DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NOS PROJETOS POLÍTICOS PEDAGÓGICOS DE ESCOLAS PÚBLICAS NO SUBMÉDIO DO VALE DO SÃO FRANCISCO Trabalho apresentado a Universidade Federal do Vale do São Francisco - UNIVASF, Campus Juazeiro, como requisito para obtenção do título de Bacharel em Ciências Sociais. Orientador: Prof. Dr. Paulo Roberto Ramos PETROLINA 2018 Souza, Neemias da Silva S719c A carência da Educação Ambiental nos Projetos Políticos Pedagógicos de Escolas Públicas da Região no Submédio do Vale do São Francisco / Neemias da Silva Souza. –– Juazeiro, 2018. XIII, 47 f.: il. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Ciências Sociais) - Universidade Federal do Vale do São Francisco, Campus Juazeiro, Juazeiro - BA, 2018. Orientador: Prof. Dr. Paulo Roberto Ramos. Referências. 1. Educação ambiental. 2. Escolas Públicas. 3. Ambientalização. I. Título. II. Universidade Federal do Vale do São Francisco. CDD 363.70071 Ficha catalográfica elaborada pelo Sistema Integrado de Biblioteca SIBI/UNIVASF Bibliotecária: Ana Cleide Lucio CRB – 4 / 2064 AGRADECIMENTOS A Deus por todos os benefícios feitos, pois sem ele nada poderia ser feito; À minha família, especialmente, meus pais; Á minha amada noiva Isabella Andrade pela dedicação e amor em prol de minha formação acadêmica. “A Educação não muda o mundo. Educação muda às pessoas. Pessoas transformam o mundo” Paulo Freire LISTA DE SIGLAS A3P Agenda Ambiental na Administração Pública CF Constituição Federal CNE Conselho Nacional de Educação COEA Coordenação Geral de Educação Ambiental DCNEA Diretrizes Nacionais para a Educação Ambiental EAD Educação à Distância EJA Educação de Jovens e Adultos FNDEP Fórum Nacional em Defesa da Escola Pública FNMA Fundo Nacional do Meio Ambiente LDB Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional MEC Ministério da Educação e Cultura MMA Meio Ambiente ONU Organização das Nações Unidas OMS Organização Mundial de Saúde PCN Parâmetros Curriculares Nacionais PCNEM Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio PEA-BA Programa de Educação Ambiental do Estado da Bahia PFEA Programa Fazendo Educação Ambiental PNEA Política Nacional de Educação Ambiental PNRS Política Nacional de Resíduos Sólidos PRONEA Programa Nacional de Educação Ambiental PROSAD Programa de Pesquisa de Saneamento Básico SEDDF Secretaria de Educação do Distrito Federal SISNAMA Sistema Nacional de Meio Ambiente UAB Universidade Aberta do Brasil UFPB Universidade Federal da Paraíba UNESCO United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization RESUMO As crescentes crises ambientais, com a escassez dos recursos naturais, contaminação e poluição em variadas expressões da degradação socioambiental, têm despertado a atenção de diferentes atores sociais. A escola tem sido apontada como um protagonista de destaque no processo de formação de valores, conhecimentos, ações e comportamentos que deveriam estar comprometidos com as questões ambientais. Todavia, as escolas podem estar desconectadas destas questões socioambientais, sobretudo dos temas locais e da forma interdisciplinar, em oposição às normas e legislação, que prevêem a Ambientalização das escolas como um passo fundamental para a transformação e sustentabilidade da sociedade em geral. O objetivo da pesquisa foi analisar de que forma as escolas públicas estão contempladas com as abordagens de temas socioambientais, em seus Projetos Políticos Pedagógicos (PPP) no Vale do São Francisco. O trabalho desenvolvido como Pesquisa Documental, realizou-se por meio do acesso e análise dos PPPs das escolas incluídas na amostra. Estes documentos foram transcritos para a análise. A coleta de dados ocorreu por meio de Protocolo de investigação dos PPPs de oito escolas públicas da Educação Básica, do Vale do São Francisco, sendo quatro em Petrolina-PE e quatro em Juazeiro-BA. Foram selecionadas oito escolas públicas que tinham PPPs constituídos e que disponibilizaram seus documentos para a investigação. A amostra da pesquisa analisou uma totalidade de 482 páginas das duas cidades, onde destas, cerca de apenas 16 páginas (3,32%) eram dedicadas a EA. Também foi consultado o Banco de Dados do Programa Escola Verde, da Universidade Federal do Vale do São Francisco, o qual também possuiu informações relevantes sobre os documentos que norteiam o funcionamento das escolas. Os trechos transcritos foram submetidos à análise de conteúdo e relacionados à legislação e normativas governamentais. Os nomes das escolas foram mantidos em sigilo e anonimato em cumprimento aos princípios éticos da pesquisa científica. Palavras-chave: Educação ambiental. Escola. Interdisciplinaridade. Ambientalização. ABSTRACT Growing environmental crises, with scarcity of natural resources, contamination and pollution in various expressions of socio-environmental degradation, have aroused the attention of different social actors. The school has been identified as a prominent protagonist in the process of forming values, knowledge, actions and behaviors that should be committed to environmental issues. However, schools may be disconnected from these socio-environmental issues, especially local issues and the interdisciplinary way, as opposed to norms and legislation, which provide for the environmentalization of schools as a fundamental step towards the transformation and sustainability of society in general. The objective of the research was to analyze how the public schools are contemplated with the approaches of socioenvironmental themes, in their Pedagogical Political Projects (PPP) in the Valley of the São Francisco. The work developed as Documentary Research was carried out through the access and analysis of the PPPs of the schools included in the sample. These documents were transcribed for analysis. Data collection was carried out through a PPP investigation protocol of eight public schools of Basic Education, of the São Francisco Valley, four in Petrolina-PE and four in Juazeiro-BA. Eight public schools that had established PPPs and that made their documents available for the investigation were selected. The research sample analyzed a total of 482 pages of the two cities, where of these, about 16 pages (3.32%) were dedicated to EA. The Database of the Green School Program of the Federal University of the São Francisco Valley was also consulted, which also had relevant information on the documents that guide the functioning of the schools. The transcribed passages were submitted to content analysis and related to government legislation and regulations. The names of the schools were kept confidential and anonymous in compliance with the ethical principles of scientific research. Key words: Environmental education. School. Interdisciplinarity. Ambientalization. SUMÁRIO 1 APRESENTAÇÃO ................................................................................................10 2 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 12 4 OBJETIVOS ......................................................................................................... 14 4.1 OBJETIVO GERAL ............................................................................................ 14 4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .............................................................................. 14 3 MARCO TEÓRICO ............................................................................................... 15 3.1 EDUCAÇÃO AMBIENTAL E CONSTRUÇÃO SOCIAL DO HOMEM.................. 17 3.2 PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO - PPP ..................................................... 19 3.3 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL ............................................................................... 20 3.4 A AGENDA AMBIENTAL NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (A3P) ..................... 21 3.5 PROGRAMA ESCOLA SUSTENTÁVEL – GESTÃO ESCOLAR - COMISSÃO DE MEIO AMBIENTE E QUALIDADE DE VIDA (COM – VIDA). .................................... 22 3.6 LEI DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL 9.795 ............................................................ 24 3.7 PARÂMETROS CURRICULARES – PCN .......................................................... 26 3.8 ORGANIZAÇÃO DOS PARÂMETROS CURRICULARES TRANSVERSAIS ..... 27 3.9 GESTÃO ESCOLAR .......................................................................................... 29 4 METODOLOGIA ................................................................................................... 31 4.1 LOCAL E PERÍODO DA PESQUISA .................................................................. 32 5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................ 33 5.1 ANÁLISE ESCOLAR .......................................................................................... 35 5.2 ANÁLISE DOCUMENTAL .................................................................................. 37 5.3 EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO ESTADO DA BAHIA .......................................... 41 5.4 EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO ESTADO DE PERNAMBUCO ............................ 41 5.5 CONTAGEM DE COLÉGIOS PESQUISADOS .................................................. 43 5.6 ANÁLISE DAS PÁGINAS DOS PROJETOS POLÍTICOS PEDAGÓGICOS DA CIDADE DE PETROLINA – PE ................................................................................ 45 5.7 ANÁLISE DAS PÁGINAS DOS PROJETOS POLÍTICOS PEDAGÓGICOS DA CIDADE DA CIDADE DE JUAZEIRO-BA ................................................................. 46 5.8 ANÁLISE DAS PÁGINAS DEDICADAS A EDUCAÇÃO AMBIENTAL NOS PROJETOS POLÍTICOS PEDAGÓGICOS DAS ESCOLAS FUNDAMENTAIS DE PETROLINA-PE ....................................................................................................... 47 5.9 ANÁLISE DAS DE PÁGINAS DEDICADAS A EDUCAÇÃO AMBIENTAL NOS PROJETOS POLÍTICOS PEDAGÓGICOS DAS ESCOLAS FUNDAMENTAIS DE JUAZEIRO-BA ......................................................................................................... 48 5.10 ANÁLISE DOS PROJETOS POLÍTICOS PEDAGÓGICOS DAS ESCOLAS DO ENSINO MÉDIO DA CIDADE PETROLINA-PE ....................................................... 49 5.11 ANÁLISE DOS PROJETOS POLÍTICOS PEDAGÓGICOS DAS ESCOLAS DO ENSINO MÉDIO DA CIDADE JUAZEIRO-BA .......................................................... 50 5.12 DATA DE APROVAÇÃO DOS PROJETOS POLÍTICOS ESCOLARES ........... 52 5.13 SEÇÃO DE ABORDAGEM AMBIENTAL NOS PPP ......................................... 53 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 54 REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 57 APÊNDICE A ........................................................................................................... 59 10 1 APRESENTAÇÃO A Educação Ambiental (EA) é caracterizada por ser uma verdadeira forma de educar o homem nesse processo de formação na cidadania, onde a ele, não é limitado outras competências sociais, mas a este, mostra uma maneira mais eficaz de compreender, agir e constituir uma correta educação social. O avanço social de forma informatizada e múltipla, coloca como os acessos desses dados acerca do ensino a educação, como responsável pelas transformações que ocorreram no decorrer dos anos. A mesma passou a responder as perguntas mais básicas, frutos de um desenvolvimento racional apresentado ao homem. As questões ambientais são apontadas desde 2012 sobre a perspectiva das Diretrizes Curriculares Nacionais e a Política Nacional de Educacional (PNEA). Na década de 90 as ações ambientais nas instituições de ensino foram intensificadas, fazendo com que a inserção ambiental fosse inclusa nas escolas de maneira mais atuante no processo educacional do aluno, conforme os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN). A partir desse contexto, notou-se que as ações apresentadas no decorrer dos anos nas escolas públicas da região são franciscana, apresentaram dificuldades semelhantes, e que envolviam atos já praticados no cotidiano escolar na relação da inserção da temática ambiental na região. O cenário atual nos mostra que o desenvolvimento da temática ambiental em sala de aula tem relação direta com as capacitações que envolvem os docentes, suas práticas didáticas e a construção dos Projetos Políticos Pedagógicos (PPP) das escolas. Práticas educativas efetivas, continuadas e interdisciplinares são as maiores dificuldades apresentadas pelas instituições de ensino, reveladas na formalização e constituição dos documentos normativos das escolas, como a pesquisa demonstrou. O professor é o responsável pelo desempenho dos conteúdos abordados dentro do âmbito escolar. Nessa perspectiva o autor Guimarães (2004) explica que nesse processo de interligação, o educador descobre novas áreas de conhecimento e entendimento ligando as demais disciplinas de forma transversal. O ideal é que a partir da identificação das problemáticas socioambientais locais, os documentos instituídos por cada escola mantivessem um diálogo com 11 cada comunidade onde a escola está inserida. Desta forma promovendo e prevendo o conhecimento significativo e contextualizado. A problemática da pesquisa se fundamentou na reflexão das dificuldades que as instituições de ensino, enfrentavam para a execução formal da legislação pertinente à Educação Ambiental, na formulação dos Projetos Políticos Pedagógicos das escolas. Por isso a hipótese de que não havia uma adequação das escolas frente aos Projetos Pedagógicos e normativas vigentes eram reais. As ações que envolviam estas adequações ambientais, abarcavam toda estrutura pedagógica das escolas as quais estavam desconectadas da temática. Na análise documental observou-se que não houve a participação direta da comunidade na construção dos PPPs, ou esta participação não está definida de forma tácita ou explícita. Embora, algumas ações realizadas com programas de extensão universitária, promovem de forma direta, algumas atividades relacionadas à temática da Ambientalização das escolas. Para que a investigação documental dos dados possuísse confiabilidade e credibilidade no levantamento dos conteúdos, foi necessária a formalização do anonimato dos gestores e escolas. Foram feitas as análises documentais dos dados fornecidos pelos Projetos Políticos Pedagógicos, além de pesquisa bibliográfica crítica abordando as temáticas da EA. Os conteúdos observados na pesquisa foram analisados e colhidos para a tabulação de dados através de protocolo documental. O banco de dados do Projeto Escola Verde (PEV) foi utilizado como modo comparativo na construção das análises. Após o recebimento dos dados obtidos nas instituições de ensino foram feitos os procedimentos detabulação, através de programa estatístico. Os dados coletados pelo protocolo de pesquisa serviram de amostra para a construção informativa dos Projetos Políticos Pedagógicos das duas cidades pesquisadas. Foram pesquisadas oito escolas no Vale do São Francisco, e comprovadas que todas elas trabalham com os Projetos Políticos Pedagógicos em seus planejamentos escolares. Destas oito instituições de ensino, sete desenvolvem a temática ambiental em seus conteúdos, de forma pontual, esporádica e superficial. Ficou constatado que mais da metade das escolas pesquisadas estão com seus programas curriculares pedagógicos desatualizados, sobre os assuntos relacionados à EA. Comprovou-se também que 25% dos assuntos ambientais se concentram nas partes específicas dos PPP escolares, mostrando pouca interação 12 interdisciplinar dos conteúdos que abordam a EA com as outras disciplinas e ações desenvolvidas pelas escolas. 2 INTRODUÇÃO A abordagem da Educação Ambiental (EA) no Século XXI já é bastante freqüente em diversos espaços e meios, contudo seus princípios são pouco colocados em prática, revelando que sua abordagem parece ineficaz, evidenciada pelo aumento crescente dos níveis de degradação socioambiental praticada em níveis local e global. Espaços formais, como escolas, são espaços formadores de opiniões, colaborando para as ações dos indivíduos em diversas fases de crescimento. Esta formação perpassa por ideais, conceitos e métodos, os quais podem ser desenvolvidos em projetos e programas que buscam uma formação comprometida com as problemáticas ambientais, bem como a adequação ambiental das instituições. As ações de Educação Ambiental nos ambientes escolares podem fomentar mudanças curriculares e nos Projetos Políticos Pedagógicos das escolas. Quando trabalhamos com Educação Ambiental busca-se produzir conhecimento sobre toda e qualquer ação feita pelo homem, onde partindo de um pressuposto pedagógico, a mesma tenta se consolidar na educação. O entendimento que temos sobre ambiente, é um conceito que perpassa por fenômenos, sociais, históricos, políticos e culturais. Diante de um olhar geralista social é notório observar que estamos acostumados com os pontos teóricos, que acompanham a EA juntamente com os seus aspectos. Estes pontos são em grande maioria positivos, e seguem o sentido da palavra "Educação Ambiental" no trabalho e compreensão aceita no meio social. De acordo com Leff (2009), a Educação é anunciada como um despertar da razão, conhecimento e pensamento do homem, sendo ela colocada como responsável pelo avanço da ciência. Conseguimos entender através desse contexto que por meio das pesquisas e buscas históricas, observadas pela vivência educacional ambiental, que a mesma é um dos pontos importantes do avanço racional e social do homem. 13 A importância da Educação Ambiental no âmbito sócio-escolar tem gerado um processo permanente e contínuo na formação do homem. O seu método de inserção não é limitado pela educação escolar, mas é visto como porta principal na introdução da temática. Segundo Meyer (1992), a prática educacional é colocada como forma essencial na construção da criança, desde a sua introdução no ensino fundamental ao ensino médio, utilizando-a como estratégia e desenvolvimento educativo. A Educação Ambiental deve ser entendida como forma de educar e projetar ao homem a novas oportunidades, colocando-a como responsável pelo diálogo crítico e propositivo na base permanente educacional das escolas (SILVA, 2007, p.117). Nesse sentido a escola é a instituição que propicia ao homem um desenvolvimento nas diversas áreas de conhecimento, contemplando suas potencialidades e objetivos. Sua estrutura é prevista em lei e normativas, regidas pelo sistema educacional nacional Ministério da Educação (MEC), o qual compõe em sua base a inserção da Educação Ambiental docente. A escola é a primeira etapa de formação infantil por meio da interação com métodos didáticos e tecnológicos, ofertados para o desenvolvimento de novas experiências e saberes. Contudo, todos os meios educacionais que envolvem o método ambiental, perpassam por políticas públicas de vários níveis de instituições educacionais como: Creches, Escolas e Universidades, e se deparam com inúmeros problemas para o desenvolvimento da temática em sua estrutura curricular, sendo um obstáculo para a realização de uma Ambientalização na prática do ensino. A Ambientalização na base curricular é entendida como meio de conhecimento e valores sociais enraizados na estrutura sócio-educacional, e que envolvem conceitos éticos, ambientais e estudos que aprimorem a base curricular da educação, buscando entre eles um sentido de sustentabilidade ambiental. Nesse sentido, as estruturas escolares necessitam se adequar a normativa colocada pela Política Nacional de Educação Ambiental (BRASIL, 1999), ter conceitos e instrumentos que englobem a funcionalidade ambiental em suas atividades. Portanto, cabe ao corpo docente escolar se ajustar a reformulação em seus projetos e oficinas, as diretrizes do Programa Nacional de Educação Ambiental (PRONEA) (BRASIL, 2005), e da resolução colocada pelas Diretrizes Nacionais para a Educação Ambiental (DCNEA) (BRASIL, 2012). 14 Alguns conceitos que discorrem sobre a inclusão e formação ambiental dos profissionais da área de educação foram remetidos no Seminário Regional de Educação Ambiental ocorrido na Hungria no ano de 1983. O assunto “Implementação da Educação Ambiental nas Universidades” abordou aspectos sócio-culturais nos trabalhos de campo e formação nos programas curriculares dos docentes, promovendo uma interdisciplinaridade da educação ambiental Sato (2002). As inserções dos itens que auxiliam a formação do professor nas áreas ambientais buscam trazer uma construção de entendimento crítico, criativo e prospectivo, sendo capaz de analisar as difíceis relações entre processos naturais e sociais, para atuar no ambiente com uma perspectiva global, mas diferenciado pela realidade local Leff (2001). 4 OBJETIVOS 4.1 OBJETIVO GERAL O objetivo central deste projeto foi investigar de que forma estão contempladas as abordagens de temas socioambientais nos Projetos Políticos Pedagógicos (PPP) de escolas públicas da região do Vale do São Francisco. 4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS Investigar se existe uma classificação das abordagens socioambientais nos PPP das escolas investigadas; Analisar em que medidas os PPP das escolas estão contextualizados, adaptados e reformulados em função da realidade de cada escola; em comparação aos modelos, matriz curricular e Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN); Verificar se os documentos analisados contemplam a Educação Ambiental como um tema importante nos assuntos abordados pelos professores em sala de aula. 15 3 MARCO TEÓRICO A estrutura pedagógica escolar tem o dever de conter em seu plano de ensino, meios que facilitem o acesso o entendimento sobre recursos naturais, fornecido pelo meio ambiente, mesmo em sua complexidade. Por meio deles, estudantes mantêm uma relação entre ambiente e a práxis humana, de maneira que essa ligação seja potencializada em sua profissão futura. De acordo com Geli (2002) o entendimento sobre a Ambientalização Curricular seu deu no encontro do ano de 2002, que ocorreu em uma reunião feita com onze universidades, chamada de: "Rede de Ambientalização Curricular do Ensino Superior" (ACES), apresentando um projeto de nome: "Programa de Ambientalização Curricular do Ensino Superior: Proposta de Intervenções e Análises do Processo". Este encontro teve como ponto principal projetar metodologias que avaliassem a base curricular educacional das instituições de ensino. A partir desse entendimento observamos que a Ambientalização é uma palavra que envolve vários conceitose idéias sociais. A mesma carrega consigo o sentido da palavra “Ambiente” e envolve a participação do espaço e o estado de um determinado local. A Ambientalização é uma derivação do entendimento das palavras “Ambiente e Interação Social” significando a participação de indivíduos no ambiente. O sentido de “Ambientalizar” significa introduzir conceitos sociais em uma dimensão socioambiental inexistente e que não é tratada, e que por muitas vezes é esquecida. Este é um assunto que ainda instiga o meio social, e por muitas vezes agrega uma nova percepção no processo educacional do indivíduo. Segundo Copello (2004), a prática da Ambientalização nas escolas compromete o seu desenvolvimento e seu desempenho, de maneira singular com cada membro da estrutura escolar, já que a mesma promove mudanças em seu currículo explicito e oculto. Os métodos que envolvem a temática da Ambientalização vêm de estruturas educativas em forma sistêmica, mudando o conteúdo e suas metodologias em um processo socioambiental de interação e participação. Este conceito vem com a característica de inovar as bases curriculares a fim de constituir um espaço de 16 renovação pedagógica, cujas mudanças impliquem em melhorias nos processos educativos. Esse processo de mudança é colocado por Carbonell (2002), como processo de “Renovação Pedagógica”, visando constituir uma nova metodologia na prática educacional. Quando se trabalha com diretrizes escolares e mudanças que envolvem as bases estruturais de uma instituição escolar, percebemos que a Ambientalização não é um produto tangível, mas sua a ação é ativa em todos os setores. A sua proposta de envolvimento se estende as diversas estruturas institucionais sendo necessária uma nova forma de administrar e de construir novos locais, mostrando ambientes que necessitem de uma realidade voltada à prática educacional. O sentido de Ambientalizar é o sentido de inserção da Educação Ambiental (EA) nos ambientes sociais: Instituições de ensino e comunidades. Os autores Asmus & Kitzmann (2012) veem o processo de identificação da Ambientalização, como processo interdisciplinar, onde está fomenta um processo de mudança curricular, extrapolando a concepção estrita "stricto sensu" da base escolar, sendo ela agregada a outras temáticas e assuntos abordados de maneira extensa em todas as disciplinas. Alguns estudos específicos apontam os aspectos negativos dentro dos ambientes de ensino como as escolas, onde temos os “PPP - Projeto Político Pedagógico” como manual de norteamento e instrução para os professores. É nesta analise que cabe um questionamento sobre como está sendo construída e oportunizada aos alunos a educação ambiental, por meio dos Projetos Políticos Pedagógicos das escolas, sendo elas nas esferas públicas ou privadas, rurais ou urbanas. Com o proposito de entender os Projetos Políticos Pedagógicos, é preciso vê- los como as identidades das escolas, sinalizando quais direcionamentos devem tomar, para que venham exercer uma melhor qualidade de ensino. Por ser um projeto, ele inclui as propostas que desejam desenvolver durante o ano. O seu envolvimento político esta direcionado na formação social dos alunos, sensibilizando e conscientizando das problemáticas apresentadas, de maneira ética, crítica e coletiva, motivando-os a projetarem um futuro. Seu desenvolvimento pedagógico se dá nas organizações das oficinas criadas a partir da elaboração de projetos educativos, necessários para a aprendizagem dos alunos. 17 3.1 EDUCAÇÃO AMBIENTAL E CONSTRUÇÃO SOCIAL DO HOMEM São construídas a partir de interpretações pedagógicas ações sociais dentro do âmbito ambiental, onde estás merecem toda atenção teórica e sua leitura pode auxiliar na compreensão e assimilação da temática, como exemplos as políticas públicas e os movimentos sociais como ferramentas de mudanças sociais nos aspectos públicos. O entendimento que se tem sobre a EA é de um conjunto de técnicas que buscam solucionar problemáticas ambientais, partindo de um pressuposto ecológico com intervenções científicas e meios tecnológicos. A partir dessa perspectiva pode- se entender que a Educação Ambiental é vista como práxis na sociedade, o qual é responsável pela construção do homem, pautando-se na sustentabilidade de vida, na construção ética, ideológica e política. No desenvolvimento ambiental a EA passa a dar continuidade no seu processo de envolvimento com as instituições formais e não formais. Segundo Kitzmann (2007), o processo histórico da EA progrediu em ambientais não formais, como as ONGs, mas com o tempo o seu desenvolvimento educativo conseguiu dinamizar suas bases de ensino e se formar no contexto dos ambientes formais como as escolas, onde se observou o principal componente: "A Sociedade", onde o maior envolvimento social ambiental surge de fora para dentro das instituições. A participação das universidades no âmbito escolar torna-se imprescindível na formação social do aluno, visto que por meio das universidades muitas oportunidades são apresentadas e colocadas à disposição da sociedade, tendo ela como ferramenta de transformação social contemporânea. Essa contextualização entre Universidade e Escola nos coloca em observação a participação de programas que trabalham com a temática da Educação Ambiental nos ambientes escolares. É nesse ponto que se concentra a analise da pesquisa. Poucos programas na região do Vale do São Francisco trabalham de maneira extensa, efetiva e direta a temática ambiental, visto que todos os anos são renovados os números de profissionais nas escolas e conseqüentemente os alunos. Para Carvalho (2006), as questões da Educação Ambiental são apresentadas como preocupação de ações ecológicas em meio à sociedade, que por meio destas 18 trazem uma conscientização dos perigos enfrentados pelos Recursos Naturais, assim estas ações envolvem diretamente o homem e seu habitat. As questões ambientais sempre nos remetem a assuntos que abordam todo o contexto sócio educacional contemporâneo, sejam elas direcionadas aos Estados e Municípios, por Leis ou Diretrizes. Estas questões podem ser referenciadas principalmente no ano de 1972, onde ocorreu a Conferência de Estocolmo ou Conferência da ONU, que abordou enfaticamente sobre o Ambiente e o Homem, objetivando uma visão global. Tais princípios são bases de inspiração e orientação aos processos educativos e destinados à humanidade, visando uma preservação dessa prática e uma melhora em todas as esferas. Todo questionamento sobre a abordagem Política Pedagógica e sua importância em um contexto social, se destacada com alguns objetivos norteadores. A Organização das Nações Unidas (UNESCO) defende anualmente essas ações norteadoras em âmbitos educativos e abertos a prática Ambiental, como na Carta de Belgrado. Neste documento entendemos a importância e a necessidade de se conservar recursos já escassos ao homem, bem como o seu desenvolvimento nas mais diversas áreas. “Os recursos do mundo deveriam ser utilizados de um modo que beneficiasse toda a humanidade e proporcionasse a todos a possibilidade de aumento da qualidade de vida” (UNESCO, 1975). Na Carta elaborada na Conferência Internacional realizada na Iugoslávia o tratamento sobre as questões ambientais, são abordadas em pontos específicos no possível crescimento de ideias, habilidades, valores e ações do homem. Dentre elas: Consciência: Ajudar as Pessoas e os grupos Sociais a estarem inteirados com a EA; Conhecimento: Ajudar as pessoas e os grupos Sociais a adquirir uma compreensão básica do meio ambiente e a sua totalidade; Atitudes: Ajudar as pessoas e os grupos Sociais a ter valores sociais; Aptidão: Ajudar as pessoas e os grupos Sociais a ter valores sociais a ter atitudes necessárias para resolver problemas e a Capacidade de Evoluir: Ajudar aspessoas e os grupos Sociais a ter valores sociais a evoluir os programas 19 educacionais ambientais e suas funções, políticas, ecológicas, econômicas, sociais, estéticas e educacionais. De acordo com a Carta de Belgrado, é categoricamente essencial que todas as pessoas do mundo, insistam em formas de crescimento econômico que não tenha ações danosas para as pessoas, e nem para o meio ambiente. 3.2 PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO – PPP O nome “Projeto” vem do latim sendo denominada e chamada de “PROJICERE”, que significa lançar para frente. Este é relacionado a planos futuros de uma determinada situação, ocasião ou planejamento. Então qualquer desenvolvimento lógico realizado dentro do corpo docente nas instituições de ensino, leva este sentido. Segundo Gadotti (2001) a ideia de Projeto, parte do pressuposto do sentido de mudança, entre o presente e futuro, sendo ela uma atividade natural, intencional e dinâmica. Os Projetos são marcados por suas intenções sendo eles sistemáticos, pois para que aja uma projeção para estas ações, deve-se sistematiza-los, planeja- los e organiza-los, tendo sempre a ideia de ruptura e de continuidade. Torna-se, portanto uma ruptura a ideia dos Projetos Políticos Pedagógicos, pois este rompe com os desenvolvimentos antigos do estado que não lhe são mais convenientes, e ao mesmo tempo buscando dar continuidade a projetos que lhe forneçam uma propriedade maior na construção e desenvolvimento nos planos diretores da escola. Tais ideias são colocadas por instituições que desenvolvem ações “instituintes e instituídos”, ou seja, quem elabora a implantação de projetos por meio de conhecimentos externos, trazendo novas possibilidades, analisando a estrutura atual e enfrentando as dificuldades encontradas na instituição, como práticas já engessadas e que precisam de uma nova maneira de se trabalhar, criando assim novos instituintes para poder contrapor ideias passadas que necessitam de uma reformulação. A perspectiva de criação de projetos escolares está implicitamente embutida nas estruturas do ensino educacional. Quando se aborda a ideia dos Projetos Políticos Pedagógicos, percebe-se que a nomenclatura proposta está 20 acompanhada por mais duas palavras: “Política e Pedagógica”. Estas duas dimensões referem-se à ideia da Ciência, da Arte de Governar e das ações Pedagógicas plantadas nas estruturas escolares. Neste desenvolvimento de construção e norteio dos planos práticos e teóricos, bem como projetos estruturantes desenvolvidos pelas escolas, fica marcada a forma de construção dessas duas dimensões, que juntas, trabalham a intencionalidade da parte política e a ações pedagógicas nas ações didáticas pedagógicas escolares. 3.3 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL A participação do ensino da EA segundo as diretrizes do Ministério da Educação e da CF nas escolas, é vista teoricamente como meio de transformação no cenário contemporâneo, contudo existe ainda uma larga crise no entendimento de como inserir tal temática em várias áreas, onde não nos possibilita ter alternativas para o desenvolvimento ambiental. O conhecimento que aborda o capitalismo no ensino educacional é ponto importante na observação do contexto da EA, já que o mesmo se desloca como forma comportamental da sociedade histórica, mostrando que a sociedade obtém recursos respaldados na legislação. Segundo a Constituição Federal, o acesso ao ensino educacional é direito fundamental, tal beneficio não podendo ser vedado. O artigo 205 e 206 da Constituição Federal de 1988 nos da a garantia de que a Educação não tem distinção de idade, cor ou credo, bem como a sua promoção e incentivo com a sociedade, visando ao pleno desenvolvimento das ações educativas, com o devido preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. Na continuidade ainda da promoção da EA nos âmbitos da legislação nacional, o inciso VI do parágrafo 1º no artigo 225 da CF, coloca o Poder Público e a Sociedade responsáveis pela promoção da Educação Ambiental em todos os níveis de ensino, mostrando que a sensibilização e a conscientização são partes necessárias na construção do homem. O decreto sancionado pelo Congresso Nacional em 15 de setembro de 2010 dispõe também das ações de Política Pública no cenário Nacional. Segundo a Lei 21 6.938, as questões ambientais são fundamentadas em sua aplicação, constituídas no Sistema Nacional de Meio Ambiente (SISNAMA). Esta lei visa o seu mecanismo e a sua aplicação em relação a preservação, melhoria e recuperação ambiental ofertada a sociedade. Tais garantias são apresentadas como condições socioeconômicas ao interesse público, visando à dignidade humana. Dentre os pontos colocados nas normativas estabelecidas no artigo 2° e 3° desta lei vigente, são abordadas as questões como: Ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico, considerando o meio ambiente como um patrimônio público. Planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais; Recuperação de áreas degradadas (Sendo esta, um regulamento); Polui, e degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que direta ou indiretamente. Ações que Prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população; Afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente; 3.4 A AGENDA AMBIENTAL NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (A3P) Dentro da perspectiva ambiental, os assuntos ambientais são relacionados dentro da Administração Pública por meio da Agenda Ambiental na Administração Pública (A3P), tendo ela como grande participante da construção sócio educacional, e atuante nos serviços. A A3P é a instituição responsável por boa parte dos cronogramas ambientais dentro das Políticas Públicas. Segundo os autores Barata, Kligerman e Gomez (2007) o Ministério do Meio Ambiente (MMA) destaca a importância do surgimento do programa, como ferramenta essencial que coloca as instituições privadas e públicas em sintonia com a ideia de “Ecoeficiência”, que inclui métodos socioambientais nos investimentos, nas compras e nas construções dos órgãos públicos. 22 Nesta perspectiva, é importante esclarecer que as definições que regem o debate epistemológico da EA, nos âmbitos empresariais e sociais, estão baseadas nas ações comportamentais do homem, onde ele é o detentor destes hábitos. A sua construção é composta por processos licitatórios, onde este exemplifica boas ações as quais lhe cabem. Para o sistema de ensino, a construção da Cartilha da Agenda Ambiental, visa especificamente os gestores públicos federais, estaduais e municipais, buscando auxiliar o desenvolvimento destes, dentro dos âmbitos públicos. A construção da Cartilha da Agenda Ambiental traz consigo a responsabilidade socioambiental destes órgãos públicos, pois o mesmo trabalhasse com temáticas relacionadas à construção do homem, e a sustentabilidade ambiental, temática esta, que abrange todas as esferas. O grande desafio enfrentado antes da criação da A3P era desenvolver suas bases teóricas apresentadas nas Políticas Públicas, em formas concretas, ou seja, desenvolver suas idéias e compromissos organizados dentro de um âmbito legislativo, em compromissos sólidos para as instituições de ensino. A partir disso, o Ministério do Meio Ambiente desenvolveu a Agenda Ambiental na Administração Pública (A3P), que busca no sentido sócio educativo, uma nova cultura que tem por finalidade instigar os gestores públicos a inserir princípios da EA suas atividades cotidianas. 3.5 PROGRAMA ESCOLA SUSTENTÁVEL – GESTÃO ESCOLAR - COMISSÃO DE MEIO AMBIENTE E QUALIDADE DE VIDA (COM – VIDA). O Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE) é outro programa ofertado pelo Ministério da Educação (MEC), criado no ano de 2013 pela resolução FNDE n° 18/13, em que este aborda no contexto escolar, maneiras sustentáveis de se trabalhar dentrodos âmbitos escolares, recursos e melhorias na promoção socioambiental dos espaços físicos e a relação com a comunidade. Na busca para o desenvolvimento de projetos que abordem a Educação Ambiental elaborada pelas as escolas, as realizações de atividades que agreguem valores e participação de ações ambientais nas estruturas escolares, servem de https://gestaoescolar.org.br/conteudo/36/programa-escola-sustentavel 23 estimulo na continuidade da sustentabilidade socioambiental na formação do individuo. O programa é destinado como recurso financeiro a escolas públicas que buscam promover a práticas ambientais sustentáveis, nas instituições de ensino público com a participação social. Tal processo de implantação cumpre as normas estabelecidas pelas Leis e Diretrizes Curriculares Nacionais (LDB) para a Educação Ambiental, e procuram atos que as consintam de aprendizado socioambientais. As instituições escolares têm por finalidade o desenvolvimento de ações ambientais de forma continuada e permanente, os quais devem conter o envolvimento da sociedade. Os estudantes são os principais alvos desse desenvolvimento, contando sempre com o apoio de articulares e gestão. Segundo Sato (2002) a EA é um processo de conceito e valores que clarificam ideias, objetivando o desenvolvimento das atividades exercidas, mudando as ações que ligam o “meio”, na inter-relação do homem com suas culturas e seus meios biofísicos. No ano de 2003, ocorreu a I Conferência Nacional Infanto-Juvenil pelo Meio Ambiente realizada pelo Ministério do Meio ambiente (MMA), em parceria com o Ministério da Educação (MEC), onde foi elaborada a sua criação junto com algumas deliberações instituídas na Conferência, a Comissão de Meio Ambiente e Qualidade de Vida (COM-VIDA), juntamente com uma representação estudantil. O principal objetivo da Comissão de Meio Ambiente e Qualidade de Vida (COM-VIDA), é a realização de práticas voltadas à melhoria do meio ambiente dentro das estruturas escolares. A participação da comunidade é um dos pilares centrais para que a COM-VIDA se desenvolvam de maneira eficaz, sendo participativa em todas as suas atividades. A COM-VIDA é formada por estudantes, professores, funcionários e membros da sociedade que se interessa em participar da Conferência do Meio Ambiente, ou temas relacionados à EA produzidas nas Escolas. A finalidade das COM-VIDA de orientar o desenvolvimento sustentável dentro do ensino escolar partiu da perspectiva colocada na Agenda 21. Está Agenda, foi construída pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), e pode ser usada com vários métodos diferentes, tendo ela como base geográfica e instrumentos de planejamento para uma sociedade sustentável. 24 Os compromissos contidos na Agenda 21 esboçam ações sustentáveis para o Século XXI. A mesma foi assinada na Conferência das Nações Unidas que abordou o Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada no Estado do Rio de Janeiro, onde ficou conhecida como “Rio-92”. Na Agenda 21 foram estabelecidos os deveres que 179 países assumiram de construir um novo molde de desenvolvimento que resulte em uma melhor condição de vida para o homem, de forma que supra as necessidades econômicas, sociais e seja ambientalmente sustentável. A agenda 21 é composta por 40 capítulos que trabalham todos os contextos, áreas e temáticas, como o “Ar, Mar, Floresta ou até mesmo os Desertos”, onde através desse contexto, é estabelecida uma nova interação entre países de primeiro, segundo e terceiro mundo. Sua composição também é marcada por obrigações “humanas” dentro de uma geopolítica do Século XXI, como conferências e debates que relacionam as questões ambientais no cenário mundial. A partir do ano de 2002, o Brasil passou a adotar a Agenda 21, tendo uma participação efetiva de 40 mil pessoas no desenvolvimento ambiental. A Agenda 21 segue o entendimento da Carta da Terra, documento internacional que trata de como cuidar do nosso Planeta e das ações provenientes do homem. De acordo a Agenda 21, são abordados alguns pontos para um desenvolvimento sócio educacional eficaz. Formalização de diretrizes como da Instituição de Ensino; Participar da construção do Projeto Político-Pedagógico da escola – PPP; Realizar a Conferência de Meio Ambiente nas Escolas; Promover intercâmbios com outras COM-VIDAS, Analisar, pesquisar, conservar a recuperação do meio ambiente. 3.6 LEI DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL 9.795 Todo processo que envolve qualquer temática de ensino e aprendizagem, valores culturais de socialização, conhecimentos, ações e competências direcionadas ao cuidado do meio ambiente, estão normatizados por lei, fazendo 25 menção a temática ambiental desenvolvida em sala de aula por meio da lei 9.795 tratada no Capítulo I da CF. A Normativa Federal estabelece as seguintes disposições: Artigo 10. A educação ambiental será desenvolvida como uma prática educativa integrada, contínua e permanente em todos os níveis e modalidades do ensino normal. Artigo 11. A dimensão ambiental deve constar dos currículos de formação de professores, em todos os níveis e em todas as disciplinas. Parágrafo único. Os professores em atividade devem receber formação complementar em suas áreas de atuação, com o propósito de atender adequadamente ao cumprimento dos princípios e objetivos da Política Nacional de Educação Ambiental. Artigo 12. A autorização e supervisão do funcionamento de instituições de ensino e de seus cursos, na rede pública e privada, observarão o cumprimento do disposto nos artigos 10 e 11 desta Lei (BRASIL, 1999, pag, 10). A Educação assim dizendo, consiste nas ideias ecológicas que estão conectadas a utilização sustentável dos recursos naturais. Essas ideias possuem em sua base, novos princípios e valores, que passam a questionar a problemática construída através de paradigmas científicos na civilização contemporânea. Por tanto todo processo de entendimento sobre a EA torna-se possível na compreensão de que a Educação Ambiental constrói no indivíduo, valores sustentáveis para o desenvolvimento em coletividade, tanto no atual momento como ao longo da história. Para que venhamos entender as diferentes formas de trabalho escolar deve- se observa as diretrizes elaboradas pelas escolas, e analisar como elas se comportam diante da temática da Educação Ambiental. Nelas devemos entender que elas carregam consigo alguns parâmetros que regularizam o seu trabalho, como os conteúdos formados a partir da elaboração de ideias dos educandos. Nesse ponto, cada escola é analisada pelos Parâmetros Curriculares. 26 3.7 PARÂMETROS CURRICULARES – PCN Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) são propostas de certas referências que se constituem na busca de uma unidade mínima para a educação desenvolvida no Brasil. A função dos PNC se concentra na orientação e disposição das garantias que ocorrem nos investimentos do sistema educacional, na elaboração e atuação das pesquisas, socializando debates, subsidiando o conjunto do corpo docente e sua participação nas ações educativas, e desenvolvimento dos conteúdos a serem abordados. A proposta colocada para o desenvolvimento das ações educativas dentro dos PCN é observada como forma flexível, onde estás decisões são observadas nos âmbitos regionais e locais, e atuam em uma realidade educacional empreendida por formas institucionais do Estado. Nos modelos governamentais, escolas e gestão, agem de maneira interdisciplinar, onde estas ações são colocadas como propostas pelas instituições escolares, os quais não formam ou se configuram modelos curriculares únicos, ou seja, "homogêneos". Toda demanda está normatizada pelo Ministério da Educação (MEC) e pelos Estados, não podendo as propostas, se sobrepor às diretrizes colocadas pelo poder Político Executivo do Estado e Municípios, sejam elasparticipantes da diversificação sociocultural do nosso país, ou das próprias instituições e corpo docente. [...] o ensino deve ser organizado de forma a proporcionar oportunidades para que os alunos possam utilizar o conhecimento sobre o Meio Ambiente para compreender a sua realidade e atuar nela, por meio do exercício da participação em diferentes instâncias: nas atividades dentro da própria escola e nos movimentos da comunidade. PCN – TEMAS TRANSVERSAIS (1998, p. 190). No entendimento do Profissional da Educação, o Educador Ambiental tem por objetivo a elaboração do envolvimento das temáticas, de maneira multidisciplinar e transversal, onde dessa forma, as problemáticas podem ser debatidas e entre a sociedade e o corpo escolar. Portanto é de se considerar que a temática ambiental seja ponto indispensável na formação do individuo, sendo necessária uma exploração mais aprofundada no contexto educacional, pois no atual cenário em que vivemos, áreas 27 primárias como da indústria, agricultura, mineração, pesca e pecuária se encontram instáveis no país. Grande parte do atual cenário mundial está com dificuldades em diversos setores devido à instabilidade econômica, política e social, e tais fatores geram reflexos em outros lugares, como a falta recursos alimentícios e de moradia de milhares de pessoas. 3.8 ORGANIZAÇÃO DOS PARÂMETROS CURRICULARES TRANSVERSAIS O progresso dos objetivos colocados para o ensino fundamental necessita de atividades educativas, e que possuam como eixo a formação de cidadãos participativos. Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) contêm direções didáticas que são elementos à idéia de como é perpassada o ensino. No aspecto assumido dos PCN, os estudantes formam idéias a partir de várias interações. Cada um desses alunos torna-se sujeito de um processo produzido por eles, enquanto o docente é colocado como mediador dessa interação, onde o processo de desenvolvimento com diversas temáticas de conhecimentos no método de ensino é compreendido pelos alunos como forma de socialização. As direções apresentadas focalizam primeiramente na intervenção do docente no processo de criação ou ensino. Como forma transversal os PCN têm a característica de que cada tema e área de conhecimento obedecem a normas colocadas como formas didáticas e de caráter completo. Este conhecimento colocado para as orientações didáticas dos docentes é de forma geral a concepção do ensino, como ela é proposta, e como é executada. Para cada conteúdo abordado nos PCN, existem conteúdos que correspondem às orientações didáticas específicas, das aos professores. Os conteúdos apresentados nos PCN expressam determinados assuntos que podem permear o ensino da EA de forma explicitados. No entanto, existem considerações que confirmam que o ensino educacional não pode estar limitado a um determinado assunto, nem estabelecer um padrão único de intervenção aos alunos. As práticas educativas são bastante difíceis em alguns aspectos por não apresentarem manifestações de relação a outras variáveis. São considerados 28 essenciais para a base de ensino pelos docentes: Autonomia; Diversidade; Interação e Cooperação. Nos Parâmetros Curriculares Nacionais a autonomia as questões transversais são tomadas como competência a ser ampliada pelos estudantes, e como princípio norteador geral, é orientado pelas as práticas pedagógicas institucionais. As propostas dos Parâmetros Educacionais apontam para atos praticados e que possuem um fundamento importante, possibilitando uma ampliação nas relações alunos/ educadores, fazendo com que estes, construam entre si, uma instituição escolar que busque melhorias e pratique melhorias. Nos âmbitos ambientais os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), preveem adaptações para que ajam diversidade e interdisciplinaridade nas temáticas abordadas em de sala de aula. Nos objetivos estabelecidos pelos PCN está o item: Perceber-se integrante, dependente e agente transformador do ambiente, identificando seus elementos e as interações entre eles, contribuindo ativamente para a melhoria do meio ambiente. Nas estruturas apresentadas nos Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino, é observada a construção dos objetivos gerais em relação às temáticas dadas aos alunos. Dentre elas estão relacionadas às disciplinas da seguinte forma: Figura 1: ESTRUTURA DOS PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS PARA O ENSINO. FIGURA 1 - Esquema das Estruturas Curriculares: PCN Meio Ambiente (2015). A principal função da temática “Meio Ambiente” é colaborar para o desenvolvimento de cidadãos conscientes, capazes para definirem e operarem 29 práticas socioambientais, de um modo em que a vida humana e ambiental seja comprometida. Para isso é preciso que os elementos formados na caracterização e desenvolvimento das disciplinas das escolas estejam de acordo com as ações, formação de valores, ensino e o desenvolvimento dos conteúdos apresentados. Os Procedimentos ambientais corretos serão desenvolvidos quando a prática do ensino ambiental se torna constante na escola. Alguns exemplos são colocados como formas de práticas ambientais, como: Arborização e Ambientalização, Práticas Informativas das questões ambientais, Hábitos de Higiene Pessoal, Desenvolvimento da Coleta Seletiva. Segundo o PCN a sociedade tem papel essencial na existência de outros componentes que ajudam a escola nessa tarefa de sociabilização. Neste ponto, a sociedade contém padrões de comportamentos familiares, e estás informações são conduzidas por outros meios para influenciar crianças e jovens. Quando nos referimos a EA educacional, muitas informações e valores são direcionados às crianças no sistema de educação em que elas observam, ou já observaram, e que nesse aspecto é o lar familiar. 3.9 GESTÃO ESCOLAR A Gestão Escolar através das suas atribuições busca ser uma instituição democrático-participativa, onde apresenta algumas características essenciais a ela, como: Desenvolvimento de atividades que envolvam toda a comunidade e as próprias escolas, como por exemplo: A construção dos Projetos Políticos Pedagógicos são componentes que também fazem partes da instituição formadora, onde por meio delas, são feitas reuniões recorrentes com cada setor da escola, a fim de saber os anseios, dúvidas, desejos e planos para um bom desenvolvimento escolar. Segundo o autor Libâneo dentro do contexto escolar deve haver decisões necessárias para a construção estrutural escolar, como ele mesmo aborda nesta na citação: 30 “A participação na gestão democrática implica decisões sobre as formas de organização e gestão. É preciso que a direção e os professores entrem em acordo sobre as práticas de gestão. Por exemplo, define-se que as decisões são tomadas coletivamente, que todos entrem em acordo sobre elas e a partir de um consenso mínimo. Entretanto, uma vez tomadas as decisões, cada membro assume sua parte no trabalho, admitindo o exercício da direção para coordenar, acompanhar e avaliar o trabalho de cada um. A decisão é coletiva, mas implica responsabilidades.”. (LIBÂNEO, 2004, p.129). A idealização e desenvolvimento de projetos e planos são essenciais, já que neles estarão explicitadas as finalidades a serem atingidos, os objetivos a serem direcionados e seguidos, e quais recursos serão utilizados e quais estão disponíveis. Diante disso, as avaliações devem ser repensadas e, quem sabe, alteradas para se chegar aos objetivos cobiçados. Sendo assim, o planejamento é algo importante para a construção escolar e desenvolvimento estudantil, onde este deve ser maleável as condições da instituição e sociedade. Para (LIBÂNEO, 2004), o planejamento é conhecimento, e através dele é acessado algumas portas essenciais para o desenvolvimento das problemáticas. “O planejamento é umprocesso contínuo de conhecimento e análise da realidade escolar em suas condições concretas, de busca de alternativas para a solução de problemas e de tomada de decisões, possibilitando a revisão dos planos e projetos, a correção no rumo das ações”. (LIBÂNEO, 2004, p.124). Desta forma, a atuação do professor em sala de aula deve mostrar aos alunos atenção as necessidades interdisciplinares dentro do cenário socioambiental. A temática do Meio Ambiente é tema central nessas áreas, pois através dela podemos perceber as grandes mudanças climáticas, o aumento da emissão por gases na atmosfera, estes, responsáveis em grande parte pelas indústrias, onde temos o efeito estufa impactando assim o sistema global, ondas de calor e chuvas inesperadas. Fatores como estes, mostram a importância que se tem este tema. As ideias acerca da inserção da EA nas escolas são relembradas através de assuntos que mostram essa preocupação, como o debate ocorrido no ano de 1987. 31 Naquele ano foi apresentado o conceito de desenvolvimento sustentável, tema recorrente em diversos setores hoje no Brasil, e que teve a sua participação de maneira essencial na Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento, feita no Rio de Janeiro no ano de 1992. 4 METODOLOGIA Segundo Minayo (2002), a pesquisa é uma ferramenta fundamental para se observar a realidade cotidiana, e por isso "nada pode ser intelectualmente um problema, se não tiver sido, em primeiro lugar, um problema da vida prática". Neste sentido, o problema que se quer analisar demandou o contato com documentos e normativas que regulamentam as práticas escolares das instituições de ensino públicas da Educação Básica, da região do Vale do São Francisco. O método de coleta da analise de dados foi através da aplicação da Pesquisa Documental, sendo realizada a partir da compilação e análise dos Projetos Políticos Pedagógicos de oito escolas públicas da região do Vale do São Francisco. A pesquisa é de base Qualitativa. Os PPP foram compilados, transcritos e copiados com a participação dos gestores, onde estes por vez descreveram como a temática ambiental está sendo inserido no planejamento escolar, a fim de facilitar a análise. Os trechos foram colocados na seção “Trechos dos Documentos que Abordam a Educação Ambiental”. A discussão e interpretação dos documentos foram desenvolvidas com base na Análise de Conteúdo, de Laurence Bardin (1977). Para que ocorresse uma análise com maior exatidão na pesquisa, a amostra foi constituída de instituições de ensino de diversas localidades das duas cidades, como: Regiões Periféricas, Centro da Cidade e de Áreas Rurais, para observar como agregavam em seus planos de aulas e funcionamento do currículo, as temáticas ambientais e a participação social. Para tanto, a finalidade da pesquisa estava relacionada nas classificações dos documentos de dados (PPP), e seu desenvolvimento nessas ações, onde ficou verificada que das oito escolas observadas, a maioria possui: Documentos Políticos Pedagógicos, Planos de Gestão Escolar, Propostas de Aulas, Planos Diretores, Regimentos e outros, que variam de instituição para instituição. 32 As escolas públicas foram contatadas e convidadas a participar voluntariamente da pesquisa. Foram exibidos os objetivos e metodologias aos gestores destas escolas, bem como foram garantidos o sigilo e o anonimato das informações coletadas. As amostras das oito escolas públicas da educação básica foram constituídas de quatro escolas na cidade de Petrolina-PE e quatro na cidade de Juazeiro-BA, as quais disponibilizaram seus PPPs para consulta e análise. O período da pesquisa iniciou-se no mês de outubro de 2017 com a definição da problemática, e foi finalizada no mês de fevereiro de 2018. As etapas colocadas para o desenvolvimento da monografia englobaram reuniões com o orientador e pesquisa de campo. A coleta dos dados foi feita a partir da análise e o aceite das escolas em participar nas etapas da investigação. Também foram coletadas informações de pesquisa semelhante do Banco de Dados do Projeto de Pesquisa e Extensão da UNIVASF, Projeto Escola Verde (PEV), do qual o presente pesquisador também faz parte. A fim de comparação e complementar informações. 4.1 LOCAL E PERÍODO DA PESQUISA A pesquisa bibliográfica foi realizada através do estudo em material didático próprio, bibliotecas, além de busca em sites da Internet, durante os meses de 11/17 a 04/2018 contando com o período escolha do material analisado. Com relação à pesquisa de campo, foi realizada a coleta de dados por meio do protocolo de pesquisa documental (Apêndice A), que se iniciou no dia 15/12/2017 e se estendeu até o dia 05/02/2018, nas cidades de Juazeiro-BA e Petrolina-PE. As pesquisas se concentraram em oito colégios estaduais e municipais, onde foram feitas solicitações aos gestores das instituições para acesso aos documentos escolares e realização da pesquisa documental. A pesquisa foi realizada em oito escolas públicas da região do Vale do São Francisco, sendo quatro escolas de Petrolina (PE) e quatro escolas de Juazeiro (BA). Destas escolas foram analisados oito (8) Documentos; sendo todos Projetos Políticos Pedagógicos, num total de 482 páginas analisadas. 33 Dentro dos Projetos Políticos Pedagógicos as temáticas ambientais estavam concentradas em quatro locais diferentes, que variam desde a sua elaboração nas “Propostas Curriculares”, como nos “Objetivos, Cronogramas e Projetos”. A amostra coletada foi do tipo não-probabilística e as escolas foram selecionadas dentre as instituições que desenvolvem ações do Projeto Escola Verde, da UNIVASF. Foi utilizado como critério de inclusão na amostra o fato de serem escolas de áreas sócio-demográficas diferenciadas, de tal forma que contemplasse áreas centrais, periféricas e rurais dos municípios de Petrolina-PE e Juazeiro-BA. No que se refere à pesquisa de campo, foi utilizado o protocolo de pesquisa documental para o levantamento dos dados. O procedimento de coleta de dados da pesquisa bibliográfica foi realizado através de uma leitura crítica de livros, artigos, monografias e outras obras, as quais possibilitaram identificar os dados que analisavam a Educação Ambiental e sua atuação nas práticas desenvolvidas em sala de aula e nas escolas. Na pesquisa de campo, foi aplicado o protocolo de pesquisa documental, com perguntas referentes à inclusão do ensino ambiental nos programas curriculares das escolas, nível de ensino, data de aprovação do documento, se aborda ou não as questões da EA, em que seção é tratada a temática ambiental e o quantitativo de páginas dedicado a EA, dando ênfase a capacitação e inclusão da mesma. Para o processamento e análise dos dados foram utilizadas as respostas dadas no questionário (Apêndice A) proposto aos sujeitos, e posteriormente, os dados foram dispostos tanto em texto como em figuras, tabelas e gráficos. 5 RESULTADOS E DISCUSSÃO A análise dos protocolos levou a discussão sobre a melhor maneira de solucionar a introdução da EA nas escolas. O desenvolvimento do estudo desta problemática se mostra ainda escasso no âmbito acadêmico e escolar. A proposta de classificar as abordagens dos documentos das escolas mostrou que os itens analisados possuem uma grande variação para o planejamento educacional, mas com pouca riqueza e expressão das problemáticas socioambientais. Para fins de sistematização dos resultados da pesquisa foram levados em 34 conta quatro aspectos relacionados ao planejamento escolar. Estes aspectos são tidos como elementos-chave nessa estrutura, e base funcional no processo educativo do indivíduo, ligando “Escola-Sociedade”, sabendo que é a partir de um conjunto de conhecimentos que a escola é concebida como instituição multiplicadora de ideias e saberes socioambiental.Os quatro aspectos são a Escola, a Capacitação dos Professores, a Didática Escolar em Sala de aula, e a Inserção da Temática nos conteúdos didáticos. A Figura 2 apresenta um esquema das interações entre esses elementos. FIGURA 2 - Esquema ilustrativo dos elementos-chave da EA. FONTE: Elaborado pelo autor (2018). A estrutura física escolar é o primeiro ponto nessa análise de ensino educativo ambiental, pois através desse espaço, é possível oferecer possibilidades de ensino prático aos alunos no aprendizado e replicação do conteúdo abordado, ou seja, buscar caminhos de uma transformação de ideias em ações práticas. É nela que observamos os planos de aulas, as metas e a aplicação desses do ensino. Este é um dos pontos mais importantes dentre esses elementos, por que nem sempre as escolas estão aptas à análise de campo, e documental. O segundo ponto é a capacitação dos educadores. Nesse elemento os profissionais da área da educação são em sua grande maioria despreparados nas ministrações dos conteúdos da EA, isto se reflete na análise documental abordada no protocolo entregue aos docentes, onde foi possível notar que o ensino 35 fundamental e médio nos colégios, tem poucas informações acerca do envolvimento com a temática nos programas políticos pedagógicos. O terceiro elemento é a didática nas ministrações sobre a temática da Educação Ambiental. Este é um elemento essencial na abordagem com os alunos, pois o seu modo de aplicação irá depender de como o Educador se comporta com as práticas ambientais fora e dentro da sala de aula, além disso, acarreta consigo o quarto ponto desses elementos, que é a sua inserção nos conteúdos ministrados nas salas de aula. O quarto e último elemento é a inserção ambiental, onde este, é o reflexo das ações sociais do homem, e o seu conteúdo é de extrema importância, além de mostrar aos educandos o sentido da conservação ambiental no cenário mundial. 5.1 ANÁLISE ESCOLAR Das oito escolas escolhidas para pesquisa documental nas duas cidades, todas aceitaram o pedido formalmente de participar do levantamento de dados, mediante ao pedido do entrevistador aos gestores. A partir disso, observou-se que das escolas que participaram das pesquisas, todas as oito nos forneceram algum tipo de documento ou material para análise. Destas, quatro ainda não tinham terminado a construção dos seus documentos estruturais escolares com o corpo docente, a fim de cedê-los para a análise logo com o seu termino. O que significa que 50% das escolas visitadas não apresentaram qualquer documentação completa para investigação. A partir da tabulação e cálculos realizados, foram analisadas as respostas concernentes à inclusão dos programas curriculares baseados na educação ambiental nos programas políticos pedagógicos, a fim de constatar se havia alguma diferença significativa e as eventuais correlações entre grupos de respostas. As questões seguintes se referem ao protocolo anexado da pesquisa da análise quantitativa, e foram agrupadas para obter as respostas das informações desta pesquisa: 36 Pergunta 1 – Nível de Ensino; Pergunta 2 – Cidades; Pergunta 3 – Documentos existentes na escola; Pergunta 4 – Documento Analisado; Pergunta 5 – Data da Aprovação; Pergunta 6 – Total de páginas; Pergunta 6 – Aborda a EA? Sim ou Não?; Pergunta 7 – Seção que trata da EA; Pergunta 8 – Total de páginas dedicadas a EA. Iniciando as análises dos dados coletados com os protocolos documentais observam-se os seguintes resultados, mostrados na tabela 1. Tabela 1: Descrição dos Documentos Analisados. ESCOLAS DOCUMENTOS EXISTENTES ITEM ANALISADO MÊS/ANO DE APROVAÇÃO 1 – BA – MUNICÍPAL PPP PPP fev/16 2 – BA – MUNICÍPAL PPP PPP fev/16 3 – BA – ESTADUAL PPP PPP fev/11 4 – BA – ESTADUAL PPP PPP fev/12 5 – PE – MUNICÍPAL PPP PPP mar/17 6 – PE – MUNICÍPAL PPP PPP fev/17 7 – PE – ESTADUAL PPP PPP mar/17 8 – PE – ESTADUAL PPP PPP mar/17 Fonte: Pesquisa Documental, 2018. As distribuições na tabela acima mostram que não existe diferença significativa entre os grupos existentes em relação a análise de documentos, isto por que, em relação aos PPP, as escolas podem ter além dos Projetos Políticos Pedagógicos, outros documentos que possam participar da formação estrutural escolar, como planos curriculares, planos de aulas ou regimentos internos. A tabela ainda mostra que das oito escolas analisadas, quatro delas tem seus projetos pedagógicos atrasados, demonstrando uma falha na formação estrutural dos planos de aulas atuantes pelos os docentes. 37 5.2 ANÁLISE DOCUMENTAL A partir dos documentos colhidos através da pesquisa documental, observou- se que todas as oito escolas permaneceram até a data da análise, com seus projetos pedagógicos atrasados ou em processo de atualização. Para que ocorresse a análise documental, foram verificadas partes dos Projetos Políticos Pedagógicos, utilizando como fonte de observação a construção de quatro PPPs de instituições de ensino distintas, sendo duas escolas da cidade de Juazeiro-BA e duas escolas da cidade de Petrolina-PE, observando seus regimentos curriculares e projetos desenvolvidos. • ESCOLA 1 – PE – REGIMENTO (PPP) – 2017 – ULT. ATUAL. (MARÇO) • ESCOLA 2 – PE – REGIMENTO (PPP) – 2017 – ULT. ATUAL. (MARÇO) • ESCOLA 3 – BA – REGIMENTO (PPP) – 2016 – ULT. ATUAL. (FEVER) • ESCOLA 4 – BA – REGIMENTO (PPP) – 2016 – ULT. ATUAL. (FEVER) No primeiro Projeto Político Pedagógico analisado na Escola (1) percebeu-se um grande envolvimento e interessante participativo da escola na gestão educacional, como o compartilhamento de saberes, desenvolvimento sócio educacional com a comunidade, quebrando os intrincados processos de aprendizagem e mostrando a necessidade social de se mudar atitudes de maneira completa. O seu Projeto Político Pedagógico é composto por 16 tópicos, onde a EA é inserida seção dos “Cronogramas Disciplinares”. O seu regimento abordar a escola como articuladora nos processos de ensino. Contudo, na análise do regimento escolar do ano de 2017, mostra que a participação do ensino a educação ambiental não é uma temática explicita, mas sim, abordada de maneira implícita nas atividades e propostas da escola, como demonstrado abaixo. 38 “O currículo da escola deve contemplar o local, o global, as complexidades, as divergências propostas por cada ciência, seja a Matemática, a Biologia, a história, a geografia, a Filosofia, a sociologia, a Física, a arte e as demais disciplinas, devem ser organizadas metodologicamente para assegurar a vivência da cultura e da tecnologia proporcionando uma aprendizagem significativa e dinâmica. O currículo deve respeitar o contexto e seus condicionantes: econômico, político, social e cultural. Deve partir do desejo e do sentimento contido nas pessoas que hora estão percorrendo o currículo”. (PPP/PE, 2017, p.20). Descrever toda atenção no desenvolvimento dos Projetos Políticos Pedagógicos, também é dedicar-se a formação de educadores nas áreas ambientais, onde esta proposta é uma das prioridades que o sistema educacional deve ter, tanto no que se entender como capacitação inicial do docente, como à formação continuada dele. Para que isso aconteça, é de extrema importância que se aprofunde as relações de fomento nas parcerias com outras instituições de ensino fundamental, médio e superior, especialmente com as universidades públicas. Na análise documental, também foi possível encontrar referências sobre como a direção escolar deve se posicionar no processo de formação profissional. De acordo com uma das gestões pesquisadas, a equipe a direção deve assumir um papel central nesse processo de desenvolvimento de formação, observando as normativas federais através de leis e diretrizes, articulando as ações pedagógicasno âmbito institucional. “ A gestão deve assumir um papel de liderança, respeitando as legislações em vigor, gerindo com transparência e eficiência no que diz respeito a gestão de recursos financeiros, humanos, pedagógicos, valorizando os encaminhamentos pedagógicos e administrativos. ” (PPP/PE, 2017, p.23). Diante disso, o aspecto crítico apresentado é demonstrado por construções pedagógicas atemporais, sem uma construção de fatos ou ideais. Estes aspectos devem ser existentes promovendo relações, envolvendo a educação social e sendo caracterizado por princípios ainda não inseridos nas formações do educador. A partir do entendimento que Educação Ambiental crítica rompe críticas e processos pedagógicos antigos, observa-se o regimento da Escola (2). O método sócio educacional do homem tem revelado a importância e necessidade de um desenvolvimento coletivo, onde todos os setores “Gestores, Professores, Professores, Alunos e Pais” devem participar ativamente, procurando solucionar as 39 problemáticas existentes, e criando alternativas para que se viabilize melhorias no sistema de ensino. Na estrutura da Escola (2), observa-se que a sua composição é feita por 10 tópicos no seu Projeto Político Pedagógico, onde a seção da Educação Ambiental é inserida no tópico “Projetos” e incluído como forma participativa nas atividades feitas na escola, por meio do Projeto Escola Verde. O mesmo age como projeto estruturante nas ações realizadas na escola como demonstrado abaixo. “O planejamento das sequências didáticas a serem vivenciadas em sala de aula deve contribuir de modo a desenvolver no aluno: A compreensão do mundo e suas transformações. A construção dos conceitos de cidadania, justiça e sociedade. O respeito à integridade do meio ambiente. A ética na relação ciência, tecnologia e sociedade. A autonomia de pensamento e ação. A mudanças de linguagem. A mudanças conceituais e o respeito às diferenças de opiniões”. (PPP/PE, 2017, p.130). Os fatos revelados nesse contexto pedagógico mostram aos profissionais ambientais um item extremamente importante, e que vai além de uma forte tendência global, que é a de que à Educação Ambiental seria apenas inserida apenas nos conteúdos e conhecimentos das Ciências e Biologia, onde as condutas apresentadas apontam para a sensibilização comportamental do indivíduo. Compreendendo, portanto, a crítica apresentada acerca da EA nos âmbitos escolares ou fora dele, e que se propõem a melhoria da qualidade de vida, é que analisasse o terceiro (3) regimento escolar e seu Projeto Político Pedagógico. De acordo com este regimento escolar, a prática da Educação Ambiental é uma das ferramentas sociais formadores de desenvolvimento sustentável, e por isso deve ser utilizada no processo educativo do homem, como ela mesma expressa em seu PPP. “A prática da educação ambiental como prevista em lei pode ser uma ferramenta para garantir direitos e mudar a concepção de nossa sociedade do que é desenvolvimento sustentável ”. (PPP/BA, 2016, p.13). A instituição de ensino em questão desenvolveu o seu Projeto Político Pedagógico em 11 tópicos, e a sua inserção ambiental estava localizada na seção 40 “Propostas Pedagógicas” englobada com as seções “Princípios da Educação e Gestão Pedagógica”. Segundo o regimento escolar analisado, o documento escolar ainda que construído enquanto exigência normativa, é visto como um documento que perpassa seu objetivo central, sendo ele uma ferramenta “Ideológica, política, e que visa, sobretudo, a gestão dos resultados de aprendizagem, através da projeção, da organização, e acompanhamento de todo o universo escolar” (PPP/BA, 2016, p. 3). É imprescindível ter lucidez sobre os contornos das instituições de ensino, sabendo que ela é tida como provedora de programas que promovem a transformação socioambiental. O quarto regimento diante deste contexto aborda a composição e os regimentos escolares em áreas ambientais de maneira diversa. O documento em questão é colocado como a escola que tem uma maior estrutura pedagógica das cidades baianas, isto porque a sua estrutura base, é composta por 17 tópicos pedagógicos estruturados, onde os assuntos ambientais são tratados em grande maioria na seção “Projetos Escolares”. Para a escola pesquisada, todo desenvolvimento é tido como um fenômeno objetivo que pode ser manipulado e o comportamento humano altera-se em função de condições exteriores, isto incluindo aspectos ambientais, dando a importância devida esta abordagem e sua organização nas mais diversas situações, sugerindo mudanças no sistema de aprendizagem. “Três aspectos precisam ser considerados para que a formulação das relações entre um organismo e seu meio ambiente seja adequada: a) ocasião desencadeadora de resposta. b) a natureza da resposta. c) presença de reforço. Skinner é favorável ao relativismo cultural, considerando que cada cultura tem seu próprio conjunto de coisas boas e que o critério de bom, aplicado a um contexto, não é aplicável a outro. “Qualquer ambiente, físico ou social, deve ser avaliado de acordo com os efeitos sobre a natureza humana”. (PPP/BA, 2016, p.8). Nos documentos analisados também foram observadas que dentro do contexto dos quatro Projetos Políticos Pedagógicos, palavras que correlacionem à temática ambiental como “Interdisciplinaridade e Meio Ambiente”, aparecem numa totalidade de 50 vezes, sendo 22 relacionadas a temática ambiental e 28 em assuntos que agregam a participação de outras disciplinas de maneira transversal. 41 5.3 EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO ESTADO DA BAHIA O panorama e as prioridades da Educação Ambiental no Estado da Bahia se agregam no objetivo de envolver as instituições públicas federais, estaduais, municipais e organizações da sociedade civil para trabalhar com a temática educacional e socioambiental de maneira interdisciplinar, na busca de debater as estratégias e Programas que envolvem a Educação Ambiental no estado, de maneira articulada. O Programa de Educação Ambiental do Estado da Bahia (PEA-BA) consiste na educação ambiental voltada ao público envolvido nas várias esferas estabelecidas, utilizando ações educativas para o enfrentamento da problemática socioambiental. O PEA está respaldado numa proposta de trabalho para uma Educação Emancipadora, e tem como finalidade gerar e desenvolver suas atividades, despertando no indivíduo a consciência ambiental para que ele possa atuar no meio em que está inserido de modo consciente. O PEA-BA é um Programa que proporciona características peculiares, pois sua formação foi constituída com a participação da sociedade civil e sob a lógica da democracia participativa. Tais propostas, ações e orientações do programa, estão de acordo com a Política de Educação Ambiental da Bahia, bem como os princípios e diretrizes, cujo conceito básico está alinhado de forma em que a comunicação, transversalização e avaliação nos 27 territórios de identidade, sejam partes do sistema de busca e melhoramento sócio educacional do Estado. 5.4 EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO ESTADO DE PERNAMBUCO Discorrer acerca da Educação Ambiental é abordar a "educação" como uma nova extensão: O Universo Ambiental, contextualizado é adaptado ao modo contemporâneo interdisciplinar do ensino, onde este, é vinculado a temas ambientais e globais. Para isso, a nova abordagem sistêmica do ensino ambiental, procura o conhecimento crítico que permite o juízo e a interferência de todos as áreas sociais, dando força a um descobrimento de métodos em que a preservação dos recursos naturais, sejam ajustadas com os recursos econômicos da população. 42 No Estado de Pernambuco, o desenvolvimento ambiental se dá por varias formas, e é praticado por diversos órgãos e instituições, uma delas é o Programa Fazendo Educação Ambiental (PFEA)
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